Alerta Adufra
Docente
Alerta
Docente
Maio 2015 l
Publicação conjunta do ANDES-SN, SINASEFE e ADUFPA
Docentes das IFE impedem golpe
do governo na autonomia sindical
Apesar das
manobras, da falta
de democracia e
do forte aparato
de segurança dos
representantes
governamentais,
os professores da
UFPA e do IFPA
impediram, no
último dia 28,
a tentativa do
governo federal
de montar um
sindicato chapa
branca, para
enfraquecer a
mobilização
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docente.
maio 2015
Alerta
Docente
Sindical
Governo quer intervir na auton
S
em conseguir calar as críticas
ou conter a insatisfação crescente dos professores das Instituições Federais de Ensino (IFE), o
governo Dilma quer intervir na auto-organização da categoria docente.
Com métodos autoritários e antidemocráticos, que lembram a Ditadura
Varguista ou os anos de chumbo do
período militar, os representantes governamentais atacam a autonomia do
movimento sindical, ao tentar fundar
um sindicato chapa-branca, cujo compromisso principal é a defesa do próprio governo.
A tentativa fraudulenta e fracassada
de fundar, na tarde do último dia 28 de
abril, no auditório da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
o Sindicato dos Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior dos
Municípios de Ananindeua, Abaetetuba, Belém, Bragança e Cametá (Sind-Proifes-PA), foi marcada por ataques
à democracia. Dezenas de docentes que
chegaram por volta das 13h horas ao local, para participar da assembleia que
estava prevista para iniciar às 15h, en-
Métodos
autoritários e
antidemocráticos
lembraram a
Ditadura Varguista
e os anos de
chumbo do período
militar
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Professores foram barrados de entrar na CNBB, o que mostra que o governo queria criar entidade sem a participação da categoria
contraram o portão principal de acesso
à CNBB trancado e protegido por seguranças particulares. Somente depois de
muita negociação, os seguranças permitiram a entrada seguindo ordens da
coordenação da CNBB.
Ainda assim, os docentes da UFPA,
UFRA e do IFPA – com contracheques
em mãos e devidamente identificados
– contrários à criação da entidade, foram impedidos de entrar no auditório
onde ocorreria a assembleia, pelo forte
aparato de segurança, ao mesmo tempo em que o edital de convocação da
assembleia permitia o voto por procuração – algo inédito na história do movimento sindical combativo paraense.
Enquanto dezenas de docentes eram
impedidos de entrar no espaço, um pequeno grupo de professores se reunia a
portas fechadas para organizar o golpe. Fica o questionamento sobre a origem do dinheiro para o pagamento dos
seguranças particulares, haja vista que
a entidade que convocou a assembleia
não existe juridicamente e não possui
qualquer arrecadação.
Mesmo com a intervenção da Polícia e com forte aparato de segurança, representantes do governo foram derrotados em sua tentativa de fundar um sindicato chapa branca
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nomia do movimento docente
Docentes da UFPA e do IFPA rejeitam criação de novo sindicato
D e p oi s d e mu it a p r e s s ã o, p o r
volt a d as 15 horas – horá r io ma rcado pelo Ed it al – os professores
conseguiram entrar no local da assembleia, onde menos de 20 docentes se preparavam para dar o golpe
ao sindicalismo de base, autônomo
e combativo.
Ao verem que eram minoria e a
tent at iva de golpe ser ia abor t ad a,
os do ce nt e s l iga dos à reit or ia d a
UFPA se retiraram espontaneamente do espaço, e não se dispuseram a
debater, democraticamente, a cria-
ção ou não da nova entidade. Com
a saíd a do g r up o do aud it ór io d a
CNBB, a categoria decidiu instalar
a assembleia, que foi presidida pela professora do ICED/ UFPA, Vera
Jacob, e secretariada pelas docentes
Claudia Nunes, do campus de Bra-
gança da UFPA, e Rita Gil, do campu s de Belém do I F PA. No local,
os professores rejeitaram a criação
do novo sindicato e reaf ir maram o
ANDES-SN, a ADUFPA e o Sinasefe como os legítimos representantes
da categoria.
