número 8 fevereiro / março 2013
BRINQUEDOS ENCANTADOS
ALBANI RAMOS
ÍNDICE
NÚMERO 08 - FEVEREIRO / MARÇO 2013
Divino
Espírito Santo
Carnaval
Ciclo Natalino
São Bilibeu
Bumba-meu
boi
Ciclo Afro
Calendário
Festas
Apresentação
Província das Festas
Albani Salva São Bilibeu
Associados
Brinquedos Encantados
Expediente
APRESENTAÇÃO
A oitava edição da revista Plural é totalmente dedicada
à reprodução de parte do livro Brinquedos Encantados,
com fotos de Albani Ramos e textos de Sebastião Moreira
Duarte.
Terceiro título da Coleção Geia de Temas Maranhenses,
publicado em março de 2003, ele retrata a diversidade
e a riqueza da cultura popular do Maranhão, suas
influências e origens, reveladas nas fotos de um dos
mais talentosos fotógrafos de sua geração, enriquecidas
pelo brilho intelectual de outro trabalhador incansável
das letras brasileiras.
Cada um ao seu jeito – Albani, com o olhar, o melhor
ângulo, o momento certo, a luz adequada; Sebastião,
com as palavras, a descrição concisa, a sensibilidade
poética -, ambos levam ao leitor os segredos dos festejos
populares em riqueza de detalhes.
Vale a pena a releitura.
Jorge Murad
Presidente do Conselho Deliberativo
Instituto Geia
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Albani Salva
São Bilibeu
Numa aldeia global, como ficou o mundo, a cultura
popular é a única capaz de dar identidade e confirmar
aquilo que Herbert Read há meio século afirmava: “Quanto
mais regional, mais universal”.
No Brasil, isso tem uma dominante evidência. A cultura do
carnaval, do sincretismo religioso, do botequim, das praias
e do futebol tem uma síntese, que abrange o todo: a alegria.
A cultura da alegria, aquilo que Sebastião Moreira Duarte,
num excelente texto, chamou de “Província das Festas”.
Mas a cultura popular brasileira tem matizes, regiões e
esconderijos onde ela se mostra de várias maneiras. Às vezes
se esconde em pequenas cidades, vilarejos e grupos, ora
em fósseis antropológicos difíceis de encontrar, memória
dos que aqui passaram: índios, negros, brancos, cafuzos e
mulatos, nas pegadas da história e do tempo. Duas vertentes
são riquíssimas: a portuguesa e africana.
O Maranhão é um dos repositórios desses tesouros de
cultura popular. Elas se manifestam com características
próprias, e se estendem na culinária, na música, na dança
e nas artes.
Este livro é documentário dessa extraordinária diversidade
cultural. Albani Ramos, repórter fotográfico de grande
talento, fez mineração nessa cultura popular do Maranhão.
Viajou e caminhou com olhos da inteligência e da
sensibilidade, e acertou como descobrir e eternizar “festas”,
tendo o exemplo do Pato Pelado e São Bilibeu, já perdidos
da memória e se afogando no esquecimento. E não só as
festas na sua riqueza em si, mas a beleza de cores e de
figuras humanas, fixando o lado essencial.
As fotos são belíssimas e falam. Dizem tudo. Ele conseguiu
captar a inocência, o colorido, a tristeza e a alegria, com
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sua máquina e o seu talento. Uma sem o outro é coisa
morta. A arte da fotografia, como todas as artes, se não é
capaz de fixar a vida, de nada vale.
É a vida das tradições, a beleza de folguedos que precisam
ser preservados, que Albani Ramos ressuscita e documenta
para a eternidade.
José Sarney
Senador, escritor e Membro da Academia Brasileira de Letras
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Brinquedos
Encantados
Nasci em Parnaíba no Piauí, há dez anos vivo em São
Luís no Maranhão, e continuo completamente atraído pelos tambores. Agora assim, aos 36 anos, me espanto ainda
e me lembro de como foi que tudo aconteceu...
No começo desse caminho, atravessando a baía de São
Marcos, indo para Alcântara, em cima de um barco de madeira que rangia balançando sobre as ondas levantadas pelos ventos, conheci o pesquisador Jandir Gonçalves, que
veio a ser meu parceiro e amigo.
Com ele já se vão nove anos que, a pé, em barcos, ônibus,
carrocerias de caminhões, tratores, moto-táxis ou em meu
fusca amarelo, fotografo festas e rituais dos quais participamos pelos interiores do Maranhão.
A cor das imagens vem de elementos simples, como o
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fogo, os papéis de seda e os panos coloridos. Da luz do dia
e da falta dela, da cor da pele e do movimento dos corpos.
Várias vezes viajamos durante muitas horas e, chegando
ao povoado, o festejo havia sido transferido para a semana
próxima ou já havia acontecido na anterior. As datas podem mudar devido à época das colheitas, das marés, das
fases da lua...
Nesses casos, tínhamos conversas calmas com os moradores, podíamos conhecer um pouco dos seus modos de
vida e pensamento, sua produçãomaterial e social, sua cultura. Muitas vezes nos contaram de um tempo no qual as
festas e rituais religiosos de matriz africana ou indígena, em
especial o Tambor-de-Mina e os rituais de Pajelança, eram
proibidos pelas autoridades administrativas e policiais, e se
mantiveram vivas escondendo-se nas matas e sendo chamados de brinquedos.
