Universidade Presbiteriana Mackenzie
APARELHO CELULAR COMO UMA FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL
Bruno Fedeli Hirata (IC) e Maria de Lourdes Bacha (Orientadora)
Apoio: PIBIC Mackenzie/MackPesquisa
Resumo
Este trabalho se refere à inclusão social por meio do telefone celular e a proposta está baseada em
estudos para analisar a possibilidade desses jovens de classe C e D serem incluídos na sociedade.
São sugeridos estudos que mostram o crescimento do mercado de telefonia móvel entre a sociedade
de baixa renda e a inserção dessas pessoas no mundo digital através do aparelho celular e da
educação, fatores que caminham juntos.A estratégia sugerida é que através do celular os jovens de
baixa renda terão mais acesso a informações e com isso poderão ser incluídos na sociedade por
meio da inclusão digital. Essa estratégia, de acesso a informação e a educação, possibilita que
jovens de baixa renda sejam “aceitos” pela sociedade.
Palavras-chave: celular, jovens, inclusão social, educação, era digital
Abstract
This work refers to social inclusion through the phone and the proposal is based on studies to
examine the possibility of these young class C and D are included in society. We suggest that studies
show the growth of the mobile market between the company and the insertion of these low income
people in the world via the digital cellular handset and education, factors that go together. The
suggested strategy is that through the phone's low-income youth have more access to information and
thus could be included in society by means of digital inclusion. This strategy, access to information
and education, enables low-income youth are "accepted" by society.
Key-words: youth, social inclusion, education, digital age
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INTRODUÇÃO
O Brasil se tornou o quinto maior mercado do mundo para celulares e internet de acordo
com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (AE AGÊNCIA ESTADO,
2009).
Existe atualmente mais de 207,6 milhões de celulares em uso no país e segundo dados da
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL, 2011), a densidade é de 106,1 e 82.6%
são pré-pagos (ANATEL, 2011).
De acordo com pesquisa LatinPanel (2007) sobre o consumo e uso da telefonia móvel no
Brasil país, 46% das crianças e adolescentes com idade entre 7 e 13 anos possuem celular.
Entre os jovens de 14 a 17 anos, 71% têm aparelho e entre os brasileiros com idade de 19 a
24 anos, 80% possuem celular. A faixa etária com o maior índice é a de 25 a 32 anos, dos
quais 80,6% têm o aparelho de telefonia móvel. Entre os brasileiros com idade de 33 a 40
anos, o percentual chega a 75%. No entanto, o percentual tende a diminuir à medida que a
faixa etária aumenta, ou seja, entre a faixa etária de 41 a 50 anos, 69% tem celular e entre
os que tem mais de 50 anos, o índice é de 48% (LATIPANEL, 2007).
Com relação à renda baixa, em dezembro de 2007, 53% dos brasileiros das classes D e E
possuíam aparelho de telefonia móvel. Nas classes A e B, estima-se que o índice se
mantenha em torno de 84% (LATINPANEL, 2007).
Do ponto de vista de baixa renda, note-se inicialmente que não há consenso quanto às
formas de classificá-la, podendo ser em termos de renda, classificação socioeconômica
(como é o caso deste trabalho), localização do domicilio (ALMEIDA PRADO, 2008).
O potencial de consumo da classe C somou R$ 365 bilhões em 2007, ou seja, próximo de
um quarto da capacidade total de compra de todas as famílias que moram nas cidades, que
atingiu no ano passado R$ 1,4 trilhão, segundo projeção feita a partir das contas nacionais e
da estrutura de gastos dos brasileiros. A capacidade de consumo da classe C, que em 2007
teve renda média mensal familiar de R$ 1.062,00 despontou em relação às classes A e B.
Projeções mostram que as classes B1 e B2 têm potencial de consumo de R$ 315,6 bilhões
e R$ 286,9 bilhões, respectivamente e na classe A1, a cifra atinge R$ 80,2 bilhões e na
classe A2, R$ 260,8 bilhões. Entre 2007 e 2008, a classe C, que reúne pessoas com renda
familiar média de R$ 1.201, se manteve estável, passando de 46% para 45% da população
brasileira, embora entre 2006 e 2007, essa população tenha crescido de 36% para 46%,
reunindo mais de 86 milhões de pessoas (JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, 2008).
Alves (2006) considera que no Brasil, as empresas de telefonia celular representam um dos
melhores exemplos da busca de negócios que exploram o mercado existente nas camadas
de baixa renda. Assim, em um cenário competitivo e com índices de penetração do serviço
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entre as classes AB, surgiu a alternativa de viabilizar o uso do celular entre a população de
baixa renda, com a criação do sistema pré-pago de recarga, o parcelamento de aparelhos e
políticas de comunicação e distribuição agressivas.
As principais justificativas para este estudo se referem às altas taxas de crescimento do
mercado de telefonia móvel no Brasil e também o interesse crescente pelo comportamento
do consumidor denominado “baixa renda”.
Faz-se necessária para melhor compreensão do estudo, apresentar a definição de um ponto
importante que é a inserção social, visto que o aparelho celular não é somente o
equipamento utilizado para efetuar ligações. De forma mais profunda, além de aumentar e
disseminar os laços entre as pessoas na sociedade, ela também atua de forma a
proporcionar dentre outras possibilidades, a inclusão no mercado de trabalho.
