FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE
LETRAMENTO
Autor
Rosana Aparecida Vieira Borgo
Disciplina/Área
Educação Especial
Escola de Implementação
Colégio
Estadual
Wolff
Klabin,
Ensino
Fundamental, Médio, Normal e Profissionalizante.
Município
Telêmaco Borba
Núcleo Regional de Educação
Telêmaco Borba
Professor Orientador
Marivete Bassetto de Quadros
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual do Norte Pioneiro –
Campus de Jacarezinho – UENP/CCHE/CJ
Relação Interdisciplinar
Todas as disciplinas curriculares da Educação
Básica do Ensino Fundamental
Resumo
Partindo dos índices do INAF, que mostram que os
sujeitos, os quais são considerados analfabetos
funcionais, ou seja, lêem e escrevem, mas não
compreendem, não fazem análise implícita num
enunciado, aparecem em percentual elevado. Fazse necessário, portanto, possibilitar aos mesmos,
práticas pedagógicas que os aproximem das
relações do cotidiano de linguagem, aqui postulado
como letramento, numa proposta a partir do gênero
textual: histórias em quadrinhos para alunos de
Ensino Regular.
Palavras-chave
Analfabetos funcionais. Letramento. Histórias em
Quadrinhos.
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo
Alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
ROSANA APARECIDA VIEIRA BORGO
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE
LETRAMENTO
TELÊMACO BORBA
2012
ROSANA APARECIDA VIEIRA BORGO
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE
LETRAMENTO
Produção
de
Unidade
Didática
apresentada à Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, departamento de
políticas e programas Educacionais,
Coordenação
do
PDE,
para
o
cumprimento do segundo período do
plano Integrado de Formação continuada.
Orientação: Me. Marivete Bassetto de
Quadros (UENP/CJ)
TELÊMACO BORBA
2012
IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE
LETRAMENTO
Autor: Rosana Aparecida Vieira Borgo
Disciplina/Área: Educação Especial
Escola de Implementação: Colégio Estadual Wolff Klabin, Ensino Fundamental,
Médio, Normal e Profissionalizante
Município: Telêmaco Borba
Núcleo Regional de Educação: Telêmaco Borba
Professor Orientador: Marivete Bassetto de Quadros
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Norte Pioneiro –
Campus de Jacarezinho – UENP/CCHE/CJ
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO.....................................................................................................5
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................6
3 PERSPECTIVAS ADOTADAS................................................................................11
4 CONTEÚDO DA UNIDADE DIDÁTICA..................................................................12
5 ESTRUTURA DAS AULAS....................................................................................12
6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES..............................................................................15
6.1 SUGESTÃO - 01..................................................................................................15
6.2 SUGESTÃO - 02..................................................................................................26
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................34
8 REFERÊNCIAS.......................................................................................................35
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE
PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
GOVERNO DO
ESTADO
1 APRESENTAÇÃO
Pesquisas referentes às condições de letramento da população brasileira
sinalizam a necessidade de um repensar em práticas pedagógicas. Dados, como os
apresentados pelo Instituto Paulo Montenegro – INAF (2009), que evidenciaram em
sua última pesquisa
que 54% dos brasileiros entre 15 a 64 anos demonstram
analfabetismo funcional e 46% alfabetizados funcionalmente. Sendo que 10% destes
sujeitos podem ser considerados analfabetos absolutos, não conseguindo
decodificar palavras ou frases simples, mesmo tendo completado os primeiros
quatro anos do Ensino fundamental.
Dessa forma, esta unidade didática busca promover aos alunos a
apropriação da leitura e escrita a partir de práticas de letramento, com intervenção
pedagógica, utilizando como proposta o gênero textual histórias em quadrinhos, o
que poderá, ao longo de intenso trabalho, modificar o perfil dos brasileiros em
relação aos dados encontrados.
No contexto educacional, os alunos com dificuldades em ler e escrever é
fato, porém, percebe-se que não são apenas os alunos com necessidades
educativas
especiais
–
NEEs,
os alunos inclusos, que
apresentam tais
inadequações, os demais alunos também na sua grande maioria não se apropriaram
do processo, assim, possibilitar a todos estratégias a partir de gênero textual vem
contribuir para uma melhoria na leitura e escrita.
É importante ressaltar o papel do professor nesse processo, considerando
que é ele quem deverá mediar o processo a partir de práticas significativas de
letramento,
afim de, minimizar os problemas de analfabetismo funcional e
absoluto, no contexto escolar no qual se insere.
Na escola, local em que sujeitos compartilham saber, o olhar do professor
frente às dificuldades dos seus alunos deve ir além de um olhar apenas de
impossibilidades, rótulos, mais sim, de viabilizações a partir de trocas entre os
sujeitos, num processo de interação via linguagem, partindo de uma concepção
6
histórico cultural que privilegia a relação de diálogo entre o eu e o outro, observado
nos diversos
enunciados determinados nas práticas sociais nos mais variados
contextos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
No contexto escolar, local de trocas de saberes viabilizados via linguagem,
numa rede de relações estabelecidas, como afirma Resende (2009), a educação só
pode ser realmente compreendida numa restrita relação de dependência com a
estrutura social mais ampla, pois o conhecimento é construído numa relação
dialética entre sujeito e objeto, isto é, entre o sujeito e o seu meio sócio- histórico e
cultural.
Uma proposta inclusiva de educação, que enfatiza o processo de interação
entre os sujeitos como fundamental, ou seja, numa perspectiva de interação social,
vem possibilitar aos educandos inclusos no ensino regular um desenvolvimento
intelectual efetivo, considerando que as trocas de experiências coletivas construirão
na incorporação de outras vozes a construção de si e dos outros.
