I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 PROPOSTAS DE ENSINO EM GEOGRAFIA: UMA LEITURA ACERCA DA “ALIMENTAÇÃO E DAS FESTAS COMO MANIFESTAÇÕES CULTURAIS” Luana Pereira Lima/UFS [email protected] Alana Franco Leite/ UFS- [email protected] Rafaela dos Santos/ UFS - [email protected] GT03- A Leitura das Manifestações Culturais no Processo de Ensino/Aprendizagem Resumo Diante da situação em que se encontra a educação, deficiente e insuficiente para lidar com as questões voltadas para integração da prática e teoria sob o universo da sala de aula, novas propostas estão sendo lançadas com a finalidade de proporcionar ao aluno uma melhor análise do espaço vivido, onde a percepção e a valorização do mesmo permeiam o centro das mais variadas discussões. Nesta perspectiva, este artigo tem por objetivo apresentar duas propostas metodológicas de ensino em geografia que ressaltam a importância da temática “Alimentação e Festas como Manifestações Culturais” tendo por fundamento a construção dos conceitos geográficos. Para tal feito, fizemos um levantamento bibliográfico aliado às discussões no grupo de pesquisa, o que nos deu suporte para propor práticas pedagógicas que prioriza uma Geografia de cunho educadora, referenciada no campo da Geografia Cultural. Palavras-chaves: Alimentação, Festas, Manifestações Culturais, prática pedagógica, ensino de Geografia. Introdução Tema central da oratória dos políticos, destaque nas pautas de jornais, revistas, artigos, dissertações, teses, entre outros, a educação ainda causa indignação, pois muitos desses discutem sem o intuito de melhorar a educação para que os de fato futuros cidadãos do mundo possam amenizar a crítica situação em que vivemos, reduzindo a pena que os mais fracos pagam pelos comandos dos mais fortes. Assim sendo, dentre alguns dos movimentos que se revelou em prol de uma melhoria na educação e ainda luta para diminuir essa desigualdade, identificamos o movimento de renovação do ensino de Geografia no final do século XX, que tem por objetivo alcançar novos 1 Graduada em Geografia Licenciatura e graduanda em Geografia Bacharelado pela UFS. Graduanda em Geografia Licenciatura pela UFS, membro do GRUPAM. 3 Graduada em Geografia Licenciatura, Graduanda em Geografia Bacharelado pela UFS e membro do GRUPAM – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais. 1 2 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 horizontes, mais especificamente um horizonte de cunho crítico, social, humanístico, que começou a partir da quebra das barreiras petrificadas dos métodos tradicionais e quantitativos nas décadas de 1980 e 1990. As análises geográficas mudaram de foco de acordo com o que se vivia no momento histórico, da Geografia Tradicional de cunho ideológico, passamos pela Geografia Quantitativa valorizando a coleta de dados estatísticos, e assim seguimos até uma mudança brusca com a Geografia Crítica onde a análise se faz, se constrói, tem várias vertentes, correntes, é modificada, complementada, interpretada, desconstruída, construída de forma interdisciplinar, isto é, formando seres pensantes sob um caráter investigativo, construtivo e crítico. Todavia, insuficiente para lidar com questões voltadas para integração da prática e teoria sob, principalmente, o universo da sala de aula no ensino básico, novas propostas foram lançadas sob a ótica de uma Geografia Cultural, resultante da análise do espaço relacionado a diversos fatores como: o cotidiano, as culturas, as identidades, as realidades (CLAVAL, 2001). Diante desse abrangente campo, passaram a ser consideradas as análises do espaço vivido, onde a percepção e a valorização dos indivíduos são os principais temas. Tais propostas foram posicionadas mediante um arsenal de novas ideias que envolvem a questão do saber-fazer, para ter sucesso no ensinar-aprender, pois estão imbricados nessas questões valores, costumes, hábitos, pensamentos, ideologias, de ordem interior e exterior ao indivíduo, que diariamente se chocam num conflito constante na construção de conceitos evidenciados em salas de aulas. Nesta direção, criamos assim uma Geografia multifacetada, isto é, uma geografia que apresente várias possibilidades, parafraseando Milton Santos (1996), que tenha formas, funções, estruturas e processos, que levem em consideração o cotidiano do aluno, revelando que as alternativas práticas utilizadas no ensino de Geografia são inimagináveis. Entretanto, para que estas possibilidades possam se concretizar é necessário um maior esforço do professor, a paixão do mestre e o envolvimento do aluno. Os movimentos das correntes geográficas mostram que o ensino de Geografia se renova constantemente, é perceptível pelo número de teses, dissertações, projetos, encontros, congressos, em todas as escalas geográficas, com o objetivo de impulsionar a relação teoria e prática de forma mais ampla. 