ECLESIOLOGIA
DEFINIÇÃO
Eclesiologia é a ciência sobre a Igreja

TEOLOGIA X CIÊNCIA
 TEOLOGIA = “a Fé questionando a Inteligência”
“Inteligência questionando a Fé”

Eclesiologia é teologia, reflexão sobre a Igreja à
luz da fé.
 Eclesiologia não é sociologia ou história da
Igreja.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica
CRER NA IGREJA

NÃO CREMOS NA IGREJA porque ela não é
Deus, e porque nós é que somos a Igreja.
 CREMOS A IGREJA porque, pela Graça de
Deus, a Igreja se constrói através da fé e
porque a fé vem da Graça através da Igreja.
“Quem veio primeiro a fé ou a Igreja?” (Hans
Küng, p. 53-55).
 Enfim, cremos a IGREJA VISÍVEL E
INVISÍVEL, pois ela é simultaneamente visível
e invisível.
CRER QUE A IGREJA
A Igreja real é a Igreja acreditada dentro do visível
e, como tal, uma Igreja invisível no visível. Este seu
caráter visível é, portanto, muito particular: tem o seu
interior e essencial invisível. O importante permanece
encoberto dentro do que foi descoberto. O visível da
Igreja vive do invisível; é marcado, formado, dominado
pelo invisível. A Igreja é, portanto, na sua essência,
mais do que aquilo que visivelmente aparece: não
apenas um povo ou população, mas um povo eleito;
não só um corpo, mas um corpo misterioso; não um
edifício qualquer, mas um edifício espiritual (Hans
Küng, p. 59).
3 A IGREJA NO NT
O que é IGREJA?
A origem da palavra é grega:
“ekklesía”,
passando para o latim como “ecclesia”.
Em português: “igreja”.
Significa “assembléia, reunião”.
Os seguidores de Jesus Ressuscitado
chamam-se ECCLESIA DE DEUS.
•Ecclesía = assembléia dos cidadãos,
convocados pelo arauto para se reunirem
na praça.
Ecclesía é, pois, uma reunião política.
[LER p. 6 da Apostila]
No uso comum,
•Ecclesía = a reunião enquanto está
acontecendo.
•No Novo Testamento, vai ter outras
dimensões.
NO NOVO TESTAMENTO
• Nos Evangelhos: ecclesía só aparece em
Mt 16,18 e em Mt 18,17.
• Nos demais escritos: aparece 144
vezes.
• At 5,11 – Igreja em Jerusalém.
• At 7,38 – Assembléia de Israel no
deserto.
• At 9,31 – As igrejas em paz na Judéia,
Samaria, Galiléia.
• At 20, 28 – A Igreja de Deus.
NO NOVO TESTAMENTO
Em Paulo:
Igreja no singular ou no plural usados
indiferentemente.
Lugar da Igreja:
uma cidade: Tessalônica (1 Tes 1,1),
Corinto (1 Cor 1,2), etc.
uma região: Ásia (1 Cor 16,19), Galácia
(Gl 1,2); Macedônia (2 Cor 8,1).
Igreja doméstica: Rom 16,5; Flm 2; Col
4,15, 1 Cor 16,19.
A razão da reunião: 1 Cor 11, 17ss.
NO NOVO TESTAMENTO
ECCLESÍA
REUNIÕES CONVOCADAS POR DEUS,
EM CRISTO
1 Tes 2,14.
NO NOVO TESTAMENTO
A Igreja é:
•Congregação: a reunião concreta
de pessoas.
•Comunidade: grupo local
constante.
•Igreja: o conjunto dos crentes.
•Comunidade escatológica.
4 - ORIGEM DA IGREJA
Mas afinal,se Jesus anunciou o Reino,
por que e como surgiu a Igreja?
Como Loisy disse:
“Jesus anunciava o Reino,
mas o que veio foi a Igreja”.
E AQUI AS NOSSAS PERGUNTAS:
Então,
Jesus queria fundar uma Igreja?
A Igreja é o Reino de Deus sobre a
terra?
A Igreja edifica o Reino?
A Igreja expande o Reino de Deus
A Igreja realiza o Reino na terra?
Não seria a Igreja uma seita do
Judaísmo?
 Processo contra Paulo: At 24, 5-16.
 Paulo em Roma: At 28, 17-22.
Mas, desde o começo, os seguidores do
Nazareno se distinguem por:
 Batismo
 Oração comunitária
 Refeição escatológica
 Existência de uma coordenação da
comunidade
 Comunidade de fraternidade e partilha
Em sua vida, Jesus não fundou uma
Igreja:




