EDUCAção
INFORME CIEE
INFORME CIEE
CIEE PROMOVE
A INCLUSÃO
SOCIAL DE
JOVENS
Maior agente de integração da
América Latina e referência
em inserção profissional
de estudantes, o CIEE
consagra o estágio como o
diferencial para o sucesso na
carreira de novos talentos.
Há 46 anos, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) vem firmando seu compromisso de inclusão social, já tendo encaminhado mais de
Seminário,
10 milhões de jovens para o mercado de trabalho por meio do estágio e
pela diversidade
da aprendizagem profissional. A ampliação de oportunidades para a
e qualidade das representações presentes, foi
juventude é uma das metas que caracteriza a organização, presente
também uma antecipação das reflexões sobre as
em todos os Estados da federação.
grandes questões educacionais que virão à tona
Para alcançar o status de maior organização não governamendurante os debates que acontecerão na campanha
tal voltada para a educação e trabalho, foi necessário investir nos
eleitoral que se avizinha. Por exemplo: é possível
valores de transparência e ética, responsabilidade social e apripriorizar todos os níveis educacionais e todas as áreas
moramento constante dos colaboradores para soluções rápidas e
inovadoras, que permitissem ações socialmente sustentáveis.
de conhecimento para o desenvolvimento do Brasil?
São várias as iniciativas que se destacam, como o programa
Ou, em tempos de recursos escassos, precisaremos
Aprendiz
Legal (em parceria com a Fundação Roberto Marinho),
optar por um nível ou área de conhecimento
que
já
capacita
17 mil jovens por todo o país. Os cursos de Educaespecíficos? Eis aí uma das questões centrais
ção a Distância já receberam mais de um milhão de matrículas, em
para o futuro da nossa nação.”
quatro anos de existência, com temas que favorecem diretamente o
jovem
que vai disputar uma vaga de estágio ou trabalho em empresas,
Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de
instituições
do 3º Setor e órgãos públicos. Milhares de estudantes tamEnsino – Unisul
bém se capacitam nas oficinas presenciais gratuitas organizadas pelo CIEE.
E mais de 50 mil alunos já tiveram sua empregabilidade melhorada pelo Programa
CIEE de Alfabetização e Suplência Gratuita de Alunos. No ano passado, perto de
300 palestras, seminários, debates e oficinas com temas relacionados à realidade
nacional e à preparação para o mercado de trabalho foram oferecidos a estudantes, empresários, educadores e gestores de Recursos Humanos.
Em 2009, cerca de 350 mil estudantes de ensino médio e superior
foram encaminhados para estágios em todo Brasil. Atualmente, o Sistema Nacional CIEE conta com mais de 350 unidades operacionais
e postos localizados de modo estratégico no território nacional para
melhor atender estudantes, escolas e empresas. Em Santa Catarina,
o CIEE conta com 19 unidades distribuídas em várias regiões,
que desenvolvem diversos programas, todos gratuitos, gerando mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional aos jovens catarinenses.
“O
Os palestrantes
receberam
homenagens
do CIEE
Secretário da Educação de Santa Catarina
Silvestre Heerdt entre o presidente do
CIEE/SC Mércio Felsky e o Presidente do
Conselho Diretor do CIEE Nacional Ruy
Altenfelder Silva
Arnaldo Niskier - Presidente do
CIEE/RJ e membro da Academia
Brasileira de Letras com Mércio Felsky
Secretário de Educação Profissional
e Tecnologia do MEC Eliezer Moreira
Pacheco entre Ruy Altenfender Silva e o
reitor da Universidade da Fronteira Sul,
Dilvo Ristoff
Jornal especial elaborado pelo CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola
“Conhecimento
não basta para
mudar. Partindo
desta premissa, o
CIEE investe em
iniciativas que
visam à promoção
da teoria aliada à
prática, incentivando
a integração entre
escolas e empresas
e a qualificação
do jovem para a
inclusão no mercado
de trabalho.”
Expediente:
Mércio Felsky e o
deputado federal
Paulo Delgado
Vice-presidente
do CIEE/SC Luiz
Carlos Floriani
e Mércio Felsky
homenageiam
o presidente
emérito do CIEE/
SP e membro da
Academia Paulista
de Letras Paulo
Nathanael Pereira
de Souza
Vice-presidente do CIEE/SC José Luiz
Sobierajski, superintendente executivo do
CIEE/SC Anibal Dib Mussi e Mércio Felski
prestam homenagem ao reitor da UFSC
Álvaro Toubes Prata pelos 50 anos da
Universidade
EducAção é um jornal
especial elaborado pelo
CIEE - Centro de
Integração
Empresa-Escola.
Jornalista
responsável:
Scheila Cristina
Frainer Yoshimura
MTB00896 SC
Produção:
Janahyna Motta
Editoração:
Consenso Editora
Supervisão:
Luiz Gonzaga Bertelli
Jacyra Octaviano
[email protected]
UNIDADES DO CIEE EM SANTA CATARINA
FLORIANÓPOLIS - R. Antônio Dib Mussi, 473 - Próximo ao Ceisa Center - Centro; Araranguá - (48) 3524-7067; Blumenau - (47) 3326-6250; Brusque - (47) 3396-8506 ; Caçador - (49) 3567-6121; Canoinhas - (47)
3633-0130; Chapecó - (49) 3323-4991; Concórdia - (49) 3444-8361; Criciúma - (48) 3437-6527 ; Itajaí - (47) 3349-0101 ; Joaçaba - (49) 3522-3565 ; Jaraguá do Sul - (47) 3372-2032; Joinville - (47) 3433-8315;
Lages - (49) 3224-2686; São Bento do Sul - (47) 3633-6515; São Miguel do Oeste - (49) 3621-2834; Sombrio - (48) 3533-7066; Tubarão - (48) 3626-8113 - www.cieesc.org.br
CIEE (Sede executiva - SP) - Rua Tabapuã, 540 – Itaim Bibi – São Paulo
EDITORIAL
Podemos
mudar a
realidade
Luiz Gonzaga Bertelli*
As exigências de uma adequada formação
educacional crescem no mundo corporativo
globalizado, na mesma medida em que se acirra a competição por mercados consumidores
de produtos e serviços. A nova realidade, que
coloca o Brasil como um dos líderes entre os
países emergentes, demandará uma revolução
educacional, se quisermos manter ou avançar posições no cenário internacional. E uma
revolução urgente, pois quanto mais o tempo
passa, mais a qualidade de ensino despenca.