Nos valemos de Bakhtin (1997, p.314) para melhor compreender tal
posicionamento:
[...] nossos enunciados [...] estão repletos de palavras dos outros,
caracterizadas, em graus variáveis, pela alteridade ou pela assimilação,
caracterizadas também em graus variáveis, por um emprego consciente e
decalcado. As palavras dos outros introduzem sua própria expressividade,
seu tom valorativo, que assimilamos, reestruturamos e modificamos.
A valorização do coletivo e a troca de experiências, oportuniza a
convivência entre os pares, fazendo a integração na construção dos saberes
partilhados em sala de aula. Porém, o papel do outro nessa relação é essencial, no
caso da sala de aula, o papel do educador, é fundamental na mediação desse
processo.
Segundo Vigotsky (2010) ao apropriar-se da linguagem como mediadora das
relações sociais, caberá ao educador fazer a mediação entre o conhecimento
historicamente adquirido e os educandos, com práticas que proporcionem trocas de
experiências em atividades interativas, afim de possibilitar a construção de
7
significados em uma aprendizagem efetiva.
De acordo com Pântano (2009), a linguagem falada e escrita é exclusiva do
ser humano e serve para expressar o conhecimento, as sensações e os
sentimentos. Para tanto, faz-se necessário que haja compreensão da mensagem
numa relação dialógica, expressando os pensamentos através da inferência de
ideias.
Nesse sentido, ensinar deixa de ser uma simples ação do educador e passa
a ser uma ação de vínculos coletivos, o que nos remete a pensar como as práticas
de leitura e escrita vêm sendo postas no contexto escolar, visto que, no momento
social atual, atividades mecanizadas não possibilitam aos sujeitos apropriarem-se
de forma efetiva dessas práticas.
Procedimentos realizados pela escola no aprendizado da leitura e escrita
necessitam ser repensados, considerando que, para que um educando se aproprie
da leitura e escrita, novas ações devem ser colocadas em prática. Pois, de acordo
com pesquisas referentes às condições de letramento da população brasileira, como
as citadas anteriormente nos dados do INAF, observa-se que, na realidade, não se
verifica que os sujeitos estão tendo acesso à práticas que garantem tal aprendizado.
Inaf - evolução do indicador
Esta tabela demonstra a pesquisa realizada pelo Instituto Paulo
Montenegro e pela ONG Ação Educativa. O INAF avalia por meio de uma prova as
habilidades de leitura, escrita e matemática da população de 15 a 64 anos. Os
resultados são distribuídos em analfabeto e alfabetismo rudimentar, básico e pleno.
São considerados analfabetos funcionais aqueles sujeitos que ficam nesses dois
primeiros níveis. Analisando os índices acima, houve uma evolução no nível de
analfabetos, mas uma estagnação nos alfabetizados plenos.
8
Segundo a pesquisa da Assessoria de Imprensa da Universidade Federal
de Campina Grande (2012), nas redações do ENEM é comum ver, não só erros de
ortografia, como também de concordância, crase, acentuação, uso do hífen e muitas
outras regras gramaticais. Então observa-se que não houve apropriação da
ortografia na educação básica.
A classificação das alterações ortográficas segundo Zorzi (1998) auxilia a
separar as categorias dos erros ortográficos: representações múltiplas; omissões de
letras; junção ou separação indevida de palavras; confusão entre terminações am e
ão; generalização de regras; substituição em letras que representam fonemas
surdos e sonoros; acréscimo de letras; confusão entre letras parecidas; inversão de
letras e outras alterações.
Foram constatados os erros de ortografia acima citados por Zorzi (1998),
nas redações dos vestibulares e nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM). Segundo a UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), podemos
exemplificar alguns erros produzidos nas palavras a seguir: omissão de letras advinhar (correto: adivinhar), representações múltiplas - ascenção (correto:
ascensão), junção indevida de palavras - benvindo (correto: bem-vindo), acréscimo
de letras - mendingo (correto: mendigo).
Essa pesquisa nos alerta para a forma de apropriação do sistema
ortográfico no contexto escolar, e assim, nos leva a estruturar as intervenções
necessárias. Embora alguns erros façam parte do processo de apropriação da
linguagem escrita, em relação às fases da escrita, durante o processo deve ser
possibilitado aos sujeitos o levantamento de hipótese da relação fonema/ grafema,
ou seja, que um som pode ter mais de uma forma de representação gráfica, porém,
cabe ao professor mediador promover práticas para tais apropriações.
CAGLIARI (2009, p.148) cita que, o objetivo da escrita é a leitura, mas quem
vai escrever só é capaz de fazê-lo se souber ler o que escreve. Portanto, a leitura é
uma habilidade que precede a própria escrita. É fato que, quanto mais o sujeito lê,
melhor escreve e consequentemente, se coloca num lugar social que lhe dá
condições de lutar por seus direitos de cidadão, ou seja, tem condições de inserir-se
nos diversos contextos.
Uma prática pedagógica que privilegia ao educando apropriar-se do
conhecimento, em contra partida possibilita a não evasão escolar e reduz o índice
de repetência. Gagliari (2009) acredita que, a escola deveria considerar a leitura
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como prioridade no processo de alfabetização, pois possibilitaria ao educando o bom
rendimento nas diversas outras matérias existentes no currículo.
O conceito de alfabetizado que equivalia à leitura mecânica, somente
decodificação de palavras e frases, não promove ao sujeito condições de leitura e
escrita e assim, acaba por enquadrar no conceito de analfabeto funcional. O que
desejamos da escola é que se promovam práticas de letramento fundamentais para
a inserção social do sujeito.
Ressaltamos que um desafio deve ser superado pelo educador, que é de
alfabetizar letrando, possibilitando a habilidade de leitura e escrita que determinam a
sua prática social. Porém, no contexto escolar, nos deparamos nos dias atuais com
o processo inclusivo, ou seja, educandos com diferentes níveis de dificuldades/
deficiências (mental, sensorial, motora) que têm direito ao acesso de apropriação da
leitura e escrita.