seu ministério é público;
não aceita afastamento do mundo;
é contrário a separatismo;
quer salvar todos e não só os
“justos”;
 os Doze são a representação de
todo o povo (as doze tribos).
Jesus coloca fundamentos que
possibilitam uma Igreja:
Desde o início congrega em torno de si
discípulos;
 Pregou um Reino futuro, mas já atual;
 Sua pregação dividia as pessoas:
discípulos e não-discípulos;
 Agrupou discípulos à sua volta além dos
Doze;
 Falou de um povo messiânico;
 Sabia de um tempo entre sua morte e a
parusia.

Igreja nasce a partir da fé na
ressurreição: 1 Cor 15,14-20
 a partir da Páscoa o cristãos falam em
“igreja”;
 não existiu um período inicial sem
Igreja, de puro entusiasmo;
 desde o princípio, a Igreja foi
entendida como estabelecida por
Deus.
Origem da Igreja: o conjunto do
acontecimento cristológico.
RESUMINDO:
O povo da Nova Aliança passa a se chamar
IGREJA exatamente porque é um povo que
sempre se reúne a convite de Jesus e em
torno de Jesus. Ou seja, seu traço distintivo
não é habitar uma determinada região
geográfica, um país, nem pela sua raça,
nem pela sua cor, nem por alguma cultura
particular. É apenas isso: pessoas que se
reúnem em nome de Jesus.
É uma reunião de fé-compromisso em que
estão presentes essas características:
partilha fraterna,
compromisso transformador,
refeição festiva.
Por isso, houve um momento na história da
Igreja em que essa reunião era chamada de
Ágape, a CEIA DO AMOR .
E qual a relação entre
a Igreja e
o Reino de Deus?
IGREJA E REINO DE DEUS
Igreja não se tornará Reino.
Igreja anuncia algo que ainda não se
realizou.
 Igreja é provisória. O Reino é definitivo.

Igreja sinaliza para o Reino:
Dirige-se para o Reino.
 Pertence ao Reino.
 Igreja é um sinal do Reino.

IGREJA E REINO DE DEUS

Igreja não se tornará Reino.
Igreja anuncia algo que ainda não se
realizou.
 Igreja é provisória. O Reino é definitivo.

Igreja sinaliza para o Reino:
Dirige-se para o Reino.
 Pertence ao Reino.
 Igreja é um sinal do Reino.

IGREJA E REINO DE DEUS
LUMEN GENTIUM nº 3
[...] Por isso, Cristo, a fim de cumprir a vontade
do Pai, deu começo na terra ao Reino dos Céus
e revelou-nos o seu mistério, realizando, com a
própria obediência, a redenção. A Igreja, ou seja,
o Reino de Cristo já presente em mistério,
cresce visivelmente no mundo pelo poder de
Deus [...].
Jo 19,34: “... um dos soldados traspassou-lhe o lado com a
lança e imediatamente saiu sangue e água.”
“Quando o Senhor dormia na cruz,
a lança atravessou seu lado
e dele brotaram os sacramentos
com os quais a Igreja foi criada.
E é assim que
a Igreja foi criada da costela de Adão”
(BF, p. 59) (De Civ. 1,22 c. 17)
6
IGREJA
POVO DE DEUS
O Povo de Deus no Antigo
Testamento
A Aliança vincula Deus e Israel.
Javé é o Deus de Israel.
Israel é o povo de Javé.
Javé escolheu para si um povo e o
adquiriu entre todos os povos da
terra
O próprio nome “ISRAEL” significa
“Deus domina”, Deus reina” (Gn 32,2331).
Por sua infidelidade, Israel é punido. A
partir da decadência de Israel, os profetas
anunciam um povo escatológico.
Ler Jer 31,31-34.
Esse povo escatológico terá uma missão
universal: Zac 2,12-17.
Esse povo será inaugurado com a
vinda do Messias.
Mas a maioria do povo de Israel não
reconheceu Jesus como Messias.
Portanto, os que o reconheceram
assumem que constituem o novo Povo de
Deus, enquanto comunidade escatológica
de salvação.
No Novo Testamento
LAÓS – No NT, além dos sentidos do AT,
passa a ser aplicado para a comunidade dos
discípulos.
“A noção de Povo de Deus é o mais antigo e
decisivo conceito que descreve o que a Igreja
entende de si mesma.” (Hans Küng, p. 170).
TEXTOS PARA LER
At 15, 13-18 (“ex étnon’’, “laón”)
2 Cor 6,16: Paulo emprega as
palavras do Sinai referindo-se à
Igreja.
Rom 9: Israel versus Igreja – antigo
povo versus novo povo.
1 Pd 2,9s – “sois a raça eleita”
De dois povos um novo povo: Ef
2,11-22

