EXEMPLAR GRATUITO
Edição:
359
Jornal da Universidade Bandeirante de São Paulo • UNIBAN • Ano 11 • 03 de dezembro de 2007
INTOLERÂNCIA
Foto: Mariana de Alencar
Como pessoas ligadas às
comunidades gay, negra
e boliviana enxergam a
questão da intolerância,
sentimento tão presente
na sociedade atual.
(págs. 10 e 11)
ENTREVISTA
A jornalista
Helle Alves
(págs. 4 e 5)
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02
EDITORIAL
EDITORIAL
A reta final chegou para a comunidade
acadêmica
UNIBAN.
Provas
da
Coordenação, entrega de trabalhos e demais
obrigações acadêmicas enchem de
responsabilidade a cabeça de todos. Com
isso, toda a atenção está focada para o êxito
e, depois, para as tão sonhadas férias!
Diante disso, a Folha Universitária também
chega ao fim do ano letivo e apresenta a
sua última edição do ano.
E, para acabar o ano, esta edição
apresenta um tema para a reflexão de
todos: Intolerância. A repórter Vivian Costa,
para a editoria Matéria de Capa, conversou
com uma antropóloga representante do
Movimento GLBT, com a delegada da
Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de
Intolerância, com o presidente da ONG
Afrobras, com um deputado estadual e com
o coordenador do Centro Pastoral do
Migrante. Todos foram unânimes: existe
muita intolerância no Brasil.
Para a editoria Entrevista, em virtude do
quadragésimo aniversário do assassinato do
líder revolucionário, que juntamente com
Fidel Castro libertou Cuba dos EUA, o
argentino Ernesto Che Guevara, o jornalista
Jairo Giovenardi entrevistou a primeira
repórter estrangeira presente em Valle
Grande, cidade boliviana onde se
encontrava o corpo de Che Guevara, morto
a mando da CIA pelo exército da Bolívia, a
brasileira Helle Alves. Aos 80 anos, ela se
lembra claramente do fatídico dia e da
repercussão do fato, que lhe trouxe
constrangimentos advindos do governo
ditatorial brasileiro.
Por fim, para a editoria Cidade, o jornalista
Manuel Marques visitou dois lugares que
valem a pena: o Instituto Butantan e o Museu
de Zoologia da USP. Para quem for ficar em
São Paulo nas férias de final de ano, vale a
pena conferir o que os dois lugares oferecem
aos visitantes, pois o programa é para toda
a família.
Obrigado por acompanharem a Folha
Universitária durante este ano de 2007,
esperamos que tenham gostado do teor das
entrevistas, das matérias, dos editoriais, das
charges, das fotos, do Diário Oficial
UNIBAN, enfim, do jornal como um todo.
Fizemos o impossível para que vocês, leitores,
tivessem informação de qualidade. Até 2008!
Tenham uma ótima leitura!
A Redação
ÍNDICE
EDITORIAL
EDITORIAL
político
político
Ação Social ................................. 3
ONG defende o direito
dos animais à vida
Mais um processo aberto contra o
presidente licenciado do Senado Federal, o
senador Renan Calheiros (PMDB- AL), por
quebra de decoro parlamentar, terá um
desfecho nesta semana. É que o
peemedebista terá de passar pela prova de
fogo: seus pares votarão pela sua absolvição,
ou cassação no plenário. Em sessão aberta,
mas com voto secreto. A acusação agora se
dá pelo fato dele ter adquirido duas
emissoras de rádio e um jornal em sua terra
natal em nome de “laranjas”, em parceria
com o usineiro João Lyra. O parecer do
relator do Conselho de Ética, Jefferson Péres
(PDT-AM), pede sua cassação.
Até aí, tudo bem, pois o artigo 54 da
Constituição da República Federativa do
Brasil e o artigo 4º do Código de Ética do
Senado Federal rechaçam a prática.
Entretanto, como no País do “tudo pode
quando se tem dinheiro e poder”, segundo
um levantamento feito pelo jornal O Estado
de S.Paulo e publicado no dia 23 de
novembro último, página A12, dos 81
senadores, 23 parlamentares (incluindo o
senador alagoano) figuram como sócios em
empresas de comunicação, segundo o
Sistema de Acompanhamento de Controle
Societário (Siacco), do Ministério das
Comunicações. Entre eles, 17 têm parentes
na sociedade do negócio, ou na direção do
mesmo.
Pergunto: como é possível votarem pela
cassação de Renan Calheiros se outros 22
estão na mesma situação? Os nomes
publicados no jornal são: Mão Santa (PMDBPI); Maria do Carmo Alves (DEM-SE); Tasso
Jereissati (PSDB-CE); Edison Lobão (PMDBMA); Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEMBA); José Sarney (PMDB-AP); João
Raimundo Colombo (DEM-SC); João Vicente
Claudino (PTB-PI); César Borges (DEM-BA);
José Agripino Maia (DEM-RN); Roseana
Sarney (PMDB-MA); Romero Jucá (PMDBRR); Efraim Morais (DEM-PB); José Maranhão
(PMDB-PB); Gilvan Borges (PMDB-AP);
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN); Jayme
Campos (DEM-MT); Wellington Salgado
(PMDB-MG); Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR);
João Tenório (PSDB-AL); Neuto de Conto
(PMDB-SC) e Fernando Collor (PTB-AL), este
último licenciado no momento.
Entrevista ............ 4
Testemunha da história
E
5
TURISMO ......................... 6
Passeios oferecem
entretenimento e cultura
CIDADE .............................................. 7
Patinho feio da Luz
saúde ............................... 8
Vantagens e desvantagens
da fitoterapia
Matéria de Capa ........... 10
Diferentes sim, mas não desiguais
por dentro da uniban ............ 12
Alunos visitam a Usina Nuclear
de Angra dos Reis
Discentes conquistaram troféu
de Bossa Ball
E
E
11
13
Educação .................................... 1 4
Educação que inova
e eleva o conhecimento
meio ambiente ....... 1 5
A onda agora é preservar
CULTURA ....................... 1 6
Juventude sem limites
Guia Universitário .............. 1 7
ESTÁGIOS e CLASSIFICADOS .. 1 8
HORÓSCOPO
E preliminares ........ 1 9
ENTRETENIMENTO .................. 2 0
Diário Oficial UNIBAN
(encartado)
Nilson Hernandes
EXPEDIENTE: Folha Universitária é uma publicação semanal da Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN - Ano 11. Edição nº 359 - 03 de dezembro 2007.
Reitor: Prof. dr. Heitor Pinto Filho ([email protected]). Vice-Reitores: Prof. MS Milton Linhares e Prof. dr. Silvino Lopes. Pró-Reitor Acadêmico: Prof. dr. Heitor Pinto Filho (interino). Vice-presidente da Fundação UNIBAN: Américo
Calandriello Júnior. Presidente do Conselho de Comunicação: Eduardo Fonseca.Diretora e Jornalista responsável: Mariana de Alencar (Mtb 39.663). Direção de Arte, ilustrações, produções gráfica e editorial: Ronaldo Paes e
Ricardo Neves. Editor-chefe: Nilson Hernandes. Editor de Ação Social, Cidades, Mutável - Economia, Sociedade, Mercado de Trabalho e Educação: Cleber Eufrasio. Editor de Entrevista, Capa, Cultura e Saúde: Renato Góes.
Repórteres: Jairo Giovenardi, Karen Rodrigues, Manuel Marques e Vivian Costa. Fotos: Mariana de Alencar. Estagiário: Bruno Souza. Diário Oficial UNIBAN: Coordenação: Francielli Abreu. Colaboradora: Marisa De Lucia.
Impressão: Folha Gráfica. Cartas para a redação: Av. Braz Leme, 3029, Santana, São Paulo, CEP 02022-011. Tel. (11) 6972-9034. e-mail: [email protected] - Home page: www.uniban.br - Tiragem: 30.000.
AÇÃO SOCIAL
SOCIAL
AÇÃO
Por Bruno Souza
ONG defende o direito dos animais à vida
Mais de 80 mil pessoas já se familiarizaram com
a luta contra maus-tratos e descaso com os animais.
O Projeto Esperança Animal (PEA), fundado em
2003 por Ana Gabriela Toledo, é um exemplo de
dedicação à causa. Prova disso, foi o seu
reconhecimento como uma Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), dada
pelo Ministério Público em 2005, devido à
qualidade e responsabilidade com a fauna e o meio
ambiente. Atualmente, a ONG conta com o projeto
Quero um bicho, que tem feito sucesso.
Ele é uma união entre o poder público e a
sociedade, onde, por meio do site
(www.queroumbicho.com.br), divulga os animais
resgatados pelas prefeituras. Assim, possibilita que
o cidadão adote cães e gatos. Ao acessar, a pessoa
pode visualizar as características principais e obter
um perfil detalhado do animal como: raça, peso,
sexo, temperamento e endereço.
