Apresentação O tema para o primeiro trimestre de 2006, não podia ser outro diferente do apresentado aqui: “EVANGELIZAÇÃO – A grande Tarefa da Igreja”, pois mesmo os crentes menos atentos às necessidades espirituais do mundo, podem perceber o caos que envolve o planeta, levando-o conseqüentemente ao fundo do abismo eterno, irremediavelmente. Neste momento, a evangelização é o único esforço que vale a pena como tentativa para salvar, se não todos, pelo menos aqueles que de bom grado receberem as “palavras de vida eterna”. A igreja é o grande “celeiro” abarrotado de toda sorte de bênçãos espirituais, cujas portas precisam ser escancaradas, para que alimento seja dado fartamente aos famintos do evangelho da paz. Acreditamos que esta é a última hora, quando o povo de Deus deve se levantar com todo o empenho da alma, para realizar a tarefa da sua vida: Evangelização. Portanto, deve enxugar as tarefas internas e mobilizar todos os crentes, no sentido de cumprir o “Ide” de Jesus. Esperamos em Deus, que estas lições inquietem a todos, começando pela liderança a maior responsável pelo rumo tomado pela igreja, que a deixou inerte. Creio numa reação conjunta, no sentido de obedecer cabalmente a voz do Senhor: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Kleber Paulo Santana Ministro de Educação Cristã EVANGELIZAÇÃO: A GRANDE TAREFA DA IGREJA “Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10.15b) Sumário LIÇÃO 01 - Compreendendo a tarefa da evangelização LIÇÃO 02 - A necessidade da evangelização LIÇÃO 03 - Os benefícios da evangelização LIÇÃO 04 - Empecilhos à evangelização LIÇÃO 05 - Fatores motivadores da evangelização LIÇÃO 06 - O Espírito Santo e a evangelização LIÇÃO 07 - O campo de evangelização LIÇÃO 08 - Os grupos familiares e a evangelização LIÇÃO 09 - Missões, doação total na evangelização LIÇÃO 10 - O discipulado e a evangelização LIÇÃO 11 - Métodos de evangelização LIÇÃO 12 - Estratégias de evangelização LIÇÃO 13 - Resumo das 12 lições (Recapitulação) COMENTÁRIO Marisol A. de Castro Carvalho (Profess. Pré-adolescentes) Arnaldo Ribeiro Dias Filho (Coord. Grupo de Casais) Kleber Paulo Santana (Ministro de Educação Cristã) Ana Lúcia de Souza Almeida (Ministra de Música) Eliude Fernandes Silva Félix (Coord. EBD) Marcelo Ruas de Sousa (Coord. ELAD) Elaine José Alves (Coord. de Artes) Nilton Félix Batista (Coord. EBD) EDITORAÇÃO Kleber Paulo Santana SUPERVISÃO Natanael Nogueira de Sousa Pastor Presidente BÍBLIA (Edição Revista e Corrigida) Direitos autorais reservados à Igreja Assembléia de Deus do Setor Oeste do Gama - Área Especial 2/4 - DF Compreendendo a tarefa da evangelização Versículo Chave “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15) Lição 01 - 01 de janeiro de 2006 Objetivos da Lição • Destacar as várias fases históricas do evangelismo; • Mostrar textos bíblicos que justifiquem esta tarefa; Culto Familiar Segunda – (Mt 4.17) – Pregando arrependimento Terça – (Lc 4.18) – Pregando aos pobres Quarta – (Lc 9.2) – Pregando o Reino de Deus Quinta – (At 10.42) – Pregando Jesus Sexta – (1Co 1.17) – Pregando com sabedoria Sábado – (Mt 28.18-20) – Pregando a todo o mundo SUGESTÃO DE HINOS - 018 - 127 - 394 (Harpa Cristã) Mateus 28.18-20 18 - E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. 19 - Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 - ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! Revista de Estudo Crescimento Bíblico 4 INTRODUÇÃO A evangelização local e mundial é a tarefa mais importante que o Senhor nos deu. A Igreja não pode ignorá-la e nem ser omissa quanto ao seu cumprimento cabal. O esforço em compreendê-la, nos levará a tomar decisão mais séria. Não devemos apenas falar de evangelismo, é necessário agir, sem restrição, sem vacilar, agora e sempre. As lições deste trimestre têm a finalidade de despertar o povo de Deus para esta grande tarefa. Nesta primeira lição veremos o poder, as evidências e a necessidade de obedecer incondicionalmente à ordem de “pregar o evangelho a toda criatura”. I – O PODER DE DEUS DEMONSTRADO NA EVANGELIZAÇÃO EM TODOS OS TEMPOS “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra...” (Mt 28.18) - Evangelização é sinônimo de poder. Significa travar uma ferrenha guerra espiritual contra o império das trevas. É inconcebível fazer evangelismo sem poder do alto. Podemos constatar esta verdade observando os fatos: 1. Nos dias de Jesus na terra – “O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas...” (Is 61.1) - O tempo do Senhor na terra foi preenchido com grande empenho em mostrar aos pecadores o caminho da salvação. Os seus discípulos testemunharam “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38). Antes de nos ordenar a ganhar almas, nos deu o exemplo: “E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim” (Mc 1.38). 2. Na época dos apóstolos – “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31) – Que a evangelização só é efetivada com muito poder espiritual pode ser exemplificado no ato dos apóstolos. Logo que foram revestidos de poder, saíram por toda parte pregando a Palavra de Deus. Pedro e João diante da porta do templo deram demonstração do poder que Deus disponibilizou à Sua Igreja para ganhar almas. Eles não tinham dinheiro, mas tinham poder do alto para resolver tudo que o dinheiro não pode resolver. É impossível ignorar o que o Espírito Santo fazia por meio destes homens. Vejamos alguns exemplos: Filipe (At 8.13), Paulo (At. 19.11), Pedro (At Revista de Estudo Crescimento Bíblico 5 9.40) e todos os apóstolos (At 2.43). 3. Na história da Igreja – “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!” (Mc 16.20) – A história registra muitos milagres, realizados por meio dos servos de Deus, desde o primeiro século da era cristã até aos nossos dias. As igrejas Assembléia de Deus, Batista, Menonita, Presbiteriana, e outras mais trazem nos seus registros, muitos fatos miraculosos. Somos testemunhas do que o Senhor tem feito em nossos dias. Qualquer cristão verdadeiro pode testificar milagres em sua vida e na vida dos seus familiares. São incontestáveis os sinais presentes na vida dos cristãos em nossos dias. II – AS EVIDÊNCIAS NA EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL “... Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo...” (Mt 28.19). A evangelização deve funcionar como uma corrente contínua. A situação hoje seria outra, se muitas igrejas não tivessem quebrado esta corrente, negligenciando o mandamento do Senhor. No entanto, muitos levaram a sério esta obra como veremos a seguir: 1. A Igreja Primitiva – “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas” (At 2.41) – Pedro, após receber o poder do alto, pregou o seu primeiro sermão, conquistando quase três mil almas para Jesus (At 2.22-41). Filipe “arrasou” a cidade de Samaria com uma poderosa pregação do evangelho (At 8.5-8). Paulo, da mesma forma, levou o evangelho desde Jerusalém até o coração do Império Romano, com a ajuda do Senhor: “E disse o Senhor, em visão, a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales” (At 18.9). Você pode ouvir esta palavra do Senhor, te ordenando pregar, meu irmão? 2. A Igreja na Idade Média – “... sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18) – A consagração de Gregório I como o bispo de Roma constitui um marco que divide o período antigo da história da Igreja do período medieval. A história mostra como a igreja católica se apostatou, surgindo a necessidade de uma reforma religiosa. Neste período Deus levantou grandes pregadores que disseminaram a fé nas Escrituras Sagradas, já há muito abandonada pelo catolicismo. Alguns exemplos são: João Wycliffe, João Huss, Savonarola, Martinho Lutero, etc. Mesmo em meio a tanta conturbação, o evangelho prosperou. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 6 3. A Igreja depois da Reforma até os nossos dias – “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mt 24.14) – Logo após a reforma, grupos distintos começaram a se levantar. Igrejas iam sendo formadas. O Senhor começou a levantar pregadores em grande potencial, países inteiros, ouviram a pregação do evangelho e almas, em grandes proporções, se converteram ao Senhor Jesus. Isto perdura até aos nossos dias. Alguns exemplos de avivalistas são: Jonathan Edwards, George Whitefield, Samuel Davies, John Wesley, Charles H. Spurgeon, Billy Graham, etc. São evidências de que o evangelho nunca cessou de ser pregado. Ele é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crer. III – A OBEDIÊNCIA NA EVANGELIZAÇÃO ATÉ A CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS “... ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.20). 1. É a maior tarefa da Igreja a ser cumprida – “E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho” (At 16.10) – João Batista começou sua obra com a pregação do evangelho (Mc 1.4), Jesus Cristo também (Mc 1.14). Logo em seguida ao derramamento do Espírito Santo os apóstolos e demais cristãos começaram a pregar o evangelho e não se ocuparam tanto com outras coisas como com a evangelização. Ou seja, se aplicaram à tarefa mais importante de suas carreiras como servos do Senhor (Conf. Cap. 2 a 8.4). Hoje, muitos estão ensinando que o mundo já está evangelizado e que o mais importante é o louvor e a adoração. E então ficamos presos dentro de quatro paredes, no conforto do nosso indiferentismo. Como o mundo está evangelizado se mais de quatro bilhões de pessoas estão morrendo sem Jesus? E porque não louvamos e adoramos ao Senhor com o nosso trabalho de evangelização? Se não mudarmos logo a nossa atitude, teremos de ouvir do Senhor: “Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mc 7.6). 2. É a grande esperança do mundo a ser salvo – “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17) – Sabemos que existem muitas alternativas para os “gemidos” do mundo. São paliativos que conseguem minimizar os sofrimentos. No entanto, só a igreja tem o remédio Revista de Estudo Crescimento Bíblico 7 para o pecado na alma humana e o meio dos homens escaparem do juízo final. Ouçamos o clamor dos pecadores: “Passa à Macedônia e ajudanos!” (At 16.9); “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” (At. 16.30); “... ai de mim, que vou perecendo!...” (Is 6.5); “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos” (Jr 8.20). Eis a resposta ao clamor do mundo: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.31); “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13); “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...” (Rm 1.16); “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo...” (Mc 16.15,16). 3. É a única justificativa para recebermos tanto poder – “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo... e ser-me-eis testemunhas...” (At 1.8) – Nada pode ser mais venenoso para o homem do que a ostentação. Esta atitude é a melhor maneira que temos de ofender a Deus. O texto diz claramente que Ele nos revestiu de poder para testemunhar. Ou seja, pregar o evangelho mesmo que para isto tenhamos de enfrentar a morte. Todas as demais coisas que praticamos, devem fazer parte do culto a Deus, mas não podem servir de pretexto para negligenciar a evangelização e muito menos usarmos dons e talentos para nossa ostentação. Deus nos guarde bem no Seu amor. CONCLUSÃO Esta lição tem um só objetivo: Despertar-nos para a grande tarefa da evangelização. Uma só é a nossa obrigação: Ganhar almas para o Senhor e “lotar a sala de convidados”. Não podemos negligenciar a Palavra do Senhor; não podemos negligenciar a “visão celestial”; não podemos negligenciar a ordem suprema do “Ide” de Jesus Cristo. Para reflexão: • Você tem demonstrado poder de Deus em tua vida evangelistica? • Que tipo de evidência em sua vida demonstra que você é um evangelista? • Para você qual é a maior tarefa da igreja a ser cumprida? Questionário para avaliação e debate: 1. De acordo com Atos 10.38, com que poder Jesus curava os oprimidos? 2. De acordo com Romanos 1.16,17, o que é o evangelho? 3. De acordo com Atos 1.8, o que é ser testemunha de Jesus? A necessidade de evangelização Versículo Chave “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração...” (Lucas 4.18) Lição 02 - 08 de janeiro de 2006 Objetivos da Lição • Ensinar que o crescimento da igreja depende da evangelização; • Mostrar a situação do mundo contemporâneo e a necessidade de evangelização urgente; • Mostrar exemplos bíblicos de evangelização local e até aos “confins da terra” Culto Familiar Segunda – (Mc 16.15) – É uma ordem do Senhor Terça – (Jo 4.1-19) – Existem muitas almas perdidas Quarta – (Jo 4.35) – Os campos já estão brancos para a ceifa Quinta – (At 9.36-40) – Muitos estão mortos Sexta - (Rm 3.23) – Todos estão destituídos da glória de Deus Sábado – (Lc 4.17-21) – O evangelho trás libertação SUGESTÃO DE HINOS - 073 - 212 - 440 (Harpa Cristã) Lucas 4.17-21 17 - E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: 18 - O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19 - a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 9 20 - E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. 21 - Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos. INTRODUÇÃO D esde a antiguidade, no Velho Testamento, as raízes do evangelismo estão presentes, mas é na pessoa de Jesus Cristo que culmina o propósito evangelístico do plano redentor de Deus. Em toda a vida ministerial de Jesus, a pregação das Boas Novas do Reino de Deus teve papel fundamental e, em suas palavras resumia bem a real necessidade da evangelização. Dizia: “O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15). Vejamos esta necessidade: I – A IGNORÂNCIA DO POVO SEM DEUS Está em foco, no texto da presente lição, a condição em que se encontravam os ouvintes da palavra de Deus na época de Cristo. Esta condição não é diferente nos tempos atuais. 1. Eles tinham as sinagogas “... entrou num sábado na sinagoga, segundo o seu costume.” (v.16) - Era costume dos judeus que, ao chegarem à idade de cinco anos, as crianças podiam assistir aos cultos nas sinagogas e com a idade de treze anos, a lei os obrigava a isso. Como de costume, grande número de pessoas assistia a essas reuniões de ensino da palavra de Deus, mas ainda assim, fez-se necessário que Jesus pregasse pelas ruas e praças a um povo carente e sedento de Deus. Hoje, temos igrejas abarrotadas de pessoas e a necessidade da evangelização cresce a cada dia. Milhões estão fora dos templos sem o menor conhecimento da era presente da salvação. 2. Eles tinham a Lei “... num sábado...” - Todos naquele contexto estavam sob a lei, inclusive o Senhor Jesus, (Gl 4.4), que também guardava a lei, assim como orientava a seus discípulos que a observassem (Mt 23.3). Era costume ler, nas reuniões dos sábados nas sinagogas, dois textos bíblicos: Um trecho do Pentateuco, e outro trecho dos profetas. Os ouvintes eram, então, instruídos a respeito do que se lera. Nenhum judeu poderia alegar, portanto, desconhecimento a respeito de Deus e da lei de Moisés. Porém em João 17, Jesus deixa bem claro em sua oração ao Pai, que veio a terra com a missão de revelar Deus e a sua vontade ao homem. Isso foi cumprido Revista de Estudo Crescimento Bíblico 10 exatamente no meio dos judeus, a despeito de todo conhecimento de Deus já revelado anteriormente. Hoje, além das muitas igrejas existentes, Bíblias são publicadas e até distribuídas gratuitamente (a lei de Deus), e ainda assim continua a necessidade de se revelar Deus ao mundo. II – O INÍCIO DE UMA NOVA MISSÃO “O Espírito do senhor é sobre mim, pois me ungiu para...” (v. 18) Jesus, quando criança, estudara a palavra de Deus e esta se tornou parte de sua vida. Naquele dia, em Nazaré, tomou o exemplar das Escrituras que costumava ler na sinagoga, e revelou sua missão e identidade ao ler a própria passagem que tinha cumprimento n’Ele perante os olhos de todo o povo. Eis a sua missão: 1. Evangelizar “... pois me ungiu para evangelizar os pobres...” (v.18) - Este é o ofício primeiro com que o Espírito Santo habilitou Jesus para seu ministério. Uma das marcas mais notáveis em sua obra, em contraste com qualquer outra obra realizada no mundo, foi a de evangelizar “a toda a criatura”, sem fazer qualquer acepção de pessoa. Confrontou autoridades religiosas, trouxe para perto de si tanto rudes pescadores como conceituados funcionários públicos, andou com ricos e pobres. Mas seu ministério foi marcado pelo seu envolvimento com a escória da sociedade, pregando para estes, um reino de tesouros inefáveis. E, para esta missão, aparentemente pouco atrativa, recebeu a unção do Espírito Santo. 