A educação não vem acompanhando as necessidades do país. O ensino básico é deficiente e
leva alunos despreparados para o ensino médio
e, consequentemente, para os cursos superiores que, de quebra, pouco ou nada preparam
o jovem para a futura inclusão profissional. No
outro lado da moeda, o impasse. As empresas
não querem mais mão de obra barata, como
em décadas anteriores. Hoje, precisam de colaboradores qualificados, aptos a acompanhar
a velocidade das inovações. No entanto, nem a
metade dos brasileiros entre 15 e 17 anos se
mantém na escola. Segundo a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, dos 3,6 milhões
de jovens que se matriculam no primeiro ano
do ensino médio, apenas 1,8 milhão consegue
concluir o curso. Esses jovens abandonam a
sala de aula com uma formação fortemente deficiente e vão engrossar a parcela da população
que se agarra nos subempregos e no trabalho
informal, com salários baixos e sem condições
de disputar cargos mais elevados. Com isso, a
falta de mão de obra qualificada persiste, com
enormes prejuízos para o desenvolvimento da
nação.
Com experiência de 46 anos na inserção de jovens no mundo do trabalho, o CIEE
acredita que o estágio e a aprendizagem são
as mais eficientes saídas para, a curto prazo, melhorar a qualificação de novos talentos,
complementando o aprendizado teórico com a
prática em ambiente real de trabalho. De quebra, ambas as modalidades de capacitação
asseguram uma renda mensal que favorece a
permanência do jovem na escola e valem por
uma demonstração concreta da importância
crescente, no mundo do trabalho, do aprendizado contínuo, num processo de aquisição de
conhecimentos que vai além da conquista do
diploma acadêmico.
* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do CIEE e diretor
da Fiesp.
Maio de 2010 - distribuição gratuita
Como está a situação atual
da Educação Brasileira?
Educadores discutiram o tema em Florianópolis
O Centro de Cultura e
Eventos da UFSC foi palco do
Seminário sobre a Situação Atual da Educação Brasileira, que
aconteceu no dia 23 de abril. O
evento, promovido pelo CIEE Centro de Integração EmpresaEscola, reuniu cerca de 400 participantes e levou à discussão
pontos importantes, como falta
de planejamento, inclusão social, preparação da mão de obra,
importância do ensino técnicoprofissionalizante, além de apresentar algumas alternativas para
garantir mais qualidade na área.
Grandes nomes da educação no Brasil participaram
do debate, dentre eles, Eliezer
Moreira Pacheco - secretário de
Educação Profissional e Tecnologia do MEC, Ruy Martins Altenfelder Silva - presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional
e do Conselho de Administração
do CIEE de São Paulo, Arnaldo
Niskier - Presidente do Conselho
de Administração do CIEE/RJ e
membro da Academia Brasileira
de Letras, Paulo Nathanael Pereira de Souza - presidente emérito
do CIEE/SP e membro da Academia Paulista de Letras, Paulo Delgado - deputado federal e
Apoiaram este evento
ex-presidente da Comissão de
Educação da Câmara dos Deputados, Mércio Felsky - presidente
do CIEE/SC, Álvaro Prata – reitor
da Universidade Federal de Santa Catarina e Silvestre Heerdt secretário da Educação de Santa
Catarina. (Confira o que eles disseram nas próximas páginas)
A abertura do seminário foi
feita por Ruy Altenfelder Silva,
que já no início provocou uma
reflexão. “Está mais do que na
hora de pensar em políticas e
soluções definitivas e não paliativas para a educação.” Destacou
ainda a grande preocupação com
a qualidade de ensino, diante do
alto índice de reprovação. “80%
dos estudantes foram reprova-
dos no exame da OAB e 56% dos
alunos do sexto ano de Medicina, em São Paulo também não
conseguiram aprovação porque
não souberam responder a questões básicas, como diagnóstico
de apendicite”, declarou, frente
à indignação da platéia formada por professores, estudantes e
profissionais da educação. Den-
tre eles, pessoas com deficiência,
que puderam contar com o apoio
dos intérpretes da linguagem de
sinais, traduzindo todo o contexto. Alguns acadêmicos também
aproveitaram o seminário para
reivindicar melhorias na estrutura das salas de aulas da universidade federal.
Além de ficar frente a frente com grandes educadores, os
participantes ainda ganharam
como cortesia, ao final do evento, o livro “ Educação, Estágio
& Trabalho” , de autoria dos escritores Arnaldo Niskier e Paulo
Nathanael.
O que eles disseram...
INFORME CIEE
INFORME CIEE
Silvestre Herdt
Ruy Altenfelder Silva
Secretário de Educação
de Santa Catarina
Presidente do Conselho Diretor
CIEE Nacional e do Conselho de
Administração do CIEE/SP
“Há lados positivos e também
problemáticos na educação. Destaco como lado positivo a quase
universalização do ensino fundamental, elogiável pela quantidade,
mas ainda passível de melhoria na
qualidade. É justo elogiar a distribuição gratuita de merenda e uniforme escolar, entre outras medidas. Os efeitos da proliferação das faculdades preocupam diante dos altos índices
de reprovação. A boa formação dos alunos depende de professores capacitados e motivados. Então, o que pensar da
expansão dos cursos de pedagogia, que saltaram de 1.237
para 2.295, com aumento de 85% no período 2002-07? Seria ótimo indicador não fosse o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) 2009, segundo o qual o número de cursos de pedagogia ruins subiu de 172 (28% do total)
para 291 (30,1%). Esses cursos congregam 71 mil dos 284
mil alunos de pedagogia, do qual sairão os futuros professores, coordenadores e diretores das escolas brasileiras.
As deficiências talvez não se devam exatamente à sempre
alegada falta de verbas, mas, sim, a um conjunto de fatores, incluindo a falta de competente planejamento para
gastá-las bem. A questão não é falta de recursos, mas a ilusão de que se podem resolver problemas só com dinheiro.
