Diagnóstico Social 2009 – Secção 7__________
Associativismo, Desporto e Cultura
Segundo o INE no Anuário Estatístico para Região Alentejo de 2007, no total de despesas da Câmara
Municipal de Reguengos de Monsaraz 15,8 % das verbas vão para despesas em cultura e desporto. As
despesas correntes vão sobretudo para actividades culturais, música, jogos e desporto, quanto às despesas
de capital vão para recintos desportivos, culturais e para património.
Associativismo
O número de Associações, grupos, sociedades e colectividades é bastante elevado no concelho, 46, embora
a dinâmica destas organizações não governamentais (ONG) varie de comunidade para comunidade.
As ONG, nas zonas rurais, têm como vocação disponibilizar um local de encontro para a comunidade e o
apoio à realização das festas anuais. Em algumas destas organizações existem grupos ligados ao desporto
com bastante dinâmica.
Quadro A.D.C. n.º 1
Associativismo no Concelho de Reguengos de Monsaraz
Associações
por Freguesia
Monsaraz
Corval
Reguengos
Campo
Campinho
Total
Caça e Pesca
3
2
3
2
1
11
Columbofilia
0
1
1
0
0
2
Cultura
0
1
2
0
0
3
Desporto e
Cultura
1
1
1
0
0
3
Desporto
0
0
4
0
0
4
Diversos
1
0
3
1
1
6
Musica
0
1
1
1
0
3
1
0
5
9
Recreativo
Solidariedade
3
0
1
0
0
4
4
1
Fonte: Município de Reguengos de Monsaraz, 2009
Além das Associações referenciadas pelo Município1 existem outras entidades associativas que intervêm no
Concelho:
•
ALIENDE- Associação para o Desenvolvimento Local, a intervir em Reguengos de Monsaraz, mas
com sede em Montoito, disponibiliza apoio na elaboração de projectos vários, intervêm na área da
formação profissional, juventude e em muitas outras áreas ligadas ao desenvolvimento local;
•
Associação de Estudantes na Escola Secundária Conde de Monsaraz.
•
Casa de Cultura de Corval, com oferta desportiva, cultural e de formação profissional e a AMIJOVEM,
associação de carácter cultural, ambas em S. Pedro do Corval;
•
Santa Casa da Misericórdia de Monsaraz e de Reguengos de Monsaraz, esta última com uma
vertente de apoio social muito vincada e de grande importância no Concelho.
1
http://www.cm-reguengos-monsaraz.pt/pt/conteudos/o+concelho/associacoes/
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Associativismo, Desporto e Cultura - 1/10
Diagnóstico Social 2009 – Secção 7__________
Desporto
O Concelho de Reguengos de Monsaraz mostra dinâmica desportiva, tanto ao nível de equipamentos como
da própria actividade.
Relativamente aos equipamentos desportivos existe uma diversidade de oferta disponibilizada quer pela
Autarquia quer por Associações Desportivas e Recreativas, nomeadamente:
•
Campo de Futebol de 7
•
•
Campo de ténis
•
Campo Multijogos
•
Campos de Futebol de 11
•
Centro Hípico
•
Escolas de equitação
•
Circuito de manutenção
•
Piscinas Coberta/ Descoberta
•
Ginásio
•
Polidesportivos Descobertos
•
Escola de taekwondo
Pavilhão Gimnodesportivo Arq.º Rosado
Correia
•
Pavilhão Gimnodesportivo Escola E B I de
Reguengos Monsaraz
•
Pavilhão Gimnodesportivo Escola
Secundária Conde Monsaraz
O Concelho oferece as seguintes modalidades desportivas:
•
Artes Marciais
•
Columbofilia
•
Atletismo
•
Equitação
•
Automobilismo/ Todo o Terreno
•
Futebol
•
Basquetebol
•
Ginástica de Manutenção
•
BTT
•
Ginástica e Trampolins
•
Caça
•
Natação e Hidroginástica
•
Caminhadas
•
Orientação Pedestre/BTT
•
Cicloturismo
•
Pesca
•
Pólo Aquático
De referir que, quer em relação aos equipamentos desportivos quer em relação às modalidades desportivas é
na sede de Concelho que se concentram a grande maioria dos equipamentos desportivos e é também a sede
de Concelho que oferece a maior diversidade de modalidades desportivas, prevendo-se a criação de um
Parque Desportivo. O Município tem um plano de actividades desportivas anual (Anexo1).
