Escola Municipal de Ensino Fundamental Santos Dumont
Rua 17 de Abril, nº 543, Bairro Imigrante, Campo Bom - Fone: 3598-2664
E-mail: [email protected] Blog:escolasantosdumontrs.blogspot.com
Blog do projeto: http://desbravandooperi.wordpress.com/
Projeto Educacional de Remapeamento Interdisciplinar
Alunos
Helen Vieira Braun
Alessandro Vicente Martins
Igor Gabriel Meinhardt
Amanda Carolina Ermel
Ismael Henrique Pires Cerveira
Brenda Vitória de Oliveira
Janaina da Silva Boeira da Silva
Brendon Peters de Ávila
Jean Marcos da Rosa
Bruna Tainara Machado Rodrigues
Liára Tuane Massulini
Camila da Silva Pereira
Lucio Maia Lopes dos Santos
Caroline Hilbert
Luiz Miguel Rodrigues Barrozo
Dieniffer Melo
Magaiver Machado Farias
Eduarda Cristina Brauner Variza
Pedro de Mello Soares
Eduardo Weber
Roberta Tisato Blume
Emanuella Antunes da Silva
Professores responsáveis pelo projeto
Gabriel de Oliveira Reis
Profº Cleiton A Backes
Profª Roseane L Hofstatter
Gabriela de Morais da Silva
Profª Vanessa C Müller
Gabriela Milena Boiaski
Profª Vânia Nilsson
Justificativa
Pense em um vilarejo desses que você vê em filmes e desenhos animados. O que todos têm
em comum? Casas graciosas, crianças brincando, uma escola e, é claro, um riacho de água
cristalina que recorta a paisagem. Nós temos tudo isso no Bairro Imigrante. Porém, nosso riacho é
um arroio e não é tão cristalino assim.
Cuidar do ambiente em que se vive não é somente responsabilidade das autoridades, mas é
essencialmente tarefa obrigatória da comunidade.
Nossas ruas estão asfaltadas, nossas crianças estão na escola, nosso Bairro tem um posto
de saúde onde todos são bem atendidos, contudo, nosso arroio está esquecido.
Para aqueles que não conhecem, nossa vizinhança batizou-o como Arroio Peri. Ele é um
marco geopolítico, uma vez que se situa na divisa entre as cidades de Campo Bom e Novo
Hamburgo. Alguns pensam que o Arroio Peri é o Arroio Pampa, outros, que simplesmente deságua
no Pampa. Enfim, Peri ou Pampa, o que nós sabemos é que toda essa água faz parte da Bacia do
Rio dos Sinos e, por fazer parte da realidade da nossa comunidade, é nosso dever preservá-la.
Foi pensando nisso, que o grupo de professores considerou de extrema relevância
transformar essa atitude de preservação num projeto educacional: criou-se então o PERI.
Esse projeto não visa somente ajudar nossos alunos que sofrem com as enchentes nos
períodos chuvosos. Isto é, sem dúvida, uma de nossas metas, porém, nosso intuito é também fazer
do Arroio Peri um laboratório, onde
tornar-se-á possível trabalhar os diferentes componentes
curriculares.
Objetivos
-Verificar e definir o nome do arroio denominado pela comunidade local como Peri.
-Mapear a microbacia e confrontar com os atuais registros, criando um acesso digital.
-Monitorar a microbacia, a fim de organizar medidas de alerta para a comunidade ribeirinha local.
-Produzir campanhas de cuidado e proteção da microbacia e parcerias com empresas locais.
-Produzir um ambiente efetivamente transdisciplinar de estudos.
-Desenvolver e expandir a consciência ecológica dos alunos;
-Valorizar a saúde e a vida através da educação ambiental;
-Reconhecer o homem como principal agente de transformação do mundo em que vivemos.
Espírito Investigativo
- Investigar a nomenclatura do arroio na comunidade local, nos registros e na imprensa.
- Realizar expedições para mapear (uso do GPS) e monitorar o arroio.
- Organizar um acesso digital público com informações sobre o Arroio Peri.
- Implementar um sistema de alerta de cheia para a comunidade ribeirinha, através da criação de
estações de controle do nível pluviométrico e do envio de mensagens SMS. Peri S.O.S.
- Produzir campanhas publicitárias voltadas para a preservação do arroio (sobretudo nas disciplinas
de Educação Artística, Ética e Cidadania e Língua Portuguesa).
