Metodologia
Científica
Andréa Roloff Lopes
Avaliação da Disciplina
Nota
Exercício da ABNT
2,0
Projeto de Pesquisa
8,0
Bibliografia Recomendada
BARRAL, Welber. Metodologia da pesquisa jurídica. Florianópolis: Fundação
Boiteux, 2003.
BOOTH, Wayne C; COLOMB, Gregory G.; WILLIANS, Joseph M. A Arte da
pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas
1996.
KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência
e prática da pesquisa. 19. ed. Petrópolis:Vozes, 2001.
MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Claúdia Servilha. Manual de metodologia da
pesquisa no Direito. 2. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2004.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed.
São Paulo:Atlas, 1996.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 9. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia científica: teoria da ciência e prática da
pesquisa. 19. ed. São Paulo:Atlas, 2000.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Sistema de Bibliotecas. Normas para a
apresentação de trabalhos. Curitiba: UFPR, 2000. 10 v.
O Estudo
Leitura: o bom leitor
•
•
•
•
•
•
•
•
Lê com objetivo determinado;
Lê unidades de pensamento;
Avalia o que lê;
Possui bom vocabulário;
Sabe quando ler um livro até o fim ou quando interromper a
leitura definitiva ou periodicamente;
Discute freqüentemente o que lê com os colegas;
Adquire livro com freqüência e cuida de sua biblioteca
particular;
Lê vários assuntos.
(SALOMON, 1999, p. 52-53.)
Ambiente de Estudo
Ambiente ideal para estudo
Silêncio Interior
Arejado
Ambiente
Amplo
Iluminado
Bloco de notas
Mat. Apoio
Lápis e borracha
Dicionário
(RUIZ, 1996, p. 52-53.)
Para um estudo produtivo do
texto:
Faça uma leitura exploratória do texto;
 Não sublinhe na primeira leitura;
 Durante a leitura reflexiva sublinhar o que é
realmente importante para o texto.

(RUIZ, 1996. p. 39-44.)
Para esquematizar:
O esquema é a distribuição gráfica do
assunto, mediante divisões e subdivisões
hierárquicas;
 Pode ser feito por chaves de separação,
listagem ou classificação numérica;
 O esquema deve ser fiel ao texto original;
 A estrutura do esquema deve ser lógica e
compreensível.

(RUIZ, 1996, p. 39-44.)
Fases da Leitura
Análise Textual
 Análise Temática
 Análise Interpretativa
 Problematização
 Síntese Pessoal

Análise Textual
Preparação do texto:
• estabelecer unidade de leitura;
• ler rapidamente o texto completo (marcando
palavras desconhecidas e pontos que necessitam ser
esclarecidos);
• esclarecer as suas dúvidas; (vocabulário, doutrinas,
fatos e autores).
A partir da visão de conjunto do texto é possível
fazer o ESQUEMA.
(SEVERINO, 2000, p. 51-53.)
Análise Temática
Compreensão da mensagem do autor:
• Tema;
• Problema;
• Tese;
• Raciocínio;
• Idéias secundárias.
(SEVERINO, 2000, p. 53-56.)
Análise Interpretativa
Interpretação da mensagem do autor:
•
•
•
•
Situação filosófica e influências;
Pressupostos;
Associação de idéias;
Crítica:
•
•
•
•
•
•
coerência interna da argumentação;
validade dos argumentos empregados;
originalidade do tratamento dado ao problema;
profundidade de análise ao tema;
alcance de suas conclusões e conseqüências;
apreciação e juízo pessoal das idéias defendidas.
É importante discutir o resultado obtido no estudo.
(SEVERINO, 2000, p. 56-58.)
Problematização
Levantamento e discussão de problemas
relacionados com a mensagem do autor.
(SEVERINO, 2000, p. 58.)
Síntese Pessoal
Reelaboração da mensagem com base na
reflexão pessoal.
(SEVERINO, 2000, p. 58.)
As Formas Básicas de Texto Científico
Sinopse
Resumo
Resenha Crítica
Sinopse
É
um pequeno texto (25 a 50 linhas)
geralmente redigido pelo autor ou editor de
uma obra. É uma apresentação concisa dos
traços gerais da obra. Geralmente vem
inserido no início de textos e é essencial
para o levantamento bibliográfico.
Resumo

É mais longo, (10 a 25% do texto original),
levanta idéias essenciais do texto base, é feito
por um terceiro mas deve manter o espírito
do autor; o resumo deve se observar absoluta
fidelidade ao texto original, sem juízo de valor.
Para um bom resumo:
Levante o esquema e as anotações de leitura;
 Redija o resumo em frases curtas, diretas,
objetivas;
 Não esqueça as referências bibliográficas;
 Acrescente, se desejar, suas opiniões pessoais.