2 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 Quando nos referimos à renovação, não queremos dizer que um conteúdo deixe de existir para dar lugar a outro, ao contrário, os conteúdos são muitas vezes redescobertos a partir dessas discussões, no entanto com uma nova roupagem. À citada renovação é referente a novas formas de transmitir esses conteúdos enfatizando a geografia educadora, citada por (REGO et al, 2007). Diante de tal circunstância se faz necessário uma reformulação das práticas de ensino da Geografia, cujo objetivo é abarcar questões que são de grande preocupação na área de educação, de caráter transversal, com vários níveis e possibilidades de soluções diferentes e, simultaneamente, se tornam mais complexos os caminhos para alcançar resultados satisfatórios. Com base nessa perspectiva o presente artigo tem como intuito propor novas práticas de ensino para abordar os temas “alimentos industrializados x alimentos culturais” e “festas como manifestação popular”. Aliada a essas perspectivas e, diante das transformações constantes nos aspectos econômicos, políticos, sociais e, principalmente, culturais, as temáticas que envolvem globalização, urbanização, industrialização, sociedade, consumo, cultura, entre outros, merecem ser abordadas levando em consideração o estímulo do ensinoaprendizagem em prol da construção de conceitos e de um pensamento reflexivo por parte de alunos em processo de formação. Pensando de tal forma, surgem várias indagações: como trabalhar e abordar esses assuntos em sala de aula, mediante os problemas que são diariamente expostos? Em que medida, podemos transformar obstáculos em situações-problemas para serem solucionados? É possível discutir sobre as temáticas da alimentação e das festas de uma forma simples, atrativa, para que os alunos possam compreender e se envolver almejando a construção de conceitos, e não apenas a reprodução de tais conteúdos? Estas e várias outras questões/problemas, rondam as mentes de educadores, assim como de educandos durante todo o processo de ensino-aprendizagem, resultando ora na estagnação dos métodos, estratégias, tornando a aula e a disciplina desestimulante. Com a abordagem de conteúdos considerados por vezes de difícil absorção, tratando de uma realidade muito distante, sem motivação para buscarem-se novos horizontes, objetivos, metodologias, estratégias, o processo de ensino/aprendizagem torna-se enfadonho com resultados não satisfatórios na aquisição do conhecimento cientifico pelo aluno. 3 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 Logo, buscar novas práticas de ensino que não, necessariamente, precisem de recursos com alto grau de tecnologia, a partir da leitura do cotidiano do aluno interligando-o ao conteúdo abordado pode ser facilitado com a utilização de recursos e a partir de temáticas vivenciadas no dia-a-dia dos alunos. Nessa direção, Kaercher (2009), ressalta a importância da geografia do custo zero (gcz) nas práticas pedagógicas e metodologias criadas pelo professor que valorizam o saber dos alunos e o envolvem no processo de ensino/aprendizagem. O autor ressalta a importância da implementação dessas práticas: [...] porque não implicam em gastos extras nem tampouco recursos tecnológicos (nada contra eles, mas no geral não estão muito disponíveis nas escolas públicas do meu estado, da minha cidade). Uma simples folha xerocada e já temos, muitas vezes, matéria-prima para belas discussões e produções. O diferencial não é o computador, é dar o ‘clique’ na turma [...] (KAERCHER, 2009, p.10). Portanto, pensando na importância de se ensinar Geografia, como sendo indispensável à formação de indivíduos participantes da vida social à medida que propicia o entendimento do espaço geográfico e do papel desse espaço nas práticas sociais é que será desenvolvido aqui estratégias metodológicas utilizadas para que o aluno possa compreender [...] o pensar geográfico que contribui para a contextualização do próprio aluno como cidadão do mundo, ao contextualizar espacialmente os fenômenos, ao conhecer o mundo em que vive desde a escala local à regional, nacional e mundial [...] (CAVALCANTI, 1998 p. 11) Diante disso, escolhemos essa temática e organizamos duas propostas direcionadas aos alunos da educação básica. Estas estratégias foram propostas com o objetivo de facilitar a construção de conceitos nas diversas séries independente da faixa etária. Portanto, aliada a análise da alimentação no mundo globalizado, as discussões estarão fundamentadas na relação do aluno ao cotidiano vivenciado por ele, a construção de conceitos e o entendimento das categorias geográficas. Da mesma forma que se discute as questões sobre como ensinar, discussões acerca dos alimentos, hábitos alimentares e das festas como manifestação cultural também estão cada vez mais ganhando forças seja no campo da antropologia, sociologia, como no campo da geografia cultural. Essas discussões advêm principalmente pelo fato das grandes transformações que estão ocorrendo nas sociedades contemporâneas. 