A história da ética como objeto de estudo em Jornalismo 1
COUTINHO, Iluska (doutora)2
GOUVÊA, Allan (mestrando)3
CARDOSO, Caio (graduando)4
Universidade Federal de Juiz de Fora, MG
Resumo: A produção acadêmica acerca do jornalismo pode abordar temas diversos, como aspectos
ligados à rotina de produção, sobre o conteúdo, sobre o produto jornalístico apresentado, dentre outros.
Neste artigo, partimos de uma busca sobre a ocorrência da ética como palavra chave dos trabalhos nos
últimos cinco anos nos encontros nacionais da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação – Intercom – e da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJor. Com
isso, procuramos compreender quais são as ocorrências sobre Ética que atravessam a produção acadêmica
sobre jornalismo, e qual papel que ela ocupa dentro do panorama das discussões destes encontros
atualmente. Dentro dessa perspectiva, olhamos para os artigos publicados buscando o papel
desempenhado pela ética, as condições em que ela se faz presente na discussão e qual o ideal ético
apresentado pelos autores.
Palavras-chave: jornalismo; ética; história.
1. Introdução
Situar a atuação do jornalismo em uma reflexão ética é colocar o foco de
algumas questões elementares da prática profissional em discussões sobre o papel da
profissão na sociedade hoje em dia. É uma iniciativa que pode ter por referência um
documento, um código de ética – ou deontológico –, mas que pode transcender a análise
dos códigos, princípios e declarações já estabelecidas, e colocar-se na busca de um
sentido mais amplo para a profissão e o entendimento do que ela pode estar fazendo. Os
estudos sobre a ética, ou seu exercício e aplicação no Jornalismo possuem uma
1 Trabalho apresentado no GT de História do Jornalismo, integrante do 9º Encontro Nacional de
História da Mídia, 2013.
2 Orientadora. Jornalista diplomada, doutora em Comunicação, professora do Curso de Jornalismo da
Facom-UFJF e do PPGCom-UFJF, e líder do Grupo de Pesquisa Jornalismo, Imagem e Representação
da UFJF, email: [email protected].
3 Jornalista diplomado, mestrando do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade
Federal de Juiz de Fora (PPGCom-UFJF), com bolsa Capes, e integrante do Grupo de Pesquisa
Jornalismo, Imagem e Representação da UFJF, e-mail: [email protected].
4 Graduando na Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora. Bolsista
MEC/SESu do Programa de Educação Tutorial – PET Facom e integrante do Grupo de Pesquisa
Jornalismo, Imagem e Representação da UFJF, e-mail: [email protected].
1
trajetória, que pode ser percebida, e recontada, a partir da produção acadêmica na área,
foco desse trabalho.
A reflexão sobre o jornalismo, partindo de parâmetros éticos de análise, sempre
levanta uma tensão entre o potencial do seu “dever” e seus modos da rotina de
produção. Aspecto sempre ressaltado em torno dessas problematizações éticas da
prática jornalística sempre surge em função dos papéis de espaço público de poder e
estabelecimento de áreas de discussão, desempenhados pelo jornalismo.
Em razão da defesa da função social da prática jornalística, dos deveres morais e
éticos envolvidos na prática profissional, diversos organismos internacionais passaram a
elaborar códigos de ética para os jornalistas. Karam em seus trabalhos recupera o código
de ética para a profissão criado em 1910, em Kansas (EUA) e cita também o Código de
ética dos Jornalistas Franceses, datado de 1918. No contexto brasileiro, o autor lembra o
Código de ética dos jornalistas brasileiros, editado pela primeira vez em 1985 e o
código de ética da Associação Nacional de Jornais, de 1991.
A ética jornalística e a análise dos códigos deontológicos mobilizados na
profissão também são objeto de análise acadêmica, e é este o foco de entendimento
deste trabalho. Dentre a delimitação do corpus de análise do presente trabalho, que
abarca a produção científica publicada nos anais de congressos da Intercom (em seus
encontros nacionais) e da SBPJor nos últimos cinco anos, foi possível organizar os 40
trabalhos em três tipos principais: (1) os que chegam às questões e discussões éticas da
prática jornalística de modo tangencial, sendo esta discussão um desdobramento da
análise desenvolvida (somando oito trabalhos); (2) aqueles trabalhos que se utilizam de
aporte teórico e discussões éticas como pano de fundo para a “aplicação” de princípios e
valores éticos a casos específicos na produção jornalística (que chegaram a 20
publicações); e (3) análises que tinham a ética jornalística como objeto de estudo per se,
fazendo discussões acerca deste aspecto de modo central (totalizando 12 artigos com
tais características).
