Diário de Coimbra
ID: 35201237
27-04-2011
Tiragem: 10549
Pág: 16
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,85 x 18,28 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
Grande Hotel de Luso revitalizado sem
ferir a sua história e as suas memórias
Ideia de Bissaya Barreto tomou forma no início da década de 40. 71 anos depois,
unidade sofreu uma ampla remodelação. Inauguração está marcada para amanhã
I O Grande Hotel de Luso, uma
das jóias do espaço arquitectónico e paisagístico do Luso-Buçaco
foi, aos 71 anos de idade, alvo de
uma revitalização profunda
sem ferir a sua memória e a sua
história. Uma história e memória que têm no professor Bissaya Barreto, pai da ideia, e no
arquitecto Cassiano Branco, o
génio que lhe deu corpo, dois
pilares essenciais do Grande
Hotel de Luso, que nasce da vontade e da arte de duas das
melhores cabeças do século XX
português.
A ideia, clara na cabeça de
Bissaya Barreto, naquele início
da década de 1940, era dar aos
então chamados aquistas que,
oriundos de todo o país, buscavam nas termas do Luso curas
para tantas maleitas, um hotel
que se encaixa naquele “puzzle”
arquitectónico e paisagístico,
tarefa a que o arquitecto Cassiano Branco dedicou o seu génio.
Toda a intervenção actual,
que custou dois milhões de euros e esteve a cargo dos arquitec-
tos do Atelier Reimão Pinto e da
construtora J.B.Pires, «respeitou
o desenho do arquitecto Cassiano Branco», atesta Jorge Fonseca, director-geral do Grande
Hotel de Luso.
Apesar de ter sido uma «intervenção profunda», esta sentiu-se
apenas na alteração da tipologia
dos quartos ou na criação de
capacidade para acolher eventos,
como o demonstra o auditório de
grande capacidade ou a aposta
em novas suites «sem beliscar a
sua memória e a sua história».
Nos seus 71 anos, que completa em Julho, o Grande Hotel de
Luso, lembra Jorge Fonseca, passou por grandes intervenções e
momentos: há 20 anos viu acrescentar-lhe a piscina interior e o
túnel de acesso às termas, mesmo ali ao lado. Há uma década
passou a unidade de quatro
estrelas e agora surge revestido
de «mais conforto e versatilidade
mantendo a sua memória intacta», atira Jorge Fonseca.
Internacionalização
Nesta nova fase do hotel surge
ainda a ligação à revitalização
PAULO ALEXANDRINO
Ricardo Bordalo (Lusa)
FUNDAÇÃO Bissaya Barreto assinala amanhã reabertura
das termas pela Malô Clínic
Luso SPA, com quem tem uma
parceria, e que Jorge Fonseca
aponta como uma mais-valia
que permite a ligação a outros
mercados.
«O mercado nacional tem sido a principal aposta, mas vamos iniciar, ou continuar, um
projecto de internacionalização,
com novas oportunidades,
apostando em mercados como o
Brasil ou Espanha», aponta o director-geral do hotel.
Para além da história, a memória e a envolvência, o Grande
Hotel de Luso aposta igualmente
«numa gestão dinâmica e moderna para variados públicos», nota
Jorge Fonseca, que sublinha estar
sempre presente a ligação ao
arquitecto Cassiano Branco que,
tem neste hotel e no Portugal dos
Pequeninos, os seus únicos traços
no norte do país.
Para marcar esta nova fase
do Grande Hotel de Luso, a
Fundação Bissaya Barreto, que
apenas há três anos é a sua
única proprietária, vai realizar
amanhã uma cerimónia de
reabertura. l
“A cereja
no topo do
bolo” para
Carlos Cabral
I O presidente da Câmara da
Mealhada, Carlos Cabral,
coloca o Grande Hotel de Luso
como “a cereja no topo do
bolo” no âmbito do plano de
requalificação do Luso no seu
todo. «Com o Grande Hotel
temos mais um trunfo e, a
partir de agora, há condições
extraordinárias para atrair
turistas estrangeiros», sublinha Carlos Cabral, que acrescenta como importante a criação da Fundação Mata do
Buçaco que permite «erguer
uma outra perspectiva» para
o conjunto. Uma das questões
que inquieta Carlos Cabral no
cenário que envolve o Grande
Hotel, o Palace Hotel Buçaco
ou as termas, é o «atrofiamento da Mata do Buçaco pela
mancha de eucalipto e pinheiro doente com a doença do
nemátodo (também conhecido como bicho do pinheiro)
que a rodeia». Mas, porque
esse perímetro está em Penacova e Mortágua, concelhos
vizinhos, «não há muito a
fazer» sem a sensibilidade
para a situação de quem possui competências para isso,
«que não é o caso da Fundação Mata do Buçaco»,
lamenta o autarca. l
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Grande Hotel de Luso revitalizado sem ferir a sua