4 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 Autores como Oliveira e Many (1996), apresentam teóricos como (Padilla, Bourdieu e Fischler) que refletem sobre a homogeneização e/ou diversificação dos alimentos e hábitos alimentares. A quantidade de trabalhos que retratam, por exemplo: os níveis de consumo nos países, as tecnologias desenvolvidas para a conservação e armazenagem dos produtos alimentícios, os sistemas agro-industriais cada vez mais avançados, estudos que relacionam os modos de comer e preparar as comidas de comunidades locais, os traços sociais e culturais retratados na alimentação dentre outros, são temáticas desenvolvidas na pretensão de entender os alimentos como fator importante nas manifestações humanas. Foi concordando com essa importância que escolhemos um dos temas “alimentos” para desenvolver esse trabalho. Apesar de verificarmos uma tendência generalizada dos hábitos alimentares no sentido do modelo agro-industrial, devemos considerar os fatores de ordem econômica, social, cultural, nutricional e outros, que podem ter uma influência direta ou indireta na alimentação, num determinado país ou região, conduzindo a modelos de consumo diferenciados (OLIVEIRA e THÉBAUD-MANY 1996 p.10). Assim como os autores supracitados dão enfoque à temática anterior, apresentaremos outros como Martins, Murray e Silva (2008), que abordam “as festas populares” dando-lhes vida, pois partem do pressuposto de que trabalhar o tema em sala de aula é um verdadeiro resgate da memória popular, tendo em vista que: “[...] em todas as épocas e em todas as regiões do planeta, as festas populares foram instrumentos fundamentais através dos quais os homens difundiram suas diversas expressões de cultura, isto é, seus conhecimentos, artefatos, técnicas, padrões de comportamento e atitudes. Mas, mais importante, problematiza o papel das festas populares na nossa sociedade e o que elas representam para a identidade nacional brasileira. Definidas como espelho coreográfico da alma do povo, Murray sustenta que elas traduzem nossa diversidade multicultural e multirracial, permitindo uma leitura étnico-racial acurada de cada região do país [...]” (SILVA, 2008, p.87-88). Estamos de acordo e entendemos que essas temáticas não devem ser direcionadas apenas para pesquisadores que estão na academia. É necessário que os alunos da educação básica tenham o incentivo de pesquisar e discutir o que está tão próximo deles. Além disso, as temáticas alimentação e festas como manifestações culturais estão imbricadas de conceitos geográficos que devem ser assimilados pelos alunos antes de ingressarem na universidade, sejam eles os conceitos de território, região, lugar, espaço geográfico etc. Como procedimento metodológico inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico sobre a temática abordada referente à importância de discussões relacionadas à prática de 5 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 ensino de geografia. Em seguida, foram elaboradas propostas alternativas de práticas a serem desenvolvidas em sala de aula na educação básica. Alimentos industrializados x Alimentos culturais: aproximando o cotidiano do aluno Ao longo dos séculos, inquieto por apenas satisfazer as necessidades biológicas de comer e beber, assim como pela necessidade de manter-se e alimentar-se em grupo, o homem foi agregando e desenvolvendo técnicas para caçar, tratar, armazenar e consumir determinados tipos de alimentos. Desse modo, a alimentação está presente na vida do homem e exerce influências marcantes na sobrevivência, no desempenho da vida e na conservação da espécie humana. (PINHEIRO, 2003). Nessa direção, Canesqui (2005), enfatiza que a alimentação é carregada de símbolos e significados, para essa autora o ato de comer possui várias características entre elas o de reunir pessoas, formar conchavos políticos ou fins religiosos e cita: o caráter simbólico do alimento também está presente nos rituais religiosos de nossa sociedade. Para Maciel (2002), o ser humano é percebido através de códigos culturais, identitários, simbólicos, que são particulares, singulares, e que ao mesmo tempo exalam sentimentos de pertencimento que rementem determinados “lugares”, a grupos de indivíduos e a cozinha de determinadas nacionalidades ou mesmo a sua escassez, o seu desaparecimento, a padronização contemporânea da sociedade capitalista. Assim, é notório que os alimentos e hábitos alimentares revelam quem, o que, como, qual a causa da sua permanência e resistência. Assim, as características da sociedade podem ser entendidas através do estudo da alimentação, pois a maneira como o homem se alimenta vai depender das suas particularidades/identidades culturais, seguindo suas orientações sociais ele irá escolher o que deve ou não ser ingerido. Assim “a escolha dos alimentos nos revela muitas vezes a que grupo se deseja pertencer. Seja este social, étnico ou de idade” (CONTRERAS apud BLEIL 1998 p. 3). De fato o estudo da alimentação é de extrema importância para compreender a forma como o homem assimila a sua cultura, e dessa forma concordamos com a assertiva de Bleil (1998) quando ela apresenta a ideia de Lévi-Strauss. Segundo este: O alimento deve ser não só bon à manger mas também bon à penser: isto é, não só biológica, mas também culturalmente comestível. Segundo ele “ a cozinha de uma sociedade é a linguagem na qual ela traduz 6 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 inconscientemente sua estrutura” e “... quando descobrimos onde, quando e com quem os alimentos são consumidos, estamos em condições de deduzir, ao menos parcialmente, o conjunto das relações sociais que prevalecem dentro de uma sociedade porque ... os hábitos alimentares são uma parte integrante da totalidade cultural” (LEVI-STRAUSS apud BLEIL 1998 p. 3). Diante de uma variedade de fatores que podem argumentar essas afirmativas, os professores de geografia têm a possibilidade de trabalhar com temáticas relacionadas à alimentação. Levantar uma discussão sobre as mudanças que vem ocorrendo nas sociedades contemporâneas tais como as formas de conservar os alimentos e as próprias escolhas alimentícias, que inclusive está associadas a visão de que “tempo é dinheiro”, levariam os alunos a refletirem sobre os impactos da industrialização sobre as práticas alimentares; além disso podemos enveredar sobre os conceitos da geografia que valorizam a percepção dos sujeitos sociais, por exemplo fazendo-os relembrar a infância, chegariam a problematizar questões como: o que se come nas cidades e nas zonas rurais; as variedades de mantimentos e condimentos que só existem na atualidade; as maneiras de cozinhar relacionadas as localidades, isto é, os regionalismos; preços e poder aquisitivo, etc. Outra questão que pode ser levantada dentro dessa discussão, são as rotineiras doenças associadas aos alimentos e hábitos alimentares. Discussões acerca da obesidade associadas aos fast-foods e os países desenvolvidos, retratando ai as questões da globalização, que segundo Bleil (1998), Alguns fatos ocorridos a partir de 1850, possibilitaram uma aceleração nas mudanças alimentares no ocidente. Os programas na agricultura livraram da fome grande parte da população europeia. Por outro lado, a urbanização, a tecnologia e o comércio tiveram um impulso nunca dante verificado,. Produtos como o açúcar, o café e o chocolate conheceram um público cada vez maior (BLEIL 1998 p.6). As campanhas publicitarias têm papel fundamental para tais fenômenos, por isso os professores também podem levar os alunos a questionarem a influência dos meios de comunicação nas mudanças dos hábitos alimentares. Em contrapartida, estabelecer uma discussão sobre a resistência das culturas tradicionais abordando, sobretudo, que os alimentos identitários dos alunos são igualmente importantes, uma vez que “a comida é uma forma de comunicação, na qual o individuo vai explicar inclusive sua visão de mundo, ou seja, “comer é revelar-se” (idem p. 3). Portanto, o alimento é um dos requerimentos básicos para a existência de um povo, e a aquisição desta comida desempenha um papel importante na formação de qualquer cultura 7 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 (LEONARDO, 2006). Alimentar-se então não inclui apenas seu caráter fisiológico, ou seja, da necessidade para sobrevivência humana, mas também inclui seu caráter social e cultural que a partir de elementos como crenças, tabus, religião, entre outros, é definido o que deve ou não ser consumido. Os grupos humanos fazem uma seleção dos produtos que devem ser comido e os prepara segundo seus costumes e tradições. Diante do leque de temáticas que envolve a alimentação humana, é inquestionável a importância dessas discussões nas salas de aulas. Festas como manifestação cultural e o ensino de geografia Da mesma maneira que os professores podem utilizar as temáticas sobre os alimentos para desenvolver os