Precisamos promover a preparação integral (teórica e prática) de seus alunos. Existem, pelo menos, dois caminhos
para escapar dessa armadilha. O estágio - ao fim do período de treinamento prático, 64% dos estagiários assinam
contratos como funcionários efetivos. A segunda estrada
passa pela feliz expansão da rede de educação profissional
que espera fechar 2010 com mais de um milhão de alunos
em salas de aula.
Está mais do que hora de se pensar em políticas e
soluções para a educação desvencilhadas de vieses ideológicos, corporativistas ou experimentalistas e voltadas para
o interesse maior do país e das novas gerações de brasileiros que, sem a urgente correção de rumo, correm o risco
de perder o trem da história.”
Mércio Felsky
Presidente do CIEE/SC
“Como empresário, acredito
que o maior desafio é a ampliação da qualidade de mão de obra.
Nenhum país do mundo se desenvolve sem uma boa base da
educação. Os fundamentos da
economia mundial e do Brasil nos
remetem a um forte crescimento
econômico. Estou muito convencido de que o apagão da mão de
obra já está presente e o Brasil está importando profissionais qualificados, o que não é um bom sinal. O crescimento está aí e é a oportunidade única do país corrigir
discussões e acontecimentos. É preciso fazer algo urgente para que a nossa juventude não fique desamparada e
este evento é um exemplo, junto com o CIEE, uma entidade social com 46 anos de história que ampara o jovem
aprendiz e o jovem estagiário. Vocês, jovens, são o nosso
futuro.”
“A integração entre empresa – escola é o que
dá sentido à educação.Todos nós estamos percebendo o avanço da ciência e
tecnologia e as grandes transformações. Percebemos que o
emprego traz uma exigência
permanente de atualização.
A mão de obra especializada é
cada vez mais requisitada e níveis maiores de formação são exigidos. Percebemos que cada vez mais está
reservado aos homens ofícios de inteligência e mais níveis de formação
são necessários em nosso dia-a-dia: formação geral, técnica, especialização e humanística. É preciso ter sensibilidade, visão, criatividade
adaptabilidade e preparo para a mudança diária.
Nós temos alguns desafios permanentes pela frente. Não podemos ficar passivos diante da ideia de conquistar um diploma apenas
por costume. Precisamos ter consciência de que,
para poder sobreviver e ter espaço na sociedade, devemos transformar o ir para a
escola em um ato mais consciente. Um
ato visando à preparação do futuro
vencedor, com mais responsabiliAs palestras foram muito interessantes
dade. Devemos refletir diariamenem relação ao reposicionamento do mercado
te que escola queremos. A escola
de trabalho. Destaque para a importância
que ensina ou a escola onde se
dos agentes de integração na colocação dos
aprende? O ensino médio tradicioalunos no mercado de trabalho para que
nal não garante empregabilidade,
nem prepara para ofício algum. O
obtenham um crescimento maior do que
ideal seria oferecer uma formação
aquele oferecido em sala de aula.”
geral e suficiente para que cada um
pudesse desenvolver seu próprio taAlceu de Oliveira Júnior
lento,
mas isso não acontece. PrecisaCoordenador dos cursos de Direito da
mos
formar
uma corrente em busca de
Grande Florianópolis - UNIVALI
uma escola melhor, que esteja a serviço da
comunidade.”
Arnaldo Niskier
Presidente do Conselho de Administração do
CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras
“Há poucos dias estive na Universidade de Estocolmo que possui 60 mil
alunos com ensino inteiramente gratuito. Lá, o reitor revelou que os acadêmicos se preparam fundamentalmente para três elementos nucleares. A primeira
preocupação da universidade é com a formação de cientistas, a segunda é com
a formação de pesquisadores e a terceira é com a formação de professores.
Todos muito bem pagos, pois entendem que esta é prioridade do país. Quando
olhamos para esta realidade nos dá uma vontade maior ainda de lutar. Diante
das falácias que nós temos recursos demais para a educação, vale ressaltar
que o Brasil investe aproximadamente 4% do PIB em educação. É uma quantia impressionante, mas é rigorosamente insuficiente. Não há elementos de
planejamento para esclarecer se essa quantia é suficiente para enfrentarmos os desafios da educação
brasileira com 14 milhões de analfabetos, com carência absoluta da educação infantil, educação básica, incluindo o ensino profissional. Os grandes países que cresceram nunca aplicaram menos de 7% do
seu PIB em educação. Deveríamos manifestar nosso inconformismo com isso, como também devemos
manifestar a nossa vontade muito grande de que esses recursos sejam utilizados de modo adequado.
Tenho o privilégio de dirigir o CIEE do Rio de Janeiro, que tem 25 mil estagiários e 2.300 aprendizes.
O CIEE já deu uma grande contribuição à nossa população economicamente ativa de 10 milhões de
brasileiros que foram capacitados adequadamente pela instituição. Outro ponto é o problema da língua
portuguesa. É preciso que se priorize na universidade essa questão. Também é necessário valorizar
a importância do ensino técnico/profissional, pois ainda há preconceito e resistências neste aspecto.
Devemos temer o apagão da mão de obra. No Rio de Janeiro existem grandes projetos em desenvolvimento, mas faltam técnicos. A Companhia Siderúrgica do Atlântico acaba de importar 600 técnicos
chineses. A nossa obrigação patriótica não é resolver os problemas da China, mas dos nossos jovens
que estão se formando e não estão tendo a oportunidade de emprego.”
Eliezer Moreira Pacheco
Paulo Delgado
Deputado federal, ex-presidente
da Comissão de Educação
da Câmara dos Deputados Secretário de Educação
Profissional e Tecnologia do MEC
“No atual governo, o orçamento destinado à educação passou de 19 bilhões para 59 bilhões, ou seja,
triplicou. Desenvolvemos uma série de políticas, dentre
elas, a ampliação do ensino fundamental de oito para
nove anos, o Fundeb, que estabelece financiamentos
da creche ao ensino médio e o piso nacional para os
docentes. Sem professor valorizado não há educação
de qualidade.