Para este trabalho, nosso foco de análise se concentra basicamente neste último
grupo, dada a centralidade que o aspecto ético ganha em detrimento de outras
discussões. Procuramos entender qual é e como a ética desempenha seu papel de
estímulo às discussões basilares da prática jornalística. Trata-se de uma proposta de
breve historiografia da pesquisa recente da ética enquanto objeto de estudo em
Jornalismo, a partir dos trabalhos publicados em anais de congressos nacionais
consolidados no meio acadêmico. Em alguma medida, este estudo também se pretende
2
como um exercício de “vigilância” acerca dos trabalhos dedicados ao debate científico
da ética no exercício profissional do jornalista.
2. Dados metodológicos
Tomando universo para extração do recorte empírico os anais dos congressos
nacionais da Intercom e da SBPJor, foram selecionados os artigos que tinham, em seu
título ou nas palavras-chave, menção às palavras ética e/ou rotinas produtivas 5. Todos
os trabalhos encontrados foram listados e posteriormente categorizados, da maneira
como explicamos anteriormente. Delimitados seus agrupamentos temáticos, eles
passaram por leitura e análise crítica e qualitativa, com relação ao conteúdo apresentado
pela publicação. As 12 publicações destacadas serão apresentadas nesse artigo segundo
sua ordem cronológica de publicação.
Nossa análise tem como proposta responder as seguintes indagações: como cada
trabalho é apresentado? Trata-se de um estudo de caso? Qual o veículo de comunicação
observado pelo(s) pesquisador(es)? Existem estudos de revisão bibliográfica? Apresenta
recorrência de autores? Há privilégio de alguma mídia ou período histórico? Quais as
metodologias empregadas? Qual o conceito de ética que emerge? São referenciais
regulares? Nota-se alguma evolução no tratamento científico do assunto ao longo do
período de análise (últimos cinco anos)?
Em todas as edições de cada congresso, há pelo menos um trabalho que faz
referência explícita ao fato de apresentar uma discussão de natureza ética. Observa-se
uma regularidade no número de trabalhos, ou seja, poucas variações em termos
quantitativos, como se pode verificar no esquema abaixo:
SBPJor
Intercom
2008
3
2
2009
3
7
2010
4
4
2011
4
6
2012
1
6
Totais
15
25
40
Tabela 1: Número de trabalhos publicados nos anais de
cada congresso ao longo das últimas edições
5
Alguns trabalhos apresentavam termos como “estética”, que entraram na pesquisa pelo sistema de busca
dos portais. Tais trabalhos foram identificados e devidamente preteridos na contagem e,
consequentemente, na análise qualitativa.
3
A diferença no número de trabalhos entre os dois congressos pode ser atribuída
ao tempo de existência e à dimensão do evento e da sociedade científica promotora.
Ambos os congressos possuem mais de dez edições consecutivas, demonstrando a sua
consolidação no âmbito acadêmico; entretanto, a Intercom promoverá, em 2013, a 36ª
edição do seu congresso anual, enquanto a SBPJor, a sua 11ª. Ainda assim, a diferença
parece-nos razoável, sendo necessária uma observação mais atenta e detalhada em torno
dos estudos propriamente ditos; como se verá a seguir.
3. Análise dos trabalhos selecionados
No primeiro dos artigos selecionados, chamado “O Repórter Infiltrado:
Algumas Questões Éticas e Epistemológicas para a Prática do Jornalismo” a
pesquisadora Sylvia Moretzsohn trabalha com a figura do repórter infiltrado, na busca
por identificar as origens e a lógica da legitimação dessa prática. Seu objetivo está
voltado para a urgência do debate em torno da definição de limites éticos para o
jornalismo. Portanto o trabalho procura articular essa questão ética a uma abordagem de
cunho epistemológico, que indaga sobre o tipo de conhecimento que pode ser produzido
pelo repórter que se disfarça para “viver” uma determinada situação, apostando na sua
sensibilidade e desprezando o trabalho realizado em outros campos do conhecimento.
Com isto, a ética da prática profissional ganha destaque na análise que busca contribuir
para a prática de um jornalismo mais qualificado, crítico e coerente com o seu propósito
de esclarecer o público.
Outro trabalho publicado no Encontro Nacional da Intercom de 2008 é o artigo
“Encontros e desencontros da ética jornalística: Resultados de uma pesquisa de
campo” da pesquisadora Jacqueline da Silva Deolindo com seu orientador à época,
Hugo R. Lovisolo. O trabalho apresenta alguns resultados de uma pesquisa de campo
realizada com jornalistas, estudantes de jornalismo e outros profissionais da área para
verificar sua convicção pessoal acerca da ética jornalística. Este é o caso de trabalho de
pesquisa que coloca a ética com papel de centralidade dos estudos, como item de
profunda importância nos aspectos de rotina de produção.Os autores apresentam, ainda,
observações de que “o código deontológico nem sempre apresenta regras fáceis ou
coerentes, mas, nisso os teóricos do jornalismo estão de acordo, estabelece-se, ao
menos, um ideal” (DEOLINDO; DEVISOLO, 2008, p, 7).