Hoje, o Quero um Bicho acontece em
Florianópolis, Santa Catariana, e em algumas cidades
dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. “Algumas
prefeituras matam animais de rua por não terem
Divulgação
PEA trabalha em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina promovendo a conscientização
PEA
Protesto em Campos do Jordão
em julho de 2004
estrutura e eficiência para lidar com isso. Nós
montamos o site há muito tempo, e ele apresentou
uma eficácia muito grande com pouco esforço,
então nós conseguimos recolocar grande número
de animais pegos na rua com baixo custo
operacional”, afirmou Carlos Rosolen, atual
presidente da ONG.
As atividades realizadas pelo Projeto Esperança
Animal são coordenadas por sete diretores,
profissionais especializados que doam parte de seu
tempo livre. O trabalho é viabilizado na Internet
como meio de divulgação. Ele é hoje considerado
um dos mais ricos em conteúdo sobre o assunto e
uma referência em pesquisa. Atualmente já alcançou
um público de 82 mil pessoas, entre simpatizantes
cadastrados, ativistas e colaboradores, dentro e fora
do País. Conta ainda com uma organização de eventos
próprio da PEA, que realiza palestras em instituições
de ensino.
Nesse canal de informação que respeita a vida
animal vemos denúncias e campanhas mais sérias
contra, por exemplo, a exploração de animais em
circos e rodeios. Uma forma de entretenimento
desnecessária, segundo a ONG. “Se é bicho vivo a
gente está preocupado em mantê-lo vivo e com
direito de subsistência”, finalizou Rosolen.
Mais informações, acesse o site:
www.pea.org.br.
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CLUBE ESPÉRIA
03
ENTREVISTA
ENTREVISTA
Testemunha da história
A jornalista Helle Alves, única repórter estrangeira a relatar a chegada do corpo do guerrilheiro
Che Guevara na Bolívia, contou detalhes da mais importante matéria de sua vida
querendo saber o motivo de eu ter sido a
primeira a dar a notícia, já que havia muitos
jornalistas, cerca de 200 do mundo inteiro, a
cerca de 200 km de distância de onde o corpo
do Che Guevara foi levado, na cidade
boliviana de Valle Grande, e o pessoal estava
em Camiri fazendo a cobertura do
julgamento do jornalista francês Regis Debray
(acusado de participar da guerrilha naquele
país). O Exército queria saber porque eu
estava lá, e não em Camiri, e quais eram as
minhas ligações com Guevara, Fidel e com
Cuba, para termos informações privilegiadas.
O ano de 2007 ficou marcado por lembrar
os 40 anos da morte de Ernesto Che Guevara.
A imprensa brasileira produziu inúmeras
reportagens especiais e a Folha Universitária
buscou, em Santos, um personagem para
contar um pouco sobre o mito Che. A jornalista
Helle Alves era, em 1967, a única repórter
estrangeira presente em Valle Grande, cidade
boliviana onde se encontrava o corpo de Che
Guevara. Helle, agora com 80 anos, ministra
um curso de Comunicação e Criatividade para
um grupo de idosos, num Centro de
Convivência de Santos, onde mora há 15 anos.
Nesta entrevista exclusiva, ela contou detalhes
da cobertura jornalística que marcou sua vida.
Confira:
“Ele foi capturado vivo e levado
para uma escolinha, onde
permaneceu amarrado numa
cadeira e foi morto pela manhã.
Isso, os soldados bolivianos
me contaram. E a
ordem para matá-lo
veio da CIA. Eles
ajudaram a criar o
mito com toda
essa confusão.
A juventude,
principalmente
oprimida pela
ditadura, se
soltou por
meio da
imagem
do Che
Guevara”
Folha Universitária – A senhora é jornalista
há quanto tempo?
Helle Alves – Estou no jornalismo desde os
15 anos. Comecei ainda menina, escrevendo
poemas e fui trabalhar num jornal semanal,
que informava tudo sobre o rádio.
F.U. – Ficou muito tempo no jornal?
H.A. – Sou uma mulher de grandes paixões
e me apaixonei pela democracia, quando ela
chegou em 1945, algo que não tínhamos no
regime do Getúlio Vargas. Fui, então,
trabalhar na Assembléia Legislativa, onde
fiquei por dez anos como redatora de ata e
da Ordem do Dia. Naquela época se
trabalhava até 20 horas por dia e não
consegui mais fazer jornal.
F.U. – Sentiu vontade de retornar à vida de
repórter?
H.A. – Sim. Depois desses dez anos, bateu
aquela coceira e fui ser assessora parlamentar
para ter horário livre e, desta forma, retornar
ao jornal. Isso na década de 50. Eu ficava na
redação, fazendo requerimentos e discursos.
Isso me fez voltar à reportagem, no grupo
Diários Associados. Aí, sim, passei a ser
repórter de Geral até 1964, quando chegou
a Revolução Militar.
F.U. – Um período difícil para os jornalistas...
H.A. – Muito. Havia censura dentro do jornal,
o que limitava os jornalistas. Passei até por
processo militar, por dar o furo da morte do
Che Guevara, em outubro de 1967. Eles me
interpelaram, por sorte, apenas por escrito,
Fotos: Mariana de Alencar
04
F.U. – Qual foi sua resposta?
H.A. – Respondi que estava apenas
exercendo minha função de repórter. Nunca
entrevistei o Che Guevara, apesar de ter
entrevistado outras personalidades como
Pablo Neruda e a Rainha Elizabeth. Você sabe
que o assunto é distribuído pela chefia, mas
quando o Che esteve no Brasil, não fui
chamada para fazer a cobertura. Respondi
por escrito que fomos para Valle Grande por
intuição. A Bolívia dava apenas um visto de
entrada em Camiri e La Paz. Se o jornalista
entrasse em Camiri não poderia sair mais. Eu
estava com esse visto, mas percebendo, ao
mesmo tempo, que o negócio importante era
outro. Adiamos, desta forma, a ida a Camiri
e fomos a Valle Grande. Uma vez fomos eu,
o cinegrafista Walter Gianello e o repórter
fotográfico Antônio Moura, dos Diários
Associados, para ver a chegada dos corpos
de quatro argentinos e, conversando com as
pessoas, percebemos que a guerrilha estava
no fim. Pelo caminho havia os cartazes com
as recompensas oferecidas para quem
pegasse o assassino dos “soldadinhos
bolivianos”, aquele negócio estilo
americano de caça aos bandidos. Nos
cartazes o Che era visto como bandido, mas
a população tinha boas informações sobre
ele: pagava tudo que consumia, atendia
crianças, principalmente com
bronquite, dando remédios. Mas
os cartazes eram do Exército
americano e guerrilha é
guerrilha, sempre há baixas
em todos os lados. Você leu
a reportagem da revista
Veja?
F.U. – Li, e gostaria de
saber qual sua
opinião sobre a
reportagem
especial sobre o
Che.
H.A. – Não acredito em nada daquela
reportagem. É o início
da demolição da imagem do Che. Ele é um
ícone para a juventude e
estão querendo demolir a
imagem dele.
05
Por Jairo Giovenardi
desfiles de moda, inauguração de restaurantes,
como se fosse um boicote. Não sei se foi ciumeira
interna ou se eles não queriam que eu me
sobressaísse e chamasse a atenção do
Exército. O próprio jornal tinha medo, pois
os Diários Associados estavam mal das pernas.
Era a maior cadeia jornalística do Brasil,
composta por jornais, rádio e TVs, criada pelo
Chateaubriand. Havia uns 300 órgãos de
imprensa em todo o Brasil. Nosso material foi
vendido, inclusive, para fora do País. Nós não
ganhamos nada, nem sabíamos o que eles
estavam fazendo, mas eles faturaram. Porém,
estavam mais vulneráveis que o Estadão, por
exemplo, que ousava publicar receitas de bolo
em cada trecho riscado.
F.U. – A senhora encaminhou uma carta à
revista Veja. Pode nos revelar o conteúdo?
H.A. – Percebi algumas inverdades na
matéria, principalmente pelas entrevistas que
fiz com os militares que participaram do
confronto e com a população boliviana. Mas
eu sabia qual era a intenção da matéria,
acabar com o mito. Enfim, eles só queriam
dizer que eu estava lá.
F.U. – Como foi a chegada do corpo do Che
em Valle Grande?