2. Libertar “... a apregoar liberdade aos cativos...” (v. 18) - Ao voltar do deserto, Jesus iniciou sua investida contra o reino de Satanás (Mt 4.23), pois o reino de Deus não pode estabelecer-se sem confronto com o reino infernal. O poder de Jesus sobre Satanás fica claramente demonstrado na expulsão de demônios, dando assim liberdade aos aprisionados. Enquanto o diabo dominava os pensamentos, escravizava a vontade e afligia a alma humana, Jesus os libertava proclamando o evangelho. Sua alma se compadecia todas as vezes que se deparava com o sofrimento imposto aos homens pela força do mal e a todos libertava. Ele é o verdadeiro emancipador, rompendo o poder das trevas sobre a vida dos homens. 3. Iluminar “... dar vista aos cegos...” (v.18) - Esta era uma obra que atingia tanto a esfera física quanto a esfera espiritual. Faz bem notar que Cristo abriu os olhos físicos do cego de nascença, como também abriu seus olhos espirituais (Jo 9.6,7). Quando Cristo se identificou como Luz do mundo enquanto estava no mundo (Jo 9.5), falava dessa dupla missão. Agora, que não mais está no mundo, este bastão foi entregue à sua igreja que, na terra, é a luz do mundo (Mt 5.14), e tem o poder de dar vista aos cegos, tanto físicos como espirituais, sob a unção e poder do Espírito Santo. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 11 III – O CUMPRIMENTO DA PROFECIA BÍBLICA As promessas de profetas como Isaías estão presentes em todo o Velho Testamento e, agora, se cumprem na pessoa de Jesus. Os judeus esperavam a chegada do reino messiânico, porém, não sabiam que o ungido de quem o profeta falara, estava presente ali, diante dos seus olhos, para cumprir sua missão. 1. Jesus aplicou a Escritura a si mesmo “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.” (v. 21) - O humilde servente de Nazaré, o carpinteiro de uma pequena vila, é o MESSIAS. Ao ler o texto, aplicou o cumprimento das Escrituras a si mesmo dizendo: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”. Quando João Batista questionou sobre a identidade de Jesus como o Messias, em sua resposta Jesus evidenciou o seu ofício segundo a mensagem de Isaías. Ele disse: “Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e aos pobres anuncia-se o evangelho.” (Lc 7.22). 2. Jesus afirmou que o tempo de salvação se chama “hoje” Sem dúvida, sua declaração foi muito ousada, mas Jesus afirmava que a nova dispensação da graça de Deus já estava entre eles. Essa declaração, certamente, inaugurou um novo período da relação Deus/ Homem. Toda aquela congregação de judeus julgava que a salvação prometida na pessoa do Messias viria de algum lugar do futuro, mas diante deles estava alguém afirmando que o que eles esperavam para uma era distante tinha acabado de se tornar uma realidade presente. A necessidade da evangelização será sempre uma realidade presente até que a missão de Jesus Cristo, iniciada em Nazaré, seja concluída em todo o mundo, porque o Dia da Salvação se chama hoje. CONCLUSÃO Jesus foi ungido, dirigido e potencializado pelo Espírito Santo, o que, naturalmente, é a força motora do tremendo desenvolvimento que Ele experimentou como homem. O grande plano de Deus foi cumprido na pessoa de seu Filho Jesus, que deu início a uma obra ainda não concluída sobre a face da terra. Iniciando essa obra, transferiu todos os subsídios necessários aos seus liderados e disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Esta missão não foi dada aos anjos, mesmo que a tenham desejado ardentemente. Este é um privilégio exclusivo da verdadeira igreja de Cristo que recebeu a mesma unção para evangelizar os pobres, apregoar liberdade aos cativos e dar vista aos cegos. A salvação chegou. O Messias a trouxe, e, esta, precisa percorrer a face da terra. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 12 Para reflexão: • O que você tem feito para ajudar a amenizar a necessidade da evangelização? • Você tem vivido como a luz do mundo, em termos de evangelização? • O texto: “aos pobres anuncia-se o evangelho” é uma verdade em tua vida? Questionário para avaliação e debate: 1. Em termos de evangelização, o que significa para você Marcos 1.15? 2. Quais as cinco coisas que Jesus veio fazer de acordo com Lucas 4.18,19? 3. Qual período abrange o “ano aceitável do Senhor”? SOBRE A TAREFA DA EVANGELIZAÇÃO 1. Só há uma maneira de combatermos o crescimento das seitas: - “Chegando antes delas”. 2. No período apostólico, não havia avião, televisão, rádio, Internet ou quaisquer meios modernos e rápidos de comunicação: - No entanto: “...a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.”(Atos 5.14). 3. Na situação atual da igreja estamos esperando que o pecador venha aos cultos de domingo a noite, para então, Deus de uma maneira miraculosa, o tocar convertendo-o: - Jesus disse: “Ide e pregai”. 4. Qual era o segredo da igreja primitiva para tanto sucesso em ganhar almas? - Atos 1.8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vos; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria,e até aos confins da terra”. 5. Qual o segredo de Jesus como evangelista? - Chorava pela multidão – (Lc 19.41,42); - Se afligia por elas – (Lc 22.44); - Ia ao encontro delas – (Mc 1.38,39). 6. O que devemos fazer? - O mesmo que fez Filipe: “Levanta-te”. Levantou-se e foi (At 8.26,27); - O mesmo que fez Paulo: “Levanta-te”. Levantou-se e foi (At 9.6;8); - O mesmo que fez Ananias: “Levanta-te”. Levantou-se e foi (At 9.10,11;17). Continua na pág. 23 Os benefícios da evangelização Versículo Chave “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns” (Atos 4.32) Lição 03 - 15 de janeiro de 2006 Objetivos da Lição • Mostrar nas Escrituras algumas destas vantagens; • Ensinar que o Espírito Santo atua com maior intensidade em igrejas evangelísticas; • Destacar que a evangelização trás conseqüente alegria e galardão. Culto Familiar Segunda – (At 4.33) – Evangelização trás poder Terça – (At 5.14) – Evangelização trás crescimento Quarta – (At 8.8) – Evangelização trás alegria Quinta – (Rm 1.16,17) – Evangelização trás salvação Sexta – (Ap 22.12) – Evangelização trás galardão Sábado – (At 4.24-33) – Evangelização trás milagres SUGESTÃO DE HINOS - 025 - 225 - 507 (Harpa Cristã) ATOS 4.24-37 24 - E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus e disseram: Senhor, tu és o que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e tudo o que neles há; 25 - que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram as gentes, e os povos pensaram coisas vãs? 26 - Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 14 27 - Porque, verdadeiramente, contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel, 28 - para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. 29 - Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra, 30 - enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus. 31 - E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. 32 - E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. 33 - E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. 34 - Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos. 35 - E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. 36 - Então, José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, 37 - possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos. INTRODUÇÃO S omente através da evangelização há esperança para os povos. As instituições públicas, formas de governo ou Ongs não podem beneficiar o homem na sua totalidade. A economia transforma o mendigo exteriormente, mas não interiormente. O evangelho é a única força capaz de propiciar cura miraculosa, promover unidade, extirpar o egoísmo e encher de graça o coração do pecador. Na lição de hoje, veremos os benefícios que decorrem da evangelização. I - A EVANGELIZAÇÃO PROPICIA CURA ÀQUELES QUE CRÊEM “Enquanto estendes a mão para curar” (v 30a). A Bíblia nos fala de inúmeras pessoas que ao serem evangelizadas foram curadas de suas Revista de Estudo Crescimento Bíblico 15 enfermidades. A evangelização é a esperança para o homem doente, seja do corpo, seja da alma. 1. A cura do corpo - Era comum pessoas serem curadas de doenças físicas durante a evangelização. Até porque desta maneira o Senhor confirmava a palavra (Mc 16.20). Deus é o criador do homem. Ele sabe onde precisa ser tocado a fim de proporcionar saúde corporal. Jesus curou paralíticos, cegos, surdos, etc. Não há enfermidade que Deus não cure. A cura física é apenas um benefício dentre os inúmeros que Deus pode conceder ao homem. Mateus 4.23-24 assim diz: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava.” 2. A cura da alma - Além da cura física, outro benefício decorrente da evangelização é a cura da alma. Deus tem o poder de tocar no homem não apenas por fora, mas também por dentro. Milhares de pessoas se aproximaram de Jesus deprimidas, complexadas, amarguradas, traumatizadas e foram alcançadas e curadas por ele durante a pregação do evangelho. Jesus disse: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18-19). II - A EVANGELIZAÇÃO EXTIRPA O EGOISMO DAQUELES QUE CRÊEM “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns” (v 32). Alem de promover unidade, a evangelização dissipa o egoísmo. A palavra pregada, quando crida, leva os homens a enxergarem para alem de si mesmos. De acordo com o texto três coisas ocorreram na vida daqueles que creram após serem evangelizados: 1. A vida passou a ter unidade de propósito - “Porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido”. Não foi somente um, mas todos. Aqueles que possuíam herdades compartilhavam suas posses para suprir as necessidades dos irmãos. Quando o texto diz que era um só o coração dos discípulos significa dizer que eles tinham o mesmo ideal, não atentando somente para o que era Revista de Estudo Crescimento Bíblico 16 propriamente seu, mas cada qual também para o que era dos outros (Fp 2.4), por isso eles eram chamados de cristãos (At 11.26). Vender propriedades, dividindo seu preço com os necessitados de modo que não houvesse falta alguma era prática comum. Uma vez alcançados pela evangelização nos tornamos solidários, e quando revestidos de um mesmo propósito empregamos esforços e energia para suprir a falta alheia. 2. A vida individual deixou de ser prioridade - “E ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria...”. Egoísmo é o amor excessivo ao bem próprio, sem consideração para com os interesses alheios. É o emprego constante do pronome eu, em detrimento do pronome nós. O individualista é aquele que pensa que o mundo gira em torno de si. O egocêntrico não tem parte no reino de Deus pela quebra do segundo maior de todos os mandamentos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12. 31). A bíblia diz: “Ninguém busque o proveito próprio; antes, cada um, o que é de outrem” (1 Co 10. 24). 3. A vida em comunidade tornou-se necessidade - “...mas todas as coisas lhes eram comuns.” O sentimento comunitário diferentemente do sentimento egoísta importa-se com a coletividade. O egoísta diz: Se eu estiver bem, então tudo estará bem. O altruísta diz: Se o meu próximo estiver bem, então eu estarei bem. A vida em comum tornou-se a moeda forte durante a evangelização nos tempos da Igreja apostólica. Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). O amor praticado pelos primeiros cristãos soou como um testemunho vivo para os seus contemporâneos. O amor era demonstrado por meio da prática da vida comunitária. III - A EVANGELIZAÇÃO ENCHE DE GRAÇA AQUELES QUE CRÊEM “E em todos eles havia abundante graça” (verso 33b). Outro benefício decorrente da evangelização é a graça que recai sobre os que crêem. Em um mundo faminto por graça somente o evangelho pode preencher o vazio existencial das pessoas. Ela (a graça), está acessível a todos sem distinção de cor, raça ou classe social. Alem do que, ela é mais que suficiente. 1. A graça é abrangente - “E em todos eles.” Diz-nos as escrituras que para Deus não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos somos um em Cristo Jesus (Gl 3.28). Em se tratando de graça o acesso está inteiramente livre. E o melhor, é que a graça do evangelho não faz acepção de pessoas, prestigiando uns e outros Revista de Estudo Crescimento Bíblico 17 não. Jesus disse: “Se alguém tem sede, que venha a mim e beba” (Jo 7.37). A expressão “alguém” indica qualquer indivíduo. A graça abrange todos os que dela necessitarem. 2. A graça é mais que suficiente - “Havia abundante graça.” A bíblia diz que onde o pecado abundou, superabundou a graça (Rm 5.20). A graça não é somente acessível, mas também abundante. Ninguém precisa provar dela sem dela fartar-se. Ela é completa não apenas em termos de abrangência, mas também em termos de suficiência. Por sua vez o apóstolo Pedro assim diz: “Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18). Portanto, se quisermos, podemos mergulhar na graça, ir fundo na graça, beber da graça, saciarmos da graça. A graça é mais que suficiente. Jesus disse a Paulo: “A minha graça te basta” (2 Co 12.9). CONCLUSÃO Se todos os crentes se envolvessem com a grande tarefa da Igreja, um número maior de pessoas seriam alcançadas por meio da evangelização. Há muita gente faminta da graça de Deus, precisando de cura física e espiritual, desejosas de um tipo de comunhão que lance fora todo o egoísmo. Somos desafiados a participar desta tarefa de abençoar o mundo que hoje se encontra sem Deus. Para reflexão: • Você já parou para meditar: De quantas enfermidades da alma Jesus te curou? • Você tem disponibilizado teus bens para a obra da evangelização? • Você tem crescido na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo? Questionário para avaliação e debate: 1. Quais as bênçãos decorrentes da evangelização? 2. Por que a graça não é privilégio de poucos em detrimento de muitos? 3. Cite duas características da igreja primitiva que revela desprendimento e ausência de egoísmo. “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16) Empecilhos à evangelização Versículo Chave “Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Marcos 4.19) Lição 04 - 22 de janeiro de 2006 Objetivos da Lição • Mostrar na Bíblia alguns empecilhos à evangelização; • Destacar que as muitas atividades internas da igreja, são empecilhos à evangelização; • Mostrar outros empecilhos: Ociosidade, falta de divulgação, ausência das lideranças, etc. Culto Familiar Segunda – (Mt 20.6) - Ociosidade Terça – (At 26.19) - Desobediência Quarta – (Rm 10.16) - Incredulidade Quinta – (2Co 4.4) – Ação diabólica Sexta - (1Ts 2.16) – Religiosidade Sábado – (Mr 4.14-20) – Coração endurecido SUGESTÃO DE HINOS - 077 - 094 - 600 (Harpa Cristã) Marcos 4.14-20 14 - O que semeia semeia a palavra; 15 - e os que estão junto ao caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo eles a ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada no coração deles. 16 - E da mesma sorte os que recebem a semente sobre pedregais, que, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem; Revista de Estudo Crescimento Bíblico 19 17 - mas não têm raiz em si mesmos; antes, são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. 