I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012
PROPOSTAS DE ENSINO EM GEOGRAFIA: UMA LEITURA ACERCA DA
“ALIMENTAÇÃO E DAS FESTAS COMO MANIFESTAÇÕES CULTURAIS”
Luana Pereira Lima/UFS [email protected]
Alana Franco Leite/ UFS- [email protected]
Rafaela dos Santos/ UFS - [email protected]
GT03- A Leitura das Manifestações Culturais no Processo de Ensino/Aprendizagem
Resumo
Diante da situação em que se encontra a educação, deficiente e insuficiente para lidar com as
questões voltadas para integração da prática e teoria sob o universo da sala de aula, novas
propostas estão sendo lançadas com a finalidade de proporcionar ao aluno uma melhor análise
do espaço vivido, onde a percepção e a valorização do mesmo permeiam o centro das mais
variadas discussões. Nesta perspectiva, este artigo tem por objetivo apresentar duas propostas
metodológicas de ensino em geografia que ressaltam a importância da temática “Alimentação
e Festas como Manifestações Culturais” tendo por fundamento a construção dos conceitos
geográficos. Para tal feito, fizemos um levantamento bibliográfico aliado às discussões no
grupo de pesquisa, o que nos deu suporte para propor práticas pedagógicas que prioriza uma
Geografia de cunho educadora, referenciada no campo da Geografia Cultural.
Palavras-chaves: Alimentação, Festas, Manifestações Culturais, prática pedagógica, ensino
de Geografia.
Introdução
Tema central da oratória dos políticos, destaque nas pautas de jornais, revistas, artigos,
dissertações, teses, entre outros, a educação ainda causa indignação, pois muitos desses
discutem sem o intuito de melhorar a educação para que os de fato futuros cidadãos do mundo
possam amenizar a crítica situação em que vivemos, reduzindo a pena que os mais fracos
pagam pelos comandos dos mais fortes.
Assim sendo, dentre alguns dos movimentos que se revelou em prol de uma melhoria na
educação e ainda luta para diminuir essa desigualdade, identificamos o movimento de
renovação do ensino de Geografia no final do século XX, que tem por objetivo alcançar novos
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Graduada em Geografia Licenciatura e graduanda em Geografia Bacharelado pela UFS.
Graduanda em Geografia Licenciatura pela UFS, membro do GRUPAM.
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Graduada em Geografia Licenciatura, Graduanda em Geografia Bacharelado pela UFS e membro do GRUPAM
– Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais.
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horizontes, mais especificamente um horizonte de cunho crítico, social, humanístico, que
começou a partir da quebra das barreiras petrificadas dos métodos tradicionais e quantitativos
nas décadas de 1980 e 1990.
As análises geográficas mudaram de foco de acordo com o que se vivia no momento
histórico, da Geografia Tradicional de cunho ideológico, passamos pela Geografia
Quantitativa valorizando a coleta de dados estatísticos, e assim seguimos até uma mudança
brusca com a Geografia Crítica onde a análise se faz, se constrói, tem várias vertentes,
correntes, é modificada, complementada, interpretada, desconstruída, construída de forma
interdisciplinar, isto é, formando seres pensantes sob um caráter investigativo, construtivo e
crítico.
Todavia, insuficiente para lidar com questões voltadas para integração da prática e teoria sob,
principalmente, o universo da sala de aula no ensino básico, novas propostas foram lançadas
sob a ótica de uma Geografia Cultural, resultante da análise do espaço relacionado a diversos
fatores como: o cotidiano, as culturas, as identidades, as realidades (CLAVAL, 2001). Diante
desse abrangente campo, passaram a ser consideradas as análises do espaço vivido, onde a
percepção e a valorização dos indivíduos são os principais temas.
Tais propostas foram posicionadas mediante um arsenal de novas ideias que envolvem a
questão do saber-fazer, para ter sucesso no ensinar-aprender, pois estão imbricados nessas
questões valores, costumes, hábitos, pensamentos, ideologias, de ordem interior e exterior ao
indivíduo, que diariamente se chocam num conflito constante na construção de conceitos
evidenciados em salas de aulas.