A educação deve ser vista de uma forma sistêmica. Para a expansão na educação profissional é necessário organização total
do sistema, passando pela alteração da LDB – Lei das Diretrizes e base da
Educação, que não fazia muita referência à educação profissional. A supressão
da vedação da expansão da rede federal porque levamos mais de um ano para
mudar a lei que proibia isso e a reforma do Sistema S, a fim de restabelecer a
gratuidade. Para este ano, as metas são de abertura de 53% de vagas do Senai
e 25% do Senac, ou seja mais cursos técnicos gratuitos para os jovens. Também precisam ser revistos os Catálogos dos Cursos técnicos e tecnólogos, a
regulamentação do estágio, resgatando a dimensão pedagógica e a articulação
da EJA, restringindo a evasão com uma perspectiva profissional.
De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país e ainda
este ano a meta é entregar 214 novas unidades. Nós investimos na expansão
da rede federal 1,25 bilhão, mas, por mais que cresça, não tem a capilaridade
necessária para todo território nacional. Em Santa Catarina, devemos investir em torno de 60 milhões. Dinheiro não é o problema na educação hoje. O
problema é a falta de projetos. Desafio enfrentado pelos estados e municípios,
principalmente no Norte e Nordeste”.
“Este é o tempo de ajustarmos a oferta de qualificação às demandas do mercado. A maioria dos jovens
na faixa dos 16 e 17 anos encontra dificuldades na
escolha de uma profissão. Isso, devido até mesmo a
inexperiência própria da idade, mas também ao desamparo que é decidir sozinho.
É necessário enfrentar a baixa escolaridade e a
falta de capacidade profissional de nossos jovens.
Nesse contexto ressalta-se a importância dos agentes que fazem a interface entre a educação, a prática através do estágio bem orientado e o futuro
mercado de trabalho que os jovens irão enfrentar, como o CIEE o faz. A Lei de
Estágio precisa de aperfeiçoamento. Se não agirmos com rapidez e eficiência
na preparação desses jovens para o futuro mercado de trabalho, corremos
o risco de enfrentarmos o problema da importação de mão de obra, como já
praticam ou alertam alguns especialistas do setor industrial e de grandes empresas como a Petrobrás, Vale e Embraer.
Para crescer de maneira sustentável e mais cômoda é urgente contribuir
e participar da velocidade da mudança mundial. E gastar mais com o futuro,
conferindo posição dominante à pesquisa, à cultura científica e ao sentido
prático de estudar para melhor trabalhar e viver. E assim poder dizer: não
me pergunte o que penso, pergunte o que faço: pelo que faço você descobre o
que penso.”
Paulo Nathanael Pereira de Souza
Presidente emérito do CIEE/SP e
membro da Academia Paulista de Letras
Álvaro Toubes Prata
Reitor da Universidade
Federal de Santa Catarina
“Vivemos um momento ímpar
em termos históricos. O Brasil deixa
de ser um país do futuro para ser
um país do presente. A nação está
mais madura e é a nossa oportunidade de nos firmarmos como nação
e país. Os mais otimistas enxergam
que o Brasil pode se tornar a quinta
economia do mundo em 2013 e isso
não é pouco. Olhamos para o nosso país e percebemos que
há muito o que fazer. Há quatro grandes desafios: inclusão
social devido à diversidade, educação, infraestrutura e questões tecnológicas
Nossos índices da educação seguem baixos. Apenas 13%
de jovens entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior.
Isso representa que 87% desses jovens deveriam estar na faculdade, mas não estão. Temos que incluir essa população. O
Brasil possui 6 milhões de estudantes, 2.500 instituições de
ensino superior e embora tenhamos 200 disciplinas, a concentração está em poucos cursos: 50% estão matriculados
em cinco cursos e mais de 30% em apenas dois. Precisamos
reestruturar nossa educação superior, ampliar o acesso aos
estudantes e intensificar as políticas de ações afirmativas.
Muito tem sido feito e há alguns exemplos a serem destacados. Em Santa Catarina comemoramos neste ano o início das
aulas da segunda universidade federal: A Universidade Federal da Fronteira Sul – instituição que está preocupada com
a inclusão. É preciso ainda valorizar a educação básica em
todos os aspectos. Este é um grande desafio nosso. Queremos
pessoas educadas, críticas e livres, que pensem por si só, que
possam fazer suas escolhas e perseguir suas vocações e com
isso transformar nosso país.”
“Hoje, o Brasil enfrenta dois grandes
problemas no campo da educação. Como educar na era do conhecimento e como educar na
passagem do país do terceiro
para o primeiro mundo. É preciso
encontrar formas de educar para satisfazer esses dois caminhos, que hoje condicionam todo o acontecer brasileiro. No mundo
contemporâneo não há mais lugar para os despreparados intelectualmente. Vivemos a era do saber em que a informação passou a
ser a ferramenta base para a sobrevivência dos indivíduos e das
nações. Estamos vivendo muitos “fins” e isso nos traz insegurança. A saída está no conhecimento e na sua aplicação para a solução dos nossos problemas. Adquirir saber e ter capacidade para
aplicá-lo no dia a dia passa a ser o desafio do nos“Participar
so tempo. Há muitos ganhos quantitativos nas
do
estatísticas de matrícula de todos os graus
seminário
de ensino no Brasil. Vimos que as verbas
para a educação brasileira cresceram
foi um momento de grande valia. Pude
extraordinariamente nos últimos anos
conhecer e apreciar as ações e opiniões de
e que o número de vagas em todos os
homens envolvidos com a educação no Brasil,
graus de ensino também encontratema de grande relevância dentro no cenário atual
ram fatores multiplicativos. Porém,
do país. Acredito que as discussões levantadas
não é suficiente que isso ocorra para
estimulam a pensar sobre as políticas públicas
dizermos que a nossa educação está
desenvolvidas pelo atual governo, os motivos de
muito melhor.
É preciso pensar na qualidasua criação, os avanços e assim podemos criar
de,
pois
temos um problema sério.
visões críticas em relação a essas ações”.
Para haver qualidade precisa haver
referência teórica que permita dimensioTiago Coimbra Nogueira
nar
essa qualificação. Para começar esse
Acadêmico da UFSC e Intérprete
processo
temos que ter uma ideia muito prede Língua de Sinais
cisa do que queremos da educação, mas antes
precisamos saber o que queremos do país.”
O que eles disseram...