18 - E os outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; 19 - mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera. 20 - E os que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, e a recebem, e dão fruto, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um. INTRODUÇÃO O texto base para o estudo desta lição mostra as adversidades enfrentadas pelo pecador quando este recebe a palavra de Deus. São elas: a oposição de Satanás, a oposição do meio em que ele está inserido e a oposição do mundo. Os problemas enfrentados pelo pecador são também os principais empecilhos que a igreja enfrenta para cumprir a sua tarefa na evangelização dos povos. Veremos nesta lição como Satanás se organiza para deter a missão da igreja; como a visão da própria igreja tem sido um entrave a esta missão; e, por fim, como o mundo tem influenciado a igreja ao invés de sofrer a influência dela. Observe: I – AS HOSTES ESPIRITUAIS DA MALDADE (v. 15) A Bíblia constantemente nos aponta Satanás e seus asseclas como opositores de Deus e daqueles que procuram fazer a sua vontade (Ef 6.12). Vejamos aqui como eles agem para impedir a propagação do Evangelho: 1. Lutam para impedir a mobilização da igreja – a primeira ação opositora do Diabo para com a igreja é tentar fazer com que ela não se levante para cumprir o ‘ide de Jesus’. Os demônios sabem que nada pode deter o avanço de uma igreja determinada a evangelizar. Assim, promovem dissensões, conflitos de lideranças, guerra de vaidades, raiz de amargura, fofocas e muito mais (Mt 13.24,25,39). Quanto mais o corpo de Cristo estiver envolvido com seus próprios dilemas, mais negligente será no cumprimento de sua missão. 2. Levantam-se contra os que se predispõem a evangelização – (At 13.8-10). Depois de tentar impedir a saída da igreja, Satanás parte para a ação combativa. É aquela em que ele vai para a luta corporal contra os que Revista de Estudo Crescimento Bíblico 20 insistem em se rebelar contra a sua vontade e seguir a vontade de Jesus. Por esta razão, os missionários e evangelistas precisam estar sempre cobertos por uma constante intercessão. Quando saem para seara eles se sujeitam a enfrentar o inimigo cara a cara. Não raro os ministros sentem no corpo o peso dessa luta. 3. Roubam a palavra que foi semeada nos corações – “... vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada no coração deles” (v. 15b). Por último, se o Diabo não conseguiu imobilizar a igreja e nem teve sucesso na luta contra os evangelistas, ele vai para a ação destrutiva, para tentar impedir que aqueles que se mostraram sensíveis à palavra de Deus permaneçam na fé. Ele se vale de todo o seu arsenal maligno para ludibriar, seduzir, enganar e roubar. Jesus nos advertiu quanto a isso: “Ele veio para matar, roubar e destruir” (Jo 10.10). II – DISTORÇÕES NA VISÃO MINISTERIAL DA IGREJA Quando a igreja deixa de cumprir a sua missão de evangelização dos povos se afasta do projeto original de Deus. Observe o porquê dessa realidade: 1. Receio em apontar os pecados do mundo – a igreja vive hoje uma ‘política de boa vizinhança com o mundo’, em que ela não se levanta contra as ações pecaminosas do mundo, e este, por sua vez, não interfere nos trabalhos da igreja. Falta-nos ousadia como a de Pedro que disse para uma multidão: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados” (At 3.19). O Evangelho mostra o amor inigualável de Deus, mas aponta também para o seu juízo contra o pecado. O mundo precisa ouvir isto. 2. Excesso de atividades eclesiásticas internas – ensaios, reuniões, congressos, fóruns, seminários, atividades de laser, cursos e mais cursos. Com tantas atividades voltadas para a própria igreja sobra pouco tempo e disposição para uma investida evangelística no mundo. Necessitamos, enquanto igreja, desviar um pouco os olhos de nós mesmos e passarmos a enxergar as pessoas que estão indo para o inferno. Muitos estão aprendendo tudo sobre evangelismo, mas, poucos estão realmente saindo para evangelizar. 3. Falta de compromisso com o genuíno evangelho de Cristo – a pregação de um evangelho utópico, que apresenta Cristo apenas como salvador e não como Senhor; que diz que o pecador pode vir como está, mas que não o leva a uma busca pela santificação; que faz com que o homem busque a Jesus pelo que ele pode dar e não pelo que ele é, tem trazido sérios prejuízos para a igreja. Muitos estão enchendo os templos, mas, demonstram Revista de Estudo Crescimento Bíblico 21 por meio de suas ações que não nasceram de novo, mas tiveram um parto pela metade (Jo 3.3). III – ASSOCIAÇÃO COM OS INTERESSES DO MUNDO (V. 19) Todas as vezes que a igreja compactua com os interesses do mundo estes agem como um empecilho a sua missão evangelizadora. Observe como a igreja pode se envolver com o mundo: 1. Cuidado com as coisas do mundo – as ‘coisas do mundo’ (estudos para concursos e faculdades, costumes, modismos, preocupações) servem como embaraços para a missão do corpo de Cristo na terra. A igreja não pode e nem deve se alienar completamente do mundo, uma vez que ela está inserida nele, entretanto não pode se deixar levar pelo modo mundano de viver, sob pena de se tornar fria, inoperante e estática. Cristo sabia que buscaríamos estas coisas, e nos advertiu: “... buscai primeiro o Reino de Deus...” (Mt 6.33a). 2. Busca pelas riquezas do mundo – as maiores riquezas da igreja são, sem dúvida, a Palavra de Deus e o mover do Espírito Santo no seu meio. É impossível que uma igreja comprometida com esses valores deixe de lado a evangelização. Ao voltar seus interesses para as riquezas materiais do mundo a igreja decai espiritualmente. Templos suntuosos, ônibus de luxo e uma grande renda mensal de dizimistas podem até tornar uma igreja rica para o padrão do mundo, contudo, pode torná-la miserável diante de Deus (Ap 3.17). 3. Toda sorte de ambição – as ambições do mundo e de muitas igrejas são: riqueza, fama e poder. A igreja primitiva era rica, não de bens materiais, mas de dons espirituais; era famosa, não pelos seus templos suntuosos, mas pela constante manifestação do sobrenatural; era poderosa, não pela associação com políticos inescrupulosos, mas pela sua ligação direta com Deus. Tudo na igreja primitiva tinha o propósito de engrandecer o nome de Jesus (At 19.17). Atualmente, a igreja tem dinheiro suficiente para comprar cadeira de rodas, mas não tem poder para fazer um aleijado andar. Pense nisso! CONCLUSÃO Por mais que Satanás e os seus lutem contra a genuína igreja eles não poderão subjugá-la. Cristo já havia nos falado: “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Por mais que o mundo seja influente e malévolo, o Senhor nos disse: “... tende bom ânimo; eu venci o mundo”. Por mais que a nossa visão esteja míope e destorcida da visão celestial, sigamos a ordem do mestre: “Levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa” (Jo 4.35b). Resistamos ao Diabo, rompamos com os empecilhos e mãos à obra, o Senhor está conosco, para sempre! (Mt 28.20). Para reflexão: • Que tipo de empecilho o inimigo tem colocado para que você não evangelize? • Você tem compromisso com a tarefa da evangelização? • Você vive de fato Mateus 6.33a? Questionário para avaliação e debate: 1. Explique com suas próprias palavras o texto de Efésios 6.12. 2. Mencione algumas atividades da igreja que a tem impedido de sair para evangelizar. 3. Em relação ao evangelismo, o que significa dizer que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja? 7. Por que pregamos – (Mc 16.15)? - Porque é uma ordem do Senhor. 8. Quando devemos pregar – (2Tm 4.2). - A tempo e fora de tempo 9. Onde devemos pregar – (At 20.20). - Nas casas 10. Para que pregamos – (Ez 3.18). - Para livrar o ímpio da sua impiedade 11. O que pregamos – (Rm 1.16). - O evangelho 12 Os folhetos: a) Não amasse os folhetos, se possível ponha-o em uma pasta onde eles poderão ficar sempre no estado em que você os comprou. Ninguém gosta de ler um folheto todo amassado; b) Não os deixe molhar com o suor de suas mãos, sempre entregue-os em perfeito estado; c) Prefira folhetos coloridos, que chamam a atenção. Às vezes é preferível pagar um pouco mais em um folheto atraente, do que em um outro, mais barato, que ninguém irá se interessar; Continua na pag. 68 Fatores motivadores da evangelização Versículo Chave “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.14) Lição 05 - 29 de janeiro de 2006 Objetivos da Lição • Mostrar que o argumento bíblico é a melhor motivação para a evangelização; • Destacar alguns fatores de motivação: Mobilização, investimento, envolvimento de todos; • Conscientizar os alunos dando-lhes motivação para esta grande tarefa. Culto Familiar Segunda – (Mt 28.18-20) – É uma ordem pregar o evangelho Terça – (Jo 4.36) – Quem prega a Palavra recebe galardão Quarta – (At 10) – Os pecadores estão clamando por salvação Quinta - (Rm 1.16,17) – O evangelho é o poder de Deus para salvar Sexta – (Sl 126.5,6) – A evangelização trás alegria Sábado – (Rm 10.8-15) – Sem pregação ninguém pode crer SUGESTÃO DE HINOS - 018 - 026 - 322 (Harpa Cristã) Romanos 10.8-15 8 - Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, 9 - a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10 - Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 24 11 - Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. 12 - Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13 - Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 14 - Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15 - E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! INTRODUÇÃO A motivação surge de muitas maneiras, mas a principal é pela conscientização. A Palavra do Senhor e a atuação do Espírito Santo na vida do crente podem ser consideradas formas únicas de despertálo para esta tarefa primordial. Uma vez conscientes da grande responsabilidade que pesa sobre nossos ombros, a qual o mundo não conhece e os anjos almejam, resta-nos dispor-nos para realizá-la. I – O SENHOR CONFIOU A SUA PALAVRA AOS SALVOS - (V 8) O Senhor preparou um povo, a igreja, para cumprir esta missão. Não poderia ser diferente, pois somente quem já foi salvo pela Palavra de Deus pode compreendê-la e crer no seu poder para salvação. Se falharmos, o mundo perecerá e experimentará o flagelo eterno, porque não lhe falamos de Cristo. 1. Quem é salvo conhece a Palavra do Senhor – “A palavra está junto de ti...” – Foi-nos dado total acesso à Palavra celestial. Não temos que galgar escadas para alcançá-la nos céus, ou descer o abismo para procurála. Que bênção gloriosa, o Senhor colocou a sua Palavra pertinho de nós. Podemos lançar mão dos seus benefícios a qualquer momento, basta desejálos. Que será então dos negligentes, que desprezam esta facilidade e se desculpam dizendo: “Não vou, pois não sei pregar. Não conheço a Palavra”. Ignorando-a? (Mt 22.29). 2. Quem é salvo vive a Palavra do Senhor – “... na tua boca e no teu coração...” – Viver a Palavra é pregá-la com o testemunho da verdade. Quem não sabe falar a Palavra, deveria pelo menos vivê-la. Uma vida correta, pautada na Palavra de Deus, pode falar mais alto do que uma boa pregação (1 Pe 3.1). 3. Quem é salvo prega a Palavra do Senhor – “... esta é a palavra Revista de Estudo Crescimento Bíblico 25 da fé, que pregamos” – É algo natural, conseqüente, faz parte da própria salvação. Quem foi salvo tem dentro de si uma força motriz, não pode deixar de falar o que Deus fez em sua vida. “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20). É como uma fonte que não pode deixar de jorrar. Quem é salvo prega a Palavra do Senhor. II – O SENHOR AGUARDA RESULTADOS DO NOSSO TRABALHO - (VV 9-13) O Senhor não espera resultados acreditando na nossa capacidade humana, ao nos dar a ordem para evangelizar, nos capacitou para tal. Eis os motivos pelos quais Ele espera resultados do nosso trabalho evangelístico: 1. Por causa do poder salvador de Jesus – “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” – Somente pelo conhecimento de Jesus e pela aceitação dos critérios pré-estabelecidos por Deus para a salvação, o homem poderá livrar-se da tragédia do inferno. Todos estes conhecimentos só podem vir por meio da Palavra divina registrada na Bíblia. Portanto, “... pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2). 2. Por causa da infalibilidade da Sua Palavra – “Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido” – É uma tremenda responsabilidade sobre nós. Não será confundido quem Nele crê, mas só crerão se pregarmos a Palavra salvadora. A própria escritura garante salvação para todos os que crerem. Uma vez falada, a Palavra produzirá o seu poderoso efeito. “Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11). É uma Palavra que não pode falhar nas suas promessas. É eterna e tem poder para eternizar quem a recebe. “Mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada” (1 Pe 1.25). 3. Por causa da amplitude da salvação – “... um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” – A salvação foi doada a todos os homens, bastando que ouçam a pregação, creiam e confessem ao Senhor no coração. Portanto, quando a igreja deixa de evangelizar, retém para si, o direito que é de todos. É um grave pecado, deixar de compartilhar o que está em nosso poder e aquilo de que os perdidos mais necessidade têm. Que atitude egoísta, tornar o Senhor pobre em salvar, e tentar encolher Revista de Estudo Crescimento Bíblico 26 a mão que está estendida para salvar (Is 59.1). III – O SENHOR NOS CHAMARÁ À PRESTAÇÃO DE CONTAS - (VV 14,15) “Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei... Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o requererei” (Ez 3.18; 20). 1. O Senhor não aceitará argumentação se formos negligentes na pregação – “... E como ouvirão, se não há quem pregue?...” – Inútil será tentar inventar desculpas por não termos cumprido com a nossa obrigação de evangelizar, mesmo que estas argumentações, sejam, aparentemente, justificáveis. Alegar falta de tempo ou ocupação com atividades internas da igreja que nos impeçam “ir”, não adiantará nada. Como ouvirão se nós que temos conosco a Palavra e o Espírito Santo, negligenciarmos a evangelização. “... Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; pelo que agora vamos e o anunciemos...” (2 Rs 7.9). 2. O Senhor não terá por inocente aqueles que fecharem as portas da pregação – “... E como pregarão, se não forem enviados?...” – De muitas maneiras fechamos as portas da pregação. Eis algumas razões: Indolência, falta de conscientização, de investimentos financeiros, de treinamento de pessoal; excesso de atividades internas, falta de visão, comodismo, incredulidade, falta de mobilização por parte das lideranças da igreja. O Senhor não cessa de clamar: “... A quem enviarei, e quem há de ir por nós? ...” (Is 6.8). Você pode responder a esta pergunta, amado leitor? 3. O Senhor galardoará aos que se deram a tarefa da evangelização - “... Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” – A Palavra de Deus afirma que é sábio aquele que ganha almas (Pv 11.30 ). É sábio porque tem a Palavra da sabedoria e sempre apresenta respostas às questões mais difíceis da vida. É sábio porque sabe livrar os perdidos da condenação eterna. É sábio porque está ajuntando tesouros no céu e não na terra, onde perece. É sábio porque está trabalhando visando galardão de Deus e não correndo atrás de prêmios efêmeros. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 27 Só receberá galardão quem trabalhou para o Senhor, movido pela força da graça e pelo poder do Espírito Santo. CONCLUSÃO Se a Palavra do Senhor não nos motivar a pregar o evangelho, outro argumento não poderá fazê-lo. A Palavra está perto de nós, na nossa boca e no nosso coração, é o remédio em nossas mãos, para curar as enfermidades da alma humana. Deixar de distribuí-lo é, no mínimo, egoísmo e uma tremenda falte amor. Deixemos os embaraços e lancemos mão do arado, pois como ouvirão se não há quem pregue? Para reflexão: • Você já usou esta desculpa: “Não vou, pois não sei pregar. Não conheço a Palavra”? • O que você tem feito para livrar homens da tragédia do inferno? • A quem o Senhor enviará, e quem há de ir por Ele? Questionário para avaliação e debate: 1. O que é que o salvo conhece, vive e prega? 2. Explique 2 Tm 4.2, e diga o que é que você tem feito para cumpri-lo. 3. Dê algumas razões pelas quais temos fechado as portas para a evangelização. DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ Existe para prestar ser viços didáticos. serviços Procure-nos! Revista de Estudo Crescimento Bíblico 28 VEJAM SÓ... 1. O “homem rico”, estando no inferno, intercedeu pelos pecadores apesar de não ter a sua oração respondida. Você tem intercedido pelos pecadores? 2. O condenado lembrou-se dos pecadores, embora nada pudesse fazer por eles. Você pode. O que tens feito? 3. O condenado se angustiou pelos pecadores, apesar de ele mesmo ser um caso perdido. Você é um salvo. Qual é o teu sentimento em relação aos que perecem? 4. O condenado desejou que o evangelho fosse pregado, apesar de ele mesmo não sofrer mais os benéficos efeitos do evangelho. Você tem anunciado as boas novas, da maneira como a recebeu? 5. O condenado esforçou-se para impedir que outros fossem lançados no inferno, apesar de ser impossível para ele sair dali. Você tem o céu garantido. O que está fazendo para mostrar o caminho a outros? 6. O condenado acreditava na possibilidade da ressurreição, apesar de não poder mais alcança-la. Você já ressuscitou com Cristo. E os perdidos ao seu redor, como ficarão? 7. O condenado desejou que os pecadores se arrependessem, apesar de não ter tido esta atitude no passado. Você já se arrependeu do pecado da indolência, e está se esforçando para que outros também se arrependam dos pecados? 8. O condenado tinha consciência dos pecados que o levou ali, apesar de não poder se arrepender deles. Você pode se arrepender dos seus, embora sua negligência na evangelização pareça mostrar que nem tens consciência deles. 9. O condenado tinha consciência de que todos os que vivem errados vão para ali. Você está vivendo errado porque não tens consciência do erro em não pregar o evangelho. 10. O condenado tinha consciência de que a pregação do evangelho pode livrar o pecador do tormento eterno, apesar de que para ele o remédio era ineficaz. Você já foi curado. O que está fazendo pelos doentes espirituais? 11. O condenado tinha consciência de que a rejeição à Palavra de Deus é suficiente para que alguém seja lançado no inferno. Como você tem reagido a Marcos 16.15? (Conforme: Lc 16.27-30). Reflexão: O que fazer quando as atitudes de um condenado ao inferno sobrepujam as nossas atitudes religiosas? Kleber Paulo Santana Ministro de Educação Cristã O Espírito Santo e a evangelização Versículo Chave “E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia” (Atos 16.6) Lição 06 - 05 de fevereiro de 2006 Objetivos da Lição • Ensinar que o Espírito Santo foi dado a Igreja para cumprir a tarefa de evangelização; • Mostrar que nenhum método ou estratégia podem substituir o poder do Espírito Santo; • Destacar a necessidade de se buscar a presença e o poder do Espírito Santo. Culto Familiar Segunda – (Jo 14.26) – Nos ensina o que falar Terça – (At 1.8) – Nos dá virtude para falar Quarta – (At 4.31) – Nos dá ousadia no falar Quinta – (At 5.5) – Nos dá revelação ao falar Sexta – (At 7.1-54) – Nos capacita para falar Sábado – (At 8.4-17) – Nos dá sinais que acompanham nosso falar SUGESTÃO DE HINOS - 340 - 358 - 387 (Harpa Cristã) Atos 8.4-17 4 - Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. 5 - E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. 6 - E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, 7 - pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 30 8 - E havia grande alegria naquela cidade. 9 - E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; 10 - ao qual todos atendiam, desde o mais pequeno até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. 11 - E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas. 12 - Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. 13 - E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. 14 - Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, 15 - os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo. 16 - (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus.) 17 - Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. INTRODUÇÃO O projeto de Deus para o resgate da humanidade não terminou com a morte e ressurreição de Jesus. Por ocasião da ascensão de Cristo, foi enviado o Espírito Santo para dar continuidade à missão do Filho de Deus, impulsionando com poder o processo da evangelização do mundo. O apóstolo Paulo ensina aos tessalonicenses que não foi só por palavras, mas também, no poder do Espírito Santo que o evangelho chegou até onde chegou (I Ts 1.5). Assim, se fazia necessário que Jesus subisse ao Pai (Jo 16.7), para que o Espírito Santo pudesse dar o próximo passo no processo da evangelização mundial. I – ACOMPANHA A EVANGELIZAÇÃO COM SINAIS E PRODIGIOS “... ouviam e viam os sinais que ele fazia...” (v.6) - Um dos inúmeros papéis desempenhados pelo Espírito Santo no seio da igreja é a realização de sinais e prodígios. Esta foi uma promessa do próprio Cristo aos que cressem (Mc 16.17). Revista de Estudo Crescimento Bíblico 31 1. Curas físicas - “... e muitos paralíticos e coxos eram curados...” (v.7) - Uma das preocupações de Jesus em seu ministério tinha estreita relação com o bem estar do homem. Por onde passava, se compadecia dos doentes e os curava a todos (Mt 12.15). Não poderia ser diferente ao designar discípulos para dar continuidade àquilo que ele começou. Sua ordem foi: “... curai os enfermos...” (Lc 10. 1,9). 2. Curas espirituais libertação de demônios - Não é suficiente curarlhes as enfermidades. O alvo maior de Deus para o homem está em resgatar e curar a sua alma. Quando o mestre deu ordens ministeriais aos primeiros pescadores de homens, disse: “... expulsai os demônios...” (Mt 10.8). Novamente, após a sua ressurreição, ordenou-os que pregassem o evangelho a toda a criatura e garantiu que os sinais seguiriam aos que cressem. Um destes sinais era: “em meu nome expulsarão os demônios.” Porém, para que essas realizações fossem possíveis, deveriam esperar em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos do poder do Espírito Santo (Jo 24.49). II – ATUA NA CONVERSÃO DOS PECADORES “... Samaria recebera a palavra de Deus...” (v.14) - Filipe era um dos muitos que haviam sido dispersos por ocasião da perseguição à igreja e fazia parte do grupo dos escolhidos do capítulo seis: “Varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria.” (At 6.3). 1. Homens e mulheres deram crédito – Por meio da persuasão humana não há como levar alguém ao verdadeiro arrependimento. Somente o Espírito Santo tem o poder para penetrar o mais profundo da alma humana promovendo conversão genuína. O livro de Atos dos apóstolos mostra que em quase todos os lugares onde o evangelho foi pregado grande multidão se agregava para ouvir, e a população de muitas cidades ficou conhecendo a palavra de Deus (At 13.42,44; 14.11; 17.4 etc.) e muitos creram em Jesus Cristo sob as virtudes do Espírito Santo. 2. Todos foram levados ao batismo - “... se batizaram tanto homens como mulheres...” (v.12) - Filipe evangelizava a respeito do Reino de Deus e do nome de Jesus. Ainda não fora mencionado o Espírito Santo até a chegada de Pedro e João mais tarde. Mas, aqueles Samaritanos creram na mensagem de Filipe e tiveram uma mudança de mente. Assim sendo, eram batizados nas águas em nome de Jesus num ato público de aceitação e confirmação da fé. Ao chegarem, Pedro e João pregaram, para que os cristãos fossem cheios da plenitude do Espírito Santo, “... impuseram-lhes as mãos e todos receberam” (v. 15). III – CONCEDE O DISCERNIMENTO ESPIRITUAL Revista de Estudo Crescimento Bíblico 32 Talvez nenhum outro dom seja tão necessário na igreja quanto o do discernimento, pois qualquer outro poderá ser perigoso sem o concurso deste que controla a atividade daquele. Este faz parte daqueles conferidos à igreja por intermédio única e exclusivamente do Espírito Santo (I Co 12.11). 1. Simão quis comprar o dom de Deus - Simão, o mago, ficou tão impressionado com os sinais milagrosos feitos por Filipe que quis comprar a habilidade de conceder o Espírito Santo sobre outros. Essa atitude revelou que, apesar de já batizado, Simão não era um verdadeiro crente. As palavras de Pedro (vs. 20 a 23) deixam clara a condição pobre e miserável de Simão. Sempre haverá pessoas que tentarão se valerem do evangelho e do poder de Deus em favor dos seus propósitos pessoais. 2. Pedro discerne o interior do coração - João nos adverte a termos cautela porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo (I Jo 4.1). Quem poderia enxergar o interior de outrem se não através do poder o Espírito Santo? A condição espiritual do mago Simão é séria, mas imediatamente detectada por Pedro que não mede palavras para repreendê-lo, porém, não exclui a possibilidade de arrependimento e perdão. Poderíamos entender que se tratasse de uma mera ingenuidade do neófito, mas é o Espírito Santo aquele que sonda e vê como a luz do meio dia o interior dos corações (Ap 2.23). CONCLUSÃO O real significado de pregar o evangelho em Samaria com todo aquele sucesso e magnitude não pode ser explicado em termos de mérito humano ou mesmo habilidade no campo da oratória. Todos aqueles milagres inquestionavelmente realizados que atraíam multidões, não se justificam á luz da arte da mágica, que por sinal, cai por terra ante esse poder real. Qual seria a única explicação plausível para um tão gigantesco avanço no compromisso da igreja em evangelizar os gentios? A resposta é a atuação do “Espírito Santo na evangelização”. Para reflexão: • Você tem se preocupado com o bem estar dos pecadores? • De que maneira o Espírito Santo tem atuado na tua conversão? • Você sabia que o Espírito Santo conhece tudo à teu respeito? Questionário para avaliação e debate: 1. O que o Espírito Santo faz na evangelização? 2. Por que Simão quis comprar o dom do Espírito Santo? 3. Como foi que Pedro descobriu a falha de Simão e a de Ananias? O campo de evangelização Versículo Chave “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa” (João 4.35) Lição 06 - 12 de fevereiro de 2006 Objetivos da Lição • Mostrar que o campo é nossa casa, nossa cidade, nosso estado, nosso país, etc; • Destacar que o campo são as pessoas em todos os lugares; • Mostrar a extensão do campo de evangelização. Culto Familiar Segunda – (At 3) - Jerusalém Terça – (At 8.1) - Judéia Quarta – (At 8.14) - Samaria Quinta – (At 18.5) - Macedônia Sexta – (At 13.47) – Confins da terra Sábado – (Jo 4.35-42) – Em toda parte SUGESTÃO DE HINOS - 115 - 476 - 510 (Harpa Cristã) João 4.35-42 35 - Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. 36 - E o que ceifa recebe galardão e ajunta fruto para a vida eterna, para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 34 37 - Porque nisso é verdadeiro o ditado: Um é o que semeia, e outro, o que ceifa. 38 - Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. 39 - E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito. 40 - Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias. 41 - E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra. 42 - E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo. INTRODUÇÃO E sta lição tem o objetivo de mostrar toda a abrangência do campo de evangelização. O texto base nos revela que Jesus fazia discípulos em todos os lugares pelos quais passava. Pregava a todos que encontrava, sem distinção de raça, credo ou posição social. Qualquer pessoa era vista por Ele como um solo fértil. Todas as cidades, vilas e ruas, por onde Jesus andava ouviam as Boas Novas de salvação. Ele tinha ‘fome’ de anunciar o evangelho: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.34). Este é mais um exemplo de Cristo que devemos seguir, pois nos faz entender o que vem a ser o campo onde devemos evangelizar. É o que pretendemos apresentar a seguir, vejamos: I – O CAMPO É UM LUGAR ESPECÍFICO Quando se fala em ‘específico’, pensa-se logo em restrição, mas não é neste sentido que esta palavra está sendo usada. O campo para a evangelização é todo espaço geográfico habitado por pessoas, que são o alvo do evangelho de Cristo. Observe: 1. O campo é o nosso lar - “Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus” (Lc 8.39a) – Este versículo, foi dito ao endemoninhado gadareno depois que este foi liberto. Vemos Jesus priorizando a parentela deste homem, pois sabia que ele seria um grande missionário entre seus familiares e que a libertação e transformação experimentada por ele levariam muitos à conversão. Não são poucas as indicações bíblicas que nos mostram que somos ‘testemunhas vivas de Cristo’ em nossa própria Revista de Estudo Crescimento Bíblico 35 casa. Em I Co 7.14 Paulo diz que o cônjuge crente santifica o descrente. No evangelho de João vemos André, um dos primeiros discípulos, levando seu irmão Pedro ao mestre. O texto diz: “Este achou primeiro a seu irmão Simão... e levou-o a Jesus” (Jo 1.41-42). É assim que devemos agir no nosso lar, como missionários portadores de boas notícias de salvação. Devemos ter sempre a preocupação de estarmos testemunhando a nossa família e aos nossos vizinhos. Muitos deles poderão se converter a Cristo. 2. O campo é a nossa cidade (país) - “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade...” (Jo 4.28) – Assim como todo cristão tem sua família, à qual deve testemunhar, ele também está inserido em uma comunidade. A sociedade na qual ele reside é um campo pronto para ser semeado e nele muitos frutos bons podem ser colhidos. O amor e a compaixão pelos habitantes de nossa cidade devem ser a motivação para pregarmos o evangelho, compartilhando com eles as benesses da salvação eterna. O versículo acima nos mostra a prontidão da mulher samaritana em anunciar Cristo aos seus compatriotas. Ela teve tanta urgência em contar as boas novas que ouvira de Cristo, que até esqueceu seu cântaro, pois nela já começava a brotar a água viva. E sabe qual foi o resultado de sua semeadura? “E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele (Jesus), pela palavra da mulher, que testificou...” (Jo 4.39). 