Pró-Reitoria de Graduação
Licenciatura em Física
Trabalho de Conclusão de Curso
A FÍSICA DOS FILMES DE HOLLYWOOD: SERIA ESSA UMA
FONTE SEGURA DE CONHECIMENTO?
A FSICA DOS FILMES DE HOLLYWOOD: SERIA ESSA UMA
Autor: Carlos Eduardo Costa de Brito
Orientador: Diego O. Nolasco – Programa de Pós-Graduação em
Ciências e Biotecnologia
Universidade Católica de Brasília- UCB
Brasília - DF
2011
A FÍSICA DOS FILMES DE HOLLYWOOD: SERIA ESTA UMA
FONTE SEGURA DE CONHECIMENTO?
(The Physics of Hollywood movies: Would it be a safe way of getting knowledge?)
Carlos Eduardo Costa de Brito1, Diego O. Nolasco1, 2
1
Curso de Física - Universidade Católica de Brasília
Programa de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia – Universidade
Católica de Brasília – UCB.
2
RESUMO
A parceria entre a Física e o cinema já rendeu diversas produções
cinematográficas com recordes de bilheteria. A ciência funciona como uma fonte de
inspiração e também uma possibilidade de trazer ao público uma realidade muitas
vezes diferente da habitual, trazendo diversas aplicações científicas de vários
fenômenos físicos que influenciam diretamente no âmbito sociocultural. Contudo, até
onde a ciência abordada em um filme é realmente ciência? Essa questão é
investigada neste trabalho.
Palavras-chave: Física – Conhecimento – Cinema
ABSTRACT
The partnership between Physics and cinema has earned several
cinematographic productions with box-office records. The science serves as a source
of inspiration and also as a possibility of bringing the public a reality often different than
usual, bringing many scientific applications of various physical phenomena that
influenced directly in the socio-cultural framework. However, until where the science
covered in the movies is actual science?
Keywords: Physics –Knowledge– Movies
1. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento acerca da
veracidade de algumas das obras cinematográficas. Muitos filmes abordam a
Física de maneira direta ou indireta baseando-se em fontes com embasamento
científico não confiável. O cinema é um instrumento divulgador de diversos
temas, tornando-se um potencial instrumento para a democratização do
conhecimento. É necessária uma análise crítica das obras divulgadas pelo
cinema a fim de se discernir entre uma verdadeira fonte de conhecimento
científico, e uma ciência usada de maneira incoerente.
1
2. INTRODUÇÃO
O cinema é conhecido como a sétima arte, baseado em uma linguagem
visual ele detém a habilidade de ensinar as pessoas de uma maneira bastante
eficaz e enriquecedora, sendo um importante veículo de comunicação. No
decorrer das décadas, o cinema progrediu influenciando diversas gerações
dando acesso ao público a variadas informações que outrora não eram
disponíveis.
Diante desse fato, o cinema tem sido utilizado por produtores e diretores
de filmes como uma locomotiva que atrai milhares de pessoas e rende
bilheterias bilionárias. A ciência foi e ainda é uma fonte de inspiração e também
uma possibilidade de trazer ao público uma realidade diferente da habitual, e
em especial, com os filmes de ficção científica une-se realidade com
imaginação, buscando uma integração desses dois elementos.
Contudo, há diversas incoerências naquilo que é produzido, obras
cinematográficas muitas vezes apresentam uma ciência distorcida da realidade
científica. Isso chama a atenção para o papel do cinema como um veículo
informativo e formativo de opiniões e considerando-se a ciência como uma
linguagem, ser alfabetizado cientificamente é saber ler a linguagem em que
está escrito a natureza e a falta de domínio dessa linguagem gera os
chamados analfabetos científicos (CHASSOT, 2002).
Assistir a um filme, desenho animado, ou qualquer outro tipo de
entretenimento e ter a capacidade de discernir entre ficção científica e a ciência
aplicada é importante, pois se torna uma ferramenta eficaz no processo de
crescimento intelectual. Este trabalho é uma compilação de artigos, filmes,
livros e reportagens que tem como meta ser capaz de identificar a atuação do
cinema como meio divulgador do saber científico e trazer a atenção para a
necessidade de um esclarecimento sobre as fontes confiáveis ou não em
alguns filmes produzidos e divulgados na mídia.
2
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Abordagem histórica
Registrar o movimento é um fato comprovado no decorrer de vários
séculos, desde inscrições antigas em cavernas, avançando pelos jogos de
sombra de teatro de marionetes oriental. Vários aparelhos foram inventados
baseando-se no princípio conhecido como persistência retiniana que é a fração
de segundo que a imagem permanece na retina, essa descoberta é mérito do
inglês Peter Mark Róger (1779-1869) em 1826. Simultaneamente a fotografia
foi descoberta por Jacques Daguerre (1787-1851) e Joseph Nicéphore Niepce
(1765-1833) contribuindo no avanço para as pesquisas de captação de
movimento que culminariam na invenção do cinematógrafo.
