1
Nome do(a) Aluno(a) (Legível)
Curso:
EnsinoUniversitário
Data:
Período:
Matrícula:
Nota:
Assinatura:
CachoeiroPROVA:
deItap
em
irim-ES
“PROJETO LEITURA VIVA – VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS”
OBSERVAÇÕES:
1. Leia atentamente as questões, a interpretação é parte integrante da avaliação, POR ISSO, NÃO CHAME O
PROFESSOR, ELE NÃO RESPONDERÁ ÀS DÚVIDAS – POR FAVOR NÃO INSISTA;
2. As respostas deverão ser dadas a caneta. As respostas deixadas a lápis serão corrigidas, no entanto, não serão
revisadas;
3. A avaliação é individual e com consulta apenas no material. Não converse com o seu colega, pois assim sua
prova será recolhida;
4. Confira se a sua prova tem cinco folhas e dez questões.
ORIENTAÇÕES:
 As citações de trechos da obra “Vidas Secas” referem-se à versão disponibilizada no portal
da biblioteca da UNES, conforme o regulamento: Artigo 4º - A atividade extensionista será
de consulta individual, no entanto, apenas o livro e o material disponibilizado no Portal da
Biblioteca da UNES, poderão ser utilizados. Ou seja, é vedada qualquer tipo de utilização de
xerox ou demais versões on line, dentre outros.
 As questões objetivas possuem apenas uma resposta correta.
 A questão discursiva deve ser desenvolvida a caneta, azul ou preta, no espaço limite de
cinco linhas.
1)
No início do capítulo V, “O menino mais novo”, lemos o trecho: Naquele momento
Fabiano lhe causava grande admiração (pág. 26, linha 05). Este refere-se à admiração do
menino mais novo por Fabiano. Isso ocorria quando:
a)
b)
c)
d)
2)
Fabiano estava contando histórias à beira da fogueira.
Baleia recebia carinhos de Fabiano.
Fabiano fazia-lhe algum carinho.
Fabiano exercendo o trabalho de vaqueiro e de montaria.
Na obra Vidas Secas, Fabiano intitula-se como bicho. Isso se deve, sobretudo:
a) À precária condição de vida a que era submetido, pois o personagem não tem a possibilidade
de viver dignamente como um homem.
b) Ao fato de Fabiano não saber articular corretamente as palavras.
c) À interação plena com o meio ambiente, possível apenas a animais selvagens.
d) Nenhuma das respostas anteriores.
2
3)
Uma das características consideradas comuns à escrita de Graciliano Ramos é O estilo
formal de escrita e a caracterização do “eu” em constante conflito (até mesmo violento) com o
mundo, a opressão e a dor. Entretanto, sabemos que tal característica não estará presente em
toda a obra. Sendo assim, marque a alternativa que não corresponde a essa característica:
a) Defronte do carro de bois faltou-lhe a perna traseira. E, perdendo muito sangue, andou como
gente, em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo. Quis recuar e
esconder-se debaixo do carro, mas teve medo da roda. (pág. 48, linhas 39 a 41).
b) Fabiano esfregou as mãos satisfeito e empurrou os tições com a ponta da alpercata. As
brasas estalaram, a cinza caiu, um círculo de luz espalhou-se em redor da trempe de pedras,
clareando vagamente os pés do vaqueiro, os joelhos da mulher e os meninos deitados (pág.
34, linhas 09 a 13).
c) Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a idéia de abandonar o filho naquele
descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto,
examinou os arredores. Sinha Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e
afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha,
guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos
encostados no estômago, frio como um defunto (pág. 36 a 43).
d) Comparando-se aos tipos da cidade, Fabiano reconhecia-se inferior. Por isso desconfiava
que os outros mangavam dele. Fazia-se carrancudo e evitava conversas. (pág. 42, linhas 08 a
10)
4)
No trecho “O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água,
queriam matar o gado” (pág. 60, linhas 05 a 07), a que se referem as excomungadas:
a)
b)
c)
d)
5)
As brasas do calor que estava para assolar o sertão.