INFORME CIEE
INFORME CIEE
Silvestre Herdt
Ruy Altenfelder Silva
Secretário de Educação
de Santa Catarina
Presidente do Conselho Diretor
CIEE Nacional e do Conselho de
Administração do CIEE/SP
“Há lados positivos e também
problemáticos na educação. Destaco como lado positivo a quase
universalização do ensino fundamental, elogiável pela quantidade,
mas ainda passível de melhoria na
qualidade. É justo elogiar a distribuição gratuita de merenda e uniforme escolar, entre outras medidas. Os efeitos da proliferação das faculdades preocupam diante dos altos índices
de reprovação. A boa formação dos alunos depende de professores capacitados e motivados. Então, o que pensar da
expansão dos cursos de pedagogia, que saltaram de 1.237
para 2.295, com aumento de 85% no período 2002-07? Seria ótimo indicador não fosse o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) 2009, segundo o qual o número de cursos de pedagogia ruins subiu de 172 (28% do total)
para 291 (30,1%). Esses cursos congregam 71 mil dos 284
mil alunos de pedagogia, do qual sairão os futuros professores, coordenadores e diretores das escolas brasileiras.
As deficiências talvez não se devam exatamente à sempre
alegada falta de verbas, mas, sim, a um conjunto de fatores, incluindo a falta de competente planejamento para
gastá-las bem. A questão não é falta de recursos, mas a ilusão de que se podem resolver problemas só com dinheiro.
Precisamos promover a preparação integral (teórica e prática) de seus alunos. Existem, pelo menos, dois caminhos
para escapar dessa armadilha. O estágio - ao fim do período de treinamento prático, 64% dos estagiários assinam
contratos como funcionários efetivos. A segunda estrada
passa pela feliz expansão da rede de educação profissional
que espera fechar 2010 com mais de um milhão de alunos
em salas de aula.
Está mais do que hora de se pensar em políticas e
soluções para a educação desvencilhadas de vieses ideológicos, corporativistas ou experimentalistas e voltadas para
o interesse maior do país e das novas gerações de brasileiros que, sem a urgente correção de rumo, correm o risco
de perder o trem da história.”
Mércio Felsky
Presidente do CIEE/SC
“Como empresário, acredito
que o maior desafio é a ampliação da qualidade de mão de obra.
Nenhum país do mundo se desenvolve sem uma boa base da
educação. Os fundamentos da
economia mundial e do Brasil nos
remetem a um forte crescimento
econômico. Estou muito convencido de que o apagão da mão de
obra já está presente e o Brasil está importando profissionais qualificados, o que não é um bom sinal. O crescimento está aí e é a oportunidade única do país corrigir
discussões e acontecimentos. É preciso fazer algo urgente para que a nossa juventude não fique desamparada e
este evento é um exemplo, junto com o CIEE, uma entidade social com 46 anos de história que ampara o jovem
aprendiz e o jovem estagiário. Vocês, jovens, são o nosso
futuro.”
“A integração entre empresa – escola é o que
dá sentido à educação.Todos nós estamos percebendo o avanço da ciência e
tecnologia e as grandes transformações. Percebemos que o
emprego traz uma exigência
permanente de atualização.
A mão de obra especializada é
cada vez mais requisitada e níveis maiores de formação são exigidos. Percebemos que cada vez mais está
reservado aos homens ofícios de inteligência e mais níveis de formação
são necessários em nosso dia-a-dia: formação geral, técnica, especialização e humanística. É preciso ter sensibilidade, visão, criatividade
adaptabilidade e preparo para a mudança diária.
Nós temos alguns desafios permanentes pela frente. Não podemos ficar passivos diante da ideia de conquistar um diploma apenas
por costume. Precisamos ter consciência de que,
para poder sobreviver e ter espaço na sociedade, devemos transformar o ir para a
escola em um ato mais consciente. Um
ato visando à preparação do futuro
vencedor, com mais responsabiliAs palestras foram muito interessantes
dade. Devemos refletir diariamenem relação ao reposicionamento do mercado
te que escola queremos. A escola
de trabalho. Destaque para a importância
que ensina ou a escola onde se
dos agentes de integração na colocação dos
aprende? O ensino médio tradicioalunos no mercado de trabalho para que
nal não garante empregabilidade,
nem prepara para ofício algum. O
obtenham um crescimento maior do que
ideal seria oferecer uma formação
aquele oferecido em sala de aula.”
geral e suficiente para que cada um
pudesse desenvolver seu próprio taAlceu de Oliveira Júnior
lento,
mas isso não acontece. PrecisaCoordenador dos cursos de Direito da
mos
formar
uma corrente em busca de
Grande Florianópolis - UNIVALI
uma escola melhor, que esteja a serviço da
comunidade.”
Arnaldo Niskier
Presidente do Conselho de Administração do
CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras
“Há poucos dias estive na Universidade de Estocolmo que possui 60 mil
alunos com ensino inteiramente gratuito. Lá, o reitor revelou que os acadêmicos se preparam fundamentalmente para três elementos nucleares. A primeira
preocupação da universidade é com a formação de cientistas, a segunda é com
a formação de pesquisadores e a terceira é com a formação de professores.
Todos muito bem pagos, pois entendem que esta é prioridade do país. Quando
olhamos para esta realidade nos dá uma vontade maior ainda de lutar. Diante
das falácias que nós temos recursos demais para a educação, vale ressaltar
que o Brasil investe aproximadamente 4% do PIB em educação. É uma quantia impressionante, mas é rigorosamente insuficiente. Não há elementos de
planejamento para esclarecer se essa quantia é suficiente para enfrentarmos os desafios da educação
brasileira com 14 milhões de analfabetos, com carência absoluta da educação infantil, educação básica, incluindo o ensino profissional. Os grandes países que cresceram nunca aplicaram menos de 7% do
seu PIB em educação. Deveríamos manifestar nosso inconformismo com isso, como também devemos
manifestar a nossa vontade muito grande de que esses recursos sejam utilizados de modo adequado.
Tenho o privilégio de dirigir o CIEE do Rio de Janeiro, que tem 25 mil estagiários e 2.300 aprendizes.