3. O campo é o mundo – “E disse-lhes: ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) – Aqui vemos a ordem imperativa que Jesus deixou aos seus seguidores aqui na terra, e é destes a responsabilidade de cumprir tão preciosa missão. O mundo está perecendo nas trevas, os povos da terra têm sofrido e gemido em meio aos seus pecados e iniqüidades, e a Igreja de Cristo está no meio deste povo. Por mais que saibamos que nosso lugar não é aqui, fazemos parte do mundo e não podemos ignorar nossa tarefa, que se constitui num grande privilégio, que é o de evangelizar todos os povos. A Igreja não pode esquecer seu ‘papel’ de evangelizadora, nem deixar de priorizar tal tarefa. Deve resistir à tentação de estar voltada para si mesma. Seu chamado à evangelização mundial, foi feito por Jesus, que a capacita, inspira, desafia e envia, a fim de que cumpra o imperativo citado acima. II – O CAMPO SÃO AS PESSOAS A expressão campo de evangelização nos remete à local, lugar ou região. No entanto, não é pelo espaço geográfico que Deus se preocupa de fato, ma sim com Pessoas. São elas o alvo da evangelização. Jesus não morreu por casas, cidades ou países, mas pelos que neles habitam. Na cruz do Calvário, Ele derramou seu sangue para salvar a humanidade de forma indistinta. Revista de Estudo Crescimento Bíblico Vejamos, por quem Ele se sacrificou: 36 1. Pessoas religiosas ou de conduta ilibada – Existem pessoas que possuem uma vida exemplar: não têm vícios, não são promíscuas, são de boa índole e ainda reconhecem a existência e poder de Deus. Porém, ainda não se decidiram por Jesus e não se posicionaram em relação a sua fé. Por se acharem tão justas dificilmente se convertem a Cristo. A Bíblia nos apresenta alguns exemplos: os fariseus, o jovem rico, Nicodemos e outros. Os fariseus (Lc 18.1830) cumpriam rigorosamente a lei, contudo, ocultavam mesquinhez, secura de coração e muito orgulho. Careciam ser transformados pelo evangelho de Cristo. O jovem rico (Mt 19.16-22) tinha um forte sentimento religioso, preocupavase com a vida eterna e cumpria os dez mandamentos, mas em seu coração existia um vazio que boa índole e retidão jamais supririam. Jesus queria preencher o seu vazio, todavia, ele valorizou mais as suas riquezas e perdeu a bênção. Nicodemos (Jo 3) era um importante fariseu, mestre da lei, mas toda sua riqueza e inteligência não saciava sua sede de Deus. Conhecemos muitos assim, simpatizantes, mas não convertidos. Deus não procura admiradores, mas sim seguidores. Pessoas assim precisam ser alcançadas pelo Evangelho de Cristo e por isso são um excelente campo de evangelização. 2. Pessoas de conduta questionável – “Veio uma mulher de Samaria tirar água...” (Jo 4.7a) - Um excelente exemplo de uma pessoa de conduta questionável é o da mulher samaritana, para quem Jesus não negou o anúncio da salvação, mas passou por cima do preconceito cultural, social e religioso. Ele a enxergou como ‘um campo de evangelização’, não se preocupando se ficaria mal falado por estar na companhia dela, antes lhe demonstrou seu amor e compaixão, abençoando-a com suas palavras. A Igreja, diferente de Jesus, tende a julgar as pessoas ao invés de enxergá-las como necessitadas de salvação. “Deus enviou seu filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17 - ARA). Contudo, a Igreja presta-se ao papel de julgar ao próximo como ‘incorrigível’, ao invés de levá-lo a Cristo. Precisamos entender que são os doentes que necessitam de salvação (Mc 2.17). 3. Pessoas totalmente rejeitadas (párias sociais) – “... vindo da cidade um homem... possesso de demônios e não andava vestido nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros” (Lc 8.27) – Esse é o tipo de pessoa pela qual dificilmente nos interessaríamos. Julgamos como perda de tempo evangelizar alguém assim. É interessante notar que um dos textos bíblicos que precede a história deste homem é justamente o da Parábola do Semeador (Lc 8.4-15), que discorre sobre os tipos de solo. Qual de nós enxergaria o endemoninhado gadareno como um solo fértil? Conhecemos o final dessa história e percebemos que ele foi um campo de evangelização. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 37 Como bem disse o profeta: “... a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55.11). O cristão precisa se dispor a pregar a palavra de Deus indistintamente para bêbados, drogados, mendigos e tantos outros excluídos socialmente. Era com pessoas assim que Cristo se relacionava: mendigos, prostitutas, leprosos, samaritanos e publicanos. CONCLUSÃO A Igreja de Deus tem uma missão a cumprir: a de pregar o evangelho ao mundo, conduzindo pessoas a Cristo. O evangelho de Jesus é impregnado de salvação e esperança, por isso deve ser compartilhado com toda e qualquer pessoa, com todas a gentes e em todos os lugares da terra. Deus deu à igreja, e somente à igreja, a responsabilidade e a honra desse compartilhamento. Cabe a ela realizar sua missão de forma integral e urgente. A salvação de almas traz regozijo: “E o que ceifa recebe galardão e ajunta fruto para a vida eterna, para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem” (Jo 4.36). Para reflexão: • Você sabia que o seu lar também é campo de evangelização? • Em que você é melhor que o “jovem rico”, Nicodemus, a Samaritana, etc? • Tua maneira de viver mostra evidências da salvação? Questionário para avaliação e debate: 1. Dê alguns tipos de “campos” de evangelização. 2. Dê alguns tipos de pessoas que são campos de evangelização. 3. Como devemos cumprir João 4.36? “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa” (João 4.35) Os grupos familiares e a evangelização Versículo Chave “E, no dia imediato, chegaram a Cesaréia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais íntimos” (Atos 10.24) Lição 08 - 19 de fevereiro de 2006 Objetivos da Lição • Mostrar como funcionavam os grupos familiares na Bíblia; • Destacar a grande força de evangelização por meio dos grupos familiares; • Dar instruções quanto à funcionalidade dos grupos familiares. Culto Familiar Segunda – (At 2.41-47) - Grupo familiar nas casas dos crentes Terça – (At 12.12) - Grupo familiar na casa de João Marcos Quarta – (At 16.13-15) - Grupo familiar na casa de Lídia Quinta – (At 16.30-34) - Grupo familiar na casa do Carcereiro Sexta – (At 28.30,31) - Grupo familiar na casa de Paulo em Roma Sábado – (At 10.24-35) – Grupo familiar na casa de Cornélio SUGESTÃO DE HINOS - 394 - 503 - 512 (Harpa Cristã) Atos 10.24-35 24 - E, no dia imediato, chegaram a Cesaréia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais íntimos. 25 - E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo e, prostrando-se a seus pés, o adorou. 26 - Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem. 27 - E, falando com ele, entrou e achou muitos que ali se haviam ajuntado. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 39 28 - E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo. 29 - Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto, pois: por que razão mandastes chamar-me? 30 - E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. 31 - E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes resplandecentes e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus. 32 - Envia, pois, a Jope e manda chamar Simão, o que tem por sobrenome Pedro; este está em casa de Simão, curtidor, junto do mar, e ele, vindo, te falará. 33 - E logo mandei chamar-te, e bem fizeste em vir. Agora, pois, estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto por Deus te é mandado. 34 - E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; 35 - mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo. INTRODUÇÃO C onsiderando que o grupo familiar não pode ser visto como um passatempo, ou entretenimento para os crentes e muito menos, culto na casa de crentes para crentes, surge então a pergunta: O que vem a ser grupo familiar? O grupo familiar é uma atividade estratégica para alcançar almas para Jesus. Neste caso, o lar dos crentes é o lugar onde o culto é realizado, transformando-se numa ponte entre a igreja e os descrentes. Vejamos os objetivos, estrutura e estratégias para os grupos familiares: I – QUAIS OS OBJETIVOS DE UM GRUPO FAMILIAR? (VV 24-27) Um grupo familiar para obter bons resultados, precisa traçar objetivos claros e se esforçar para cumpri-los. Boa parte dos crentes que participam dos cultos nos lares, não sabem exatamente qual a sua função dentro do grupo, por isso, vemos poucos resultados. Vejamos os principais objetivos: 1. Reunir, semanalmente, nos lares para promover evangelização – As reuniões devem acontecer pelo menos uma vez por semana, de acordo com a programação normal da igreja. Não podem existir atividades paralelas, Revista de Estudo Crescimento Bíblico 40 porque este trabalho não é responsabilidade de meia dúzia de crentes. É tarefa da igreja. Deve haver poderosa mobilização no sentido de conscientizar, treinar, organizar e criar estratégias. E isto não se pode fazer simplesmente com anúncios sobre a existência dos grupos. A evangelização é o tópico central dos grupos. É necessário que haja conversão de almas para que o objetivo seja alcançado. 2. Discipular os novos crentes que se decidem nos grupos familiares – As pessoas que se decidem por meio deste trabalho, precisam ser discipuladas. São estes novos crentes que darão continuidade ao trabalho. Cada grupo crescerá e se dividirá em novos grupos e assim sucessivamente (Mt 28.19,20; 2 Tm 2.2). Esta é a forma mais eficaz de crescimento da igreja. Portanto, muitas atividades da igreja, poderiam, simplesmente, serem suprimidas, para dar lugar à evangelização e discipulado. 3. Promover comunhão e integração entre os crentes – O objetivo maior dos grupos não é o culto de ação de graças, ou apenas uma festa espiritual para os crentes. Já vimos nos subtópicos anteriores que o alvo dos cultos nos lares é o pecador. No entanto, não podemos esquecer que jamais obteremos bons resultados, se os próprios crentes não estiverem em plena comunhão uns com os outros. É a prática do amor e atitudes fraternais entre os irmãos (Rm 12.9-13), que atrairá para Jesus os descrentes. Portanto, o culto se transforma num belo momento de comunhão cristã. 4. Fazer treinamento, visando a multiplicação dos grupos familiares – Evidentemente, que ninguém deveria ser colocado à frente de um grupo familiar, para liderá-lo, sem primeiro ser treinado. Esta, aliás, tem sido a causa básica do fracasso deste empreendimento. O líder precisa saber conduzir com sabedoria e muito poder espiritual, os demais componentes do seu grupo. Por sua vez, os demais participantes devem saber o seu papel e como desempenhálo bem, para que todo o culto tenha uma só meta e veja resultados satisfatórios. II - ESTRUTURA PARA A REUNIÃO DO GRUPO FAMILIAR (VV 28-33) É preciso estabelecer algumas normas para o funcionamento do grupo familiar, cada igreja poderá estabelecer as suas próprias. A seguir, temos algumas idéias para o funcionamento do grupo, que podem ser modificadas, melhoradas e, até mesmo, substituídas. No entanto, não podemos descaracterizar o grupo familiar. 1. O grupo deverá ser formado por no mínimo três pessoas e no máximo 20 – Considerando que o objetivo do grupo é ganhar almas para Revista de Estudo Crescimento Bíblico 41 Jesus, evidentemente, que estas pessoas precisam ser convidadas para o culto. O líder do grupo não deve passar o tempo dando oportunidades para testemunhos e cânticos. Nem por isso, os componentes se sentirão inúteis, pois cada um tem sua função. Receber os convidados, deixando-os bem à vontade. Outro acompanhará o louvor com algum instrumento musical. Os demais presentes estarão apoiando com oração silenciosa. 2. O louvor deve ter seu tempo limitado para não impedir a ministração da Palavra (1 Co 14.26; Col 3.16) – Não se pode ocupar o tempo do culto, que deve ter no máximo uma hora de duração, com cânticos. Bastam dois ou três hinos ou corinhos. A mensagem deve ser transmitida com fervor e de maneira clara para o entendimento dos ouvintes. 3. A ministração da Palavra deve ficar a cargo de alguém devidamente preparado (Rm 1.15; 1Pe 3.15) – O líder do grupo precisa saber que não se deve passar o tempo dando oportunidades para “testemunhos” dos irmãos. Não se trata de uma diversão. São almas que estão em jogo. O líder deve preparar a mensagem para pregar com sabedoria. Deve ser de oração e consagração. Não podemos resgatar pecadores das trevas infernais, militando na carne (2Co 10.4). 4. Os assuntos a serem ministrados a cada semana, devem seguir uma seqüência lógica (Lc 24.27) – Pode-se seguir um livro ou epístola da Bíblia. Mas é bom que o tema tenha seguimento. Improviso não parece ser arma de crente esforçado. Entregar tudo ao “Deus dará”, elimina a responsabilidade do grupo de orar, jejuar e trabalhar. Confiar em Deus não significa fazer cultos sem planejamento, sem preparo e sem estratégias. 5. Todos os componentes do grupo devem participar – Trata-se de evangelismo arrojado onde todo o grupo está num mesmo Espírito, buscando em Deus proezas para cada semana. O Crescimento e multiplicação do grupo deve ser alvo de cada componente. O grupo deve ser prioridade para cada participante durante toda a semana e não apenas no dia do culto. Durante a ministração todos devem estar orando em espírito e evitando distrações. III - A ESTRATÉGIA DOS GRUPOS FAMILIARES (VV 34,35) O ingresso no programa de trabalho com grupos familiares exige de cada um de nós uma revisão de valores a fim de que esta atividade passe a ocupar um lugar de destaque em nossa escala de prioridade. Vejamos alguns exemplos: 1. Deixando os costumes e tradições religiosas de lado – “... invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas” (Mc 7.13) – Revista de Estudo Crescimento Bíblico 42 Evidentemente que estamos falando de costumes e tradições que nada acrescenta à vida cristã. São idéias formadas a partir de tabus, preconceitos, má formação religiosa, atitudes farisaicas etc. Estas “doutrinas” impedem o fluir natural do culto, neutraliza a Palavra de Deus e impede a operação do Espírito Santo na vida dos participantes. 2. Criando um ambiente espiritual, mas não místico – A humildade e a simplicidade devem permear o culto todo. As conversas paralelas devem cessar, as distrações devem ser evitadas. Deve haver envolvimento de todos, procurando criar um ambiente espiritual sem, porém entrar no mundo místico. Um culto fervoroso não significa emocionalismo. Os milagres precisam estar presentes, porém não podem ser aceitos no culto “visagens”, “arrebatamentos” e “profetadas”, que só servem para distrair o ouvinte da Palavra de Deus. É dispensável mesas para servir de altar. Nunca disponha os crentes numa fileira e os incrédulos em outra. Deve-se criar um ambiente descontraído, para que o descrente se sinta à vontade. 3. As reuniões devem ser regadas com oração fervorosa, sempre buscando de Deus milagres que glorifiquem o Seu nome e que atraia as pessoas a Cristo (At 8.5-8) – O fracasso é visível em muitos grupos familiares, porque negligenciamos a oração, porque muitos crentes são egoístas e só participam do culto interessados em receber a sua benção, sem se preocupar em doar alguma coisa, em compartilhar também. Sem nenhum exagero, mas aqueles que não estão dispostos a se consagrarem deixando toda forma de pecado conhecido, não deveriam ingressar nos grupos familiares. CONCLUSÃO A Igreja precisa se multiplicar, e os crentes precisam ser edificados. Os grupos têm estas duas finalidades: Evangelização e edificação. Deve haver envolvimento total, de cada membro da igreja. Para isto, tornase necessário deixar de lado, muitas tarefas paralelas e colocar os grupos familiares no topo das prioridades. Para reflexão: • Você faz parte de algum grupo familiar na tua igreja? • Os grupos familiares são responsabilidade de quem? • Quanto tempo você tem reservado para orar pelos grupos familiares? Questionário para avaliação e debate: 1. Diga os quatros objetivos de um grupo familiar, conforme a lição. 2. De acordo com a lição, dê a estrutura do grupo familiar. 3. Dê uma estratégia para os grupos familiares. Missões, doação total na evangelização Versículo Chave “Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça” (2Coríntios 8.7) Lição 09 - 26 de fevereiro de 2006 Objetivos da Lição • Destacar que missões é a prática da evangelização local e mundial; • Ensinar que missões como evangelização é um ato de doação total; • Mostrar que de acordo com as Escrituras, missões é tarefa de todos. Culto Familiar Segunda – (Mc 6.30-34) – Doando o tempo Terça – (At 4.32-37) – Doando os bens Quarta – (At 20.20-24) – Doando a própria vida Quinta – (Rm 10.15) – Doando a Palavra de Deus Sexta – (Ef 6.18-20) – Doando oração Sábado – (2Co 8.1-15) – Doando tudo SUGESTÃO DE HINOS - 065 - 127 - 409 (Harpa Cristã) 2 Coríntios 8.1-15 1 - Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; 2 - como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade. 3 - Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente, Revista de Estudo Crescimento Bíblico 44 4 - pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. 