LUMEN GENTIUM nº 9
Em todos os tempos e em todas as nações foi
agradável a Deus aquele que O teme e obra
justamente (cfr. Act. 10,35). Contudo, aprouve a
Deus salvar e santificar os homens, não
individualmente, excluída qualquer ligação entre
eles, mas constituindo-os em povo que O
conhecesse na verdade e O servisse santamente.
Escolheu, por isso, a nação israelita para Seu
povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele
instruiu gradualmente, manifestando-Se a Si
mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua
história, e santificando-o para Si
LUMEN GENTIUM nº 9
Mas todas estas coisas aconteceram como
preparação e figura da nova e perfeita Aliança que
em Cristo havia de ser estabelecida e da revelação
mais completa que seria transmitida pelo próprio
Verbo de Deus feito carne. Eis que virão dias, diz
o Senhor, em que estabelecerei com a casa de
Israel e a casa de Judá uma nova aliança... Porei a
minha lei nas suas entranhas e a escreverei nos
seus corações e serei o seu Deus e eles serão o
meu povo...
LUMEN GENTIUM nº 9
Todos me conhecerão desde o mais pequeno ao
maior, diz o Senhor (Jer. 31, 31-34). Esta nova
aliança instituiu-a Cristo, o novo testamento no
Seu sangue (cfr. 1 Cor. 11,25), chamando o Seu
povo de entre os judeus e os gentios, para
formar um todo, não segundo a carne mas no
Espírito e tornar-se o Povo de Deus.
LUMEN GENTIUM nº 9
Com efeito, os que crêem em Cristo,
regenerados não pela força de germe
corruptível mas incorruptível por meio da
Palavra de Deus vivo (cfr. 1 Ped. 1,23), não
pela virtude da carne, mas pela água e pelo
Espírito Santo (cfr. Jo. 3, 5-6), são finalmente
constituídos em «raça escolhida, sacerdócio
real, nação santa, povo conquistado... que
outrora não era povo, mas agora é povo de
Deus» (1 Ped. 2, 9-10).
* * *
Cristo ama sua Igreja: Ef 5,25-27.
POVO DA LIBERDADE





Jo 8,36;
O que é liberdade? Rm 7,18-25;
Gl 5,13-18;
A Lei é santa, mas não salva: Rm
7,7-12 com Rm 10,1-4;
A liberdade e serviço: 1 Cor
10,23-33;
É a Igreja uma comunidade de
homens livres?
POVO SACERDOTAL


SACERDOTE (“sacerdos”, latim;
“hieréus”., grego) no NT só se refere
aos sacerdotes do AT.
Cristo é o único sacerdote – Ver Hb
4,14-5,10 e Hb 7,15-8,7 – não por
herança sangüínea (Abraão, Levi),
mas da “ordem de Melquisedec”. É
sacerdote para sempre. E só ele é
mediador – nós somos embaixadores
do único Mediador.
POVO SACERDOTAL
Como Corpo de Cristo, é que a
Igreja se torna povo sacerdotal,
pois:
tem acesso direto a Deus;
oferece sacrifícios espirituais;
prega a palavra;
batiza, celebra, perdoa.
POVO SACERDOTAL
Todos os cristãos compõem o Povo
de Deus: clero ou leigo, uma distinção
que não cabe.
Na Lumen Gentium, define-se com
toda clareza que a Igreja é o povo
sacerdotal.
Distingue, contudo, entre o
sacerdócio comum dos fiéis e o
sacerdócio ministerial.