- Desenvolver um ambiente real de aprendizagem dos diferentes componentes curriculares, tendo
como dados os diversos aspectos da microbacia: assoreamento, mata ciliar, historicidade, flora,
fauna e hidrografia.
Originalidade
Para nós, a originalidade está em trabalhar o arroio que passa nos fundos da nossa escola e
os conteúdos curriculares associando-os a este projeto, em vez de buscar exemplos em livros e
realidades distantes dos alunos.
Não podemos deixar de mencionar que o sistema de alerta é uma grande inovação,
felizmente, (pelas famílias que não sofreram enchentes) até o momento não fez-se necessário,
devido ao período de estiagem que o Rio Grande do Sul vem passando.
Multiplicidade
- Atingiremos 150 casas cadastradas no Peri S.O.S, aproximadamente 550 pessoas;
- Atingimos 4281 visualizações no blog do projeto até o momento do envio ( anexo 1);
- Além da turma que está norteando o trabalho, toda a escola do 4º ano ao 9º ano está realizando
trabalhos sobre o tema, atingindo um total de 347 alunos; por consequência, está mobilizando seus
familiares na busca de arquivos sobre o Peri;
- O bairro está sendo mobilizado através da pesquisa e saída de campo, através dos ecopontos;
Conteúdo e conhecimento
Realizamos pesquisa bibliográfica e entrevistas com a comunidade, realizando depoimentos
na busca de informações (anexo 2);
Realizamos saída com grupo de alunos, registrando ao longo do percurso as marcações com
Gps que foram posteriormente marcadas no google maps, traçando assim o trajeto do Arroio Peri
(anexo 3);
Saímos da escola em direção à foz, chegando no Arroio Pampa. Em seguida, direcionamonos à nascente;
Não localizamos ainda a nascente principal, somente algumas que desaguam no arroio.
Criamos o site http://desbravandooperi.wordpress.com/, onde registramos as pesquisas
bibliográficas após transcritas, citando a fonte de consulta e os alunos realizam postagens.
Colocamos também fotos, falamos sobre os Ecopontos, sobre o Peri S.O.S. e as condições da água.
Estamos cadastrando as casas nas margens do arroio, num primeiro momento no lado
respectivo a Campo Bom, onde constatamos, por conhecimento prévio e confirmação da
comunidade que ocorrem cheias, alagando as residências. Cada casa recebe um imã de geladeira
orientando as mensagens de alerta e um informativo explicando o projeto PERI S.O.S., assim como
algumas medidas de prevenção em casos de cheias. No site do Peri, temos a página NOSSO
SISTEMA DE ALERTA, que também auxilia os demais moradores; ( anexo 4)
Na escola temos um pluviômetro com o qual controlamos a incidência de chuva.(anexo 5)
Alunos confeccionaram cartazes
Confeccionou-se jogos relacionados ao Peri. Pretendemos colocar no site do Peri, mas estamos
buscando auxílio de como fazer, os alunos jogam só nos computadores do laboratório
Desenvolveu-se um ambiente real de aprendizagem dos diferentes componentes curriculares,
tendo como dados os diversos aspectos da microbacia: assoreamento, mata ciliar, historicidade,
flora, fauna e hidrografia.
Comparando a utilização dos cursos d’água pelos povos da antiguidade com a que é feita
atualmente, os alunos representaram, através de desenhos, as diferenças que julgaram mais
relevantes e de maior impacto ambiental.
Nas aulas de geografia os alunos estudaram sobre assoreamento e erosão, realizando
produções textuais e representações.
Avaliação
Consideramos satisfatório o trajeto já registrado e mapeado, descobrimos que ao contrário do
que pensávamos e havíamos pesquisado, o Arroio Peri é formado por várias vertentes, que também
estão sendo mapeadas. Importante ressaltar que a vertente principal (considerada por nós como
sendo a que mais longe se encontra da sua foz) ainda não foi encontrada.
Percebeu-se que a água nessas vertentes encontram-se limpas e condições potáveis, assim
como em muitos locais ao longo do seu leito e que só após a interferência do homem a água tornase poluída.
Tem-se a comprovação com análise realizada por equipamentos de medição de níveis da
água feitos por uma representante do meio ambiente da prefeitura de Campo Bom, que nos
acompanhou em algumas saídas, medindo a qualidade em locais estratégicos.
A erosão, assoreamento e a mata ciliar degradada (no lado onde localiza-se o bairro) também
só ocorre onde há interferência humana.
