CUIDADO COM OS PÉS: INTERFERÊNCIA DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 Elaine Cristina Santos Alves1; Mônica Antar Gamba2; Kenia Alencar Froes Esteves3; Wellinson Santos Alves4; Rosana Miranda Fernandes Silva5; Luciana Soares dos Santos6. INTRODUÇÃO: O envelhecimento é definido como um processo multidimensional apresentando três indicadores de envelhecimento saudável como baixo risco de doenças e de incapacidades funcionais; funcionamento mental e físico excelentes; e envolvimento ativo com a vida1. Em geral, as doenças dos idosos são crônicas e múltiplas, perduram por vários anos e exigem acompanhamento de equipes multidisciplinares permanentes. Dentre estas o Diabetes Mellitus vem apresentando cifra epidêmicas quando comparado à distribuição das doenças crônicas2,3,4. OBJETIVO: Identificar a interferência da capacidade funcional de idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 no cuidado com os pés. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e transversal realizado na área de abrangência do Núcleo de Apoio à Saúde da Família da cidade de Montes Claros - MG. Foram entrevistados 99 idosos com diagnóstico médico de DM tipo 2 cadastrados no Programa HIPERDIA. A coleta de dados ocorreu entre janeiro e abril de 2011 no domicílio dos idosos, através de entrevista estruturada baseada nos instrumentos de avaliação clínica e BONFAQ (Brasilian Multidimensional Functional Assesment Questionaire). O estudo atendeu às normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sendo aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP através do parecer nº 0276/10. Os dados foram lançados no banco de dados do Software SPSS 18.0 for Windows onde foi feito o cruzamento entre o grau de dependência para AVDs, variáveis independentes associadas ao cuidado com os pés por meio da análise univariada para o teste do Qui-quadrado e o confronto (2 odds Ratios) entre os idosos com dependência leve e aqueles com dependência moderada a grave. RESULTADOS: Apenas 58,6% dos entrevistados examinam os pés diariamente, 61,6% procuram o serviço de saúde quando presença de lesões nos pés, 165,7% realizam a atividade de procura de calos, 1 Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP, Professora das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros. E-mail: [email protected] 2 Doutora em Enfermagem Professora da Escola de Enfermagem da UNIFESP. E-mail: [email protected] 3 Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP, Professora das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros. E-mail: [email protected] 4 Enfermeiro Especialista do Hospital Aroldo Tourinho de Montes Claros. 5 Acadêmica do curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros. E-mail: [email protected] rachaduras nos pés e, 72,7% evitam corrigir unhas encravadas e calos em casa, 82,8%, 65,7% calçam meias limpas, 73,7%2 evitam andar descalço, 64,6% usam creme hidratante,apenas 39,4% que utilizam lixas, apenas 64,6% lixam as unhas de forma reta e horizontal. A associação destes cuidados com o nível de dependência funcional dos entrevistados evidenciou que idosos com dependência moderada/grave têm 10,18 vezes mais dificuldade em cortar as unhas dos pés, no entanto, os idosos sem dependência funcional e/ou dependência leve não apresentou-se significância.Quanto ao exame diário dos pés,os idosos com dependência leve têm 5,40 vezes mais chance de dificuldade em realizá-lo e já entre os idosos com dependência moderada/grave não verificou-se significância. Quanto ao cuidado de evitar andar descalço e proteger os pés calcando meias limpas o idoso com dependência leve tem 5,63 vezes mais chance de dificuldade em realizar este cuidado, enquanto o idoso com dependência moderada/grave possui 5,48 vezes. CONCLUSÃO: Foi possível observar que o comprometimento da capacidade funcional tem implicações importantes sobre os cuidados de saúde com os pés em idosos portadores de DM tipo 2 refletindo significativamente no controle e prevenção de lesões nos pés bem como no bem estar e qualidade de vida dos idosos. PALAVRAS–CHAVE: Envelhecimento, diabetes, cuidado, pés. REFERÊNCIAS: 1. Curpenito APFP, Rosa FHM, Ribeiro PCC, et al. Definição de envelhecimento saudável na perspectiva de indivíduos idosos. Psicol. reflex. crit. 2007; 20 (1): 81-86. 2. Abreu SSE, Caldas CP. Velocidade de marcha, equilíbrio e idade: um estudo correlacional entre idosas praticantes e idosas não praticantes de um programa de exercícios terapêuticos. Rev. bras. fisioter. 2008; 12 (4): 324-330. 3. Gamba MA, Gotlieb SLD, Bergamaschi DP, et al. Amputações de extremidades inferiores por diabetes mellitus: estudo caso-controle. Rev. saúde pública. 2004; 38 (3): 339-404. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. 6 Acadêmica do curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros. E-mail: [email protected]