O Fenacistocópio foi uma invenção do físico belga Joseph- Antoine
Plateu (1801-1883), o primeiro a medir a persistência retiniana fixada em 10
imagens a cada segundo gerando a ilusão do movimento em 1982. O francês
Émile Reynaud (1844-1918) em 1877 desenvolve um aparelho chamado de
Praxinoscópio, a princípio uma máquina primitiva composta por espelho e uma
caixa de biscoito que sofre gradativamente um aperfeiçoamento permitindo-lhe
a ilusão do movimento com um conjunto complexo de espelhos que permite
efeito de relevo.
Em 1878 o fisiologista francês Etiénne-Jules Marey (1830-1904)
desenvolve o Fuzil fotográfico constituído de um tambor forrado por dentro com
uma chapa fotográfica circular, baseando os seus estudos no experimento do
inglês Edward Muybridge (1830-1904) feito através de câmeras fotográficas
espalhadas por uma pista em intervalos regulares que capta o galope de um
cavalo ao romper das linhas ligadas a cada câmera. Etiénne-Jules Marey nove
anos depois desenvolve outro aparelho baseado na fixação fotográfica de
várias fases de um corpo em movimento, chamado deste de Cronofotografia. E
por fim Thomas Alva Edison (1847 – 1931) em parceria com William Dickson
(1860 – 1935) no ano de 1891 cria um aparelho que utiliza filmes perfurados,
estes pequenos filmes são projetados dentro desse aparato chamado
Cinetoscópio, contudo somente uma pessoa pode assistir a animação por vez.
3
O cinestocópio serviu como inspiração para que os irmãos franceses
Auguste Lumiére (1862-1954) e Louis Lumiére (1864–1948) criassem o
cinematógrafo, um aparelho composto de uma câmera que fotografa e projeta
as imagens em uma velocidade de 16 quadros por segundo. Associa as
funções de máquina de filmar, de revelação, de película e de projeção, sendo
um aparelho híbrido,ao contrário de outros aparelhos que dele deriva, como a
câmara com funções exclusivas de captação de imagem e o protetor de
cinema, capaz de reproduzir essas imagens sobre uma superfície branca e lisa
(ALMANAQUE, 1998).
A história do cinema está ligada intimamente com o progresso cultural,
econômico, científico e social da humanidade e sofreu influências no final do
século XIX com o advento do eletromagnetismo. O cinema fala de identidade
cultural, e dentre tantos países cuja cultura foi influenciada pelo cinema, os
Estados Unidos da América merecem um destaque especial. Graças à criação
e consolidação de Hollywood como a grande indústria produtora mundial de
filmes, os Estados Unidos detém atualmente a liderança nas produções
cinematográficas no mundo: a indústria cinematográfica americana, a despeito
de seus críticos, continua a dominar o mercado mundial de filmes1.
Esta influência estadunidense é perceptível na economia, cultura e
política sendo que o cinema como uma manifestação artística e cultural não
passa despercebido diante de tal poderio. Inicialmente a Europa era líder em
produção cinematográfica, levando destaque a Itália e a França, contudo com o
estouro da Primeira Guerra Mundial a indústria européia de cinema foi
arrasada. Abriu- se então espaço para os Estados Unidos da América destacar
se no cinema.
Face ao derrube de regimes totalitários que outrora tinham
assinado o pacto de Varsóvia, a cultura popular americana, que
seduzira ambos os blocos durante a Guerra Fria, acabou por relevar
a posição triunfante da civilização dita ocidental. (HUNTINGTON,
1998).
1
SOCIEDADE E VALORES. A Indústria do cinema hoje. Revista e-Jornal USA DEPARTAMENTO DE
ESTADO
DOS
EUA,
JUNHO
DE
2007,
VOLUME
12,
número
6
<http://usinfo.state.gov/pub/ejournalusa.html
4
O cinema não é apenas entretenimento, mas representa todo um
conjunto de fatores que fizeram com que o mundo girasse em torno dos
Estados
Unidos.
Graças
a
todo
um
contexto
histórico
a
indústria
cinematográfica foi atingindo patamares cada vez mais elevados. Uma
verdadeira propulsora da cultura estadunidense, a indústria de filmes ganhou
um nome representativo chamado de Hollywood, sendo instalado em uma área
rural no fim do século XIX sendo constituído de vários estúdios que
funcionaram como grandes divulgadores da cultura popular e dos símbolos
nacionais daquele país.
Um dos instrumentos utilizados para dar a vida às personagens,
cenários, histórias, enredos e etc, é a ciência. A parceria entre o cinema e a
ciência remonta a tempos bem antigos, já que a sociedade sempre foi
diretamente influenciada pelos avanços do saber científico assim como
também foi influenciada pelo avanço da sociedade. Assim como o cinema, a
ciência também passou por um processo de desenvolvimento no decorrer das
décadas, e graças ao avanço da ciência a sociedade também progrediu se
beneficiando do avanço científico. Houve todo um processo social, econômico
e político que propiciou o desenvolvimento do pensamento científico
destacando a era industrial, período que também houve a manipulação da
natureza em favor da sociedade.