Zorzi (2010, p. 59) salienta algumas características individuais que podem
influenciar no acesso ao aprendizado da leitura e escrita dos sujeitos no contexto
escolar:
Variáveis individuais também podem ser assinaladas como propícias ou não
para a aprendizagem da leitura e da formação de leitores. Elas
correspondem às características pessoais do aluno, como é o caso, por
exemplo, do interesse e da curiosidade que ele tenha por obter novas
informações, do conhecimento sobre o assunto lido e das condições
socioeconômicas da família. Considere-se, ainda, que as propostas
pedagógicas têm um forte efeito sobre os alunos, no sentido de envolvê-los
e motivá-los.
Na escola, no momento atual em que a inclusão de alunos com
necessidades educativas especiais é fato,
vem procurando adequar-se com
metodologias que os aproximem cada vez mais de uma proposta heterogênea de
ensino. Porém, muito ainda deve ser feito, em principal, são as quebras de
paradigmas de impossibilidades desses sujeitos.
Propostas de apropriação de linguagem pautadas na teoria de Bakhtin (2011),
partindo de gêneros textuais, gêneros que fazem a interconexão da linguagem com
a vida social do sujeito são uma sugestão. A concretude da linguagem se estabelece
na vida e a vida se concretiza através da linguagem das atividades humanas. Que
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enfatiza no contexto escolar práticas de leitura e escrita vinculadas às práticas
sociais de linguagem, ou seja, que circulam na sociedade, valorizando o processo
de interação na aprendizagem da língua, mediando os sujeitos no estudo dos
gêneros, que se traduzem em aprender a falar e a escrever.
Esta perspectiva de interação dos sujeitos nas diversas práticas sociais,
possibilita produzir e compreender a constituição dos gêneros textuais nas esferas
da atuação humana. Dessa forma Fiorin (2008, p. 61) apresenta:
O gênero estabelece, pois, uma interconexão da linguagem com a vida
social. A
linguagem penetra na vida por meio dos enunciados concretos
e, ao mesmo tempo, pelos enunciados a vida se introduz na linguagem. Os
gêneros estão sempre vinculados a um domínio da atividade humana,
refletindo suas condições específicas e suas finalidades. Conteúdo
temático, estilo e organização composicional constroem o todo que constitui
o enunciado, que é marcado pela especificidade de uma esfera de ação.
Desta forma, foi escolhida a proposta metodológica que traz o gênero textual
histórias em quadrinhos utilizando texto e imagem que facilitam a interpretação,
mesmo que os alunos não tenham o domínio da leitura, este gênero torna o
aprendizado atraente.
Santos (2003, p.4) apresenta as vantagens da leitura e escrita através dos
quadrinhos:
A linguagem característica dos quadrinhos e os elementos de sua
semântica, quando bem utilizados, podem ser aliados ao ensino. A união do
texto e desenho consegue tornar mais claros, para a criança, conceitos que
continuariam abstratos se confinados unicamente à palavra.
Partindo deste pressuposto, a ideia do gênero textual histórias em
quadrinhos, além de desenvolver as funções cognitivas básicas, faz com que os
educandos e educadores melhorem as relações interpessoais, reduzindo as
situações escolares de exclusão social.
O gênero textual história em quadrinhos, segundo Carvalho (2006),
proporciona o incentivo à leitura, fixa conceitos de ortografia, semântica e amplia o
vocabulário. Sendo assim o educador fará as intervenções necessárias no
estudo/ensino da constituição da língua. Observando as necessidades específicas
dos educandos na aquisição e domínio dos componentes léxicos e gramaticais da
língua, pois:
11
[...] saber falar e escrever uma língua supõe, também, saber a gramática
dessa língua. Em desdobramento, supõe saber produzir e interpretar
diferentes gêneros de textos. Consequentemente, é apenas no domínio do
texto que as regularidades da gramática encontram inteira relevância e
aplicabilidade (Antunes, 2003, p. 92).
Certamente, em consonância com o contexto de interação social e com o
gênero textual proposto, os educandos, após observação, análise e reflexão da
língua em uso, segundo Soares (2009), constroem os conhecimentos sobre o
funcionamento da linguagem, do sistema linguístico (...) selecionando aqueles
conhecimentos considerados relevantes para as práticas de produção de textos de
determinado gênero textual.
3 PERSPECTIVA ADOTADA
A proposta de ensino/aprendizagem da leitura e da escrita estrutura-se na
concepção sóciointeracionista de linguagem. Na evolução histórica do ser humano
temos a linguagem como produto social, que se torna concreta na interação sóciocultural dos sujeitos.
A linguagem escrita, diferente da falada, exige maior complexidade de
organização mental, distribuição espacial e localização temporal para ser produzida.
Tendo em vista o domínio alfabético e gramatical, consequentemente o domínio do
ato de ler e escrever implica na produção textual para ser compreendida pelo outro.
Partindo desse pressuposto, utilizaremos como objeto de ensino, o gênero
textual histórias em quadrinhos. Este gênero textual facilita a apreensão da leitura e
escrita pela mistura... não seria melhor diversidade de texto e desenho. Aproxima os
educandos nos seus diversos níveis de aprendizagem, na interação e troca de
experiências entre os que dominam a leitura e a escrita, com os que possuem a
necessidade de aprofundar seus conhecimentos.
Quanto ao papel do mediador do ensino, Zorzi (1998, p.108) pontua:
Acreditamos que o educador ocupa uma posição privilegiada de mediador
da interação da criança com a escrita. Para que seu papel seja efetivo, no
sentido de conduzir as crianças no mundo das letras, ele necessita
compreender, mais profundamente, como as crianças constroem
conhecimentos.
