Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios
BES passado a pente fino por PwC e Deloitte
Diogo Cavaleiro | [email protected], Helena Garrido | [email protected]
A conduta da gestão do BES está a ser avaliada pela Deloitte na auditoria forense. Mas há
outra auditoria em campo às contas.
PricewaterhouseCoopers e Deloitte. São estas duas as auditoras que estão a olhar para o Banco
Espírito Santo. O novo e o velho. O antigo BES e o Novo Banco. Por ordem do Banco de Portugal.
A auditoria forense é a mais mediática. Feita pelo regulador do sector financeiro com a
participação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e com a
Deloitte. Acabou por detectar, alegadamente, eventuais irregularidades
cometidas nos últimos momentos da gestão liderada por Ricardo Salgado.
As conclusões começaram já a ser noticiadas por vários jornais,
sendo que o i e o Correio da Manhã avançaram que quatro das cinco
linhas de investigação já estão concluídas.
Fala-se, segundo a SIC, em alegadas "gigantescas transferências" que
favoreceram alguns accionistas e clientes.
Estas conclusões foram noticiadas pouco depois de Salgado e os
restantes nove membros da comissão de auditoria terem sido convidados
a prestar declarações à equipa da Deloitte. Aliás, fonte próxima do exbanqueiro veio dizer que Salgado se recusava a prestar declarações. "A colaboração com a Deloitte
constituirá uma mera formalidade, com vista a criar um aparente e falso exercício de contraditório", defendeu-se.
E esta auditoria que tem gerado polémica com os deputados da comissão de inquérito, já
que, pode nem chegar lá directamente, dado que poderá ser enviada directamente para o
Ministério Público e colocada ao abrigo do segredo de justiça.
O imenso leque de notícias sobre as auditorias forenses, a ausência de desmentidos e as
declarações contrárias têm trazido dúvidas sobre o número de avaliações a serem feitas. Mas há
outra auditora em campo no que diz respeito ao BES. E a PwC. E ela - para onde transitaram dois
antigos altos dirigentes do Banco de Portugal - que está, a pedido do regulador, a realizar uma
avaliação dos activos. E ela que está a auditar o balanço inicial do Novo Banco. Um balanço que
ainda espera o aval do Banco Central Europeu.
As acções passadas e presentes da instituição estão a ser alvo de atenção do regulador, que
pretende intensificar este tipo de acções na banca, de modo a orientar e avaliar a "conduta" da
gestão.
2014-11-14
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