ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NO CURSO DE LICENCIATURA
EM HISTÓRIA A DISTÂNCIA DA UFRPE
Luciene Santos Pereira da Silva¹, Marizete Silva Santos, Jacilene Santos Pereira da Silva
1. [email protected]
Resumo
Este artigo apresenta um relato de experiência das atividades de ensino, pesquisa e extensão
realizadas no âmbito do Curso de Licenciatura em História, modalidade a distância, da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Objetiva-se explanar sobre as ações
planejadas e executadas que visam propiciar aos estudantes uma formação que contemple as
três dimensões de maneira articulada. Para tanto, averiguou-se documentos da UFRPE, Plano
de Desenvolvimento Institucional (PDI) e específicos do curso, tais como: relatórios
presenciais, relatórios da coordenação de tutoria, guia de orientação dos professores, projetos
de pesquisa, projeto pedagógico. Os resultados indicam que, embora ainda recente, é possível
criar estratégias que fomentem a realização, de forma integrada, as atividades de ensino,
pesquisa e extensão, na modalidade a distância.
Palavras-chave: ensino, pesquisa, extensão, ensino superior, educação a distância.
Abstract
This article presents an experience report of teaching, research and extension made in the
scope of the Degree in History, the distance modality, of the Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE). The objective is to explain about the planned actions and implemented
aimed at providing students with training that includes the three dimensions in an articulated
way. Therefore, examined whether documents UFRPE, Institutional Development Plan (IDP)
and specific course, such as: classroom reports, tutoring coordination reports, orientation
teachers guide, research projects, educational project. The results indicate that, although still
recent, you can create strategies that promote achievement in an integrated way, the teaching,
research and extension, in the distance.
Keywords: teaching, research, extension, higher education, distance education.
.
Introdução
A Educação a Distância (EAD) tem visivelmente recrudescido, sobretudo, nos últimos 10
anos no Brasil. Diversas políticas tem sido implementadas pelo Governo Federal, através do
Ministério da Educação (MEC), no sentido de fomentar o uso da modalidade no atendimento
às demandas para formação, sobretudo, no ensino superior.
É nesse contexto que se inserem as ações desenvolvidas pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) que em 2004, quando aderiu à modalidade, iniciou as ações para a
oferta de seu primeiro curso a distância. Desde então, já são nove cursos de graduação
oferecidos na modalidade, sendo sete de licenciatura, dentre eles o de História.
O curso de Licenciatura em História a distância da UFRPE foi aprovado em 2 de setembro de
2009, tendo sua primeira oferta em 2010, com mais duas entradas em 2011, atendendo nas
seguintes cidades-polos: Carpina (PE), Afrânio (PE), Pesqueira (PE), Gravatá (PE) e Piritiba
(BA). Um novo polo será contemplado na oferta de 2015 o de Camaçari, município do Estado
da Bahia. Em 2016 será a vez do município de Palmares, em Pernambuco, receber o curso em
seu polo.
A UFRPE tem como pilares o ensino, a pesquisa e a extensão, assim, são eles que devem
sustentar toda e qualquer ação voltada para o atendimento à comunidade acadêmica. No
âmbito da Educação a Distância, assim como a maioria das instituições do país, a realização
dessas atividades ainda se constitui num grande desafio, dada as especificidades da EAD.
Entretanto, para propiciar uma formação completa, independente da modalidade, é preciso
que se contemple essas três dimensões.
O ensino precisa da pesquisa para oxigená-lo, aprimorá-lo e inová-lo,
pois, ao contrário, corre o risco da estagnação. O ensino necessita da
extensão para levar seus conhecimentos à comunidade e contemplá-los
com aplicações práticas. A extensão precisa de conteúdos, educandos e
professores do ensino para ser efetivada. A extensão necessita da
pesquisa para diagnosticar e oferecer soluções para problemas diversos
com os quais irá deparar-se, bem como para que esteja constantemente
atualizando-se. Por sua vez, a pesquisa prescinde dos conhecimentos
detidos pelo ensino, como base de partida para novas descobertas. Além
disso, a pesquisa depende do ensino e da extensão para difundir e aplicar
sua produção, e assim, indicar-lhe os novos rumos a seguir (SILVA,
2007, p. 42).
Nesse contexto, este artigo objetiva explanar, através, sobretudo, da análise de documentos da
UFRPE, sobre as ações voltadas para o ensino, pesquisa e extensão, planejadas e executadas,
as quais pretendem oferecer ao estudante uma formação que contemple as três dimensões de
maneira articulada.