O cinema sendo vinculada a ciência remonta a um período anterior aos
irmãos Lumiére, o astrônomo Jules Janssen (1824 - 1907) usou um
instrumento chamado ‘Revólver Fotográfico’ para reproduzir a trajetória do
planeta Vênus, e baseando na experiência dele o fotógrafo inglês Edward
Muybridge pôde criar um experimento usando o princípio da cronografia
aprimorada por Etienne-Jules Marey. Estas experiências de Janssen e Marey
foram utilizadas por cientistas da época que apresentaram na Academia de
Ciências da França em 1880. O cinema embora tenha se destacado para o
entretenimento, também foi e ainda é um instrumento científico, uma
ferramenta que possibilitou o registro em condições inadequadas ou
imperceptíveis.
5
3.2 Aplicações da Física no entretenimento
Como ciência exata, a aplicação da Física é inquestionável na vida
moderna. Cada geração que passa o ser humano começa a depender mais
daquilo que ele cria, e a tecnologia entra como uma grande ferramenta eficaz
que tem a capacidade de prolongar e facilitar a vida, mas também pode
prejudicá-la em alguns casos. A tecnologia tem como base fundamental o uso
dos
conhecimentos
provenientes
da
Física,
ela
contribui
para
o
desenvolvimento com aplicações tão amplas tanto na indústria quanto em
pesquisas. As invenções derivadas das descobertas de fenômenos físicos
tiveram um impacto tão abrangente e complexo no desenvolvimento
tecnológico e social que gerou conexões em diversas áreas.
A Física é uma ciência que estuda a natureza nos aspectos mais
diversos e sua área de atuação é bastante diversificada. Tão diversificada que
existe até assessoria para fornecer aos profissionais da indústria de cinema
acesso aos melhores cientistas e engenheiros para ajudar trazer a realidade da
ciência para as telas dos cinemas e da televisão. E a comunidade científica
desempenha um papel vital para que as produções científicas tenham
qualidade e coerência com a ciência, e funcionem como um canal eficaz para a
divulgação do saber científico.
O cinema foi agregando no decorrer das décadas elementos cotidianos
que faziam e fazem parte da sociedade, ele incorpora a modernidade através
de
efeitos
especiais,
tecnologia,
velocidade,
grandes
multidões
de
espectadores, refletindo o constante progresso que a sociedade sofria e ainda
sofre do decorrer dos anos.
Além de um dos símbolos e uma das inovações da
modernidade, o cinema significou também um meio extraordinário de
circulação do conhecimento, de difusão de novas experiências e
valores culturais. (OLIVEIRA, 2006, p. 135)
No início das exibições públicas de filmes as duas primeiras categorias a
serem apresentadas foram: ficção científica e documentários. Atualmente os
filmes são divididos em várias categorias: Ação, aventura, adulto, comédia
romântica, comédia dramática, documentário, animação, drama, épico,
faroeste, ficção científica, guerra, infantil, musical, policial, religioso, romance,
6
terror, etc. Geralmente a Física é detectada em várias destas categorias,
destacando-se ação, aventura, ficção científica e documentário. Contudo, não
é possível delimitar a atuação da Física somente em documentários e ficção
científica, já que outras categorias também podem abordar diretamente ou
indiretamente o enfoque científico.
É fato que o cinema para muitas pessoas foi e ainda é um veículo
formativo e informativo, a noção de tecnologia e ciência foi adquirida através de
filmes de ficção científica, este gênero aborda os mais variados temas tais
como: astronáutica, viagem através do tempo, poderes sobre humanos,
manipulação das leis da física clássica e moderna. Atualmente além do cinema
tem a internet como uma excelente divulgadora do saber científico e também a
televisão.
Embora não tenha nenhum compromisso com a educação
científica, mas sim com o livre debate imaginativo, é fato que em
diversas ocasiões o gênero desperta no público o interesse pela
ciência, chegando mesmo a estabelecer algum nível de alfabetização
ou mesmo motivação para carreiras científicas. (SUPPIA, 2006).
Os profissionais da ciência entram em parceria com os profissionais do
cinema em colaboração mútua para que cada um possa entender a
necessidade do outro visando atender ás exigências do enredo apresentado. A
importância dessa parceria para os realizadores da ciência e dos filmes é
adicionar um senso de realismo e de legitimidade á sua visão criativa retratado
na tela.
Em parceria com a Ciência e Mudança Entretenimento os EUA possuem
através da Academia Nacional de Ciências (NAS), a Bolsa de Ciência e
Entretenimento, sediada em Washington, DC, que opera a partir de um
escritório em Los Angeles, CA. Academia Nacional de Ciências está
exclusivamente posicionada para aproveitar as experiências de milhares de
homens e mulheres que se destacaram em seus respectivos campos da
ciência, com isso pode-se encontrar especialistas para identificar e
7
complementar uma história desenvolvendo aquelas que necessitem de
informações precisas e específicas2.
Estes profissionais estão habilitados e possuem a capacidade de facilitar
a transmissão do conhecimento de uma maneira mais clara e precisa para as
pessoas que não fazem parte diretamente do universo de descobertas
cientificas, idéias relacionadas com conceitos promissores da ciência tais
como: viagens espaciais, múltiplas dimensões, nanotecnologia, tecnologia da
computação e engenharia.