LUMEN GENTIUM nº 10
Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido de
entre os homens (cfr. Hebr. 5, 1-5), fez do novo
povo um «reino sacerdotal para seu Deus e Pai»
(Apor. 1,6; cfr. 5, 9-10). Na verdade, os
baptizados, pela regeneração e pela unção do
Espírito Santo, são consagrados para serem
casa espiritual, sacerdócio santo, para que, por
meio de todas as obras próprias do cristão,
ofereçam oblações espirituais e anunciem os
louvores daquele que das trevas os chamou à
sua admirável luz (cfr. 1 Ped. 2, 4-10)
LUMEN GENTIUM nº 10
Por isso, todos os discípulos de Cristo,
perseverando na oração e louvando a
Deus (cfr. Act., 2, 42-47), ofereçam-se a
si mesmos como hóstias vivas, santas,
agradáveis a Deus (cfr. Roma 12,1),
dêem. testemunho de Cristo em toda a
parte e àqueles que lha pedirem dêem
razão da esperança da vida eterna que
neles habita (cfr. 1 Ped. 3,15).
LUMEN GENTIUM nº 10
O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial
ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente
e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao
outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único
sacerdócio de Cristo (16). Com efeito, o sacerdote
ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o
povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico fazendo
as vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de
todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a
oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real
(17), que eles exercem na recepção dos sacramentos,
na oração e acção de graças, no testemunho da
santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
MINISTÉRIOS E HIERARQUIA
1º) Jesus foi sacerdote naquele sentido
abordado na Carta ao Hebreus, não
pertencia à classe sacerdotal.
2º) Primeiramente, não havia hierarquia,
mas os serviços.
3º) Com o tempo, foi construída uma
hierarquia, que, em grande parte,
aconteceu pela presidência na celebração
da Eucaristia.
Epíscopoi e presbíteroi
São Jerônimo: “O apóstolo ensina claramente que são a
mesma coisa os presbíteros e os bispos... O que mais
tarde se escolheu a um para colocá-lo à frente dos
demais foi como remédio para as brigas e para evitar
que, cada qual puxando para o seu lado, desagregassem
a Igreja”. [...] Portanto, o presbítero é o mesmo que o
bispo, e as igrejas foram governadas por um conselho
presbiteral até que, por inspiração do demônio,
apareceram as paixões na religião e começaram a dizer:
eu sou de Paulo, eu de Apolo, eu de Cefas (1 Cor 1,12).
Pois quando cada um pensava que eram seus os que
batizava, e não de Cristo, decidiu-se em todo o mundo
que um dos bispos fosse posto à frente dos restantes e
que lhe tocasse o cuidado de toda a Igreja, para erradicar
os germes do cisma”.
Epíscopoi e presbíteroi
Diaconisas – 1 Tim 3,11 (de acordo
com a Bíblia de Jerusalém).
Concílio de Laodicéia (343), cânon 11
da Collectio Hispana: “Não convém
que as chamadas presbíteras pelos
gregos e, entre nós, viúvas anciãs ou
presidentas, sejam constituídas como
ordenadas na Igreja”.
Epíscopoi e presbíteroi
São Cipriano: “A eucaristia não pode ser
celebrada à margem da comunidade eclesial”
(Epístola 45)
Tertuliano (160-230): “Mas onde não existe um
colégio de servidores incorporados ao ministério,
tu, leigo, deves celebrar a eucaristia e batizar;
nesse caso, tu és o próprio sacerdote, pois onde
se encontram dois ou três ali se encontra a
Igreja, no caso de serem três leigos” (De exhort.
Cast. 7,3).
Epíscopoi e presbíteroi
Clemente: Quem preside a eucaristia é o
bispo ou presbítero “ou também outras
pessoas determinadas com a aprovação de
toda comunidade” (I Clem 44,4-5).
Concílio de Arnes (314): proíbe que
diáconos celebrem a eucaristia.
Origem da palavra “ordenação”
Ordo = Ordem, acesso a determinada classe –
ordo senatorum; ordo aequitatum.
Concílios II (1139) e IV de Latrão (1215)
começam a “teoria do caráter”.