A análise dos resultados foi sustentada por uma fundação teórica pautada no
entendimento do jornalismo enquanto um serviço público e no código de ética dos
4
jornalistas brasileiros. Esta publicação é, na verdade, uma versão resumida da pesquisa
de mestrado da autora, orientada pelo Prof. Dr. Hugo Lovisolo. Neste caso, a pesquisa
ficou restrita aos participantes de um encontro de jornalistas que reuniu profissionais
das regiões Norte, Noroeste e Lagos do Estado do Rio de Janeiro, no Brasil, em
dezembro de 2007.
Os pesquisadores ressaltam que
“Diante da realidade da qual se originam os entrevistados na pesquisa de
campo e dos limites da ética impostos pelas particularidades das rotinas
produtivas, é plausível, então, refletir sobre como é possível assumir o
compromisso moral de realizar um jornalismo ético a partir em uma redação
de equipe enxuta, cujos membros correm contra o tempo, travando
verdadeiras batalhas com até cinco pautas para desenvolver num único dia,
tendo o telefone e uma agenda como principais aliados.” (DEOLINDO;
DEVISOLO, 2008, p, 13)
Apesar de apontar essa percepção por parte dos entrevistados, os autores
ressaltam que nada disso exime o jornalista da responsabilidade social de equilibrar a
reflexão e a calma do pensamento e da organização de ideias em torno de princípios
éticos. Eles argumentam ainda que “se é difícil articular as representações do jornalismo
ideal, previstas nos códigos deontológicos e a práxis profissional [...] preferimos
considerar que a realidade dada não precisa ser perpetuada, que é possível rebelar-se
contra o modelo, questioná-lo” como uma forma de renovar as práticas e conhecimentos
jornalísticos em prol de um jornalismo de qualidade.
Nos anais do encontro da SBPJor no ano seguinte, em 2009, há o trabalho
“Currículos comparados: Ética Jornalística nos modelos da Unesco e nos cursos
superiores brasileiros”do pesquisador Rogério Christofoletti. Este trabalho trabalha
com os aspectos deontológicos enquanto itens essenciais na formação profissional dos
jornalistas. Partindo da ideia de que os conteúdos desta natureza constam de todas as
organizações curriculares de instituições de ensino formal, sua análise se fixa nas
formatações que o ensino superior tem dado a esse aspecto, tomando como norte os
modelos de ética jornalística da Unesco.
Se nos cursos superiores brasileiros, existem disciplinas com denominações
distintas, mas que abordam esses aspectos, variam também a localização dessas
disciplinas nas matrizes curriculares e as unidades de ensino que as estruturam. Nesta
publicação, se compara a dimensão formativa deontológica em “Model Curricula for
Journalism Education” (Unesco, 2007) com os vinte cursos universitários de Jornalismo
mais antigos e tradicionais do Brasil. Com isso, os resultados apontam para diálogos e
distanciamentos entre as duas realidades observadas, buscando compreender quais
5
dimensões podem ser mais ou menos “prejudicadas” por essas alterações dentro do
processo formativo do jornalista. O trabalho aponta que, “de maneira geral, há grande
dispersão na estrutura e na concepção didático-pedagógica das disciplinas brasileiras
que deveriam tratar de deontologia” (CHRISTOFOLETTI; 2009, p. 13). Ele identifica
ainda que, “por vezes, os conteúdos são muito amplos; por outras, desviam-se da ética
profissional para desaguar em áreas vizinhas, como o Direito” (CHRISTOFOLETTI;
2009, p. 13).
Realizando uma discussão que aproxima as questões éticas do jornalismo
àquelas vivenciadas nos novos contextos de produção noticiosa, está o texto “As
encruzilhadas da ética em tempos de „nova mídia‟” da pesquisadora Sylvia
Moretzsohn. No trabalho, ela afirma que a disseminação da tecnologia digital, que
permite (em tese) a qualquer pessoa a veiculação de informações via internet, é uma
grande e dramática novidade para a questão da ética no mundo contemporâneo. Ela
destaca que, em especial, esses conflitos se voltam para os preceitos que
tradicionalmente orientam o exercício do jornalismo.