Necessita
também,
aprofundar
seus
próprios
conhecimentos a respeito do que é a escrita: sua natureza, seus usos e
funções.
12
Sendo assim, a mediação do educador é fundamental na formação das duplas,
variando sempre os grupos de trabalhos de acordo com o domínio dos saberes de
cada educando, partilhando suas dúvidas e experiências. De acordo com Zorzi
(1998, p. 108), “[...] é papel fundamental do educador valorizar a produção da
criança, mostrar-lhes a regras do jogo e fazê-las crer que estão conseguindo
progredir. Acima de tudo, acreditar ele próprio, que as crianças progridem, apesar
dos erros”.
4 CONTEÚDO DA UNIDADE DIDÁTICA
Letramento através do gênero textual histórias em quadrinhos
5 ESTRUTURA DAS AULAS
Na implementação do projeto será oferecida aos educandos a oportunidade de
assistir filmes de histórias em quadrinhos, dramatização dos mesmos e
representação de cenas do cotidiano. O educador fará a mediação apresentando o
histórico e a arte sequencial dos quadrinhos (tipos de balões, recordatório,
onomatopeia, linhas cinéticas, metáforas visuais, desenhos iconográficos e tipos de
personagens), a leitura crítica e a interpretação de texto através de tirinhas.
E com a leitura do gênero textual de histórias em quadrinhos (HQS) como Chico
Bento, poderão tomar conhecimento das características regionais da fala,
trabalhando a oralidade. Carvalho (2006 apud Fiorin 2006, p. 91) capta bem a
valorização regional afirmando que: “Não existe o falar errado. Existe o falar
diferente. A oralidade reflete as diferentes culturas às quais as pessoas pertencem e
devemos ter tolerância com ela. Já a ortografia, nesta sim existe o certo e o errado,
pois é uma convenção, com leis e regras”.
Na exploração da criatividade, interação com os colegas e mediados pelo
educador, utilizando-se do gênero textual histórias em quadrinhos, poderão treinar a
ortografia através da escrita nos balões e elaboração de histórias em quadrinhos no
computador com cenas do cotidiano, buscando elementos no universo do educando,
e inserindo temas com conteúdos culturais, historicamente adquiridos envolvendo as
áreas do conhecimento.
O manuseio de diversas histórias em quadrinhos
com os mesmos, na
13
observação da forma de apresentação dos quadrinhos, do trabalho de elaboração
de roteiros, entre outros, será um momento que permitirá a familiarização com o
gênero textual histórias em quadrinhos. Essa leitura será incentivada e
acompanhada.
Em um caderno, reservado para atividades de interpretação e produções
textuais das Histórias em quadrinhos impressas, serão trabalhadas tirinhas
explorando a noção temporal, as características físicas e psicológicas das
personagens.
Serão apresentados roteiros contendo os conceitos: quem, o que, quando,
quantos, onde, como, entre outros, que serão trabalhados sistematicamente em
todos os textos.
Tendo o educador como um mediador do conhecimento, priorizaremos pela
motivação e percepção do aluno quanto à importância da aquisição e ampliação do
seu vocabulário e, ao trabalhar com os mesmos, atentaremos para o fato de serem
contextualizados.
Em algumas histórias questionaremos sobre a possibilidade de mudança do final
da mesma. Recortaremos e também utilizaremos fotocópias de algumas historinhas.
Após explorarmos aspectos dos itens anteriores, retiraremos o último quadro e
solicitaremos que os alunos proponham um final diferente.
Exemplo de atividade do Programa Toondoo:
Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon
14
O registro no caderno será a garantia de mais uma fonte de consulta para o
aluno, sendo utilizados os carimbos dos personagens para nomear, descrever,
estruturar frases, estudar os verbos, entre outros; e as Histórias em quadrinhos
impressas para explorar o significado dos balões explorando as representações de
sentimentos, e porque não, como se registram as onomatopeias.
Solicitaremos a elaboração de textos e partiremos para reestruturação da
Língua portuguesa, explicitando no aspecto discursivo (como se fala) e como se
escreve (padrão, registros nos livros, etc.), mostrando aos alunos que seu “erro” faz
parte de seu processo de construção do conhecimento. ( Baseado no artigo de
Mirais, 2009)
Após o domínio das noções básicas da construção das Hqs serão utilizados
os seguintes programas (softwares): 1- HagaQuê; 2- Toondoo; 3 – Portal Turma da
Mônica (versão demonstrativa); 4- Atividades Educativas (quiz).
Exemplo de atividade realizada no Programa Toondoo:
Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon
Cada dupla de alunos terá uma pasta eletrônica para arquivar suas
produções. E poderão compartilhar com os demais colegas seus escritos,
15
escolhendo a melhor história para construção de um gibi da turma. Oportunizando
aos educadores fazer a avaliação dinâmica, constante do processo ensino
aprendizagem, diagnosticando as possíveis ações que efetivem o melhor
aproveitamento dos educandos na construção do conhecimento.
A produção de histórias em quadrinhos busca soluções inovadoras para os
alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem. E aqueles que carecem de
metodologias significativas para que possam apropriar-se do conhecimento como
leitores e produtores críticos de textos. Considerando assim, que o educando se
torne um leitor autônomo e compreenda a linguagem oral e escrita como prática de
construção e reconstrução social.