A canalização de esgoto para dentro do arroio sem o devido tratamento, seja das residências
ou das industrias, contribuem para sua poluição.
Apontamos como uma conquista significativa o envolvimento dos alunos, que inicialmente
mostravam-se desinteressados e desmotivados, e a partir das saídas de campo, das buscas em
livros pelo acervo histórico do Peri e dos cadastros das casas motivaram-se e passaram a interagir
de forma significativa.
A comunidade, com as marcações dos ecopontos, está se mostrando mais sensibilizada, uma
vez que não ocorreu o aumento do lixo ali depositado.
Estamos buscando ainda, através de parcerias com a prefeitura, a limpeza do arroio em suas
margens.
Serão realizadas palestras com o corpo de bombeiros e defesa civil, a fim de tratar sobre
medidas de segurança em casos de enchentes. O trabalho realizado com os alunos foi de pesquisa
em sites sobre segurança em casos de cheias, mas queremos que vivenciem e possam esclarecer
dúvidas com estes palestrantes.
Nossa maior limitação é o tempo, pois algumas saídas de campo, tiveram que ser canceladas
devido a previsão meteorológica de temporais e chuvas, não podíamos por em risco o grupo de
alunos já que se trata de terreno bastante acidentado, úmido, com limo.
Anexos:
anexo 1
imagem extraída do stats do blog no wordpress
anexo 2
Material de pesquisa bibliográfica:
… O território campobonense é banhado pelo Rio dos sinos, que deságua no Lago
Guaíba(integrante da Bacia Hidrográfica Litorânea ou do Sudeste). O relevo é marcado por áreas
onduladas(coxilhas e morros testemunhos) e plantas(vales); apresentam-se, em decorrência, as
planícies dos Arroios Schmidt (com os subafluentes Quatro Colônias e Weidle), Leão, Goethel e
Peri(afluente do Pampa).Os principais morros são Corsan, Deuner, Heldt, Paulista, das Pulgas,
Schirmer, Schneider,... As rochas predominantes são as basálticas, fruto das erupções vulcânicas
nas encostas dos morros do Planalto Meridional; cristalinas, encontradas nas colinas de baixas
altitudes; sedimentares, em formação nas áreas planas(devido ao constante acúmulo de
sedimentos).Os solos são predominantes o aluvial, o arenoso e o argiloso.
Campo Bom: História e Crônica,Guido Lang, p.109;Período de pesquisa janeiro 1995 a julho 1996
… Outros cemitérios improvisaram-se na passagem dos anos, como no morro Schirmer(atual
Imigrante).
Campo Bom: História e Crônica,Guido Lang, p.45;Período de pesquisa janeiro 1995 a julho 1996
Rua Guará
01-Nome:Rua Guará
02-Localização:Localiza-se entre as ruas 17 de Abril e Fredolino Martins do bairro Imigrante.
03-Origem:um antigo morador da rua, Sr. Carlos Armando Fulber, sugeriu o nome da rua, Lei
Municipal No387/76.
04-Dados biográficos do homenageado: Baseado na aparição de um lobo Guará de olhos verdes,
patas grandes e de cor cinza.
05-Moradores ilustres e tradicionais: Sr a Vilma e Isoldi Fulber (irmãs) moradoras há 33 anos no
bairro.
06-Importância para o bairro e Município: Tem acesso a faixa RS 239.
07-Aspectos de infraestrutura: Antigamente era de chão batido, após passou a ser de calçamento,
atualmente encontra-se asfaltada
08-Acontecimentos pitorescos: Há muito tempo virou um carro motor na rua e matou uma pessoa.
Muitas vezes podia-se ver cenas de cinema envolvendo bois bravos que eram guiados ao único
matadouro existente em frente a rua.
09- Patrimônio histórico, arquitetônico e ambiental existente: Árvores: acácia turum, aroeira, cedrinho
amarelo, casa: madeiras cortadas na hora eram utilizadas, matas: eram dos tipos de árvores citadas
acima, patrimônio: Creche Municipal Tico-Tico.
Fontes Pesquisadas: Sra Vilma e Isoldi Fulbert, xerox do jornal Fato do dia 29/12/95
“A origem do nome das Ruas e Avenidas de Nossa Cidade” Campo Bom, p. não consta– SMEC ADM.93/96
Bairro Imigrante- O retrato da cidade
Jacob Schirmer, da primeira leva de imigrantes desembarcados no Porto Blos, construiu sua casa
num comoro fronteiro á Sociedade Canto Progresso. Realizava ali fandangos. Repeliu vários
ataques vindos do Morro dos Bugres, escaldando-os com água quente e armas de fogo. Em 1950,
nosso Bairro contava com umas 12 famílias. Hoje o Bairro do Imigrante congrega 435 casas
(residências) com 450 famílias nelas abrigadas . Somando aproximadamente 2.100 habitantes.
