Planejamento Estratégico:
Instrumento para o aumento da eficácia da
Administração Pública
Prof. Dr. Clezio Saldanha dos Santos
UFRGS/Escola de Administração
O conceito de estratégia
Mintzberg et al. (1997)
• O termo tem sido usado ao longo dos anos de
várias maneiras, em diversos contextos.
• Do âmbito militar aos negócios passando pelos
esportes, como o xadrez.
• O verbo grego “stratego” significa “planejar a
destruição dos inimigos em razão do uso eficaz
dos recursos”.
O conceito de estratégia
• Empresários com inclinações competitivas se
aproximam desse sentido
• O termo “destruição” em negócios significa
vender mais ou ter melhores resultados que
concorrentes.
• Schumpeter cunha a expressão “destruição
criativa”
como
obra
do
empreendedor
empenhado
em
implantar
“novas
combinações”entre os meios de produção.
O conceito de estratégia
• Sócrates refletindo sobre a eleição para
general onde o empresário Antístenes
derrotava
o
militar
Nicomáquides,
compara as duas atividades dizendo que,
em qualquer área, aqueles que executam
seu trabalho de forma devida, devem
fazer planos e mobilizar recursos para
alcançar objetivos.
O conceito de estratégia
• Chandler Strategy and structure (1962)
• A primeira definição moderna de estratégia
• Estratégia como o elemento que determina as
metas básicas a longo prazo de uma empresa,
assim como o curso de ação adotado e a
alocação dos recursos necessários para
alcançar tais metas.
O conceito de estratégia
• Ansoff (1965)
• Definição mais analítica elaborada como uma
ação
• Um elo condutor entre as atividades da
organização e os produtos/mercados
• Uma regra para a tomada de decisões com 4
componentes: escopo do produto; vetor de
crescimento; vantagem competitiva e sinergia
O conceito de estratégia
Carlus MATUS (Planificação e Governo, 1987)
O Triângulo do governo
O gestor público dirige um processo com
objetivos que elege e troca segundo as
circunstâncias (seu projeto de governo),
sorteando obstáculos ativamente
(governabilidade) mediante desenvolvimento
de suas forças (capacidade de governo)
O conceito de Planejamento
Estratégico
“Processo contínuo e iterativo que
visa manter uma organização
como um conjunto
apropriadamente integrado ao
seu ambiente”
Duas concepções distintas de estratégia
• Modelo linear: ênfase no planificação e na definição de
objetivos; ênfase na idéia de método, direção e
seqüência  Escola do projeto.
• Modelo adaptativo: adequação mais conveniente entre
o ambiente da empresa e seus recursos  Escola do
planejamento
4 PONTOS EM COMUM A TODAS ESTAS
DEFINIÇÕES
1.
2.
3.
4.
Ambiente
Missão
Análise da situação (FOFA)
Projeto de aplicação de recursos
Dois pressupostos fundamentais deste enfoque de
estratégia
• Formulação da estratégia
A análise deve preceder a ação
A definição de metas, a análise da situação e o
planejamento devem acontecer sempre antes de
qualquer ação empreendida pela empresa
Execução da estratégia
As ações são levadas a cabo por outras pessoas que
não os planejadores, analistas ou gerentes
Estes, por sua vez, esperam executar tais ações sem
surpresas.
Hierarquia de decisões no processo decisório
1 - Missões
2 - Objetivos
3 - Políticas
4 - Táticas
5 - Programas,
orçamentos, planos de
aplicação
Etapas do processo estratégico
• Realização de uma análise do ambiente interno e
externo;
• Estabelecimento da diretriz da organização Missão;
• Formulação e implementação da estratégia
organizacional (Que mudanças e que cultura?);
• Exercício do controle estratégico (Quais Metas?).
Tipos de Estratégia
INTERNO
Diagnóstico
Predominância pontos fracos
E
Predominância
de
X
ameaças
T
E
R
N
O
Sobrevivência
Redução de custos
Desinvestimento
Liquidação de setores
e atividades
Reengenharia
Crescimento
Inovação
Predominância
Parcerias
de
oportunidades
Expansão
Fusão
Predominância pontos fortes
Manutenção
Estabilidade
Nicho
Especialização
Desenvolvimento
de mercado
de produto ou serviço
financeiro
de capacidade
de estabilidade
novos empreendimentos
diversificação
ÁREAS DE CONCORDÂNCIA
“Não é possível separar organização e ambiente ... a
organização usa a estratégia para lidar com as mudanças nos
ambientes”.
A estratégia é complexa: “as mudanças trazem novas
combinações de circunstâncias ... a essência da estratégia
permanece não programada, não-rotineira, não-repetitiva ...”
A estratégia (as decisões estratégicas) afeta o bem-estar da
organização.
QUESTÕES SOBRE ESTRATÉGIA
Quem é o estrategista?
ele, ela, eles ou aquilo processo pessoal, técnico,
fisiológico, coletivo ou não-processo?