Nesta direção, criamos assim uma Geografia multifacetada, isto é, uma geografia que
apresente várias possibilidades, parafraseando Milton Santos (1996), que tenha formas,
funções, estruturas e processos, que levem em consideração o cotidiano do aluno, revelando
que as alternativas práticas utilizadas no ensino de Geografia são inimagináveis. Entretanto,
para que estas possibilidades possam se concretizar é necessário um maior esforço do
professor, a paixão do mestre e o envolvimento do aluno.
Os movimentos das correntes geográficas mostram que o ensino de Geografia se renova
constantemente, é perceptível pelo número de teses, dissertações, projetos, encontros,
congressos, em todas as escalas geográficas, com o objetivo de impulsionar a relação teoria e
prática de forma mais ampla.
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Quando nos referimos à renovação, não queremos dizer que um conteúdo deixe de existir para
dar lugar a outro, ao contrário, os conteúdos são muitas vezes redescobertos a partir dessas
discussões, no entanto com uma nova roupagem. À citada renovação é referente a novas
formas de transmitir esses conteúdos enfatizando a geografia educadora, citada por (REGO et
al, 2007).
Diante de tal circunstância se faz necessário uma reformulação das práticas de ensino da
Geografia, cujo objetivo é abarcar questões que são de grande preocupação na área de
educação, de caráter transversal, com vários níveis e possibilidades de soluções diferentes e,
simultaneamente, se tornam mais complexos os caminhos para alcançar resultados
satisfatórios.
Com base nessa perspectiva o presente artigo tem como intuito propor novas práticas de
ensino para abordar os temas “alimentos industrializados x alimentos culturais” e “festas
como manifestação popular”. Aliada a essas perspectivas e, diante das transformações
constantes nos aspectos econômicos, políticos, sociais e, principalmente, culturais, as
temáticas que envolvem globalização, urbanização, industrialização, sociedade, consumo,
cultura, entre outros, merecem ser abordadas levando em consideração o estímulo do ensinoaprendizagem em prol da construção de conceitos e de um pensamento reflexivo por parte de
alunos em processo de formação.
Pensando de tal forma, surgem várias indagações: como trabalhar e abordar esses assuntos em
sala de aula, mediante os problemas que são diariamente expostos? Em que medida, podemos
transformar obstáculos em situações-problemas para serem solucionados? É possível discutir
sobre as temáticas da alimentação e das festas de uma forma simples, atrativa, para que os
alunos possam compreender e se envolver almejando a construção de conceitos, e não apenas
a reprodução de tais conteúdos?
Estas e várias outras questões/problemas, rondam as mentes de educadores, assim como de
educandos durante todo o processo de ensino-aprendizagem, resultando ora na estagnação dos
métodos, estratégias, tornando a aula e a disciplina desestimulante. Com a abordagem de
conteúdos considerados por vezes de difícil absorção, tratando de uma realidade muito
distante, sem motivação para buscarem-se novos horizontes, objetivos, metodologias,
estratégias, o processo de ensino/aprendizagem torna-se enfadonho com resultados não
satisfatórios na aquisição do conhecimento cientifico pelo aluno.
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Logo, buscar novas práticas de ensino que não, necessariamente, precisem de recursos com
alto grau de tecnologia, a partir da leitura do cotidiano do aluno interligando-o ao conteúdo
abordado pode ser facilitado com a utilização de recursos e a partir de temáticas vivenciadas
no dia-a-dia dos alunos. Nessa direção, Kaercher (2009), ressalta a importância da geografia
do custo zero (gcz) nas práticas pedagógicas e metodologias criadas pelo professor que
valorizam o saber dos alunos e o envolvem no processo de ensino/aprendizagem. O autor
ressalta a importância da implementação dessas práticas:
[...] porque não implicam em gastos extras nem tampouco recursos
tecnológicos (nada contra eles, mas no geral não estão muito disponíveis nas
escolas públicas do meu estado, da minha cidade). Uma simples folha
xerocada e já temos, muitas vezes, matéria-prima para belas discussões e
produções. O diferencial não é o computador, é dar o ‘clique’ na turma [...]
(KAERCHER, 2009, p.10).