O CIEE já deu uma grande contribuição à nossa população economicamente ativa de 10 milhões de
brasileiros que foram capacitados adequadamente pela instituição. Outro ponto é o problema da língua
portuguesa. É preciso que se priorize na universidade essa questão. Também é necessário valorizar
a importância do ensino técnico/profissional, pois ainda há preconceito e resistências neste aspecto.
Devemos temer o apagão da mão de obra. No Rio de Janeiro existem grandes projetos em desenvolvimento, mas faltam técnicos. A Companhia Siderúrgica do Atlântico acaba de importar 600 técnicos
chineses. A nossa obrigação patriótica não é resolver os problemas da China, mas dos nossos jovens
que estão se formando e não estão tendo a oportunidade de emprego.”
Eliezer Moreira Pacheco
Paulo Delgado
Deputado federal, ex-presidente
da Comissão de Educação
da Câmara dos Deputados Secretário de Educação
Profissional e Tecnologia do MEC
“No atual governo, o orçamento destinado à educação passou de 19 bilhões para 59 bilhões, ou seja,
triplicou. Desenvolvemos uma série de políticas, dentre
elas, a ampliação do ensino fundamental de oito para
nove anos, o Fundeb, que estabelece financiamentos
da creche ao ensino médio e o piso nacional para os
docentes. Sem professor valorizado não há educação
de qualidade.
A educação deve ser vista de uma forma sistêmica. Para a expansão na educação profissional é necessário organização total
do sistema, passando pela alteração da LDB – Lei das Diretrizes e base da
Educação, que não fazia muita referência à educação profissional. A supressão
da vedação da expansão da rede federal porque levamos mais de um ano para
mudar a lei que proibia isso e a reforma do Sistema S, a fim de restabelecer a
gratuidade. Para este ano, as metas são de abertura de 53% de vagas do Senai
e 25% do Senac, ou seja mais cursos técnicos gratuitos para os jovens. Também precisam ser revistos os Catálogos dos Cursos técnicos e tecnólogos, a
regulamentação do estágio, resgatando a dimensão pedagógica e a articulação
da EJA, restringindo a evasão com uma perspectiva profissional.
De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país e ainda
este ano a meta é entregar 214 novas unidades. Nós investimos na expansão
da rede federal 1,25 bilhão, mas, por mais que cresça, não tem a capilaridade
necessária para todo território nacional. Em Santa Catarina, devemos investir em torno de 60 milhões. Dinheiro não é o problema na educação hoje. O
problema é a falta de projetos. Desafio enfrentado pelos estados e municípios,
principalmente no Norte e Nordeste”.
“Este é o tempo de ajustarmos a oferta de qualificação às demandas do mercado. A maioria dos jovens
na faixa dos 16 e 17 anos encontra dificuldades na
escolha de uma profissão. Isso, devido até mesmo a
inexperiência própria da idade, mas também ao desamparo que é decidir sozinho.
É necessário enfrentar a baixa escolaridade e a
falta de capacidade profissional de nossos jovens.
Nesse contexto ressalta-se a importância dos agentes que fazem a interface entre a educação, a prática através do estágio bem orientado e o futuro
mercado de trabalho que os jovens irão enfrentar, como o CIEE o faz. A Lei de
Estágio precisa de aperfeiçoamento. Se não agirmos com rapidez e eficiência
na preparação desses jovens para o futuro mercado de trabalho, corremos
o risco de enfrentarmos o problema da importação de mão de obra, como já
praticam ou alertam alguns especialistas do setor industrial e de grandes empresas como a Petrobrás, Vale e Embraer.
Para crescer de maneira sustentável e mais cômoda é urgente contribuir
e participar da velocidade da mudança mundial. E gastar mais com o futuro,
conferindo posição dominante à pesquisa, à cultura científica e ao sentido
prático de estudar para melhor trabalhar e viver. E assim poder dizer: não
me pergunte o que penso, pergunte o que faço: pelo que faço você descobre o
que penso.”
Paulo Nathanael Pereira de Souza
Presidente emérito do CIEE/SP e
membro da Academia Paulista de Letras
Álvaro Toubes Prata
Reitor da Universidade
Federal de Santa Catarina
“Vivemos um momento ímpar
em termos históricos. O Brasil deixa
de ser um país do futuro para ser
um país do presente. A nação está
mais madura e é a nossa oportunidade de nos firmarmos como nação
e país. Os mais otimistas enxergam
que o Brasil pode se tornar a quinta
economia do mundo em 2013 e isso
não é pouco. Olhamos para o nosso país e percebemos que
há muito o que fazer. Há quatro grandes desafios: inclusão
social devido à diversidade, educação, infraestrutura e questões tecnológicas
Nossos índices da educação seguem baixos. Apenas 13%
de jovens entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior.
Isso representa que 87% desses jovens deveriam estar na faculdade, mas não estão. Temos que incluir essa população. O
Brasil possui 6 milhões de estudantes, 2.500 instituições de
ensino superior e embora tenhamos 200 disciplinas, a concentração está em poucos cursos: 50% estão matriculados
em cinco cursos e mais de 30% em apenas dois. Precisamos
reestruturar nossa educação superior, ampliar o acesso aos
estudantes e intensificar as políticas de ações afirmativas.
Muito tem sido feito e há alguns exemplos a serem destacados. Em Santa Catarina comemoramos neste ano o início das
aulas da segunda universidade federal: A Universidade Federal da Fronteira Sul – instituição que está preocupada com
a inclusão. É preciso ainda valorizar a educação básica em
todos os aspectos. Este é um grande desafio nosso. Queremos
pessoas educadas, críticas e livres, que pensem por si só, que
possam fazer suas escolhas e perseguir suas vocações e com
isso transformar nosso país.”