conteúdos de geografia em sala de aula, podem também lançar mão dos temas que envolvem os festejos que comprovam a cada ano, a riqueza cultural que o Brasil possui. As festas de uma maneira geral, são caracterizadas por ritmos, comidas, vestimentas, danças, rituais, etc., que representam a cultura de um povo. A escola deve resgatar essa riqueza brasileira e inseri-la no processo de ensino e aprendizado, esperando com isso que o aluno e todos os envolvidos com o sistema educacional, respeite a diversidade cultural e a utilize na formação de conceitos. A partir da cultura popular, é possível pensar um outro país, uma ou várias alternativas de Brasil. Isto porque a cultura popular brasileira é um estoque inesgotável de conhecimentos, sabedorias, tecnologias, maneiras de fazer, pensar e ver nossas relações sociais e, nessa exata medida, um lugar em que mais do que simplesmente criticar o modelo genocida e autodestrutivo de desenvolvimento, é possível resistir a ele com outras propostas de sentido do viver e de humanidade. (SILVA 2008 p. 9) A própria história das festas como manifestação popular se constitui um legado em conhecimentos que as escolas e os professores de educação básica não utilizam na abordagem dos conteúdos curriculares. Charles Murray (2008) faz um resumo de como começou as manifestações festivas dos grupos humanos levando-nos a compreender que muitas vezes, as particularidades das festas estão relacionadas com a história de um povo e suas crenças. Além disso, muitas vezes os próprios alunos trazem consigo conhecimentos, valores culturais apreendidos através das festividades que acontecem nas localidades aonde vivem. Nesse contexto, é possível pensar nos alunos como produtores e consumidores de culturas que se manifestam nos diversos espaços públicos e que nem sempre têm visibilidade no interior da escola. Grosso modo, é como se a cultura estivesse contida em uma mochila que devesse ser deixada na porta da escola e, ao ultrapassar os seus muros e portões, o aluno tivesse de 8 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 abandonar sua bagagem de conhecimentos e estivesse apto a receber outros novos que nem sempre lhe dizem respeito ou despertam seus interesses. (MARTINS 2008 p. 57) O que muitas das vezes os professores não percebem é que esse aporte cultural pode ser trabalhado concomitantemente com os conteúdos. Partindo da origem de determinado grupo folclórico pode ser identificado elementos de grupos sociais diferentes que ao longo do tempo foram incorporados, ou trazidos por migrantes. É o dinamismo cultural onde ao mesmo tempo em que os membros desses grupos sociais são influenciados, influenciam, é uma junção de aspectos conservadores com inovadores, como diz Silva (2008). A partir dai podem ser trabalhados conteúdos de migração, globalização, diversidade cultural dentre outros, constituindo num rico aporte de estratégias que podem ser usadas tranquilamente sem comprometer os conteúdos. Há um enorme potencial cultural trazido pelos alunos e que é silenciado por conta da necessidade, ou até mesmo da obrigatoriedade que a maioria dos professores têm em cumprir com as exigências institucionais relacionadas aos conteúdos voltados para a série e para as disciplinas específicas. (MARTINS 2008 p. 58) As manifestações festivas que ocorrem nos bairros, cidades ou nos interiores municipais, como as festas natalinas, juninas e as carnavalescas que ocorrem em quase todo território brasileiro, assim como as festas de padroeiros ou as festas em clubes e praças de eventos estão imbuídos de conteúdos de caráter geográfico que podem ser aproveitados pelos professores para discutir os tipos de alimentos que são servidos de forma diferenciada a depender da região e/ou a época. Quando abordamos estas festas, observamos a origem vinculada a religião, percebemos que atualmente há uma inserção de características provenientes do processo de globalização. Elas não refletem mais apenas a religiosidade, ou não manifesta somente a fé das pessoas, mas envolvem questões econômicas, violência, segregação, e até políticas, uma vez que elas ocorrem em espaços públicos e reúnem aglomerados cada vez maiores de pessoas e são apropriadas pelo poder público. Por isso, é imperativo pensar sobre como trabalhar com alunos temas tão importantes e que está presente no dia-a-dia das pessoas. O fato de ser presente no cotidiano, facilita desenvolver metodologias que abarquem os conteúdos geográficos associados aos alimentos e as festas. Dessa forma, apresentamos aqui duas maneiras de abordar esses temas aos alunos. São elas: um projeto de pesquisa-ensino e a construção de mapas conceituais. 