A inclusão digital é o processo de democratizar o acesso às tecnologias da informação, de
forma a permitir a inserção de todos na sociedade da informação. Inclusão digital é também
simplificar a sua rotina diária, maximizar o tempo e as suas potencialidades. Um incluído
digitalmente não é aquele que apenas utiliza essa nova linguagem, que é o mundo digital,
para trocar e-mails, mas aquele que usufrui desse suporte para melhorar as suas condições
de vida, como na situação do objeto de estudo, o uso do aparelho celular.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para atender aos objetivos propostos, o referencial teórico terá como foco conceitos
referentes a mobilidade, comportamento do consumidor
e o entendimento do
comportamento do consumidor vem se tornando cada vez mais importante para o sucesso
das empresas, pois é através da compreensão dos clientes que se entende a fidelidade no
relacionamento marca-consumidor, além de ser uma assistência no planejamento de
estratégias da empresa.
De maneira geral, os fatores que influenciam o comportamento do consumidor podem ser
extrínsecos ou intrínsecos. Por extrínseco entende-se alguma característica que não
pertence à pessoa em questão, ou seja, é externo, algo que vem de fora para dentro. Já
intrínseco é o inverso, ou seja, está no interior do indivíduo. Os fatores externos são também
denominados de estímulos, e podem fazer parte do macro ambiente, ou serem produzidos
propositadamente pelas empresas através do composto de marketing. Entre os estímulos
macro ambientais encontram-se as variáveis incontroláveis como política, economia,
tecnologia e cultura (KOTLER; KELLER, 2006).
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Os estímulos de marketing são constituídos de varáveis controláveis pelas companhias e,
por este motivo, são denominados de composto de marketing que “vem sendo definido
como o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa usa para perseguir seus
objetivos de marketing”. Já os fatores intrínsecos podem ser divididos em quatro grupos:
fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos.
Segundo Kotler e Keller (2006) os fatores culturais são os que influenciam de maneira mais
profunda, os que mais determinam a forma de comportamento de uma pessoa, assim como
os seus desejos. Isto porque entre estes fatores encontram-se os valores e comportamentos
que foram adquiridos desde o nascimento, através da família e contato com outras pessoas,
como na escola. Entre eles estão: nacionalidade, região geográfica, religião, grupo racial,
classe social do indivíduo.
Os fatores pessoais, de acordo com Kotler e Keller (2006), exercem influência direta no
comportamento do consumidor. São eles: idade e estágio no ciclo de vida, ocupação e
circunstâncias econômicas, personalidade e auto-imagem, e estilo de vida e valores. Ainda
segundo os mesmos autores, além de todos os fatores citados, o indivíduo enquanto
consumidor recebe também influências psicológicas: motivação, percepção, aprendizagem e
memória. (KOTLER; KELLER, 2006).
Bacha, Vianna e Santos (2009) analisaram inclusão digital da renda baixa através do
celular, concluindo que apesar das melhorias nos índices relativos a: expectativa de vida,
diminuição dos índices de analfabetismo e distribuição da renda no Brasil, parece não haver
dúvida quanto à importância da penetração da telefonia celular junto às classes de renda
baixa, principalmente através dos planos pré-pagos.
Inclusão digital
Nos últimos anos, tem sido apregoada a necessidade de se fazer a inclusão digital para
aqueles indivíduos que não têm acesso às tecnologias de informação e comunicação ou
simplesmente TIC’s, como são mais comumente conhecidas. Três pilares formam um tripé
fundamental para que a inclusão digital aconteça: TIC’s, renda e educação. Não é difícil
vaticinar que sem qualquer um desses pilares, não importa qual combinação seja feita,
qualquer ação está fadada ao insucesso. Atualmente, segundo o Mapa de Exclusão Digital
divulgado no início de Abril/2003 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) juntamente com
outras entidades, aproximadamente 12% dos brasileiros tem computador em suas
residências e pouco mais de 8% encontram-se conectados à Internet. Até quando
continuará a inépcia do governo brasileiro? (se é que ‘ele’ tem qualquer real intenção de
promover a inclusão digital).
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As TIC’s têm causado mudanças significativas em toda a sociedade. No âmbito empresarial,
as modificações decorrentes das TIC’s têm:
propiciado ambiente competitivo as mais variadas instituições, inclusive as não
tradicionais;
promovido o declínio de custos de processamento;
motivado a erosão geográfica e de produtos;
§ influenciado o planejamento e redesenhado organizações.
As TIC’s possibilitam a melhoria de qualidade em diversos aspectos dos negócios. Pode-se
ainda destacar a promoção de produtos bem como uso de novos canais de venda e
distribuição, possibilitando novas oportunidades de negócios. É inegável as alternativas
oferecidas.