Nosso pequeno bairro, essencialmente de operários, orgulha-se, rodovia, por aqui residirem um
médico, um dentista, onze professores, vários contabilistas, um economista, um vereador.
Um dos nossos co-bairrinos criou a rede e o sistema do Ensino do Município, fundou e co-fundou
várias escolas. Seguramente contamos com 700 á 800 eleitores, que, unidos, ainda podem decidir
uma eleição municipal.
NOSSA GEOGRAFIA
A paisagem natural é irrigada pero Arroio Peri, ainda não poluído inseridos num verde e risonho
salé, deitado aos pés dos morros dos Dois Irmãos. Alguém já explicou a fertilidade das nossas mães
dizendo que não são morros! São os peitos da esposa do cacique Peri, gigantesca, a alimentar a
região com suas riquezas. A base dos dois irmãos é rocha pura, tendo na aba lateral formação de
pedra grês. O morro que nos separa dos amigos do centro era outrora o Morro do Fantasma Branco.
Porém, um dos moradores decidiu mostrar a carabina ao tigre. Numa noite de luar nas barrancas de
estradas dos atoleiros um inocente gatinho caçava prezas. No Morro dos Bugres, com fins da rua 17
de Abril, os primeiros moradores encontrarão cerâmica indígena.
Nossos endereços remetem as ruas Wolfran, Metzler, Rudolfo Hexsel, Ervino Bradbury.
Anchieta e Travessas, paraíso e laterais , ¨17 de Abril¨,¨6 de Junho¨, Fredolino Martin, Taquareiras,
Ana Nery centradas na Avenida Brasil, aos pés do Monumento no Imigrante. Há duas pedreiras, de
pedra grês e de ¨pedra ferro¨.
Aspecto Habitacional
Predominam prédios de pinho. Há lindas e ..... residências, pouquíssimas, porém. Erguem-se
casas de alvenaria da classe remediada, em número crescente. As novas residências já
são
dotadas de higiene e conforto. Os primeiros telefones já se instalaram. Há novos interessados
inscritos, pois os imigrantinos sabem do valor da comunicação.
Economia e Cultura
Orgulhamo-nos do Grupo Escolar La Salle, da rede estadual, com séries até 6ª, no primeiro
grau e do Grupo Escolar Municipal Santo Dumont, ambos prédios de alvenaria. Outrossim, a
Sociedade de Canto Progresso auxilia no elevar o nível cultural, embora promova sobretudo o lazer ,
a diversão. Servem-nos seis armazéns, dois supermercados, uma lojinha de vestuário, uma
lancheriazinha. A Madeireira Canudense é motivo de justo orgulho. Temos duas pequenas indústrias
de calçados e 5 sessões de costura. Há ainda um instituto de beleza, uma borracharia e mecânica e
várias estantes de criação e cultura de abelhas.
Movimentos Comunitários
O Grupo Escolar La Salle nasceu de um movimento comunitário liderado por um jovem da
localidade, na época. A comunidade doou terras para sua construção. Sua ampliação foi um
imperativo do crescimento demográfico e foi deferido pelas autoridades.
A Sociedade de Canto Progresso resultou da união de uma dezena de pais e moradores.
Conta com 1000 sócios. Orgulha-nos muito, pois seu bom prédio é a soma da ação de gente
humilde.
O Grupo Escolar Municipal Santos Dumont resultou da iniciativa de um de nossos filhos
quando ocupava cargo administrativo. A Prefeitura, em vários governos entregou à comunidade o
belo prédio todo de alvenaria. Os pais levantaram espaçoso parque de festas.
Atualmente liderada por D. Célia Klaus, a Rua Rodolfo Hexsel entregou ao vereador Breno
Oscar Thoen um pedido de calçamento. Os moradores desta via pública querem-na bonita e
urbanizada, pois atualmente está muito abandonada. Os moradores limpam-na.