Concílio de Trento: “no sacramento da ordem,
como no do batismo e da confirmação, se
imprime o caráter que não se pode apagar nem
tirar”.

BISPOS (LG 24a)
Funções (múnus):
[Ler na apostila p. 28 ss]
Santificadora: LG 26
Docente: LG 25
Governativa: LG 27
BISPOS (LG 24a)
O ministro ordenado – bispo,
presbítero ou diácono - pelo fato de
agir ‘in persona Christi capitis’ (PO 2)
e enquanto ministro da unidade,
remete aos demais membros do
corpo, à variedade dos dons e
serviços suscitados pelo Espírito.
Ministério da síntese, ele não se deve
tornar síntese dos ministérios
(concepção “clericalizante”), mas
BISPOS (LG 24a)
serviço
de
discernimento
e
coordenação dos carismas e dos
ministérios, com vistas à comunhão e
ao crescimento. Deve ser exercitado
mediante a tríplice função profética,
sacerdotal e pastoral, pelo bispo, para
toda a Igreja local; pelo presbítero e
pelos diáconos nos campos de ação a
eles confiados pelos bispos. (Bruno
Forte, p. 34)
PRESBÍTEROS
Os presbíteros, como esclarecidos cooperadores
da ordem episcopal (108) e a sua ajuda e
instrumento, chamados para o serviço do Povo de
Deus, constituem com o seu Bispo um presbitério
(108) com diversas funções. Em cada uma das
comunidades de fiéis, tornam de algum modo
presente o Bispo, ao qual estão associados com
ânimo fiel e generoso e cujos encargos e solicitude
assumem, segundo a própria medida, e exercem
com cuidado quotidiano. Sob a autoridade do
Bispo, santificam e governam a porção do rebanho
a si confiada, tornam visível, no lugar em que
estão, a Igreja universal ...(LG 28)
DIÁCONOS LG 29
Os diáconos (servidores) surgiram no
início da Igreja para o serviço de
distribuição dos bens que eram doados
para a Igreja, como vemos em At 6,1-6. A
partir do crescimento da Igreja, cada
cidade tinha 7 diáconos que eram
administradores dos bens da Igreja. Sua
função foi se transformando ao longo do
tempo, tendo-se tornado um “degrau”
para o sacerdócio.
LUMEN GENTIUM 29
Em grau inferior da hierarquia estão os
diáconos, aos quais foram impostas as
mãos «não em ordem ao sacerdócio
mas ao ministério» (109). Pois que,
fortalecidos com a graça sacramental,
servem o Povo de Deus em união com
o Bispo e o seu presbitério, no
ministério da Liturgia, da palavra e da
caridade.
LUMEN GENTIUM 29
É próprio do diácono, segundo for cometido pela
competente autoridade, administrar solenemente
o Baptismo, guardar e distribuir a Eucaristia,
assistir e abençoar o Matrimónio em nome da
Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos
fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o
povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis,
administrar os sacramentais, dirigir os ritos do
funeral e da sepultura. Consagrados aos ofícios
da caridade e da administração, lembrem-se os
diáconos da recomendação de S. Policarpo:
«misericordiosos, diligentes, caminhando na
verdade do Senhor, que se fez servo de todos»
(110).
LUMEN GENTIUM 29
Como porém, estes ofícios, muito
necessários para a vida da Igreja na
disciplina
actual
da
Igreja
latina,
dificilmente podem ser exercidos em
muitas regiões, o diaconado poderá ser,
para o futuro, restaurado como grau
próprio e permanente da Hierarquia. As
diversas
Conferências
episcopais
territoriais competentes cabe decidir, com
a aprovação do Sumo Pontífice, se e onde
é oportuno instituir tais diáconos para a
cura das almas.
LUMEN GENTIUM nº 29
Com o consentimento do Romano
Pontífice, poderá este diaconado ser
conferido a homens de idade madura,
mesmo casados, e a jovens idóneos;
em relação a estes últimos, porém,
permanece em vigor a lei do celibato.
LEIGOS LG nº 31
Superação do Concílio: de “objetos”
da atenção dos pastores a
participantes e, hoje, agentes
eclesiais.