(RUIZ, 1996, p. 39-44.)
Resenha Crítica
Exame e apresentação de obras prontas,
acompanhado de avaliação crítica. É um
exercício de autonomia intelectual, de
compreensão e crítica. Constitui um passo
importante para a produção científica.
 Pode ser resenha bibliográfica ou revisão de
literatura, quando procura demonstrar o
estágio de desenvolvimento de um tema.

Itens de uma Resenha





Identificação da obra (notas bibliográficas)
Credenciais do autor (formação, publicações,
atividades)
Conteúdo
(idéias
principais,
pormenores,
pressupostos para o entendimento do assunto)
Conclusões (localização e explicação das
conclusões do autor)
Crítica (determinação histórica e metodológica,
contribuições, estilo, forma, méritos, considerações
éticas)
Trabalhos de Divulgação
Científica
Nota
Traz novidades mas não permite que o leitor verifique
tal informação. Informam o momento que o
pesquisador esta no trabalho, são curtas.
Artigo Científico
Visa publicar os resultados de um estudo. O
artigo tem formato reduzido mas deve ser
sempre um trabalho completo e integral
(notas, revisões, citações). São publicados em
revistas especializadas
para divulgar
conhecimentos, comunicar resultados e
novidades, contestar, refutar ou apresentar
soluções para uma situação controvertida.
Itens de um Artigo
•
•
•
•
•
•
•
•
Título (subtítulo)
Autor(es)
Crédito dos autores (formação, atividades
relacionadas com o assunto)
Sinopse ou resumo
Introdução
Corpo de relatório (com subtítulos, não com
capítulos)
Conclusão
Referências bibliográficas (normas de ABNT)
Itens de Artigo-relatório
Título (subtítulo)
Autor(es)
Crédito dos autores
Sinopse ou resumo
Introdução
Corpo do relatório (referencial teórico,
metodologia e materiais, apresentação dos
resultados, análise e interpretação dos resultados,
recomendações e sugestões)
• Conclusões
• Referências bibliográficas
•
•
•
•
•
•
Paper ou Comunicação Científica
Destina-se a comunicação oral em cursos,
simpósios, etc. Contém de 2 a 10 páginas,
estruturadas no modelo do artigo científico
ou
artigo-relatório,
para
posterior
publicação em atas e anais dos eventos.
Podem ser publicados na íntegra ou nos
resumos e sinopses. Não apresenta
subdivisões, é um texto unitário
Itens de um Paper
Título (subtítulo)
 Autor (es)
 Sinopse
 Texto (sem subdivisões, embora tenha
como conteúdo uma introdução, um corpo
e uma conclusão)
 Referências bibliográficas

Ensaio
É um texto científico que desenvolve uma
proposta pessoal do autor a respeito de
um assunto. É a expressão da visão do
autor, que pode ser independente com
relação ao pensamento científico comum
a respeito do assunto.
 Por ser um conjunto de impressões de
um especialista, seu valor depende do
respeito que a comunidade científica tem
por seu autor.

Monografia

Relatório escrito de uma questão bem
determinada e limitada, realizado com
profundidade. É um trabalho sistemático e
completo sobre um assunto particular,
pormenorizado no tratamento e extenso no
alcance. Exposição exaustiva de um problema
ou assunto específico.
Itens de uma Monografia
Introdução (relevância, menção de
outros trabalhos, exposição dos
objetivos);
 Corpo
(capítulos,
planejados
e
ordenados no projeto);
 Conclusão
(síntese
das
idéias
desenvolvidas nos capítulos, parágrafo
conclusivo).

Tipos de Monografia
Monografia de Compilação
 Monografia de Pesquisa de Campo

Monografia de Compilação
• Exposição do pensamento de vários autores sobre
o assunto. É necessário examinar um número
significativo de obras, organizar opiniões,
apresentar um panorama de várias posições de
maneira clara e didática.
• O autor deve opinar sobre os pontos relevantes e
apresentar uma conclusão pessoal
Monografia de Pesquisa de Campo
• Pesquisa empírica, investigação não restrita apenas
aos aspectos teóricos. A ênfase dar-se-á na análise de
dados concretos, extraídos de observações de fatos
ou indagações das pessoas envolvidas. Não é
possível ir ao campo buscando premissas aleatórias,
mas elas podem ser mudadas com a realização da
pesquisa concreta.
• Entrevista, questionário e formulário
Dissertação
É necessária para obtenção do grau de
mestre. Apresenta-se na forma de relatório
científico ou de monografia. Sua principal
característica é o aprofundamento. O texto
deve identificar, situar, tratar e fechar uma
questão científica de maneira competente e
profunda.
 Pode ser expositiva ou argumentativa.