6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES
6.1 - Sugestões do Portal do Professor – MEC
Prof. Walleska Bernardino Silva
Coautora: Eliana Dias
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
•
Manusear gibis e levantar, preliminar e intuitivamente, características recorrentes no gênero história em quadrinhos;
•
conhecer o gênero histórias em quadrinhos: constituição e funcionamento;
•
conhecer os personagens que fazem sucesso nas histórias em quadrinhos infantis;
•
diferenciar os tipos de balão que dão voz aos personagens das histórias em
quadrinhos;
•
compreender o significado das onomatopeias;
•
relacionar linguagem verbal e não verbal de modo a produzir sentido.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
16
Os alunos terão que:
•
saber minimamente que a língua comporta tipos de linguagem: a linguagem
verbal (utiliza a palavra), a não verbal (não utiliza a palavra) e a mista (presença dos dois tipos anteriores);
•
saber que, basicamente, para contar uma história é necessário alguém para
contar os fatos, personagens que participam dos fatos que, por sua vez, ocorrem em determinado lugar e num tempo. Além disso, é necessário saber o
que contar;
•
ter noção que o som pode ser representado graficamente, por exemplo: o
som da batida em uma porta de madeira é representado pela onomatopeia:
“TOC, TOC”.
Estratégias e recursos da aula
•
Atividades em duplas;
•
discussões coletivas;
•
roteiro de estudo;
•
sala de computação com recurso à Internet.
Atividade 1
O professor iniciará a aula levando para a sala diferentes gibis e/ou quadri-
nhos impressos em folhas avulsas ou inseridos no suporte de texto original, isso porque quando se fala no gênero história em quadrinhos ( HQs), ele não ocorre necessariamente apenas no gibi, pode ocorrer em revistas, jornais, dentre outros suportes.
Os alunos estarão organizados em círculo para melhor manusearem as histórias.
Assim, esta primeira atividade constará do primeiro contato do aluno com as HQs,
isto é, uma atividade livre para aguçar o aluno quanto ao trabalho que será desen volvido.
Importante: esta aula pode tranquilamente ser desenvolvida na biblioteca da escola,
já que é pressuposto que neste espaço haverá material para consulta. Alguns exemplos:
17
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001438.jpg
Disponível em: http://www.monica.com.br/mural/capas2010-04/08.htm
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_ouwtZ5cfu_I/Sbb6CK1GroI/AAAAAAAAFq4/VKbHKVe1es/s320/HQ-Homem+Aranha.png
18
Disponível em: http://www2.uol.com.br/cartoonshow/hqs/homemcoberta/ventolevou.jpg
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001429.jpg
Disponível em:: http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/tiras1.html http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001429.jpg
Disponível em: http://i163.photobucket.com/albums/t295/cleber_album/extraterrestre.jpg
19
Atividade 2
Depois de manusearem livremente os gibis e demais suportes, os alunos
junto com o professor levantarão características comuns nas HQs. O professor anotará as informações no quadro.
Importante: neste momento, os alunos terão total liberdade para citar semelhanças
entre as histórias. O esperado é que os aprendizes observem, dentre outras coisas,
que as histórias em quadrinhos apresentam basicamente:
•
narrador, personagens, tempo, espaço e enredo (claro que esses elementos
da narrativa devem ser tratados conforme nível de ensino);
•
quadrinhos alinhados na página sem necessariamente uma quantidade específica;
•
balões para as falas ou pensamentos;
•
palavras que representam barulhos;
•
textos verbais curtos;
•
imagens a cada quadrinho;
•
títulos;
•
nomes dos autores.
Atividade 3
Depois de elencadas semelhanças, o professor então partirá para o trabalho formal do gênero. Escolherá duas histórias em quadrinhos e disponibilizará para
toda turma. Essa disponibilização pode ser por meio do papel impresso ou ainda por
meios digitalizados. O objetivo é que mostre ao aluno a estrutura da HQ. Esta atividade, com base em um questionário, será desenvolvida em duplas com base em
duas HQs:
HQ 1
20
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001435.jpg
Disponível em: http://tiras-snoopy.blogspot.com/
Disponível em: http://tirinhasdogarfield.blogspot.com/
Questionário para as duas HQs:
1. Qual o título das histórias?
2. Quais os personagens que delas participam?
3. Apresentam personagens principais?
21
4. A história é apresentada em cores ou não?
5. Quantos quadrinhos compõem a narrativa? Eles são divididos igualmente nas
duas histórias?
6. A leitura dos quadrinhos é da direita para a esquerda ou pode-se ler cada
quadrinho na ordem que lhes interessar?
7. Existe alguma palavra que representa algum som? Se sim, qual (is)? O que
representam?
8. Quantos quadrinhos, nas duas histórias, contêm palavras? E quantos não
contêm?
9. Os quadrinhos que usam a palavra apresentam grandes textos? Por que vocês acham que isso acontece?
10. Se nos quadrinhos tivesse apenas textos que se utilizam de palavras, vocês
acham que as HQs deixariam de ser assim chamadas? Por quê?
11. Aparece o nome do autor das HQs?
12. Qualquer pessoa pode ler esse tipo de história?
13. Há uma preferência de leitores para as HQs? Por quê?
14. Qual o assunto (enredo) das histórias?
15. Há uma preferência por um tipo de assunto?
16. Qual o local de aparecimento, em geral, das HQs?
Atividade 4
Terminado o questionário, a professora dará início à sua correção enfatizando a composição estrutural, temática e estilística (gênero) das HQs:
Uma história como qualquer outra no que tange à presença dos elementos
da narrativa, mas que se apresenta em quadrinhos. Não existe um número específi co de quadrinhos; estes variam conforme enredo. Entretanto, sua leitura obedece a
22
uma ordem espacial e direcional: da esquerda para a direita e de cima para baixo.
Há ainda o nome do autor da história e a presença indispensável de balões para re presentar a fala dos personagens ou o som. Os quadrinhos apresentam textos curtos porque, em geral, a imagem diz muito neste gênero. O tipo de linguagem varia
conforme personagem e contexto situacional; por exemplo, o Cascão, da Turma da
Mônica, utiliza o tipo informal de linguagem, diferente do Franjinha. Mesmo que haja
variação, a preferência é por uma linguagem que se aproxima da linguagem do cotidiano e preferencialmente descarta vocábulos técnicos ou muito rebuscados. Os assuntos tratados pelas HQs não são pré-definidos, pois variam conforme desejo autoral.