5 - E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus; 6 - de maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabe essa graça entre vós. 7 - Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça. 8 - Não digo isso como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade da vossa caridade; 9 - porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis. 10 - E nisso dou o meu parecer; pois isso vos convém a vós, que desde o ano passado começastes; e não foi só praticar, mas também querer. 11 - Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes. 12 - Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem. 13 - Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão; 14 - mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade, 15 - como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos. INTRODUÇÃO A Igreja é o meio pelo qual Deus quer chegar ao mundo todo e não somente a certos setores. Mesmo encontrando um quadro desfavorável, ela tem motivos diversos para continuar e não aceitar o desânimo, pois ela é uma comunidade missionária. Portanto, vejamos: I – MISSÕES É PRÁTICA DE EVANGELIZAÇÃO O IDE de Jesus para que o Evangelho seja pregado envolve também ensinar a Palavra de Deus a tal ponto que com a evangelização possamos provocar conversões genuínas (At 6.4). Assim, a evangelização deve ser: 1. Em todo Tempo - “E durou isto por espaço de dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a Palavra do Revista de Estudo Crescimento Bíblico 45 Senhor Jesus, tanto judeus como gregos” (At 19.10). A insistência do apóstolo Paulo em evangelizar consistia totalmente em conduzir vidas ao Senhor para serem transformadas e tornarem-se verdadeiros missionários. A Palavra de Deus era ensinada e não ficava somente na escola de Tirano. A prática missionária de evangelização rompe barreiras erguidas pelo homem, ou pelo inimigo, principalmente quando as pessoas aceitam a Cristo como seu Senhor e Salvador. O discipulado e o ensino seguem uma constante para que os conversos cresçam em perfeição (2 Tm 3.17; Ef 4.13). 2. A todas as pessoas - “Eu sou devedor tanto a...” (Rm 1.14). Estava arraigado no apóstolo Paulo forte senso de obrigação em anunciar o evangelho (cf. Ef 3.1-8) porque ele sabia que as pessoas buscavam algo ou alguém para que as libertassem (Mc 5.2,3;15;18-20). O apóstolo Pedro chegou até Cornélio e sua família em obediência à Palavra de Deus, através de uma visão (cf. At 10.9-22). Há milhões de Cornélios espalhados por todo o Brasil e o mundo, sendo assim, a igreja em pleno século XXI não pode ficar indecisa quanto ao local a investir em missões. 3. Em todos os lugares - “... tanto em Jerusalém... e até aos confins da terra.” (At 1.8) – Jesus derrubou a barreira geográfica não dando preferência a Jerusalém em detrimento aos confins da terra. Dessa forma não pode haver atrito entre missões nacionais e transculturais. A obra missionária precisa ser feita o mais simultaneamente possível, preocupando-se com todos os lugares (cf. Lc 14.21; 8.39; 4.43; 9.6; Mt 28.19 e Mc 16.15). II – MISSÕES, ATO DE DOAÇÃO TOTAL “Um grande despertamento espiritual entre os cristãos pode resultar na paixão pelas almas e em sacrifício pela causa do evangelismo...” (Missões Transculturais – pág. 794). 1. Doação completa é feita sem restrição e com amor - Onde seu objeto é o maior beneficiado. Ana, por exemplo, em I Sm 1.11, fez uma doação completa, assumindo um compromisso com Deus, e, com isso o Senhor de Israel foi exaltado. Nós também, como igreja local devemos assumir uma posição bem definida na obra missionária participando ativa e intensamente da obra de missões. 2. Doação completa é feita com esforço e dedicação - “... me esforcei por anunciar o Evangelho...” (Rm 15.20). O ministério especial de Paulo era voltado para o alcance de vidas que não conheciam a Cristo, sendo dessa forma abençoado e conduzido a diversos lugares pelo Senhor (Rm 15.18 e 19). Este esforço missionário envolveu uma doação total em que barreiras foram Revista de Estudo Crescimento Bíblico 46 rompidas em nome de Jesus e em favor das almas. 3. Doação completa é feita com sacrifício e abnegação - Jesus foi e é o maior doador na obra missionária (Mt 26.38 e 39), doou a si mesmo renunciando o Seu trono de glória e padecendo pela humanidade pecadora. Ele via em cada ocasião um ponto de apoio para a proclamação do Seu Reino. A doação total em missões implica que cada situação desfavorável ou as pedras de tropeços sejam pontos de apoio para tornar a obra missionária cada vez mais forte, mais ousada e mais abrangente. Na doação total levantar os olhos e ver que os campos estão brancos para a ceifa não é o suficiente. O amor que nasce em seu coração o faz arregaçar as mangas e dizer: “Pai que seja o que tu queres” (Mc 14.36). É necessário sentir dor em favor dos perdidos, pois ela nos leva a buscar a cura. III – MISSÕES, TAREFA INACABADA E RESPONSABILIDADE DE TODOS O futuro de missões repousa em nossa capacidade de fazermos o melhor, lutando por provocar conversões, afinal a igreja é uma comunidade missionária que deve ser aberta ao que o Espírito Santo orientar-nos. 1. Todos os crentes são chamados para realizar esta tarefa - É claro que nem todos irão fazer missões transculturais, mas sobre todos nós pesa a responsabilidade de anunciar o Cristo Salvador, como disse o apóstolo Paulo: “pesa sobre mim a obrigação de anunciar o evangelho de Jesus Cristo” (1Co 9.16). Também sobre cada crente pesa esta responsabilidade. 2. Todos os crentes são convocados a se envolverem com esta tarefa – Há, porém a necessidade de que alguns saiam de suas terras para se envolverem bem de perto com os que ainda não ouviram o evangelho (At 13.2). É com essa finalidade que o Pr. Waldemar de Carvalho, na missão Kairós, tem uma espécie de peneira, no período de treinamento. Jesus treinou seus discípulos para pescarem homens (Mt 4.19). Missões também tem o objetivo de pescá-los, levando-os a crer em Jesus como seu Salvador e Senhor. 3. Todos os crentes são responsáveis pelo envio de pregadores “... e como ouvirão se não há quem pregue” (Rm 10.14). Como igreja, somos os responsáveis por nossos missionários que se desprendem de tanta coisa para levar o evangelho aos perdidos, entretanto, temos também a nossa responsabilidade aqui. Precisamos fortalecer nossa visão missionária Revista de Estudo Crescimento Bíblico 47 assumindo uma posição participativa nesta obra. A igreja assume sua responsabilidade missionária não somente se alegrando com alguém que tenha esta vocação, mas comprometendo-se em orar, enviar e também sustentar financeiramente os missionários. CONCLUSÃO O projeto missionário de Deus está em Jo 3.16 - o mundo todo, logo, o projeto da igreja também deve ser o mundo todo, e, Deus quer usar a cada crente que já O aceitou como seu Senhor e Salvador para abençoar a obra missionária com força total, porque a Palavra de Deus nunca volta vazia. Para reflexão: • Em relação à tarefa da evangelização você se considera um devedor? • Você tem se aplicado à tarefa missionária sem restrições? • Você tem consciência da sua responsabilidade com a evangelização? Questionário para avaliação e debate: 1. Explique a maneira como Pedro chegou até Cornélio. 2. O que é fazer missões sem restrições? 3. Por que missões, apesar de ser responsabilidade de todos, é uma tarefa inacabada? EETAD Um Curso T eológico Teológico - à altura e à sua disposição - Faça já a sua matrícula! Fone: 38 4-1 384-1 4-10013 - (Claudio) O discipulado e a evangelização Versículo Chave “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6.7) Lição 10 - 05 de março de 2006 Objetivos da Lição • Destacar o discipulado bíblico; • Ensinar a maneira correta de fazer discipulado hoje; • Mostrar a necessidade de visitas, treinamento, acompanhamento e integração, etc. Culto Familiar Segunda – (Mt 10.1-19) – Discípulos de Jesus Cristo Terça – (At 16.1-5) – Timóteo, discípulo de Paulo Quarta – (At 18.24-28) – Apolo, discípulo de Áquila e Priscila Quinta – (Tt 1.4) – Tito, discípulo de Paulo Sexta – (Fm 1) – Onésimo, discípulo de Paulo Sábado – (At 2.40-47) – A multidão de discípulos SUGESTÃO DE HINOS - 104 - 166 - 340 (Harpa Cristã) Atos 2.40-47 40 - E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41 - De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. 42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 49 43 - Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44 - Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 - Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46 - E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47 - louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. INTRODUÇÃO G anhar almas para Jesus Cristo é muito mais que falar do evangelho às pessoas. Dificilmente os novos convertidos permanecerão na igreja, se não forem ajudados no início da sua fé. Sem discipulado o esforço para evangelizar o mundo, perde o seu sentido. Jesus mandou pregar, batizar e ensinar a guardar os seus mandamentos. Isto é discipulado. Para entendermos melhor esta lição, vamos observar os passos a seguir: I – PRIMEIRO PASSO: EVANGELIZAR (VV 40,41) O discipulado começa com a evangelização. Pregamos as verdades básicas para a fé cristã (Hb 5.13,14). Explicamos o evangelho da salvação (Jo 3.16) numa ordem lógica, de modo simples e claro. Se formos negligentes nesta questão, não poderemos exigir de Deus qualquer resultado positivo. Os dois subtópicos a seguir comprovam isto: 1. Foi feita uma exposição clara e completa do plano de salvação – “E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvaivos desta geração perversa” – Muita pregação tem sido feita nestes últimos dias, mas vemos uma pregação incompleta e invertida. Estamos oferecendo aos perdidos, uma vida saudável mesmo antes de diagnosticar a enfermidade e aplicar o remédio certo no “paciente”. Prometemos aos pecadores uma vida abençoada antes de aplicar-lhes azeite nas feridas. No Capítulo 2 de Atos podemos contemplar a pregação de Pedro, suficiente para levar qualquer pecador ao arrependimento, mesmo assim, os apóstolos acharam necessário testificar e exortar os novos decididos com “muitas outras palavras”. 2. Foi cuidado para que os pecadores não escapassem pelas “portas Revista de Estudo Crescimento Bíblico 50 dos fundos” - “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas” – Houve um cuidado muito especial com os arrependidos. Subtende pelo texto que os apóstolos passaram muitas horas discipulando os novos convertidos, até ficarem no ponto do batismo, os quais o fizeram de “bom grado”. Ou seja, entenderam o propósito do batismo e a necessidade de se agregarem. “Agregar” significa: Reunir, congregar. A palavra agregados traz a idéia da família de moluscos acéfalos, sem concha, caracterizada pela reunião de muitos indivíduos da mesma espécie dentro duma pele comum, que lhes confere a aparência de um indivíduo único. Discipular é agregar. II – SEGUNDO PASSO: FORTALECER (VV 42,43) Deus não nos mandou fazer “membros” de igreja, e sim discípulos. Em uma igreja que funciona bem os grupos familiares, há necessidade de que seus componentes sejam discípulos e que façam novos discípulos. Discipulado exige compromisso, submissão e trabalho. O fortalecimento do novo crente depende de um acompanhamento sistemático que a igreja lhe dispensa, como veremos: 1. Deve haver perseverança no ensino e aprendizado – “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” – O novo discípulo deve receber uma orientação segura da sua nova jornada como cristão rumo ao céu. Deve aprender princípios e disciplina da vida cristã. Precisa ser integrado à comunhão e serviço da igreja e entender as implicações do Senhorio de Cristo e da mordomia cristã (Gl 4.19). 2. Deve haver vida prática – “Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” – Se não houver acompanhamento prático ao novo convertido, ele acabará por cair nas malhas do emocionalismo e do fanatismo, pois “crentes” mal intencionados logo o adotará. Ele deve aprender a confiar em Deus, esperar de maneira bíblica nos milagres de Deus, e temer o nome do Senhor. Os crentes novos que são abandonados à própria sorte, quando não se desviam, se tornam em crentes consumidores, ou seja, só querem receber, nunca têm nada para compartilhar com outros crentes. Espécies assim, nunca serão discipuladores, servirão apenas para encher banco de igreja e criar problemas para a liderança. III – TERCEIRO PASSO: TREINAR (VV 44-47) Os novos convertidos agora precisam aprender a serem servos de Jesus Cristo e dos homens. Devem começar a viver o novo estilo de vida de Revista de Estudo Crescimento Bíblico 51 discípulo, visando a vida de discipulador. Se isto não for exigido dos novos convertidos, eles se tornarão ociosos e infrutíferos. Então vejamos: 1. Devem ser treinados para participar da obra comum a todos “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum”- Há necessidade de que entendam que cristianismo é vida, vida é ação, ação é: “E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade. Porque, se em vós houver e aumentarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 1.5-8). 2. Devem ser treinados para servirem voluntariamente com seus bens - “Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” – A avareza e o amor ao dinheiro são males que devem ser cortados da vida do novo convertido, imediatamente e pela raiz (1Tm 6.6-19). A partir daí, desenvolver no discípulo, a atitude de compartilhar seus bens e a sua própria vida com o seu próximo (2Co 9.112). Se hoje a igreja está cheia de crentes embaraçados pelo apego as coisas materiais, em grande parte, isto se deve a falta de discipulado no passado. São pessoas que levantaram as suas mãos para Jesus, foram batizados, mas ninguém lhes ensinou o caminho do amor altruísta. Não houve quem os ensinassem a “... a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt 28.20). 3. Devem ser treinados para terem comunhão com todos os irmãos - “E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração...” – É necessário treiná-los para que sejam sensíveis a Deus e aprendam também a ministrar através dos dons e talentos concedidos pelo Espírito Santo. O discípulo deve saber que o plano de Deus é que ele conheça e experimente o gozo indescritível de ser canal do Seu amor para muitas vidas. Deverá saber que a razão da sua passagem pela terra, é deixar atrás de si uma marca indelével de bênçãos para seu semelhante (Gl 3.9). Crentes apagados, de difícil comunicação, fechados em si mesmos, indiferentes às necessidades do próximo, insensíveis, sem afeto sem misericórdia, desprovidos de amor fraternal, nunca foram discipulados. 