Características da Dissertação
•
•
•
•
•
Deve estar veiculada a um programa de pós-graduação
stricto senso;
situar-se numa área específica do conhecimento;
Desenvolver-se com a orientação de um doutor;
Revelar domínio e capacidade de síntese de
conhecimentos específicos e aprofundados (dentro de
sua área);
Ser apresentada e defendida publicamente (três
doutores).
Tese
Condição para o doutoramento, título de
catedrático ou livre-docência. A tese assume
o formato de uma monografia ou de um
relatório;
 Uma boa tese identifica, situa, trata e fecha
uma
questão
científica
de
maneira
competente, profunda e inédita.
 O inédito pode ser algo totalmente novo ou
aspectos novos de algo já conhecido.

Características da Tese





Ser elaborada por pós-graduandos de doutorado;
Restringir-se a uma área específica de concentração,
definida pela instituição;
Ser produzida sob a tutela de um doutor;
Revelar o domínio e síntese de conhecimentos
específicos e originais dentro da área de
conhecimento/atuação em que é desenvolvida;
Ter texto apresentado e defendido publicamente,
avaliado por uma banca de doutores (seis).
Projeto de Pesquisa
Caracterização das Pesquisas
Segundo os seus objetivos:
 Exploratórias;
 Descritivas;
 Explicativas.

Segundo os procedimentos de coleta
Experimento;
 Levantamento;
 Estudo de caso;
 Pesquisa bibliográfica;
 Pesquisa documental;

Questões anteriores ao projeto
Escolha do Tema (gosto, preparo, tempo,
utilidade, fontes);
 Revisão de literatura (duplicidade);
 problematização;
 Seleção/delimitação;
 geração das hipóteses.

Formulação de Problemas
Definição de Problema
Questão não solvida e que é objeto de
discussão, em qualquer domínio do
conhecimento.
 É necessário inicialmente verificar se o
problema levantado se enquadra na
categoria de científico.

(GIL, 1996, p. 26)
Problemas de “engenharia” (Kerlinger):
“Como fazer para melhorar os transportes
urbanos?”, “O que pode ser feito para
melhorar a distribuição de renda?”
 Não tem interesse em indagar a respeito de
causas e conseqüências, mas sobre como fazer
algo de forma eficiente.

(GIL, 1996, p. 26-27)
Problemas de valor
São aqueles que indagam se se uma coisa é
boa, má, indesejável, desejável, certa ou
errada, melhor ou pior do que outra.
 Ex: “A mulher deve realizar estudos
universitários?”

(GIL, 1996, p. 26)
Problemas científicos
O problema é científico quando envolve
variáveis que possam ser testadas.
 Ex:”A
desnutrição
determina
o
rebaixamento intelectual?”

(GIL, 1996, p.27)
Por que formular um problema?
Os problemas podem ser de ordem prática ou
intelectual.
 Razões de ordem prática podem determinar a
criação de um problema cuja a resposta seja
necessária para subsidiar uma ação.
 Ex: pesquisas eleitorais, propaganda, etc.

(GIL, 1996, p. 27-28)
Também são inúmeras as razões de ordem
intelectual que conduzem a formulação de
problemas.
 Ex:
interesse
num
objeto
pouco
conhecido;exploração ou nova perspectiva sobre
o já conhecido, descrição de um fenômeno, etc.
 A escolha do problema sempre implica em algum
tipo de comprometimento, de subjetividade.

(GIL, 1996, p. 28-29)
Ex:
 “Qual a relação entre o vício em
entorpecentes
e
a
estrutura
da
personalidade dos viciados?”
 “Em que medida o vício em entorpecentes
é influenciado pelo nível de frustração dos
anseios sociais do indivíduo?


Importantes fatores que determinam a
escolha do problema de pesquisa são os
valores pessoais do pesquisador e os
incentivos sociais que ele recebe.
(GIL, 1996, p. 28-29)
Como formular um problema?