As pragas que Sinhá Vitória vociferava contra a seca.
As aves que surgiam “prenunciando” a seca.
Nenhuma das respostas anteriores.
Marque a opção em que o trecho destacado corresponda à voz do narrador:
a) Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O
vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com
algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão
direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu
Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria? (pág. 14, linhas 21 a 27)
b) Os dois meninos espiavam os lampiões e adivinhavam casos extraordinários. Não sentiam
curiosidade, sentiam medo, e por isso pisavam devagar, receando chamar a atenção das
pessoas. Supunham que existiam mundos diferentes da fazenda, mundos maravilhosos na
serra azulada. Aquilo, porém, era esquisito. Como podia haver tantas casas e tanta gente?
Com certeza os, homens iriam brigar. Seria que o povo ali era brabo e não consentia
que eles andassem entre as barracas? (pág. 40, linhas 34 a 42)
c) Estava convencido de que todos os habitantes da cidade eram ruins. Mordeu os beiços. Não
poderia dizer semelhante coisa. Por falta menor agüentara facão e dormira na cadeia. Ora, o
soldado amarelo. .. Sacudiu a cabeça, livrou-se da recordação desagradável e procurou uma
cara amiga na multidão.
d) Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e
amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia,
sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente,
enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta,
3
grossa na base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel. (pág. 47, linhas 06 a
12)
6)
Leia o comentário de Álvaro Lins, um dos primeiros críticos literários a se debruçar
sobre a obra de Graciliano Ramos: “O outro defeito é o excesso de introspecção em
personagens tão primários e rústicos, estando constituída quase toda a novela de monólogos
interiores [...]”. Assinale a opção que exemplifica tal monólogo interior:
a) Não poderia morder Fabiano: tinha nascido perto dele, numa camarinha, sob a cama de
varas, e consumira a existência em submissão, ladrando para juntar o gado quando o
vaqueiro batia palmas. (pág. 49, linhas 34 a 36).
b) Em horas de maluqueira Fabiano desejava imitá-lo: dizia palavras difíceis, truncando tudo, o
convencia-se de que melhorava. (pág 11, linhas 18 a 20).
c) Pôs-se a caminhar, banzeiro, até que o irmão e Baleia levaram as cabras ao bebedouro. A
porteira abriu-se, um fartum espalhou-se pelos arredores, os chocalhos soaram, a camisinha
de algodão atravessou o pátio, contornou as pedras onde se atiravam cobras mortas, passou
os juazeiros, desceu a ladeira, alcançou a margem do rio (pág. 27, de 38 a 43).
d) Fabiano aligeirou o passo, esqueceu a fome, a canseira e os ferimentos. As alpercatas dele
estavam gastas nos saltos, e a embira tinha-lhe aberto entre os dedos rachaduras muito
dolorosas. Os calcanhares, duros como cascos, gretavam-se e sangravam (pág. 04, linhas 35
a 39).
7)
Avaliando o posicionamento crítico do trecho teórico apresentado na questão anterior,
assinale a opção que se apresenta como um eficaz contraponto a Álvaro Lins:
a) De fato, personagens rústicos não teriam uma capacidade linguística aprimorado para
efetuarem monólogos interiores.
b) O monólogo interior é extremamente possível, uma vez que todos ser humano é capaz de
executá-lo.
c) No plano ficcional, apesar da precariedade linguística de cada personagem, a qual os
animaliza, há história acumulada, percepções intensas e reflexão contínua – perpassadas
pela voz do narrador e, por essa razão, possíveis no plano da narrativa proposta.
d) o autor, valendo-se pela primeira vez de um narrador ficcional em terceira pessoa, deseja
perseguir um tipo de vivência a que falta exatamente o sentido de história como ordenação,
como progressão dos acontecimentos, como sucessão épica reveladora ou qualificação do
tempo em avanço, num universo de personagens carentes da articulação plena da linguagem
verbal, do discurso pelo qual pudessem se dar a conhecer de modo mais exteriorizado e
objetivo.