Cabe ressaltar que alguns aspectos relacionados às atividades são comuns a todos os cursos da
modalidade a distância da instituição como, por exemplo, o uso de materiais didáticos e do
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). No entanto, nesse artigo, serão feitos os
apontamentos dentro da concepção e uso especificamente no curso de História.
Referencial Teórico
De acordo com o artigo 1º do Decreto de Nº 5.622, de 19 de Dezembro de 2005, que
regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394/1996, caracteriza a educação a distância como
modalidade educacional em que a mediação didático pedagógica ocorre através das
tecnologias de informação e comunicação. Dessa forma, os envolvidos no processo de ensino
aprendizagem, podem desempenhar suas atividades em lugares e tempos diversos.
Trabalhar com EAD na contemporaneidade é, portanto, se utilizar de recursos tecnológicos,
uma vez que eles oferecem dinamicidade ao processo comunicacional. Nesse sentido, os
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) têm papel fundamental, uma vez que é por meio
deles que estudantes e professores podem, a qualquer hora e dia, interagir de forma sincrônica
(chats) ou de maneira assíncrona (fóruns) e onde se desenvolve a maior parte das mais
diversas atividades que envolvem a execução de uma disciplina. É no AVA que ocorre novos
significados ao ensino aprendizagem.
Os AVAs proporcionam o redimensionamento do ensinar e do
aprender que, antes, era realizado principalmente no espaço
escolar. Esse redimensionamento permite que o espaço e o tempo
de aprendizagem sejam ampliados e o conceito de ensinar tome,
por conseqüência, novas proporções (ARAUJO; MARQUESI,
2009, p. 358).
Assim, o AVA é, principalmente, um espaço de aprendizado, portanto seria errôneo analisá-lo
apenas sob o ponto de vista de ferramenta, conforma aponta Santos (2006, p. 226) “não
podemos analisar o AVA apenas como ferramenta tecnológica. É necessário avaliar a
concepção de currículo, de comunicação e de aprendizagem”.
No Curso de Licenciatura em História da UFRPE compreende-se que o ambiente virtual é de
fundamental importância para favorecer a interação entre os participantes em qualquer
atividade desempenhada, no entanto, não prescinde da importância do professor no processo
de aprendizagem, pelo contrário, são eles que dão sentindo aos recursos disponibilizados
pelas tecnologias.
A ação mediadora realizada no AVA e nos momentos presenciais é função do professor-tutor,
virtual e/ou presencial, bem como pelo professor executor. Ao tutor virtual cabe o
acompanhamento e orientação quanto ao conteúdo específico da dada disciplina, atendendo,
geralmente, a um único polo para onde viaja para participar dos momentos presenciais a fim
de aplicar provas, tirar dúvidas, promover seminários, orientar pesquisas, dentre outras
atividades inerentes à atividade docente.
O tutor virtual, no entanto, não atua sozinho, ele conta com o professor executor, responsável
por elaborar o plano da disciplina, orientar os tutores virtuais nas atividades, propor materiais
didáticos complementares, acompanhar alunos em suas dificuldades e, ainda, definir os
aspectos que envolvem a avaliação. Espera-se que o executor atue sempre em parceria com os
tutores virtuais.
Aos tutores presenciais, os quais atuam presencialmente nos polos, cabe a função de
acompanhar os discentes em suas atividades cotidianas, buscando orientá-los, motivá-los para
a realização das atividades, bem como atuar na condução de grupos de estudos e demais ações
promovidas pela coordenação de curso. Todos esses profissionais precisam estar imbuídos da
concepção geral da formação que se pretende oferecer aos estudantes.
A proposta curricular do Curso Licenciatura em História desenvolve-se a partir de uma
abordagem metodológica em que se busca relacionar teoria e prática, visando propiciar uma
formação, de acordo com o que se preconiza no Projeto Pedagógico do referido curso.
Metodologia
A metodologia baseou-se na averiguação de documentos tais como: relatórios presenciais,
relatórios da coordenação de tutoria, guia de orientação dos professores, projetos de pesquisa,
Projeto Pedagógico do Curso (PPC), formulário eletrônico elaborado para processo de
reconhecimento do curso e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), período de
planejamento estratégico de 2013 a 2020, da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Ensino
Ademais, ensinar a distância ainda se constitui em um imenso desafio, considerando que a
maioria dos profissionais são oriundos da modalidade presencial e tem sua prática forjada na
referida modalidade. Portanto, os membros do Colegiado de Coordenação Didática (CCD),
cuja experiência supera 3 anos, buscam dialogar com o professor a fim colaborar com o
mesmo, sobretudo, na metodologia a ser adotada na disciplina para que as dimensões práticas
e teóricas sejam contempladas.