Existem algumas categorias de filmes que abordam o tema cientifico
com mais frequência como, por exemplo, os documentários que são coletâneas
de estudos imparciais sobre um determinado assunto, ou seja, não envolve
especificamente o uso de personagens humanos como tema central, mas
prioriza o aspecto didático que prevalece sobre os elementos dramáticos,
diante de um mercado que visa tanto o lucro quanto o cinematográfico, esta
categoria de filmes raramente são produzidos visando à exibição comercial.
Os filmes biográficos são fontes de conhecimento científico trazendo a
trajetória dos vários ícones do panorama cientifico mundial, um exemplo é o
Madame Curie (Madame Curie, EUA, 1943), que descreve a vida da física
franco-polonesa Marie Curie ganhadora de um Prêmio Nobel. Também existem
os filmes que utilizam de cientistas históricos em tramas de ficção. O cientista
alemão Albert Einstein é um dos que lideram nessa categoria com alguns
títulos, entre eles: A Teoria do amor(I.Q., EUA,1994) Einstein é tio de uma
moça que ele tenta convencer a trocar de noivo).
A categoria de filmes que aborda mais a ciência é a Ficção Científica,
embora não pode ser considerada necessariamente uma categoria de filmes,
pois existem diversas produções das mais variadas categorias que inserem em
seus enredos elementos da ficção. É um gênero literário que apresenta
histórias fictícias, que trazem a realidade para quem assiste muitas vezes de
mundos, idéias que não fazem parte diretamente ou indiretamente do mundo
real.
2
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussolar/super-herois-ganham-ajuda-dosfisicos/discussion_reply_form
8
Um exemplo de sucesso de ficção cientifica que se tornou um clássico
marcando gerações é o Jornada nas Estrelas (Star Trek, EUA, 1964), grande
sucesso que se tornou uma franquia de bastante repercussão abordando
aventuras de humanos e alienígenas, mas também outros temas como
astronomia, física, economia, racismo, religião, direitos humanos, a tecnologia,
etc.
3.3 Conhecimento científico x Ficção científica
O conhecimento científico é um legado conquistado por vários cientistas
no decorrer das décadas. Graças ao conhecimento adquirido por cientistas do
passado tem se hoje uma infinidade de benefícios provenientes do saber
científico. Definir ciência é algo bastante complexo, ela muitas vezes pode ser
considerada um método de investigação que supõe e propõe uma verdade
através da aplicação de metodologia de pesquisa, hipóteses, comprovação ou
refutação de hipóteses. Existe uma diferença entre a ciência e a chamada
pseudociência, aonde a ficção científica muitas vezes se enquadra. A diferença
entre a ciência e a ficção científica pode ser somente o grau de criatividade,
pois muitos cientistas a criam dentro dos moldes científicos.
E é fato que existe uma ligação entre os fatos científicos e as idéias que
se manifestam, já que os autores das obras de ficção sofrem influência e
inspiração das descobertas científicas verdadeiras, contudo tem a liberdade de
elaborar projetos que excedam a realidade levando suas obras a uma leve
ligação com os fatos verdadeiros. É difícil avaliar quanto da noção de ciência e
tecnologia que as pessoas têm não foi adquirido de filmes de ficção cientifica.
(SUPPIA, 2006).
Existem diversas obras fictícias que inspiraram cientistas para a
construção de aparatos e mecanismos modernos. Um exemplo já citado é da
franquia Star Trek que influenciou na criação de alguns aparatos tecnológicos
como um comunicador que possibilita a comunicação rápida via wi-fi fabricado
pela empresa californiana Vocera3. Outro exemplo em que a realidade imita a
ficção é um veículo fabricado pela empresa alemã Rinspeed, o carro é capaz
Artigo publicado na Inc. “Hollywood Innovations Made Real” em 01/02/2011
< www.inc.com/magazine/20110201/hollywood-innovations-made-real.html>
3
9
de funcionar embaixo da água, a inspiração para tal feito veio do filme O
Espião que me amava (The Spy Who Loved Me, EUA, 1977) da série
mundialmente conhecida 0073.
O artigo Manto da Invisibilidade4 publicado pela Revista Science em
19/03/2010 aborda a possibilidade real de se tornar invisível descrevendo os
estudos de pesquisadores ingleses e alemães que desenvolveram um manto
tridimensional que possui a capacidade de esconder objetos de detecção em
comprimentos de onda ópticos próximos do espectro de luz visível, usando os
chamados metamateriais capazes de guiar e controlar a luz de novas
maneiras. Na ficção os filmes O Homem Invisível (The Invisible Man,EUA,1933)
e O Quarteto Fantástico (Fantastic Four, EUA, 2005) retratam a invisibilidade, o
primeiro desenvolve um composto químico que permite ficar invisível, já no
outro a personagem Mulher Invisível é exposta a radiação solar desenvolvendo
uma mutação que lhe confere a capacidade de ficar invisível.