Problemas
Um dos mais sérios problemas: escavações desordenadas feitas nos terrenos à margem da
rua Wolfran Metzer. Alertamos à Diretoria de Obras e ao Sr Prefeito Municipal para que dêem sua
palavra oficial, em legislação própria, para que a erosão não prejudique e até ameace obras públicas
com o calçamento da Wolfran Metzler e bem assim as propriedades particulare. A erosão resultante
já não pode ser contida facilmente. Queremos um bairro bonito, pois progresso não significa
destruição.
A Rua “17 de Abril, às transversais paralelas necessitam de água de hidráulica. Outrossim, o
calçamento anunciado pela Municipalidade vai liberar os m oradores da voragem tubarônica do pó a
castigar impiedosamemente.
A Rua Santo Antônio necessita de luz pública.
Uma ruazinha diminuta, a Ervino Bradbury, reclama calçamento, pois o afluxo dos alunos
torna-se dificílimo nas épocas de chuva.
Necessitamos da ação de um fiscal municipal ou de um comissário de menores. Há muitos
desordeiros promovendo apedrejamento das luminárias públicas, entupindo bocas de lobo,
danificando o calçamento. Apedrejando residências, danificando nossa praça, o Monumento ao
Imigrante, as Escolas. Outros promovem cenas escandalosas nas primeiras horas da noite,
arrastando pelas ruas estritamente residenciais prostitutas e marginais que além de promoverem
bárbaras cenas, invadem propriedades para refugiar-se uns dos outros contendores.
O maior problema: irrita-nos e revolta-nos como, sem dar explicações a ninguém, filas
intermináveis de caminhões de carga despejam, no valão próximo `a Subestação da CEEE e ao
longo dos antigos trilhos da VFF lixo industrial, couro, cola, borracha, material sintético, plástico.
Estes amontoados de lixo são incendiados não se sabe por quem.
Foto : Um dos moradores Mais antigos da nossa cidade (imagem não nítida, não copiamos)
Na foto, vemos o Senhor Carlos Heldt, um dos moradores mais antigos da nossa cidade.
Completou 84 anos de idade no dia 6 do corrente. Trabalhou muitos anos no Curtume Vetter, tendo
se aposentado por tempo de serviço. Apesar da idade o senhor Carlos Heldt ainda trabalha
diariamente em sua roça de milho, aipim e hortaliças. Um fato curioso de sua vida, é somente uma
vez esteve doente, com bronquite. Ao consultar o médico, este lhe disse que deveria fumar menos,
pois fumava cerca de 25 cigarros por dia. O senhor Carlos perguntou ao médico, o que lhe
aconteceria se deixasse de fumar e este lhe respondeu que então não necessitaria nem sequer dos
remédios, pois sua bronquite ficaria curada então. E a partir daquele dia, nunca mais fumou. Não
bebe também bebidas alcoólicas, pois vê nelas muitas enfermidades. Como resultado da abstenção
do fumo e do álcool e dos exercícios físicas que faz diariamente no ar livre, trabalhando em sua
roça, o senhor Carlos não necessitou de remédios em sua vida, gozando de uma saúde invejável.
Possui 6 filhos, 16 netos e 13 bisnetos que foram cumprimentá-lo pelo se 84º aniversário (FOTO
DAMÁSIO).
O Fato, 27/02/76 p.6; também publicado em:
“A origem do nome das Ruas e Avenidas de Nossa Cidade” Campo Bom, p. não consta– SMEC ADM.93/96
… Até que, a 31 de janeiro de 1959, era criado o município de Campo Bom, através da Lei
nº3.707: Ildo Meneghetti, Governador do Estado do Rio Grande do Sul. Faço saber, em cumprimento
ao disposto do artigo 87, inciso II e 88, inciso I, da Constituição do Estado, que a Assembleia
Legislativa decretou e eu sanciono e promulgo a LEI seguinte: Art.2º- O território do município tem
as seguintes divisas: ao norte,começa no ponto em que a linha seca e reta, de direção norte, que
parte da nascente do Arroio Pampa (ex-Feltes), galho leste do Arroio Pery (ex-Storck), em conta o
travessão sul da linha de Dois Irmãos; segue
por este travessão rumo leste até encontrar o
travessão oeste da Linha Quatro Colônias, prosseguindo por este rumo norte ,até seu término, de
onde continua rumo leste pelo travessão norte desta mesma linha, até o fim; dai segue rumo sul,
pelo travessão leste ainda da mesma linha, até o travessão sul da Linha Ferrabraz, continua por este
travessão, rumo leste, até encontrar o travessão que separa as linhas Campo Bom e Padre Eterno;
A leste, começa no ponto de encontro do travessão sul da Linha Ferrabraz, com o travessão que
separa as linhas Padre Eterno e Campo Bom, segue por este, rumo sul até o Rio dos Sinos, subindo
por este até o Passo da Cruz; deste ponto, prossegue pela estrada deste passo, até encontrar a
estrada Taquara -São Leopoldo; a Sul, começa no entroncamento das estradas do Passo da Cruz e
São Leopoldo -Taquara, seguindo por
esta, rumo geral oeste,até encontrar a estrada da
Barrinha;daí continua, por linha seca e reta, de direção oeste até atingir o Rio dos Sinos, no ponto
em que se encontra a divisa oeste da colônia Fernando Azevedo de Moura; A oeste, começa na
incidência da linha seca e reta de direção oeste que parte do entroncamento da estrada Taquara
-São Leopoldo como o da Barrinha do Rio dos Sinos, na altura da divisa oeste da Colônia Fernando
Azevedo de Moura; daí segue, por linha seca e reta, rumo geral norte, até o quilômetro 15 da via
férrea Rio dos Sinos - Taquara; continua por esta até o pontilhão sobre o Arroio Pampa (ex-Feltes)
subindo por este até encontrar a Linha Dois Irmãos no seu ponto final.