8)
A seguir, outro trecho teórico de Graciliano Ramos, agora de um artigo produzido por
Marcio Fonseca Pereira, publicado pelo XII Congresso Internacional da ABRALIC:
“Importantes críticos literários brasileiros são concordantes em definir a obra de Graciliano Ramos
a partir do que consideram o seu traço mais visível: o pessimismo. Antonio Candido o entende
como traço herdado pelo Graciliano ainda criança, Otto Maria Carpeaux, como uma visão
existencial, filosoficamente negativa do mundo, Silviano Santiago, por sua vez, o vê a partir de
uma repressão dos sentimentos, analisada em sentido freudiano. Isso para ficarmos com apenas
três dos críticos mais importantes.”
O trecho acima aponta três possíveis explicações para o pessimismo em Graciliano Ramos: uma de
Antonio Candido, outra de Otto Maria Carpeaux e o terceiro de Silviano Santiago, todos os três,
4
importantes estudiosos das produções literárias no Brasil. Observe que a idéia central de cada um
está destacada em negrito.
A partir do exposto, leia os três trechos da obra “Vidas Secas” a seguir:
I
Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era.
Repetia docilmente as palavras de Sinhá Vitória, as palavras que Sinhá Vitória murmurava porque
tinha confiança nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de
pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois
velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer?
Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E
o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos,
como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos. (pág. 71, linhas 12 a 24)
II
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar
alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário - e a obstinação da criança
irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o
vaqueiro precisava chegar, não sabia onde. (pág. 03, linhas 27 a 32)
III
Queria enganar-se, gritar, dizer que era forte, e a quentura medonha, as árvores transformadas em
garranchos, a imobilidade e o silêncio não valiam nada. Chegou-se a Fabiano, amparou-o e
amparou-se, esqueceu os objetos próximos, os espinhos, as arribações, os urubus que farejavam
carniça. Falou no passado, confundiu-o com o futuro. Não poderia voltar a ser o que já tinham sido?
Fabiano hesitou, resmungou, como fazia sempre que lhe dirigiam palavras incompreensíveis. Mas
achou bom que Sinhá Vitória tivesse puxado conversa. Ia num desespero, o saco da comida e o aió
começavam a pesar excessivamente. (pág. 67, linhas 01 a 11)
Correspondem a exatos exemplos do que afirmam Antonio Candido, Otto Maria Carpeaux e
Silviano Santiago, respectivamente, o (s) trecho (s):
a)
b)
c)
d)
I e II.
II e III.
I, II e III.
I e III.
9)
No trecho Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a
decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia. (pág. 47, linhas 32 a 34), o período
em negrito corresponde a um julgamento:
a) Do narrador.
b) Da própria baleia.
c) De Sinhá Vitória. (QUESTÃO ANULADA. POIS APENAS “POBRE BALEIA
DEVERIA ESTAR EM NEGRITO. TODOS GANHAM 0,2 PONTOS)
d) Do Fabiano.
5
10)
A seguir, um trecho teórico de Ronaldo Morel Pinto, sobre Graciliano Ramos e sua
obra “Vidas Secas”:
“Parece que, dentro da posição pessimista e negativista do autor, segundo a qual as pessoas
nunca fazem o que desejam, mas o que as circunstâncias impõem, gestos, intenções, desejos
e esforços, tudo se torna inútil”
Comente sobre o que o teórico diz sobre a obra. Explique como essa afirmação ocorre no texto.
Leve em conta a trama e, também, o foco narrativo.
O foco narrativo em 1ª pessoa concretiza claramente esse conceito de que os personagens de Vidas
Secas não dominam sua própria existência, ou seja, a história deles não é narrada por eles mesmos.
Uma extensão da própria trama, pois eles vivem fugindo da Seca, submissos ao que o território e o
clima hostil lhes impõem. E não apenas essa imposição, mas todas relativas a um sistema social que
os desconsidera e exclui: o sertão, o Estado, o patrão.
Boa Prova... UNES!!!