H.A. – Havia um campo de aviação, na
verdade, só dava para pousar helicóptero. Era
um terreno do tamanho de um campo de
futebol. Estava cercado com cordas e éramos
vigiados por soldados. Nós, eu, Moura e
Gianello estávamos atrás das cordas, e o oficial
que apareceu na revista Veja tirou as
impressões digitais, examinou bem o Che e
vimos quando ele confirmou a morte
balançando a cabeça. Depois, prepararam o
corpo para levar até a ambulância. Nos
posicionamos num Jipe contratado, que nos
levou de Santa Cruz de La Sierra para lá, e
colamos na ambulância, que ia direto para o
hospital. Assim que ela entrou no hospital,
pela lateral, depositando o corpo numa mesa
de pedra da lavanderia, estávamos juntos, mas
eles fecharam a porta e esperaram a chegada
dos médicos legistas. Enquanto isso,
estávamos trabalhando. Havia uma porção
de ministros e generais, que conversavam
conosco sobre como foi o último encontro
do Exército com a guerrilha. O povo, que foi
a pé, do campo de aviação até o hospital,
subiu uma rampa de 1 km e começou a bater
no portão de madeira do hospital, gritando:
“Somos bolivianos, queremos ver o assassino
dos nossos soldadinhos, nos deixem entrar”.
Tanto fizeram, que derrubaram o portão.
Corriam gritando a palavra “assassino” até
chegarem a uns quatro metros de distância
do corpo. Quando viram o cadáver do Che,
que transmitia uma serenidade, um carisma
tão grande, eles pararam e começaram a dizer
com as mesmas vozes que ouvimos gritar
assassino, que ele era lindo, “parece Cristo,
como está magro, como sofreu”. Ele estava
em frangalhos, mulambento, sujo e destruído.
E nós que temíamos que o cadáver fosse
barbarizado, percebemos que todo mundo
parou, um querendo passar na frente do
outro. O Exército organizou o povo em fila,
o que ficou parecendo um cortejo fúnebre,
porque eles passavam em volta da mesa onde
estava o corpo do Che Guevara, em silêncio,
como se prestassem uma homenagem. Essa
mudança de atitude foi impressionante,
principalmente pelo ligeiro sorriso, os olhos
entreabertos e o rosto de serenidade de
Ernesto Che Guevara.
F.U. – Saindo de lá, para onde foi?
H.A. – Quando o povo terminou, o legista já
tinha chegado e até contado o número de
balas no tórax dele. A bala que o matou
entrou pela nuca e saiu pelo pescoço. Foram
umas dez balas ou mais, mas a primeira foi
dada pelas costas, por um tenente e não por
um soldado. Enfim, quando o povo se
acalmou e foi embora do hospital, nos
mandaram embora também, pois o legista
acabaria de despir o corpo. Fomos direto para
o hotel para passar o telegrama para os
Diários. Mas foi uma confusão e tanto, pois
os telefones e o Telégrafo estavam
bloqueados, a serviço do Exército, e depois
liberaram apenas o Telégrafo para o público.
Eu peguei todo o dinheiro dos meus colegas
e dei para o pessoal que estava na fila dos
Correios para passar telegramas. Assim, se
abria uma porta. Quando cheguei nos
telegrafistas, coloquei US$ 50,00 na mesa de
cada um, coloquei o meu telegrama e pedi
para passarem.
F.U. – A senhora nunca pensou em publicar
um livro sobre esta cobertura?
H.A. – Não, porque eu era muito pouco
informada sobre Che Guevara e quando fui
interpelada pelo Exército, achei melhor deixar
por isso mesmo, pois qualquer coisa que eu
fizesse, seria complicado. Não dá para
imaginar o que é trabalhar sob a ditadura,
com um censor dentro da redação, riscando
com lápis vermelho, rasgando e jogando fora
as matérias que não eram interessantes.
F.U. – Foi um período de pressão total...
H.A. – Sim, inclusive, pressão interna.
Durante algum tempo, depois da morte de
Guevara, me deram apenas coberturas como
F.U. – A cobertura na Bolívia foi a mais
marcante de sua vida?
H.A. – Sim. A matéria do telegrama que enviei
em 1967 foi curta, mas em três dias cheguei
com o material completo, com entrevistas com
o povo boliviano em estradas de terra,
matérias sobre a guerrilha. Falei, inclusive,
com alguns soldados remanescentes da
guerrilha, que continuou por mais um tempo,
após a morte do Che. Morreram outros
guerrilheiros e soldados, o Che não morreu
sozinho. Ele foi capturado vivo e levado para
uma escolinha, onde permaneceu amarrado
numa cadeira e foi morto pela manhã. Isso,
os soldados bolivianos me contaram. E a
ordem para matá-lo veio da CIA. Eles
ajudaram a criar o mito com toda essa
confusão. A juventude, principalmente
oprimida pela ditadura, se soltou por meio
da imagem do Che Guevara.
F.U. – A senhora viu muitas mudanças no
mundo como jornalista?
H.A. – Sim, muitas. Lembro-me que
comemoramos a primeira viagem de um
fotógrafo com o aparelhamento para revelar
o filme e passar por telegrama. Não me
pergunte em que ano (risos), mas deve ter
sido na década de 1970.
F.U. – 40 anos depois da morte de Che, como
analisa a cobertura da mídia?
H.A. – Fidel está doente e os cubanos de
Miami começam a crescer, a ganhar fôlego. É
a elite de Cuba, exilada em Miami, que
pressiona, dá notícias de Cuba a favor dos
americanos. Estive em Cuba e, na verdade, o
que ocorre é que o país era o bordel dos
americanos, quando o ex-presidente era o
Batista. Ele tinha várias ligações com drogas e
prostituição e os americanos adoravam passar
férias lá e enriqueciam com seu governo. Com
Fidel tudo mudou.
turismo
Por Manuel Marques
Passeios oferecem entretenimento e cultura
Dois imperdíveis são o Instituto Butantan e o Museu de Zoologia da USP
As férias estão chegando e com elas uma
pergunta quase tão antiga quanto o descanso
anual. O que fazer? Que lugares visitar? Em São
Paulo há muitas alternativas, afinal a Capital é
conhecida não só como a terra da garoa, mas
também como a cidade que não pára nunca e
como selva de pedra. Falando em selva há duas
belas alternativas de passeio para quem quer
ter uma idéia da vida animal numa mata de
verdade. E isso o leitor encontrará no Instituto
Butantan e no Museu de Zoologia da USP.
Este último mantém e conserva coleções
zoológicas, realiza pesquisas científicas e faz
estudos sobre animais, especialmente sobre a
fauna da região Neotropical, que abrange a
América do Sul e a América Central. “O Museu
de Zoologia é uma instituição de pesquisa da
Universidade de São Paulo. Elas se baseiam nas
grandes coleções de animais, hoje com cerca
de oito milhões de exemplares conservados em
meio líquido ou a seco, uma boa parte
disponível ao público”, disse a diretora da
Divisão de Difusão Cultural do museu, dra.
Elisabeth Zolcsak. E concluiu: “Temos exposição
de longa duração temporária. Recebemos cerca
de 60 mil visitantes por ano”.
Quem visitar o museu encontrará
equipamentos multimídia para exibição de
imagens captadas por microscópio eletrônico
para projeção de filmes sobre a origem e
Fotos: Giuseppe Puorto
da Secretaria da Saúde do Governo do Estado
de São Paulo, que tem várias funções, desde
pesquisa com animais venenosos à produção
de soros e vacinas”, explicou o biólogo
Acima, a temida sucuri, e à esq., a
venenosa cascavel, cobras que geram
medo e curiosidade dos visitantes
“Por incrível que pareça,
desde a época de Vital
Brasil (criador do
Instituto), as pessoas
vêm aqui pra ver a
cobra. Isto porque o
visitante tem a chance
de ficar de frente para o
mito”, disse Giuseppe
Puorto, diretor do Museu
Biológico do Butantan
Fotos: Guilherme Ide
06
Acima, Esperança.
E ao lado,
Aquarinho,
também
conhecido como
Mané-Magro,
insetos que são
atrações do
Museu de
Zoologia
Divulgação
evolução dos animais e sobre os vários
ambientes encontrados no Brasil. Também
encontrará fotos e objetos, marcando as várias
fases pelas quais passou a instituição. Estão
expostas reproduções fósseis da fauna brasileira
e réplicas de animais extintos. Por meio de fotos,
o visitante verá distribuição das espécies nos
mares e oceanos. “Há muita coisa a ser vista,
mas quem nos visita parece gostar mais dos
animais extintos e do esqueleto de preguiça
gigante com os dois tigres”, afirmou a diretora
do museu.
Já o Instituto Butantan é gigante. O leitor
precisa de tempo para
visitar o local. O próprio
espaço vale uma visita,
mas lá dentro as
alternativas são muitas.
