E ainda nos achamos superiores
O massacre de nove gorilas no Congo
expõe os riscos de extinção da espécie
Edição 2023
29 de agosto de 2007
O Parque Nacional de Virunga, na República
Democrática do Congo, é o principal santuário dos
gorilas-das-montanhas na África. Lá vive metade
dos 700 animais da espécie que restam no mundo.
Assim como os gorilas das planícies, mais
numerosos,
eles
vêm
sendo
eliminados
sistematicamente por caçadores e pela destruição
de seu habitat. Os gorilas são hoje uma das 7 700
espécies de animais do planeta ameaçadas de
extinção.
Causou choque e revolta a execução sumária de nove
gorilas do Parque de Virunga nos últimos sete meses. Os
animais não foram mortos por caçadores profissionais, já
que os corpos foram abandonados na selva, alguns deles
parcialmente queimados. Além disso, foram encontrados
junto a eles, vivos, dois gorilas bebês, que valeriam
10.000 dólares no mercado negro de animais selvagens.
Os guardas do parque logo elucidaram a charada: os
matadores foram capangas dos madeireiros e carvoeiros
da região, impedidos de entrar na reserva para derrubar
árvores e afeitos a barbáries desse tipo como forma de
retaliação e intimidação.
Os caçadores se multiplicam e se tornam mais
ousados porque a caça de animais selvagens
nunca foi um negócio tão lucrativo. A demanda por
pele, dentes, presas e até pela carne dos animais
da floresta é cada vez maior. Na Inglaterra, no ano
passado, funcionários da alfândega apreenderam
163 000 produtos e objetos feitos com partes de
animais selvagens, muitos deles ameaçados de
extinção.
O maior volume de apreensões foi de remédios da
medicina oriental. O uso de tecidos, órgãos e glândulas de
animais na medicina, a opoterapia, é um costume
arraigado na cultura da China há muito tempo. Os
chineses atribuem aos ossos do tigre poderes
antiinflamatórios
e
aos
testículos,
propriedades
afrodisíacas. Um tigre morto e dividido em pedaços pode
render até 50 000 dólares. Os animais selvagens também
vão parar na mesa das populações pobres da África. Para
muita gente, sua carne constitui a única forma de adicionar
proteínas à dieta.
A experiência mostra que as ações de proteção aos animais e
os parques de preservação são eficazes para evitar a extinção
das espécies. As baleias jubarte, que costumam aparecer na
costa brasileira, quase foram extintas nos anos 60. A pesca fez
sua população cair de 200 000 para 15 000 animais. Com a
ação de grupos de proteção, hoje já existem 35 000 baleias
jubarte nos oceanos. No sul da África, a população de
rinocerontes-brancos, que há um século era de apenas
cinqüenta, está em 11 000, graças à criação de parques
nacionais e ao remanejamento de animais. A preservação de
espécies não é tarefa fácil. Cada uma exige um projeto
especial, dependendo de suas características e das ameaças
sofridas.
Em vários países africanos, especialmente no
Quênia, a opção para evitar a extinção de
animais foi investir no TURISMO, transformando
os safáris de caça em safáris fotográficos. Assim,
as populações locais e estrangeiras se
conscientizam da necessidade de manter os
animais vivos. O mesmo foi feito no Parque
Nacional de Virunga, onde os turistas pagam
500 dólares para passar uma hora ao lado
dos gorilas e fotografá-los. Mesmo assim, os
animais do parque congolês continuam a sofrer
as investidas dos caçadores e, como se viu após
o massacre de nove gorilas, dos capangas dos
donos de madeireiras.
Em vários países africanos, especialmente no
Quênia, a opção para evitar a extinção de
animais foi investir no TURISMO,
transformando os safáris de caça em safáris
fotográficos. Assim, as populações locais e
estrangeiras se conscientizam da necessidade
de manter os animais vivos. O mesmo foi feito no
Parque Nacional de Virunga, onde os turistas
pagam 500 dólares para passar uma hora ao
lado dos gorilas e fotografá-los. Mesmo assim,
os animais do parque congolês continuam a
sofrer as investidas dos caçadores e, como se viu
após o massacre de nove gorilas, dos capangas
dos donos de madeireiras.
Em vários países africanos, especialmente no
Quênia, a opção para evitar a extinção de
animais foi investir no TURISMO, transformando
os safáris de caça em safáris fotográficos. Assim,
as populações locais e estrangeiras se
conscientizam da necessidade de manter os
animais vivos. O mesmo foi feito no Parque
Nacional de Virunga, onde os turistas pagam
500 dólares
para passar uma
hora ao lado dos gorilas e fotografá-los.
Mesmo assim, os animais do parque congolês
continuam a sofrer as investidas dos caçadores
e, como se viu após o massacre de nove gorilas,
dos capangas dos donos de madeireiras.
Download