O artigo aborda alguns dos principais dilemas que o jornalismo enfrenta nesse
novo contexto e apresenta indagações quanto à possibilidade de respeito a limites sobre
o que pode e deve ser tornado público, diante da perda desse controle por causa
principalmente dessas novas tecnologias de compartilhamento de dados e informações,
além da briga pelo espaço de divulgação da notícia instantânea. Tudo isso altera
dramaticamente o papel classicamente exercido pela mediação jornalística e “impõe”
que o pensamento acerca da ética da divulgação de fatos e dados seja uma discussão
ampla, já que, para ela, “discutir ética significa exatamente discutir o estabelecimento
de limites. Entretanto, na era da „nova mídia‟, em que (em tese) qualquer um pode
dispor de uma ferramenta para comunicar em escala infinita, a discussão sobre ética
ultrapassa largamente o âmbito da prática jornalística” (MORETZSOHN, 2009, p.11).
A pesquisadora Josemari Poerschke de Quevedo traz, em seu trabalho
“Credibilidade jornalística – Uma compreensão teórica”, publicado no Encontro
Nacional da Intercom em 2009, um aspecto relacional entre a necessidade de
credibilidade jornalística e alguns dos aspectos de produção de produção da notícia. O
artigo em questão foi selecionado dentro deste grupo de trabalhos porque discute o
aspecto profissional, a partir das Teorias do Jornalismo, dentro de um sistema ético
jornalístico. Este sistema ético envolve situações diversas a partir de uma mesma
responsabilidade e é o ponto de partida da autora, que se utiliza das discussões acerca da
6
ética profissional como primeiro plano de seu trabalho. Segundo a autora, a “abordagem
conceitual para discutir a credibilidade jornalística tem a noção de que a notícia é o
fluxo do ato de informar, ancorada numa zona de tensão entre uma reflexão ética
interrogativa e crítica e a deontologia profissional” (QUEVEDO, p.2).
Ela localiza a profissão tanto em um plano midiático/empresarial, enquanto
comunicação realizada em instituições públicas de governo. Em comum entre os dois,
há a responsabilidade com o interesse público, ponto básico dos códigos deontológicos.
Nesse sentido, descreve-se situações referentes à produção jornalística nesses níveis e os
aspectos a se ter em conta em prol da credibilidade jornalística, fazendo com que o
trabalho não seja um estudo de caso, mas uma análise de situações a partir do
referencial de estudos.
Uma revisão bibliográfica e documental é compilada pelo pesquisador Aldo
Antonio Schmitz no artigo “A ética de lado a lado: fontes de notícias e jornalistas
frente a frente”, presente nos anais do 8° Encontro da SBPJor, promovido em 2010. O
estudo reúne diversos referenciais teóricos que abordam a temática da relação, muitas
vezes conflituosa, entre jornalistas e fontes de informação e, ainda, retrata as
orientações presentes nos manuais de redação de três jornais impressos: Folha de S.
Paulo, O Estado de S. Paulo e Zero Hora. O autor levanta diversas situações analisadas
por outros pesquisadores, incluindo dados de pesquisa e citações, mas não se propõe a
estabelecer um trabalho empírico e também não se configura como projeto de natureza
epistemológica. As conclusões permitem, no entanto, compreender as características do
papel das fontes e dos jornalistas: “essa relação [fonte-jornalista] está imbricada num
processo complexo, simultaneamente conflitante e conveniente a ambos” (SCHMITZ,
2010, p. 10).
A ética profissional do jornalista é usada como base de estudos do trabalho
“Jornalismo, ética e humanização: reflexões sobre a tríplice tessitura”, da
pesquisadora Criselli Montipó. Seu trabalho foi publicado nos anais do encontro
nacional da Intercom em 2011 e se volta para as formatações mais humanizadas da
narrativa jornalística a partir da base ética. Ela afirma que a complexidade das relações
atuais têm trazido novos sentidos e novas funções ao fazer jornalístico. Segundo ela, “os
jornalistas passaram a ser mediadores de um cotidiano cada vez mais diversificado e
mutável” (MONTIPÓ, 2011, p 1). A partir daí, estratégias para a aproximação do
público com esta realidade em constante transformação, dado o desenvolvimento e a
mercantilização do jornalismo.
7
O trabalho aponta a ocorrência de um distanciamento da instância motivadora de
toda informação, que é a vivência humana, objetiva e subjetiva. O artigo sugere, então,
algumas reflexões acerca da humanização na narrativa jornalística, para que, embasada
na ética profissional, possa oferecer um jornalismo mais próximo da realidade humana.