Quando falamos de desporto, no Concelho de Reguengos de Monsaraz, associamos a palavra voluntariado à
actividade, pois grande parte do trabalho de apoio às diferentes modalidades é desenvolvida por pessoas
(pais, atletas antigos e actuais, etc) que no seu tempo livre se dedicam às mais variadas tarefas, desde o
transporte dos atletas até ao treino das equipas. O número de praticantes e a caracterização das entidades
desportivas no Concelho são apresentados em documento próprio (Anexo 2).
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Associativismo, Desporto e Cultura - 2/10
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Cultura
A vertente cultural é muito forte na Região Alentejo, não sendo Reguengos de Monsaraz excepção. O
Concelho tem uma grande riqueza ao nível do património histórico e arqueológico, sendo uma das suas mais
valias. Quando falamos de cultura e tradição, é um Concelho ligado à tauromaquia, à musica e ao cante
(filarmónicas, grupos corais, fado, grupos musicais vários), é um Concelho no qual o artesanato tem muita
importância, pois ainda está bastante enraizado o saber-fazer e é um Concelho que apoia o associativismo e
o desenvolvimento local. A arte contemporânea também é acarinhada no Concelho, contando com artistas
nas mais diversas áreas (pintura, escrita, poesia, dança, fotografia, arquitectura, teatro…). O Concelho
oferece uma agenda cultural variada e tem vários espaços dedicados à cultura.
História
Os limites do Concelho são os mesmos desde há séculos, mudando a localização da sua sede, localizada na
Vila de Monsaraz até 1838, data a partir da qual foi transferida para a Vila de Reguengos de Monsaraz. A
Cidade de Reguengos de Monsaraz ascendeu à categoria administrativa de Cidade no dia 9 de Dezembro de
2004.
Monsaraz é o único núcleo urbano antigo planeado e muralhado do concelho e é excepção, pois nasceu com
objectivos claros de ordem bélica. A sua ocupação data dos tempos pré-históricos e são disso exemplo a
cerca de centena e meia de monumentos megalíticos existentes nos arredores desta povoação.
Em 1157, Monsaraz foi conquistada aos Mouros por Geraldo Sem Pavor, mas em 1173 torna a cair em poder
dos almôadas, na sequência da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz. D. Sancho II conquista
definitivamente Monsaraz em 1232.
Em 1263, Monsaraz é já uma importante povoação fortificada e sede de um Concelho dotado dos mais
amplos privilégios jurídicos, possuindo já a Carta de Foral expedida por D. Afonso III. Neste período os
cavaleiros das ordens militares e o clero secular deram início à construção dos templos de Santa Maria da
Lagoa e de Santiago e da Ermida de Santa Catarina, no arrabalde.
Em 1319, Monsaraz é erguida comenda da Ordem de Cristo e fica na dependência de Castro Marim. Nesta
altura começa a ser construído o edifício gótico do primitivo tribunal e é também deste período que data a
torre de menagem.
Em 1412, por doação do condestável a seu neto D. Fernando, Monsaraz é integrada na Sereníssima Casa de
Bragança e passa a ser um dos mais preciosos vínculos no Alentejo, da grande casa ducal portuguesa. A
grave crise demográfica de 1527, causada pela peste que alastrava em Portugal, faz com que, por ordem do
Duque de Bragança e como medida de fixação demográfica local, se esboce uma modesta reforma agrária,
que se traduziu no parcelamento das terras comunais concelhias.
No termo de Monsaraz, em terrenos da Casa de Bragança e depois da Coroa, em torno de uma ermida
dedicada a Santo António, nasceu um pequeno núcleo populacional, originário da futura Vila de Reguengos
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Associativismo, Desporto e Cultura - 3/10
Diagnóstico Social 2009 – Secção 7__________
de Monsaraz. O crescimento desta pequena povoação, devido aos esforços dos seus moradores no que
respeita ao artesanato, daria origem a uma nova Feguesia em 1752.
A aldeia dos Reguengos, assim chamada, era formada na altura pelos núcleos populacionais de Reguengos
de cima, do meio e de baixo. Estes constituíram as bases administrativas da nova Vila de Reguengos, por
Carta de Lei de 1840.
A posição de difícil acesso da Vila de Monsaraz e a sua fidelidade ao ideal absolutista, derrotado nas lutas do
século XIX, contribuíram para que o processo de transferência de sede do concelho fosse célere e passasse
para a Vila de Reguengos, nova, dinâmica e adepta dos ideais políticos do Liberalismo.