Portanto, pensando na importância de se ensinar Geografia, como sendo indispensável à
formação de indivíduos participantes da vida social à medida que propicia o entendimento do
espaço geográfico e do papel desse espaço nas práticas sociais é que será desenvolvido aqui
estratégias metodológicas utilizadas para que o aluno possa compreender
[...] o pensar geográfico que contribui para a contextualização do
próprio aluno como cidadão do mundo, ao contextualizar
espacialmente os fenômenos, ao conhecer o mundo em que vive desde
a escala local à regional, nacional e mundial [...] (CAVALCANTI,
1998 p. 11)
Diante disso, escolhemos essa temática e organizamos duas propostas direcionadas aos alunos
da educação básica.
Estas estratégias foram propostas com o objetivo de facilitar a construção de conceitos nas
diversas séries independente da faixa etária. Portanto, aliada a análise da alimentação no
mundo globalizado, as discussões estarão fundamentadas na relação do aluno ao cotidiano
vivenciado por ele, a construção de conceitos e o entendimento das categorias geográficas.
Da mesma forma que se discute as questões sobre como ensinar, discussões acerca dos
alimentos, hábitos alimentares e das festas como manifestação cultural também estão cada vez
mais ganhando forças seja no campo da antropologia, sociologia, como no campo da
geografia cultural. Essas discussões advêm principalmente pelo fato das grandes
transformações que estão ocorrendo nas sociedades contemporâneas.
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Autores como Oliveira e Many (1996), apresentam teóricos como (Padilla, Bourdieu e
Fischler) que refletem sobre a homogeneização e/ou diversificação dos alimentos e hábitos
alimentares. A quantidade de trabalhos que retratam, por exemplo: os níveis de consumo nos
países, as tecnologias desenvolvidas para a conservação e armazenagem dos produtos
alimentícios, os sistemas agro-industriais cada vez mais avançados, estudos que relacionam os
modos de comer e preparar as comidas de comunidades locais, os traços sociais e culturais
retratados na alimentação dentre outros, são temáticas desenvolvidas na pretensão de entender
os alimentos como fator importante nas manifestações humanas. Foi concordando com essa
importância que escolhemos um dos temas “alimentos” para desenvolver esse trabalho.
Apesar de verificarmos uma tendência generalizada dos hábitos alimentares
no sentido do modelo agro-industrial, devemos considerar os fatores de
ordem econômica, social, cultural, nutricional e outros, que podem ter uma
influência direta ou indireta na alimentação, num determinado país ou
região, conduzindo a modelos de consumo diferenciados (OLIVEIRA e
THÉBAUD-MANY 1996 p.10).
Assim como os autores supracitados dão enfoque à temática anterior, apresentaremos outros
como Martins, Murray e Silva (2008), que abordam “as festas populares” dando-lhes vida,
pois partem do pressuposto de que trabalhar o tema em sala de aula é um verdadeiro resgate
da memória popular, tendo em vista que:
“[...] em todas as épocas e em todas as regiões do planeta, as festas populares
foram instrumentos fundamentais através dos quais os homens difundiram
suas diversas expressões de cultura, isto é, seus conhecimentos, artefatos,
técnicas, padrões de comportamento e atitudes. Mas, mais importante,
problematiza o papel das festas populares na nossa sociedade e o que elas
representam para a identidade nacional brasileira. Definidas como espelho
coreográfico da alma do povo, Murray sustenta que elas traduzem nossa
diversidade multicultural e multirracial, permitindo uma leitura étnico-racial
acurada de cada região do país [...]” (SILVA, 2008, p.87-88).
Estamos de acordo e entendemos que essas temáticas não devem ser direcionadas apenas para
pesquisadores que estão na academia. É necessário que os alunos da educação básica tenham
o incentivo de pesquisar e discutir o que está tão próximo deles. Além disso, as temáticas
alimentação e festas como manifestações culturais estão imbricadas de conceitos geográficos
que devem ser assimilados pelos alunos antes de ingressarem na universidade, sejam eles os
conceitos de território, região, lugar, espaço geográfico etc.
Como procedimento metodológico inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico
sobre a temática abordada referente à importância de discussões relacionadas à prática de
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ensino de geografia. Em seguida, foram elaboradas propostas alternativas de práticas a serem
desenvolvidas em sala de aula na educação básica.