Agora, se mudar o foco de empresas e instituições para indivíduos, é visível que a maioria
da população brasileira, i.e. aproximadamente 90%, encontra-se excluída do desfruto das
tecnologias da era digital. Para ter uma idéia da quantidade de excluídos, basta responder a
perguntas simples como, por exemplo: Quantos brasileiros possuem computador pessoal
em suas residências? Quantos possuem linha telefônica? Até bem pouco tempo atrás, era
ínfima a quantidade de pessoas que tinha telefones em suas residências. Tudo isso em
razão da necessidade que antes se tinha de comprar a linha telefônica. Anteriormente, o
indivíduo tinha de comprar uma linha e, além disso, recebia ações da empresa que
comercializava as linhas telefônicas. Com a reformulação do sistema brasileiro de
telecomunicações, esse modelo antigo deixa de existir e, hoje em dia, o cidadão
simplesmente solicita a instalação de uma linha e paga pela assinatura mensal e uso que
faz da mesma.
Atualmente, embora o brasileiro possa dispor desse recurso e facilidade, caso esse
indivíduo faça um uso modesto da linha telefônica para ter acesso a Internet, além de
algumas ligações telefônicas ao longo do mês, tal uso resultará numa conta telefônica com
valor mensal entre R$ 40,00 e R$ 50,00. Isto tudo considerando que ele tenha acesso a
Internet através de algum provedor gratuito, dentre vários existentes. Adicionalmente, se o
indivíduo quiser ter acesso a Internet, ele precisa dispor de um computador pessoal o qual
tem um custo de, aproximadamente, R$ 1.300,00. Se o indivíduo optar por financiar a
compra do computador em 24 pagamentos, ele irá pagar uma prestação com valor médio de
R$ 95,00, resultando num custo total de R$ 2.280,00 (o qual compreende aproximadamente
10 salários mínimo).
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A exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo tempo em que a
exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica. A inclusão digital deveria ser fruto
de uma política pública com destinação orçamentária a fim de que ações promovam a
inclusão e equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é preciso
levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e os
idosos. Uma ação prioritária deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a
próxima geração.
Um parceiro importante à inclusão digital é a educação. A inclusão digital deve ser parte do
processo de ensino de forma a promover a educação continuada. Note que educação é um
processo e a inclusão digital é elemento essencial deste processo. Embora a ação
governamental seja de suma importância, ela deve ter a participação de toda sociedade face
a necessidade premente que se tem de acesso a educação e redistribuição de renda
permitindo assim acesso as TIC’s.
Ações de inclusão digital devem estimular parcerias entre governos (nas esferas federal,
estadual e municipal), empresas privadas, organizações não governamentais (ONGs),
escolas e universidades. Governos e empresas privadas devem atuar prioritariamente na
melhoria de renda, suporte à educação bem como tornar disponíveis equipamentos à
população. Algumas ações que podem ser promovidas pelos governos e empresas privadas
incluem:
Disponibilizar acesso a terminais de computadores e correio eletrônico a toda a
população;
Oferecer tarifas reduzidas para uso dos sistemas de telecomunicações;
Criar mecanismos de isenção fiscal, sem muita burocracia, para o recebimento
de doações de computadores e equipamentos de infra-estrutura.
Essas ações per se não são suficientes. É ainda necessário o desenvolvimento de redes
públicas que possibilitem a oferta de meios de produção e difusão de conhecimento. As
escolas e universidades constituem também componentes essenciais à inclusão digital uma
vez
que
diversos
protagonistas
(professores,
alunos,
especialistas
membros
da
comunidade) atuam em conjunto para o processo de construção de conhecimento. Note que
os três pilares do tripé da inclusão digital devem existir em conjunto para que ela ocorra de
fato. De nada adianta acesso às tecnologias e renda se não houver acesso à educação. Isto
porque o indivíduo deixa de ter um mero papel ‘passivo’ de consumidor de informações,
bens e serviços, e então passa também a atuar como um produtor (de conhecimentos, bens
e serviços).
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É também imperativo que a inclusão digital esteja integrada aos conteúdos curriculares e
isto requer um redesenho do projeto pedagógico e grade curricular atuais de ensino
fundamental e médio. É pré-requisito considerá-lo também na formação de profissionais dos
cursos de Pedagogia, Licenciaturas e similares.
Os indivíduos, que por condições de insuficiência de renda, não têm como dispor de
computador e linha telefônica em casa, poderiam ter a exclusão atenuada, caso tenham
acesso através de empresas, escolas ou centro de cidadãos. Esses recursos destinariam-se
prioritariamente àqueles que não têm acesso em suas residências. Vale ressaltar que este
tipo de solução tem natureza paliativa. Adicionalmente, poderíamos ainda considerar o uso
do software livre em computadores o qual seria sem qualquer custo. Entretanto, deve-se
considerar a facilidade de operação, suporte e manutenção existentes. Ademais, há ainda
demanda reprimida de usuários de sistemas de telecomunicações, especificamente, o
sistema de telefonia fixa que pode e precisa ser expandido a fim de prover a população com
esse serviço básico além de permitir que ela tenha acesso a Internet.
O Brasil tem condições de superar esse atraso e as vicissitudes existentes. Todavia, para
que isso de fato ocorra, é preciso começar a fazê-lo hoje, ou melhor, ontem. Do contrário, as
gerações vindouras continuarão com elevado índice de excluídos da era digital. A inclusão
digital tem um tripé que compreende acesso a educação, renda e TIC’s. A ausência de
qualquer um desses pilares significa deixar quase 90% da população brasileira
permanecendo na condição de mera aspirante a inclusão digital. Dentro deste contexto,
considera-se que a inclusão digital é necessária a fim de possibilitar à toda a população, por
exemplo, o usufruto dos mais variados serviços prestados via Internet. Hoje em dia, ter
acesso a Internet significa acesso a um vasto banco de informações e serviços. Este imenso
repositório de conteúdo e serviços merece e deve ser utilizado por toda população brasileira.