A linguagem usada em ciência não está acessível para todo aquele que
se depara com filmes com teor científico. Quando uma tecnologia é inserida em
uma história ela deve ser facilmente entendida pelos telespectadores com
domínio técnico ou não, já que os cientistas trabalham em um nível que não é
compreensível por demais expectadores. Tanto a ciência real quanto a fictícia
tem suas parcelas de importância na construção do conhecimento humano,
uma é aquela que busca resultados reais, e para isso usa uma metodologia
minuciosa, detalhista, já a outra é aquela que trás a realidade de um mundo
ainda não alcançado pelos cientistas.
3.4 Cinema como uma metodologia sócio-educativa
De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de
1988 o Estado deve proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e
à ciência (BRASIL, 1998). O cinema consegue conciliar numa mesma obra
estas três importantes áreas e ter acesso aos provimentos do conhecimento
científico e da tecnologia advinda são um direito de todos os cidadãos. De
4
Metamaterial electromagnetic cloak at microwave frequencies D.schurig , J.J. Mock, B. J. justice,
s.a.cummer, J.B Pendry, A.F, Starr, D.R.Smith Science, Vol.: Vol.314, no.5801,pp977-980.DOI:
10.1126/science.1133628
10
acordo com o trabalho da Sociedade Brasileira de Física, o número de
cientistas brasileiros tem aumentado numa proporção bastante expressiva
(CHAVES e SHELLARD, 2005).
A ciência tem uma evolução rápida e a tecnologia gerada por ela faz
com que haja uma necessidade cada vez maior em intensificar o investimento
em inovações e no domínio de novas tecnologias. A Física é uma das bases
das ciências naturais, mas também de quase toda a ciência e das tecnologias
contemporâneas, e a ciência de acordo com algumas definições pode ser
identificada como sendo o conjunto de conhecimento que a sociedade produz,
adquire ou acumula ao longo do tempo, e que contribuem para o
desenvolvimento da sociedade, embora a definição de ciência não possua um
senso comum. A tecnologia pode ser considerada o conjunto de experiências,
de processos de utilidade prática voltados para o desenvolvimento de uma
área específica.
Ressaltar a importância da escola na formação social-cultural é um tema
bem citado, mas pouco implementado no país, e como a educação é, por parte
do estado, obrigatória, esse acaba que não consegue alcançar a toda
população com um sistema educacional de qualidade, que integre a formação
do cidadão com um todo. Não ter uma educação científica de qualidade gera
os chamados analfabetos científico, já que a ciência assume o papel de
linguagem.
“... quando se fala em alfabetização, normalmente não se
percebe que a expressão ser alfabetizado apresenta dois significados
diferentes: um, mais denso, estabelece uma relação com a cultura, a
erudição. Por conseguinte, o indivíduo alfabetizado é aquele que é
culto, erudito, ilustrado. O outro fica reduzido à capacidade de ler e
escrever”. (MILLER, 1983)
Trazer uma educação científica para a sociedade para fazer parte da
grade curricular nas escolas, tendo em vista a dificuldade de se ensinar Física
é um grande desafio, pois existe um grande preconceito por parte dos alunos.
As tecnologias criadas pelo homem foram inseridas de uma forma gradual, os
aparatos como telégrafos, rádios, telefones, videocassetes, televisores e
computadores acompanham a vida cotidiana.
11
O contato com certa tecnologia, que pode dar-se até mesmo
diariamente, e a inexperiência total dessa define com um dado conceito físico
adentra a cabeça de um telespectador. Pessoas socioeconomicamente
desfavorecidas são em geral mais carentes de parâmetros que têm um papel
mais que formador de conhecimento, mas também de criticar e até não aceitar
o que possa ser trazidos por filmes que não respeitam as noções de
concretismo do conhecimento físico.
O uso de filmes em sala de aula não é novidade, desde 1920
educadores brasileiros utilizam as potencialidades da mídia audiovisual,
contudo há registros que desde 1910, Edgar Roquette (1884-1954), um médico
legista que também acumulava as funções de professor e antropólogo, além de
ensaísta e etnólogo começou usar o cinema como auxiliar na pesquisa e no
ensino de ciência sendo iniciado esse trabalho através da filmoteca do Museu
Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), graças a sua
contribuição ele que foi membro da Academia Brasileira de Letras acumulou o
status de pai da radiodifusão no Brasil.
Em 1936 foi criado o Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE),
sendo este o primeiro órgão governamental do Brasil planejado para o cinema.
A chegada do cinema nas escolas trouxe uma grande novidade, pois um
ensino baseado antes em imagens estáticas agora possuía movimento, sem
contar que uma grande parcela da população não era alfabetizada, com isso o
cinema com sua linguagem mais dinâmica conseguiu agregar os analfabetos.
Para Carvalhal (2009), a arte cinematográfica veio ao encontro da
possibilidade de veicular a cultura ás gerações analfabetas, uma vez que os
códigos imagéticos visuais independem do sistema da escrita, que segue uma
estrutura gramática e ortográfica complexa. Sem contar, ainda, que o ensino
era centrado na figura do professor, que através de exposições, quase sempre
orais, narrava o saber histórico aos educandos. O filme trouxe essa perspectiva
de mudança.