1
Nome do(a) Aluno(a) (Legível)
Curso:
EnsinoUniversitário
Data:
Período:
Matrícula:
Nota:
Assinatura:
CachoeiroPROVA:
deItap
em
irim-ES
“PROJETO LEITURA VIVA – VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS”
OBSERVAÇÕES:
1. Leia atentamente as questões, a interpretação é parte integrante da avaliação, POR ISSO, NÃO CHAME O
PROFESSOR, ELE NÃO RESPONDERÁ ÀS DÚVIDAS – POR FAVOR NÃO INSISTA;
2. As respostas deverão ser dadas a caneta. As respostas deixadas a lápis serão corrigidas, no entanto, não serão
revisadas;
3. A avaliação é individual e com consulta apenas no material. Não converse com o seu colega, pois assim sua
prova será recolhida;
4. Confira se a sua prova tem cinco folhas e dez questões.
ORIENTAÇÕES:
 As citações de trechos da obra “Vidas Secas” referem-se à versão disponibilizada no portal
da biblioteca da UNES, conforme o regulamento: Artigo 4º - A atividade extensionista será
de consulta individual, no entanto, apenas o livro e o material disponibilizado no Portal da
Biblioteca da UNES, poderão ser utilizados. Ou seja, é vedada qualquer tipo de utilização de
xerox ou demais versões on line, dentre outros.
 As questões objetivas possuem apenas uma resposta correta.
 A questão discursiva deve ser desenvolvida a caneta, azul ou preta, no espaço limite de
cinco linhas.
1)
Leia o comentário de Álvaro Lins, um dos primeiros críticos literários a se debruçar
sobre a obra de Graciliano Ramos: “O outro defeito é o excesso de introspecção em
personagens tão primários e rústicos, estando constituída quase toda a novela de monólogos
interiores [...]”. Assinale a opção que exemplifica tal monólogo interior:
a) Não poderia morder Fabiano: tinha nascido perto dele, numa camarinha, sob a cama de
varas, e consumira a existência em submissão, ladrando para juntar o gado quando o
vaqueiro batia palmas. (pág. 49, linhas 34 a 36).
b) Em horas de maluqueira Fabiano desejava imitá-lo: dizia palavras difíceis, truncando tudo, o
convencia-se de que melhorava. (pág 11, linhas 18 a 20).
c) Pôs-se a caminhar, banzeiro, até que o irmão e Baleia levaram as cabras ao bebedouro. A
porteira abriu-se, um fartum espalhou-se pelos arredores, os chocalhos soaram, a camisinha
de algodão atravessou o pátio, contornou as pedras onde se atiravam cobras mortas, passou
os juazeiros, desceu a ladeira, alcançou a margem do rio (pág. 27, de 38 a 43).
d) Fabiano aligeirou o passo, esqueceu a fome, a canseira e os ferimentos. As alpercatas dele
estavam gastas nos saltos, e a embira tinha-lhe aberto entre os dedos rachaduras muito
dolorosas. Os calcanhares, duros como cascos, gretavam-se e sangravam (pág. 04, linhas 35
a 39).
2
2)
Avaliando o posicionamento crítico do trecho teórico apresentado na questão anterior,
assinale a opção que se apresenta como um eficaz contraponto a Álvaro Lins:
a) De fato, personagens rústicos não teriam uma capacidade linguística aprimorado para
efetuarem monólogos interiores.
b) O monólogo interior é extremamente possível, uma vez que todos ser humano é capaz de
executá-lo.
c) No plano ficcional, apesar da precariedade linguística de cada personagem, a qual os
animaliza, há história acumulada, percepções intensas e reflexão contínua – perpassadas
pela voz do narrador e, por essa razão, possíveis no plano da narrativa proposta.
d) o autor, valendo-se pela primeira vez de um narrador ficcional em terceira pessoa, deseja
perseguir um tipo de vivência a que falta exatamente o sentido de história como ordenação,
como progressão dos acontecimentos, como sucessão épica reveladora ou qualificação do
tempo em avanço, num universo de personagens carentes da articulação plena da linguagem
verbal, do discurso pelo qual pudessem se dar a conhecer de modo mais exteriorizado e
objetivo.