O trabalho “Jornalismo Local: A Ética da Convicção e a Ética da
Responsabilidade na Proximidade com as Fontes” foi publicado no mesmo
congresso pela pesquisadora Carla Algeri. Em seu objetivo estava a reflexão sobre
conceitos éticos e deontológicos da prática jornalística no jornalismo local, ou seja, em
veículos de comunicação de caráter empresarial e de circulação restrita a um território
geográfico. Como aporte teórico, a autora partiu da discussão suscitada por Weber
(2008) e retomada por Cornu (1999) sobre a ética da convicção e a ética da
responsabilidade, refletindo sobre esses conceitos a partir da problemática do
relacionamento com as fontes. Citando Cornu (1999), a autora explica a diferença entre
as formações éticas diversas e, como colocado pelo autor, estabelece-se que
No campo da informação, esta distinção é útil, porquanto opera a separação
entre um jornalismo de convicção, preocupado com a única missão de dizer,
e um jornalismo de responsabilidade, que relacionaria a informação com as
consequências da sua difusão, em particular com as suas repercussões sobre a
vida física e a integridade moral das pessoas (CORNU, 1999 apud ALGERI,
2011, p. 3).
Foram entrevistados jornalistas de dois jornais locais catarinenses, o Diário do
Oeste Catarinense, de Concórdia, e o Diário do Iguaçu, de Chapecó. Dessas entrevistas,
“observou-se uma imprensa por um lado „amarrada‟ aos interesses econômicos e
políticos, pela escassez de mercado anunciante e pela configuração da política local. Ao
mesmo tempo, encontrou-se jornalistas comprometidos com a comunidade” (ALGERI,
2011, p.13). Ou seja, de maneira geral, os profissionais se demonstraram preocupados
com as consequências dos fatos divulgados, medo de sanções, como processos judiciais,
muito decorrentes do despreparo profissional e ainda da autocensura. Para a autora, “A
ética de convicção fica subentendida na divulgação de fatos oficiais, dos poderes
públicos, quando o jornalista está condicionado a divulgar tudo o que vem dessas
fontes, sem muita reflexão” (idem).
A discussão central do texto “Jornalismo, ética e opinião pública no Brasil: a
ação da mídia justiceira na fase inicial do caso Isabella Nardoni” baseia-se no
tensionamento existente entre as questões do Direito, direcionadas para um
8
acontecimento criminal, e a ampla cobertura da mídia, em abrangência nacional. O
artigo foi interposto ao Intercom Nacional de 2011 e foi elaborado pelos professores
Edson Dalmonte e Malu Fontes.
O debate científico concentra-se na abordagem pela Revista Veja, a partir de
quatro edições consecutivas que retratam o caso Isabella Nardoni, que morreu ao ser
atirada do 6° andar do prédio no qual moravam o pai e a madrasta. É um estudo de caso
analítico sobre o fazer jornalístico de cobertura do caso, que mobilizou a opinião
pública de todo o país. A análise leva em consideração os sentidos produzidos pelo
discurso jornalístico, os elementos (info)gráficos e emerge o conceito de ética que prevê
a manutenção dos direitos do cidadão, sobretudo em relação ao de ampla defesa e à
presunção de inocência. Segundo os pesquisadores, a opinião pública de condenação do
casal Nardoni foi mediada pela imprensa, como fica evidenciado na terceira edição do
periódico observado, por conta da construção imagética dos acusados; apesar de o
processo, à época, não houvesse sequer iniciado na esfera da Justiça.
Como pano de fundo, as contribuições teóricas sobre o papel dos mass media
para os assuntos de ordem moral, reverberadas pela conjuntura social atual. Os casos
apresentados permitem uma conclusão relevante e pertinente para a compreensão do
modus operandi dos profissionais do jornalismo na sociedade brasileira hodierna:
De instância provedora de informação, passou a prover sentenças, fato que
nos faz ver a mídia como lugar da “ação justiceira”. Percebe-se, no Brasil, a
falta de um nível de orientação deontológico marcado pela preocupação de
distinguir os limites à atuação da imprensa em relação ao seu campo de ação,
ou seja, limites claramente definidos, reservando à justiça a investigação e
sentenciamento dos crimes. (FONTES; DALMONTE, 2011, p. 12)
Numa perspectiva ética motivada pela emergência dos meios de comunicação
digitais, o projeto “Ética hacker e deontologia jornalística em redes sociais”, de
Rogério Christofoletti, submetido à SBPJor em 2011, “persegue” três ideias principais:
a de que “a crise é mais que a crise”; a de que “o jornalismo vem se modificando
também na sua ética”; e a de que “as redes sociais compõem o ambiente que apressa
uma nova ética jornalística” (CHRISTOFOLETTI, 2011, p. 2). O pesquisador parte da
hipótese de que, com as modificações nos modos de como os meios e os jornalistas
lidam com as fontes, os concorrentes e os públicos, a ética também deve ser modificada.
Para ele, “o que parece certo é a insustentabilidade do modelo atual, pela sua
9
impossibilidade de dar conta de desafios futuros e de velhos dilemas travestidos de
novas cores” (idem, p. 6).