É preciso que o governo, como principal protagonista, assuma o papel de coordenador e
atue em conjunto com sociedade civil organizada a fim de assegurar o tripé da inclusão
digital.
(REVISTA
ESPAÇO
ACADÊMICO-ANO
III-Nº24-MAIO
DE
2003)
(http://www.espacoacademico.com.br/024/24amsf.htm)
MÉTODO
Problema de pesquisa
O presente estudo busca responder à seguinte questão: Como os jovens entre 18 e 22
anos, com renda inferior ou igual à um salário-mínimo, na cidade de São Paulo que
possuem aparelho celular estão participando do processo de inclusão digital?
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Objetivo principal
O principal objetivo foi entender o que motiva as pessoas a se relacionar com as outras a
partir do aparelho celular.
Objetivos secundários
Entre os objetivos secundários podem-se considerar:
o
Analisar o telefone celular enquanto ferramenta de inclusão digital, e o quanto ele
torna real o processo de modificação no estrato social.dependencia)
o
Apurar a partir do uso dessa ferramenta, o processo de produção e distribuição de
riqueza simbólica e material. significado
o
Até que ponto há um pensamento não só para a inclusão digital, mas também para o
processo de inclusão social, fazendo com que esses indivíduos tenham uma tomada
de consciência sócio-política e cidadã que pode ser resgatada com o acesso ao
universo da informação”.
Escolha da metodologia:
Segundo Richardson (2007) a escolha da metodologia adequada é imprescindível para que
os objetivos propostos sejam alcançados, isto é, a natureza do problema bem como o seu
nível de aprofundamento é que definem qual o método mais adequado. A classificação
utilizada por este autor é a divisão em duas abordagens: a quantitativa e a qualitativa.
Para este estudo, foi escolhida a metodologia quantitativa, pois se busca medir...Para
Vergara (2001) a classificação das pesquisas científicas pode ser dividida em duas
abordagens: quanto aos meios e quanto aos fins. Quanto aos meios, a pesquisa será de
campo, pois estarão sendo coletados dados primários da população amostrada. Quanto aos
fins, a autora segmenta três tipos básicos:
•
pesquisa exploratória;
•
pesquisa descritiva e
•
pesquisa explicativa/causal;
A pesquisa exploratória pode ser usada quando se busca um entendimento pouco
conhecido sobre a natureza geral de um problema, as possíveis hipóteses alternativas e as
variáveis relevantes que precisam ser consideradas. As hipóteses deste tipo de pesquisa
são vagas e pouco definidas. Este tipo de pesquisa possui a finalidade de desenvolver
hipóteses e ganhar maior conhecimento sobre o tema, além de aprofundar questões a
serem estudadas.
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A pesquisa descritiva pode ser usada quando se deseja obter um instantâneo preciso de
alguns aspectos do ambiente de mercado. Neste tipo de pesquisa, freqüentemente existem
hipóteses, mas quase sempre são especulativas. Ela pode ser usada para estabelecer
correlações entre variáveis, definir sua natureza e testar hipóteses.
Para atender aos objetivos do estudo, a pesquisa foi qualitativa com entrevistas em
profundidade.
A entrevista em profundidade é um recurso metodológico que busca, com base em teorias e
pressupostos definidos peio investigador, recolher respostas a partir da experiência
subjetiva de uma fonte, selecionada por deter informações que se deseja conhecer. Desta
maneira, como na análise de Demo (2001, p.10) sobre pesquisa qualitativa, os dados não
são apenas colhidos, mas também resultado de interpretação e reconstrução pelo
pesquisador, em diálogo inteligente e crítico com a realidade. Nesse percurso de
descobertas, as perguntas permitem explorar um assunto ou aprofundá-lo, descrever
processos e fluxos, compreender o passado, analisar, discutir e fazer prospectivas.
Possibilitam ainda identificar problemas, microinterações, padrões e detalhes, obter juízos
de valor e interpretações, caracterizar a riqueza de um tema e explicar fenômenos de
abrangência limitada.
O uso de entrevistas permite identificar as diferentes maneiras de perceber e descrever os
fenômenos. A entrevista está presente em pesquisas de comunicação interna (CURVELLO,
2000), comportamento organizacional (SCHIRATO, 2000), levantamentos históricos e
biográficos (MARQUES DE MELO e DUARTE, 2001), processos jornalísticos (PEREIRA
JR., 2000) e em vários outros tipos de estudo, usada como base ou conjugada com
diferentes técnicas, como observação, discussão em grupo e análise documental. O estudo
de recepção de um telejornal entre trabalhadores, de Carlos Eduardo Lins da Silva (1985), é
clássico na articulação de técnicas, além de ser didático na descrição dos procedimentos
metodológicos empregados. Outro exemplo do potencial do uso de entrevista como suporte
para vigorosas análises é dado por Kovach e Rosenstiel (2003), publicação recente, mas já
fundamental para discutir o jornalismo.