Não existem procedimentos rígidos e
sistemáticos, mas algumas condições tornam essa
tarefa mais fácil:
Imersão sistemática no objeto de estudo;
Estudo da literatura existente;
Discussão com pessoas que acumularam
experiência prática no campo de estudo;
(GIL, 1996, p. 29)
1. O problema deve ser formulado como
pergunta
É a maneira mais fácil e direta de localizar e
definir o problema;
 Ex: Se alguém disser que vai pesquisar o
problema do divórcio, não estará dizendo
muito. Mas se propuser: “Que fatores
provocam o divórcio?” terá um problema para
pesquisar;

(GIL, 1996, p. 30)
2. O problema deve ser claro e
preciso
Se os problemas forem apresentados de
maneira vaga ou desestruturada será
impossível sua resolução.
 Ex:“Como funciona a mente?”
 Reformulando:
“Que
mecanismos
psicológicos podem ser identificados no
processo de memorização?”

(GIL, 1996, p. 30-31)
Os termos não definidos de forma adequada
tornam o problema carente de clareza.
 Ex:“Os animais possuem inteligência?”
 A resposta depende do conceito de
inteligência.
(GIL, 1996, p. 31)

3. O problema deve ser empírico
•
•
Os problemas que conduzem a julgamentos
morais devem ser evitados. As considerações
subjetivas invalidam os propósitos da
investigação científica e impedem a
objetividade, uma das mais importantes
características da ciência.
Os valores podem ser estudados, mas
objetivamente, como fatos ou coisas.
(GIL, 1996, p. 31-32)
Ex:“Por que existem maus professores?”
 Essa questão é possível ser estudada se
definirmos mau como aquele que segue uma
prática autoritária, não prepara aulas ou adota
critérios arbitrários de avaliação.

4. O problema deve ser limitado a
uma dimensão viável
Ex:“Em que pensam os jovens?”
 Necessário delimitar a população dos
jovens (faixa etária, localidade) e também
quais os aspectos do pensamento dos
jovens se busca analisar.

(GIL, 1996, p. 32)
Fontes de Hipóteses
Observação;
 Resultados de outras pesquisas;
 Teorias;
 Intuição.

Funções do projeto de pesquisa




Define, planeja, disciplina e organiza a
pesquisa;
Permite que os orientadores avaliem melhor
a pesquisa;
Subsidia a discussão e a avaliação para a
banca examinadora aprovar ou aceitar o
aluno em cursos de mestrado ou doutorado;
Serve para solicitação de bolsas de estudo;
Roteiro do Projeto
 1 APRESENTAÇÃO;
 2 OBJETIVOS;
 3 JUSTIFICATIVA;
 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA;
 5 METODOLOGIA;
 6 CRONOGRAMA;
 7LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
INICIAL;
 8 INSTRUMENTOS DE PESQUISA;
1 APRESENTAÇÃO
Momento fundamental, de explicitação
detalhada do tema e da problemática a ser
estudada. Pode ser composta por:
 gênese do problema;
 abordagem do problema;
 limites dentro dos quais a pesquisa irá se
desenvolver;

2 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
 Deve
expressar claramente o que
pesquisador quer com a investigação.
 É o objetivo geral que delimita e dirige os
raciocínios a serem desenvolvidos.
 Estes objetivos podem ter diferentes graus
de complexidade. São eles: conhecimento,
compreensão, aplicação, análise, síntese e
avaliação.

Construir o objetivo geral:

Na prática para montar o objetivo geral
deve-se antepor à hipótese um verbo que
expresse a ação intelectual escolhida pelo
pesquisador.
Objetivos específicos
O problema criado deve ser dividido em
quantas partes forem necessárias para sua
resolução satisfatória.
 Geralmente
os
objetivos
específicos
transformam-se em capítulos da monografia.

•
Para fazer isso pode-se seguir quatro passos:
1. Levantamento dos aspectos componentes
importantes do problema;
• 2. Transformação de cada um destes aspectos
num objetivo;
• 3. Verificar se eles são suficientes para resolver o
objetivo geral;
• 4. Decidir sobre a melhor seqüência lógica.
•
3 JUSTIFICATIVA
São os motivos relevantes que levaram a
abordagem do problema;
 As justificativas podem ser científicas ou
sociais;

4 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Resgate das principais obras ou correntes que
trataram do assunto estudado no projeto;
 É importante explicitar a relação dos autores
com a resolução dos objetivos;
 Também é o momento de definição precisa de
termos ou conceitos utilizados na pesquisa. O
quadro teórico é uma diretriz, não deve
aprisionar a pesquisa;

5 METODOLOGIA
Explicita o método, qual o “caminho” seguido
pelo pesquisador na elaboração do trabalho;
 “Que devo fazer para obter as informações
necessárias para o desenvolvimento de cada
objetivo específico?”