Alimentos industrializados x Alimentos culturais: aproximando o cotidiano do aluno
Ao longo dos séculos, inquieto por apenas satisfazer as necessidades biológicas de comer e
beber, assim como pela necessidade de manter-se e alimentar-se em grupo, o homem foi
agregando e desenvolvendo técnicas para caçar, tratar, armazenar e consumir determinados
tipos de alimentos. Desse modo, a alimentação está presente na vida do homem e exerce
influências marcantes na sobrevivência, no desempenho da vida e na conservação da espécie
humana. (PINHEIRO, 2003).
Nessa direção, Canesqui (2005), enfatiza que a alimentação é carregada de símbolos e
significados, para essa autora o ato de comer possui várias características entre elas o de
reunir pessoas, formar conchavos políticos ou fins religiosos e cita: o caráter simbólico do
alimento também está presente nos rituais religiosos de nossa sociedade.
Para Maciel (2002), o ser humano é percebido através de códigos culturais, identitários,
simbólicos, que são particulares, singulares, e que ao mesmo tempo exalam sentimentos de
pertencimento que rementem determinados “lugares”, a grupos de indivíduos e a cozinha de
determinadas nacionalidades ou mesmo a sua escassez, o seu desaparecimento, a
padronização contemporânea da sociedade capitalista. Assim, é notório que os alimentos e
hábitos alimentares revelam quem, o que, como, qual a causa da sua permanência e
resistência.
Assim, as características da sociedade podem ser entendidas através do estudo da
alimentação, pois a maneira como o homem se alimenta vai depender das suas
particularidades/identidades culturais, seguindo suas orientações sociais ele irá escolher o que
deve ou não ser ingerido. Assim “a escolha dos alimentos nos revela muitas vezes a que grupo
se deseja pertencer. Seja este social, étnico ou de idade” (CONTRERAS apud BLEIL 1998 p.
3). De fato o estudo da alimentação é de extrema importância para compreender a forma
como o homem assimila a sua cultura, e dessa forma concordamos com a assertiva de Bleil
(1998) quando ela apresenta a ideia de Lévi-Strauss. Segundo este:
O alimento deve ser não só bon à manger mas também bon à penser: isto é,
não só biológica, mas também culturalmente comestível. Segundo ele “ a
cozinha de uma sociedade é a linguagem na qual ela traduz
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inconscientemente sua estrutura” e “... quando descobrimos onde, quando e
com quem os alimentos são consumidos, estamos em condições de deduzir,
ao menos parcialmente, o conjunto das relações sociais que prevalecem
dentro de uma sociedade porque ... os hábitos alimentares são uma parte
integrante da totalidade cultural” (LEVI-STRAUSS apud BLEIL 1998 p. 3).
Diante de uma variedade de fatores que podem argumentar essas afirmativas, os professores
de geografia têm a possibilidade de trabalhar com temáticas relacionadas à alimentação.
Levantar uma discussão sobre as mudanças que vem ocorrendo nas sociedades
contemporâneas tais como as formas de conservar os alimentos e as próprias escolhas
alimentícias, que inclusive está associadas a visão de que “tempo é dinheiro”, levariam os
alunos a refletirem sobre os impactos da industrialização sobre as práticas alimentares; além
disso podemos enveredar sobre os conceitos da geografia que valorizam a percepção dos
sujeitos sociais, por exemplo fazendo-os relembrar a infância, chegariam a problematizar
questões como: o que se come nas cidades e nas zonas rurais; as variedades de mantimentos e
condimentos que só existem na atualidade; as maneiras de cozinhar relacionadas as
localidades, isto é, os regionalismos; preços e poder aquisitivo, etc.
Outra questão que pode ser levantada dentro dessa discussão, são as rotineiras doenças
associadas aos alimentos e hábitos alimentares. Discussões acerca da obesidade associadas
aos fast-foods e os países desenvolvidos, retratando ai as questões da globalização, que
segundo Bleil (1998),
Alguns fatos ocorridos a partir de 1850, possibilitaram uma aceleração nas
mudanças alimentares no ocidente. Os programas na agricultura livraram da
fome grande parte da população europeia. Por outro lado, a urbanização, a
tecnologia e o comércio tiveram um impulso nunca dante verificado,.