Esta transferência data de 1838, sofrendo algumas interrupções. Apenas em 1851, a sede se instala
definitivamente na Vila de Reguengos de Monsaraz e o Concelho passa a designar-se Reguengos de
Monsaraz. Em 2004 dá-se a elevação da Vila à categoria de Cidade (DAR II série A Nº.74/IX/2 - Suplemento
2004.07.09, - (46) a - (48)), uma vez que a Vila de Reguengos de Monsaraz cumpria, genericamente os
requisitos estabelecidos na Lei n.º 11/82, de 2 de Junho.
Todas as Freguesias que constituem o Concelho de Reguengos de Monsaraz têm uma história por traz da
sua origem (Anexo 3).
Património
Entende-se por património arquitectónico “bens culturais imóveis integrantes do património cultural português
ou património cultural arquitectónico as estruturas imóveis criadas e implantadas no território pelo homem, ou
que o homem produziu transformando a Natureza, dotadas de um valor simbólico.” (Decreto-lei n. 120/97 de
16 de Maio).
Destacamos no Concelho de Reguengos de Monsaraz a Vila de Monsaraz e lugares circundantes como dos
mais ricos em património arquitectónico, apresentando obras que passam por diversos séculos da nossa
história desde o século XII até ao século XVI. Salpicando a paisagem do Concelho existem várias igrejas e
ermidas que datam do século XVI e XVII.
A riqueza do património arqueológico também é uma das mais valias do Concelho de Reguengos de
Monsaraz, com a existência de vários monumentos megalíticos. É geologicamente manchado de
afloramentos graníticos e de rochas metamórficas xistosas. Podemos encontrar nesta região megalitos de
todos os tipos (antas, menires isolados e em grupo), podendo considerar-se alguns belos e interessantes
exemplares do contexto da pré-história europeia.2
2
http://www.cm-reguengos-monsaraz.pt/pt/conteudos/o+concelho/h2/
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Associativismo, Desporto e Cultura - 4/10
Diagnóstico Social 2009 – Secção 7__________
Equipamentos e Actividades Culturais
Relativamente aos equipamentos e actividades no âmbito da cultura e recreio o concelho tem os seguintes
equipamentos:
•
Arquivo Municipal
•
Igreja Santiago (espaço de exposição)
•
Artesanato (Olarias, mantas, chocalhos,
•
Imprensa Periódica
cobres, …)
•
Ludoteca
Associações, Colectividades, Sociedades,
•
Museu da Vinha e do Vinho
Casas do Povo, Casas de Cultura,
•
Museu Etnográfico “Artes e Ofícios
•
Auditório Municipal
Tradicionais”
•
Bandas Filarmónicas
•
Parque de Feiras e Exposições
•
Biblioteca Municipal
•
Pavilhão Multiusos
•
Bibliotecas Escolares
•
Praça de Touros
•
Centro interpretativo da Olaria
•
Rádios Locais
•
Conservatório de Música do Alentejo
•
Casa Gião (Sociedade Portuguesa de
•
Grupo Polifónico
•
Grupos Corais
•
Museu de Arte Sacra de Monsaraz.
•
Grupos musicais
•
Espaços Internet
Autores)
No Anuário Estatístico para Região Alentejo de 2007 do INE apenas está identificado um equipamento
Cultural, um museu.
Feiras e Certames
A cultura e o património, a tradição local e o sentir das populações são o motor das inúmeras iniciativas que
ocorrem por todo o Concelho, reconhecendo e promovendo o potencial desempenhado pela olaria e pelo
artesanato, divulgando e promovendo a qualidade dos vinhos e da gastronomia, da hotelaria e da
restauração, divulgando a tradição literária do concelho, reforçando e fomentando a convivência com as artes
plásticas, promovendo feiras e festas populares e tradicionais que mantêm viva a memória da identidade
cultural (Anexo 4).
Espaços Internet
O Concelho de Reguengos de Monsaraz, disponibiliza desde 2002, o Esp@ço Internet na sede do Concelho
que tem como objectivo proporcionar o acesso gratuito a todos os cidadãos às Novas Tecnologias da
Informação e da Comunicação. O espaço é constituído por uma sala com oito computadores de acesso
gratuito à Internet. Como já vem sendo preocupação do Município, o acesso é destinado a todos os
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Associativismo, Desporto e Cultura - 5/10
Diagnóstico Social 2009 – Secção 7__________
utilizadores, desta forma, existe um computador adaptado a pessoas com necessidades especiais e o acesso
ao espaço está adaptado a pessoas com mobilidade reduzida.