Brinquedos encantados, este livro em que divido com todos parte daquilo que vimos e vivemos, revela essa dimensão sagrada, sempre presente.
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Província das festas
T odo mundo sabe que no Céu será só festa. Só que, para
chegar lá, devemos reunir virtudes a mais não poder, acumular paióis de sacrifícios, passar por privações que só
Deus sabe: “Não farás isso, não farás aquilo. A porta é estreita, são muitos os chamados, poucos os escolhidos”, etcétera e tal.
Ora, pois: se, neste vale de lágrimas, sempre sobra uma
pausa para os degredados filhos de Eva intercalarem uma
festinha; se fazer festa é uma coisa tão boa, conforme se
comprova pelo “gostinho de venha mais” que fica de cada
uma que, mesmo gemendo e chorando, continuamos fazendo sem cessar, que ninguém é de ferro; e se, no fim, tudo
vai ser uma festa sem fim – então, por que esperar tanto?
Pelo contrário, terá maior merecimento quem antecipe as
alegrias da eternidade e seja, por aqui mesmo, corpo e alma
de festas quase tão especiais como as que vão ser celebradas no Céu. Além de não perder tempo, ainda haverá uma
diferença: lá por cima, será para poucos. Aqui, a porta está
franqueada, dá para todos. E, quando nada, tudo valerá
como preparo.
Ainda mais, quando é festa de santo, como acontece quase sempre. Pensando bem, seria possível fazer festa todo
dia, porque, afinal, todo dia é dia de santo.
Por esta sábia metafísica, que a gente do Maranhão pratica mas é sábia o bastante para não expressar, fundamos
aqui uma Província de Festas, de uma ponta a outra do
calendário.
Festas religiosas? Sim, mesmo quando não têm santo.
Festas mundanas? Mas são, ainda assim, festas religiosas.
Fazendo conviver o sagrado e o profano em intimidade admirável, conciliamos o que seria impossível aos olhos de
culturas longínquas: ao lado da missa, da novena, da procissão, de batizados e casamentos, ou do tradicional
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pagamento de promessas, com a entrega de ex-votos, organizamos arrasta-pés, quermesses, rifas, leilões, levantamento de mastros, coleta de “jóias”, eleições de “rainhas”
lembrando concursos de misses, além de atividades esportivas (corridas de barco, canoa, jumento, saco, partidas de
futebol, pau-de-sebo, quebra-pote, mata-pato), etc. Tudo
com o devido acompanhamento de orquestra, faixas de
pano nas ruas, queima de foguetes, fartura de comida, rega-bofe e o que mais venha.
Até a tristeza pela perda dos mortos é atenuada por velórios peculiares, nos quais, sem faltar a devida reverência
ao ilustre desaparecido, muito se recomenda não esquecer
de molhar a garganta com a pinga mais pura, entremeada
de alguma anedota de ocasião, que também poderá exibir
seus tons impudentes.
Tudo explicado, se levarmos em conta que mesmo o Carnaval – a mais profana das festas profanas – traduz também, em suas raízes mais fundas, uma visão religiosa das
coisas da vida: tristeza não paga dívidas. Muito menos apaga pecados.
Nossas casas guardam proximidade com o cemitério, e
temos medo de assombração. No entanto, adoramos o sol
e a vida. Louvamos a Deus. Somos uma sociedade biófila.
E se Deus é vida, a morte não poderá ter a última palavra.
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ciclo
natalino
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Nascimento de Deus,
Alegria dos Homens
De entre as celebrações maranhenses do Ciclo Natalino,
este ensaio destaca o Pastor e o festejo de Reis.
Pastor – Pastoril, noutras regiões brasileiras – é um auto
natalino que só haveria de ser preservado onde se mantivessem puras suas características de leveza e lirismo, tradições
as mais arraigadas, recebidas dos primeiros colonizadores.
Graças a Deus, sobrevivem entre nós esses ambientes que
possibilitam reviver o Nascimento de Jesus numa atmosfera próxima do que imaginamos tenha acontecido na manjedoura de Belém.
As personagens do drama, múltiplas e diversificadas, a
riqueza poética de seus episódios – a Anunciação a Maria,
a Romaria à Gruta, a Adoração dos Pastores – constituem
peça teatral de sobrelevado valor, um Catecismo vivo, de
assimilação espontânea.
Celebrado do Natal ao Dia de Reis, o Pastor reúne entre
30 a 40 figuras, crianças quase sempre, que dançam e cantam, encarnando papéis que integram o cenário da Festa. O
conjunto constitui-se de orquestra – saxofone, violão, banjo, às vezes também flauta, viola, rabeca, trombone – além
de pandeiros e castanholas, que as Pastoras levam consigo.
O Grupo de Reis – também chamado Reisado, ou Careta
– evoca a visita dos Magos ao Menino Jesus. A partir de 25
de dezembro, sai à noite de casa em casa, por uma novena,
acordando as pessoas, rezando o terço, cantando hinos,
pedindo “jóias” para a festa de 6 de janeiro. Empunhando
a bandeira dos Santos Reis, cobre-se com chapéu de palha,
trajes de palha de buriti trançado e franjado, máscaras de
couro de cutia. Acompanha-se de sanfoneiros, tocadores de
triângulo, e violeiros que, a cada vez, partem de uma casa
diferente. Aos que os recebem com alegria, dançam o baião
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e encenam a brincadeira.