Métodos de abordagem (gerais)
Dedutivo;
 Indutivo;
 Dialético;

Métodos de procedimento
(específicos)








Experimento;
Levantamento;
Pesquisa bibliográfica;
Pesquisa documental;
Histórico;
Comparativo;
Monográfico ou estudo de caso;
Estatístico;
6 CRONOGRAMA

É a elaboração de um cronograma onde as
tarefas da pesquisa devem ser distribuídas
durante o tempo existente para elaboração
da pesquisa.
7 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
INICIAL

É a bibliográfica básica, dos textos
fundamentais para problemática em
questão e os que foram consultados para a
elaboração do projeto.
8 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
Questionário;
 Entrevista;

Etapas da monografia:









Delimitação do tema ;
Primeira consulta bibliográfica;
Escolha do orientador e redefinição do tema;
Seleção das fontes;
elaboração do projeto de pesquisa;
Tratamento das fontes;
Redação;
Revisão;
Entrega.
Redação Acadêmica
O que é uma monografia?
◦ A terminologia é variável
◦ Monografia: "mono" + "graphos"
(estudo de um único tema)
◦ Passou, também, a ser entendida, comumente,
como o estudo por um único pesquisador a fim de
demonstrar seu conhecimento
Ex.:
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de conclusão de especialização
(pós-graduação lato sensu)
◦Visa a formação da consciência
crítica e da honestidade
acadêmica;
A postura do pesquisador

1) Organização e disciplina
◦ Não se faz ciência, em regra, com idéias súbitas e
geniais (a ciência, neste aspecto, é contrária à arte)
◦ É necessário:





preparação
planejamento
demarcação de horários
rotina
dedicação
2) Interesse pela prova
◦ Demonstração de como se produziu tal
conhecimento e de como ele pode ser
verificado
◦ Faticidade, senso de realidade
◦ Rompimento com o "achismo" (opinião sem
fundamento ou explicação)
3) Espírito Crítico
Tudo pode ser questionado
◦ Autonomia intelectual
◦ Busca por novas idéias
4) Honestidade Intelectual
- Reconhecimento dos próprios limites
- Reconhecimento do trabalho alheio
- Tratamento adequado das fontes
5) Humildade Intelectual
◦ Reconhecimento dos limites do trabalho (embora
relevante, não será suficiente ou completo)
◦ Não deve implicar "pena de si mesmo"
◦ Deve-se ter orgulho sem arrogância
6) Postura Ética
- impedimento de divulgar dados confidenciais
- respeito aos autores e às fontes
A construção de uma teoria pelo pesquisador
Coerência + Espírito crítico
 Não há pesquisa vã. Não há necessidade de
utilidade imediata.

Desta forma, tornam-se importantes os
registros de pesquisa:

- Não se deve fazer a pesquisa somente
provar que consegue fazê-la.
- Deve-se "escrever para lembrar"

O que não se escreve é esquecido

Ou pior, será lembrado errado
para
- Deve-se "escrever para entender"


Ver com melhor clareza as nossas idéias
Organizar os argumentos
Deve-se "escrever para ter perspectiva"
 Aumento do espírito crítico
 Alterar nossa personalidade
 Ver nossas idéias como elas realmente são e
não como queremos que elas sejam
 Torna o pesquisador mais exigente com os
outros
 Quais são os objetivos da construção de um texto
de pesquisa?
◦ Fazer com que aceitem um conhecimento
novo;
◦ Mudar as convicções;
◦ Instigar ações;
 "Nada é mais importante para o sucesso da
pesquisa do que seu compromisso com ela."
Ciência e conhecimento