A começar pelo parque,
que é imenso, com uma
mata bem cuidada e
construções que datam
de meados do século
passado. “Butantan é
um instituto de pesquisa
Giuseppe Puorto, diretor do
Museu Biológico do Butantan. Ele
contou ainda que trabalha com
cerca de 60 espécies, expondo
muitos desses animais no museu.
“Nós temos um público bem
definido. De terça a sexta
recebemos uma média de 900
visitas, a maioria crianças, estudantes
e turistas estrangeiros. Nos finais de
semana e nos feriados recebemos
a visita da família, geralmente pais,
mães e filhos. Uma média de dois
a três mil pessoas por dia”.
O belo prédio no qual está localizado o Museu
Biológico passou por uma grande reforma em
2001. Mas o maior atrativo está no seu interior,
onde vemos uma imensa quantidade de animais,
quase todos peçonhentos. Logo na entradanos
deparamos com uma jibóia, separada do público
por um vidro. Em seguida, uma cobra gigante,
intitulada Píton Albinio da Birmânia. Quase que
ao lado dela, uma cobra verde, que se confunde
com galhos de árvores. São muitos animais: sapos,
lagartos e aranhas. Uma surpresa em cima da
outra e reações que podem ser de medo,
petrificação, êxtase ou admiração. Impossível ficar
indiferente. “Por incrível que pareça, desde a
época de Vital Brasil (criador do Instituto), as
pessoas vêm aqui pra ver a cobra. Isto porque o
visitante tem a chance de ficar de frente para o
mito. E elas ficam distantes do mito por apenas
cinco milímetros, que é a espessura do vidro”,
finalizou Giusepe.
Mais informações, acesse
www.butantan.gov.br e www.usp.br/mz
cidade
cidade
Por Renato Góes
Patinho feio da Luz
Há alguns anos, tem acontecido na região da
Luz um processo de revitalização urbana com o
objetivo de mudar o visual de parte do bairro e
transformá-lo num importante pólo cultural da
cidade. As reformas na Estação da Luz, que agora
abriga o Museu da Língua Portuguesa, da Estação
Júlio Prestes, referência na música erudita no País,
do antigo prédio do DOPS, que hoje é uma
extensão da Pinacoteca que, por sua vez se
consolida como um dos mais importantes espaços
dedicado à arte na Capital, são bons exemplos. Para
ratificar a relevância do bairro, temos o efervescente
comércio das ruas José Paulino e Santa Ifigênia e as
obras da polêmica Linha Amarela do Metrô.
No entanto, uma área que recebe o nome de
Cracolândia era tida como o “patinho feio” do bairro.
No dia 26 de outubro foi iniciada a demolição de
imóveis abandonados entre as ruas General Couto
de Magalhães, dos Protestantes e Mauá que, muitas
vezes, eram utilizados como abrigos de viciados em
crack. Uma área de aproximadamente 4.359 m2 veio
abaixo e a região foi rebatizada como Nova Luz. No
lugar serão instalados imóveis que abrigarão o Prodam
Renato Góes
A região da Cracolândia passa por revitalização, mas os problemas ainda são bem aparentes
Área da Cracolândia demolida pela
Prefeitura e que passará por revitalização
e a Subprefeitura da Sé, além de empresas privadas
que receberão incentivos fiscais para se transferirem
ao local.
No dia do lançamento do projeto, o prefeito
Gilberto Kassab afirmou que “não existe mais a velha
Cracolândia, a serviço da droga, a serviço do crime.
É uma nova história, uma página virada”. Pode até
ser que a página tenha sido virada, mas pelo menos
ainda não começou a ser escrita. Numa rápida visita
ao bairro, uma semana após o início das demolições,
o que se testemunhou foi a seguinte cena. No local
demolido, funcionários da Prefeitura instalavam
cercas em torno do terreno para impedir invasões.
No entanto, um grupo de seis pessoas arrancava fios
e cabos do antigo imóvel em plena luz do dia. Na
hora de ver quem levava o quê, dois deles discutiram
rispidamente, até que um puxou uma faca
ameaçando o colega. Os operários testemunhavam
o ocorrido sem nada poder fazer. Comerciantes da
região, que não quiseram se identificar, dizem que
cenas como essa são comuns e que os viciados da
região sempre acham algum lugar para ficar.
O fato é que expulsar simplesmente essas pessoas
da região não é a melhor das soluções. Moradores
de bairros vizinhos como Campos Elíseos e Santa
Cecília afirmam que muitos deles apenas migraram
de local com a ação ostensiva da polícia na região da
Cracolândia. O trabalho conjunto entre várias esferas
municipais pode até mudar o visual da Nova Luz,
mas não pode simplesmente jogar o problema do
consumo de crack para debaixo do tapete. Ou para
a próxima administração.
07
saúde
Por Karen Rodrigues
Vantagens e desvantagens da fitoterapia
Especialistas alertam que, apesar de provenientes de vegetais, os medicamentos fitoterápicos
também trazem efeitos colaterais e devem ser usados com responsabilidade
O uso de plantas para o tratamento de diversas
doenças é uma alternativa eficaz utilizada por
diferentes culturas desde os tempos mais remotos.
Com o avanço dos estudos ao longo dos anos,
as teorias foram aprimoradas e, hoje em dia, tal
medicina que foge do convencional é conhecida
como fitoterapia. Trata-se da ciência que estuda
os vegetais (parte deles ou seus extratos) com o
objetivo de produzir medicamentos fitoterápicos,
com finalidade terapêutica, ou seja, tratamento
ou cura de doenças.
De acordo com a dra. Célia Aparecida
Paulino, profa. de Farmacologia e Toxicologia na
Graduação e pesquisadora e orientadora do
Mestrado da UNIBAN, o medicamento é indicado
para diferentes tratamentos. “Em razão da nossa
grande disponibilidade de plantas medicinais são
várias as indicações clínicas dos fitoterápicos.
Existem produtos para o tratamento de
distúrbios: gastrintestinais (náuseas, diarréia ou
constipação), sistema nervoso central (calmantes,
sedativos e antidepressivos), respiratórios (tosse
e congestão nasal), cardiovasculares
(hipertensão, insuficiência cardíaca
e com efeitos diuréticos) e
muitos outros distúrbios
como diabetes, infecções,
certos tipos de tumores
etc”.
Segundo a farmacêutica Faine Moreira
Lopes as plantas mais
utilizadas na Farmácia de
Manipulação na qual é
responsável são aquelas em
que seu efeito acarreta no
emagrecimento. “Os mais utilizados
são os diuréticos (Cana do brejo,
Cavalinha, Chá verde, Chapéu de couro),
os laxativos (Cascara sagrada, Sene, Fucus) e os
de efeito antiinflamatório (Arnica, Alecrim)”, disse.
A jovem Danielly Costa e Silva, 25 anos, fez o
uso de fitoterápicos para emagrecer durante três
meses. Ela contou que durante o tratamento
sentia-se menos ansiosa, além da redução do
apetite. Após esse período conseguiu eliminar dez
quilos e só parou de usar o medicamento porque
conseguiu manter o peso que queria. “Optei pelo
fitoterápico porque ele é mais barato que os
remédios controlados indicados pelos médicos.
Tinha medo de passar mal e viciar nos remédios,
já esse fitoterápico era tudo natural o que foi bem
melhor”, contou.
Fotos: Karen Rodrigues
08
“A enorme biodiversidade da
flora brasileira tem garantido
cada vez mais o grande potencial
dos fitomedicamentos tanto para
consumo interno como para
exportação”, disse a profa. dra.
Célia Aparecida Paulino
Contudo, muitas pessoas pensam que pelo
fato da terapia ser proveniente de plantas, ela é
natural e não causa contra-indicação. Isto é um
grande engano, pois antes de tudo é um
medicamento e, como qualquer outro, pode
ter sim efeitos colaterais e também
deve ser usado sob orientação
médica. “Apesar de serem feitos de
plantas, não deixam de ser
medicamentos, e podem se
tornar tóxicos se não
forem administrados de
modo correto”, alertou a
farmacêutica Faine.
Na opinião da profa.
Célia as contra-indicações
são mais comuns para
mulheres gestantes e
lactantes, em função da
contaminação do bebê por
resíduos excretados no leite materno. Também
deve ser cuidadosamente utilizados por usuários
imunologicamente hipersensíveis e que podem
“Apesar de serem
feitos de plantas, não
deixam de ser
medicamentos, e
podem se tornar
tóxicos se não forem
administrados de
modo correto”,
contou a
farmacêutica Faine
Moreira Lopes
apresentar reações alérgicas a certos princípios
ativos vegetais ou, principalmente, a certos
componentes das formulações de fitoterápicos.
