A inserção de histórias em quadrinhos no ambiente escolar para o
aprimoramento da qualidade e eficácia do ensino da língua
estrangeira
Helen Almeida de Souza1
Adriana Soares2
Resumo: a utilização das Histórias em Quadrinhos em sala de aula como possível recurso didáticopedagógico e, até mesmo, como metodologia de ensino de uma Língua Estrangeira, pode ser um
instrumento pedagógico viável e prático no processo de compreensão dos conteúdos de Língua
Inglesa apresentados durante as aulas. As Histórias em Quadrinhos também podem ser um recurso
estimulante para sensibilizar o aluno quanto a questões ou problemas referentes ao seu meio social,
como por exemplo, a inclusão social por meio da arte. Isto se justifica pelo fato de esta forma de
literatura ser bastante acessível a este público, possibilitando ao aluno fazer uma contextualização e
uma correlação entre o aprendizado da Língua Estrangeira e o empirismo do qual é detentor. Basta
que o professor medie este procedimento através da inserção de novos instrumentos de ensino –
como as Histórias em Quadrinhos – e através do incentivo constante ao gosto pela leitura e pelo
aprendizado de outra Língua, que não a materna.
Palavras-chave: PCN. Língua Estrangeira. Histórias em Quadrinhos. Ensino-aprendizagem.
Abstract: the use of comics in the classroom as a possible pedagogical and didactic resource and,
even as a methodology of a foreign language teaching, can be a feasible and practical teaching tool in
the process of understanding the English language contents presented during the classes. The comics
can also be a stimulating resource to sensitize the students on issues or problems relative to their
social environment such as social inclusion through the arts. This is justified by the fact that this form
of literature is quite accessible to this audience, enabling the student to do a contextualization and an
interconnection between the foreign language learning and empiricism which holds. It happens just
when teacher mediates this procedure through the insertion of new instrument of teaching – as the
comics – and through the frequent encouragement to like reading and learning another language,
which is not the mother tongue.
Keywords: PCN. Foreign Language. Comics. Teaching-learning.
Sobre o ensino de língua estrangeira
O ensino da Língua Estrangeira nada mais é que uma parte do ensino global.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – o PCN – a aprendizagem de
Língua Estrangeira (L.E.) contribui para o processo educacional como um todo, indo
muito além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas. Leva a uma
nova percepção da natureza da linguagem, aumenta a compreensão de como a
linguagem funciona e desenvolve maior consciência do funcionamento da própria
Língua Materna. Ao mesmo tempo, ao promover uma apreciação dos costumes e
valores de outras culturas, contribui para desenvolver a percepção da própria cultura
por meio da compreensão da(s) cultura(s) estrangeira(s). O desenvolvimento da
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Acadêmica do curso de Letras da FACOS.
Professora orientadora.
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habilidade de entender/dizer o que outras pessoas, em outros países, diriam em
determinadas situações leva, portanto, à compreensão tanto das culturas
estrangeiras quanto da cultura materna. Essa compreensão intercultural promove,
ainda, a aceitação das diferenças nas maneiras de expressão e de comportamento.
Paulo Freire (2001) afirma que a educação é decisiva na construção da cidadania e
na formação da consciência da dignidade humana e que, portanto, deve ser
libertadora, sendo a educação libertadora aquela que vê o educando como sujeito
da História. O diálogo é um traço essencial da educação libertadora. Todo esforço
de conscientização baseia-se no diálogo, na troca, nas discussões. Adaptando a
teoria freireana ao ensino da Língua Estrangeira, podemos considerar a Língua
Inglesa como libertadora tanto profissional quanto culturalmente, já que esta é
imprescindível para o desenvolvimento individual e coletivo.
É através da linguagem que o ser humano tem acesso aos significados da cultura
em que vive, estabelece relações entre as informações e constrói sentido para si e
para o mundo. Segundo o PCN (1998), o ensino de Língua Estrangeira, do mesmo
modo o ensino da Língua Materna, incorpora a questão de como as pessoas agem
na sociedade por meio da palavra, construindo o mundo social, a si mesmos e os
outros à sua volta.