Existe opção estratégica?
liderança ativa, aprendizado coletivo e intuição
pessoal X demanda ambiental, inércia
organizacional, limitação cognitiva
Problemas encontrados nos setores de
Estágio Supervisionado
Disciplina Administração e
Governo do Brasil
f
fr(%)
Informática deficiente e antiquada; Resistência à informática; Falta de informatização;
Falta de infra-estrutura para informática; Demora na resolução de problemas em relação à
informática; Falta de comunicação entre sistemas informatizados; Falta de qualificação dos
servidores em relação à informática
52
40,94
Falta de recursos materiais e financeiros para exercer o trabalho com eficiência
16
12,59
Grau elevado de serviços por funcionários
11
8,66
Falta de motivação
9
7,08
Falta de treinamento
9
7,08
Aversão a mudanças
9
7,08
Falta de agilidade na aquisição de bens
5
3,93
Falta de flexibilidade
3
2,36
Falta de espaço físico
3
2,36
Excessiva centralização das decisões
2
1,57
Falta de perspectiva de ascensão profissional e salarial
2
1,57
Outros
6
4,78
TOTAL
127
100
Problemas encontrados entre 1995 e 1998
Problemas encontrados entre 2003 e 2007
f
fr(%)
Falta de pessoal; Falta de pessoal qualificado; Falta de treinamento ou formação; Falta de motivação; Inexistência de
política de pessoal ou de carreira; Falta de alocação eficiente de servidores; Falta de perspectiva de ascensão profissional e
salarial; Grau elevado de serviços por funcionários; Acúmulo de funções
86
36,13
Falta de recursos materiais ou equipamentos ou tecnologias; Falta de recursos financeiros
27
11,34
Excesso de formalizações; Excessiva centralização das decisões; Demora dos processos
23
9,66
Falta de organização do setor; Falta de padronização de procedimentos ou processos; Falta de Rotinas Formais; Inexistência
ou falta de planejamento; Fluxo de informações é informal ou deficiente
20
8,40
Informática deficiente e antiquada; Falta de informatização; Falta de comunicação entre sistemas informatizados;
Esgotamento dos sistemas de informática; Excesso de sistemas informação; Banco de dados desatualizado
16
6,72
Falta de autonomia no trabalho ou no setor; Falta de autonomia financeira da instituição
10
4,20
Aversão ou resistência a mudanças; Não aceitação de avaliação de desempenho; Falta de cultura voltada a gestão por
resultados ou gestão empreendedora
10
4,20
Falta ou Falhas de comunicação interna
9
3,78
Mudança de Chefia a cada dois anos ou direção a cada 4 anos
8
3,36
Falta de agilidade na aquisição de bens
7
2,94
Falta de espaço físico ou espaço inadequado
6
2,55
Outros
16
6,72
TOTAL
23
8
100
Planejamento Municipal: um levantamento
nos municípios do Estado do Rio Grande do
Sul
Prof. Dr. Clezio Saldanha
[email protected]
Apoio: FAPERGS e FAMURS
OBJETIVOS
Objetivo Geral: conhecer os principais problemas dos Municípios do Estado
do RS, seus principais investimentos e a forma como são elaborados o
planejamento desses investimentos.
Objetivos específicos:
Identificar os principais problemas e os principais investimentos realizados
nos municípios
Identificar os tipos, periodicidade e quem participa do planejamento
municipal nas prefeituras do Estado do Rio Grande do Sul
METODOLOGIA
Foi elaborado e aplicado um questionário aos responsáveis pelo
planejamento e pela definição de estratégias do município.
Esse questionário foi aplicado pela FAMURS nos meses de
janeiro e fevereiro de 2006.
Através de e-mails direcionados para todas as prefeituras e com
auxílio de entrevistadores, o questionário foi sendo preenchido
regularmente.
Seu preenchimento não excedeu 10 minutos para cada
respondente.
A população-alvo atingida foi composta principalmente por
assessores ou secretários de planejamento/administração do
governo municipal, perfazendo o total de 217 questionários
respondidos.
DESCRIÇÃO DOS DADOS
A maior parte dos respondentes (58,51%) são Secretários da
Administração, Planejamento ou Finanças.
Grande parte dos principais problemas está associada às áreas de
Agricultura, Emprego, Desenvolvimento Social e Saúde
(46,55%)
Grande parte do principal investimento realizado pelo município,
apontado pelos respondentes está associada às áreas de
Agricultura, Geração de emprego e renda, Asfaltamento,
pavimentação e duplicação de ruas e estradas, Infra-estrutura
urbana, Educação, Saúde (57,14%).
DESCRIÇÃO DOS DADOS
Participantes do planejamento dos investimentos do município
F
Fr
Quem participa do planejamento dos
investimentos do município
Prefeito e Comunidade
165
76,04
Prefeitos e Secretarias
22
10,14
Prefeitos e Assessoria
20
9,22
Somente Câmara de Vereadores
8
3,69
Somente membros de uma Secretaria
2
0,92
217
100,00
Total
DESCRIÇÃO DOS DADOS
Periodicidade desse planejamento
F
Fr
Trianualmente
43
19,82
Bianualmente
7
3,23
Anualmente
129
59,45
Semestralmente
21
9,68
Mensalmente
17
7,83
Total
217
100,00
Periodicidade desse planejamento
Conclusões
A existência de um centralismo nas principais decisões estratégicas
do município que está concentrado na visão do Prefeito Municipal
A maior parte dos investimentos são direcionados para projetos que
visam atender necessidades de curto prazo, principalmente para dar
suporte a principal atividade econômica do município
É necessário que os planejadores municipais apliquem técnicas de
planejamento estratégico que envolva a comunidade ou de
planejamento participativo, a fim de que os problemas enfrentados
possam ser atacados com uma definição de uma estratégia mais
adequada ao município.