Campo Bom 1825-1976, p.35; Raul Gilberto Blos janeiro 1977
A LENDA DO FANTASMA BRANCO
Uma situação enigmática abateu-se no início do século XX, na área do atual Bairro Imigrante
que,
na
época,ainda
era
conhecido
como
“Schirmerberg”
(Morro
dos
Schirmer)
ou
“Schmierberg”(Morro do Melado). A área , presentemente conhecida como Lomba de Canudos,
integrava da o então município de São Leopoldo, quando se sucedia uma indefinição de divisa.
Canudos era a demolição corrente para os diversos moradores e circunvizinhos que, em todas as
direções,abrangiam dezenas de famílias.
Os moradores das redondezas sobreviviam basicamente da agricultura minifundiária de
subsistência, tentando extrair das criações de plantações o sustento familiar. Os cultivos de cana,
mandioca e milho eram as culturas dominantes quando, dentro da disponibilidade de mão -de -obra
e terras, não se esquecia do amendoim, forragens, hortaliças, verduras ... Os animais, sobre tudo o
gado,era criado nos potreiros, que multiplicavam-se em meio às diversas áreas agrícolas. Alguns
complementos, em forma de cereal ou tubérculo, visava reforçar o trato, que salientava -se na
medida engordas. Alguns resquícios de mato, como reserva de lenha ou madeira -de -lei, ocorrida
nas proximidades do Arroio Storck (atual Peri), fundos das propriedades e encostas das elevações.
A novidade maior, neste início de século, foi a inauguração da Linha Férrea, que veio trazer o
progresso ao pacato lugarejo. Os trens, a partir de 1903, cruzavam a área da localidade, quando, em
comboio ou carros -motores, cortavam o espaço com mercadorias e passageiros. As diversas
famílias, com a introdução da sensível melhoria, viram-se, com uma facilidade e rapidez, ligadas aos
centros maiores. Estes basicamente se localizavam em Hamburgo Velho, Novo Hamburgo, Estação
do Rio dos Sinos e São Leopoldo na direção de Porto Alegre ou Campo Bom, Sapiranga, Araricá,
Parobé,Taquara no sentido da serra gaúcha. O transporte ferroviário, portanto, tornou-se a principal
opção de locomoção neste contexto essencialmente rural.
Os moradores, no momento, era abalados pelos principais acontecimentos nacionais que,
através de correspondências ou periódicos literário os,custavam horas ou dias para chegar. O
serviço ferroviário acelerou o progresso, possibilitando uma maior interação de pessoas e produtos.
Os acontecimentos comunitários e cotidianos eram as principais questões quando, em meio às
visitas, às vendas e vizinhos, eram espaço de interações recreativas e sociais. Os assuntos, em
meio às conversas, relacionavam- se a troca de experiências como as atividades primárias, doenças
no meio colonial, namoros de jovens... A vida
seguida naquele ritmo, as necessidades e
propriedades almejavam manter uma singela e tranquila existência.