Utilizando os subsídios linguísticos da Língua Materna, a criança envolvida no
processo de aprendizagem de uma Língua Estrangeira toma conhecimento de sua
condição no mundo – enquanto indivíduo inserido em uma determinada cultura,
notando, ao mesmo tempo, que sua cultura é parte constituinte de um mundo
multicultural. Essa primeira consideração a que deve chegar um aprendiz de uma
Língua Estrangeira é fundamental para que este se identifique como ser dotado de
habilidades e potencial comunicativos dentro de sua Língua Materna e,
consequentemente, dentro de sua cultura. Deriva disso a expectativa de que o aluno
perceba suas possibilidades de expansão no plano da comunicação, tendo acesso à
informação acerca de outras culturas na Língua em que tais informações veiculam
no mundo multicultural – e inserindo-se, assim, nesse mundo.
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Segundo o PCN, o processo sociointeracional de arquitetar o conhecimento
linguístico e aprender a utilizá-lo já foi percorrido pelo aluno do terceiro ciclo do
Ensino Fundamental no desafio de aprender sua Língua Materna. Ao chegar ao 6º
ano, a criança já é um falante fluente de sua Língua e competente para os usos que
se apresentam nas comunidades discursivas imediatas das quais participa em sua
socialização. Essas comunidades discursivas podem exigir a aprendizagem de uma
variedade da Língua Materna ou de padrões interacionais diferentes dos que teve
acesso em casa (por exemplo, modos de interagir com outra pessoa em sala de
aula). Assim, aprendendo uma LE, o indivíduo vai aumentar o conhecimento sobre
sua Língua Materna, por meio de comparações com a Língua Estrangeira em vários
níveis, possibilitando a construção de significados em outras Línguas, tornando-se
um ser discursivo no uso da LE.
Para que o processo de construção de significados de natureza sociointeracional
seja possível, são utilizados três tipos de conhecimento: conhecimento sistêmico,
conhecimento de mundo e conhecimento da organização dos textos. Esses
conhecimentos compõem a competência comunicativa do aluno e o preparam para o
engajamento discursivo. Estando engajado discursivamente, o aluno terá a
possibilidade de comunicar-se fenomenologicamente sem grandes dificuldades.
A aprendizagem da língua estrangeira através de recursos lecto-visuais, como
histórias em quadrinhos
Em um mundo letrado, ler é possibilidade de autonomia, cidadania e felicidade,
sendo o leitor aquele capaz de produzir sentido e de compreender as expressões
formais e simbólicas, não importando a linguagem (Martins, 1986). Esse processo
começa, como ensina Freire (1994), a partir da leitura de mundo. Em outras
palavras, a leitura de mundo é o ponto de partida para a leitura da palavra escrita.
Assim somos, a princípio, leitores em potencial, contudo o desenvolvimento desse
potencial está relacionado à qualidade das descobertas e experiências vivenciadas
ao longo da vida, especialmente na infância. Os atos da leitura antecedem a leitura
das palavras. Desde que nascemos, constituímos um sistema de referências com o
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qual vamos dando significação ao mundo. Elaboramos este sistema como
linguagem para viver no mundo, falar do mundo e compreender esse mundo.
De acordo com o PCN (1998), a Língua Estrangeira deve ser trabalhada de modo
que desenvolva o letramento crítico e o ensino norteado pelos gêneros de textos –
sendo as Histórias em Quadrinhos (HQ) um desses gêneros. Este gênero tem sido
estudado e trabalhado como um recurso pedagógico em aulas de ensinoaprendizado de Língua Materna e de Língua Estrangeira. Além disso, é fato que as
Histórias em Quadrinhos – por serem um meio de comunicação multimodal, isto é,
que se constrói a partir de dois signos gráficos: o visual e o linguístico e por ser de
grande circulação entre os jovens – podem ser também um eficiente recurso
pedagógico porque nelas coexistem a linguagem verbal e a linguagem não-verbal,
facilitando a compreensão e contribuindo para o desenvolvimento da autonomia e
incentivando o gosto pela leitura. Isto pode ser corroborado pelo fato de os livros
didáticos utilizarem das HQ como forma de elucidar algum tópico gramatical e/ou
explicação conceitual.
