PROJETO DE CONTROLE E MONITORAMENTO DA
POPULAÇÃO MURINA NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ – SP
AUTORES:
Nome: Marcelo Bispo da Conceição
Resumo Curricular: Projetista Industrial Pós Graduado em Gestão Ambiental pela
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Assistente Técnico da
Superintendência do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André –
SEMASA.
Endereço: Av. José Caballero n° 143 Centro – Santo André CEP: 09040-210
E-mail: [email protected]
Telefone: (11) 4433-9601
Nome: Maria Luiza Leão Salerno Malatesta
Resumo Curricular: Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo com
especialização em Saúde Pública. Ex Secretária de Saúde de Rio Grande da Serra. Atual
Diretora do Departamento de Vigilância à Saúde de Santo André.
Endereço: Rua Manicoré n° 690, Vila Floresta - Santo André-SP – CEP: 09050-020
E-mail: [email protected]
Telefone: (11) 4425-9183
Nome: Maria Adelaide Rocha Mendes Gonzalez
Resumo Curricular: Médica Veterinária com especialização em Saúde Pública e
Zoonoses e Pós Graduação em Direito Sanitário pela Faculdade de Saúde Pública –
Universidade de São Paulo. Atual Assistente de Direção do Departamento de Vigilância à
Saúde de Santo André.
Endereço: Rua Humberto de Campos n° 67, apto. 21- Vila Guarani – São Paulo -SP – CEP:
04311-080
E-mail: [email protected]
Telefone: (11) 2275-4682/4994-2044
Nome: Eduardo Meyer
Resumo Curricular: Advogado pela Universidade de São Paulo. Pós Graduado em
Marketing. Coordenador do Projeto Urbal (Combate à Pobreza) de Rio Grande da Serra.
Atual coordenador do Núcleo de Informação e Geoprocessamento do Departamento de
Vigilância à Saúde de Santo André.
Endereço: Rua Alagoas n° 664 – 1° andar – São Paulo – Capital – CEP: 01242-000
E-mail: [email protected]
Telefone: (11) 3666-2699
Nome: João Carlos da Rocha Tristão
Resumo Curricular: graduado em Ciências Econômicas e Pós Graduado em Marketing
pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Atual coordenador do Programa de
Vigilância Ambiental em Saúde de Santo André.
Endereço: Rua Moacir Guimarães n° 100 – Edifício Antares, apto. 21 – Ipiranga – SP –
CEP: 04256-390
E-mail: [email protected]
Telefone: (11) 6352-1816
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PROJETO DE CONTROLE DA POPULAÇÃO MURINA NO MUNICÍPIO
DE SANTO ANDRÉ - SP
INTRODUÇÃO
Localizado na região metropolitana de São Paulo é um dos municípios que compõe a
Região ABC. Sua área é de 174 km², sendo que mais de 50% dessa é de área se encontra
ambientalmente protegida, pois localiza-se na área de proteção aos Mananciais na Bacia
Hidrográfica da Represa Billings e da vertente da Serra do Mar, área envoltória do tombamento
do Parque Estadual da Serra do Mar. Os demais 66 km pertencem à Bacia Hidrográfica do Rio
Tamanduateí, área onde se concentram as principais atividades urbanas e industriais do
município.
O município conta com uma população de 648. 443 mil habitantes, dos quais 2,6%
(cerca de 16 mil habitantes) residem nas áreas de proteção aos mananciais e mais 20 mil
habitações em núcleos de assentamento informal (favelas).
Nos últimos anos, o município teve um aumento muito grande de número de
reclamações da presença de roedores, fato este constatado pelos técnicos responsáveis pelo
controle de pragas do município, e também um aumento significativo do número de casos de
leptospirose, e mordedura em pessoas, por esses animais.
Após uma análise da situação, feita através de avaliação do teor das TLMs(reclamações
através do telemarketing), vistorias e investigação, constatou-se que houve realmente um
aumento da espécie Rattus norvergicus (ratazana), e ainda a introdução do Rattus rattus (rato
de telhado) que trouxe para a população um sensação de proximidade ainda maior desta praga.
A hipótese que se tem é que como ocorreu em muitos locais, a falta de uma correta política de
controle destes animais, que levasse em conta as características dos diferentes locais, a
implantação de um manejo adequado, e a intensificação dos trabalhos de educação e
informação, bem como o uso de forma inadequada dos produtos químicos contribuíram para um
desequilíbrio com conseqüente aumento da população de roedores.
Frente a esta situação, órgão responsável pelas questões ambientais e de saneamento,
em parceria com a Secretaria da Saúde do Município, resolveram elaborar um programa de
controle de roedores de abrangência em todo o Município.
OBJETIVO
O objetivo principal deste projeto é a diminuição da população murina do município.
Como outros objetivos têm: Proporcionar aos moradores uma ambiência mais saudável; A
diminuição da taxa de morbi-mortalidade por leptospirose; Avaliar e minimizar os efeitos da
introdução do rato de telhado e implantar no município uma proposta educativa, capaz de
sensibilizar a população a atuar como parceira do poder público, responsabilizando-se pelo
manejo em seu entorno.