O grupo é composto de três pessoas, mas pode ter mais
gente, “para influir na brincadeira”. Por exemplo, o de Caraíbas, município de São João do Sóter, reúne até 25 componentes, vindos de diferentes localidades. Os pagadores
de promessas os hospedam durante o dia, e eles só viajam
à noite, no período da novena. No Dia de Reis, seguem em
procissão até o cemitério, onde vão visitar um Careta que
fazia parte do primeiro grupo. Na volta, acontece o Beija:
ajoelham-se dois a dois e beijam os pés dos Santos Reis,
seguidos dos promesseiros, entre os quais é interessante
encontrarem-se pessoas com um prato cheio de velas na
cabeça, ou embaixo do altar, durante a reza. Pagas essas
obrigações “religiosas”, começa a festa dançante, que dura
até o dia raiar.
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Reis do Alecrim
Maracanã, São Luís, Dezembro 2002
Pastor Estrela do Oriente
São Luís, Dezembro 2001
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Reis do Oriente
São Luís, Dezembro 2002
Reisado Folias de Natal
São Luís, Dezembro 2002
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Reisado Careta
Caraíbas, São João de Sóter, Janeiro 2002
Reisado Careta, Sebastião Chinês
Caxias, Janeiro 2001
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Reisado Careta, Dona Martinha
Caxias, Janeiro 2003
Promessa
Caraíbas, São Joáo do Sóter, Dezembro 2001
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Reisado Careta
Caraíbas, São João do Sóter, Janeiro 2002
Reisado Folias de Natal
São Luís, Dezembro 2002
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Pastor Estrela do Oriente
São Luís, Dezembro 2000
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carnaval
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Carnaval: Muitos,
Um Só
Delírio de um deus embriagado, jogo de risco, perigosa
revelação das mais sopitadas exigências humanas. Festa
da liberdade afinal consentida, entende-se por que o Carnaval adquire tanto peso e expressão nos rincões em que a
liberdade não se impõe como praxe.
No Carnaval, a verdade exibe-se tal qual, nua no meio
da rua, mesmo que ainda inevitavelmente mascarada. E o
povo a contempla, e está feita a Inversão Descomunal. Todos iguais e irmanados. Decreta-se o Reinado da Alegria,
eterna em curtíssima duração.
Mas são distintas e diferentes as verdades. Variam os carnavais de um lugar para outro.
E, pois, não faz sentido repetir-se que o Maranhão tem o
terceiro Carnaval do Brasil.
De todo modo, nosso Carnaval são muitos, como em todo
o Brasil, sendo, a rigor, um só, porque o Carnaval é um
modo de vida, uma visão do mundo.
E mal se anuncia o fim de um Carnaval, já estamos tratando de sua continuação no que inventarmos a seguir.
O primeiro Carnaval dá-se na chegada do Ano Novo. Começam os bailes, os “ensaios”. Abrem-se os clubes e as
escolas de samba. Formam-se blocos, que, no Maranhão,
podem agrupar parentes, amigos, vizinhos, famílias inteiras. Blocos de “fofão”, surpreendentes de colorido e originalidade. A temporada acumula pretextos para intensificarse em preparos. Espalha-se o toque de baterias, ouvem-se
os tambores-de-crioula. Repetem-se por todos os meios
as músicas de ocasião, dizendo coisas nossas, manha e
malícia nossas.
Quando chega o Tríduo do Inesquecível Tripúdio – sempre a mais do ano que passou, sempre a menos do ano
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que virá – muitos carnavais já aconteceram. Este agora é
apenas o oficial. Organiza-se o corso, desfilam os passistas, os blocos de sujo, as alegorias típicas. É o Carnaval de
rua, solto e suado, o entrudo das esquinas, cada um que se
cuide e aproveite, porque ninguém é de ninguém e na vida
tudo passa.
E quando tudo termina, nada estará terminado. O Carnaval recomeça domingo que vem, no Lava-Pratos de Ribamar, sob as barbas e as bênçãos do Santo. No outro domingo, no “Bis do Carnaval” do povoado de São Simão, em
Rosário. E no fim-de-semana seguinte, na praça, no terreiro, no arraial mais próximo.
Carnaval, ilusória permanência do efêmero, esforço desenfreado de assalto ao Paraíso. O futuro, o perdido.
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Bloco Os Três Ritmos
Riacho Seco, Rosário, Março 1999
Bloco do Caranguejo de Axixá
São Luís, Fevereiro 2003
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Bis do Carnaval
São Simão, Rosário, Março 2002
Escola de Samba de São Simão
Rosário, Março 2001
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Cordão do Urso Caprichoso
Quinta, São José de Ribamar, Março 2000
Brincadeira do Galo de Rosário
São Luís, Fevereiro 2002
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Bloco Afro
São Luís, Fevereiro 2002
Bis do Carnaval
São Simão, Março 2000
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são
bilibeu
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São Bilibeu,
o Santo de Breu
Bico-Bilico, bilí-Bilibeu, santinho assanhado, calunguinha de breu!