A entrevista em profundidade não permite testar hipóteses, dar tratamento estatístico às
informações, definir a amplitude ou quantidade de um fenômeno. Não se busca, por
exemplo, saber quantas ou qual a proporção de pessoas que identifica determinado atributo
na empresa "A". Objetiva-se saber como ela é percebida pelo conjunto de entrevistados.
Seu objetivo está relacionado ao fornecimento de elementos para compreensão de uma
situação ou estrutura de um problema. Deste modo, como nos estudos qualitativos em geral,
o objetivo muitas vezes está mais relacionado à aprendizagem por meio da identificação da
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riqueza e diversidade, pela integração das informações e síntese das descobertas do que ao
estabelecimento de conclusões precisas e definitivas. Por isso, a noção de hipótese, típica
da pesquisa experimental e tradicional, tende a ser substituída relo uso de pressupostos, um
conjunto de conjeturas antecipadas que orienta o trabalho de campo. Estabelecidas
limitações e condições de realização, a entrevista pode ser ferramenta bastante útil para
lidar com problemas complexos ao permitir uma construção baseada em relatos da
interpretação e experiências, assumindo-se que não será obtida uma visão objetiva do tema
de pesquisa.
Por meio da entrevista em profundidade, é possível, por exemplo, entender como produtos
de comunicação estão sendo percebidos por funcionários, explicar a produção da notícia em
um veículo de comunicação, identificar motivações para uso de determinado serviço,
conhecer as condições para uma assessoria de imprensa ser considerada eficiente,
identificar as principais fontes de informação de jornalistas que cobrem economia. Permitiria
saber os motivos pelos quais determinadas fontes jornalísticas são as mais (ou menos)
utilizadas, como são acessadas, dificuldades, problemas, vantagens, desvantagens. Saber
como e por que as coisas acontecem é, muitas vezes, mais útil do que obter precisão sobre
o que está ocorrendo.
A entrevista em profundidade é uma técnica dinâmica e flexível, útil para apreensão de uma
realidade tanto para tratar de questões relacionadas ao íntimo do entrevistado, como para
descrição de processos complexos nos quais está ou esteve envolvido. É uma
pseudoconversa realizada a partir de um quadro conceitual previamente caracterizado, que
guarda similaridade, mas também diferenças, com a entrevista jornalística. São próximas no
objetivo de buscar informações pessoais e diretas por meio de uma conversação orientada,
no cuidado, rigor e objetivo de compreensão (sobre entrevista jornalística, ver Medina, 1995
e Talese, 2004) e na noção de que há, explicitamente, um participante interessado em
apreender o que o outro tem para oferecer sobre o assunto. A entrevista como técnica de
pesquisa, entretanto, exige elaboração e explicitação de procedimentos metodológicos
específicos: o marco conceitual no qual se origina, os critérios de seleção das fontes, os
aspectos de realização e o uso adequado das informações são essenciais para dar validade
e estabelecer as limitações que os resultados possuirão.
A partir da divisão proposta por Selltiz et al. (1987), a entrevista em profundidade é
extremamente útil para estudos do tipo exploratório, que tratam de conceitos, percepções ou
visões para ampliar conceitos sobre a situação analisada. Pode ser empregada para o tipo
descritivo, em que o pesquisador busca mapear uma situação ou campo de análise,
descrever e focar determinado contexto. Não é adequada, entretanto, para os estudos do
tipo causal, que buscam estabelecer correlações de causa e efeito.
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As entrevistas em profundidade são geralmente individuais, embora seja possível, por
exemplo, entrevistar duas fontes em conjunto. As entrevistas são classificadas com grande
variedade de tipologias, geralmente caracterizadas como abertas, semi-abertas e fechadas,
originárias,
respectivamente,
de
questões
não
estruturadas,
semi-estruturadas
e
estruturadas (veja proposta de tipologia no quadro). As abertas e semi-abertas são do tipo
em profundidade, que se caracterizam pela flexibilidade e por explorar ao máximo
determinado tema, exigindo da fonte subordinação dinâmica ao entrevistado. A diferença
entre abertas e semi-abertas é que as primeiras são realizadas a partir de um tema central,
uma entrevista sem itinerário, enquanto as semi-abertas partem de um roteiro-base. Autores
como Ander-Egg (1978, p.111) e Selltiz et al. (1987, p.298) identificam um tipo especial de
entrevista em profundidade, a clínica, relacionada a motivações, atitudes, crenças
específicas do respondente com base em sua experiência de vida. Apesar dessa distinção,
a entrevista clínica é do tipo aberta, apenas com objetivo relacionado à personalidade e aos
sentimentos de uma única pessoa, buscando beneficiá-la individualmente. Já a entrevista
fechada é utilizada principalmente em pesquisas quantitativas, quando, por exemplo, se
deseja obter informações representativas de um conjunto de uma população. Guber (2001)
avalia que as entrevistas fechadas implicam a participação do informante nos termos do
pesquisador, enquanto as abertas pressupõem a participação do pesquisador nos termos do
informante. Em muitas ocasiões, é possível reunir, em uma mesma pesquisa ou até na
mesma
entrevista,
questões
de
natureza
qualitativa
e
quantitativa
(http://xa.yimg.com/kq/groups/21729374/795258217/name/Entrevista+em+profundidade.doc).