9 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 Assim, tanto os professores como os alunos da educação básica compreenderão que esses temas de caráter transversal, poderão ser discutidos e relacionados ao estudo das categorias geográficas como lugar, região e território. Agregada a essas análises com enfoque cultural e econômico, diversas alternativas práticas deverão ser desenvolvidas, a seguir temos enumeradas como proposta de ensino 1, a pesquisa ensino e como proposta de ensino 2, a elaboração de mapas conceituas. Proposta de ensino 1: Pesquisa-ensino O que aconteceu e que vem acontecendo com os vários elementos que fazem parte do nosso cotidiano, a alimentação e as festas como manifestação cultural também se transformaram em mercadoria. Porém, atualmente, tanto uma como a outra são conhecidas, diversificadas, padronizadas e mundializadas, pela facilidade de acesso, mas também revelam-se de forma contraditória, uma vez que, percebermos, simultaneamente, outras formas de manifesta-las com caráter único e identitário, como citam Canesqui e Garcia (2005) a respeito da comida: A comida foi e ainda é um capítulo vital na história do capitalismo. Muito antes dos dias de hoje, o capitalismo procurou por toda parte transformar os antigos desejos por novos meios. As comidas têm histórias sociais, econômicas e simbólicas complexas, diz Sidney Wilfred Mintz (2001), e o gosto do ser humano pelas substâncias não é inato, forjando-se no tempo e entre os interesses econômicos, os poderes políticos, as necessidades nutricionais e os significados culturais. (CANESQUI et al, 2005, p.10) As festas populares representam, na maioria das vezes, os costumes de uma camada mais pobre da sociedade brasileira, são momentos de confraternização com vizinhos, amigos e pessoas de regiões próximas, que atualmente, com a facilidade das comunicações, tem ganhado um número significante de público e repercussões até mesmo mundiais, saem de um caráter mais local e tradicional e incorporam padrões globais. Por isso, é importante que o professor escolha uma metodologia que valorize os traços culturais do aluno, fazendo-o refletir sobre o “eu”, quais os valores, seja eles: sociais, culturais, políticos e econômicos, agregados aos alimentos e as festas. Assim ressaltamos que, uma proposta inerente a esses objetivos é a utilização de um projeto de pesquisa-ensino, justamente, pela necessidade que se sente em fazer a relação entre prática e teoria, de uma forma que tanto os alunos, quanto os professores, percebam a importância dessa relação, mas não somente pela associação destas, e sim pela construção, estimulando a criatividade, 10 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 tornando os sujeitos investigativos e, ultrapassando os métodos de ensino que objetivam a reprodução dos conteúdos. Porém, é de extrema importância ressaltar que a elaboração do projeto pesquisa-ensino, requer atenção, uma vez que, Para que os alunos exercitem a capacidade de elaborar e executar projetos, é indispensável que o professor domine as etapas desse processo, assumindo nele uma atitude de facilitador e orientador e mostrando-se apto a avaliar o desempenho de seus alunos (PONTUSCHKA et al., 2007,p 102). Desse modo, para executar um projeto de pesquisa-ensino, o professor deverá elaborar um pré-projeto contendo: temática específica, introdução, objetivos, questões de pesquisas, recorte espacial (é importante trazer para o espaço de vivência do aluno), metodologia, recursos, referencias e cronograma. Nesta perspectiva, sugerimos que os objetivos a serem alcançados abordem os conteúdos relacionados à: influencia da globalização no nosso cotidiano através de determinados elementos (comidas, música, festas, lugares, ritmos, vestimentas, etc.); quem são os beneficiados com a disseminação de alimentos industrializados e das manifestações festivas nos dias atuais; reflexão do papel da mídia na divulgação dos eventos que permeiam estes temas, tudo isso em contraponto com a resistência das manifestações culturais sejam relacionadas as festas ou aos alimentos e as transformações propiciadas pela globalização. Em consonância com os objetivos, a metodologia utilizada deve estar baseada num primeiro momento na formação de grupos para facilitar a socialização e discussão das ideias que seriam posteriormente expostas. Seriam distribuídos também papéis em branco e lápis para a anotação de palavras, ideias, frases, temas, assuntos, problemas que fossem percebidos pelos alunos nas etapas seguintes. Na etapa seguinte os alunos fariam uma pesquisa de campo, na qual aplicariam questionários ou roteiros de entrevistas, elaborados conjuntamente com o professor e as questões como sugestões devem ser referentes a tipos e