Ainda de acordo com a professora, a procura
por esta medicina tem aumentado
consideravelmente nos últimos anos, um dos
motivos é devido ao baixo custo financeiro. “O
uso de outros recursos terapêuticos, além da
alopatia, tem aumentado no mundo todo, e o
mesmo acontece com a fitoterapia. A enorme
biodiversidade da flora brasileira tem garantido
cada vez mais o grande potencial dos
fitomedicamentos tanto para consumo interno
como para exportação”.
Geralmente há muitas dúvidas entre a
diferença de homeopatia e fitoterapia. Segundo
a dra. Célia Paulino, a homeopatia é uma forma
de tratamento baseada no princípio da cura pelos
semelhantes, em que são utilizados
medicamentos preparados a partir de princípios
ativos de origens vegetal, mineral ou animal, os
quais são diluídos e dinamizados para a
preparação do produto final. Já a fitoterapia usa
quantidades expressivas dos princípios ativos de
origem vegetal, geralmente na forma de extratos,
pomadas, gotas, entre outros. A homeopatia
pode usar os mesmos componentes, porém
diluídos em escalas decimal, centesimal ou
milesimal, geralmente apresentados na forma de
glóbulos ou gotas homeopáticos.
Apesar da grande procura é
preciso ter cautela ao adquirir um
fitoterápico, já que muitos destes
produtos são vendidos livremente
no Brasil e sem o devido controle
do sistema nacional de vigilância.
O ideal é adquirir em um local
onde sua origem seja confiável, sem
o risco de adulterações na sua
formulação e tampouco de
contaminações químicas e
biológicas das plantas medicinais
utilizadas.
09
10
MATÉRIA DE CAPA
Diferentes sim, mas não desiguais
A igualdade e o respeito só virão se tivermos uma legislação efetiva, é o que acreditam
pessoas ligadas a entidades que lutam para o fim da intolerância
Fotos: Divulgação
Nos últimos meses foram registrados em São
Paulo vários ataques contra homossexuais
atribuídos a grupos como skinheads e punks.
Diante de um cenário tão cruel, onde qualquer
um pode ser vítima, a Folha Universitária
resolveu fazer uma matéria sobre intolerância
e conversou com pessoas ligadas a entidades
que lutam pela igualdade e respeito. A
esperança de todos é que haja uma legislação
efetiva e que funcione para que todos saibam
que o Estado não é conivente com ataques
homofóbicos e racistas.
Para Regina Facchini, antropóloga e integrante do movimento GLBT, para que esse cenário
mude é preciso forçar bastante na educação.
Na opinião dela, a mídia tem ajudado bastante ao abordar matérias de vários assuntos.
“Hoje em dia vira pauta a questão dos direitos
dos homossexuais e não só tragédia”. Para ela,
outro fator que pode mudar o comportamento das pessoas é a denúncia das agressões. Ela
lembrou que há vários projetos que incentivam as denúncias como o Centro de Referência de Direitos Humanos e Combate contra a
Homofobia da cidade de São Paulo, que surgiu por causa de uma parceria estabelecida com
a Secretaria Especial de Direitos Humanos da
Presidência da República (Programa Brasil Sem
Homofobia). Ainda segundo Fachinni, estes
centros visam dar aparato psicológico, jurídico
e social ao público GLBT. Ela ainda cita que no
site da organização da parada há uma cartilha
titulada “Não se cale”, que mostra todos os
endereços onde as pessoas podem denunciar.
Na opinião da antropóloga, falta legislação
para que as pessoas tenham ciência de que o
Estado não é conivente
com agressões violentas.
“Existe o projeto de Lei
122/06 que coloca como
crimes, passíveis de punição, tanto a questão de discriminação de gênero e orientação sexual. O projeto
já passou pela Câmara,
mas está sofrendo resistência no Senado porque muitos dizem que se ele for
aprovado, as pessoas não
poderão se proteger da
presença ou convivência de
um homossexual”, afir-
“Quando se convive em
sociedade e tudo está
muito bem, a pessoa
consegue esconder o
preconceito. Mas numa
briga de trânsito, por
exemplo, os preconceitos
são sempre colocados
para fora. Por isso tem
tanta injúria racial e não
crime de racismo”,
afirmou a delegada
Margarette Barreto
mou. A ausência de denúncias dificulta a construção de políticas visando o controle da violência contra GLBT. De acordo com a Pesquisa
Política, Direitos, Violência e Homossexualidade realizada na Parada de 2005, nas cidades
de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Porto Alegre e Recife, entre os 721 GLBTs entrevistados, 72,1% já haviam sofrido uma ou
mais situações de discriminação e 65,7% já
haviam sofrido uma ou mais situações de agressão motivadas pela sexualidade.
Mesmo com os altos índices de vítimas, apenas
58,7% dos agredidos chegaram a relatar a alguém
a situação pela qual passaram, sendo que destes,
57,2% relataram apenas para familiares ou
amigos. De 474 entrevistados que sofreram
algum tipo de agressão, apenas 63 (13,4%)
chegaram a denunciar na polícia e 24 (5,1%)
denunciaram a grupos GLBT ou à Defensoria
Homossexual.
“Existe o projeto de Lei
122/06 que coloca
como crimes, passíveis
de punição, tanto a
questão de
discriminação de
gênero e orientação
sexual. O projeto já
passou pela Câmara,
mas está sofrendo
resistência no Senado”,
disse a antropóloga
Regina Facchini
Negros e
homossexuais
Fachinni disse ainda
que o preconceito entre negros e homossexuais é diferente. Para
ela, como existem campanhas contra o racismo como a “Onde
vocês guardam o seu
racismo?”, as pessoas
escondem que são racistas por vergonha.
“Todas as pessoas são
racistas, em maior ou
menor grau, apesar das pessoas tentarem
controlar isso”. E completou: “com relação
ao homossexual não, chega a ser ‘bem visto’ em alguns grupos, por ser uma forma de
auto-afirmação. Por isso não é mal visto socialmente falar mal dos homossexuais”. Para
ela, nesse ponto a própria sociedade brasileira, de certa forma, reforça esse tipo de
comportamento violento e preconceituoso.
Ela explicou que, por vergonha, muitos que
são agredidos não denunciam. “Como é que
vou chegar em algum lugar e dizer que apanhei
porque sou veado?”, indagou. Parte das
experiências de violação de diretos de pessoas
homossexuais se dá na escola, “pois é na base
da brincadeira que muitas crianças crescem sem
coragem de se assumir, e quando o fazem, não
é para todos, como uma forma de se proteger”,
explicou.
Ela observou que há várias pesquisas em
escolas que mostram que os meninos são mais
preconceituosos do que as meninas. “Rejeitar
o homossexual é uma forma tradicional de
afirmar a masculinidade”. Porém, ela salientou
que felizmente algumas coisas estão mudando
entre jovens de classe média que contam com
outro tipo de discurso, inclusive, feito pela
própria escola.
Racismo existe sim!
Segundo a delegada da Delegacia de Crimes
Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi),
Margarette Barreto, cerca de 57% das
denúncias mais freqüentes são de intolerância
étnica ou racial. “A questão racial ainda é muito
11
Por Vivian Costa
forte. Quando se convive em sociedade e tudo
está muito bem, a pessoa consegue esconder
o preconceito. Mas numa briga de trânsito, por
exemplo, os preconceitos são sempre colocados
para fora. Por isso tem tanta injúria racial e não
crime de racismo”. A legislação brasileira que
fala de racismo é contra a segregação racial, já
que foi baseada na legislação dos EUA. “Como
aqui nunca houve um apartheid, há sim uma
tolerância com o negro e o índio, porém ele
sempre é visto como uma pessoa menor”,
completou.
A delegada disse ainda que o grande viés
de tudo é a questão econômica. “Se o
Ronaldinho Gaúcho andar no shopping de
chinelo ninguém vai falar nada, agora se for
outro qualquer não vão deixar nem entrar”. E
completou: “o nosso modelo econômico é
culpado pela insatisfação dos jovens, já que
tudo é tão caro”.
Outro ponto que leva a agressão, muitas
vezes físicas, é a transferência de culpa pelo seu
fracasso. Segundo Margarette, muitos jovens
culpam a presença do negro, do nordestino
pela falta de emprego, mas é incapaz de fazer
algo para que isso mude. “É muito fácil colocar
a culpa no outro do que realmente procurar
uma alternativa”.
De acordo com a delegada, geralmente
esses jovens agressores são pacatos dentro
de casa e quando estão em grupos se
transformam. Por isso, muitos pais não
acreditam que eles sejam agressivos. Quando
acontece alguma situação de agressão, a mãe
do suspeito ou vítima é chamada para
receber orientação. “Mas muitas não aceitam
a realidade e jogam a culpa nos outros.