Atividade 5
Esta aula será desenvolvida em laboratório de informática que esteja conectado à Internet. Os alunos serão novamente organizados em duplas. O professor
trabalhará com a significação dos tipos de balões e as onomatopeias. Para tanto,
instruirá os alunos para acessar os links:
http://www.slideshare.net/gibiteca/oficina-de-quadrinhos-presentation-667792
http://www.edukbr.com.br/artemanhas/gifs/quadrinho.gif
Nestes links, os alunos encontrão os seguintes tipos de balões: pensamento, sussurro, choro, grito, diálogo ou fala, coletivo, indicador. Em seguida, o professor
questionará se há alguma relação entre o tracejado de cada balão e o sentimento ou
expressão que ele simboliza. Depois, os alunos visitarão o link:
http://wiki.laptop.org/images/4/43/Tipos_de_bal%C3%B5es.jpge tentarão indicar a
que estado de espírito da personagem o balão simboliza.
23
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001436.jpg
Atividade 6
Conhecidos os tipos de balões, o professor trabalhará com as onomatopeias. Para tanto, conduzirá os alunos para o link no qual consta a imagem:
http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/onoma2.gif
24
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001437.gif
Os alunos terão de relacionar os sons com a grafia dos balões. Feita essa
relação, o professor então dirá que as onomatopeias representam graficamente os
sons. Daí conduzirá a seguinte dinâmica: Perguntará aos alunos qual escrita representaria os sons das seguintes ações:
•
Escovar os dentes;
•
Bater com a cabeça no poste;
•
Piscar os olhos;
•
Bocejar;
•
Etc.
Posteriormente, no quadro, o professor deve anotar as onomatopeias dos
alunos e discutir o que não for adequado. E a seguir em duplas construirão tirinhas
utilizando as suas produções.
Sugestões de leitura para o professor:
Para professores: o trabalho com o gibi na sala de aula
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?
select_action=&co_obra=39103
25
SANTOS, Roberto Elisio dos. História em quadrinhos na sala de aula. In: XXVI Congresso Internacional de Ciências da Comunicação. BH/MG de 2 a 6 setembro de
2003.
Disponível
em:
http://www.scribd.com/doc/2901302/Historia-em-quadri-
nhos-na-sala-de-aula
Avaliação
A avaliação será proposta com base nas atividades desenvolvidas nas aulas:
•
Identificação das características recorrentes nas HQs;
•
realização do questionário sobre duas HQs para estudar a constituição e funcionamento do gênero;
•
co-relacionamento entre balões usados nas HQs e significados convencionalmente estabelecidos;
•
identificação de onomatopeias com os sons que representam;
•
criação de uma HQs por meio do preenchimento de balões relacionando o
verbal e não verbal para possibilitar sentido;
•
discussões em geral orientadas pelo professor e realizadas na sala acerca
das HQs.
26
6.2 - Sugestão do Portal do Professor – MEC
Autora: Mirian Chaves Carneiro
Coautora: Sulamita Nagem Dias Lima
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
• Respeitar a variedade linguística que caracteriza a comunidade dos falantes da
Língua Portuguesa.
• Expressar-se oralmente com eficácia em diferentes situações, interessando-se por
ampliar seus recursos expressivos e enriquecer seu vocabulário.
• Dominar o mecanismo e os recursos do sistema de representação escrita, compreendendo suas funções.
• Utilizar adequadamente a pontuação do discurso direto, destacando as falas de
personagens (dois pontos, travessão).
• Analisar características da Língua Portuguesa e marcas lingüísticas de diferentes
textos, interessando-se por aprofundar seus conhecimentos sobre a língua.
• Identificar o gênero textual história em quadrinhos e suas características textuais.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Dominar o processo da leitura.
Conhecimentos básicos da escrita.
Estratégias e recursos da aula
As estratégias a serem utilizadas são:
- aula interativa;
- trabalhos em grupos;
- seleção e leitura de histórias em quadrinhos;
- debate.
27
DESENVOLVIMENTO
1ª Atividade: O mundo das Histórias em Quadrinhos - HQs
1) O professor entrega o texto abaixo propondo a leitura do mesmo.
Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon
2) Em seguida o professor propõe uma discussão a partir das questões:
a) Que texto é este?
b) Quem são os personagens que aparecem nele?
c) Para que serve esse texto?
d) Quem são os leitores desse tipo de texto?
e) Você costuma ler textos como este?
f) Onde esses textos são encontrados?
g) Todos os textos como este são com os mesmos personagens?
h) As histórias são todas do mesmo tamanho desta?
i) Como esse texto está organizado?
j) O que tem nesse texto que nos permite entendê-lo?
OBS: É importante enfatizar que esta pequena história em quadrinho é chamada de
TIRINHA, porque possui 03 quadrinhos.
28
Outras tirinhas poderão ser encontradas nos endereços:
http://www.monica.com.br/i-home.htm
http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/images/tira101.gif
ALGUNS ELEMENTOS DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS – HQs
Quadro ou vinheta - chamados também de quadrinhos é o espaço no qual acontece uma ou mais ações. Geralmente de forma retangular ou quadrangular, funciona
como moldura de um momento de ação. Tem a função de delimitar, separar, indicar
o espaço entre as diferentes imagens. A disposição dos quadros na página pode facilitar ou dificultar a leitura (lembre-se que no ocidente lemos da esquerda para a di reita e isso deve ser respeitado nas HQs). Além disso, a disposição dos quadros
cumpre a função de dar dinamismo às sequências.