No INCE era permitido aos professores filmarem suas atividades e
pesquisas nos estúdios do órgão a fim de divulgar as descobertas pelo país. O
INCE ainda participava de eventos mundiais voltados para a divulgação de
12
filmes, exportando filmes principalmente de conotação científica trazendo
grande repercussão na Academia Internacional de Ciência. Com a mudança de
direções no decorrer dos anos, o INCE foi transformado em Instituto Nacional
de Cinema (INC), e foi perdendo no decorrer do tempo o caráter educativo, foi
criado então o Departamento de Filme Educativo (DFE), veiculado ao INC que
mais tarde foi fundido com a Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme),
criando se o Departamento de Filme Cultural (DFC), desempenhando as
mesmas funções.
4. METODOLOGIA
4.1 Método
Esta pesquisa teórica, com uma abordagem qualitativa baseia-se na
análise de alguns filmes. Os materiais de pesquisa e análise adotados foram
filmes com teor científico, artigos científicos, livros e reportagens. A
metodologia empregada se baseia numa análise crítica de alguns fenômenos e
acontecimentos científicos presentes numa lista de filmes pré-definidos.
4.2 Procedimentos
A lista de filmes escolhidas seguiu dois critérios básicos: bilheteria e
conteúdo científico. O primeiro critério se deve ao fato de um filme de grande
bilheteria ter alcançado um grande sucesso, e conseqüentemente um grande
numero de expectadores, com isso o filme se tornou um divulgador de
conhecimento, o outro critério vale para os filmes que não tiveram posições de
destaque na lista das produções mais vistas, contudo tiveram uma abordagem
em que tanto a ciência serviu como plano de fundo, como também serviu como
instrumento para dar vida ao imaginário dos seus respectivos produtores e
diretores. A lista de filmes escolhida segue – se abaixo:
1. Anjos e demônios (Angels and Demons, EUA, 2009)
2. Avatar (Avatar, EUA, 2009)
3. Batman cavaleiro das trevas (The Dark Knigth,EUA,2008)
4. Cinco dias para a morte (5ive Days to Midnight,EUA,2004)
5. Homem de Ferro 2( Iron Man 2,EUA,2010)
13
6. O Quarteto Fantástico (Fantastic Four,EUA,2005)
7. Star Trek(Star Trek,EUA,2009)
5. RESULTADO E DISCUSSÃO
Abaixo segue a análise feita nos filmes baseando-se em princípios
físicos, ou tendo a Física como temática secundária.
1. Anjos e demônios (Angels and Demons, EUA, 2009)
Nessa ficção tem se como pano de fundo o uso da Antimatéria. A
Antimatéria faz parte do estudo da Física de partículas dentro da Física
Quântica. Ela é o oposto da matéria e durante muito tempo foi considerada
uma teoria, até que em 1928 um físico inglês chamado Paul A. M. Dirac revisou
a fórmula (1) clássica de Einstein:
E = m.c 2
(1)
Considerando que a massa ‘m’ poderia ter propriedades tanto negativas
quanto positivas chegando à equação (2):
E = ± m.c 2
(2)
De acordo com algumas teorias, a Antimatéria quando entra em contato
com a matéria geraria uma das mais poderosas energias do mundo, contudo
há falta dessas partículas no universo, não existindo naturalmente, embora em
1977 cientistas acreditem que um depósito possa existir próximo da galáxia.
Para a produção de antimatéria existe a tecnologia dos aceleradores de
partículas que conseguem produzir artificialmente a antimatéria, contudo em
valores bastante inexpressivos ainda5.
De acordo com o livro Anjos de Demônios que inspirou o filme, o
equivalente a um quarto de grama de antimatéria seria a energia necessária
para destruir totalmente o Vaticano, contudo segundo o CERN a quantidade de
5
Fonte: www.nature.com/news/2010/101117/full/468355a.html
Fonte: www.ciencia.hsw.uol.com.br/antimateria1.html
14
antimatéria produzida seria em torno de 10 7 antiprótons por segundo no
acelerador
de
partículas,
um
grama
de
antiprótons
equivale
a,
aproximadamente 2 bilhões de anos, ou seja para se criar uma bomba com um
quarto de antimatéria, o tempo giraria em torno de 500 milhões de anos6.
Recentemente foi publicado no site da revista científica Nature uma
matéria que em que a Antimatéria foi armazenada em laboratório pela primeira
vez. Cientistas do experimento Alpha do CERN conseguiram capturar pela
primeira vez 38 átomos de anti-hidrogênio, o material foi armazenado por 170
milissegundos7.
2. Avatar (Avatar, EUA, 2009)
A superprodução Avatar foi um filme revolucionário que uniu efeitos
visuais, tecnologia em 3-D com a captação dos movimentos de atores
transformados em versões digitais. Foi indicado para nove categorias na
premiação do Oscar 2010. O filme trás um debate acerca de sustentabilidade e
a interação entre o homem e a natureza. Muitas leis da Física aplicadas na
Terra não teriam valor em um mundo diferente, contudo baseado em algumas
características que o filme descreve de Pandora, pode se fazer uma
comparação e uma dedução para explicar os possíveis fenômenos ocorridos
nesta lua do fictício planeta gasoso gigante chamado Polifermo. A gravidade de
Pandora é 80% a da Terra, a densidade atmosférica 20% superior e a pressão
no nível do mar é 10% menor. Isso gera mudanças como, por exemplo, no vôo
dos pássaros que para voarem fazem menos esforço em comparação com a
atmosfera terrestre devido o aumento da densidade do ar que fornece um
impulso adicional para as aves.