Bilibeu, São Bilibeu, ou Santo Horácio, desembocou neste
lado do mundo, na casa de Antero Roxo, em festa de Carnaval, num lugar chamado Santeiro, município de Viana, na
Baixada Maranhense. Sujeitinho namorista, seu trabalho
mais pesado é mamar nos peitos apojados das mulheres
alheias, depois de lhes garantir a mais impossível gravidez.
Veste-se como homem, mas não tem preconceitos: também
aparece como mulher, para isso bastando-lhe leve carícia
na genitália, que disso ele gosta!
Aliás, os bagos são questão de vida e morte para Bilibeu:
é consumido de inchaço em suas pedras-de-toque que ele
morre a cada festa. E quando ressuscita, é por efeito de
nova saúde testicular.
Afora isso, o Santo protege os bichos de casa, doentes ou
perdidos. As pessoas lhe fazem promessas e lhe oferecem
crias dos mesmos bichos que Bilibeu curou ou encontrou.
Aí o Negrinho responde pela farra, que vai do Domingo à
Terça-Feira Gorda, com levantamento de mastro, baile e ladainha, recitada num latim estropiado, conforme pertence
a um festim carnavalesco. Representa-se um drama: Cachorros e Cadelas, companhados de Caçadores, em porfia
com um Gato e uma Onça, saem latindo, mordendo, fuçando, a percorrer os quintais dos que deixaram algum animal
ou uma garrafa de cachaça para o Calunga. Os bichos são
mortos a dentadas e carregados na boca para o barracão
da Festa. Um jantar dos mais gordos é servido como prêmio para os “artistas”, já agora banhados e vestidos.
Mas a representação determina que o Santo morra e seja
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sepultado. Simula-se então uma sentinela, em meio a anedotas sobre o avantajamento sexual de Bilibeu. Interrompe-se o baile. Os músicos são chamados a acompanhar
o enterro. Uma cova aberta aos pés do mastro espera os
“restos mortais” do Boneco. Para lá se dirige o cortejo. Seus
“irmãos” se aproximam, lamparina acesa, desviando a atenção dos “coveiros”. Nesse momento, sem que ninguém espere, todas as luzes se apagam. Bilibeu, que todos “viram
descer à cova”, reaparecerá em seu altar. Milagreiro como
poucos, foi o autor da própria ressurreição. O fato será comemorado com mais música e mais esbórnia, até o alvorecer da Quarta-Feira de Cinzas.
Ano que vem tem mais Bilibeu.
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Sentinela de São Bilibeu
Santeiro, Viana, Fevereiro 1999
Antero Roxo (centro) e devotos de São Bilibeu
Santeiro, Viana , Fevereiro 1999
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divino
espírito santo
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Divino Encanto,
Espírito Santo
ODivino é o Pentecostes do povo. Cerimônia religiosa, liturgia epifânica, expressão simbólica de uma utopia.
A Festa vem de longe, de séculos, trazida no elenco de ritos do cristianismo europeu. Sincretizando-se com a nova
cultura deste país afro-índio-lusitano que é o Maranhão,
transformou-se em festejo, cresceu em encantamento, convocando à alegria e à solidariedade, subvertendo a hierárquica rigidez de classes, crenças, raças e idades.
O Espírito é livre e sopra onde quer. Celebrando o Divino,
a gente das periferias maranhenses assume o sentido de
transcendência libertária que se contém no culto ao Espírito Santo. Refazem-se as bases da sociedade. Recria-se um
império, cujo cetro – o mastro – antes de erguido na praça
pública, é buscado e carregado pela multidão, pertencente a todos. Negras e negros retintos constituem uma corte
especial. Seus filhos vestem-se de mantos régios e são coroados imperatrizes e imperadores, cercados de mordomos,
aias e vassalos. Um “colégio de sacerdotisas” – as caixeiras
do Divino – detentoras dos segredos de seu culto, canta e
toca tambores – as caixas – numa cadência que transmite a
sensação de um ciclo atemporal, uma religião primeira que
recria o homem e a natureza em sua perdida unidade.
No Maranhão, o Divino acontece a partir de um “núcleo”
imutável, com variações livres de lugar a lugar. É universal
a presença da Pomba, dos estandartes, de cores vivas. Um
bodo – pão e carne – é distribuído aos pobres.
Alcântara mantém esse costume: os encarregados da
Festa recolhem as esmolas rituais e “o Divino” – quer dizer,
seus “ministros”– as redistribui a pobres e idosos, em mesas de doces e refeições apropriadas.
Em São Luís, a Festa do Divino se realiza
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principalmente nas casas de culto africano. Noutros municípios – Alcântara, Paço do Lumiar, Humberto de Campos
– é menos freqüente essa associação ao universo dos terreiros. Em alguns povoados surgem crianças que são “anjos”,
ou outros santos. Na Baixada Maranhense, destaca-se o
cortejo fluvial, a Corrida de Ascensão. Em Caxias, visita-se
a cova de festeiros que passaram a entreter-se com o próprio Divino, sem mais necessidade de fantasias e figurações.
Até o comparecimento do Bumba-meu-boi, folguedo de
outra estação do ano, pode misturar-se com o Divino. Tudo
é permitido, tudo é livre no bojo desta cultura sincrética,
lúdica por excelência.