Os colonos, naquele contexto, deparam-se com um mistério que na década de vinte, foi-se
somando à Lenda do Lobo Guará. Diversos moradores,em noites excessivamente escuras,viram a
presença de um personagem,que habitava algum brejo do sopé da elevação. Esta assombração de
imediato, ficou conhecidíssima entre os diversos naturais que,em função da cor,denominaram-no de
Fantasma Branco. Este passou a alimentar temores, pois o desconhecido e estranho inspira fobias.
A figurado Fantasma Branco necessitava encontrar alguma explicação racional porque quais
quer fenômenos possuem uma razão de existência. As versões criadas foram diversas. Alguns
faziam
referências aos enterros de alguns elementos indígenas, outros à imaginação popular,
poucos à brincadeiras de mau gosto...O importante, neste momento,era encontrar hipóteses ou
teorias, tendo-se um começo para desmistificar o mito. Este, em meio aos atenciosos e frequentes
olhares de moradores, nem sempre ousavam aparecer. Uns poucos, unicamente, tiveram o
inconveniente ou, talvez, o privilégio de apreciar a figura ímpar. Os caçadores, comuns em quais
quer sociedades rurais daqueles tempos, pensaram até em ensaiar equipes de guarda, almejando
oferecer uma surpresa à estranha e excepcional figura. O abate seria uma questão de honra,
quando poderia eliminar más preságios.
O tempo transcorreu e as dúvidas persistiam a na cabeça de muitos. O fantasma Branco
parecia levar a melhor naquele contexto de esconde-esconde, quando aparecia para uns e safavase de outros.
O mistério persistiu por meses, quando, na medida de não envolver perdas nas criações e
produções rurais, parecia encaminha-se num aparente esquecimento comunitário. Um belo dia , em
meio ás infindáveis jornadas de trabalho braçal, um colono consegui o desvendar o segredo das
aparições. Este,no retorno da sua lavoura com sua carroça carregada de pasto e puxada pelos bois,
deparou-se com o Fantasma Branco, quando pôde reconhecê-lo ao crepúsculo daquele dia. A figura
tratava-se de um inocente gato branco que, em meio ao seu hábito de caçar preás, criou a lendária
história.
A visão, com seu esclarecimento, tornou-se motivo de gargalhadas e risadas, quando o
acontecimento, no entanto, ficou registrado na memória comunitária. A lenda do Fantasma Branco,
no momento, soma-se aos fatos pitorescos do nosso passado quando, nalgum dia, fomos localidade
, distrito e, atualmente, município. Outros acontecimentos e experiências, também darão origem e
interpretações esdrúxulas, que poderão acabar em histórias e lendas imaginações e narrações
populares.
Reminiscências da Memória Comunitária de Campo Bom, GUIDO LANG;Período de pesquisa: 1988 a 1997
A LENDA DO LOBO GUARÁ
As comunidades possuem suas estórias e lendas, que, na passagem dos anos e gerações,
passam a integrar o folclore. Os relatos, em boa dose, surgem da imaginação popular, quando
mesclam-se dúvidas, fantasia e realidade. O ser humano necessita de uma resposta para os fatos
desconhecidos, que, na ausência de explicação racional, mistura o absurdo com o real. Os
moradores do Bairro Imigrante, em Campo Bom, conhecem a lenda do Lobo Guará, que liga-se ao
passado rural.
O Imigrante foi colonizado a partir de 1826, quando o pioneiro Jacob Schirmer instalou-se na
área. Esta abrigava ainda, próxima atual RS 239, remanescentes de bugres, que viviam, no
entender dos colonos, errantes pela região. Os indígenas, certamente, sentiram-se desnorteados em
meio à civilização, que, a partir de 1824, incentivou a tomada da terra. Os alemães, chegados pelo
Rio dos Sinos ou através
de carretas e caroças pela trilha geral, tinham um “modus vivendi”
completamente diverso. Estes, como exemplo, aravam campos, cercavam áreas (em potreiros),
dividiam terras, instalavam plantações...Os nativos viam-se perdidos naquele mundo, quando a
alternativa consistia em domesticar-se ou refugiar-se serra acima.
Os animais silvestres seguiram o mesmo exemplo, quando diversas espécies não suportaram
a ruptura do ecossistema original. Algumas poucas espécies conseguiram manter a sobrevivência,
dentre as quais incluía-se o guará. Este mamífero alimenta-se de aves, frutas e pequenos
mamíferos. Possui uma coloração pardo-avermelhada, que apresenta-se mais escura no dorso,
focinho e pés, assim como ostenta mancha branca na garganta. Este caracteriza-se por ser
extremamente arisco, assim como pelos hábitos noturnos. Os colonos temiam-no unicamente na
medida na medida do ataque às criações, quando constituía-se alvo de caçadas, na medida dos
“estragos efetuados nos galinheiros”.