http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html
Legendas: aparecem, frequentemente, em forma retangular, no alto da vinheta e
têm a função de delimitar o texto que representa a ‘voz’ do narrador. "É elemento
narrativo, cuja forma de apresentação é variada. Se muito extensa, pode tomar um
quadrinho inteiro, embora, normalmente, seja um pequeno fragmento do discurso
narrativo, podendo, por isso, ficar em pequena faixa limitada por uma linha paralela
a um dos lados do quadrinho. Como nelas entra a voz quase impassível do narrador,
que é um elemento externo à ação, seu conteúdo é sempre um texto com caracteres
normais, o que nem sempre acontece com os balões, cujos caracteres podem variar,
dependendo da situação: pode-se colocar caracteres semelhantes aos das línguas
árabe, chinesa ou japonesa, por exemplo, para mostrar a fala do(s) personagem(ns)
que as utilizaria(m)" http://www.filologia.org.br/revista/artigo/10%2828%2901.htm.
http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2010-03-01_2010-03-31.html
29
http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2010-03-01_2010-03-31.html
Balões: espaço onde aparece a fala, pensamento, etc.
http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html
2ª Atividade:Tirinhas
1) O professor entrega a tirinha abaixo solicitando a leitura da mesma.
Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon
2) Em seguida propõe que alguns alunos “contem” a história contida nessa tirinha.
3) Após ouvir alguns alunos, o professor propõe discussão a partir da questão: o que
há nesse texto que nos permitiu entender a sua mensagem?
30
4) O professor organiza a turma em duplas propondo que cada uma delas crie os
balões com as falas dos personagens.
OBS: É importante lembrar aos alunos a necessidade de colocar também a “fala” do
narrador.
5) O professor socializa as produções das duplas, faz os comentários necessários,
propõe a correção textual e organiza a exposição dos trabalhos na sala de aula.
3ª Atividade: Uma história para toda a turma
1) O professor entrega a história abaixo solicitando a leitura da mesma.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000001998/0000023928.jpg
http://www.monica.com.br/i-home.htm
Turma da Mônica - Página Semanal 340
2) Em seguida o professor propõe uma discussão a partir das questões:
a) Quem é o personagem dessa história?
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b) Que características ele possui?
c) Em sua opinião, porque ele fala desse jeito?
d) Em sua opinião, esse personagem fala errado? Por quê?
OBS: É importante enfatizar para os alunos que esse personagem, linguisticamente
não fala errado e sim de acordo com o meio onde vive.
3) Após a discussão anterior o professor organiza a turma em grupos e entrega a
cada um deles uma das orientações abaixo:
1º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um autor de livros infantis.
2º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um professor.
3º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um médico.
4º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um jornalista.
5º grupo:O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um prefeito.
4) O professor socializa as produções dos grupos e faz os comentários necessários.
5) Para a próxima aula o professor deverá pedir aos alunos que tragam revistas em
quadrinhos que podem ser recortadas.
4ª Atividade: Explorando uma revista em quadrinhos
1) O professor propõe que, coletivamente, façam um levantamento das revistas
trazidas pelos alunos.
2) Em seguida solicita que cada grupo escolha uma das histórias para ser lida e trabalhada.
Nesse momento o professor preenche o quadro abaixo:
Nome da revista Nome da história esem quadrinhos
1.
2.
colhida
32
3) Com a história escolhida, o professor propõe que o grupo a reconte em um pe queno texto em 1ª pessoa.
4) O professor socializa as produções dos grupos, faz os comentários necessários,
propõe a correção textual e organiza a exposição dos trabalhos no espaço da sala.
5) O professor propõe que cada grupo faça um cartaz, recortando da história que es colheu, cada um dos elementos desse gênero textual, tais como, as onomatopeias,
os diferentes tipos de balões, as legendas, as figuras cinéticas, as metáforas, etc.
OBS: É importante lembrar aos grupos que é preciso dar um título ao cartaz.
6) O professor socializa as produções dos grupos, faz os comentários necessários,
propõe a correção textual e organiza a exposição dos trabalhos no espaço da sala.
Recursos Complementares
“As Histórias em Quadrinhos constituem um gênero discursivo secundário que, para
Bakhtin aparecem em circunstâncias de comunicação cultural na forma escrita e
que, muitas vezes em função do enredo desenvolvido, englobam os gêneros discursivos primários correspondentes a circunstâncias de comunicação verbal espontânea. Outra característica é o fato de que, segundo Assis, os gêneros produzidos na
interface oral/escrita são necessariamente secundários, como é o caso das Hqs.”
http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno12-11.html
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte:Autêntica
Editora.2008.
FÁVERO, Leonor Lopes, ANDRADE, Maria Lúcia C. V. O. e AQUINO, Zilda G. O.
Oralidade e escrita perspectiva para o ensino de língua materna. São Paulo: Cortez,
1999.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da Conversação. São Paulo: Ática, 1986.
MAGALHÃES,Luciane Manera, PINTON, Juliana Clara, SILVA, Maria Diomara. As
concepções do gênero história em quadrinhos nas produções escritas de crianças
alfabetizandas. XIII Congresso Nacional de Filologia e Linguística, 2009. NAGY, Cynthia. Aulas que estão no Gibi. In: Nova Escola. Edição130, mar/2000.
33
VERGUEIRO, Waldomiro. A linguagem dos quadrinhos: uma “alfabetização” necessária. In: RAMA, Angela & VERGUEIRO, Waldomiro. (orgs). Como usar as histórias
em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007.
Avaliação
A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas de discussão, a leitura das tirinhas e das histórias em quadrinhos, a criação dos cartazes, da história em
primeira pessoa, a discussão das questões apresentadas pelo educador, somadas
às intervenções dele, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.