Existem diferentes formas de conhecer e
interpretar o mundo. São exemplos destas
diferentes formas de conhecimento o senso
comum, o conhecimento mítico, religioso,
filosófico e científico;
Ciência e conhecimento
Conhecimento científico (base real)
#
ficção (sem base real)
Conhecimento científico (verificação/demonstração)
#
teologia (dogma/fé)
Conhecimento científico (organiza a informação)
#
informação
O conhecimento mítico
O mito é uma história sagrada, ocorrida num
tempo primordial, que explica como uma realidade,
total ou parcial, passou a existir. Ele nasce do
desejo de entender o mundo, para afugentar o
medo e a insegurança.
O mito situa o ser humano no mundo, na natureza.
É uma verdade intuída, que não precisa de
comprovação, onde a afetividade e a imaginação
exercem um importante papel. O mito é sempre
coletivo e dogmático.
Conhecimento teológico
•É
o conjunto de verdades que os homens chegaram
mediante a aceitação de dados da revelação divina, da fé.
Não demonstra, nem experimenta, é absoluta. Explica tudo
pela fé e pela ação divina.
•O principal argumento é o da autoridade, encontrada nos
livros sagrados.
•Características:
1. É inspiracional
2. É infalível
3.É sistemático
4.Não é verificável
O senso comum
Também chamado de conhecimento popular,
empírico ou vulgar. É o conhecimento obtido ao
acaso, na vivência do homem na sociedade
(Tradicional). Ele esta veiculado a percepção e a
ação.
• Características:
1. Superficial (alheio quanto a causa dos fenômenos)
2. Sensitivo
3. Subjetivo (experiência/Tradição)
4. Assistemático/fragmentário
5. Não se preocupa com a validade da informação
•
Conhecimento técnico
Grau médio de sistematização
Pragmatismo/preocupação
imediata
em
resolver problemas;
- Caráter pouco crítico;
- Geralmente preocupado com a capacitação
profissional;
-
Conhecimento Filosófico
A filosofia atualmente está ligada a uma postura
crítica, de questionamento de si e da realidade.
Busca-se constantemente o sentido, a
justificação, as possibilidades de interpretação a
respeito do homem. Na filosofia as perguntas
importam mais do que as respostas.
• Características:
1. Radicalismo;
2. Rigor no método;
3.Visão de Conjunto
•
Conhecimento científico
 Além
do fenômeno, o conhecimento
científico permite conhecer as
causas e as leis que o regem.
 O método que garante a veracidade
do conhecimento. Só saber do
fenômeno, sem explicá-lo não é
ciência.
Características do
conhecimento científico
(Welber Barral)
a) Sistematização de produção e transmissão
- deve ser utilizado um método aceito
pela
comunidade científica;
b) Possibilidade de verificação
- o enunciado afirmado deve se confirmar quando
proposto para circunstâncias iguais;
c) Contingência
- é passível de mudanças
- possui limitações espaciais e temporais
d) Antidogmatismo
- questionamento contínuo;
e) Racionalidade
-coerência interna entre proposições e conclusões;
f) Base fática
-nem sempre será empírico ou será um estudo de
caso;
-todavia, deve poder ser demonstrável a partir da
realidade
(ainda que seja somente uma análise bibliográfica)
Análise e Crítica de Texto
A análise de texto:
Análise: estudo detalhado de qualquer coisa
para dar conta dela.
#
Comentário: exame crítico do conteúdo e da
forma de um texto
(há maior liberdade pessoal)
◦ Um comentário só é digno de confiança
quando acompanhado de uma análise bem
feita.
Características de uma análise de
texto:
• análise de conteúdo:
– essência
• análise de estilo:
–retórica/argumentação/
encadeamento/figuras
• análise do discurso
– questão formal
Observações Práticas para Autocrítica
◦
◦
◦
◦
◦
◦
a) Evite a repetição de palavras
b) Os parágrafos devem ter mais de uma
frase
c) Evite a linguagem pessoal
e) Evite a tautologia
f) Preocupe-se com a lógica da frase
g)Não use senso comum e evite as
expressões vulgares
Outras Advertências Importantes
-
-
o sumário deve ser equilibrado;
o título do orientador não deve ser
esquecido e deve ser colocado
corretamente;
o título da monografia não deve ser
muito longo, nem fugir do assunto;
não deixe faltar fontes (é melhor que
sobrem);
a) Biblioteca:
- não se restrinja, você deve ultrapassar a sua Instituição;
- seja um pesquisador autônomo;
b) Fichamentos:
- use o método que melhor lhe convier
- mantenha um sistema único
- anote de imediato as referências
- não tenha preguiça
c) Internet:
- é muito útil e prática
- é essencial na atualidade
- tem problemas com a credibilidade
 Bases de Dados:
www.senado.gov.br
www.usp.br
www.cnpq.br
www.capes.gov.br
www.mec.gov.br
 Estabeleça tópicos específicos:
◦
◦
◦
◦
◦
Gaste tempo lendo e pesquisando
Reúna perguntas sobre os textos lidos
Reúna dados para poder responder as perguntas
Organize os dados na forma de argumento
Redija um rascunho (escreva o máximo que
puder)
◦ Escreva sobre as fontes simultaneamente à
pesquisa
◦
◦
◦
◦
Procure transformar a leitura em um diálogo
Procure se fazer entender
Não escreva o texto para você mesmo
Evite imaginar algo e achar que os outros irão
obter a mesma imagem com o texto (o texto
tem vida própria)
◦ Otimize o trabalho em grupo, quando for
possível ou necessário
O planejamento do projeto e a
utilização das fontes
◦ Não mantenha as idéias na cabeça por muito tempo
◦ O projeto precisa ser planejado, antes de ser
executado
◦ Utilize, efetivamente, as fontes selecionadas
◦ Identifique e separe as idéias de suas fontes
◦ Cuidado com o plágio consciente ou inconsciente
◦ Diferencie suas idéias das idéias dos outros autores
◦ Lembre-se que o tempo vinga-se daquilo que é feito
sem a sua colaboração
◦ Fuja da tentação em permanecer nas idéias vagas e
confusas
◦ A redação de um texto científico deve seguir
uma ordem de colocação dos argumentos:
1) a tese: seu sentido e extensão
2) as provas da tese
3) as conseqüências das tese
4) as objeções feitas à tese
A Problematização e argumentação
◦ Há uma tendência de somente ser reunido o
óbvio em um texto monográfico.
(A + B + C)
◦ Neste caso, não há verdadeira reflexão, mas
mera descrição, empobrecendo o texto.
◦ Acaba-se, simplesmente, reunindo as idéias dos
outros.
◦ Há justaposição de dados. Falta um método de
organização que proceda de perguntas e
respostas.
– Bom pesquisador:
– Sustenta suas razões através de EVIDÊNCIAS
LEITORES
questionam
EVIDÊNCIAS
VOCÊ
deve explicar com ARGUMENTO
VOCÊ
deve dividir
AFIRMAÇÕES
SUBORDINADAS
VOCÊ
deve usar
MICRO-EVIDÊNCIAS
LEITORES
vão fazer
LEITORES
vão propor
OBJEÇÕES
ALTERNATIVAS