Técnica de coleta de dados
As principais formas de se realizar uma pesquisa quantitativa são: entrevistas face a face,
telefone ou correio.
Entrevista face a face ou pessoal: é o meio mais utilizado porque através dele pode-se
chegar praticamente a qualquer segmento pesquisado, seja da população em geral, como
profissionais especializados (médicos, engenheiros, fazendeiros) ou segmentos específicos
tais como donas de casa, estudantes, etc.
Segundo o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a pesquisa descritiva tem
por finalidade observar, registrar e analisar os fenônemos sem, entretanto, entrar no mérito
de seu conteúdo. Na pesquisa descritiva não há interferência do investigador, que apenas
procura perceber, com o necessário cuidado, a freqüência com que o fenômeno acontece. É
importante que se faça uma análise completa desses questinários para que se chegue a
uma conclusão.
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Os projetos que envolvem pesquisa pessoal exigem um planejamento minucioso dos
trabalhos de campo, seleção cuidadosa dos entrevistados e dos entrevistadores para evitar
distorções decorrentes do preenchimento inadequado dos questionários e falhas de
interpretação.
Entrevistas por telefone: é um método muito usado também, devido a sua rapidez e baixo
custo e facilidade de supervisão. Sua limitação no Brasil é a falta de telefones para as
classes mais baixas. Como podem apresentar um alto índice de recusa, necessidade de um
questionário mais curto, com maior número de perguntas fechadas.
Entrevistas pelo correio: este método de coleta de dados tem um longo alcance geográfico
como também de amplitude de amostra. Seu custo é bastante reduzido, no entanto o maior
problema com entrevistas pelo correio é o seu retorno baixo e lento, embora existam alguns
recursos para estimular a devolução dos questionários, como concursos ou brindes. Além
do mais, em se tratando de questionários de auto-preenchimento, que costumam apresentar
várias falhas ao serem respondidos. É necessário, portanto, que todas as explicações sobre
o questionário sejam muito claras. Precisam trazer explícitos os objetivos e instruções
básicas para preenchimento.
Todas as formas de pesquisa de levantamento dependem do uso de um questionário,
instrumento que constitui o elo comum para quase todos os métodos de coleta de dados. O
questionário é um conjunto de perguntas destinadas a gerar dados necessários para atingir
os objetivos de um projeto de pesquisa. Trata-se de um roteiro formalizado destinado à
coleta de informações dos entrevistados. Criar um bom questionário requer trabalho árduo e
criatividade (McDANIEL; GATES.)
O questionário proporciona padronização e uniformidade no processo de coleta de dados.
Padroniza a colocação de palavras e a sequência das perguntas. Uma base válida para
comparar as respostas dos entrevistados não existiria e seria impossível tabular a massa de
dados. O questionário portanto, é um dispositivo de controle, mas também um dispositivo
singular. O questionário exerce um papel crítico no processo de coleta de dados
(McDANIEL; GATES, 2003).
Amostragem
População ou universo é o conjunto das pessoas, denominadas elementos, que possuem as
características delimitadas no problema de pesquisa, ou seja, são todos os elementos que
poderiam responder às entrevistas. Amostra é um subconjunto da população, isto é, certo
número de elementos da população que se deseja investigar (RICHARDSON, 2007).
Richardson (2007) argumenta que em geral, torna-se impossível obter informações de todos
os indivíduos ou elementos que formam parte do grupo que se deseja estudar, quer pelo
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número de elementos demasiadamente grande, quer pelos custos muito elevados, quer pelo
tempo de duração da pesquisa como agente de distorção. A existência de somente um
destes motivos justificaria a necessidade de se trabalhar com uma parcela dos elementos
que fazem parte de um determinado grupo.
Devido à necessidade de se trabalhar somente com parte dos elementos que compõem um
determinado grupo, foi de extrema relevância a seleção da população e da amostra da
pesquisa.
Para Lakatos e Marconi (1999) população é o conjunto de seres animados ou inanimados
que representam pelo menos uma característica em comum, ou seja, o conjunto de
indivíduos com particularidades e semelhanças para o objeto de estudo.
Em pesquisas científicas, a amostra é um recurso largamente utilizado, pois se trabalha
somente com uma parcela de elementos a serem investigados. A amostra é, portanto, uma
parte da população escolhida segundo algum critério de representatividade (VERGARA,
2000).
As amostras podem ser classificadas, de maneira genérica, em probabilísticas e nãoprobabilísticas. A probabilística se caracteriza pela escolha aleatória (ou ao acaso) dos
entrevistados, ou seja, todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de
participar da amostra. Por outro lado, a não-probabilística consiste na escolha dos
elementos que farão parte da amostra por determinados critérios de julgamento do
pesquisador, que pode ser acidental ou intencional (RICHARDSON, 2002; MALHOTRA,
2004).
