SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA – PARFOR
1º PERÍODO JANEIRO/2014 – BENEVIDES-PARÁ
ATIVIDADE A DISTÂNCIA – ESTÁGIO IV – 20h
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, a
educação básica é formada pela educação infantil, ensino fundamental e médio, tendo
por finalidades “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores” (Art. 21 LDBEN/96). Conforme Cury (2002, p.171),
o conceito de educação básica é “novo, original e amplo em nossa legislação
educacional, fruto de muita luta e de muito esforço por parte dos educadores que se
esmeraram para que determinados anseios se formalizassem em lei”. Nesse sentido,
destaca que a ideia do desenvolvimento do educando nestas etapas forma um
conjunto orgânico e sequencial (...) o do reconhecimento da importância da educação
escolar para diferentes momentos destas fases da vida e da sua intencionalidade maior
já posta no art. 205 da Constituição Federal: a educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da família e
sua qualificação para o trabalho.
Em relação ao Ensino Médio, a Lei 9.394/96 estabelece, entre as finalidades do
ensino médio, "a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos", e "a preparação
básica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo, de
modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores". O ensino médio, que passa a ser uma das etapas da
Educação Básica - e, portanto, é considerada pelo Poder Público, dimensão essencial
do processo formativo de todo brasileiro -, aparece no texto da Lei em articulação com
a educação que o antecede e com aquela que vem a seguir. A proposta é superar as
rupturas. O ensino médio seria a continuação natural, consolidação e aprofundamento
dos conhecimentos adquiridos. Ao mesmo tempo, é etapa de preparação para a
aprendizagem futura, seja no ensino superior, no mundo do trabalho, ou na educação
profissional. A "preparação básica para o trabalho" não se confunde com as
habilitações profissionais, obrigatórias na Lei 5692/71 e facultativas na 7044/82, o que
constitui mudança estrutural decisiva na organização dos cursos. A LDB acena para
essa separação quando enuncia que o educando poderá ser preparado para o exercício
de profissões técnicas, desde que se atenda a formação geral. Tal tendência é
concretizada no Decreto 2208/97, que determina que "a educação profissional terá
organização curricular própria e independente do ensino médio". A desvinculação
parece ter como objetivo revalorizar o ensino médio e ampliar a cultura geral do aluno,
em oposição à ênfase na preparação profissional dada pela Lei 5692/71. Aquela
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política nem conseguiu formar técnicos qualificados para o mundo do trabalho, nem
ajudou a desenvolver na juventude muitas aptidões relacionadas à formação humana
e cultural. Entre as consequências, registramos uma grande proliferação de cursos prévestibulares, além da chegada à universidade de alunos despreparados para o ensino
superior.
Dentre as principais tendências do currículo do Ensino Médio podemos citar a
interdisciplinaridade e formação integral. Os temas ou eixos verticais que constituem
as grades curriculares tradicionais têm origem na Grécia Clássica. As questões que
inquietam os homens e mulheres de hoje mudaram, assim como os métodos de
pesquisa, a maneira de se fazer ciência e de se construir conhecimento. No entanto,
aqueles mesmos temas centrais continuam sendo apresentados ao aluno de nossas
escolas exigindo-se dele que aprenda algo que sequer entende totalmente. Em lugar
disso, saberíamos acaso responder como cada disciplina do currículo de ensino médio
contribui, por exemplo, para formar alunos capazes de ajudar a superar as injustiças
sociais de nosso país, ou de conviver com os demais de maneira mais harmoniosa, ou
de ler criticamente a realidade e os meios de comunicação, ou de lidar melhor com os
problemas de seu tempo?
A ideia na Lei 9.394/96 é resgatar a natureza essencialmente cultural do ensino
médio, articulando formação geral e científica para alcançar "o aprimoramento do
educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico". Essa intenção é comentada nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), que sugerem
"conciliar humanismo e tecnologia, conhecimento dos princípios científicos que
presidem a produção moderna e exercício da cidadania plena formação ética e
autonomia intelectual". Tal equilíbrio entre as "finalidades personalistas e
produtivistas" requer, segundo a relatora do documento, Guiomar Namo de Mello,
"um esforço para superar os dualismos e, ao mesmo tempo, diversificar as
oportunidades de formação". A parte diversificada de disciplinas, articulada com a
base nacional comum, indica uma flexibilização do currículo. Trata-se de buscar a
educação integral do jovem, permitindo-lhe solidificar uma "visão orgânica do
conhecimento", destacando "as múltiplas interações entre as disciplinas". A sala de
aula está aberta não só a uma série de saberes até então dela excluídos, como
também ao diálogo entre as áreas curriculares. Nada mais oportuno, considerando o
atual momento histórico, em que os paradigmas que entusiasmavam os homens de
outras épocas são seriamente questionados. É mais sólida a convicção de que a ciência
não tem respostas para tudo, e que modos alternativos de conhecimento precisam ser
considerados. As disciplinas isoladas são apenas dimensões de análise, pontos de vista
congelados. Não vivemos mais naquele mundo em que "o ruído dos aplausos ao
progresso cobria as queixas dos perdedores e mascarava o silêncio do pensar". Os
modelos explicativos do real são parciais e provisórios. As certezas absolutas dão lugar
ao universo dos possíveis.