Você precisa sustentar seu discurso:
◦ Fazendo AFIRMAÇÕES e as FUNDAMENTANDO com
EVIDÊNCIAS
 AFIRMAÇÃO: aquilo em que você quer que os
leitores acreditem
 EVIDÊNCIA:
razões pelas quais eles deveriam
acreditar na afirmação
◦ Ex.:
"Houve um acidente"
(afirmação)
"Há dois carros tombados na beira da estrada"
(evidência)

Além da Afirmação e da Evidência, o discurso científico, em
regra, precisa de FUNDAMENTOS e RESSALVAS.
Fundamentos:ponte de ligação entre a
afirmação e a evidência
Ressalvas:
limitam a abrangência da
afirmação ou do fundamento
OBS: Em uma conversa casual, em regra, não precisamos de
fundamento, mas são comuns as ressalvas.
◦ Ex.:
Objeção:
Por que o simples fato de dois carros estarem tombados
leva à conclusão de que realmente houve um acidente?
Fundamento:
"Os carros devem estar transitando na estrada e não
parados. Ademais, sua posição invertida em relação ao solo
oferece um indicativo de anormalidade que conduz à idéia
de uma colisão como motivo do fato."
Objeção:
"Mas porque o simples fato de haver dois carros em
situação fisicamente anormal [o fundamento torna-se
micro-evidência] indica que houve um acidente? Tal fato não
poderia ter sido causado pelo homem propositalmente?“
Fundamento:
"O bom senso e a aspiração pela sobrevivência, típicos do
ser humano, indicam que o homem não deseja tombar nem
colidir seu veículo, pois pode causar prejuízo e danos físicos
a ele mesmo e a seu semelhante. Em decorrência deste
fundamento, parece lógico, ao menos em regra [ressalva],
pressupor que não foi proposital [nova afirmação]."
 Quanto
mais complexo for o
argumento, mas ressalvas terão
que ser feitas.
 Bons
fundamentos e ressalvas
tornam o texto mais confiável.
•
As afirmações devem ser:
Substantivas:
• interessantes, relevantes ao leitor, não meramente
descritivas ou informativas de um conhecimento já
pressuposto
Ex.:
"Os homens não são mulheres."
"A sala da direita não fica à esquerda."
•
Contestáveis:
• devem comportar algo que possa demandar oposição
Ex.: "Há um grande número de leis
constitucionais no Brasil."
"No Brasil há uma Constituição Federal,
que foi publicada em 1988."
◦ Exatas e precisas:
 deve-se evitar generalizações e erros por
aproximações indevidas
Ex.:
"Nenhuma evidência demonstra que pode haver vida
em um outro planeta, portanto, não deve haver vida
fora da Terra".
"Nenhuma evidência demonstra que não pode haver vida
em um outro planeta, portanto, deve haver vida fora da
Terra.“
"Muitos juristas contestam esta posição, já alguns
discordam deles.“
"Os políticos do Brasil, na sua "imensa maioria", são
corruptos".
Citações
- são a transcrição de um dado
- poder servir para:
a) esclarecimento
- clareamento das idéias
b) confirmação
- corroboração da afirmação
◦ Ex.(a):
"O Direito possui um caráter científico, isto é, ele segue
o método lógico adequado às ciências sociais, como
bem descreve João da SILVA.“
◦ Ex. (b):
"O Direito possui um caráter científico. Nesse sentido,
pondera José de SOUZA que o Direito é uma ciência
social, desde os primórdios da modernidade até a
atualidade."
◦ Cuidado com a utilização do argumento de
autoridade:
Ex.:
"O Direito é uma ciência social, pois esta
posição de João da SILVA e José de SOUZA."
éa
◦ A citação somente prova que o autor afirma algo,
não que este algo é verdadeiro.