Ao invés de hierarquia/laicato,
comunidade/ministérios.

DIMENSÕES DA IGREJA
UNICIDADE
CATOLICIDADE
SANTIDADE
APOSTOLICIDADE
DIMENSÕES DA IGREJA
Cirilo de Jerusalém (315-386):
primeiro a usar...
Símbolo da Fé confessamos:
Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
DIMENSÕES DA IGREJA
Catecismo da Igreja Católica, nº
811:
Esses atributos, inseparavelmente ligados
entre si, indicam traços essenciais da Igreja e
de sua missão. A Igreja não os tem de si
mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo, dá a
sua Igreja o ser uma, santa, católica e
apostólica, e é também ele que a convida a
realizar cada uma dessas qualidades.
UNA
IGREJA É ÍCONE DA TRINDADE
Jo 17,11: Pai santo, guarda-os em teu
nome que me deste, para que sejam um
como nós.
Unidade não é de membros entre si, mas
de Deus: Deus é que reúne, a Igreja deve
convergir para a unidade.
UNA
Catecismo da Igreja Católica, nº 813:
A Igreja é una por sua fonte: ‘Deste mistério, o modelo
supremo e o princípio é a unidade de um só Deus na Trindade
das Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo’(UR 2).
A Igreja é una por seu Fundador: ‘Pois o próprio Filho
encarnado, príncipe da paz, por sua cruz reconciliou todos os
homens com Deus, restabelecendo a união de todos em um só
Povo, em um só Corpo’ (GS 78,3).
A Igreja é una por sua ‘alma’: ‘O Espírito Santo que habita
nos crentes, que plenifica e rege toda a Igreja, realiza esta
admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em
Cristo, que ele é o princípio de Unidade da Igreja’ (UR 2).
UNA
A Igreja una se manifesta na multiplicidade das Igrejas
locais.
A Igreja é primeiramente uma porque ela participa da mesma
palavra e se alimenta do mesmo pão, isto é, ela está unida no
corpo e no logos do Senhor. Graças à união eucarística, cada
uma das comunidades realiza-se inteiramente como Igreja,
com a condição de que ela esteja em comunhão com as outras
comunidades, comunhão essa que de forma alguma pode
prescindir da palavra que é a mesma para todos. Essa
comunhão formada por diversas comunidades, tem seus
pontos de apoio nos bispos. A esses, por serem o
prolongamento do collegium apostolorum, cabe a
responsabilidade de conservar a autenticidade da palavra e a
integridade da comunhão (Ratzinger, p. 114).
UNA
Não é sinal de unidade: a uniformidade de culto, de
hierarquia ou de concepção teológica.
A diversidade que há na Igreja de povos, de
culturas, de dons, de tarefas, de ritos não quebra a
unidade essencial.
Ef 4,3: “é... preciso conservar a unidade do Espírito
Santo pelo vínculo da paz”
Col 3,14: “sobre tudo isso está a caridade, que é o
vínculo da perfeição ”.
UNA
CREIO NA COMUNHÃO DOS SANTOS
IGREJA É COMUNHÃO
(communio, latim; koinonia, grego)
Comunhão com O Santo – O Espírito Santo.
Comunhão das realidades santas: Palavra de Deus e
Sacramentos.
Comunhão entre os cristãos.
Comunhão das Igrejas locais.
SANTA
Igreja santa e pecadora – visões erradas:
querer uma Igreja só de santos (gnósticos,
donatistas, etc.)
Igreja santa x membros pecadores. Não há Igreja
sem membros.
Dividir aspectos pecadores e aspectos santos dos
cristãos.
SANTA
Igreja é santa não pela santidade de seus membros,
nem por suas atitudes morais.
SANTO (“kadad “, em hebraico; “hagios”, em
grego; “sanctus”, em latim) aquilo que é separado
por Deus.
Assim, a Igreja é santa significa: a Igreja é o povo