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METODOLOGIA
Por ser um município grande, ter 54% de área de manancial, e regiões com diferentes
características, optamos por um trabalho que respeitasse as características de cada área e com
diferentes graus de intervenção, respeitando o tipo de risco e as necessidades de cada uma.
Para tal, o município foi dividido em dez grandes áreas, e foram contratados 110 agentes locais
de vigilância ambiental, e distribuídos pelas áreas respeitando o tamanho, e o grau de
complexidade. Foram formadas 07 equipes de desratização para aplicação e produto químico,
01 equipe de apoio que trabalha com a parte administrativa, informação e geoprocessamento.
As pessoas contratadas passaram por um processo de capacitação, na seqüência foi
realizado um diagnóstico de cada área através das informações já existentes e a realização de
oficinas locais de territorialização, que tiveram a finalidade de levantar o perfil da área através
da percepção dos agentes e sociedade local, pois contou com a presença das lideranças locais
e pessoas ligadas aos serviços de saúde e saneamento da área. O trabalho se deu através de
dinâmicas de mapeamento dos problemas, e reconhecimento da área.
A partir desses mapas, foram acrescentadas informações técnicas, e fechou-se a
situação de infestação por roedores, e perfil epidemiológico da leptospirose.
Para que se pudesse desenvolver melhor o projeto, alguns eixos de ação foram desenvolvidos:
Trabalhos Educativos (realizados e atuam em diferentes frentes):
- Introdução do tema no calendário escolar, para trabalhar com os alunos, e capacitação dos
professores para atuarem como multiplicadores.
- Palestras em empresas, Ass. Amigos de Bairro, Centros Comunitários, e outros.
- Trabalhos casa a casa realizados pelos agentes locais, com distribuição de material.
- Colocação, no principal veículo de comunicação da região, bem como no site da Prefeitura, do
calendário de desratização e de trabalhos educativos no município.
- Treinamento dos profissionais de saúde das UBS, PA (Pronto Atendimento) e Hospital
Municipal, para um diagnóstico precoce da Leptospirose visando evitar casos de óbitos.
Trabalhos de Manejo Ambiental
Aqui são desenvolvidas ações de melhoria do meio, como remoção de lixo e entulhos
acumulados (geralmente em esquema de mutirão com a participação da população), limpeza
de córregos e bueiros com mais intensidade nas áreas inundáveis. Está em fase de
regulamentação, uma legislação que nos permite a aplicação do código sanitário para
proprietários de terrenos abandonados, com situação que exponha a vizinhança à presença de
roedores.
Aplicação de Produtos Químicos
Executado pelas equipes específicas, é feito dentro de uma programação em toda a
área urbana da cidade. Na área de proteção de manancial, são realizados apenas
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trabalhos educativos, e manejo ambiental.
Estudos e Pesquisas (para antecipação ao risco)
- Índice de Infestação Predial: ( vistoria e pesquisa com o morador antes e depois da
desratização)
- Censo por Consumo: (mede a infestação pela quantidade do produto ingerido)
- Identificação da alteração da mudança de cariótipo dos roedores do município, e confirmação
da existência de outras espécies, principalmente na área de manancial(confirmação do roedor
transmissor da hantavirose) - Parceria com o Instituto Butantã.
RESULTADOS
Para que se pudessem avaliar os resultados, alguns indicadores tiveram que ser criados
e destes muitos demonstraram positividade, como a diminuição dos casos de leptospirose, do
numero de reclamações, do tempo de atendimento, a satisfação da população em relação ao
trabalho executado e nenhum óbito pela doença. Alguns destes indicadores estão
demonstrados nos gráficos que seguem:
Pesquisa I - antes da desratização
Pesquisa II - após a desratização
70,00%
PRAZO DE ATENDIMENTO DE RECLAMAÇÕES
160
64,87%
50,00%
100
DIAS
120
40,00%
30,00%
25,68%
25,71%
27,54%
21,07%
22,72%
20,00%
10,00%
7,73%
146,5
80
146,6
152,3
143,3
121,2
4,68%
Aumentou
Pesquisa 1
80,8
86,6
65,4
60
105
85,1
81,7
72,2
50,1
55,6
40
0
Diminuiu
Pesquisa 2
Está igual
125,9
112,7
43,5
44,9
20
0,00%
Não opinaram
151
140
60,00%
0
jan
23,4
14,1
0
fev
m ar
abr
m ai
jun
2005
jul
ago
set
out
nov
0
dez
2006
Fonte: SGR / GCZ / NIG
Fonte: SGR / GCZ / NIG
CONCLUSÃO
Após um ano de trabalho e com os indicadores bastante positivos, o projeto parece estar
no rumo correto e deverá continuar até que se consiga uma diminuição de 70% da população
murina e um monitoramento para mantê-la sob controle.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Manual de Controle de Roedores – FUNASA
- Biologia de Roedores – Dr. Constâncio Carvalho Neto
- Manual de Manejo do Meio para Controle de Roedores - Dr. Constancio Carvalho Neto
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