Eficiência na entrega de
Concreto Preparado
por Leo Marthe
Veremos a distribuição dos custos no mundo do concreto preparado, não é nenhum segredo que mais de 90% dos custos
estão na compra dos materiais, na entrega de concreto e na Central. Priorizando o controle sobre estes três processos,
resulta-se no controle do negócio. Os custos com materiais e Central estão totalmente ligados ao processo de produção, a
dosagem adequada de materiais, ao controle de qualidade destas, ao preço de mercado e de comércio, e muito particularmente no controle do processo. Esta análise merece um capítulo ou artigo a parte, exclusivamente dedicado a este assunto
e, portanto, vamos focar na distribuição de Concreto Preparado que por sua vez tem muitas particularidades.
Componentes dos custos de Entrega:
Os custos de entrega, como qualquer outro, são divididos
entre fixos e variáveis, e em nosso negócio de ambos tem a
mesma importancia.
Os custos fixos estão diretamente relacionados com o custo de propriedade ou depreciação, ao custo de seguros, licenças, impostos e na parte fixa do motorista. Enquanto os
custos variaveis, a manutenção, combustíveis, lubrificantes
e variáveis de motoristas são os mais representativos e
aqueles com maior peso no custo total da entrega ou transporte de concreto, sendo até quatro vezes maiores que os
custos fixos.
A maneira como mostramos os custos variáveis especialmente, nos permite ter uma idéia melhor de seu valor e
como controlá-los; na América Latina e Brasil comumente
se usa como medida de custos o metro cúbico de concreto,
que ainda é muito válido, porém vem ser firmando a forma de medir os custos por horas utilizadas de caminhão.
Esta forma de medição é muito simples e nos dá uma rápida
ideia em termos de ordem de grandeza ter o controle sobre nossas operações, por exemplo, se os despachadores
tiverem em mãos os dados de custo por hora, ou até mesmo minutos, os caminhões em espera na obra seriam uma
preocupação maior se valorizarmos o tempo gasto nela.
Onde pode estar o problema?
Tendo clareza sobre os custos, vamos rever o que acontece
em uma operação em termos de produtividade de caminhões desde o início do dia até o seu término. A figura abaixo
mostra um exemplo de um dia típico de um caminhão que
faz três viagens e cada um dos estados por onde passa o
caminhão durante e entre as viagens.
Observando o gráfico, vemos que dentro do ciclo e entre
as viagens existem tempos que consideramos produtivos
e não produtivos, ou seja, definimos como não produtivos
aquelas atividades nas quais o caminhão hã faz nada que
agregue valor, tal como, esperar na obra, intervalo entre viagens, inicio e fim do dia. A relação entre o tempo produtivo e
o tempo total de operação de um caminhão e seu motorista
é o que chamamos de porcentagem de utilização.
• O tempo entre as viagens não é tão simples de
controlar, os clientes têm muito a ver com isso,
infelizmente, há circunstâncias nas obras que estão fora do controle de todos, mas algo pode ser
feito para não acumular caminhões, se os nossos
despachadores estão vendo que não começam
as descargas, eles devem suspender o envio de
caminhões para a obra e, e enviá-los a outros lugares que estejam precisando.
Quanto é um bom número? 75% ou mais disseram muitas
pessoas, na verdade, o melhor número é aquele que se
adapta aos seus custos e a sua eficiência e rentabilidade a
ser obtida. Agora, mais de 25% do tempo pago de um caminhão em atividades que não agregam valor não é o melhor e
portanto devemos fazer um esforço para reduzi-los.
Em geral, a fim de reduzir o tempo não produtivo e iniciar
uma campanha para uma maior eficiência, a primeira coisa
que você deve fazer é uma boa programação, um bom plano
equilibrado nos levará a um melhor dia de despachos. Neste
momento muitos céticos estão dizendo que em teoria é muito bonito, mas na prática os próximos dias tudo muda e os
clientes que não têm disciplina; é verdade, mas se você ter
controle e não são medir os indiciadores, você dificilmente
pode fazer um plano, mesmo que aproximado, mas ter um
plano é melhor do que não ter nenhum.
Como podemos reduzir o tempo não produtivo?
Como isso se traduz em redução de custos?
A primeira coisa que se deve fazer e ter clareza sobre um
aspecto muito importante dos caminhões, o que temos controle e o que não temos tanto controle.
Até agora, temos falado em ser eficiente reduzindo tempos,
mas na realidade, quanto vale isto? Se fizermos a média
dos dados observados em toda a América Latina, podemos
dizer que o custo por hora de um caminhão pode estar entre
US$ 25 e US$ 30, e para no Brasil vai ser de R$ 50 e R$ 60
por hora ou R$ 1 por minuto.
• O início do dia pode chegar a valores sem sentido como uma hora após a chegada dos motoristas para trabalhar, lembre-se que mal chegam às
Centrais e já os estamos pagando e o relógio do
horário padrão começa a andar até o pagamento
das horas extras ao final do dia. Nós podemos ter
controle sobre isso, se fizermos escalas para a entrada dos nossos motoristas seguindo a demanda
da programação. Na figura abaixo mostramos um
exemplo da demanda de veículos durante o dia,
que estabiliza e cai novamente no final do dia.
Se aceitarmos que à medida que reduzimos o tempo economizamos dinheiro, o que acontece se reduzirmos o ciclo médio em cinco minutos? Ao custo de R$ 60 por hora, vamos
economizar $ 5,00 por caminhão por ciclo, ou R$ 20,00 por
dia, se você faz 4 viagens, ou US $ 500,00 por mês.
Em uma frota média ou grande a economia se vê com maior
intensidade, e nessa medida, os números podem chegar
à compra de mais caminhões, ou simplesmente não comprá-los.
E o serviço?
Ao fazer esforços para melhorar a eficiência do serviço em
geral se deteriora o equilíbrio entre eles, o que devemos
tentar manter. A fim de alcançar um bom serviço, você deve
fazer uma análise simples, mas muito eficaz baseado no ciclo PFVA (Planejar, Fazer, Verificar, Atuar).
• O fim do dia também pode ser controlado, se temos
clareza sobre nossa demanda real de caminhões
para terminar podemos dispensar o pessoal que
não necessitarmos.
• Identificar o que nos impede de prestar um bom serviço: capacidade, pessoas, comunicação,
compromisso, etc;
• Medir os indicadores atuais;
• Definir metas de desempenho e eficiência;
• Definir e concordar com as políticas internas e dos clientes;
• Medir os resultados finais e repetir o ciclo.
No controle de ciclo de melhorias, se faz mais importante medir constantemente os indicadores, estas informações e suas
metas devem ser compartilhados entre as pessoas que são responsáveis pela operação de logística e ao programador e
despachador é dada maior importância dentro da empresa, esperando deles um melhor desempenho.
Medir os resultados não deve se tornar uma tarefa ardua com todos os tipos de indicadores de gestão e em minha opinião,
poucas coisas como descritas abaixo, auxiliam na continuidade das medidas de gestão de entregas:
• M3/hora caminhões e/ou motoristas;
• % de Utilização;
• % de Cumprimento nas entregas (em termos de
tempo real vs prometida);
• Viagens por dia;
• Ciclo médio de viagens
Em resumo, só podemos garantir uma boa conformidade e eficiência na entrega se houver uma boa programação, se inicia
a partir desta base, o despacho é mais fácil. Um bom plano tendo em conta as variáveis possíveis pode levar a melhores
resultados em termos de eficiência que se traduzem diretamente em lucros e crescimento futuro.
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