Nesse sentido, os docentes são orientados pelo CCD do curso para elaborarem um Plano de
Ensino, cuja proposta esteja marcada pela futura prática do profissional que se deseja formar,
considerando o contexto socioeconômico dos estudantes e da Região em que residem. O
plano proposto pelo professor é avaliado pelos membros do referido colegiado que,
respeitando a autonomia docente, busca orientar, quando necessário, a realizar adequações.
O curso organiza sua atividade de ensino de forma semipresencial, ou seja, possuem carga
horária virtual e presencial, sendo a primeira realizada no AVA e a segunda nos polos de
apoio presencial, o qual conta com a presença dos tutores presenciais e/ou a distância. Cabe
ressaltar que, para cada disciplina e/ou atividade de extensão, programa-se cerca de 3
encontros presenciais nos polos. Para as atividades de pesquisa, no entanto, a programação
ocorre de acordo com o que for estabelecido pelo pesquisador responsável.
Os encontros presenciais referentes às atividades de ensino são realizados semanalmente das
08h às 17h nos polos. Nesses encontros realizam-se avaliações, debates, seminários
apresentações, etc. No que diz respeito às atividades virtuais, realizadas através de fóruns,
chats, dentre outros recursos do AVA, as mesmas são organizadas por disciplina
semanalmente. Ressalta-se que a nota do estudante considera o seu desempenho em ambos os
espaços de aprendizado, sendo 70% para as atividades presenciais e 30% para as virtuais.
Uma experiência desenvolvida no âmbito do curso que podemos destacar foi a que ocorreu na
disciplina “Memória e Patrimônio Histórico”, cuja proposta surgiu a partir do diálogo entre o
professor executor e a coordenação de curso. Na referida disciplina, os alunos contaram com
um professor-pesquisador experiente na área da disciplina, bem como no trabalho a distância.
Os alunos foram conduzidos a desenvolverem um plano diretor para a cidade em que
residiam, assim, eles tiveram que realizar uma pesquisa documental. Por iniciativa dos
estudantes e com o apoio de professores, tutores e coordenação, em polos como Afrânio, os
estudantes promoveram um evento no qual, além de inaugurar uma placa, construída por eles,
de um monumento histórico, ainda realizaram apresentações para a comunidade,
Vêem-se claramente como as três atividades, ensino, pesquisa e extensão, foram mobilizadas
de forma articuladas nessa disciplina. Acredita-se que com propostas como essa está sendo
possível atender ao que preconiza o PDI da Universidade em seu tópico 4.3.1 “Desenvolver
ações pedagógicas ao longo dos cursos que permitam a interface real entre ensino, pesquisa e
a extensão”.
Destaca-se que para suporte às ações de ensino desenvolveu-se material didático específico,
os quais são propostos e escritos por professores contratados especificamente para essa
finalidade. São desenvolvidos nos mais diversos formatos, do impresso ao multimídia, e sua
produção envolve uma equipe multidisciplinar formada por designers, ilustradores,
programadores, dentre outros profissionais.
Ressalta-se que a Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia tem realizado
editais para todos os cursos da modalidade, cujo objetivo é a oferta de bolsas de monitoria,
incentivando uma formação integrada do estudante nas atividades de ensino, pesquisa e
extensão, possibilitando ao mesmo, através da relação estabelecida com o professor, vivenciar
os diferentes contextos da docência.
Pesquisa
No âmbito da pesquisa, visando garantir formas de inserção dos estudantes em projetos de
pesquisa, foi publicado o primeiro edital em 2014, em conjunto com o Programa de Mestrado
em Educação a Distância e Tecnologia da UFRPE, através do Programa de Iniciação
Científica Voluntária, exclusivamente, para estudantes de História a distância da
Universidade.
A proposta é estimular a participação dos discentes em projetos de pesquisa voltados para
área de História, Gestão e Tecnologia, possibilitando que eles, enquanto futuros profissionais
de história, formados através da modalidade, também possam contribuir para o fortalecimento
de pesquisas que atendam as demandas específicas da EAD e da área de história, em com
consonância com as tecnologias de informação e comunicação.