Na área próxima ao Arroio Storck (atual Peri), o guará mantinha-se numa região de refúgio,
quando poderia ter fácil acesso à água, assim como esconder-se na vegetação. A cana-de-açúcar,
cultura abundante na localidade, facilitava os esconderijos nos esporádicos ataque sobre as
propriedades rurais (do minifúndio diversificando de subsistência). O “Schirmerberg” ou
“Schmierberg”, portanto, portanto era um lugar propício aos ataques, quando a carência de
alimentação, numa eventual estiagem, tornava-se crucial.
A lenda do lobo Guará sucede-se da década de vinte, quando os colonos deparam-se com o
sumiço de aves domésticas. A curiosidade natural e o prejuízo econômico levam à procura das
razões do fato, pois “tudo tem suas explicações”. Um morador, por coincidência, depara-se com um
estranho animal, que, em meio à penumbra, não conseguiu distinguir. Chamou-lhe a atenção o olhar
brilhante, que parecia de uma terrível fera. O animal, certamente, seria o causador dos estragos, que
tamanho boatos, cometários e prejuízos vinha causando. Este procurou narrar, a familiares e
vizinhos, o visto na beirada do brejo do tradicional arroio, quando “as conversas deram asas à
imaginação”. Aquele olhar assumia proporções de fera.
Os comentários e conversas divulgaram-se aos “quatro ventos”, quando, em meio ao espírito
protetor das mães e imaginação popular, passou-se a temer pela segurança dos filhos. Estes , após
o crepúsculo, acabaram trancados nas residências, pois temia-se o ataque da fera (identificada,
nestas alturas, como lobo mau). Alguns atiradores (membros do Schützverein) e caçadores
mobilizaram-se para abater o terrível animal, que parecia, à cada noite, espalhar o terror, na medida
do sumiço de alguma ave. A cachorrada, pela vizinhança, foi juntada, a fim de detectar os rastros. As
espingardas viram-se carregadas e polidas para não falharem na emergência. Os homens, pais de
família, empreendiam caçadas inúteis, pois astúcia do animal parecia maior (refugiado “nos confins
da floresta”).
As caçadas e temores estenderam-se durante dias e semanas, carecendo de algum elemento
para abater ou desfazer o mistério. A rapinagem tinha diminuído, diante do cuidado com as criações.
O lobo também parecia precaver-se
diante das surpresas, quando temia “dar as caras”. Os
moradores até mantiveram-se de sobreaviso, pois, a qualquer noite, poderia aparecer, conforme
prévia combinação, o alarme da notícia do ressurgimento da fera. Esta, na primeira aparecida, seria
encurralada e morta, pois sua caçada, “nestas alturas do campeonato”, parecia uma questão de
honra dos caçadores. O abater da presa, certamente, traria os louros da vitória ao autor , que
manteria inscrito seu nome nas histórias comunitárias.
O confronto, numa casualidade do destino, deu-se com um colono que, ficando para concluir
uma lavração, atrasou-se no retorno às suas instalações rurais. Ele deparou-se com um inocente
gato branco, que, próximo à atual Rua Guará, mantinha a área como espaço de caçada de preás e
ratões. Estes, com o cair da noite, saíam dos esconderijos, saciando a fome. O mistério tinha-se
desfeito e as mobilizações tinham sido em vão. A ótica, à semelhança de outras situações, tinha
pregado uma peça, que ficou guardada na memória popular. A estória transformou-se na Lenda do
Lobo Guará, que continua viva na descendência de alguns moradores. O lugar ficou conhecido,
posteriormente, como Rua Guará, que constitui-se numa referência ao sucedido.
O FATO nº 996, 29/12/1995, p.2, autor Guido Lang; foi publicado também em:
CAMPO BOM: HISTÓRIA & CRÔNICA 1826/1996, p.207; Guido Lang; Período de pesquisa: jan/1995 a jul/1996
anexo 3
mapa traçado pelos alunos da escola, conforme marcações do GPs
anexo 4
Placas identificadoras dos ecopontos e imã de geladeira
anexo 5
Tabela do índice pluviométrico, desde sua instalação em 20 de março de 2012.
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Escola Municipal de Ensino Fundamental Santos Dumont Rua 17