3)
A seguir, outro trecho teórico de Graciliano Ramos, agora de um artigo produzido por
Marcio Fonseca Pereira, publicado pelo XII Congresso Internacional da ABRALIC:
“Importantes críticos literários brasileiros são concordantes em definir a obra de Graciliano Ramos
a partir do que consideram o seu traço mais visível: o pessimismo. Antonio Candido o entende
como traço herdado pelo Graciliano ainda criança, Otto Maria Carpeaux, como uma visão
existencial, filosoficamente negativa do mundo, Silviano Santiago, por sua vez, o vê a partir de
uma repressão dos sentimentos, analisada em sentido freudiano. Isso para ficarmos com apenas
três dos críticos mais importantes.”
O trecho acima aponta três possíveis explicações para o pessimismo em Graciliano Ramos: uma de
Antonio Candido, outra de Otto Maria Carpeaux e o terceiro de Silviano Santiago, todos os três,
importantes estudiosos das produções literárias no Brasil. Observe que a idéia central de cada um
está destacada em negrito.
A partir do exposto, leia os três trechos da obra “Vidas Secas” a seguir:
I
Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era.
Repetia docilmente as palavras de Sinhá Vitória, as palavras que Sinhá Vitória murmurava porque
tinha confiança nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de
pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois
velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer?
Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E
o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos,
como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos. (pág. 71, linhas 12 a 24)
II
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar
alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário - e a obstinação da criança
irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o
vaqueiro precisava chegar, não sabia onde. (pág. 03, linhas 27 a 32)
3
III
Queria enganar-se, gritar, dizer que era forte, e a quentura medonha, as árvores transformadas em
garranchos, a imobilidade e o silêncio não valiam nada. Chegou-se a Fabiano, amparou-o e
amparou-se, esqueceu os objetos próximos, os espinhos, as arribações, os urubus que farejavam
carniça. Falou no passado, confundiu-o com o futuro. Não poderia voltar a ser o que já tinham sido?
Fabiano hesitou, resmungou, como fazia sempre que lhe dirigiam palavras incompreensíveis. Mas
achou bom que Sinhá Vitória tivesse puxado conversa. Ia num desespero, o saco da comida e o aió
começavam a pesar excessivamente. (pág. 67, linhas 01 a 11)
Correspondem a exatos exemplos do que afirmam Antonio Candido, Otto Maria Carpeaux e
Silviano Santiago, respectivamente, o (s) trecho (s):
a)
b)
c)
d)
I e II.
II e III.
I, II e III.
I e III.
4)
No trecho Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a
decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia. (pág. 47, linhas 32 a 34), o período
em negrito corresponde a um julgamento:
a) Do narrador.
b) Da própria baleia.
c) De Sinhá Vitória. (QUESTÃO ANULADA. POIS APENAS “POBRE BALEIA
DEVERIA ESTAR EM NEGRITO. TODOS GANHAM 0,2 PONTOS)
d) Do Fabiano.
5)
No início do capítulo V, “O menino mais novo”, lemos o trecho: Naquele momento
Fabiano lhe causava grande admiração (pág. 26, linha 05). Este refere-se à admiração do
menino mais novo por Fabiano. Isso ocorria quando:
a)
b)
c)
d)
6)
Fabiano estava contando histórias à beira da fogueira.
Baleia recebia carinhos de Fabiano.
Fabiano fazia-lhe algum carinho.
Fabiano exercendo o trabalho de vaqueiro e de montaria.
Na obra Vidas Secas, Fabiano intitula-se como bicho. Isso se deve, sobretudo:
a) À precária condição de vida a que era submetido, pois o personagem não tem a possibilidade
de viver dignamente como um homem.
b) Ao fato de Fabiano não saber articular corretamente as palavras.
c) À interação plena com o meio ambiente, possível apenas a animais selvagens.
d) Nenhuma das respostas anteriores.