A linguagem particular desse tipo de arte consiste num grupo de elementos como
imagens, onomatopeias, palavras e a sequência de painéis. No livro “Quadrinho e
Arte Sequencial” de Eisner (1985), o autor fala sobre as técnicas de narrativa e de
comunicação através dos quadrinhos e seus livros são escritos como uma História
em Quadrinhos para explicar a estrutura narrativa, formando um trabalho
metalinguístico. Eisner (1985) argumenta que a combinação texto e imagem na HQ
não pode ser vista sob ótica simplista, quando não se dá maior atenção aos
elementos que compõem o gênero. Desse modo, ao se deparar com um texto em
quadrinhos, é possível que o aluno não tenha conhecimento dos elementos (balões,
onomatopeias, distanciamentos, perspectivas, timing e tempo, etc) necessários para
processá-lo cognitivamente, o que pode ocasionar desvios de compreensão ou má
interpretação desse texto – problemas estes que podem ser extremamente
agravados quando a HQ exposta ao aluno está em Língua Estrangeira, neste caso o
Inglês. Por isso nota-se que os educadores de LE hodiernos são receosos quanto à
utilização deste recurso em sala de aula, optando por utilizar principalmente a
abordagem sistêmica e estrutural da Língua com aplicação de atividades mecânicas,
desvinculando o Inglês da realidade do aluno.
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Além disso, gradativamente os alunos parecem apresentar maior dificuldade e
menor interesse pela atividade da leitura, seja ela um compromisso pedagógico ou
apenas uma atividade de lazer. Assim, mais do que nunca, o professor precisa
utilizar de novos métodos de ensino e novos artifícios para atrair a atenção de seus
alunos. Deste modo, o PCN sugere que sejam trabalhadas as Histórias em
Quadrinhos como modo de diversificação da linguagem de textos informativos,
sendo o professor o mediador entre o aluno e o conhecimento contido na história –
mediação que ocorre através da decodificação das mensagens por meio das
imagens. Portanto, para que o ensino da LE por meio das HQ tenha efetividade, o
professor também terá que explicar os elementos textuais característicos deste
gênero.
As Histórias em Quadrinhos, como forma de ensino de LE, podem ser muito úteis
por relacionarem imagem e Língua. Isso permite que o leitor possa estabelecer uma
relação entre o contexto e os elementos gramático-linguísticos apresentados nos
quadrinhos, fazendo com que seja possível uma ampliação de vocabulário por meio
de algo que está intrinsecamente ligado ao lazer – posto que o objetivo principal das
HQ é o de divertir o leitor. Ao adquirir o hábito de ler Histórias em Quadrinhos em
Inglês, o leitor poderá adquirir maior fluência na LE se fizer uma relação aos
significados edificados em sua Língua Materna, já que mesmo não atribuindo
significado a itens lexicais desconhecidos é possível compreender e interpretar uma
História em Quadrinhos por meio das inferências e do empirismo do leitor, que por
sua vez fará, inicialmente, atribuições fragmentadas de sentido, mas posteriormente
no contexto perceberá o todo.
A inserção das histórias em quadrinhos através da aplicação do projeto the
wonderful world of comic books em turmas de ensino fundamental – um relato
de experiência
O Projeto
No período compreendido entre setembro e novembro de 2011, foi aplicado um
projeto chamado “The Wonderful World of Comic Books” – (O Maravilhoso Mundo
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das Histórias em Quadrinhos), o qual teve como proposta inserir as Histórias em
Quadrinhos na metodologia de ensino do Inglês em sala de aula e, ao mesmo
tempo, abordar a importância desse gênero textual como um recurso para uma
aprendizagem lúdica.