E o lúdico é sagrado, porque o sagrado é lúdico.
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Corrida de Ascensão
Penalva, Maio 2001
Cemitério dos Caldeirões
Caxias, Novembro 1997
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Festejo do Divino Espírito Santo
Alcântara, Maio 2001
Festejo do Divino Espírito Santo
Alcântara, Maio 2001
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Caixeiras do Divino Espírito Santo
Alcântara, Maio 2001
Festa do Divino Espírito Santo, Terreiro das Portas Verdes
São Luís, Setembro 2001
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Corrida de Ascensão
Prequeú, Viana, Maio 2000
Corrida de Ascensão
Prequeú, Viana, Maio 2000
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Corrida de Ascensão
São Cristóvão, Viana, Maio 2000
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bumba-meu-boi
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O Boi Santo,
Os Santos do Boi
OBoi é animal sagrado em muitas religiões. No Maranhão, é a religião. Boi, Bumba-meu-boi. A denominação
encontrável em outras regiões brasileiras foi simplificada,
para deixar ver que a brincadeira nos é mais familiar, e,
por ser mais nossa, nós a modificamos, ampliamos e enriquecemos, dando-lhe sons, formas e cores que só aqui se
encontram.
O Boi é um grupo de brincantes, e é uma tropeada, um
batalhão. É um barracão, uma rua, um bairro, é uma cidade toda inteira. Uma oração ruidosa, uma representação mágica, uma promessa agradecida, um dever místico,
crendice pura e fé acendrada.
O Boi é um ato de amor, generoso, indefinido. Ao prazer
do teatro, ao teatro da vida, à vida em sua multiplicidade de
sotaques, afinando seus instrumentos ao calor da fogueira,
como o culto totêmico de tribo primitiva, uma gente mestiça em insaciável afã de viver.
O Boi é de São João. O severo Profeta do Jordão desfazse de pregador no deserto, para repletar-se de jovialidade
e tolerância, comprazendo-se em aceitar e abençoar a edênica ebriedade de seus fâmulos a se fartarem de cachaça e
tiquira, a cantarem e dançarem, por toda a noite, ao toque
de pandeirões, matracas, zabumbas, tambores, maracás.
E sendo de São João, o Boi é do mês de junho. E por isso,
é antes de Santo Antônio, e depois é de São Pedro, e depois
é de São Marçal.
Na verdade, o ciclo da Festa alonga-se por um período que vai dos “ensaios”, mal se anuncia o Sábado de
Aleluia, chega ao 13 de junho, dia de Santo Antônio, passa
pelo “Batismo do Boi”, no dia 23, véspera do padroeiro São
João, e tem seu fecho com a “Morte do Boi”, do final do mês
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ao final do ano, em meio a uma saudade rarefeita, que só
se atenua aos poucos, na certeza de que, após esse período
ininterrupto de exibições, no próximo ano tudo começará
de novo.
O Bumba-meu-boi do Maranhão expandiu-se de suas
proporções de auto rudimentar, para exibir-se como um
bailado sensual e insistente, em que um sem-número de
personagens ricamente revestidas de veludo, chapéu de fitas, plumas coloridas, canutilhos e paetês compõem uma
coreografia feérica, que prende e arrebata os sentidos.
É justo, mesmo, dizer-se, e com mais razão talvez, que
atrás do Boi só não vai quem já morreu. Tanto que há lugares onde o Boi é que vai atrás de seus mortos em sua
última morada, como acontece em Caxias, numa das variações performáticas da brincadeira.
Espetáculo alegre e reverente obrigação: o Bumba-meu-boi é o ídolo santo, o Bezerro de Ouro do povo do Maranhão.
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Festa de São Pedro
São Luís, Junho 2000
Festa de São Pedro
São Luís, Junho 2000
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Boi Capricho do Bom Jesus
São Luís, Junho 2000
Boi da Maioba
São Luís, Junho 2001
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Boi Formosão de São João
Humberto de Campos, Outubro 2001
Boi da Fé em Deus
São Luís, Outubro 2001
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Boi do Maracanã
Rio dos Cachorros, São Luís, Junho 1999
Boi da Soledade
Cururupu, Setembro 2002
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festas
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Tantos Santos,
Tantas Festas
Santos dos Maranhões, Padrinhos das multidões, Senhores de todos os ritos de seu povo mestiço e festeiro:
São José de Ribamar, Santo-Coronel de Botas, plantado
no promontório da Baía de seu nome, guardião dos nossos
mares e de seus aventureiros, pescadores de peixe-pedra
e pedras de sua devoção, multiplicando Ribamares em nomes de certidão;
São Raimundo dos Mulundus, das Missões de Vargem
Grande, Bispo-Pastor dos nossos sertões e de seus cavaleiros andantes, vaqueiros anônimos, lavradores mendicantes, batizando Raimundos Nonatos entre hinos e festas incessantes;
Santos Pastores, Santos Reis, foliões do Natal, união de
terra e céus, alegria dos humildes pela humanização de
Deus; São Bilibeu, Santo Horácio do Santeiro, ídolo pagão
e santo andrógino, permissivo conhecedor dos mistérios da
fecundidade;
Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal, de
quem são os dias santos de junho, os guarnicês e a tiquira,
o baiado puro do Bumba-meu-boi;
Santa Maria das Pastorinhas da Barra da Ininga, castíssima guardadora da inocência das meninas dos Matões;
Senhor Bom Jesus dos Navegantes, na Repartição do
Brejo de Anapurus, timoneiro das procissões fluviais dos
barcos do Parnaíba;
Nossa Senhora da Conceição, Madona das Mãos de Lírio,
presidindo o Carnaval do Pato Pelado e do Porco-na-Rede,
de São Simão do Rosário;
São Gonçalo, dos Cordões e das Jornadas, compreensivo
casamenteiro de prostitutas, regedor de bailes vistosos que
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aliviam a tristeza das mulheres perdidas;
São Benedito, Sant’Ana, Santa Bárbara, Santa Luzia, São
Cosme e São Damião, convivas de Deus e de Oxalá, ecumênica simbiose, fusão mística de carne e de luz;
São Francisco das Chagas dos romeiros desvalidos, dos
cegos caminhantes, dos pedintes sem nome que somos todos nós;
Santos de Casa que fazeis milagres que só nós veneramos, imagem e semelhança de nossa fé mulata e confusa,
Cordeiros de Deus que entendeis os pecados do Maranhão,
sede conosco em nossas festas.