separado por Deus, em Cristo, para ser a
comunidade dos fiéis, o povo que é sinal da
santidade divina no mundo..
SANTA
Deus é que santifica a Igreja.
1 Pd 2,9-10: raça eleita, sacerdócio real, nação santa.
Daí, o ministério do perdão: a comunidade é mediadora do
perdão de Deus.
Mas também a Igreja precisa de perdão.
A Igreja precisa tomar a forma de Cristo, não a do mundo:
Rm 12,2ss: “Não vos con-formeis com este mundo, mas
trans-formai-vos...”
Ef 4,20-24: trans-formação espiritual da mente:
HOMEM NOVO.
Col 3,9-10: “Cristo é tudo em todos”.
SANTA
LUMEN GENTIUM nº 8
Enquanto Cristo «santo, inocente, imaculado» (Hebr.
7,26), não conheceu o pecado (cfr. 2 Cor. 5,21), mas
veio apenas expiar os pecados do povo (Hebr. 2,17), a
Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio,
simultaneamente santa e sempre necessitada de
purificação, exercita continuamente a penitência e a
renovação.
CATÓLICA
“CATÓLICO” vem do grego “kat'holé” (= “em toda
parte”) significando “universal”.
É empregada uma vez em At 4,18 significando
“completamente” , “absolutamente”.
Referindo-se à Igreja, essa palavra, ao que parece, foi
usada pela primeira vez por Inácio de Antioquia em
110 dC.
CATÓLICO = EM TODA TERRA = UNIVERSAL
CATÓLICA
CATÓLICO versus UNIVERSAL?
Alguns teólogos:
universal = extensão geográfica;
católica = qualidade da Igreja enquanto em comunhão
com Cristo anuncia e testemunha a salvação para
todos os povos.
O Concílio Vaticano II não distingue.
CATÓLICA
CATÓLICO/UNIVERSAL NÃO TEM SENTIDO:
estatístico: número de membros no mundo inteiro;
geográfico: presença em todos os países;
histórico: abrange todos os tempos.
CATÓLICA
CATÓLICO/UNIVERSAL NÃO TEM SENTIDO:
estatístico: número de membros no mundo inteiro;
geográfico: presença em todos os países;
histórico: abrange todos os tempos.
A catolicidade da Igreja é um atributo indispensável de
sua natureza, de modo que qualquer comunidade
autenticamente cristã, em qualquer lugar que esteja,
deve ser considerada católica.
CATÓLICA
A Igreja é católica em duplo sentido.
Ela é católica porque nela Cristo está presente. “Onde
está Cristo Jesus, está a Igreja Católica” (S. Inácio de
Antioquia). Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo
unido à sua cabeça (Ef 1,22-23), o que implica que ela
recebe dele “a plenitude dos meios de salvação” (AG 6)
que ele quis: confissão de fé correta e completa, vida
sacramental integral e ministério ordenado na sucessão
apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era
católica no dia de Pentecostes (AG 4) e o será sempre,
até o dia da Parusia.
Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à
universalidade do gênero humano. (Mt 28,19).
CATÓLICA
O fundamento da catolicidade é a
permanência da Igreja fiel à sua própria
identidade, em qualquer tempo e lugar.
Cada Igreja local só Igreja enquanto é
manifestação da Igreja plena.
CATOLICIDADE É UMA QUESTÃO DE
TOTALIDADE.
CATÓLICA
LUMEN GENTIUM nº 13
E assim, o Povo de Deus encontra-se entre todos os
povos da terra, já que de todos recebe os cidadãos, que
o são dum reino não terrestre mas celeste. Pois todos os
fiéis espalhados pelo orbe comunicam com os restantes
por meio do Espírito Santo, de maneira que «aquele que
vive em Roma, sabe que os indianos são membros
seus»(23),. Mas porque o reino de Cristo não é deste