O projeto teve a duração de 16 horas/aula e foi aplicado em um 7° ano do Ensino
Fundamental. Para introduzi-lo, foi feita uma entrevista com os alunos sobre as
Histórias em Quadrinhos e sobre o tipo de atividades que eles gostavam de fazer
nas aulas de Inglês, incluindo também perguntas sobre os gostos pessoais de cada
um. Embora a entrevista parecesse normal, as últimas duas perguntas não eram
realmente perguntas e sim testes de atenção, pois somente quem tivesse lido a
entrevista até o final – antes de respondê-la – saberia que as três primeiras
perguntas deveriam ser respondidas com outra cor de caneta (para diferenciar o
leitor atento do não atento). A intenção desse teste foi verificar se os alunos
costumavam prestar atenção na ordem das atividades antes de fazê-las, porém
somente alguns alunos demonstraram que são atentos. Já os que não passaram no
teste, tentaram burlá-lo escrevendo de outra cor por cima das três primeiras
respostas, todavia não foi possível porque ainda assim o erro era evidente. Essa
atividade, inserida na entrevista, foi importante para fazer com que os alunos
percebessem
o
que
cotidianamente
costumam
fazer
nas
aulas
e,
consequentemente, também fez com que eles passassem a evitar que esse tipo de
acontecimento ocorresse novamente.
As quatro primeiras perguntas da entrevista, incluindo as três que deveriam ser
respondidas de outra cor, foram redigidas em Inglês e, embora fossem bem simples
e conhecidas, como “what’s your name?”, apenas um pequeno número de alunos
conseguiu responder sem nenhum erro (e com a ajuda do dicionário) – um dado
preocupante de nivelamento dos alunos de Língua Inglesa do Ensino Fundamental.
Apesar disso, boa parte dos entrevistados respondeu que se sente atraída pela
leitura de HQ e mostrou-se empolgada com o tema do projeto.
Durante as 16 horas – ou oito dias – de projeto, os alunos foram bem receptivos com
relação ao tema. No período em que foram feitas as observações à turma
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(antecedente à entrevista), foi possível constatar que os alunos eram um pouco
relutantes em relação ao aprendizado do Inglês, embora gostassem. Também foi
possível perceber que não havia muitos recursos variados para o ensino da Língua,
além de livros didáticos com CDs e dicionários (em número insuficiente)
disponibilizados pela escola. Então, com a inserção daquele novo instrumento
utilizado durante as aulas – o gênero HQ –, os alunos demonstraram um maior
interesse pela Língua Inglesa e renderam muito mais do que o esperado.
Ao longo das aulas desenvolvidas dentro do projeto, os alunos puderam manusear
diversas comic strips3 e comic books4 em Língua Inglesa, o que inicialmente
provocou um estranhamento unânime, já que não é muito comum vermos charges
ou gibis em Inglês. Assim, movidos pela curiosidade, os alunos tiveram contato pela
primeira vez com esses materiais diferentes, que foram levados à sala com o intuito
de fazê-los habituarem-se gradativamente, já que na culminância do projeto seria
feita a produção artística de uma tirinha em Inglês; Em seguida, foram trabalhadas
também as figuras de linguagem próprias do gênero (onomatopeias, metáforas...),
os tipos de balões e também as interjeições – tudo isso interligado ao conteúdo
trabalhado, que era o Simple Present Tense.
Ao perceber, durante a prática, que a turma rendia mais quando trabalhava em
pequenos grupos e que também o conhecimento sobre o tema do projeto já estava
internalizado nos alunos ao ponto de dar-lhes segurança suficiente para uma
possível produção textual, foi então proposta a atividade de culminância em duplas:
a criação de um pequeno diálogo contendo algumas onomatopeias, interjeições e
tipos de balões (ou seja, o que foi trabalhado durante o projeto), para verificar o que
foi possível aprender com e sobre o tema. E, no último dia, os alunos trouxeram os
trabalhos prontos e expuseram-nos em um sarau, relatando que a experiência tinha
sido muito motivante.
A motivação
Em se tratando do ensino de Línguas Estrangeiras, a motivação é fundamental, pois
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Tirinhas.
Gibis.