Produtos como o açúcar, o café e o chocolate conheceram um público cada
vez maior (BLEIL 1998 p.6).
As campanhas publicitarias têm papel fundamental para tais fenômenos, por isso os
professores também podem levar os alunos a questionarem a influência dos meios de
comunicação nas mudanças dos hábitos alimentares. Em contrapartida, estabelecer uma
discussão sobre a resistência das culturas tradicionais abordando, sobretudo, que os alimentos
identitários dos alunos são igualmente importantes, uma vez que “a comida é uma forma de
comunicação, na qual o individuo vai explicar inclusive sua visão de mundo, ou seja, “comer
é revelar-se” (idem p. 3).
Portanto, o alimento é um dos requerimentos básicos para a existência de um povo, e a
aquisição desta comida desempenha um papel importante na formação de qualquer cultura
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(LEONARDO, 2006). Alimentar-se então não inclui apenas seu caráter fisiológico, ou seja,
da necessidade para sobrevivência humana, mas também inclui seu caráter social e cultural
que a partir de elementos como crenças, tabus, religião, entre outros, é definido o que deve ou
não ser consumido. Os grupos humanos fazem uma seleção dos produtos que devem ser
comido e os prepara segundo seus costumes e tradições. Diante do leque de temáticas que
envolve a alimentação humana, é inquestionável a importância dessas discussões nas salas de
aulas.
Festas como manifestação cultural e o ensino de geografia
Da mesma maneira que os professores podem utilizar as temáticas sobre os alimentos para
desenvolver os conteúdos de geografia em sala de aula, podem também lançar mão dos temas
que envolvem os festejos que comprovam a cada ano, a riqueza cultural que o Brasil possui.
As festas de uma maneira geral, são caracterizadas por ritmos, comidas, vestimentas, danças,
rituais, etc., que representam a cultura de um povo. A escola deve resgatar essa riqueza
brasileira e inseri-la no processo de ensino e aprendizado, esperando com isso que o aluno e
todos os envolvidos com o sistema educacional, respeite a diversidade cultural e a utilize na
formação de conceitos.
A partir da cultura popular, é possível pensar um outro país, uma ou várias
alternativas de Brasil. Isto porque a cultura popular brasileira é um estoque
inesgotável de conhecimentos, sabedorias, tecnologias, maneiras de fazer,
pensar e ver nossas relações sociais e, nessa exata medida, um lugar em que
mais do que simplesmente criticar o modelo genocida e autodestrutivo de
desenvolvimento, é possível resistir a ele com outras propostas de sentido do
viver e de humanidade. (SILVA 2008 p. 9)
A própria história das festas como manifestação popular se constitui um legado em
conhecimentos que as escolas e os professores de educação básica não utilizam na abordagem
dos conteúdos curriculares. Charles Murray (2008) faz um resumo de como começou as
manifestações festivas dos grupos humanos levando-nos a compreender que muitas vezes, as
particularidades das festas estão relacionadas com a história de um povo e suas crenças. Além
disso, muitas vezes os próprios alunos trazem consigo conhecimentos, valores culturais
apreendidos através das festividades que acontecem nas localidades aonde vivem.
Nesse contexto, é possível pensar nos alunos como produtores e
consumidores de culturas que se manifestam nos diversos espaços públicos e
que nem sempre têm visibilidade no interior da escola. Grosso modo, é como
se a cultura estivesse contida em uma mochila que devesse ser deixada na
porta da escola e, ao ultrapassar os seus muros e portões, o aluno tivesse de
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abandonar sua bagagem de conhecimentos e estivesse apto a receber outros
novos que nem sempre lhe dizem respeito ou despertam seus interesses.
(MARTINS
2008 p. 57)
O que muitas das vezes os professores não percebem é que esse aporte cultural pode ser
trabalhado concomitantemente com os conteúdos. Partindo da origem de determinado grupo
folclórico pode ser identificado elementos de grupos sociais diferentes que ao longo do tempo
foram incorporados, ou trazidos por migrantes. É o dinamismo cultural onde ao mesmo tempo
em que os membros desses grupos sociais são influenciados, influenciam, é uma junção de
aspectos conservadores com inovadores, como diz Silva (2008). A partir dai podem ser
trabalhados conteúdos de migração, globalização, diversidade cultural dentre outros,
constituindo num rico aporte de estratégias que podem ser usadas tranquilamente sem
comprometer os conteúdos.