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Festejo de São José de Ribamar
São José de Ribamar, Setembro 2001
Festejo de São Raimundo dos Mulundus
Vargem Grande, Agosto 2001
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Festejo de São Raimundo dos Mulundus
Vargem Grande, Agosto 2000
Dança do Marujo
Caxias, Janeiro 2002
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Jornada de São Gonçalo
Humberto de Campos, Outubro 2001
Festa de Nossa Senhora da Conceição
São Simão, Rosário, Dezembro 1999
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Porco na Rede, Festa de Nossa Senhora da Conceição
São Simão, Rosário, Dezembro 2001
Pato Pelado, Festa de Nossa Senhora da Conceição
São Simão, Rosário, Dezembro 2001
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Festa das Pastorinhas
Barra da Ininga, Matões, Maio 1999
Dança do Lili
Caxias, Setembro 2001
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culto afro
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O outro
panteon
Bate, de noite, o tambor, em batida frenética e rouca, invocando os deuses de África a tomarem os corpos suados
de negros e negras do Maranhão.
De onde vem esse ritmo fremente não se sabe ao certo, porque os negros vieram do outro lado do Oceano e se
escondem em quilombos, nas matas, em subúrbios, nas
ruas, e a festa é só deles, outrora feridos, ferrados, forçados
a adotar o culto dos ídolos brancos que os perseguiram.
Os deuses se expressam em uma língua sagrada que os
negros ciosos mantêm a seu modo, em segredo trazido nos
porões dos tumbeiros, senha que é sonho, grito que é chama uivante de dor.
A música dura uma noite e tem muitas idades. Reaviva o
coração e ressoa no umbigo.
É “monótona e estridente”, é telúrica e é visceral. Encanta
e entontece.
A África é aqui, seu ventre rotundo, sua diáspora de escravos libertos, as forças brutas de sua natureza. Nova teodicéia se funda então, redizendo a surpresa da vida em seu
denso mistério.
Oxalás, omulus, iansãs, iemanjás, o panteon africano em
peso mistura-se aos mitos cristãos, a pajés e tupãs, a caboclos e índios de arco e flecha, e aparecem figuras mestiças
de orixás caprichosos, entidades dengosas, olhos verdes e
flor nos cabelos, cintura cavada e seios fecundos.
É outra religião, sobreposta às demais, brasileira, erótica
e sangrenta, grudada às origens da Raça e do Mundo, a
grutas e pedras, florestas e fontes, fetiches de medo do duro
viver.
Larô-iê! Ogum-ê! E-parrê!
E são lordes esses místicos de tantos terreiros. São ladies
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as sibilas em transe de umbandas e terecôs, tambores-demina e de crioula desses mil Maranhões, saias enormes,
colares de cores, turbantes de seda. Têm súditos e servos
os oráculos rudes desses templos de encanto.
E são médicos e curam. São mestres e guiam. Dizem as
leis e castigam. Amigos dos deuses, com os deuses se entendem e fazem banquetes.
Os tambores possuem e povoam as noites insones do Maranhão. E restauram em ouro o que era só humano carvão.
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Terreiro Camafeu de Oxossi
São Luís, Fevereio 2003
Festa de Santo Antônio
Santo Antônio dos Pretos, Codó, Maio 2000
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Terreiro Camafeu de Oxossi
São Luís, Fevereio 2003
Festa de Santo Antônio
Santo Antônio dos Pretos, Codó, Maio 2000
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Mestre Bita do Barão
Codó, Agosto de 2001
Cura, Terreiro das Verdes
São Luís, Agosto 2003
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Casa de Minas
São Luís, Maio 1998
Encontro de Terreiros
São Luís, Junho 2000
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CALENDÁRIO DE FESTAS
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
Clique nos meses
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Festejo de São José de Ribamar
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JANEIRO
25 Dez / 06 Jan - Santos Reis
Local: São Luis, Caxias, Matões, Balsas,
Penalva, Coroatá, Brejó, Buriti Bravo,
Montes Altos, Aldeias Altas, Barão de
Grajaú, São João do Sóter
20 - São Sebastião
Local: Quebra Pote (São Luís), Araioses,
Santo Amaro do Maranhão (Boa Vista),
Caxias, São João dos Patos, Vargem
Grande, Bacuri, Carutapera, Cajapió,
Codó.