A escola de ensino médio pode vir a se constituir no espaço de formação de um
jovem que se aproxime da realidade de outras formas, que aprenda de modo diferente
e que possa construir novos saberes para a cultura de seu tempo. O trabalho na linha
transversal pode ser uma das maneiras de começar a renovação. Outra é a
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relativização das grades curriculares, preferindo-se, por exemplo, os projetos em torno
dos quais os alunos se agrupem por eixos de interesse. Dessa forma, em meio a uma
infinidade de informações (verdadeiras, falsas, com conteúdos ideológicos
implícitos...), misturadas em homepages, livros, jornais, revistas e canais de TV, cabe
ao ensino médio capacitar o aluno para: a) saber buscar a informação nas diversas
fontes; b) selecionar a informação adequada; c) utilizar a informação selecionada de
modo criativo, consciente e crítico. Isso implica considerar o contexto do conteúdo
trabalhado na escola, verificando como aquilo que o aluno estuda pode se tornar algo
significativo para ele.
Educação para a sensibilidade, a igualdade e a autonomia. As DCNEM insistem
em que a escola procure educar para a sensibilidade, planejando o espaço e o tempo
"para acolher, expressar a diversidade dos alunos e oportunizar trocas de significados,
dando lugar à continuidade, à diversidade expressiva, ao ordenamento e à
permanente estimulação pelas palavras, imagens, sons, gestos e expressões de
pessoas".
As DCNEM propõem também uma educação para a igualdade. Isso implica não
apenas igualdade de oportunidades, mas também tratamento diferenciado, de forma
que as características individuais dos alunos sejam respeitadas e atendidas. Supõe uma
escola que inclui e valoriza o diferente; uma sala de aula que seja o espaço de todas as
falas e de todas as vozes. Nas DCNEM, os conteúdos curriculares são instrumentos a
serviço da formação de competências, habilidades e disposições de conduta. Trata-se
de investir na capacidade de aprendizagem, no desenvolvimento de maneiras próprias
de pensar e de tomar decisões, na relação do indivíduo consigo mesmo e com a
sociedade. Esses aspectos ficam evidentes na descrição das competências que dizem
respeito a cada área curricular. Por exemplo, na área de Linguagens e Códigos, lemos
que "estão destacadas as competências que dizem respeito à constituição de
significados que serão de grande valia para a aquisição e formalização de todos os
conteúdos curriculares, para a constituição da identidade e o exercício da cidadania".
Nesta etapa do trabalho é preciso vivenciar os espaços, a comunidade escolar e
suas peculiaridades, os discentes e a prática docente. Desta forma, procedamos às
atividades prévias para que durante as atividades de supervisão possamos tornar
célere o trabalho a ser desenvolvido. Para tal, efetuem a leitura do texto de PIMENTA
(2012) no sentido de otimizar a experiência de observação, planejamento e
concretização das ações pedagógicas.
Solicitamos aos discentes as seguintes tarefas prévias ao início do semestre
letivo, referentes a 04 pontos que constituirão a nota final da disciplina:
ATIVIDADE 01
Para que você possa verificar tudo isso pessoalmente, faça uma leitura
cuidadosa do documento das DCNEM, que também pode ser encontrado no site do
MEC, no endereço http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb15_98.pdf. Essas
questões chamam a sua atenção para o que há de essencial no documento. Esta
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atividade corresponde a 02 pontos e a 10 horas da carga horária da disciplina.
Capriche!
1. Quais foram os procedimentos adotados para elaborar as DCNEM? Vocês
concordam com esses procedimentos? Justifiquem sua resposta.
2. Qual a tarefa do CNE, em relação às DCNEM?
3. Segundo o CNE, o Ensino Médio era uma “exclusão a ser superada”. Explique.
4. Aponte as bases legais do E. Médio, a partir das quais o CNE elaborou as DCNEM.
5. O que acarretou a reorganização do Ensino Médio, no Brasil?
6. As DCNEM estão sustentadas por três elementos: sensibilidade, igualdade e
identidade. Comente-os, justificando porque estão na base da reorganização do Ensino
Médio.