4
7)
Uma das características consideradas comuns à escrita de Graciliano Ramos é O estilo
formal de escrita e a caracterização do “eu” em constante conflito (até mesmo violento) com o
mundo, a opressão e a dor. Entretanto, sabemos que tal característica não estará presente em
toda a obra. Sendo assim, marque a alternativa que não corresponde a essa característica:
a) Defronte do carro de bois faltou-lhe a perna traseira. E, perdendo muito sangue, andou como
gente, em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo. Quis recuar e
esconder-se debaixo do carro, mas teve medo da roda. (pág. 48, linhas 39 a 41).
b) Fabiano esfregou as mãos satisfeito e empurrou os tições com a ponta da alpercata. As
brasas estalaram, a cinza caiu, um círculo de luz espalhou-se em redor da trempe de pedras,
clareando vagamente os pés do vaqueiro, os joelhos da mulher e os meninos deitados (pág.
34, linhas 09 a 13).
c) Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a idéia de abandonar o filho naquele
descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto,
examinou os arredores. Sinha Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e
afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha,
guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos
encostados no estômago, frio como um defunto (pág. 36 a 43).
d) Comparando-se aos tipos da cidade, Fabiano reconhecia-se inferior. Por isso desconfiava
que os outros mangavam dele. Fazia-se carrancudo e evitava conversas. (pág. 42, linhas 08 a
10)
8)
No trecho “O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água,
queriam matar o gado” (pág. 60, linhas 05 a 07), a que se referem as excomungadas:
a)
b)
c)
d)
9)
As brasas do calor que estava para assolar o sertão.
As pragas que Sinhá Vitória vociferava contra a seca.
As aves que surgiam “prenunciando” a seca.
Nenhuma das respostas anteriores.
Marque a opção em que o trecho destacado corresponda à voz do narrador:
a) Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O
vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com
algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão
direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu
Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria? (pág. 14, linhas 21 a 27)
b) Os dois meninos espiavam os lampiões e adivinhavam casos extraordinários. Não sentiam
curiosidade, sentiam medo, e por isso pisavam devagar, receando chamar a atenção das
pessoas. Supunham que existiam mundos diferentes da fazenda, mundos maravilhosos na
serra azulada. Aquilo, porém, era esquisito. Como podia haver tantas casas e tanta gente?
Com certeza os, homens iriam brigar. Seria que o povo ali era brabo e não consentia
que eles andassem entre as barracas? (pág. 40, linhas 34 a 42)
c) Estava convencido de que todos os habitantes da cidade eram ruins. Mordeu os beiços. Não
poderia dizer semelhante coisa. Por falta menor agüentara facão e dormira na cadeia. Ora, o
soldado amarelo. .. Sacudiu a cabeça, livrou-se da recordação desagradável e procurou uma
cara amiga na multidão.
d) Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e
amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia,
sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente,
enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta,
5
grossa na base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel. (pág. 47, linhas 06 a
12)
10)
Leia abaixo um comentário teórico sobre a produção literária de Graciliano Ramos:
“A luta pela sobrevivência, portanto, parece ser o grande ponto de contato entre todos os
personagens; a lei maior é a da selva. Em conseqüência, uma palavra se repete em toda a obra
do escritor: bicho, ou, como no início de Vidas secas, viventes, ou seja, aqueles que só tem uma
coisa a defender – a vida.”
José de Nicola
Relacione o trecho teórico acima, com o seguinte trecho da obra:
“Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do
rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali
não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava
lembrança disto”.
Na obra, não há uma clara distinção entre os animais e os protagonistas. Ambos se mesclam, como
seres viventes, que se socorrem, convivem. Assim, sacrificar alguns deles é o mesmo que sacrificar
alguém da família. E o sacrifício do papagaio ocorre justamente devido a essa luta pela
sobrevivência. Logo, o papagaio que, num processo de antropomorfização seria “amigo”, seria da
“família”, é sacrificado, ou seja, passam por cima dessa consideração para saciar a fome.
Boa Prova... UNES!!!
Download

Cachoeiro de Itapemirim - ES - Faculdade Multivix | Cachoeiro de