21 - Santa Inês
Local: Santa Inês
25 - Igaraú (São Luís)
Local: Nossa Senhora de Belém
Festas de Santos Reis
Caraíbas, São do Sóter , Janeiro 2001
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FEVEREIRO
02 - Nossa Senhora do Bom Parto
Local: Andiroba de Cima (São Luís)
02 - São Braz
Local: Barreira (Araioses)
03 - São Braz
Local: Frecheira (Humberto de Campos)
13, 14 - São Lázaro
Local: São Luís
Carnaval
Todo o Estado
São Serafim
Local: Parati (Cedral)
São Bilibeu
Local: Viana
Uma semana após o Carnaval
Lava Pratos do Carnaval
Local: São José de Ribamar
Carnaval
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MARÇO
Bis do Carnaval - Duas semanas após o
Carnaval
Local: São Simão (Rosário)
19 - São José
Local: Lago da Pedra, Alto Parnaíba,
Pastos Bons, São Luís, Penalva, São
José de Ribamar, Humberto de Campos
Bloco os três Ritmos
Riacho Seco, Rosário, Março 2000
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ABRIL
22 - Santa Catarina
Local: Rosário
Festejo de Santa Catarina
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MAIO
1 - 3 - Santa Rita (Maria Santíssima)
Local: Caxias, Godofredo Viana, Barão de
Grajaú
12 - 13 - São Benedito
Local: São Luís
1 - 31 - Nossa Senhora dos Remédios
Local: Lago do Junco
13 - Preto Velho
Local: Caxias
Divino Espírito Santo - Ocorre por Pentecostes ou ainda em qualquer époco do ano
associado a outro santo
São Luís, Alcântara, Caxias, Codó, Penalva, Perimirim, Cururupu, Bequimão,
Matões, São José de Ribamar, Mirinzal,
Palmeirândia, Rosário, Icatu, Morros,
Humberto de Campos, Viana, Itapecuru Mirim, São João dos Patos, Pinheiro,
Cajari, Carolina, Balsas, Benedito Leite,
Cantanhede
Corrida da Ascensão - Quinta feira de Ascensão
31 - Nossa Senhora do Rosário
Local: Bacabal
Nossa Senhora das Graças
Local: Gonçalves Dias
Festejo do Divino Espírito Santo
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JUNHO
1 - 13 - Santo Antônio
Local: São Luís, Caxias, Timon, Pio XII,
Presidente Jucelino, Presidente Vargas,
Santo Antônio dos Lopes, Balsas, Barão
de Grajaú, Buriti Bravo, Magalhães de
Almeida, Coelho Neto, Joselândia
22 - 31 - Nossa Senhora de Loreto
Local: Loreto
Nossa Senhora do Rosário
Local: São Luís Gonzaga
24 - São João
Todo o Estado
24 - 30 - Sagrado Coração de Jesus
Local: Olho D’Água das Cunhãs
29 - São Pedro
Todo o Estado
30 - São Marçal
Local: São Luís
São Marçal
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JULHO
06 - Nossa Senhora do Carmo
Local: Santa Quitéria do Maranhão
(Santa Quitéria Velha)
07 - 16 - Nossa Senhora do Carmo
Local: Tasso Fragoso
15 - Nossa Senhora do Bonfim
Local: Grajaú
15 julho - 06 agosto - Menino Jesus de
Praga
Local: Fortaleza dos Nogueiras
25, 26 - Nossa Senhora de Santana
Local: São Luís, Humberto de Campos,
Primeira Cruz, Buriti de Inácia Vaz,
Coelho Neto
20 - 30 - São Bento
Local: Pastos Bons
31 - Santo Inácio de Loiola
Local: Pinheiro
Nossa Senhora do Desterro
Local: Urbano Santos
Terreiro das Portas Verdes
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AGOSTO
04 - São Domingos
Local: Matão (Primeira Cruz), São Domingos (Barreirinhas)
09, 11 - São Lourenço
Local: São Luís
09, 18 - Santa Helena
Local: Santa Helena
11 - Santa Clara
Local: Santa Clara (Humberto de Campos)
Segundo Domingo de Agosto - São Benedito
Local: São Luís, Cururupu, Caxias
15 - Dia do Tomate
Local: Dom Pedro
20 - São Bernardo
Local: Morros, São Bernardo
21- São José
Local: Duque Bacelar
22, 31 - São Raimundo dos Mulundos
Local: Vargem Grande
23, 24 - São Bartolomeu
Local: Rampa (Vargem Grande)
24 - São Bartolomeu (Dia de Berto)
Local: Cedral
24 - São Luís Rei de França
Local: Mata do Amaral (Morros)
25 - São Luís Rei de França
Local; São Luís
29 - Nossa Senhora da Natividade
Local: Urbano Santos
30 - São Raimundo
Local: Santo Amaro do Maranhão (bebedouro), Coelho Neto
04, 15 - Nossa Senhora dos Milagres
Local: Milagres do Maranhão
Bom Jesus dos Navegantes
Local: Brejo (Repartição)
30 agosto - 08 setembro - Nossa Senhora
da Vitória
Local: Alto Parnaíba
Santa Maria
Local: Santa Maria (Barucituba)
Nossa Senhora de Lurdes
São Roque
Local: São Luís
31 - Nossa Senhora de Nazaré