Observações:
◦ Nem toda citação é uma transcrição literal
◦ Deve-se evitar a citação por via de Apud
◦ A paráfrase deve indicar a fonte ao final das idéias
(dispostas segundo suas palavras)
◦ Citações em língua estrangeira deve ser traduzidas no
corpo do trabalho com a transcrição do original no
rodapé
(exceção: língua espanhola)
Deve-se evitar citações extensas
Notas de Rodapé
- Servem para:
a) indicar fontes das citações
b) inclusão de referências bibliográficas de
reforço
c) inclusão de versão original de texto
estrangeiro
d) indicação de explicações internas
Falácias na Apresentação de um Texto
a) Falácia da Autoridade
- já visto
b) Falácia da Força
- ocorre quando não é relevante a veracidade
da informação, mas o poder do autor
Ex.: "Penso que o Direito não é uma ciência,
pois tenho bastante experiência no assunto"
"Mude seu argumento, pois ele é
contrário ao meu, que sou seu orientador."
c) Falácia da Popularidade
- quando apela-se para a opinião
popular
Ex.:
"A música sertaneja é ótima pois é a
preferida do povo".
d) Falácia do Argumento não-científico
- quando apela-se para o senso comum
Ex.: "A adoção da pena de morte deve ser
deliberada por plebiscito, pois a voz do povo é a voz de
Deus"
"O abordo é inconstitucional, pois afronta os
princípios básicos de qualquer moral humana."
c) Falácia da Piedade
- quando apela-se para as emoções do
interlocutor
Ex.:
"O réu desviou dinheiro do INSS pois
estava falido e desesperado, portanto, não teve culpa".
"Eu preciso de mais prazo para a entrega da
monografia, pois minha avó ficou doente, minha mãe
tem que cuidar dela, meu pai fugiu com a empregada,
meu cachorro morreu e eu estou com asma."
c) Falácia da Causação
- quando pretende-se que um fato seja conseqüência
do outro, sem ser demonstrado o nexo
Ex.:
"Quando as mulheres não votavam, havia
menos corrupção no Congresso".
melhor".
"Na época da ditadura, os brasileiros viviam
d) Falácia da Falsa Dicotomia
◦ Ocorre quando divide-se a realidade em duas
alternativas antagônicas
◦ Ex.:
"Ou você apóia a reforma política ou é a
favor da corrupção.“
e) Utilização de Ataques à Fonte
◦ Ocorre quando a pertinência do argumento é menos
importante que sua fonte
Ex.:
"O conceito de moralidade administrativa
de Pedro da SILVA não pode ser considerado, pois ele,
na realidade, sempre foi corrupto.“
f) Falácia do Pragmatismo
◦ Ocorre quando toma-se por verdadeiro algo em
razão de suas conseqüências
Ex.:
"A reforma da previdência é constitucional
pois o governo não terá dinheiro para pagar as
aposentadorias se o sistema continuar o mesmo."
Estilística
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Cada um deve impor o seu BOM SENSO
Deve ser relevado quem é o público leitor
Os acadêmicos se comunicam com formalidade,
em regra
A monografia deve ser um texto CLARO,
OBJETIVO e DIDÁTICO
O texto deve ser escrito sempre no IMPESSOAL
Deve-se ter cuidado com expressões vulgares
ou impróprias
Deve-se evitar a contundência exagerada
É importante relevar o "politicamente correto"
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Não se deve escrever de forma "romântica"
ou "emocional" (não deve ser utilizado
ponto
de exclamação)
Deve-se evitar as ironias e o sarcasmo
Deve-se ter cuidado com os lugares-comuns
e as expressões ideológicas
Deve-se suprimir os elogios (saudoso,
inolvidável, venerando, ilustríssimo)
Não deve ser usada terminologia técnica em
sentido figurado, nem o inverso
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Fundamentos de metodologia científica