Malhotra (2004, p.306-308) também apresenta as principais formas de amostragem nãoprobabilística:
o
Amostragem por conveniência: o entrevistador seleciona os elementos para compor
a amostra de forma conveniente, por serem acessíveis e cooperadoras, ou por
estarem no momento exato no lugar certo;
o
Amostragem por julgamento: o pesquisador estabelece um critério particular e
seleciona elementos julgando que estes são os mais representativos, ou
apropriados, do universo estudado;
o
Amostragem por quotas: a população é divida em quotas, ou categorias, de controle
de acordo com algumas características determinadas pelo pesquisador; classificadas
as quotas, a amostra é selecionada por conveniência ou por julgamento;
o
Amostragem tipo bola-de-neve: o pesquisador escolhe um elemento ou um grupo
para iniciar suas entrevistas; no final, pede que os respondentes indiquem outros
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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
elementos para serem entrevistados e assim sucessivamente. Serão realizadas 6
entrevistas em profundidade por amostragem bola-de-neve.
Esta pesquisa de natureza quantitativa descritiva foi conduzida junto a uma amostra não
probabilística constituída 6 indivíduos residentes em São Paulo, tendo como instrumento de
coleta de dados, questionário contendo perguntas abertas, aplicado face-a-face.
Análise e interpretação
Os principais resultados foram:
Perfil da amostra
Entrevista
Sexo
idade
1
Masculino
19
2
Masculino
21
3
Masculino
20
4
Masculino
20
5
Masculino
22
6
Feminino
18
Escolaridade
2º grau
incompleto
2º grau
completo
2º grau
completo
2º grau
incompleto
Ensino superior
incompleto
2º grau
incompleto
trabalha
Jardim Ester
Rio pequeno
Rio pequeno
Rio pequeno
Rio Pequeno
Rio pequeno
A categorização foi realizada segundo Bardin (2007)
1. Expressões usadas para exprimir dependência
2. Vida antes de ter celular?
3. Como se sente com relação ao celular?
4. O que o celular representa?
Expressões usadas para exprimir dependência
Nas entrevistas realizadas foram encontrados os seguintes depoimentos:
Me sinto muito dependente, não largo dele pra nada, quando não ‘’to’’
ligando, “to’’ mandando mensagem ou ouvindo música. (H, 19 anos,
segundo grau incompleto)
Me sinto preso a ele. (H, 21, segundo grau completo)
Como era sua vida antes de ter celular?
A frase que melhor expressa como a vida era antes do celular é a seguinte:
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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Era um pouco mais chata, não tinha a mesma facilidade. (H, 20 anos
segundo grau incompleto)
Como se sente com relação ao celular?
Esta serve para entendermos a relação do jovem com o seu celular.
Me sinto uma pessoa que sabe como usar o celular . (H, 19 anos, segundo
grau incompleto)
Uma facilidade, um jeito simples e fácil de falar com quem preciso. (H, 21,
segundo grau completo)
Eu acho que o meu celular é muito importante, Nele tenho fotos vídeos
músicas que eu gosto, se eu perder não sei o que faço. (H, 20 anos,
segundo grau incompleto)
O que o celular representa?
Pra mim o celular é o jeito mais fácil de falar com os colegas, de marcar
alguma coisa com uma ‘’minazinha’’ que quero sair, ouvir música. (H, 19
anos, segundo grau incompleto)
Pra mim o celular é o único jeito de eu falar com quem preciso, não tenho
telefone em casa! A única saída é o celular. (H, 21 anos, segundo grau
completo) nessa resposta percebe-se uma preocupação com a socialização
Representa uma facilidade a mais de falar com as pessoas, e um jeito de
ouvir música. (H, 20 anos, segundo grau completo)
Uma facilidade, um jeito simples e fácil de falar com quem preciso. (H, 20
anos, segundo grau completo) Nessa resposta mostra a importância que a
facilidade que o celular traz. Nessa resposta mostra que a facilidade é um
ponto importante.
Eu acho que o meu celular é muito importante, Nele tenho fotos vídeos
músicas que eu gosto, se eu perder não sei o que faço. (H,22 anos, ensino
superior incompleto) Nessa resposta mostra o quanto o celular é importante
pra essa pessoa.
Como era sua vida antes de ter celular?
Mostra a diferença da vida do jovem com e sem celular
Ah era mais difícil, se quisesse falar com algum amigo tinha que ir até a
casa dele ou então ligar na casa, agora com celular é mais livre pode ligar a
hora q ‘’fo’’ que não vo acordar a família. (H, 19 anos, segundo grau
incompleto)
Pra falar a verdade eu não lembro muito, mas o que lembro é que pra falar
com alguém era mais difícil! Se quisesse dar um recado era uma vez por
dia “tals”, agora é toda hora. (H, 21 anos, segundo grau completo)
Era um pouco mais chata, não tinha a mesma facilidade. (H, 20 anos,
segundo grau completo)
Era diferente, eu acho muito fácil agora antes tinha mais dificuldade de
falar com as pessoas, até com meu pai minha mãe ficou mais fácil se eu
saio eles ficam mais tranqüilos se eu to com o celular. (H,22 anos, ensino
superior incompleto) Mostra a facilidade e a dificuldade sem o celular.
Ah eu não tinha essa vontade de ter, logo que eu tive a vontade eu comprei.
(M. 18 anos, segundo grau incompleto)
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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
Como se sente com relação ao celular?