O autor realiza um mapeamento das diversas redes sociais surgidas a partir do
final da década de 90, dos blogs aos avançados dispositivos móveis, como o iPhone e o
iPad. Nessas experiências, as novas relações imbricadas na produção e no consumo das
informações que, segundo o pesquisador,
trouxeram mais potencialidades que motivos de preocupação para o
jornalismo. Os avanços alargaram o campo profissional, abriram novos
mercados, multiplicaram as formas de expressão jornalística e forçaram uma
reaproximação com os públicos. Mas as boas práticas não são tudo no
jornalismo. Deslizes éticos e violações legais são, diversas vezes, facilitadas
pelas condições tecnológicas. É o caso do plágio e da invenção deliberada de
personagens, situações ou histórias inteiras. (ibidem, p. 9)
Nesse panorama, vicejam diversas recomendações por um ética jornalística no
uso das ferramentas sociais digitais, haja vista a variedade de casos brasileiros e
estrangeiros que renderam até demissões de profissionais, por conta da divulgação de
notícias equivocadas, e da criação de perfis falsos etc. Dessa forma, o estudo reclama a
necessidade do estabelecimento de uma ética para o webjornalismo, sob pena de manter
os velhos deslizes da prática social, só que com uma nova roupagem; a exemplo da
liberdade de expressão, da falta de transparência entre relato e opinião e da carência de
instrumentos de controle da qualidade da informação.
Os meios de comunicação do Brasil e do mundo já emitiram instruções internas,
mas ainda não se tornaram códigos. Christofoletti (2011) defende que “compreender a
situação, adequar-se a ela e superar insuficiências parece uma agenda complexa, mas
positiva e necessária para os jornalistas” (p. 14).
O trabalho “Direitos, valores e cuidados na era da transparência: uma volta
ao mundo em códigos deontológicos”, realizado em 2012 e submetido ao 10° Encontro
da SBPJor, de autoria de Rogério Christofoletti e Isadora Mafra Ferreira, é uma
proposta de sistematizar os valores e critérios éticos inscritos nos códigos jornalísticos
de 30 países do mundo inteiro.
Trata-se de uma pesquisa que busca construir “uma síntese a partir de múltiplas
realidades, na tentativa de fazer emergir contribuições para um cenário mais detalhado
da compreensão das normas de conduta para jornalistas” (CHRISTOFOLETTI;
FERREIRA, 2012, p. 6). A escolha dos documentos se deu a partir dos índices
demográficos de cada continente do planeta, tendo ainda como parâmetros a
proporcionalidade, a amplitude, a antiguidade e a legitimidade dos códigos.
10
Após a seleção, o projeto voltou-se para a tradução dos documentos para que,
por conseguinte, fossem estabelecidos os critérios de análise, que levou em conta dados
quantitativos e qualitativos. Foram constituídos quatro conjuntos de categorias para
caracterizar os documentos: natureza; evidência de direitos no documento; cuidados nos
processos de apuração e produção jornalísticas; e cuidados no tratamento das fontes.
Desses quatro conjuntos, os pesquisadores elencaram 20 categorias de observação.
A ideia do trabalho é tentar dar conta dos dispositivos éticos vislumbrados pelos
diferentes países na contemporaneidade. No entanto, o documento da França e do Japão,
por exemplo, datam de 1938 e 1946. Além disso, o olhar sobre as demais civilizações
está embutido por uma perspectiva cultural – a brasileira/ocidental, mas evocando as
contribuições teóricas do assunto, tanto de autores brasileiros como de estrangeiros. A
discussão suscita, portanto, questões de ordem histórica, cultural e social de alguns
países, uns com mais informações e outros menos.Nesse sentido, parece que o conceito
de ética empregado é o mais amplo possível, a fim de abranger quaisquer elementos
plausíveis de serem encontrados.
As
críticas
elencadas
acolhem
possivelmente,
assim,
determinadas
subjetividades empíricas, ao identificar, a título de exemplo, que a maioria dos
documentos é “aconselhadora e idealista”. Haveria uma valorização universal da
verdade e também uma emergência pela observação de questões recentes, motivadas
pelo avanço tecnológico. O próprio estudo verifica que os documentos não estão
alicerçados apenas nas vinte categorias determinadas e conclui, de modo indicial, que há
sinais de “lacunas e insuficiências contemporâneas” (idem, p. 18).
“Será que todos os jornalistas têm consciência de que, ao fazerem uso de câmera
escondida e mentirem ou omitirem a sua identidade, estão ferindo o Código?” (SOUZA
et al., 2012, p. 2) é a pergunta problema que norteia as discussões do paper “Uso de
câmera escondida e omissão da profissão: repensando a liberdade de imprensa e a
ética dos jornalistas”, de Carlos Henrique Medeiros de Souza et al, apresentado ao
Intercom Nacional em 2012. Os pesquisadores pretendem confrontar o Código de Ética
dos Jornalistas Brasileiros com as práticas jornalísticas contemporâneas, tendo como
focos centrais o uso das novas tecnologias, a liberdade de imprensa e as técnicas de
despistamento.