Em 2007 no âmbito de uma parceria entre a Autarquia e as Juntas de Freguesia do Concelho, criaram-se 7
novos espaços dedicados à novas tecnologias, com o objectivo de proporcionar a todos os munícipes de
Reguengos de Monsaraz a oportunidade e o acesso às novas tecnologias de informação e comunicação.
Devido à sua dimensão, a Freguesia de Reguengos de Monsaraz, criou 3 espaços internet (Reguengos,
Caridade e Perolivas), ficando a sede de Concelho com dois espaços Internet.
Juventude
No Concelho de Reguengos de Monsaraz existem alguns movimentos juvenis, o Grupo de Jovens de
Reguengos de Monsaraz MAGNIFICAT, dois grupos católicos (Corpo Nacional Escutas - Agrupamento 1085
e Convivas Fraternos) e uma Associação de Estudantes da Escola Secundária Conde de Monsaraz. Além
destes grupos, os jovens envolvem-se em outras organizações locais, como colaboradores ou beneficiários
das actividades desenvolvidas.
Quanto ao associativismo juvenil não existem associações do Concelho registadas no Registo Nacional de
Associações Juvenis (RNAJ).
Em 2006 o Município de Reguengos de Monsaraz aderiu ao Cartão Jovem Municipal <26. O acordo foi
celebrado entre a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz e a Movijovem, entidade gestora do Cartão
Jovem Euro<26, em Portugal. A principal característica deste cartão é dar todas as vantagens associadas ao
clássico Cartão Jovem Euro<26, mas, proporciona, também, vantagens e descontos específicos em cada
município. Assim, os jovens de Reguengos de Monsaraz passaram a ter um conjunto de vantagens de
natureza social, cultural, desportiva, recreativa e outras, tanto a nível local, como nacional e europeu.
Todos os anos o várias entidades locais acolhem jovens no âmbito do Programa de Ocupação dos Tempos
Livres (OTL) em vários projectos.
No Concelho não existe uma estrutura de divulgação dos diferentes programas dos quais os jovens podem
beneficiar, embora exista em Évora uma Delegação do Instituto Português da Juventude.
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Associativismo, Desporto e Cultura - 6/10
Diagnóstico Social 2009 – Secção 7__________
Programas Estratégicos
O Programa para a Juventude3 refere que a problemática da juventude assume, nas sociedades modernas,
um carácter estratégico. Isto implica o desenvolvimento de políticas específicas, mas fundamentalmente uma
preocupação de transversalidade nas várias áreas de governação, designadamente educação, protecção
social e habitação.
No contexto da sociedade portuguesa, moderna e em acelerada mudança, é essencial dotar a juventude
portuguesa dos instrumentos necessários para uma activa participação e intervenção social e cívica. O
sistema educativo não assegura, naturalmente, todas as respostas, pelo que a educação não formal, nas
suas mais diversas formas (associativismo, voluntariado, etc.), ao proporcionar novas oportunidades de
formação e de actuação em sociedade, assume um papel fundamental.
Neste sentido, o Governo adopta um conjunto de orientações, a desenvolver e implementar de forma aberta e
participada:
•
Estimular e incentivar os associativismos juvenil e estudantil, considerando que estes assumem um
papel fundamental na promoção da educação não formal dos jovens;
•
Estimular a criação dos Conselhos Municipais de Juventude, tendo em conta as experiências
positivas, que um pouco por todo o País têm proliferado;
•
Incentivar a mobilidade geográfica dos jovens em Portugal e na Europa, nos âmbitos educativo, do
mercado de trabalho ou do lazer;
•
Apoiar o empreendedorismo jovem, nomeadamente através da progressiva introdução do
empreendedorismo na estrutura curricular dos diferentes níveis de ensino;
•
Combater a precariedade do emprego jovem, fenómeno que tem dificultado a emancipação e a
especialização profissional, e desincentivado a formação e a qualificação;
•
Facilitar o acesso dos jovens à habitação, como forma de estimular uma juventude emancipada, mais
confiante, participante e dinâmica.