4. Devem ser treinados para o bom testemunho e para a evangelização - “... louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam Revista de Estudo Crescimento Bíblico 52 de salvar” – Por meio do discipulado o novo crente tem a oportunidade de aprender a lei de Cristo: “De graça recebestes de graça daí”. Ele aprende a compartilhar com os pecadores o evangelho que lhe salvou. Aprende que com boas obras, pode atrair pecadores para Jesus (Mt 5.16). Não cessarão de dar o seu fruto (Sl 1.3; Jo 15.1-16). CONCLUSÃO O discipulado, como vimos, é a maneira de assegurar que o novo convertido se firmará no evangelho e dará seus frutos, dando continuidade a obra. Ele será também um discipulador, para fazer novos discípulos e assim haverá continuidade na obra de Deus. Precisamos atentar para estas lições, ver onde caímos, levantar e começar a prática das primeiras obras (Ap 2.5). Para reflexão: • O que você tem feito para não deixar escapar pelas “portas dos fundos” os novos crentes? • Discipulado exige compromisso, submissão e trabalho. Qual é a tua posição? • Você sabia que o propósito de Deus na tua vida é que você seja uma bênção? Questionário para avaliação e debate: 1. Qual é o primeiro passo no discipulado? Explique-o. 2. Qual é o segundo passo no discipulado? Explique-o. 3. Qual é o terceiro passo no discipulado? Explique-o. No próximo trimestre estaremos estudando temas extraídos da Epístola aos Hebreus. Seguiremos o ensino principal da epístola mostrando a superioridade de Jesus Cristo em relação aos anjos, a Moisés, Antigo Pacto, etc. Métodos de evangelização Versículo Chave “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (1Coríntios 9.22) Lição 11 - 12 de março de 2006 Objetivos da Lição • Mostrar os métodos usados por Jesus Cristo na evangelização; • Mostrar os métodos usados pelos apóstolos na evangelização; • Destacar os vários métodos tradicionais e modernos que podemos lançar mão hoje. Culto Familiar Segunda – (Mt 5.1-16) – Evangelismo pelo ensino da Palavra Terça – (Mc 4.3-8) – Evangelismo por meio de parábolas Quarta – (At 2.14-47) – Evangelismo pela pregação da Palavra Quinta – (At 8.5-8) – Evangelismo por meio de sinais Sexta – (At 16.25,26) – Evangelismo por meio do louvor Sábado – (Jo 3.1-12) – Evangelismo pessoal SUGESTÃO DE HINOS - 080 - 100 - 183 (Harpa Cristã) João 3.1-12 1 - E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 - Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 54 3 - Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. 4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 - Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. 6 - O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 8 - O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. 9 - Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? 10 - Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? 11 - Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. 12 - Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? INTRODUÇÃO G anhar almas para Cristo é o desejo de todo aquele que teve o seu coração transformado pelo Senhor. No entanto, seja no evangelismo pessoal ou de massa é necessário um preparo especial para fazê-lo, por isso trazemos, por meio deste exemplo prático na evangelização de Nicodemos, o embasamento necessário para ser bem sucedido, analisando os métodos usados pelo nosso mestre Jesus Cristo e seus apóstolos, e a sua aplicação na igreja atual: I – USADOS POR JESUS CRISTO “Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.” (v.2). Nicodemos reconheceu a autoridade de Jesus por meio da sua obra, pois os Seus métodos de evangelização eram insubstituíveis. Vejamos então como eram usados pelo Senhor: 1. Eram específicos – “E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus” (v.1). Nicodemos era judeu e fariseu, Jesus direciona uma mensagem específica para o mesmo, assim como fez a tantos outros, pois o seu ministério era direcionado aos judeus (Mt 15.22-28). Pedro e Paulo também tinham ministérios igualmente direcionados Revista de Estudo Crescimento Bíblico 55 (Gl 2.7,8), assim como os quatro evangelhos, que foram escritos para públicos específicos, por isso têm estilos diferentes. O Senhor conhece nossas diferenças e por isso nos ensina que devemos direcionar o método de evangelismo, de acordo com o povo a ser alcançado. Assim como numa pescaria escolhemos a isca para cada espécie de peixe, também no evangelismo é o público alvo quem determina o método a ser utilizado. 2. Eram claros e objetivos – “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (v.3). Jesus lançou para Nicodemos uma mensagem clara e objetiva, pois conhece as ansiedades, necessidades e interesses das pessoas (Mt 9.4; 12.25; Mc 2.8; Lc 9.47). Clareza e objetividade são fundamentais no evangelismo de uma sociedade que vive numa corrida diária. Sem muito tempo disponível, as pessoas precisam de mensagens claras, de fácil assimilação, e que sejam objetivas, fazendo-as refletir sobre os pontos principais do evangelho. 3. Eram Confrontadores – “Tu és mestre de Israel e não sabes isso?” (v.10). Mesmo Nicodemos sendo alguém importante Jesus não se deixou intimidar, sua mensagem era confrontadora, combatendo o pecado, e era ministrada a todos sem acepção de pessoas. Infelizmente muitos hoje, tentam mascarar o evangelho do Senhor, principalmente quando evangelizam pessoas importantes, pregando somente bênçãos e prosperidade. Esquecem, no entanto, de que uma conversão não será verdadeira se não tiver a essência do cristianismo, que é o arrependimento e o compromisso com Cristo (2 Co 7.9-10; Mt 3.2,8-10; 2Pe 3.9). II – USADOS PELOS APÓSTOLOS “(...) ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” (v.8). Evangelizando Nicodemos, Jesus compara a vida dos seus seguidores com o barulho do vento – sem controle sobre si mesmos, guiados pelo Espírito, para exercerem sua chamada de “pescadores de homens” (Mt 4.19). No entanto, seus apóstolos não faziam dessa pescaria um hobby, como muitos o fazem, mas utilizavam métodos para serem bem sucedidos neste empreendimento: 1. Eram guiados pelo Senhor – “(...) concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho” (At 16.10). Se havia algo bem claro para os discípulos é que todos os seus métodos de evangelismo provinham do Senhor: O lugar a ser evangelizado (At 8.26); a quem evangelizariam (Mt 10.5-6); a mensagem a ser ministrada (Ef 6.19) e a forma como falariam (Cl 4.6). Assim também devemos ter a convicção de que esta obra é do Senhor (Pv 19.21), portanto não podemos trabalhar conforme a nossa vontade, mas Ele é quem deve guiar todos os nossos passos. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 56 2. Eram apoiados no seu testemunho – “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” (v. 6). Jesus fala a Nicodemos sobre a diferença daquele que é nascido do Espírito. Pois somente aquele que nasceu de novo poderá dar um testemunho capaz de gerar novas vidas para o Senhor. Os apóstolos não somente falavam de uma nova vida com Cristo, mas davam provas de que isso era possível através dos seus atos (1 Ts 1.5-9). O testemunho é fator preponderante como método de evangelismo pessoal, pois nada convence mais o homem da necessidade de mudança, do que mostrar na prática, o que é uma vida transformada por Cristo. 3. Eram inabaláveis nas dificuldades – “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co 4.17). A leve e momentânea tribulação, referida por Paulo, talvez não tivesse esse mesmo sentido para muitos atualmente (2Co 11.24-27). Afinal o que você faria, se depois de açoitado, humilhado e ferido, fosse jogado numa prisão? Aproveitaria a oportunidade para evangelizar? Paulo e Silas, assim o fizeram (At 16.25). As dificuldades faziam os apóstolos mais confiantes (Fp 1.14); sendo açoitados, tornaram-se mais ousados (1 Ts 2.2) e ainda se alegravam por sofrerem pelo nome de Jesus (Atos 5.41).Assim, como os apóstolos, devemos entender que as dificuldades sempre farão parte do evangelismo, portanto devemos aproveitá-las para solidificar o nosso ministério, fazendo-as contribuir para o maior proveito do evangelho (2 Co 1.3,4; Fp 1.12). III – USADOS PELA IGREJA “(...) nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos” (v.11). Cristo transmite a Nicodemos a função primordial da igreja, falar e testificar acerca do reino celestial. Essa missão, no entanto, além de estar respaldada por uma autêntica comunhão com Cristo e o conhecimento da Sua Palavra, deve estar amparada por três métodos básicos que analisamos a seguir: 1. Devem ser abrangentes – “Se você deixa o machado perder o corte e não o afia, terá de trabalhar muito mais. É mais inteligente planejar, antes de agir.” (Ec 10.10 – BLH). Se a igreja tivesse a preocupação de planejar seus métodos de evangelização, o quanto se preocupa com sua organização interna, seu evangelismo com certeza seria mais abrangente e eficaz. Sua estrutura, geralmente dividida em departamentos que promovem congressos, festas e atividades, se fosse adaptada para atividades externas, seria perfeita para alcançar a sociedade. Entretanto, seria necessário que a mobilização para o evangelismo fosse de toda a igreja e não apenas de um departamento. Quanto mais sensível a igreja for às necessidades da sociedade (1 Jo 3.16-18), mais abrangente se torna o seu evangelismo, atuando em áreas ainda pouco exploradas. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 57 2. Devem ser dinâmicos – “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (v.12). Cristo adaptou a Sua mensagem para que fosse compreendida por Nicodemos. Usar esse método de forma dinâmica é função da igreja, pois a sociedade muda constantemente e às vezes é necessária algumas mudanças para despertar o interesse daqueles que ainda não foram alcançados. Por isso o Senhor concedeu a Sua Igreja dons para serem usados (1Co 12.1-11) e trazer almas pra Cristo. Porém é necessário abrir mão de preconceitos, que não refletem a verdade da Palavra de Deus e usar com bom senso, os recursos como a internet, programas e propagandas na televisão e no rádio, artes (cênicas, visuais, coreografia) etc. A Igreja deve entender que quando, por preconceito, enterra os seus talentos, tanto prejudica a si mesma, como aqueles que deixaram de ser alcançados (Mt 25.14-30). 3. Devem ser movidos pela Compaixão – (1Ts 1.5) Quando o evangelismo da igreja é movido pela compaixão pelas almas perdidas, ele passa a ser responsabilidade de todos e adquire caráter de urgência (Mt 9.36-38). Ele sai da fria teoria das pesquisas e estudos e parte para a prática, pois o amor pelo pecador o impele a isso (Jo 15.12-17). Quando os nossos métodos são movidos pela compaixão, deixamos de lado a preguiça e as infinitas desculpas para entrar na batalha, nos esforçando ao máximo para salvar o pecador do inferno (Tg 5.20), pois pesa sobre nós essa responsabilidade (1 Co 9.16). CONCLUSÃO Cristo e os apóstolos deixaram bons exemplos de um evangelismo eficaz, e quando a igreja os adota, não há dificuldades em se decidir onde, quando e como evangelizar. O evangelismo torna-se urgente e dinâmico, pois levam em conta as mudanças na sociedade. As dificuldades tornam-se experiências para o aprendizado, e a força motivadora é revigorada a cada alma conquistada para o reino de Cristo. Mas para que tudo isso seja possível é preciso estar sempre na direção de Deus, pois Ele é o único capaz de transformar os nossos métodos de evangelismo em instrumentos abençoados na salvação dos pecadores. Para reflexão: • Você tem se preparado para evangelizar? • O amor pelo pecador tem te influenciado a evangelizar? • Quais dos métodos mencionados na lição você tem usado no seu dia-a-dia? Questionário para avaliação e debate: 1. Dê um método usado por Jesus na evangelização. 2. Dê um método usado pelos apóstolos na evangelização. 3. Dê um método que a igreja deve usar na evangelização. Estratégias de evangelização Versículo Chave “Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber” (João 4.7) Lição 12 - 19 de março de 2006 Objetivos da Lição • Mostrar algumas estratégias usadas por Jesus, pelos apóstolos e pela igreja, na Bíblia; • Destacar que as obras sociais, os eventos comemorativos são grandes estratégias; • Pesquisar e apresentar aos alunos, novas estratégias modernas de evangelização. Culto Familiar Segunda – (Mt 26.6-13) – Num evento social Terça – (Jo 3.1-12) – Num encontro “casual” Quarta – (At 8.26-38) – Em viagens Quinta – (At 10.21-35) – Nos lares Sexta – (At 16.13-15) – No local de trabalho Sábado – (Jo 4.3-18) – Em visitas SUGESTÃO DE HINOS - 111 - 116 - 132 (Harpa Cristã) João 4.3-18 3 - deixou a Judéia e foi outra vez para a Galiléia. 4 - E era-lhe necessário passar por Samaria. 5 - Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. 6 - E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentouse assim junto da fonte. Era isso quase à hora sexta. Revista de Estudo Crescimento Bíblico 59 7 - Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8 - Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. 9 - Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)? 10 - Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. 11 - Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 12 - És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado? 13 - Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, 14 - mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. 15 - Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la. 16 - Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. 17 - A mulher respondeu e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido, 18 - porque tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. INTRODUÇÃO S egundo o Mini-dicionário Ruth Rocha, a palavra estratégia significa “um conjunto de conhecimentos destinados a estabelecer operações de guerra em planos de conjunto”. Como povo escolhido por Deus para cumprir a grande tarefa da evangelização, nós travamos uma guerra constante contra as hostes espirituais da maldade que ardilmente tentam conduzir as pessoas ao lugar da perdição e por isso, também precisamos de estratégias. É verdade que é o Espírito Santo quem convence o pecador de seu pecado (Jo 16.7-8), mas é nossa a responsabilidade de levar as boas novas da salvação aos outros (Mc 16.15; At 1.8) e precisamos traçar nossa estratégia para alcançarmos este objetivo. E que estratégias são estas? I – ESTABELECER UM ELO COM OS PECADORES (VV. 3-15) Não pode haver comunicação efetiva se há antipatia entre as duas partes. Não quer dizer que devemos seguir suas práticas pecaminosas, mas que devemos estar perto deles, criando um elo de confiança: Revista de Estudo Crescimento Bíblico 60 1. Estando no meio deles (v.4,5) - Ledo engano de nossa parte pensar que, esperando aos domingos na igreja, esta irá encher-se de almas arrependidas desesperadas por Jesus. Precisamos ir onde eles estão, conhecer suas casas, comer com eles à mesa. Muitos pensam como os fariseus, que isto é prejudicial à “imagem” do Cristão. Jesus pensava o oposto e estava constantemente com eles (Mc 2.15; Lc 15.2). Estar com eles não significa ser conivente com seus costumes, mas sim, criar uma abertura através da confiança estabelecida e assim, anunciar a palavra de Deus. 2. Falando a linguagem deles (v.10-15) – O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios sobre a importância de se usar a linguagem adequada para a obra de evangelização (I Co 9.18-23). Evangelizar é comunicar, e para comunicar-se com eficiência, é preciso utilizar a mesma linguagem, seja ela musical ou falada e às vezes até mesmo na vestimenta, fazendo-se como um deles. Fazer-se não quer dizer tornar-se (I Co 9.26-27). É um estratagema para deixar-se entender, como Jesus ao falar com a mulher samaritana usando a água, um elemento de seu cotidiano e, portanto, de fácil compreensão. Para nos comunicar salvação, Jesus teve de se fazer como um de nós (Jo 1.14). 3. Praticando obras sociais (v.15) – Tiago diz que a fé sem obras é morta (Tg 2.14) e esse é um conceito essencial na obra de evangelismo. Os seres humanos têm necessidades diversas e um canal de comunicação é aberto quando nós atendemos a estas necessidades. Da mesma forma que aquela mulher no poço queria a “água viva” para não mais ter sede, as pessoas querem ser alimentadas, agasalhadas, ter suas enfermidades tratadas. A Igreja precisa voltar ao primeiro amor e fazer como no início: Compartilhar seus bens com os mais necessitados (At 4.32; 34-37), atraindo assim pecadores para si a fim de lhes anunciar o evangelho da salvação. II – DESPERTAR O INTERESSE DOS PECADORES (VV. 7-10) O homem é um curioso por natureza. Vemos isso em sua constante busca por conhecer os diversos mistérios da criação Divina. A mulher samaritana iniciou seu diálogo com Jesus por conta de sua curiosidade acerca do comportamento dEle, pedindo-lhe que lhe desse de beber, sendo que Judeus e Samaritanos não se comunicavam (v.9). Uma das melhores estratégias para a evangelização é despertar este interesse inerente ao ser humano e “fisgálo” logo após com o poder da palavra de Deus. 1. Por meio do uso das artes – A manifestação artística remonta aos tempos da idade antiga. O homem expressa seus sentimentos e idéias através da música, do teatro e da dança e consegue muitas vezes atingir um público Revista de Estudo Crescimento Bíblico 61 que não seria facilmente convencido através de simples palavras, ou mesmo aqueles que, de passagem, acham os espetáculos interessantes, emocionantes ou divertidos. Estes são instrumentos valiosos a serem usados pela Igreja moderna na propagação do evangelho. Deus tem concedido dons aos seus servos, fazendo-os verdadeiros artistas em sua casa, para o louvor exclusivo de sua glória. 