Como corpus de análise para estudo de caso, privilegiam-se duas matérias
televisivas exibidas pelo dominical Fantástico, da Rede Globo: uma que,
resumidamente, apresenta imagens do jogador de futebol Vagner Love com escolta de
11
bandidos armados para participar de uma festa na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro;
e outra que flagra a venda de uma menina, pela própria mãe, por uma quantia de R$
500, no estado do Pará. Em ambos os casos, os repórteres se valem da câmera
escondida, apesar da recomendação do Código de Ética brasileiro de que “o jornalista
não pode divulgar informações obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso
de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de
incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de
apuração” (Código de Ética dos Jornalistas, cap. III, art. 11, item III).
A pesquisa critica o primeiro produto porque seria uma questão de pouca
relevância social, pouco interesse público e que esbarra em direitos de privacidade, além
de denegrir a imagem de uma figura pública. No segundo caso, os jornalistas participam
do acontecimento, fazendo-se passar por interessados em “comprar” a menina. Embora
não se tenha discutido dessa maneira no artigo, o caso reflete um exemplo efetivo do
jornalismo enquanto elemento de construção social da realidade. O trabalho debate,
ainda, os direitos dos envolvidos nas situações e procura confrontar com a função social
do jornalismo, de denunciar, fiscalizar.
Outra discussão mobilizada no texto coloca em xeque as próprias resoluções do
Código de Ética, partindo do pressuposto de que existem agressões corriqueiras a ele:
“O problema está na ação antiética dos jornalistas ou na “defasagem” do Código?”
(SOUZA et al., 2012, p. 4).
Além disso, os autores indagam se os jornalistas, ao saberem da existência do
compromisso com a verdade, se há respeito por ele; ou, ainda, se os profissionais de
comunicação colocam em prática o Código, todos os dias e a todo tempo. Questões
importantes que não são contempladas neste estudo e que demandam um trabalho
científico de maiores proporções.
4. Considerações finais
Partimos de uma busca sobre a ocorrência da ética profissional como palavrachave dos trabalhos acadêmicos publicados nos últimos cinco anos nos encontros
nacionais da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação –
Intercom – e da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJor. Com
isso, procuramos compreender quais são as ocorrências sobre ética que se fazem
presentes nessa produção que trata sobre jornalismo, e qual papel dela dentro do
panorama das discussões destes encontros atualmente.
12
Em alguma medida, pudemos observar que a ética profissional entra em
discussão de maneira muito forte quando atrelada a aspectos da rotina de produção e às
contingências do mercado jornalístico. Em muitos trabalhos a busca de compreensão da
ética do jornalista escapa à deontologia da profissão, ou seja, neles o estudo se dá na
relação travada entre os profissionais do jornalismo e os ideais de correção da sua
profissão, extrapolando os limites da deontologia enquanto conjunto de regras.
Muitos foram os trabalhos que exploraram o aspecto de formação de algum grau
identitário da profissão de jornalista por meio da delimitação de quais são os critérios
éticos por esta manifestados. Conflitos colocados entre jornalistas infiltrados, uso de
câmeras escondidas e outras práticas tidas como comuns na vida do jornalista são vistas
pelo viés ético, sobretudo. Também nesses casos os conflitos se davam em torno de uma
tensão entre os conflitos éticos reais, dados, e os códigos de éticas da profissão, como se
a rotina produtiva e as relações entre a produção jornalística, o pouco tempo e a falta de
condições estruturais não estivessem previstas num código deontológico.
Também o aspecto formativo dos jornalistas com relação às práticas éticas da
profissão passou por análise. Este exame sobre a formação jornalística tem seu destaque
colocado na capacidade crítica como ferramenta fundamental à ética profissional e que
tem condições de se fazer mais presente por meio de estímulos que se iniciem na
formação do aluno de jornalismo. Estas discussões também se remetem ao espaço
público ao qual este estudante de jornalismo está sendo direcionado quando se tornar
um profissional.
Além disso, a ética apareceu ligada às novas tecnologias, altamente relacionadas
a esse espaço do profissional de jornalismo. Dadas as condições de multimidialidade e
potencial amplificado de produção de conteúdo e compartilhamento, a questão ética dos
limites do ato de compartilhar, além das influências desses materiais na prática
jornalística, são colocadas em questão. As maneiras com as quais o jornalista pode lidar
em ambientes abertos e mais visíveis, onde procurar suas fontes de informações
confiáveis e quais limites cruzar em busca da informação são conflitos éticos válidos
desde sempre, mas que passam a ganhar uma abrangência de discussão amplificada.