O Programa para o Desporto4 menciona que a lei constitucional portuguesa reconhece o direito de todos à
cultura física e ao desporto e impõe ao Estado, por si e em parceria, a obrigação de promover, estimular,
orientar e apoiar a actividade desportiva.
É uma noção de serviço público do desporto que deve ser acolhida na definição dos valores centrais da
política desportiva em Portugal e nesta, como noutras áreas de actividade, em cooperação com os cidadãos e
a sociedade, ou seja, com todos os agentes desportivos.
3
4
http://www.sejd.gov.pt/PresentationLayer/conteudo.aspx?menuid=49&exmenuid=6
http://www.sejd.gov.pt/PresentationLayer/conteudo.aspx?menuid=50&exmenuid=49
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Associativismo, Desporto e Cultura - 7/10
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O fomento da actividade desportiva infanto-juvenil, o reforço da sustentabilidade organizativa e financeira do
movimento associativo, a luta contra as práticas irregulares na competição, a protecção da saúde dos
praticantes, a luta contra a dopagem, a garantia de transparência e verdade na gestão desportiva são alguns
dos eixos prioritários a desenvolver, no respeito pelos valores próprios da prática desportiva na sociedade
livre e democrática em que vivemos.
Mais e melhor desporto para mais cidadãos significará aumentar os índices de prática desportiva, formar na
escola e desenvolver no movimento associativo, garantindo igualdade de acesso às actividades desportivas
sem discriminações sociais, físicas ou de sexo.
A dimensão moderna do desporto, o seu enquadramento sócio-económico e as exigências crescentes do seu
financiamento obrigam a uma reafirmação permanente dos valores da ética, da equidade e da solidariedade,
assumidos pelo Estado e seus parceiros.
A Lei de Bases do Desporto, recentemente aprovada, não serve estes objectivos nem contribui para a
resolução dos problemas do desporto português. Ignorou a realidade, marginalizou o movimento associativo e
esqueceu a crescente importância das autarquias locais no desenvolvimento desportivo nacional. Ora, é
justamente na coexistência, parceria e colaboração entre o Estado e o movimento associativo que assenta a
realidade do desporto em Portugal, de que as escolas e os clubes devem ser a base.
O Programa Operacional da Cultura5 constitui um instrumento importante de concretização da política de
desenvolvimento e de coesão económica e social, integrando o Eixo 1 do Programa de Desenvolvimento
Regional para Portugal, para o período de 2000 a 2006.
A linha de força deste Programa é a consideração de que a cultura, enquanto veículo de desenvolvimento do
potencial humano, contribuirá decididamente para a qualificação dos recursos humanos, numa perspectiva de
valorização da pessoa em toda a sua plenitude, mas também, constitui um factor de criação de riqueza e de
emprego, pelo impacto que tem em várias actividades económicas.
A estratégia subjacente às actuações previstas no Programa Operacional da Cultura assenta em dois
objectivos essenciais:
•
Reforçar a cultura como factor de desenvolvimento e de emprego;
•
Promover um maior equilíbrio espacial no acesso à cultura.
Reforçar a valorização do património histórico e cultural numa perspectiva de desenvolvimento económico é
prioritariamente uma aposta estratégica na criação de emprego e de riqueza mas também na preservação
dos valores intrínsecos aos bens patrimoniais.
É essencial para se atingir este objectivo, aproveitar a riqueza do nosso País em termos de monumentos,
museus, acervos documentais e artísticos, acumulados ao longo de oito séculos de história.
5
http://poc.min-cultura.pt/new//index.php?option=content&task=view&id=87&Itemid=100
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Por outro lado, a divulgação da cultura junto das populações permitirá promover a igualdade de
oportunidades, quer as económicas e decorrentes dos desequilíbrios espaciais no acesso a bens e serviços
quer as que resultam das desigualdades estruturais ao nível da educação e formação básica.
Além disso, permitirá disponibilizar ao público, através dos novos meios de comunicação, um importante
acervo documental de carácter histórico e cultural – existente junto de bibliotecas, arquivos e outras entidades
- cujo volume é difícil quantificar e que em termos qualitativos é extremamente importante para o alargamento
do acesso generalizado ao público, correspondendo a um salto qualitativo muito significativo, em termos de
utilização das novas tecnologias da informação para divulgação cultural.