origem de alimentos consumidos, a frequência, os preços, a qualidade, a preferência, os fluxos utilizados até atingir o mercado consumidor, as regiões produtoras, os grupos dominantes (agricultor familiar ou empresas); festas frequentadas ou organizadas por grupos sociais, a identificação dos elementos que compõe a 11 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 mesma, etc. Desta forma o professor instigaria o aluno à pesquisa envolvendo-o ao seu cotidiano. Essa coleta de dados primários serviria de base para o desenvolvimento do projeto. Após o levantamento desses dados os alunos juntamente com o professor elaborariam gráficos, tabelas e mapas que propiciariam uma análise mais rebuscada sobre o tema, além disso, conteúdos referentes à cartografia também poderiam ser desenvolvidos. Com os dados obtidos, o professor, dividiria a turma em grupos para apresentação dos resultados, propiciando ao mesmo tempo o debate acerca do temas em sala de aula. Aliada a essa discussão o professor deverá aproveitar para ressaltar a importância da cultura para a sociedade e analisar o conceito de identidade e territorialidade. Proposta de ensino 2: mapa conceitual Na contemporaneidade, os avanços da tecnologia com o advento da globalização da economia, transformou o espaço em um meio mais dinâmico, resultando numa diversificação cultural. O que estamos dizendo é que fazendo uma comparação entre os antigos e novos valores, costumes e hábitos que foram sendo modificados, construídos, adquiridos, transformados, pelas sociedades no percorrer da história, percebemos uma mudança gradativa nas mais variadas manifestações culturais propiciando um palco para as diversas discussões acerca dos pontos positivos e negativos relacionados a esta temática, principalmente nos dias atuais. Dessa forma, uma proposta muito simples para tratar essa questão é a utilização de mapas conceituais. Esses proporcionariam a construção de redes interligadas, assim como o destaque de elementos que permeiam o cotidiano dos alunos, que posteriormente subsidiaria a análise e a redescoberta de conceitos que muitas vezes passam despercebidos. Pois, “a integração dos saberes pode ocorrer na mente dos indivíduos mesmo em um ensino baseado essencialmente no cognitivo, mas será facilitada externamente se a apresentação dos conteúdos visar ao estabelecimento das inter-relações” (PONTUSCHKA et al., 2007, p. 117). Desse modo, como metodologia a ser utilizada, num primeiro momento o professor poderia, a partir do tema, sondar os alunos, seus conhecimentos prévios valorizando a “tempestade de ideias”. 12 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 Após a elaboração do mapa conceitual, os alunos devidamente agrupados, fariam o contato com alguns rótulos e imagens sobre os variados tipos de alimentos e festas culturais, elencando assim uma série de pontos positivos e negativos em duas lacunas, para que através da mediação do professor, pudessem esclarecer o porquê do agrupamento em uma das lacunas. Não devemos esquecer que o professor deve fazer uma relação das práticas metodológicas com os conteúdos eminentes à disciplina. Assim a exemplo, incitar o aluno a pensar sobre as transformações do modo de vida rural devido à mudança na produção de alimentos depois da globalização, e o que são de fato as melhorias feitas pela ciência para o consumo de alimentos saudáveis, e por hábitos alimentares corretos. E ainda: Identificar a presença de multinacionais dentro do nosso território; analisar se nossa cultura está ameaçada pela introdução de novos tipos de alimentos, e consequentemente, se utilizamos esses novos alimentos para compor as festas mais tradicionais, o que mudou com a inserção de novos produtos e de uma nova cultura padronizada no mercado, e, sobretudo fazer uma ponte com o que há de geográfico diante de tantos questionamentos e reflexões. Portanto, a partir dessa proposta o professor poderá utilizar várias alternativas que facilitam a construção de conceitos, dinamiza o processo de ensino/aprendizagem e torna o aluno sujeito construtor do conhecimento. Vale lembrar também a importância da pesquisa e da utilização de recursos como a cartografia na construção de tabelas, gráficos, mapas temáticos e conceituais ilustrando a temática em foco. Conclusão Diante das possibilidades que podemos construir para facilitar o processo de ensino/aprendizagem na disciplina Geografia, a partir de seus conteúdos, é notória a variedade de práticas metodológicas e principalmente discussões sobre temáticas que envolvem o saberfazer, com o intuito de alcançar melhores resultados no ensinar-aprender. Nesta direção, Cavalcanti (1988, p. 25) afirma: No entendimento que compartilho, na linha de uma Didática CríticoSocial, o ensino é um processo de conhecimento pelo aluno, mediado pelo professor e pela matéria de ensino, no qual devem estar articulados seus componentes fundamentais: objetivos, conteúdos e métodos de ensino (CAVALCANTI, 1988, p.25). 