O estudo da ética pela academia, portanto, pretende dar conta das mudanças
pelas quais o jornalismo vem (e continuará) passando; enaltecendo algumas delas, em
detrimento de outras. Muitos dilemas da profissão, como identificado por alguns
autores, em determinados casos, permanecem os mesmos de tempos atrás, reivindicando
a necessidade de uma reflexão crítica e atentando para a necessidade de adotar como
13
referência os exemplos obtidos pelas experiências e os próprios dispositivos dos códigos
de ética e deontológicos. No universo estudado, percebeu-se a reincidência de vários
pesquisadores se dedicando à análise do tema. Seria interessante, desse modo, que
novos e mais estudiosos pudessem contemplar o assunto, de modo a fornecer novos
olhares e novas perspectivas para o enriquecimento das competências científicas do
campo. Por fim, não é possível afirmar – categoricamente – que há uma “evolução”
nesse tipo de pesquisa dentro do período analisado, mas o desenvolvimento de algumas
tentativas de dar conta das demandas atuais, contemplando os dilemas éticos que
envolvem o exercício profissional do jornalismo.
Referências
ALGERI, Carla. Jornalismo Local: A Ética da Convicção e a Ética da
Responsabilidade na Proximidade com as Fontes In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 34., 2011. Recife, PE. Anais... Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-2693-1.pdf>
Acesso
em 20 abr. 2013
CHRISTOFOLETTI, R.; Currículos comparados: Ética Jornalística nos modelos da
Unesco e nos cursos superiores brasileiros. In: ENCONTRO NACIONAL DE
PESQUISADORES EM JORNALISMO, 10., 2009. Universidade de São Paulo.
Anais... Disponível em:
<http://monitorando.files.wordpress.com/2011/02/christofoletti_sbpjor2009.pdf>
Acesso em 20 abr. 2013
______. Ética hacker e deontologia jornalística em redes sociais. In:ENCONTRO
NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO, 9., 2011. Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Anais... Disponível em:
<http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/9encontro/CC_38.pdf>
Acesso em 20 abr. 2013
______; FERREIRA, I. Direitos, valores e cuidados na era da transparência: uma
volta ao mundo em códigos deontológicos. In: ENCONTRO NACIONAL DE
PESQUISADORES EM JORNALISMO, 10., 2012. Pontifícia Universidade Católica
do Paraná. Anais... Disponível
em:<http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/10encontro/comunicaco
es_coordenadas/rogerio_christofoletti_isadora_mafra_ferreira.pdf> Acesso em 20 abr.
2013
DEOLINDO, Jacqueline da Silva; LOVISOLO, Hugo R. “Encontros e desencontros
da ética jornalística: Resultados de uma pesquisa de campo” In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 35., 2008. Natal, RN. Anais...
Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-03191.pdf> Acesso em 19 abr. 2013
14
FONTES, M.; DALMONTE, E. Jornalismo, ética e opinião pública no Brasil: a ação
da mídia justiceira na fase inicial do caso Isabella Nardoni. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 34., 2011. Recife, PE. Anais...
Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-20331.pdf> Acesso em 20 abr. 2013
KARAM, Francisco José. Jornalismo, ética e liberdade. São Paulo, Summus, 1997
MONTIPÓ, Criselli. Jornalismo, ética e humanização: reflexões sobre a tríplice
tessitura. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 34.,
2011. Recife, PE. Anais... Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-1228-1.pdf> Acesso
em 20 abr. 2013
MORETZSOHN, Sylvia. As encruzilhadas da ética em tempos de “nova mídia”. In:
ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO, 2009.
Universidade de São Paulo. Anais... Disponível em:
<http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/sylvia_moretzsohn.pdf>
Acesso em 20 abr. 2013
MORETZSOHN, Sylvia. O Repórter Infiltrado: Algumas Questões Éticas e
Epistemológicas para a Prática do Jornalismo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 35., 2008. Natal, RN. Anais... Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1598-1.pdf> Acesso
em 19 abr. 2013
QUEVEDO, Josemari Poerschke de. Credibilidade jornalística – Uma compreensão
teórica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO,
2009.Curitiba,
PR.
Disponível
em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-2693-1.pdf>Acesso em
19 abr. 2013
SCHMITZ, A. A ética de lado a lado: fontes de notícias e jornalistas frente a frente.
In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO, 8., 2010.
Universidade Federal do Maranhão. Anais... Disponível em:
<http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/cl_03.pdf> Acesso em 20
abr. 2013
SOUZA, C. et al. Uso de câmera escondida e omissão da profissão: repensando a
liberdade de imprensa e a ética dos jornalistas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 35., 2012. Fortaleza, CE. Anais... Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2012/resumos/R7-0146-1.pdf> Acesso
em 19 abr. 2013
15
Download

A história da ética como objeto de estudo em Jornalismo