O Projeto de Pesquisa intitulado “Pesquisa Histórica e Desenvolvimento de Artefatos” tem
como objetivo fomentar a pesquisa histórica e o desenvolvimento de artefatos, os quais
podem se constituir em suportes para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Como
objetivos específicos é possível destacar: produzir conteúdo e materiais, sobre as temáticas da
área; criar museu virtual em escola da rede pública de ensino; Formar tutores presenciais para
auxiliar nas atividades de pesquisa.
No cerne da justificativa do projeto pode-se destacar a necessidade de atender a um dos 3
pilares da instituição, bem como o objetivo do curso de Licenciatura em história que
preconiza que o mesmo deve “Propiciar uma formação sólida e abrangente de professor-educador
e pesquisador para o magistério do ensino fundamental II e no ensino médio através de formação
científica” (UFRPE, 2014a, p.23).
O projeto aponta ainda que o material didático é fundamental no processo de ensinoaprendizagem e, portanto, também está contemplado o desenvolvimento de recursos de
aprendizagem (livros, vídeos, animações, dentre outros). Com a participação dos estudantes
nesse processo, espera-se que os materiais estejam em consonância com a realidade dos
discentes, uma vez que sairão da condição de apenas receptores para pesquisadores na
proposição de matérias mediadores de aprendizagem.
Um aspecto importante a ser ressaltado, e que consta no supracitado projeto, é que as
atividades de pesquisa, atreladas ao desenvolvimento de materiais didáticos, estão diretamente
relacionadas à proposta da Coordenação de Apoio ao Pessoal de Ensino Superior (CAPES)
quanto ao pagamento de bolsas, através da Universidade Aberta do Brasil. A UAB possui a
função de professor-pesquisador que“atua nas atividades típicas de ensino, de desenvolvimento de
projetos e de pesquisa, relacionadas aos cursos e programas implantados por sua instituição no
âmbito do Sistema” (UAB, 2015)
É, portanto, em conjunto com o professor pesquisador, vinculado ao Programa de Mestrado
em Tecnologia e Gestão em Educação a Distância e ao curso de História, que os estudantes
podem desenvolver suas atividades de pesquisa, articulando-a com as atividades de extensão
Dessa forma, um dos objetivos específicos visa justamente incentivar a participação dos
estudantes em atividades de extensão, inclusive, Programa de mestrado, em parceria com o
curso de História, programa para o 2º semestre de 2015 a realização de um seminário de
História e Tecnologia, no qual os estudantes e professores poderão apresentar as pesquisas
concluídas e em andamento, bem como participar de oficinas e palestras voltadas para a
problematização da temática.
Cabe ressaltar que a pesquisa, assim como o ensino e a extensão, desenvolve-se
presencialmente e através do AVA e com o apoio de professores executores e tutores. Em
2014, destacam-se duas pesquisas desenvolvidas por estudantes que culminaram em
produções científicas (monografias) e poderão também ser produto. A primeira se trata de um
estudo voltado para a problematização dos hábitos alimentares do município de Gravatá. A
segunda monografia tem como objetivo tratar sobre a Revolução Pernambucana deflagrada
em 06 de março de 1817. No trabalho explicitam-se os principais acontecimentos da
Revolução.
Desse modo, conforme expõe o projeto pedagógico do curso de graduação em história da
EaD/UFRPE um das principais contribuições desta oferta é possibilitar de modo significativo
o acesso dos indivíduos interessados em ingressar nessa área de conhecimento, mas que não
dispunham de alternativas em suas localidades de residência. Além disso, “é igualmente
expressiva, a ideia de que os profissionais egressos do curso poderão colaborar para o
desenvolvimento de pesquisa local” (UFRPE, 2014a, p. 23)
As duas estudantes são vinculadas ao polo Gravatá, Estado de Pernambuco, o que nos
permite afirmar que, conforme apresentado no PPC do curso, uma das contribuições do
mesmo é o fomento de pesquisas voltadas para os locais em que os estudantes residem.
Extensão
No âmbito das atividades de extensão a coordenação de curso tem promovido palestras,
minicursos, seminários, dentre outros. Além disso, os alunos também podem participar de
eventos promovidos pela UFRPE e pela Unidade Acadêmica de Educação a Distância e
Tecnologia, como a Semana de Integração.