Outro fenômeno interessante que ocorre em Avatar são as Montanhas
Aleluia, formações rochosas que flutuam uma explicação física para tal
fenômeno seria o fato delas se localizarem numa área chamada de ‘fluxo de
vortex’, que seriam os pólos magnéticos aonde as linhas de campo seriam
mais fortes, e como estas rochas são formadas pelo minério fictício chamado
6
Fonte: www.brasilescola.com/fisica/bomba-antimateria.htm
7
Fonte: www.nature.com
15
unobtanium sofreriam com o Efeito Meissner que diz que um supercondutor
abaixo da temperatura critica adquiriria propriedades diamagnéticas fazendo
com que os campos se repilam levitando as ilhas8.
3. Batman cavaleiro das trevas (The Dark Knight, EUA, 2008).
Analisando do ponto de vista cientifico, tem se algumas incoerências ao
ponto de desconsiderar as Leis Básicas da Física. Um exemplo é o Batmóvel e
a Batmoto que podem acelerar de 0 a 100 km/h em 5 segundos e fazer curvas
a uma velocidade de 160 km/h. Para realizar uma curva com a velocidade tão
alta seria necessária uma força de atrito muito grande para mantê-lo na
trajetória levando-se em conta que as curvas são feitas em ruas com ângulo de
90°. Com tal velocidade a inércia iria fazer com que o carro fosse lançado
tangencialmente provocando acidentes graves.
4. Cinco dias para a morte (5ive Days to Midnight,EUA,2004)
Esta ficção tem como protagonista um professor de Física, que se
depara com uma maleta vinda do futuro, que contém um dossiê acerca do seu
assassinato. A explicação para este fato seria uma possível viagem ao tempo.
O filme especula que possa ter sido a filha do professor que enviou esta maleta
a fim de alertar e salvar a vida de seu pai. Não existe consenso entre os físicos
quanto à possibilidade de viagem ao tempo.
Através da Relatividade Restrita entende-se que para se viajar através
do tempo seria necessário acelerar o corpo em questão próximo a velocidade
da luz durante um bom tempo para que sofra os efeitos relativísticos da
contração espaço – tempo, embora teoricamente isso seja exemplificado
através do Paradoxo dos Gêmeos, contudo na prática ainda isto não é viável.
5. Homem de Ferro 2( Iron Man 2,EUA,2010)
O Homem de Ferro assim como o Batman também é humano, não
possuindo super poderes, porém possui uma grande fortuna e conhecimento
científico que juntos
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são aplicados no desenvolvimento de novas tecnologias
Fonte: www.wiphysics.es/2010/01/la-fisica-de-avatar
16
super avançadas. O nome do Homem de Ferro é Tony Stark, um engenheiro
elétrico graduado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Ele
possui uma vestimenta de ferro que permite fazer com que ele voe a
velocidades espantosas, e com uma força sobrehumana.
No Homem de Ferro 2, Tony Stark precisa construir um acelerador de
partículas gigante para chegar a uma nova forma de alimentação do reator que
se encontra no seu peito fazendo seu coração funcionar. Para que isso se
torne real, os produtores do filme encontraram peritos científicos que tinham a
missão de construir um acelerador de partículas o mais próximo do real
possível. E para isso acionou a NAS que liga especialistas em entretenimento,
com especialistas em ciência e engenharia. Um físico teórico Instituto de
Tecnologia da Califórnia (ITC) serviu como consultor técnico para o filme.
O filme conseguiu trazer um acelerador de partículas que de fato se
parecesse com o real, mas de uma forma mais simplificada para as pessoas
leigas. Segundo o diretor do Science and Entertainment Exchanged Jennife
Ouellete superficialmente Hollywood e a ciência parecem ser mundos
radicalmente diferentes, contudo, a ciência traz novas idéias para a mesa como
alimento criativo. Hollywood traz a ciência (e cientistas) a vida real de uma
forma que captura a imaginação do público em geral9.
6. O quarteto Fantástico (Fantastic Four, EUA, 2005)
O Quarteto Fantástico é um filme de ficção que possui quatro
personagens que foram expostos a doses letais de radiação cósmica, contudo
contrariando o previsível e óbvio sobreviveram, contudo tiverem seqüelas
serias que se manifestaram através de poderes especiais. O primeiro
personagem a ser analisado é o Tocha Humana que combina a habilidade de
voar expelindo supostamente os gases de alta velocidade nas direções
apropriadas, ele também pode gerar energia e tem a incrível capacidade de
incandescer, ou seja, sua estrutura não se desfaz diante de temperaturas
altíssimas .