mundo (cfr. Jo. 18,36), a Igreja, ou seja o Povo de Deus,
ao implantar este reino, não subtrai coisa alguma ao
bem temporal de nenhum povo, mas, pelo contrário,
fomenta e assume as qualidades, as riquezas, os
costumes e o modo de ser dos povos, na medida em que
são bons; e assumindo-os, purifica-os, fortalece-os e
eleva-os.
CATÓLICA
LUMEN GENTIUM nº 13
Pois lembra-se que lhe cumpre ajuntar-se com aquele rei
a quem os povos foram dados em herança (cfr. Salm.
2,8), e para a cidade à qual levam dons e ofertas (cfr.
Salm. 71 [72], 10; Is. 60, 47; Apoc. 21,24). Este carácter
de universalidade que distingue o Povo de Deus é dom
do Senhor; por Ele a Igreja católica tende eficaz e
constantemente à recapitulação total da humanidade
com todos os seus bens sob a cabeça, Cristo, na
unidade do Seu Espírito (24).
APOSTÓLICA
Só pode ser una, católica, santa, se for
apostólica.
APÓSTOLO = MISSIONÁRIO, EMBAIXADOR
Testemunho
dos
apóstolos:
único,
insubstituível, sem sucessão, definitivo:
“Cristo ressuscitou” = TRADIÇÃO
APOSTÓLICA
APOSTÓLICA
Aspectos da apostolicidade:
Doutrinal: perseverança na fé transmitida
pelos apóstolos;
Missionário: ação da Igreja;
Existencial: busca de identificação com a
forma de ser da igreja apostólica;
Ministerial: ministérios como garantia
visível da apostolicidade.
APOSTÓLICA
Em sentido rigoroso, mais do que sucessores dos
apóstolos como tais, os bispos são os primeiros
ministros designados pelos apóstolos, ou por
“um” deles, para dirigir as igrejas por eles
fundadas. Tanto o apostolado como o episcopado
têm uma missão comum: a de realizar a presença
ativa do Senhor ausente. Trata-se de um vicariato,
do exercício de uma mesma autoridade, de uma
mesma ação, de uma mesma missão, mas por
meio de outras pessoas. (Salvador Pié-Ninot, p.
89)
APOSTÓLICA
LUMEN GENTIUM nº 20
A missão divina confiada por Cristo aos Apóstolos
durará até ao fim dos tempos (cfr. Mt. 28,20), uma
vez que o Evangelho que eles devem anunciar é
em todo o tempo o princípio de toda a vida na
Igreja. Pelo que os Apóstolos trataram de
estabelecer
sucessores,
nesta
sociedade
hierarquicamente constituída.
APOSTÓLICA
LUMEN GENTIUM nº 20
Assim, não só tiveram vários auxiliares no
ministério (40) mas, para que a missão que lhes
fora entregue se continuasse após a sua morte,
confiaram a seus imediatos colaboradores, como
em testamento, o encargo de completarem e
confirmarem a obra começada por eles (41),
recomendando-lhes que velassem por todo o
rebanho, sobre o qual o Espírito Santo os
restabelecera para apascentarem a Igreja de Deus
(cfr. Act. 20, 28).
APOSTÓLICA
LUMEN GENTIUM nº 20
Estabeleceram assim homens com esta finalidade
e ordenaram também que após a sua morte fosse
o seu ministério assumido por outros homens
experimentados (42). Entre os vários ministérios
que na Igreja se exercem desde os primeiros
tempos, consta da tradição que o principal é o
daqueles que, constituídos no episcopado em
sucessão ininterrupta (43) são transmissores do
múnus apostólico (44). E assim, como testemunha
santo Ireneu, a tradição apostólica é manifestada
em todo o mundo (45) e guardada (46) por aqueles
que pelos Apóstolos foram constituídos Bispos e
seus sucessores.
Os que estavam no barco
prostraram-se diante dele
dizendo:
“Verdadeiramente, tu és o Filho
Deus”. (Mt 14,33)
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