“Hoje, o Brasil enfrenta dois grandes
problemas no campo da educação. Como educar na era do conhecimento e como educar na
passagem do país do terceiro
para o primeiro mundo. É preciso
encontrar formas de educar para satisfazer esses dois caminhos, que hoje condicionam todo o acontecer brasileiro. No mundo
contemporâneo não há mais lugar para os despreparados intelectualmente. Vivemos a era do saber em que a informação passou a
ser a ferramenta base para a sobrevivência dos indivíduos e das
nações. Estamos vivendo muitos “fins” e isso nos traz insegurança. A saída está no conhecimento e na sua aplicação para a solução dos nossos problemas. Adquirir saber e ter capacidade para
aplicá-lo no dia a dia passa a ser o desafio do nos“Participar
so tempo. Há muitos ganhos quantitativos nas
do
estatísticas de matrícula de todos os graus
seminário
de ensino no Brasil. Vimos que as verbas
para a educação brasileira cresceram
foi um momento de grande valia. Pude
extraordinariamente nos últimos anos
conhecer e apreciar as ações e opiniões de
e que o número de vagas em todos os
homens envolvidos com a educação no Brasil,
graus de ensino também encontratema de grande relevância dentro no cenário atual
ram fatores multiplicativos. Porém,
do país. Acredito que as discussões levantadas
não é suficiente que isso ocorra para
estimulam a pensar sobre as políticas públicas
dizermos que a nossa educação está
desenvolvidas pelo atual governo, os motivos de
muito melhor.
É preciso pensar na qualidasua criação, os avanços e assim podemos criar
de,
pois
temos um problema sério.
visões críticas em relação a essas ações”.
Para haver qualidade precisa haver
referência teórica que permita dimensioTiago Coimbra Nogueira
nar
essa qualificação. Para começar esse
Acadêmico da UFSC e Intérprete
processo
temos que ter uma ideia muito prede Língua de Sinais
cisa do que queremos da educação, mas antes
precisamos saber o que queremos do país.”
EDUCAção
INFORME CIEE
INFORME CIEE
CIEE PROMOVE
A INCLUSÃO
SOCIAL DE
JOVENS
Maior agente de integração da
América Latina e referência
em inserção profissional
de estudantes, o CIEE
consagra o estágio como o
diferencial para o sucesso na
carreira de novos talentos.
Há 46 anos, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) vem firmando seu compromisso de inclusão social, já tendo encaminhado mais de
Seminário,
10 milhões de jovens para o mercado de trabalho por meio do estágio e
pela diversidade
da aprendizagem profissional. A ampliação de oportunidades para a
e qualidade das representações presentes, foi
juventude é uma das metas que caracteriza a organização, presente
também uma antecipação das reflexões sobre as
em todos os Estados da federação.
grandes questões educacionais que virão à tona
Para alcançar o status de maior organização não governamendurante os debates que acontecerão na campanha
tal voltada para a educação e trabalho, foi necessário investir nos
eleitoral que se avizinha. Por exemplo: é possível
valores de transparência e ética, responsabilidade social e apripriorizar todos os níveis educacionais e todas as áreas
moramento constante dos colaboradores para soluções rápidas e
inovadoras, que permitissem ações socialmente sustentáveis.
de conhecimento para o desenvolvimento do Brasil?
São várias as iniciativas que se destacam, como o programa
Ou, em tempos de recursos escassos, precisaremos
Aprendiz
Legal (em parceria com a Fundação Roberto Marinho),
optar por um nível ou área de conhecimento
que
já
capacita
17 mil jovens por todo o país. Os cursos de Educaespecíficos? Eis aí uma das questões centrais
ção a Distância já receberam mais de um milhão de matrículas, em
para o futuro da nossa nação.”
quatro anos de existência, com temas que favorecem diretamente o
jovem
que vai disputar uma vaga de estágio ou trabalho em empresas,
Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de
instituições
do 3º Setor e órgãos públicos. Milhares de estudantes tamEnsino – Unisul
bém se capacitam nas oficinas presenciais gratuitas organizadas pelo CIEE.
E mais de 50 mil alunos já tiveram sua empregabilidade melhorada pelo Programa
CIEE de Alfabetização e Suplência Gratuita de Alunos. No ano passado, perto de
300 palestras, seminários, debates e oficinas com temas relacionados à realidade
nacional e à preparação para o mercado de trabalho foram oferecidos a estudantes, empresários, educadores e gestores de Recursos Humanos.
Em 2009, cerca de 350 mil estudantes de ensino médio e superior
foram encaminhados para estágios em todo Brasil. Atualmente, o Sistema Nacional CIEE conta com mais de 350 unidades operacionais
e postos localizados de modo estratégico no território nacional para
melhor atender estudantes, escolas e empresas. Em Santa Catarina,
o CIEE conta com 19 unidades distribuídas em várias regiões,
que desenvolvem diversos programas, todos gratuitos, gerando mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional aos jovens catarinenses.
“O
Os palestrantes
receberam
homenagens
do CIEE
Secretário da Educação de Santa Catarina
Silvestre Heerdt entre o presidente do
CIEE/SC Mércio Felsky e o Presidente do
Conselho Diretor do CIEE Nacional Ruy
Altenfelder Silva
Arnaldo Niskier - Presidente do
CIEE/RJ e membro da Academia
Brasileira de Letras com Mércio Felsky
Secretário de Educação Profissional
e Tecnologia do MEC Eliezer Moreira
Pacheco entre Ruy Altenfender Silva e o
reitor da Universidade da Fronteira Sul,
Dilvo Ristoff
Jornal especial elaborado pelo CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola
“Conhecimento
não basta para
mudar. Partindo
desta premissa, o
CIEE investe em
iniciativas que
visam à promoção
da teoria aliada à
prática, incentivando
a integração entre
escolas e empresas
e a qualificação
do jovem para a
inclusão no mercado
de trabalho.”
Expediente:
Mércio Felsky e o
deputado federal
Paulo Delgado
Vice-presidente
do CIEE/SC Luiz
Carlos Floriani
e Mércio Felsky
homenageiam
o presidente
emérito do CIEE/
SP e membro da
Academia Paulista
de Letras Paulo
Nathanael Pereira
de Souza
Vice-presidente do CIEE/SC José Luiz
Sobierajski, superintendente executivo do
CIEE/SC Anibal Dib Mussi e Mércio Felski
prestam homenagem ao reitor da UFSC
Álvaro Toubes Prata pelos 50 anos da
Universidade
EducAção é um jornal
especial elaborado pelo
CIEE - Centro de
Integração
Empresa-Escola.