9
Fonte: www.physorg.com
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Os poderes da Tocha Humana são inviáveis na vida real, pois o ser
humano não tem capacidade gerar energia nas escalas que ele produz, não
consegue voar, e diante de uma temperatura tão alta em seu corpo teria toda a
água vaporizada, e sua estrutura seria destruída pelo calor. O segundo
personagem a ser analisado é a Mulher Invisível, ela tem a capacidade de
gerar campos de força, e de ficar invisível e também tornar objetos invisíveis. A
geração de campos de força pelos corpos humanos não é real do ponto de
vista físico, contudo a invisibilidade é tema de estudos através dos
Metamateriais, ou através do chamado Ray-tracing, ou renderização de raios
de luz. Artigo publicado na Revista Science de 2007.
7. Star Trek(Star Trek,EUA,2009)
Star Trek é uma franquia de filmes, serie televisiva e jogos que teve um
dos maiores sucessos do mundo. Abordando temas como a astronáutica,
astronomia, racismo, religião dentre tantos outros se tornou um ícone da ficção
cientifica. Star Trek foi tema de um livro de titulo: A Física de Jornada nas
Estrelas do físico renonamo Lawrence M. Krauss publicado pela Makron
Books, 1997. Nesse livro os erros e acertos científicos são abordados. Os
temas levantados por ele são: o tele transporte, diferença entre Buraco de
Minhoca de um Buraco Negro, o conceito de antimatéria, viagem no tempo.
O tele transporte é restrito ainda na ficção científica, envolve a
desmaterialização de um objeto em um ponto e o envio de configurações
atômicas deste objeto para outra localidade onde será reconstruído, estudos
giram em torno do tele transporte quântico, mas quanto ao tele transporte de
um volume maior de matéria ainda é ciência especulativa. Buraco Negro é um
corpo dotado de uma gravidade tão grande que nem mesmo a luz consegue
escapar dele, Buraco de Minhoca é extremamente semelhante ao Buraco
Negro, ambos distorcem a matéria a sua volta da mesma maneira distorcendo
o espaço-tempo ao seu redor. Duas possíveis diferenças para distingui-los
seria a chamada Radiação de Hawking, uma emissão de partículas e luz que
somente se originaria nos buracos negros, outra diferença seria que o Buraco
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de Minhoca não possui horizonte de eventos, a fronteira além da qual nada
consegue escapar de um buraco negro10.
6. CONCLUSÃO
Este trabalho foi realizado de uma forma a trazer a atenção para algo
bastante atual, o cinema sobrevive mesmo com o advento da internet como um
grande formador de opiniões. O confronto com a ficção científica e a Física traz
uma possibilidade de desenvolver o conhecimento científico, sendo essa uma
das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais para as Ciências
Naturais (PCN). A educação científica é parte fundamental da formação do
cidadão contemporâneo e vem ganhando notoriedade nas atividades baseadas
na relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Conhecer a história
do cinema e todo o contexto que contribuiu para que os EUA se tornassem
uma potência cultural através de Hollywood é importante para todos aqueles
que queiram aplicar o conhecimento vindo do cinema em suas atividades
pedagógicas e sociais.
Conclui – se que embora a ficção a cada dia se aproxime da realidade,
os filmes não podem ser considerados uma fonte segura de conhecimento.
Embora seja uma excelente ferramenta de divulgação do saber científico, não
há fontes confiáveis em todos os filmes analisados, e nem nos demais
disponíveis no mercado, cabe a cada pessoa ter a maturidade e o
discernimento para diferenciar o que é válido e o que não passa meramente de
ciência especulativa.
10
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br
Fonte: www.fisica.net
19
7. REFERÊNCIAS
ALMANAQUE Abril: 1998. São Paulo: Abril, 1998
BRASIL. Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil.
São Paulo: Atlas, 1988. 180p. Capítulo 2, Título III, Artigo 23, Parágrafo 5.
CARVALHAL, F. C. de A. Instituto Nacional de cinema educativo: da história
escrita a história contada- Um novo olhar, 2009.
CHASSOT, Attico. Alfabetização científica: Uma possibilidade para a inclusão
social. Revista Brasileira de Educação nº 21, set./dez. 2002, seção
Documentos, p. 157-158.
CHAVES, A. SHELLARD, R. C. Física para o Brasil: pensando o futuro. O
desenvolvimento da Física e sua inserção na vida social e econômica do país.
Sociedade Brasileira de Física, Comissão da Física para o Brasil, 2005, 248
páginas.
HUNTINGTON, S. P. The Clash of Civilizations and the Remaking of the World
Order. London: Simon and Schuster, 1998.
MILLER, J. D. (1983). Scientific literacy: a conceptual and empirical review, In:
Daedalus, n.112, p. 29-48.
NOGUEIRA, L. P. O uso de filmes no ensino de Física. Centro de Tecnologia e
Ciências, Instituto de Física, UERJ, novembro, 2005.
OLIVEIRA, B. J.:Cinema e imaginário cientifico. História, (Ciências, Saúde –
Manguinhos, v.13(suplemento), p.133-50), outubro 2006
SUPPIA, A. L. P. de O. A divulgação cientifica contida nos filmes de ficção.
Revista Ciência e Cultura, vol.58 no 01, p.56-58. São Paulo Jan-mar. 2006
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A Física dos Filmes de Hollywood - Universidade Católica de Brasília