Quando acontece isso eu falo que hoje ela
foi chamada para conversar, da próxima vez
ou seu filho estará machucado ou será
suspeito de homicídio. Mas muitas não
acreditam, e passa dois, três meses e
acontece tudo de novo”.
“A intolerância não é coisa só
do Brasil. Está cada mais
latente, inclusive, na Europa e
nos EUA. Temos uma sociedade
marginal e doente, onde a
cultura e o costume é virar as
costas para os velhos,
nordestinos, crianças e para os
mais pobres”, disse o
presidente da ONG Afrobras,
José Vicente
A delegada afirmou que a repercussão das
agressões, inclusive contra homossexuais na
mídia, muitas vezes é bem vista pelos jovens
agressores. “Eu monitoro o Orkut de algumas
pessoas e vejo que eles gostam de aparecer”.
O que existe é uma contracultura, já que
antigamente era legal ser um cidadão de bem.
Hoje, o jovem pensa que quanto mais crime
se comete, melhor será visto pelos outros. Ela
observou que a maioria dos jovens, envolvidos
em brigas, conta com famílias desajustadas,
entre 14 e 25 anos, e acabam se afastando da
família para se aproximar dos grupos. “Nessas
turmas eles ganham uma identidade”.
Para o presidente da ONG Afrobras, José
Vicente, há muita intolerância no Brasil e no
mundo, por causa de deslocamentos de
massas em busca de qualidade de vida e
emprego. “A intolerância não é coisa só do
Brasil. Está cada mais latente, inclusive, na
Europa e nos EUA. Temos uma sociedade
marginal e doente, onde a cultura e o
costume é virar as costas para os velhos,
nordestinos, crianças e para os mais pobres”,
afirmou o presidente da Afrobras. E mais:
“O Brasil continua sendo um país autoritário
que despreza um monte de valores e é isso
que faz aflorar o preconceito”.
Para ele, muitos querem se dar bem e
ofender o outro com a intenção de diminuílo. “Levar vantagem vale tudo, até ofender.
Muitos precisam disso para confirmar sua
qualidade de superior”, disse ele. O belo
exemplo desse cenário, “é o que acontece
com aquele jovem que bate em prostituta,
queima índio, que estamos acostumados a
ver na mídia”.
Para Vicente, a discriminação contra os
negros nem melhorou nem piorou. A estrutura
não ajuda, já que não temos uma mídia
preocupada com a questão de discriminação
social, ou uma ação governamental efetiva que
esteja preocupada com isso.
O deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL)
foi acusado pelo também deputado Waldir
Agnello (PTB) de quebra de decoro parlamentar
por ter levado um transformista no plenário
quando lançou uma frente parlamentar, no
último dia 24 de outubro, para combater os
crimes contra homossexuais. Para o
parlamentar do PSOL a apresentação estava
dentro do contexto e essa atitude de Agnello
foi um ato intolerante. “Isso reforça
simplesmente o preconceito e a discriminação.
E nós, como deputados, temos que proteger a
minoria”, afirmou.
Sofrimento calado
Em São Paulo, que é a maior metrópole da América Latina, acaba
atraindo pessoas de outros países vizinhos e pobres como os bolivianos,
que acabam sofrendo discriminação quando aqui estão. Para o padre
Mário Geremia, que é coordenador do Centro Pastoral do Migrante,
o diferente sempre assusta por gerar insegurança. Mas, ele ressaltou
que por outro lado como é semelhante, não deveria ter esse tipo de
sentimento.
Ainda na opinião dele, esses ataques que estão cada vez mais
freqüentes mostram que a sociedade está em crise, com medo de
algo que nem ela sabe o que é. “O Brasil foi construído por imigrantes,
por isso, quem não aceita as diferenças, não sabe dialogar e é racista,
é doente. O ataque não é a saída”.
Segundo ele, o que move o preconceito ainda é a classe social ditada
pelo capitalismo. “Os imigrantes europeus, norte-americanos são bemvindos aqui porque vêm de países ricos, com educação, enquanto os
bolivianos são mal vistos. Os bolivianos são diferentes, mas não desiguais”.
Segundo o padre, os bolivianos que estão no Brasil são vítimas por causa
da língua, falta de documentos e por isso são explorados em trabalhos
desumanos e acabam se sujeitando a ganhar centavos por uma peça
feita. “Muitas pessoas chamam os bolivianos de índios. Para eles isso é
uma ofensa, porque o termo correto é indígena”. Entre as características
desse povo está o silêncio. “Eles são muito silenciosos. Sofrem calados, e
quando se abrem é porque estão no limite”. “Muitos quando querem
desabafar procuram a pastoral”, finalizou o religioso.
POR DENTRO DA UNIBAN
Por Karen Rodrigues
Alunos visitam a Usina Nuclear de Angra dos Reis
A visitação trouxe compreensão sobre a importância da energia nuclear,
além dos benefícios que ela pode oferecer ao planeta
No último dia 9 de novembro, os alunos do
curso de Tecnologia em Gestão de Planejamento
Ambiental dos 1º, 2º e 4º semestres, campus
Rudge, juntamente com a profa. Telma Urbano da
Cunha Salmeron realizaram uma visita técnica na
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA),
em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro.
A viagem teve como objetivo, segundo a docente,
esclarecer o tema Energia Alternativa ou Energia
Limpa, já que tal assunto gera muita polêmica, dúvidas
e incertezas, principalmente em relação à energia
nuclear. “Esta visita proporcionou uma oportunidade
única de estar em uma Usina Nuclear e conhecer
de perto um reator”, disse a professora.
De acordo com a ela, o tema em questão faz
parte do plano disciplinar e, por este motivo, o
conhecimento prático foi de grande valia para os
alunos. “Tudo o que sabíamos era o que líamos e
ouvíamos em reportagens. Depois da visita
entendemos a importância desse tipo de energia e
todos os benefícios que ela pode trazer para o futuro
Divulgação
12
Vista geral da usina Nuclear Angra II
do nosso planeta. Também esclarecemos as dúvidas
sobre o polêmico lixo nuclear que esse tipo de energia
gera. Descobrimos que nosso planeta precisa cada
dia mais de alternativas limpas para uma melhor
qualidade de vida dessa e futuras gerações”.
Durante o passeio os alunos visitaram a Usina
de Angra II, o Reator Nuclear, o Laboratório de
Monitoramento Ambiental, todo o sistema de
funcionamento da Usina, sua forma de gerar
energia, sua distribuição, os cuidados ambientais e
todo o monitoramento da fauna e flora. Além do
sistema de emergência de toda região e os cuidados
com os moradores.
Na opinião da profa. Telma a atividade
extraclasse foi fundamental para que os alunos
pudessem formar sua própria opinião sobre o
assunto. “Hoje eles sabem porque a energia nuclear
é considerada alternativa, limpa e necessária para
nosso País e, principalmente, para nosso futuro.
Não saímos de lá achando que esse tipo de energia
é a melhor alternativa, sabemos que novas estão
surgindo e talvez mais limpas, já que não geram
tanto ou nenhum lixo”.
Para o próximo semestre, a turma já tem
novas visitas planejadas, nas quais irá buscar mais
conhecimentos práticos, com o intuito de
complementar a base teórica adquirida em sala
de aula.
FOTO DA SEMANA
Por Mariana de Alencar
Alunos do
1o, 2o e 3o
semestres
do curso
Design de
Moda,
campus MR,
organizaram
uma
exposição
com “looks”
para a
disciplina
“Estudo da
Imagem e
Produção
de Moda”
13
Por Marisa De Lucia
Discentes conquistaram troféu de Bossa Ball
Integrantes de uma das duas únicas equipes de Bossa Ball do Brasil, os alunos
fizeram uma turnê por vários países, vencendo na Bélgica
Acima, Brasil e Holanda em
apresentação no Europeu de Beach
Vôlei, realizado na Holanda
Ao lado, Brasil e
Holanda em um
dos jogos do
Campeonato, no
qual nossos atletas
ganharam. Abaixo,
Brasil e Bélgica
depois da
final do
Campeonato
realizado na
Bélgica. O Brasil
foi o campeão
Fotos: Divulgação
Os alunos Rogério Passanha, Milton França
e Gustavo Moreno do curso de Educação Física
da UNIBAN venceram a I Copa Paulo de Bossa
Ball, realizada na Bélgica. Eles integram uma
das duas únicas equipes desta modalidade de
esporte no Brasil e conquistaram o troféu após
uma turnê de 20 dias pela Europa, entre agosto
e setembro deste ano.
Após muitos treinos diários no São Caetano
Esporte Clube, os alunos enfrentaram,
também, em jogos amistosos, times da
Holanda, Espanha, Inglaterra e Singapura. Na
Bélgica, o Campeonato I Copa Paulo de Bossa
Ball aconteceu em Wommelgem, município
localizado no distrito de Antuérpia.