Assim, os eixos estratégicos deste Programa Operacional dirigidos à consecução dos objectivos traçados são
os seguintes:
•
Valorizar o património histórico e cultural;
•
Favorecer o acesso a bens culturais
No domínio da Cultura, a estratégia do investimento para 2005-2009 terá como prioridades6:
•
aumentar a oferta de equipamentos, de bens e de serviços culturais à população, através da
execução adequada dos investimentos cofinanciados, designadamente ao abrigo do Programa
Operacional da Cultura (POC);
•
financiar o desenvolvimento das Redes de Bibliotecas Públicas, de Arquivos e de Recintos Culturais e
de Cinema Digital;
•
modernizar o Ministério e qualificar os Recursos Humanos, recorrendo às tecnologias de Informação
e comunicação e à formação de dirigentes e quadros do Ministério.
6
Grandes Opções do Plano para 2005-2009, Na Área Da Cultura (Lei 52/2005, de 31 de Agosto)
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Análise SWOT: Associativismo, Cultura e Desporto
Interno
Forças: instrumentos, serviços, projectos em curso, instituições, recursos
Fraquezas: prioridades de intervenção, necessidade prioritária
- Existência de espaços culturais e/ou desportivos em todas as
freguesias;
- Existência de 46 entidades não governamentais, com oferta
bastante diversificada de actividades;
- Existem mais de 15 modalidades desportivas em actividade no
Concelho;
- Existência de actividades desportivas e culturais na escola para as
crianças e jovens;
- Riqueza em património histórico e arqueológico;
- Artesanato local (olaria, mantas, etc);
- Existência da Divisão de Acção Cultural, Educação, Desporto e
Acção Social municipal;
- Existência de espaços Internet gratuitos em todo o Concelho;
- Espírito de voluntariado e de “carolice”;
- “Cante Alentejano”;
- Produtos tradicionais (vinho, azeite, licores, compotas) e
existência de recursos turísticos (agroturismo, ecoturismo,
enoturismo, turismo rural, turismo de aldeia).
- Dinamização do Programa OTL;
- Exponautica, Exporeg, Monsaraz Museu Aberto;
- Festas e romarias locais;
- Delegação de Évora do Instituto Português da Juventude;
- Conservatório do Alto Alentejo; Universidade Sénior; CLA
Universidade Aberta.
Externo
Oportunidades: parceiros, potencialidades, financiamentos possíveis
- Falta de Identidade cultural dos mais jovens;
- Falta de jovens nos grupos corais alentejanos existentes;
- Inexistência de associações juvenis registadas no RNAJ;
- Pouco envolvimento associativo da população;
- Pouco envolvimento da população na dinâmica cultural;
- Escassos recursos humanos e financeiros.
- Associação juvenil
- Existência de várias escolas no Concelho (música, dança, futebol,
ginástica, basquetebol, equitação, artes marciais, natação, pólo
aquático);
- CLA Universidade Aberta;
- Riqueza da cultura e tradições locais;
- Ecopista
- Parque Desportivo
- Programas de apoio ao Associativismo, Desporto e cultura: QREN
- Cultura: Programa Cultura (2007-2013);
- Desporto: Programa Operacional Valorização Território
(POVT) - Eixo prioritário IX;
- Juventude: Programas de apoio ao associativismo
jovem; PAJ - Programa de Apoio Juvenil; PAI - Programa
de Apoio Infra-estrutural; PAE - Programa de Apoio
Estudantil; Programa Formar; Programa Juventude em
Acção; Porta 65; Programas de mobilidade;
- Turismo: Sistemas de Incentivos do Quadro de
Referência Estratégico Nacional. Programas Erasmus,
Sócrates, Leonardo, Grundtvig;
- Direcção-Geral das Artes; Direcção-Geral do Livro e das
Bibliotecas; Direcção-geral dos Arquivos; Instituto do Cinema e do
Audiovisual; Instituto Português do Património Arquitectónico;
Instituto Português de Arqueologia; Secretaria de Estado da
Juventude e Desporto.
- Insuficiência de técnicos especializados nas diversas
áreas culturais;
- Inexistência de intercâmbio intergeracional dos costumes,
hábitos, estória e tradição;
- Mau estado de conservação de algumas instalações
associativas;
- Funcionamento das associações marcada pelo
voluntariado;
- Escassos recursos humanos e financeiros;
- Falta de articulação entre as instituições;
- Pouca rentabilização dos recursos culturais e recreativos.
Ameaças: obstáculos, debilidades, riscos
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