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o aluno sente-se intimidado ao deparar-se com uma nova Língua, que não a
Materna. É nesse contexto que a importância das HQ se insere: elas, quando sendo
utilizadas como uma ferramenta para o ensino, fazem com que o aluno sinta mais
segurança e prazer em aprender. E geralmente os alunos preferem a leitura de HQ e
mangás5, do que os tradicionais livros de literatura, devido à atratividade do texto e o
entretenimento que este mesmo texto proporciona. Além disso, as HQ utilizam de
uma poderosa combinação: texto e imagem – o que pode ser considerado um
facilitador aos processos de compreensão e memorização. Segundo Barbosa &
Vergueiro (2004):
Palavras e imagens, juntos, ensinam de forma mais eficiente – a
interligação do texto com a imagem, existente nas histórias em quadrinhos,
amplia a compreensão de conceitos de uma forma que qualquer um dos
códigos, isoladamente, teria dificuldades para atingir. (BARBOSA &
VERGUEIRO, 2004, p.22)
A compreensão e a memorização acontecem quando o aluno, ao ter contato com as
Histórias em Quadrinhos, se depara com novas palavras em Inglês (e até mesmo
com as palavras já conhecidas em diferentes situações/usos), fazendo com que o
vocabulário seja ampliado por meio da associação entre imagem e texto – texto esse
completamente diferente e acessível do que os utilizados pelos livros didáticos
tradicionais. E ainda, devido ao conteúdo das HQ ser de caráter global e
acompanhar os fatos que ocorrem a todo o momento no mundo inteiro, é possível
abordar vários temas através desse gênero textual, não somente nas aulas das
Línguas Estrangeiras e Materna, mas também em outras disciplinas escolares.
Conclusão
A recomendação de usar o gênero Histórias em Quadrinhos nas escolas é feita
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira, porque a prática
constante de leitura através da inserção das Histórias em Quadrinhos no contexto
escolar pode ser utilizada como um método para a aquisição do conhecimento e
familiarização com a Língua Estrangeira, de forma que o ensino-aprendizagem
ocorra de forma lúdica e prazerosa. O educando, ao ter contato com as Histórias em
Quadrinhos, perceberá nelas o gosto pela leitura e se sentirá motivado a aprender o
O mangá (português brasileiro) ou manga (português europeu) (漫画 em japonês, literalmente história(s) em quadrinhos)
é a palavra usada para designar as histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês.
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Inglês, pois estabelecerá um vínculo entre a leitura como prazer e a leitura como
fonte de conhecimento, além de construir significados partindo do conhecimento
estrutural – já arquitetado e internalizado – da Língua Materna. Deste modo, buscará
novas informações constantemente em diversos gêneros textuais que não somente
o das Histórias em Quadrinhos.
Para que tudo isso ocorra, é necessário também que haja empenho e estímulo por
parte do educador, sendo este o mediador entre o aluno e o conhecimento, que se
dará através das Histórias em Quadrinhos. O papel do educador, além de mediar,
será o de enfatizar e incentivar a produção artística não apenas como instrumento
didático, mas como produção estética autônoma inserida na cultura e na sociedade,
contribuindo para que o aluno possa ser um ator importante na difusão do
conhecimento a partir de um processo que se inicia nos procedimentos didáticos e
culmina com a liberdade de expressão linguístico-artística, proporcionando uma
nova dimensão dialógica do processo de ensino-aprendizagem da Língua
Estrangeira.
Referências
BARBOSA, Alexandre; VERGUEIRO, Waldomiro (orgs.). Como usar as histórias
em quadrinhos em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004.
BRASIL,
Secretaria
de
Educação
Fundamental.
Parâmetros
Curriculares
Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental. Brasília. MEC/SEF.
1998.
EISNER, E. W. The enlightened eye: qualitative enquiry and the enhancement of
educational practice. New Jersey: Merril Practice Hall, 1998.
______. Quadrinhos e arte sequencial. (Trad. Luiz Carlos Borges). 3 ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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______. Educação como prática da liberdade. São Paulo: 25. ed. Paz e Terra,
2001.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1986.
WIKIPÉDIA. Mangá. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mang%C3%A1.
Acessado em: 23 de maio de 2012.
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