Ah, me sinto muito dependente, não largo dele pra nada, quando não ‘’to’’
ligando, “to’’ mandando mensagem ou ouvindo música. (H, 19 anos,
segundo grau incompleto)
Me sinto preso a ele. Mas em horário de serviço é proibido, se não fosse,
“vish” era o dia todo usando. (H, 21 anos, segundo grau completo)
Me sinto uma pessoa que sabe como usar o celular . (H, 20 anos,
segundo grau completo)
Ah, acho que com o celular a vida acontece melhor. (H,22 anos, ensino
superior incompleto)
Meu celular é como o meu armário, meu diário. (M. 18 anos, segundo
grau incompleto)
Usa o celular como despertador?
Uso. Durmo com ele do lado da cama. Se não fosse ele eu perdia a hora
todo dia!(H, 19 anos, segundo grau incompleto)
Uso, e o melhor é que já acordo com uma musica que eu gosto!( (H, 21
anos, segundo grau completo)
Uso, não tem como não usar!(H, 20 anos, segundo grau completo)
Eu não, mas meu pai usa e ele me acorda.(H, 20 anos, segundo grau
incompleto)
Sim, se eu não acordar minha mãe me chama, mas eu acordo sozinha (M,
18 anos, segundo grau imcompleto)
Essas pessoas confiam tanto no celular
responsabilidade de não perder a hora.
que
depositam
nele
a
Com relação a marcas se sente forçado a ter cada vez um celular melhor?
Entre os amigos sempre tem, sempre um falando que tem isso que tem
aquilo se você não tiver os cara te zoam. (H, 19 anos, segundo grau
incompleto)
Não me sinto forçado, mas eu queria ter como sempre trocar o modelo! Mas
nem sempre o dinheiro dá! (H, 21 anos, segundo grau completo)
Ah, acredito que sim, se não eu não teria vontade de trocar o aparelho.
(H, 20 anos, segundo grau completo)
Sinto sim, sempre vejo na televisão ou na loja e fico com vontade de
trocar o aparelho. (H, 20 anos, segundo grau completo)
Hoje não, mas quando eu tinha um celular pior que esse me sentia. (H,22
anos, ensino superior incompleto)
Os jovens se sentem pressionado a ter um celular, essa pressão vem da
parte dos amigos, da mídia, se sentem inferiorizados sem o celular, e
poderosos com ele.
Quando troca de celular se sente por dentro do grupo?
Me sinto bem, todo mundo querendo ver tal. Ai fica até melhor de pedir o
telefone da mina pra sair, não da vergonha de tirar um celular feio. (H, 19
anos, segundo grau incompleto)
Nem tanto assim porque a maioria dos meus colegas ‘’tão’’ na mesma
batalha que eu, trabalhando pra ajudar em casa! (H, 21 anos, segundo grau
completo)
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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Quando troco sinto que sou um pouco melhor, junto dos meus amigos. (H,
20 anos, segundo grau completo)
Me sinto igual, mas mostro pra todo mundo que troquei. (H, 20 anos,
segundo grau completo)
Me sinto a atração do grupo. (M. 18 anos, segundo grau incompleto)
Se o celular fosse uma pessoa, descreva essa pessoa, homem mulher bonito feio
inteligente...
Seria um homem, fortão, que gostava de música, sempre bem arrumado.
(H, 19 anos, segundo grau incompleto)
Uma mulher loira, cabelo liso, boa aparência e inteligente (H, 21 anos,
segundo grau completo) (H, 20 anos, segundo grau completo)
Um homem, jovem, informado, inteligente. (H, 20 anos, segundo grau
completo)
Seria como um amigo meu, da minha idade, com os mesmos gostos q eu,
musicas, filmes. (H,22 anos, ensino superior incompleto)
Um moreno dos olhos verdes, esportista, rico e inteligente. (M. 18 anos,
segundo grau incompleto)
As respostas mostra o aspiracional das pessoas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização deste trabalho podemos perceber que o jovem hoje está preocupado
com a sua convivência entre os grupos na sociedade que o celular tem um papel
fundamental nesse processo da inclusão social.
O jovem da classe C se sente pressionado a ter um celular para se sentir parte do que
acontece na sociedade, e cada vez mais as pessoas ficam dependentes do celular. Ao final
do trabalho fica claro que o jovem se sente preso ao celular que o ‘’mundo’’ dele está ligado
ao celular, se tornou uma facilidade, quando não tinham celular consideravam sua vida mais
difícil. O nível de dependência é muito alto chegam a dormir e acordar com ele.
Entre os amigos se não tiver um celular bom virá motivo de tirar sarro. E se sentem forçados
pelas propagandas a trocar de celular sempre, Quando descrevem o celular como uma
pessoa mostram a vontade de como eles queriam ser.
REFERENCIAS
Bacha, Maria de Lourdes. Celular e inclusão social: estudo baseado em atitudes do usuário
de baixa renda.
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Site:
ANATEL Disponível em <WWW.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalinternet.do> acessado em
dois de abril
LATINPANEL Disponível em <WWW.latinpanel.com.br> acessado em sete de abrl
TELECO Disponível em <WWW.teleco.com.br/pais/celular> acessado em sete de abril
Disponível
em
<http://xa.yimg.com/kq/groups/21729374/795258217/name/Entrevista+em+profundidade.doc
>acessado em dez de abril.
Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/024/24amsf.htm acessado em dez de
abril.
Contato: [email protected] e [email protected]
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Bruno Fedeli Hirata