Após constatar erros ortográficos, utilizar atividades específicas para a superação das dificuldades apresentadas pelos educandos na área da escrita e leitura. Podemos utilizar o apoio dos endereços abaixo:
•
http://www.atividadeseducativas.com.br/index.php?id=86 – Jogos ortográficos;
•
http://www.toondoo.com/createToon.do - Produção de histórias em quadrinhos;
•
http://www.nre.seed.pr.gov.br/pontagrossa/arquivos/File/EDUCACAO_BASI CA/SALA_DE_APOIO/Atividades_de_Ortografia.pdf - Atividades de apoio a
leitura e escrita;
•
http://educarparacrescer.abril.com.br/grafia/index.shtml - jogos ortográficos.
34
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos num momento postulado de contemporâneo com características
marcadas por mudanças e transformações sociais que refletem direta e
indiretamente no contexto escolar, pois, dizem respeito à vida social, cultural, política
e econômica de uma sociedade.
Nesse sentido, pensar na escola como um simples veículo de informação
não vem de encontro com as mais diversas mudanças que vem ocorrendo. A escola
hoje, deve ter como característica o papel de possibilitar, promover aos sujeitos
condições de se apropriarem da linguagem partindo de uma concepção, não de
representação individual de pensamento, mais sim, de poder estar num sistema e
práticas sociais de uso, ou seja, práticas de letramento.
Diante dessas transformações sociais, não se concebe nos dias atuais
práticas pedagógicas que não contemplem ao sujeito
apropriar-se da leitura e
escrita, afim de as utilizar no cotidiano letrado no qual se insere.
Desta forma o educador fará as intervenções pedagógicas utilizando-se do
gênero textual histórias em quadrinhos. Buscando minimizar junto aos educandos as
dificuldades na apropriação do letramento, com a inovação das práticas
pedagógicas que possam incluir todos os educandos na aquisição do conhecimento
da leitura e escrita.
35
8 REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Muito além da gramática. Por um ensino de línguas sem pedras no
caminho. São Paulo: Parábola Editora, 2007.
Atividades
de
apoio
a
leitura
e
escrita.
<
disponível
em:
http://www.nre.seed.pr.gov.br/pontagrossa/arquivos/File/EDUCACAO_BASICA/SALA
_DE_APOIO/Atividades_de_Ortografia.pdf > 10 de novembro de 2012.
Atividades
Educativas
<
disponível
em:
http://www.atividadeseducativas.com.br/index.php?id=86 > acessado em 16 de
novembro de 2012.
BAKHTIN, Mikhail Miklailovitch. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins
Fontes, 2011.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009.
CARVALHO, Djota. A Educação está no Gibi. São Paulo: Papirus, 2006.
CARVALHO, Rosita Edler. Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho
pedagógico. 3ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2010.
FIORIN, José Luiz. Introdução ao Pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática,
2008.
GOES, Maria Cecília Rafael de e LAPLANE, Adriana Lia Friszman (orgs.). Políticas
e Práticas de educação Inclusiva. 2ª ed. São Paulo: Autores Associados, 2007.
INAF - Indicador de Alfabetismo Funcional 2011. < Disponível em:
http://www.ipm.org.br/download/informe_resultados_inaf2011_versao
%20final_12072012b.pdf > acessado em 16 de outubro de 2012.
36
Jogo das Palavras < disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/grafia/index.shtml > acessado em 10 de novembro de 2012.
LEITE, Sérgio Antônio da Silva (org.) et al. Alfabetização e Letramento:
contribuição para as práticas pedagógicas. 4ª Ed. São Paulo: Komedi, 2008.
MIRAIS, Maria Stella. Produção de História em Quadrinhos (HQS) no
computador como estratégia de Ensino da Língua Portuguesa para alunos
surdos. Artigo da implementação do Projeto de Pesquisa e Caderno Pedagógico
desenvolvido para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da
Secretaria Estadual de Educação do Paraná - SEED. Londrina, 2009.
Programa Toondoo Disponível em: http://www.toondoo.com/createToon.do >
acessado em 16 de novembro de 2012.
PANTANO, Telma e Zorzi, Jaime Luiz. Neurociência aplicada à aprendizagem.
São José dos Campos: Pulso, 2009.
Portal
do
Professor
–
Espaço
da
aula
<
Disponível
em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html < Acessado em: 10 agosto de 2012.
RESENDE, Terezinha Cristina Campos de. Da Abóbora à Carruagem: a construção
do letramento. Veredas: Revista de estudos Lingüísticos. Acesso em 18 jun. 2012.
http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/artigo044.pdf
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceitozona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=3
>Acessado
em:
15
de
novembro de 2012.
SANTOS, Roberto Elisio dos. História em quadrinhos na sala de aula. In: XXVI Congresso Internacional de Ciências da Comunicação. BH/MG de 2 a 6 setembro de
37
2003.
Disponível
em:
http://www.scribd.com/doc/2901302/Historia-em-quadri-
nhos-na-sala-de-aula
Software HagáQuê < Disponível em:
http://pan.nied.unicamp.br/~hagaque >
Acessado em: 19 de junho de 2012.
SOARES, M. Português: uma proposta para o letramento. Livro 4 – Ensino
Fundamental. São Paulo: Moderna, 1999.
SOUZA,
Maurício.
Quadrinhos
da
Turma
da
Mônica.
Disponível
em:
www.monica.com.br/index.htm. Acesso em: 19 de jun. 2012.
VYGOTSKY. L. S. et al; tradução de: Maria da Pena Villalobos. Linguagem,
desenvolvimento e aprendizagem. 11ª ed. São Paulo: Ícone, 2010.
ZORZI, Jaime Luiz. Falando e Escrevendo: desenvolvimento e distúrbios da
linguagem oral e escrita. Curitiba: Editora Melo, 2010.
____________. Aprender a escrever: a apropriação do sistema ortográfico.
Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.
Universidade Federal de Campina Grande < disponível em:
http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?
codigo=12473 < acesso em 05 de novembro de 2012.
Download

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