Sugestões Figura 1 - Tipos de estratégias municipais
Diagnóstico
E
X
Variação do
PIB/POP
baixo
INTERNO
Investimento
maior
Sobrevivência
78 / 20
Investimento
menor
Manutenção
31 / 18
T
E
R
N
O
Variação do
PIB/POP
alto
Crescimento
51 / 38
Desenvolvimento
31 / 141
Indicadores de vulnerabilidade Ambiental
Quadro 1 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade
ambiental
Variável
Não Vulnerável
Vulnerável
Existência de
Esgotamento
rede geral ou fossa
séptica
fossa rudimentar, vala,
rio, lago ou mar
Destino do lixo domiciliar
coletado por serviço
de limpeza ou
caçamba
queimado, enterrado,
terreno baldio, jogado
em rio, lago ou mar
Rede de iluminação pública
Sim
Não
Rede de linha
telefônica.
Sim
Não
Indicadores de vulnerabilidade Habitacional
Quadro 2 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade habitacional
Variável
Não Vulnerável
Vulnerável
Tipo de setor do domicílio
Setor comum ou não
especial
Aglomerados, subnormal,
aldeias indígenas etc.
Casa ou apartamento
Cômodo ou não aplicável
Condição do terreno
Próprio
Cedido ou outra condição
Total de banheiros
Maior ou igual a um
Nenhum
Existência de sanitários
Sim
Não
Densidade moradores por cômodos
dois
Mais do que dois
Tipo de domicílio
.
Indicadores de vulnerabilidade Educacional
Quadro 3 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade educacional
Variável
Vulnerável
Não Vulnerável
Taxas de Analfabetismo da População de 15 Anos
e Mais
Acima da média do
município
Abaixo da média
do município
Taxas de Analfabetismo Funcional da População
de 15 a 24 Anos
Acima da média do
município
Abaixo da média
do município
Média de Anos de Estudo da População de 10
Anos e Mais
Abaixo da média do
município
Acima da média
do município
Taxas Líquidas de Escolarização préescola
Abaixo da média do
município
Acima da média
do município
Taxas Líquidas de Escolarização Educação
Infantil
Abaixo da média do
município
Acima da média
do município
Taxas Líquidas de Escolarização Ensino
Fundamental
Abaixo da média do
município
Acima da média
do município
Taxas Líquidas de Escolarização Ensino Médio
Abaixo da média do
município
Acima da média
do município
Indicadores de vulnerabilidade Segurança
Quadro 4 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade
segurança
Variável
Vulnerável
Não Vulnerável
Conjunto de delitos exceto
crimes contra a pessoa
Acima da média do
município
Abaixo da média
do município
Conjunto de crimes contra a
pessoa
Acima da média do
município
Abaixo da média
do município
Indicadores de vulnerabilidade Saúde
Quadro 5 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade Saúde
Variável
Vulnerável
NãoVulnerável
Número de mulheres grávidas que
tiveram assistência pré-natal
considerada ótima sobre o total de mulheres
grávidas no mesmo período
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Participação de óbitos de grupos
etários selecionados em relação aos óbitos
de menores de um ano de idade.
Acima da média
do município
Abaixo da média
do município
Número médio de filhos nascidos
vivos, Por uma mulher, por faixa etária
específica do período reprodutivo, no
caso de 15 a 19 anos de idade
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Oferta de equipamentos de saúde.
Indicadores de vulnerabilidade Renda e Trabalho
Quadro 6 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade renda e trabalho
Variável
Vulnerável
Não Vulnerável
Renda mediana do chefe de
domicílio
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Proporção de chefes de família
sem rendimento
Acima da média
do município
Abaixo da média
do município
Proporção de chefes de família
ocupados formalmente
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Proporção de chefes de
família desocupados
Acima da média
do município
Abaixo da média
do município
Indicadores de vulnerabilidade Cultura e Lazer
Quadro 7 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade Cultura e Lazer
Variável
Vulnerável
Não Vulnerável
Total de bibliotecas
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Total de Equipamentos
Culturais
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Domicílios sem condições de
acesso à informação os que
não possuíam rádio, nem
televisores e que não
dispunham de
microcomputadores em
combinação com a
indisponibilidade de linha
telefônica fixa
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
Indicadores de vulnerabilidade Transporte
Quadro 8 – Critérios para qualificação e quantificação da vulnerabilidade
Transporte
Variável
Vulnerável
Não Vulnerável
Número de assentos que
circulam por dia na região
Abaixo da média
do município
Acima da média
do município
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