Jornalista
responsável:
Scheila Cristina
Frainer Yoshimura
MTB00896 SC
Produção:
Janahyna Motta
Editoração:
Consenso Editora
Supervisão:
Luiz Gonzaga Bertelli
Jacyra Octaviano
[email protected]
UNIDADES DO CIEE EM SANTA CATARINA
FLORIANÓPOLIS - R. Antônio Dib Mussi, 473 - Próximo ao Ceisa Center - Centro; Araranguá - (48) 3524-7067; Blumenau - (47) 3326-6250; Brusque - (47) 3396-8506 ; Caçador - (49) 3567-6121; Canoinhas - (47)
3633-0130; Chapecó - (49) 3323-4991; Concórdia - (49) 3444-8361; Criciúma - (48) 3437-6527 ; Itajaí - (47) 3349-0101 ; Joaçaba - (49) 3522-3565 ; Jaraguá do Sul - (47) 3372-2032; Joinville - (47) 3433-8315;
Lages - (49) 3224-2686; São Bento do Sul - (47) 3633-6515; São Miguel do Oeste - (49) 3621-2834; Sombrio - (48) 3533-7066; Tubarão - (48) 3626-8113 - www.cieesc.org.br
CIEE (Sede executiva - SP) - Rua Tabapuã, 540 – Itaim Bibi – São Paulo
EDITORIAL
Podemos
mudar a
realidade
Luiz Gonzaga Bertelli*
As exigências de uma adequada formação
educacional crescem no mundo corporativo
globalizado, na mesma medida em que se acirra a competição por mercados consumidores
de produtos e serviços. A nova realidade, que
coloca o Brasil como um dos líderes entre os
países emergentes, demandará uma revolução
educacional, se quisermos manter ou avançar posições no cenário internacional. E uma
revolução urgente, pois quanto mais o tempo
passa, mais a qualidade de ensino despenca.
A educação não vem acompanhando as necessidades do país. O ensino básico é deficiente e
leva alunos despreparados para o ensino médio
e, consequentemente, para os cursos superiores que, de quebra, pouco ou nada preparam
o jovem para a futura inclusão profissional. No
outro lado da moeda, o impasse. As empresas
não querem mais mão de obra barata, como
em décadas anteriores. Hoje, precisam de colaboradores qualificados, aptos a acompanhar
a velocidade das inovações. No entanto, nem a
metade dos brasileiros entre 15 e 17 anos se
mantém na escola. Segundo a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, dos 3,6 milhões
de jovens que se matriculam no primeiro ano
do ensino médio, apenas 1,8 milhão consegue
concluir o curso. Esses jovens abandonam a
sala de aula com uma formação fortemente deficiente e vão engrossar a parcela da população
que se agarra nos subempregos e no trabalho
informal, com salários baixos e sem condições
de disputar cargos mais elevados. Com isso, a
falta de mão de obra qualificada persiste, com
enormes prejuízos para o desenvolvimento da
nação.
Com experiência de 46 anos na inserção de jovens no mundo do trabalho, o CIEE
acredita que o estágio e a aprendizagem são
as mais eficientes saídas para, a curto prazo, melhorar a qualificação de novos talentos,
complementando o aprendizado teórico com a
prática em ambiente real de trabalho. De quebra, ambas as modalidades de capacitação
asseguram uma renda mensal que favorece a
permanência do jovem na escola e valem por
uma demonstração concreta da importância
crescente, no mundo do trabalho, do aprendizado contínuo, num processo de aquisição de
conhecimentos que vai além da conquista do
diploma acadêmico.
* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do CIEE e diretor
da Fiesp.
Maio de 2010 - distribuição gratuita
Como está a situação atual
da Educação Brasileira?
Educadores discutiram o tema em Florianópolis
O Centro de Cultura e
Eventos da UFSC foi palco do
Seminário sobre a Situação Atual da Educação Brasileira, que
aconteceu no dia 23 de abril. O
evento, promovido pelo CIEE Centro de Integração EmpresaEscola, reuniu cerca de 400 participantes e levou à discussão
pontos importantes, como falta
de planejamento, inclusão social, preparação da mão de obra,
importância do ensino técnicoprofissionalizante, além de apresentar algumas alternativas para
garantir mais qualidade na área.
Grandes nomes da educação no Brasil participaram
do debate, dentre eles, Eliezer
Moreira Pacheco - secretário de
Educação Profissional e Tecnologia do MEC, Ruy Martins Altenfelder Silva - presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional
e do Conselho de Administração
do CIEE de São Paulo, Arnaldo
Niskier - Presidente do Conselho
de Administração do CIEE/RJ e
membro da Academia Brasileira
de Letras, Paulo Nathanael Pereira de Souza - presidente emérito
do CIEE/SP e membro da Academia Paulista de Letras, Paulo Delgado - deputado federal e
Apoiaram este evento
ex-presidente da Comissão de
Educação da Câmara dos Deputados, Mércio Felsky - presidente
do CIEE/SC, Álvaro Prata – reitor
da Universidade Federal de Santa Catarina e Silvestre Heerdt secretário da Educação de Santa
Catarina. (Confira o que eles disseram nas próximas páginas)
A abertura do seminário foi
feita por Ruy Altenfelder Silva,
que já no início provocou uma
reflexão. “Está mais do que na
hora de pensar em políticas e
soluções definitivas e não paliativas para a educação.” Destacou
ainda a grande preocupação com
a qualidade de ensino, diante do
alto índice de reprovação. “80%
dos estudantes foram reprova-
dos no exame da OAB e 56% dos
alunos do sexto ano de Medicina, em São Paulo também não
conseguiram aprovação porque
não souberam responder a questões básicas, como diagnóstico
de apendicite”, declarou, frente
à indignação da platéia formada por professores, estudantes e
profissionais da educação. Den-
tre eles, pessoas com deficiência,
que puderam contar com o apoio
dos intérpretes da linguagem de
sinais, traduzindo todo o contexto. Alguns acadêmicos também
aproveitaram o seminário para
reivindicar melhorias na estrutura das salas de aulas da universidade federal.
Além de ficar frente a frente com grandes educadores, os
participantes ainda ganharam
como cortesia, ao final do evento, o livro “ Educação, Estágio
& Trabalho” , de autoria dos escritores Arnaldo Niskier e Paulo
Nathanael.
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Como está a situação atual da Educação Brasileira? - CIEE-SC