A Semana de Integração ocorre presencialmente e com atividades virtuais, atendendo a todos
os cursos e, geralmente, realizada em conjunto com a Feira de Profissões da Universidade e,
ainda, eventos como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) promovida pela
Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC).
Uma ação específica do curso de História é o estudo em grupos, organizados nos polos com
atividades virtuais e presenciais, tem como objetivo de colaborar que os discentes aprofundem
leituras e discussões das mais variadas temáticas/disciplina. Ao final do ciclo de cada grupo
temático, que tem duração de cerca de dois meses, os alunos devem realizar seminários,
minicurso, palestras. Ressalta-se que todas as ações são conduzidas por tutores e professores
executores.
Uma ação importante desenvolvida pela Unidade Acadêmica de Educação a Distância e
Tecnologia, voltada para todos os cursos da modalidade, foi a abertura de editais para bolsas
de extensão. Considera-se que tal iniciativa, foi um passo importante para efetivar a extensão
para os discentes, da modalidade a distância, da UFRPE.
Compreende-se, a partir do exposto nesse tópico, que a extensão tem sido amplamente
contemplada na formação dos discentes, atendendo ao que está preconizado no Plano de
Desenvolvimento Institucional da Universidade “Fomentar a valorização das ações de
extensão enquanto componente curricular nos projetos pedagógicos dos cursos visando uma
formação mais integrada, participativa e humana” (UFRPE, 2013, p.43).
Considerações Finais
A análise das ações, ora expostas, permite considerar que a articulação ente o ensino e
pesquisa e extensão na modalidade a distância possui diversas dificuldades, sobretudo, no que
diz respeito à adaptação a essa, ainda recente, forma de ensinar e aprender. Portanto, é um
desafio para os profissionais envolvidos buscar alternativas viáveis para que todas essas
atividades sejam efetivamente contempladas na formação do discente.
A iniciativa da Unidade de oferecer bolsas de monitoria e extensão se constitui numa ação de
extrema importância para incentivar o desenvolvimento dessas atividades nos cursos da
modalidade a distância da instituição. Ressalta-se que, no curso de História, alunos de
diversos polos foram contemplados, inclusive, os mais distantes como o de Afrânio (PE) que
fica cerca de 780 km de Recife, exigindo, portanto, uma logística diferenciada para atender as
especificidades próprias da modalidade.
No que diz respeito à pesquisa, considera-se que a parceria com o Programa de Mestrado em
Educação a Distância e Tecnologia (PPGTEG) tem sido primordial para a realização das
atividades, uma vez que conta-se com a experiência e reconhecimento acadêmico dos
professores do programa, ao mesmo tempo que conta-se com a vivência e conhecimento dos
discentes da modalidade. Tudo isso oferece perspectivas otimistas para o desenvolvimento da
pesquisa e da extensão, tanto para o quadro docente quanto para os discentes.
No entanto, é preciso reconhecer que as políticas voltadas para o fomento de pesquisas e
extensão são incipientes e não atendem às demandas. Compreendemos que a CAPES, que
atualmente responde pelas ações de EAD no nível superior, precisa dar especial atenção a
essas atividades, possibilitando que os discentes tenham possibilidade de fortalecer sua
formação, através das mesmas
Por fim, é preciso ressaltar que o curso foi bem avaliado na visita in loco, em seu processo de
reconhecimento, obtendo quatro numa classificação, cuja nota máxima é cinco. Compreendese, assim, que o resultado da avaliação indica a qualidade do curso ofertado, a qual passa pela
integração do ensino, pesquisa e extensão.
Referências
ARAÚJO JR., Carlos Fernando.; MARQUESI, Sueli Cristina. Atividades em ambientes
virtuais de aprendizagem: parâmetros de qualidade. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M.
(Orgs.) Educação à distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008.
SILVA, Oberdan. O que é extensão universitária? Integração ensino-pesquisa-extensão.
Apud. SANTOS, Marizete; MARTINS, Ivanda & SIQUEIRA, Alcina. Estágio Curricular
Supervisionado III. Recife-PE, 2010.
UAB (Universidade Aberta do Brasil). Professor-pesquisador. Disponível em
http://www.uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=49%3Aprofe
ssor-pesquisador&catid=11%3Aconteudo&Itemid=29>> Acesso em 10 de jun de 2015.
UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco). Projeto Pedagógico do Curso de
Licenciatura em História: modalidade a distância. Recife, 2014.
UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco). Plano de Desenvolvimento
Institucional- UFRPE: 2013-2020. Recife, 2008.
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