7. Que elementos constituem uma pedagogia de qualidade, segundo as DCNEM?
8. Qual a importância da avaliação, numa pedagogia de qualidade?
9. Quais são os pressupostos nos quais a organização do Ensino Médio se fundamenta?
10. Como o CNE concebe a interdisciplinaridade no Ensino Médio?
11. Como o CNE concebe a contextualização no Ensino Médio?
12. Qual a função da escola e do professor no Ensino Médio reorganizado?
13. De que maneira o CNE concebe a Base Nacional Comum e a parte diversificada do
currículo do Ensino Médio?
14. De que maneira a Base Nacional Comum e a parte diversificada do currículo do
Ensino Médio se integram?
15. Qual a função da escola, no que diz respeito à formação geral e preparação para o
trabalho?
16. Quais são as diretrizes do documento para a organização curricular da Base
Nacional Comum?
17. Porque a organização em áreas no novo E. Médio?
18. Aponte quais são os saberes das áreas de conhecimento do Ensino Médio?
19. Quais são as competências da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias?
20. Qual o papel das instituições de Ensino Superior, na implantação das DCNEM?
Obs.: Estas questões podem ser respondidas em forma de texto, ou seja, não é
necessário responder tópico por tópico.
ATIVIDADE 02 (10h)
Para que seja estabelecido contato com os responsáveis legais na escola-campo e o
primeiro esboço do projeto de intervenção seja realizado, o discente (estagiário)
deverá proceder aos seguintes passos que correspondem a 02 pontos e 10 horas de
carga horária:
2.1 Definir o local de realização do estágio;
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2.2 Estabelecer contato com o supervisor local (responsável legal pela escolacampo, assim como o docente que o receberá na sala de aula onde as
atividades serão desenvolvidas);
2.3 Definir o período de realização das atividades (conforme período do semestre e
com descrição detalhada do cronograma);
2.4 Após ter definido as atividades citadas nos tópicos anteriores, o alunoestagiário deverá refletir acerca da proposta de docência compartilhada, a qual
propõe interação, trabalho colaborativo, confronto entre práticas tradicionais e
práticas inovadoras de ensino e a partir da realidade da escola-campo escolhida
para cursar o estágio e das inquietações que surgiram durante o período de
conhecimento prévio da mesma, efetuar uma proposta de trabalho que
envolva questões pertinentes ao ensino-aprendizagem, promovendo a
integração entre as duas instituições (Universidade Federal do Pará e escolacampo) de modo que seja possível o auxílio mútuo.
2.5 Elaborar o pré-projeto de trabalho a ser desenvolvido no semestre com
proposta de intervenção.
Para estas atividades siga as instruções básicas de normatização:
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
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Seguir as normas da ABNT.
Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho 12
Espaçamento entre linhas: 1,5
Margens: esquerda e superior: 3cm; direita e inferior: 2cm
Alguns esclarecimentos importantes:
Para todo o processo que ora inicia-se é essencial que o aluno-estagiário faça
uso de um caderno de campo no qual registrará todos os passos percorridos
durante a concretização das atividades e que deverá ser apresentado no 1º dia
de atividade presencial (03/02/2014).
É de suma importância a leitura dos textos sugeridos.
As atividades do Estágio IV devem ser realizadas em turmas regulares de ensino
Médio em turmas de Língua Portuguesa, contabilizando 20h.
Ao apresentar-se na escola em que deseja cumprir o estágio, lembre-se das
regras de cordialidade, apresente-se, relate o que deseja, mostre interesse
pela comunidade e essencialmente perceba se o professor-colaborador
(aquele que o acompanhará na sala de aula) mostra-se flexível e disposto a
colaborar com o seu trabalho. Boa sorte em sua jornada!
A atividade à distância equivale a 04 pontos da nota final.
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Primeiro encontro presencial: 03 a 06 de fevereiro de 2014. Encerramento da
disciplina: 29/03/2014.
O livro da Selma Pimenta (indicado nas referências) servirá de base para as
nossas aulas no encontro presencial, a ser realizado em fevereiro, de forma que
solicitamos a todos que providenciem a leitura do mesmo para que possamos
promover discussões e debates.
REFERÊNCIAS
CURY, C.R.J. A educação básica no Brasil. Educ.Soc., Campinas, vol. 23, nº 80,
setembro/2002.
Disponível
também
em:
http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12929.pdf
PIMENTA, Selma G. O Estágio na formação de professores: unidade, teoria e prática.
São Paulo: Cortez, 2012.
NISLIER, Arnaldo. Educação, Estágio e trabalho. São Paulo: Integrare editora, 2006.
BARREIROS, Iraídes Marques de Freitas. Prática de Ensino e estágio supervisionado
na formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006.
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