13 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 Desta forma, é evidente a importância de criarmos e/ou inovarmos práticas metodológicas para o Ensino de Geografia, que aborda e analisa a constante transformação de seu objeto de estudo, o espaço, segundo a escala temporal e as suas diversas e integradas relações. Todavia é necessário que o professor perceba essa importância, para que o mesmo possa, com segurança, despertar no aluno esse outro olhar investigativo e construtivo, o qual é apontado por Kimura (2008), que vá além do reducionismo conteudista, para não comprometer seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, de caráter crítico-reflexivo. Portanto, foi nessa perspectiva que procuramos por meio destas práticas sugerir algumas propostas inovadoras, que impulsionem: a busca por alternativas de práticas pedagógicas mediadas pelo professor, facilitando a construção do conhecimento geográfico no processo de ensino/aprendizagem tendo como eixo norteador a construção do conhecimento e a formação do cidadão. Logo, a abordagem de conteúdos, como a alimentação e as festas, explorando as categorias geográficas sob um novo olhar renovador como o da Geografia Cultural constitui uma alternativa direcionada ao ensino de geografia como também de outras disciplinas. Referências Bibliográficas BLEIL, Susana Inez. O Padrão Alimentar Ocidental: considerações sobre a mudança de hábitos no Brasil. Revista Cadernos de Debates, uma publicação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da UNICAMP, 1998 p. 1-25. http://www.uftm.edu.br/upload/ensino/AVIdiscednu090804095840.pdf. Acessado em outubro de 2011. CALLAI, Helena Copetti. O ensino de Geografia: recortes espaciais para análise. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos [et al.] (Org.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS/AGB, 2003. p. 57-66. CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Papirus Editora, São Paulo, 1998. CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2005. CLAVAL, P. A Geografia Cultural, EDUFSC, Florianópolis, 2001. CANESQUI. A. M., GARCIA R. W. D., Antropologia e Nutrição:um diálogo possível, Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005 306p. (Coleção Antropologia e Saúde). 14 I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012 CORRÊA. R. C. RESENDAL Z. Introdução à Geografia Cultural. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 2003, 224 p. GARCIA. R. W.D. Reflexos da globalização na cultura alimentar: Considerações sobre as mudanças na alimentação urbana. Revista de Nutrição, Campinas- SP, 2003.KAERCHER, N. A. Desafios e Utopias no Ensino da Geografia. 3ª edição, Santa Cruz do Sul/RS: Editora da UNISC, 1999. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. KAERCHER, Nestor André. O gato comeu a Geografia crítica? Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem de Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia (Org.) Geografia em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2002. p. 221-231. KIMURA. Shoko. Geografia no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto. 2008. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros Curriculares Nacionais Geografia, Brasília: MEC, 1997. OLIVEIRA, Silvana P. e THÉBAUD-MONY, Annie. Modelo de Consumo Agro-industrial: Homogeneização ou diversificação dos hábitos Alimentares. Revista Cadernos de Debates, uma publicação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da UNICAMP, 1996 p. 125. http://www.unicamp.br/nepa/arquivo_san/Modelo_de_Consumo_Agro_Industrial.pdf. Acessado em outubro de 2011. PASSINI, E. Y. Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado. 2 ª edição. São Paulo, Contexto, 2010. PONTUSCHKA, Nídia N. PAGANELLI Tomoko I, CACETE. Núria H. Para Ensinar e Aprender Geografia. 3ª edição. São Paulo: Cortez, 2009. PONTUSCHKA, Nídia Nacib. A geografia: pesquisa e ensino. In: CARLOS, Ana F. (Org.). Novos rumos da geografia. São Paulo: Contexto, 2001. p. 111-142. REGO, Nelson, CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos e KAERCHER, Nestor André. Geografia: práticas pedagógicas para o ensino médio. Porto Alegre. Editora: Artmed, 2007. SANTOS, Milton, A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec.1996. SILVA, René Marc da Costa Silva. Cultura popular e educação: Salto para o futuro. Organização René Marc da Costa Silva. -Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância, 2008. 15