Mobilizados, professores da UFPA e do IFPA conseguiram entrar no espaço onde ocorreria a assembleia e rejeitaram, por meio de votação, a criação da entidade chapa branca
Proifes arma golpe e tenta confundir professores
Na tentativa de confundir os docentes, o grupo ligado ao Proifes – que
sequer chegou a instalar legalmente a
assembleia, haja vista que o horário de
realização, conforme o Edital, seria às
15 horas – chegou a divulgar uma nota
nas redes sociais afirmando que o Sindicato teria sido fundado. Porém, os vídeos e fotografias, além, é claro, do testemunho de dezenas de professores que
compareceram ao local, comprovam a
fraude e desqualificam o argumento
dos governistas, que querem impor à
Vídeos, fotografias
e testemunho
de dezenas
de docentes
comprovam
a fraude e
desqualificam o
argumento dos
governistas
Dezenas de docentes comemoram a vitória da democracia contra a intervenção governista na autonomia do movimento sindical
categoria o golpe como fato consumado.
Mesmo com a rejeição da categoria e com todos os elementos comprobatórios das irregularidades, o Sind-
-Proifes-PA segue tentando impor seu
golpe sem qualquer constrangimento,
deixando margens para dúvidas e interpretações de que o maior interesse
desse grupo seja o controle de um apa-
relho burocrático, para enfraquecer as
mobilizações dos docentes das IFE,
fortalecer as políticas do governo de
ataque à educação pública e se apossar
dos recursos do imposto sindical.
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Sindical
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ANDES-SN, ADUFPA, ADUFRA
e SINASEFE: os legítimos
representantes dos docentes das IFE
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o impedirem o golpe e reaf ir marem, na assembleia do
dia 28 de abr il, o A N DES -SN, a A DU FPA e o Sinasefe como
os legítimos representantes da categor ia, os docentes d as I FE decidiram seguir trilhando um caminho de
combatividade, autonomia e democracia, lutando por reajuste salarial,
mel hore s cond içõe s de t r abal ho e
uma educação pública, grat uita, de
qualidade e socialmente referenciada.
A A DU FPA e o A N DES-SN fo r a m f u n d a d o s a i n d a n a D it a d u r a
Militar, em 1979 e 1981, respectivamente. O SINASEFE foi criado logo
após a redemocratização do país, no
pe r íodo d a con st it u i nte, em 1988.
A história, por tanto, comprova que
as t rês entidades são f r utos da luta
cont ra a Ditadura e a defesa da democracia é u m dos sentidos de sua
ex istência. De lá pr a cá , A N DES -SN, ADUFPA e SINASEFE seguem
hon rando essa t rajetória de combat iv id a de, n a s g r eve s , n a s C a mpan h a s Sa la r ia is , n a s c onqu ist a s d a
car reira, e no cotidiano do trabalho
docente.
Enqu a nto as t rês ent id ades tem
histór ia e seg uem na lut a concret a
do movimento docente, qual a história do Proifes?
A t rajetór ia deste g r upo est á
i nt i ma mente ligad a aos gabi netes,
t raindo a categor ia e fazendo acordos sem considerar as deliberações
das bases em seus sindicatos, como
ocor reu na greve de 2012, quando a
categoria rejeitou, em todo o país, o
acordo com o Execut ivo federal, e
esse g r upo deu legitimidade à proposta do governo, que desestruturou
a ca r rei r a docente, cr ia ndo fossos
e desníveis ent re as classes. É essa
t r ajet ór ia , de sv ia ndo o s do c e nt e s
dos trilhos da luta, que eles querem
impor por meio de golpes sindicais,
com apoio do gover no federal e da
reitoria da UFPA.
Por isso, o A N DES-SN, a
ADUFPA e o SI NASEFE convocam
os professores das IFE a repudiarem
qualquer tentativa de inferência na
a u t o - o r g a n i z a ç ã o d o m ov i m e n t o
maio 2015
De acordo com o Edital publicado, professores instalaram assembleia e reafirmaram a autonomia do movimento sindical
Unificados, docentes da UFPA e do IFPA defenderam o ANDES-SN, a ADUFPA e o SINASEFE como seus representantes legítimos
docente e for t alecerem ent id a des,
legitimamente constit uídas na
lu t a c o n c r e t a . Ne s t e p r o c e s s o d e
embate, o A N DES-SN, a A DU FPA
e o SI NASEFE têm lado. E é o lado
dos docentes na defesa intransigente
de mel hores salá r ios, condições
de t rabalho e da educação pública,
gratuita e socialmente referenciada.