Há um enorme potencial cultural trazido pelos alunos e que é silenciado por
conta da necessidade, ou até mesmo da obrigatoriedade que a maioria dos
professores têm em cumprir com as exigências institucionais relacionadas
aos conteúdos voltados para a série e para as disciplinas específicas.
(MARTINS 2008 p. 58)
As manifestações festivas que ocorrem nos bairros, cidades ou nos interiores municipais,
como as festas natalinas, juninas e as carnavalescas que ocorrem em quase todo território
brasileiro, assim como as festas de padroeiros ou as festas em clubes e praças de eventos estão
imbuídos de conteúdos de caráter geográfico que podem ser aproveitados pelos professores
para discutir os tipos de alimentos que são servidos de forma diferenciada a depender da
região e/ou a época.
Quando abordamos estas festas, observamos a origem vinculada a religião, percebemos que
atualmente há uma inserção de características provenientes do processo de globalização. Elas
não refletem mais apenas a religiosidade, ou não manifesta somente a fé das pessoas, mas
envolvem questões econômicas, violência, segregação, e até políticas, uma vez que elas
ocorrem em espaços públicos e reúnem aglomerados cada vez maiores de pessoas e são
apropriadas pelo poder público.
Por isso, é imperativo pensar sobre como trabalhar com alunos temas tão importantes e que
está presente no dia-a-dia das pessoas. O fato de ser presente no cotidiano, facilita
desenvolver metodologias que abarquem os conteúdos geográficos associados aos alimentos e
as festas. Dessa forma, apresentamos aqui duas maneiras de abordar esses temas aos alunos.
São elas: um projeto de pesquisa-ensino e a construção de mapas conceituais.
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Assim, tanto os professores como os alunos da educação básica compreenderão que esses
temas de caráter transversal, poderão ser discutidos e relacionados ao estudo das categorias
geográficas como lugar, região e território. Agregada a essas análises com enfoque cultural e
econômico, diversas alternativas práticas deverão ser desenvolvidas, a seguir temos
enumeradas como proposta de ensino 1, a pesquisa ensino e como proposta de ensino 2, a
elaboração de mapas conceituas.
Proposta de ensino 1: Pesquisa-ensino
O que aconteceu e que vem acontecendo com os vários elementos que fazem parte do nosso
cotidiano, a alimentação e as festas como manifestação cultural também se transformaram em
mercadoria. Porém, atualmente, tanto uma como a outra são conhecidas, diversificadas,
padronizadas e mundializadas, pela facilidade de acesso, mas também revelam-se de forma
contraditória, uma vez que, percebermos, simultaneamente, outras formas de manifesta-las
com caráter único e identitário, como citam Canesqui e Garcia (2005) a respeito da comida:
A comida foi e ainda é um capítulo vital na história do capitalismo. Muito
antes dos dias de hoje, o capitalismo procurou por toda parte transformar os
antigos desejos por novos meios. As comidas têm histórias sociais,
econômicas e simbólicas complexas, diz Sidney Wilfred Mintz (2001), e o
gosto do ser humano pelas substâncias não é inato, forjando-se no tempo e
entre os interesses econômicos, os poderes políticos, as necessidades
nutricionais e os significados culturais. (CANESQUI et al, 2005, p.10)
As festas populares representam, na maioria das vezes, os costumes de uma camada mais
pobre da sociedade brasileira, são momentos de confraternização com vizinhos, amigos e
pessoas de regiões próximas, que atualmente, com a facilidade das comunicações, tem
ganhado um número significante de público e repercussões até mesmo mundiais, saem de um
caráter mais local e tradicional e incorporam padrões globais.