2. Por meio de grandes eventos (v.16) – Criar eventos que reúnam uma boa parte da comunidade para poder ministrar-lhes a palavra sutilmente também é um bom estratagema. Palestras e fornecimento de informações de interesse público em diversas áreas, oferecimento de serviços gratuitos, grande eventos musicais, são algumas formas de se agregar pessoas num único local, para que ali elas possam receber o que foram buscar e ainda mais do que poderiam esperar: o dom da vida oferecido gratuitamente. Uma boa publicidade é essencial, para que a maioria das pessoas seja atingida, da mesma forma como com os samaritanos de Sicar. (Jo 4.28-30). CONCLUSÃO As estratégias na evangelização não têm a intenção de ajudar a obra do Espírito Santo, nem tampouco substituí-la na vida do pecador. Pelo contrário, servem para auxiliar o servo de Deus no cumprimento de sua tarefa, sabendo que é apenas um facilitador que permite o contato com o perdido para que então o Espírito Santo fale por meio de nós. Para reflexão: • Como tem sido o seu relacionamento com as pessoas descrentes? • Como tem sido a sua prática em relação às obras sociais? • Você é a favor do uso da arte na evangelização? Justifique tua resposta. Questionário para avaliação e debate: 1. Dê o teu parecer sobre a atitude de Jesus em “comer com pecadores”. 2. Explique com suas próprias palavras o texto de 1Co 9.20-22. 3. Dê exemplos de eventos que a igreja deve participar com finalidade evangelística. “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo” (Cl. 4.5) Recapitulação Versículo Chave “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15) Lição 13 - 26 de março de 2006 Objetivos da Lição • Destacar os pontos mais importantes das lições estudadas; • Desafiar os alunos quanto a uma tomada de posição; Culto Familiar Segunda – (Mt 28.18-20) – Evangelizando e batizando Terça – (Lc 4.17-21) – Evangelizando os oprimidos Quarta – (Jo 4.35-42) – Evangelizando os excluídos Quinta – (Rm 10.8-15) – Evangelizando com a Palavra de Deus Sexta – (2Co 8.1-15) – Evangelizando com doação total Sábado – (Mc 16.15-20) – Evangelizando o mundo SUGESTÃO DE HINOS - 065 - 115- 340 (Harpa Cristã) Marcos 16.15-20 15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16 - Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17 - E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; Revista de Estudo Crescimento Bíblico 63 18 - pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. 19 - Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus. 20 - E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! INTRODUÇÃO A evangelização local e mundial é a tarefa mais importante que o Senhor nos deu. A Igreja não pode ignorá-la e nem ser omissa quanto ao seu cumprimento cabal. O esforço em compreendê-la, nos levará a tomar decisão mais séria. Não devemos apenas falar de evangelismo, é necessário agir, sem restrição, sem vacilar, agora e sempre. Esta lição é um resumo dos ensinos mais importantes já ministrados durante o semestre. I - COMPREENDENDO A TAREFA DA EVANGELIZAÇÃO - (Mt 28.18-20) 1. Evangelização é sinônimo de poder - Significa travar uma ferrenha guerra espiritual contra o império das trevas. O tempo do Senhor na terra foi preenchido com grande empenho em mostrar aos pecadores o caminho da salvação (Is 61.1). Os seus discípulos testemunharam “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38). 2. Evangelização é uma necessidade - temos igrejas abarrotadas de pessoas e a necessidade da evangelização cresce a cada dia. Milhões estão fora dos templos sem o menor conhecimento da salvação. Este é o ofício primeiro com que o Espírito Santo habilitou Jesus para seu ministério. Uma das marcas mais notáveis em sua obra, em contraste com qualquer outra obra realizada no mundo, foi a de evangelizar “a toda a criatura”, sem fazer acepção de pessoas. 3. Evangelização trás benefícios – (Atos 4.24-37) Era comum pessoas serem curadas de doenças físicas durante a evangelização, até porque desta maneira o Senhor confirmava a palavra (Mc 16.20). Não há enfermidade que Deus não cure. Além da cura física, outro Revista de Estudo Crescimento Bíblico 64 benefício decorrente da evangelização é a cura da alma. Deus tem o poder de tocar no homem não apenas por fora, mas também por dentro. 4. Evangelização tem seus empecilhos – (Marcos 4.14-20) A Bíblia aponta Satanás e seus asseclas como opositores de Deus e daqueles que procuram fazer a sua vontade (Ef 6.12). Os demônios sabem que nada pode deter o avanço de uma igreja determinada a evangelizar. Assim, promovem dissensões, conflitos de lideranças, guerra de vaidades, raiz de amargura, fofocas e muito mais (Mt 13.24,25,39). Excesso de atividades internas tira o tempo da igreja para evangelizar. “... buscai primeiro o Reino de Deus...” (Mt 6.33a). II - FATORES MOTIVADORES DA EVANGELIZAÇÃO 1. A Palavra do Senhor. (Rm 10.8-15) – Foi-nos dado total acesso à Palavra celestial. Não temos que galgar escadas para alcançá-la nos céus, ou descer o abismo para procurá-la. Que bênção gloriosa, o Senhor colocou a sua Palavra pertinho de nós. Quem foi salvo tem dentro de si uma força motriz, não pode deixar de falar o que Deus fez em sua vida. “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20). É como uma fonte que não pode deixar de jorrar. Quem é salvo prega a Palavra do Senhor. 2. O Espírito Santo. (At 8.4-23) - Por meio da persuasão humana não há como levar alguém ao verdadeiro arrependimento. Somente o Espírito Santo tem o poder para penetrar o mais profundo da alma humana promovendo conversão genuína. João nos adverte a termos cautela porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo (I Jo 4.1). Quem pode enxergar o interior de outrem se não através do poder o Espírito Santo? 3. O campo. (João 4.35-42) - O campo para a evangelização é todo espaço geográfico habitado por pessoas, que são o alvo do evangelho de Cristo. O campo é o nosso lar - “Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus” (Lc 8.39a). O campo é a nossa cidade (Jo 4.28) – A sociedade na qual residimos é um campo pronto para ser semeado e nele muitos frutos bons podem ser colhidos. O campo é o mundo (Mc 16.15) – A Igreja não pode esquecer seu ‘papel’ de evangelizadora, nem deixar de priorizar tal tarefa. Seu chamado à evangelização mundial, foi feito por Jesus, que a capacita, inspira, desafia e envia, a fim de que cumpra o imperativo citado acima. III – INSTRUMENTOS AUXILIARES NA EVANGELIZAÇÃO 1. Os grupos familiares - (At 10.24-35) - Um grupo familiar para obter Revista de Estudo Crescimento Bíblico 65 bons resultados, precisa traçar objetivos claros e se esforçar para cumpri-los. Deve reunir, semanalmente, nos lares para promover evangelização. Não podem existir atividades paralelas, porque este trabalho não é responsabilidade de meia dúzia de crentes. É tarefa da igreja. Cada grupo crescerá e se dividirá em novos grupos e assim sucessivamente (Mt 28.19,20; 2 Tm 2.2). 2. Missões, doação total (2Co 8.1-15) - O Ide de Jesus para que o Evangelho seja pregado envolve também ensinar a Palavra de Deus a tal ponto que com a evangelização possamos provocar conversões genuínas (At 6.4). Doação completa é feita sem restrição e com amor. Ana, por exemplo, em I Sm 1.11, fez uma doação completa, assumindo um compromisso com Deus, e, com isso o Senhor de Israel foi exaltado. Doação completa é feita com esforço e dedicação - (Rm 15.20). O ministério especial de Paulo era voltado para o alcance de vidas que não conheciam a Cristo, sendo dessa forma abençoado e conduzido a diversos lugares pelo Senhor (Rm 15.18 e 19). Doação completa é feita com sacrifício e abnegação - Jesus foi e é o maior doador na obra missionária (Mt 26.38;39), doou a si mesmo renunciando o Seu trono de glória e padecendo pela humanidade pecadora. Ele via em cada ocasião um ponto de apoio para a proclamação do Seu Reino. 3. O discipulado - (At 2.40-47) - O discipulado começa com a evangelização. Pregamos as verdades básicas para a fé cristã (Hb 5.13,14). Explicamos o evangelho da salvação (Jo 3.16) numa ordem lógica, de modo simples e claro. Discipulado exige compromisso, submissão e trabalho. O fortalecimento do novo crente depende de um acompanhamento sistemático que a igreja lhe dispensa. Devem ser treinados para participar da obra comum a todos - Há necessidade de que entendam que cristianismo é vida, vida é ação (2Pe 1.5-8). Crentes apagados, de difícil comunicação, fechados em si mesmos, indiferentes às necessidades do próximo, insensíveis, sem afeto sem misericórdia, desprovidos de amor fraternal, nunca foram discipulados. 4. Os métodos da evangelização - (João 3.1-12) – Os métodos usados por Jesus Cristo eram específicos, claros, objetivos e confrontadores. “Se você deixa o machado perder o corte e não o afia, terá de trabalhar muito mais. É mais inteligente planejar, antes de agir.” (Ec 10.10 – BLH). Se a igreja tivesse a preocupação de planejar seus métodos de evangelização, o quanto se preocupa com sua organização interna, seu evangelismo com certeza seria mais abrangente e eficaz. Os métodos devem ser dinâmicos. Cristo adaptou a Sua mensagem para que fosse compreendida por Nicodemos. Usar esse método de forma Revista de Estudo Crescimento Bíblico 66 dinâmica é função da igreja, pois a sociedade muda constantemente e às vezes é necessária algumas mudanças para despertar o interesse daqueles que ainda não foram alcançados. Usar com bom senso, os recursos como a internet, programas e propagandas na televisão e no rádio, artes (cênicas, visuais, coreografia) etc. A Igreja deve entender que quando, por preconceito, enterra os seus talentos, tanto prejudica a si mesma, como aqueles que deixaram de ser alcançados (Mt 25.14-30). 5. Estratégias de evangelização - (João 4.3-18) - Não pode haver comunicação efetiva se há antipatia entre as duas partes. Não quer dizer que devemos seguir as práticas pecaminosas dos descrentes, mas que devemos estar perto deles, criando um elo de confiança. Engano de nossa parte pensar que, esperando aos domingos na igreja, esta irá encher-se de almas arrependidas desesperadas por Jesus. Precisamos ir onde eles estão, conhecer suas casas, comer com eles à mesa. Muitos pensam como os fariseus, que isto é prejudicial à “imagem” do Cristão. Jesus pensava o oposto e estava constantemente com eles (Mc 2.15; Lc 15.2). Estar com eles não significa ser conivente com seus costumes, mas sim, criar uma abertura através da confiança estabelecida e assim, anunciar a palavra de Deus (1Co 9.18-23). CONCLUSÃO A finalidade destas lições é resgatar o ensino bíblico referente ao evangelismo. Pretendemos conscientiza cada crente para desempenha esta grande tarefa. Toma Deus que cada servo e cada serva se sintam desafiados para ganhar almas para o Reino de Deus. QUESTIONÁRIO PARA DEBATE E AVALIAÇÃO LIÇÃO 01 1. Que tipo de poder estava sobre Jesus para auxiliá-lo na evangelização? 2. Mencione o nome de um dos reformadores. 3. Explique a importância da evangelização e da adoração e diga como conciliar estas duas tarefas sem que uma prejudique a outra. LIÇÃO 02 1. Como você explica um mundo cheio de “igrejas”, cheio de Bíblias e milhões de pessoas sem conhecerem Jesus? 2. O “Espírito do Senhor Jeová” ungiu a Jesus para o que? (Is 61.1) 3. Você concorda com a frase do comentarista da lição: “A necessidade da evangelização será sempre uma realidade presente”? Revista de Estudo Crescimento Bíblico 67 LIÇÃO 03 1. Quais os dois benefícios da evangelização mencionados no primeiro tópico da lição? 2. Como podemos provar que “a vida da igreja passou a ter unidade de propósito”? (Veja tópico II.1) 3. “Em todos havia abundante graça”. Se este é um dos benefícios da evangelização, por que não o buscamos? LIÇÃO 04 1. O que o Diabo tem feito para impedir a mobilização da igreja no evangelismo? 2. Como o excesso de atividades internas tem impedido que a igreja saia para evangelizar? 3. Explique a frase: “Buscai primeiro o Reino de Deus”, em relação ao evangelismo? LIÇÃO 05 1. O que significa: “A Palavra está junto de ti”? 2. Você tem cumprido 2 Timóteo 4.2? Que tipo de argumento você apresentará ao Senhor por ter sido negligente na evangelização? LIÇÃO 06 1. O Espírito Santo tem acompanhado o seu trabalho de evangelismo com sinais? 2. Qual é o principal papel do Espírito Santo na vida dos pecadores? (João 16..7,8) 3. Qual é a importância do dom do discernimento que o Espírito Santo dá ao crente, na evangelização? LIÇÃO 07 1. Quais os três lugares básicos considerados “campo” de evangelização? 2. Quais os três tipos de pessoas consideradas “campo! De evangelização? 3. Explique o texto de Isaías 55.11, aplicando-o a tarefa de evangelização. LIÇÃO 08 1. Quais os objetivos dos grupos familiares? 2. Dê um resumo da estrutura dos grupos familiares. 3. Dê apenas uma estratégia para melhorar a atuação dos grupos familiares. LIÇÃO 09 1. Na tua opinião, o que significa “até aos confins da terra”? 2. Diga quais são as três maneiras de se fazer doação total com relação à Revista de Estudo Crescimento Bíblico 68 missões, de acordo com o tópico II e explique cada um deles. 3. Na tua opinião, se missões é “responsabilidade de todos”, por que é ainda uma tarefa inacabada? LIÇÃO 10 1. Explique o primeiro passo no discipulado, de acordo com o tópico I. 2. Explique o segundo passo no discipulado, de acordo com o tópico II. 3. Explique o terceiro passo no discipulado, de acordo com o tópico III. LIÇÃO 11 1. De acordo com o tópico I, como eram os métodos usados por Jesus? 2. Cite uma situação difícil na vida de Paulo, a qual ele transformou em oportunidade para evangelizar. 3. O que é um método considerado “dinâmico”, na evangelização? LIÇÃO 12 1. De que maneira podemos “quebrar o gelo” para termos acesso aos necessitados do evangelho? 2. De que maneira a arte dramática pode ser grande auxiliar na evangelização? 3. De que maneira a música pode auxiliar na evangelização? d) Entregue o folheto apropriado à pessoa certa. Os folhetos são como remédios, para cada tipo de enfermidade, um tipo de medicamento. Assim também são os folhetos. Para um doente um folheto que fale sobre cura, a uma pessoa aflita, um folheto que fale sobre esperança; e) Leia sempre a mensagem de todos eles, você precisa saber do que se trata para falar ao pecador; f) O folheto deve ter sempre o carimbo da igreja com o endereço e dias de culto de modo legível; g) Entregue o folheto sempre sorrindo. Um evangelista nunca irá conquistar uma alma oferecendo-lhe um folheto com a cara fechada. h) Entregue o folheto debaixo de oração. Ora antes, durante e depois de entregá-lo.Os demônios fazem de tudo para atrapalhar a obra de evangelização. i) Não force ninguém a pegar o folheto.Quando a pessoa rejeitar não tente forçá-la, isso só piora a situação, mesmo por que, a pessoa esta no direito dela de rejeitá-lo. Nesse ínterim agradeça de modo gentil e não a ameace com versículos bíblicos ou coisas do gênero.