Local: Dom Pedro
Festejo de São Raimundo dos Mulundus
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SETEMBRO
07 - Regatas da Independência
Local: Maracajutiua (Cururupu), Outeiro
(Cedral)
08 - Aniversário de São Luís
Local: São Luís
08 - Nossa Senhora de Nazaré
Local: Tutóia
Nossa Senhora de Nazaré
Local: Vitória do Mearim
Nossa Senhora das Dores
Local: Chapadinha, Itapecuru-mirim
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Local: Lima Campos
São José de Ribamar
Local: São José de Ribamar
Festa da Melancia
Local: Arari
21 - São Mateus
Local: São Mateus
26 - Santa Rita de Cássia
Local: Santa Rita
27 - São Cosme e Damião
Local: São Luís
29 - São Miguel
Local: São Miguel (Rosário), São Luís
30 - São Jerônimo
Local: São Luís
Festejo de São Cosme e Damião
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OUTUBRO
01 - Santa Terezinha
Local: Bacabal
02 - Nossa Senhora de Fátima
Local: Achuí (Humberto de Campos)
04 - São Francisco
Local: Boa Vista (Santo Amaro do Maranhão), São Francisco do Maranhão, São
João dos Patos, Lago Verde, Bom Jardim,
Fortaleza dos Nogueira, Lago do Junco,
Grajaú, Açailândia, Bacabal, Barra do
Corda e Zé Doca
12 - Nossa Senhora Aparecida
Local: São Luís,Urbano Santos
15 - Santa Tereza
Local: São Luís
22 - 31 - Cristo Rei
Local: Areinhas (Primeira Cruz)
31 - Nossa Senhora do Rosário
Local: Frecheira (Humberto de Campos)
São Francisco das Chagas
Local: Anarupus
São Bernardo
Local: Anarupus
São Benedito
Local: São Luís, Cururupu
Nossa Senhora da Piedade
Local: Coroatá
30 - Festejo de Remedinho
Local: São Bento
Festejo de São Benedito
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NOVEMBRO
01 - Dia de Todos os Santos
Local: Caxias, Tapuio (Barreirinhas)
02 - Dia de Finados
Local: Caxias
05 - 15 - São Francisco das Chagas
Local: Mata Roma
14, 15 Santa Helena
Local: São Luís
15 - Sagrado Coração de Jesus
Local: Urbano Santos
15 -23 - São Vicente Férrer
Local: São Vicente Férrer
Nossa Senhora da Consolação
Local: Colinas
Foliões da Divindade
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DEZEMBRO
03 - São Francisco Xavier
Local: Turiaçu
04 - Santa Bárbara
Local: São Luís, Caxias, Santo Amaro do
Maranhão
08 - Nossa Senhora da Conceição
Local: Brejo, São Luís, Araioses, Primeira Cruz, Barra do Corda, Viana, Rosário
(São Simão), Cândido Mendes, Benedito
Leite, Pirapemas
08 - 18 - Nossa Senhora do Amparo
Local: São Benedito do Rio Preto
13 - Santa Luzia
Local: São Luís, Rosário (Providência)
19 - Nossa Senhora das Graças
Local: Graça Aranha, Gonçalves Dias
20 - Divino Espírito Santo
Local: Humberto de Campos (Cabaceira)
25 - Cristo Rei
Local: Lago do Junco
São Bento
Local: São Bento
Reisado
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EXPEDIENTE
Editor: Jorge Murad
Edição: Instituto Geia
Gerente Executiva: Josilene Maia
Editoração Eletrônica: Aline Durans e
Raimundo Queiroz (estagiário)
Fotografia: Albani Ramos
Desenvolvedor Web: Helder Maia
Colaboradores: José Sarney e Sebastião Moreira Duarte.
Plural é uma publicação bimensal editada pelo Instituto Geia,
localizada na Av. Cel.Colares Moreira, nº 1, Q. 121, sala 102,
São Luís–MA CEP 65.075-440 Fonefax: +55 98 3227 6655.
[email protected]
www.geiaplural.org.br
ISSN: 2238-4413
As opiniões e conceitos emitidos pelos autores são de exclusiva
responsabilidade dos mesmos, não refletindo a opinião da revista
nem do Instituto Geia. Sua publicação tem o propósito de estimular
o debate e refletir as diversas opiniões do pensamento atual.
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geia.org.br
EMPRESAS ASSOCIADAS
Agropecuária e Industrial Serra Grande
Alpha Máquinas e Veículos do Nordeste
ALUMAR
Atlântica Serviços Gerais
Bel Sul Administração e Participações
CEMAR - Companhia Energética do Maranhão
CIGLA - Cia. Ind. Galletti de Laminados
Ducol Engenharia
Grupo Mateus
Lojas Gabryella
Mardisa Veículos
Moinhos Cruzeiro do Sul
Niágara Empreendimentos
Oi
Rápido London
SempreVerde
Televisão Mirante
UDI Hospital
VALE
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número 8 fevereiro / março 2013
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BRINQUEDOS ENCANTADOS