Por isso, é importante que o professor escolha uma metodologia que valorize os traços
culturais do aluno, fazendo-o refletir sobre o “eu”, quais os valores, seja eles: sociais,
culturais, políticos e econômicos, agregados aos alimentos e as festas. Assim ressaltamos que,
uma proposta inerente a esses objetivos é a utilização de um projeto de pesquisa-ensino,
justamente, pela necessidade que se sente em fazer a relação entre prática e teoria, de uma
forma que tanto os alunos, quanto os professores, percebam a importância dessa relação, mas
não somente pela associação destas, e sim pela construção, estimulando a criatividade,
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tornando os sujeitos investigativos e, ultrapassando os métodos de ensino que objetivam a
reprodução dos conteúdos.
Porém, é de extrema importância ressaltar que a elaboração do projeto pesquisa-ensino,
requer atenção, uma vez que,
Para que os alunos exercitem a capacidade de elaborar e executar
projetos, é indispensável que o professor domine as etapas desse
processo, assumindo nele uma atitude de facilitador e orientador e
mostrando-se apto a avaliar o desempenho de seus alunos
(PONTUSCHKA et al., 2007,p 102).
Desse modo, para executar um projeto de pesquisa-ensino, o professor deverá elaborar um
pré-projeto contendo: temática específica, introdução, objetivos, questões de pesquisas,
recorte espacial (é importante trazer para o espaço de vivência do aluno), metodologia,
recursos, referencias e cronograma.
Nesta perspectiva, sugerimos que os objetivos a serem alcançados abordem os conteúdos
relacionados à: influencia da globalização no nosso cotidiano através de determinados
elementos (comidas, música, festas, lugares, ritmos, vestimentas, etc.); quem são os
beneficiados com a disseminação de alimentos industrializados e das manifestações festivas
nos dias atuais; reflexão do papel da mídia na divulgação dos eventos que permeiam estes
temas, tudo isso em contraponto com a resistência das manifestações culturais sejam
relacionadas as festas ou aos alimentos e as transformações propiciadas pela globalização.
Em consonância com os objetivos, a metodologia utilizada deve estar baseada num primeiro
momento na formação de grupos para facilitar a socialização e discussão das ideias que
seriam posteriormente expostas. Seriam distribuídos também papéis em branco e lápis para a
anotação de palavras, ideias, frases, temas, assuntos, problemas que fossem percebidos pelos
alunos nas etapas seguintes.
Na etapa seguinte os alunos fariam uma pesquisa de campo, na qual aplicariam questionários
ou roteiros de entrevistas, elaborados conjuntamente com o professor e as questões como
sugestões devem ser referentes a tipos e origem de alimentos consumidos, a frequência, os
preços, a qualidade, a preferência, os fluxos utilizados até atingir o mercado consumidor, as
regiões produtoras, os grupos dominantes (agricultor familiar ou empresas); festas
frequentadas ou organizadas por grupos sociais, a identificação dos elementos que compõe a
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mesma, etc. Desta forma o professor instigaria o aluno à pesquisa envolvendo-o ao seu
cotidiano. Essa coleta de dados primários serviria de base para o desenvolvimento do projeto.
Após o levantamento desses dados os alunos juntamente com o professor elaborariam
gráficos, tabelas e mapas que propiciariam uma análise mais rebuscada sobre o tema, além
disso, conteúdos referentes à cartografia também poderiam ser desenvolvidos. Com os dados
obtidos, o professor, dividiria a turma em grupos para apresentação dos resultados,
propiciando ao mesmo tempo o debate acerca do temas em sala de aula. Aliada a essa
discussão o professor deverá aproveitar para ressaltar a importância da cultura para a
sociedade e analisar o conceito de identidade e territorialidade.
Proposta de ensino 2: mapa conceitual
Na contemporaneidade, os avanços da tecnologia com o advento da globalização da
economia, transformou o espaço em um meio mais dinâmico, resultando numa diversificação
cultural. O que estamos dizendo é que fazendo uma comparação entre os antigos e novos
valores, costumes e hábitos que foram sendo modificados, construídos, adquiridos,
transformados, pelas sociedades no percorrer da história, percebemos uma mudança gradativa
nas mais variadas manifestações culturais propiciando um palco para as diversas discussões
acerca dos pontos positivos e negativos relacionados a esta temática, principalmente nos dias
atuais.
Dessa forma, uma proposta muito simples para tratar essa questão é a utilização de mapas
conceituais. Esses proporcionariam a construção de redes interligadas, assim como o destaque
de elementos que permeiam o cotidiano dos alunos, que posteriormente subsidiaria a análise e
a redescoberta de conceitos que muitas vezes passam despercebidos.