Os trabalhos são coordenados pelas
empresas C41 e Dinâmica, mas quem
patrocinou a viagem foi o produtor musical
belga Filip Eyckmans, criador do esporte.
O time brasileiro enfrentou a equipe
holandesa em meio a uma platéia de
aproximadamente dois mil jovens, com direito
a flashes de transmissão em rede nacional e
até distribuição de autógrafos.
Na Inglaterra, a equipe brasileira foi
convidada a participar, juntamente com um mix
das equipes belga, espanhola e holandesa, do
programa “Do Something Diferent” (Summer
Show) da BBC. Nessa ocasião é que foram
iniciados os treinamentos dos primeiros
jogadores de Bossa Ball naquele país.
Os brasileiros só conseguiram aproveitar a
viagem como turistas durante as festividades do
retorno às aulas das Universidades de Maastricht
e de Rotterdan, na Holanda, com direito a
comemorar a noite toda.
Sobre o Bossa Ball
Uma mistura de voleibol, capoeira, ginástica,
futebol e música, o Bossa Ball, que já chegou a
15 países, é realizado na praia, em cima de uma
quadra inflável e duas camas elásticas separadas
por uma rede de vôlei.
O esporte é disputado com bola de vôlei de
praia e a quadra inflável tem 20x14 metros.
Separados por rede de vôlei, cada lado da quadra
conta com uma cama elástica e as equipes são
compostas por quatro jogadores, podendo ser
formadas por homens e mulheres juntos.
As partidas são disputadas em melhor de três
sets com 15 pontos cada. Para se passar a bola
para o lado oposto, o time pode dar até oito
toques, sendo que cada jogador apenas um com
a mão ou dois com o corpo. É permitido o uso
das mãos, dos pés, da cabeça e de qualquer outra
parte do corpo, e o saque pode ser feito com
acrobacias. Mas, cogita-se que a regra do jogo
vai passar a obrigar pelos menos algumas
investidas com os pés.
Preparar o lance para o atacante que está
situado na cama elástica é o objetivo do jogo.
Caso este consiga fazer com que a bola caia na
cama elástica inimiga, o time somará três pontos.
Em qualquer outra parte da quadra o valor é de
um ponto. Todos os jogadores estão liberados
para atacar e podem somar pontos para suas
respectivas equipes.
O esporte foi criado na Europa há três anos
por Filip Eyckmans, um apaixonado pelo Brasil.
Ele decidiu criar um jogo onde predominasse a
descontração e a ginga brasileira, mais a música
de percussão. O Bossa Ball chegou ao Brasil em
novembro do ano passado selecionando atletas.
Foi aí que os alunos da UNIBAN passaram nos
testes e desde então integram as únicas equipes
brasileiras.
Sob o patrocínio da Secretaria de Juventude,
Esportes e Lazer do Guarujá (Sejel), em parceria
com a Nestlé, a primeira apresentação do novo
esporte ocorreu na Praia do Boqueirão, na Praia
Grande, em janeiro deste ano, seguindo nos
outros finais de semana para Santos, Guarujá e
Caraguatatuba.
Na Europa, existem federações de vôlei que
atrelaram a modalidade a seus programas de
competição e eventos, o que comprova seu
crescimento e credibilidade.
Segundo Rogério, os treinos estão previstos
para serem reiniciados em dezembro, pois em
janeiro de 2008 partirão para mais um
campeonato. Dessa vez, para o Sul ou Nordeste,
ainda a ser confirmado. O Campeonato Mundial
de Bossa Ball, previsto para o ano que vem,
também ainda não tem data e local definidos.
“Fomos muito bem recebidos em todos os
países pelos quais passamos, mas nos
apaixonamos pela Bélgica. Lá nos trataram como
reis, até demos autógrafos”, disse Rogério,
demonstrando satisfação com o resultado obtido.
Para saber mais e assistir a um vídeo sobre o
Bossa Ball, acesse: www.bossabal.com.br.
EDUCAÇÃO
Por Francielli Abreu
Educação que inova e eleva o conhecimento
Tutor Time, metodologia de ensino inspirada em modelo americano,
é um dos diferenciais do Colégio Salete UNIBAN
professora de inglês. Elas ficavam irritadas ou de
braços cruzados, pois não a entendiam. Hoje ela
fala, por exemplo, vai colocar seu tênis, pára de
bagunçar, tudo em inglês e eles entendem”,
lembrou Moretto. A professora de inglês, Carla
Regina Accioly, disse que os alunos têm muita
facilidade de aprender. “Contamos histórias em
inglês, cantamos. Às vezes, misturam as duas
línguas, como: ‘eu quero water”.
Professoras e alunos têm aulas na
cozinha experimental do Colégio Salete
“O ensino é compatível com o
referencial curricular brasileiro.
Os alunos têm toda a
estimulação dos eixos
pedagógicos exigidos nas
linguagens oral e escrita, no
raciocínio lógico, na
matemática, ciência, na
natureza, entre outros”, disse
Maria Cláudia Babuto Moretto,
do Colégio Salete UNIBAN
cada nível. O vermelho - Twaddler (2 e 3 anos),
oferece um processo de aprendizagem no idioma
materno; o azul - Preschool (4 anos), engloba as
vivências, descobertas e crescimento em parceria
com as famílias; e o amarelo - Kindergarten (5 anos),
trabalha atividades orais e lúdicas no segundo
idioma, estimulando a aquisição do mesmo.
Um dos diferenciais do Tutor Time é que os
alunos experimentam situações bilíngües de
aprendizagem desde pequenos, de forma natural.
Não há um horário específico para falar o inglês, e
outro para o português. “Acreditamos que o
bilingüismo deve ser aplicado no cotidiano, como
se fosse em uma família, na qual o pai fala português
e a mãe inglês. A princípio, as crianças odiavam a
Da esq. para a dir.,
as professoras
Carla Regina
Accioly e Daniela
Benassi. As duas
acreditam que o
método Tutor Time
colabora para um
aprendizado
eficiente
Fotos: Francielli Abreu
Dar o melhor cuidado aos filhos é uma
característica inerente aos pais. Mas, e quando
chega a hora de mandar a prole para a escola? Esta
é uma preocupação que aflige os genitores. Imagine
então se houvesse um local no qual as crianças
recebessem cuidados iguais aos da vovó. Isso é o
que ocorre no Tutor Time, metodologia de ensino
infantil americana, que foi adaptada ao Brasil e
patenteada pelo Colégio Salete UNIBAN. Só que
não é a vovó que fará o papel de instrutora, mas
profissionais de pedagogia, que são treinadas para
educar os pequenos nos moldes do ambiente
familiar. O projeto considera o desenvolvimento
natural das crianças, além de ensinar de forma
bilíngüe: português e inglês.
O método de ensino do Tutor
Time, que já existe em diversos
países, como Portugal, não era
adequado aos padrões da educação
infantil brasileira, uma vez que a
proposta original é de um Child
Care Center (Centro de Cuidados
à Criança), no qual elas podem
ficar apenas um dia, de acordo com
a necessidade dos pais. Além disso,
são senhoras aposentadas que se
revezam no cuidado com os
meninos. Muitos tentaram ajustar
ao Brasil, mas o sentido se perdia.
Foi aí, que este ano, o Salete fez um processo de
adaptação e conseguiu aprovar a proposta. “O
ensino é compatível com o referencial curricular
brasileiro. Os alunos têm toda a estimulação dos
eixos pedagógicos exigidos nas linguagens oral e
escrita, no raciocínio lógico, na matemática, ciência,
na natureza, entre outros”, explicou Maria Cláudia
Babuto Moretto, coordenadora Pedagógica Geral
do Colégio Salete UNIBAN.
O primeiro passo da metodologia é a imersão
no “Eu”, como é a criança, qual a idade, como ela
aprende, se sabe trabalhar em grupo; depois, vem
o reconhecimento do ambiente educacional; em
seguida o aluno é preparado para a vivência; depois
experimenta, e, por fim, é feita uma avaliação para
saber o que ele gostou, como foram suas trocas de
experiências, entre outros aspectos. Tudo com base
nos valores tradicional, humanista e progressista.
Para isso, a escola segue dez passos pedagógicos
ao longo do ano letivo, que dão uma visão ampliada
das coisas, do mundo e dos outros. Cada faixa etária
desenvolve um tipo de conteúdo programático, que
engloba português, matemática, história, geografia,
ciências, e outras atividades.
