Sabedoria: o caminho da felicidade! “Honre ao SENHOR com todos os seus recursos ... seus celeiros ficarão plenamente cheios” (Pv 3.9-10). A vida e paz procedem de um coração que ama a vontade de Deus. Aqueles que são respeitados pelo próximo e amados de Deus semearam fidelidade e bondade. Confiar em Deus é ser direcionado nas vias da existência. E uma pessoa feliz terá bons reflexos desta em seu corpo. Veremos hoje qual princípio adotar para ser suprido em suas necessidades materiais, tendo o suficiente para viver e até para repartir com os necessitados. Princípio 5: “honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações” (9). Salomão está dizendo da necessidade de honrar a Deus com o seu dinheiro. Não há assunto mais polêmico do que este, contudo o sábio não tem problema em tratar aquilo que ele experimenta como princípio de vida. Nosso receio quanto ao assunto vem das distorções acontecidas em relação ao mesmo. Necessitamos entender que um princípio não pode ser alterado ou desprezado porque alguém não consegue vivê-lo ou o utiliza mal. Vejamos! Honrar ao Senhor com nossos bens significa pelo menos: 1) Ganhá-lo honestamente, como fruto de seu trabalho; 2) Administrá-lo coerentemente, sem esbanjar, nem oprimir quem dele precisa, especialmente aqueles que estiverem servindo a você (Pv 22.22). “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas este honra o que se compadece do necessitado” (Pv 14.31); 3) Reparti-lo generosamente, na medida de suas posses e na medida das necessidades alheias. Separar uma parte para o avanço da obra de Deus e outra para ajudar a quem dele precisa. O sábio escreve: “O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre” (Pv 22.9). “O que tapa o ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido” (Pv 21.13). “Quem se compadece do pobre ao SENHOR empresta, e este lhe paga o seu benefício” (Pv 19.17). A filosofia bíblica mostra que ajudar ao necessitado, das múltiplas formas existentes, é emprestar ou fazer ao próprio Deus, que não fica devendo nada a ninguém. O fato é: aqueles que ganham seus recursos financeiros honestamente, os administram coerentemente e utilizam destes para aliviar a dor alheia em nível material, espiritual, intelectual, psicológica ou social estão honrando ao Senhor com os seus bens. Estes sempre terão o que precisam e normalmente, mais do que precisam. O Eterno é sempre justo. 5ª consequência: “os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de vinho” (10). Ou: “Faça isso, e os seus depósitos ficarão cheios de cereais, e você terá tanto vinho, que não será capaz de armazenar” (NTLH). Os cereais eram o alimento básico e o vinho, símbolo da felicidade e benção de Deus. Do hebraico, tirosh, “vinho novo”, “vinho fresco”, não fermentado. “É natural supor que se deva fazer distinção entre, de um lado, essa palavra, que designa um produto frequentemente associado à frutuosidade, à produtividade e à benção, e, de outro, yayin e shekar [vinho], que claramente são embriagantes e muitas vezes são mencionados juntos”. (Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento). A ideia do texto é que Deus abençoará aquele que não faz de seus recursos um deus, deixando-se dominar por ele, mas usa seus recursos para honrá-lo, cuidar dos seus e ajudar o próximo necessitado. Toda espiritualidade verdadeira envolve todas as áreas da vida. Vivê-la com sabedoria traz felicidade e envolve também a forma como trabalhamos com as finanças. Quem não encontra a felicidade acaba achando que o dinheiro a traz. Como diz o filósofo alemão Schopenhauer (17881860): “O dinheiro é uma felicidade humana abstrata; por isso aquele que já não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele”. E o Jurista Paulo (c.a 567 d.C) completa: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (1Tm 6.10). Que sejamos sábios para amar a Deus e as pessoas e usar o dinheiro para esse fim, ao contrário de amarmos o dinheiro e usarmos Deus e as pessoas a fim de adquiri-lo e depois terminarmos só e infelizes. Rev. Heliel G. Carvalho – [email protected]