Pois, “a integração dos saberes pode ocorrer na mente dos indivíduos mesmo em um ensino
baseado essencialmente no cognitivo, mas será facilitada externamente se a apresentação dos
conteúdos visar ao estabelecimento das inter-relações” (PONTUSCHKA et al., 2007, p. 117).
Desse modo, como metodologia a ser utilizada, num primeiro momento o professor poderia, a
partir do tema, sondar os alunos, seus conhecimentos prévios valorizando a “tempestade de
ideias”.
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Após a elaboração do mapa conceitual, os alunos devidamente agrupados, fariam o contato
com alguns rótulos e imagens sobre os variados tipos de alimentos e festas culturais,
elencando assim uma série de pontos positivos e negativos em duas lacunas, para que através
da mediação do professor, pudessem esclarecer o porquê do agrupamento em uma das
lacunas.
Não devemos esquecer que o professor deve fazer uma relação das práticas metodológicas
com os conteúdos eminentes à disciplina. Assim a exemplo, incitar o aluno a pensar sobre as
transformações do modo de vida rural devido à mudança na produção de alimentos depois da
globalização, e o que são de fato as melhorias feitas pela ciência para o consumo de alimentos
saudáveis, e por hábitos alimentares corretos. E ainda: Identificar a presença de
multinacionais dentro do nosso território; analisar se nossa cultura está ameaçada pela
introdução de novos tipos de alimentos, e consequentemente, se utilizamos esses novos
alimentos para compor as festas mais tradicionais, o que mudou com a inserção de novos
produtos e de uma nova cultura padronizada no mercado, e, sobretudo fazer uma ponte com o
que há de geográfico diante de tantos questionamentos e reflexões.
Portanto, a partir dessa proposta o professor poderá utilizar várias alternativas que facilitam a
construção de conceitos, dinamiza o processo de ensino/aprendizagem e torna o aluno sujeito
construtor do conhecimento. Vale lembrar também a importância da pesquisa e da utilização
de recursos como a cartografia na construção de tabelas, gráficos, mapas temáticos e
conceituais ilustrando a temática em foco.
Conclusão
Diante das possibilidades que podemos construir para facilitar o processo de
ensino/aprendizagem na disciplina Geografia, a partir de seus conteúdos, é notória a variedade
de práticas metodológicas e principalmente discussões sobre temáticas que envolvem o saberfazer, com o intuito de alcançar melhores resultados no ensinar-aprender.
Nesta direção, Cavalcanti (1988, p. 25) afirma:
No entendimento que compartilho, na linha de uma Didática CríticoSocial, o ensino é um processo de conhecimento pelo aluno, mediado
pelo professor e pela matéria de ensino, no qual devem estar
articulados seus componentes fundamentais: objetivos, conteúdos e
métodos de ensino (CAVALCANTI, 1988, p.25).
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I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012
Desta forma, é evidente a importância de criarmos e/ou inovarmos práticas metodológicas
para o Ensino de Geografia, que aborda e analisa a constante transformação de seu objeto de
estudo, o espaço, segundo a escala temporal e as suas diversas e integradas relações.
Todavia é necessário que o professor perceba essa importância, para que o mesmo possa, com
segurança, despertar no aluno esse outro olhar investigativo e construtivo, o qual é apontado
por Kimura (2008), que vá além do reducionismo conteudista, para não comprometer seu
desenvolvimento cognitivo e intelectual, de caráter crítico-reflexivo.
Portanto, foi nessa perspectiva que procuramos por meio destas práticas sugerir algumas
propostas inovadoras, que impulsionem: a busca por alternativas de práticas pedagógicas
mediadas pelo professor, facilitando a construção do conhecimento geográfico no processo de
ensino/aprendizagem tendo como eixo norteador a construção do conhecimento e a formação
do cidadão.
Logo, a abordagem de conteúdos, como a alimentação e as festas, explorando as categorias
geográficas sob um novo olhar renovador como o da Geografia Cultural constitui uma
alternativa direcionada ao ensino de geografia como também de outras disciplinas.
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alimentação e das festas como manifestações culturais