O logotipo do Colégio, o ursinho Pookie, carrega
nas mãos três bexigas nas cores vermelho, amarelo
e azul. Elas simbolizam o currículo aplicado em
Divulgação
14
No período, que começa às 7h40, e termina às
16h30, outro diferencial da escola é o sistema de
ensino rotativo, no qual as crianças aprendem em
diversos ambientes: salas de aulas; learning center,
com equipamentos para atividades de arte,
tecnologia, música, entre outras; village, uma
pequena cidade para que vivenciem realidades
sociais; cozinha experimental e playground. A
docente do Kindergarten, Daniela Benassi, acredita
que “é mais fácil eles aprenderem deste jeito.
Trazendo para a prática eles se interessam bem
mais”. O Tutor Time disponibiliza ainda flexibilidade
de horário, há alunos que ficam das 7h às 18h30,
e os pais não pagam nada a mais.
Teacher/Professora
Todas têm, no mínimo, uma graduação,
experiências bilíngüe de pelo menos um mês no
exterior e na área pedagógica. Além das pedagogas,
as crianças têm outras vivências.
“Convidamos pessoas de fora, na
maioria estagiários de Pedagogia,
Nutrição e Educação Física para
aplicarem coisas diferentes, e
também as “velhinhas” para contar
histórias. Então, é um projeto que
vemos resultados, os pais têm
gostado, e acredito que possa se
estender para os ensinos
Fundamental e Médio”, finalizou
Moretto.
meio ambiente
ambiente
meio
Por Cleber Eufrasio
A onda agora é preservar
Verão é sinônimo de preservação ambiental nas cidades litorâneas de São Paulo
Chegou dezembro, e
com ele a estação mais
esperada do ano: o verão.
O período é de 13º salário,
festas de confraternização,
férias, dias de descanso, no
campo ou no litoral. E foi
pensando neste último local
que a Folha Universitária
decidiu levantar o tema
“conscientização
ambiental” e saber quais as
campanhas de prevenção e
edução
que
serão
divulgadas aos turistas neste
próximo verão em três
cidades litorâneas.
Guarujá terá contentores
espalhados pelas principais
praias da ilha
São Sebastião
Distante 230 km da Capital, São
Sebastião, no litoral Norte de São Paulo,
antes da colonização portuguesa era
ocupada por índios tupinambás e
tupiniquins. A descoberta da região como
destino turístico veio após a construção da
Rodovia Rio-Santos, no final da década de
70, o que proporcionou um
desenvolvimento baseado no turismo. Com
lindas praias, como Maresias, Juquehi, Barra
do Sahy e Paúba, o local preserva a Mata Atlântica.
Mas, para que isso permaneça, as ações e
campanhas de conscientização, principalmente
nessa época do ano, são necessárias.
Um dos grandes problemas enfrentados são as
estações de tratamento de esgoto dos condomínios,
hóteis e pousadas nas praias onde ainda
não há rede pública de coleta e
tratamento. Segundo Teo Baliero,
secretário de Meio Ambiente do
município, os responsáveis pela
operação do sistema são os próprios
empreendedores. “A gente fiscaliza
como está a operação para que na
temporada, quando houver ocupação
próxima do limite ou acima dele, o
sistema esteja em condições de atuação
adequada”, comentou.
Começamos pelo Guarujá. Distante 82 km da
Capital, numa área de 138 km2 e situado na Ilha
de Santo Amaro, a cidade é um balneário com
belas praias e opções variadas de passeios e esportes. A Cidade Feliz, assim denominada, gera, aproximadamente, 270 toneladas de lixo por dia. Em
época de temporada, chega a quase mil. Segundo
Assis Born Muniz,
chefe da divisão de
Edução da Secretaria
de Meio Ambiente
do município, “o custo com o lixo chega a
R$ 2 milhões por
mês, equanto que na
temporada se multiplica, dependendo
do número de turistas que vêm visitar a
cidade”, destacou.
A prefeitura luta contra a problemática do lixo
antes e durante esta época do ano. Por isso, já
estão sendo feitas campanhas de educação
ambiental direcionadas aos munícipes e turistas.
Pontos estratégicos, como comércios, escolas, repartições públicas e outros locais da cidade abrigam as ações de coleta de lixo, assim como as
praias, onde serão colocados contentores de mil
litros próximos aos postos de Bombeiros e da Polícia ambiental.
Outros dois trabalhos são o armazenamento e
recolhimento do óleo de cozinha e a economia de
água. Este último precisa de interesse e coerência
ainda maior das pessoas. “Tem gente que resolve
lavar carro, calçada, tomar banho de meia hora,
então o abastecimento de água, infelizmente, não
consegue suprir toda a demanda”, lembrou Assis.
Fotos: Divulgação
Guarujá
Outros destaques são: proibição e fiscalização de
animais, como cachorros nas praias e, ainda,
estimular os freqüentadores em geral no sentido
de reduzir o uso de sacos plásticos.
Outro projeto é o incentivo ao ecoturismo local,
com guias treinados, o que, segundo Baliero,
diminuirá a concentração de turistas nas praias e,
ainda, possibilitará um outro atrativo turístico pouco
explorado. “Temos trilhas, cachoeiras e sítio
arqueológico, que foi avaliado por pesquisadores
como sendo o grande pratrimônio histórico de São
Paulo, no que diz respeito à arqueologia”, lembrou.
Peruíbe
No litoral Sul de São Paulo temos também
Peruíbe, conhecida como uma das mais bonitas
cidades da costa da Mata Atlântica, e que possui
belas praias, cachoeiras, rios e uma parte desta
riqueza está dentro da Estação Ecológica JuréiaItatins (Portal da Juréia), reconhecida pela Unesco
como patrimônio da Humanidade. Com 52 mil
habitantes e a 128 Km da Capital, o local conta
com infra-estrura de grande potencial.
Para manter esta riqueza, ações de
preservação como o Projeto Verão
Limpo farão parte da temporada. Ele
consiste em orientar e entregar sacolas
aos turistas e frequentadores das praias
e áreas verdes, para que não sujem
as localidades. Uma parceria da
prefeitura com o Ministério do
Turismo possibilitará a contratação de
50 monitores, dez coordenadores e
dois líderes de equipe e mais material
de apoio, como 100 mil sacolinhas
estampadas (biodegradáveis); tambores de água;
camisetas; tendas, entre outros. Segundo a
assessoria de comunicação da prefeitura de Peruíbe,
“cada tenda terá uma bandeira identificando os
pontos de apoio da operação Verão Limpo”.
O incentivo ao ecoturismo será
uma das alternativas no Litoral
Norte de São Paulo
Para este ano será desenvolvido um programa
de educação ambiental com informação ao cidadão
paulistano, seu principal freqüentador. Um dos
pontos é sobre a coleta seletiva em 100% dos
bairros e ruas das praias que integram a cidade.
Peruíbe contará com uma
esquipe treinada e consciente da
preservação da natureza
15
cultura
Por Renato Góes
Juventude sem limites
Estrelado por Selton Mello, o longa Meu Nome Não É Johnny retrata a classe média
envolvida com o tráfico de drogas
Casos de jovens vindos da classe média
que se envolvem com o tráfico de drogas se
tornaram comuns no cotidiano das grandes
cidades. É fácil nos depararmos com notícias
sobre a ação de investigadores que
desmantelaram grupos de traficantes que
fogem do estereótipo do “soldado do morro”,
aquele garoto pobre sem perspectiva de vida
que, armado até os dentes, comercializa a
droga na entrada da favela ou em suas vielas
escuras. Esse outro tipo de traficante difere e
muito do anteriormente citado. Na maioria
das vezes ele vem de bairros nobres, cursa
faculdade, sabe falar mais de uma língua, usa
roupas de grife, freqüenta as melhores baladas
e tem uma família até certo ponto estruturada.
Os atores Selton
Mello e Cleo Pires
interpretam o
casal João Estrella
e Sofia. Com os
negócios em alta, o
traficante de
classe média vive
intensamente uma
vida de luxo com a
qual sempre
sonhara. O
problema é
quando o sonho
acaba na realidade
do cárcere
Fotos: Divulgação
16
No entanto, se engana quem acha que
esse fenômeno do narcotráfico é algo recente.
O filme Meu Nome Não É Johnny, dirigido
por Mauro Lima e protagonizado por Selton
Mello, trata exatamente desse tema e é
ambientado no ano de 1995, ou seja, há mais
de uma década. O roteiro narra a saga de
ascensão e queda de João Guilherme Estrella,
um jovem de classe média do Rio de Janeiro
que se envolveu com o tráfico de drogas a
ponto de ser considerado o principal elo entre
a cocaína e a classe média carioca. Com a
separação dos pais ainda na infância, ele opta
por ficar ao lado do pai, que na época já sofria
com um câncer de pulmão. A ausência
materna aliada à condescendência paterna
moldou um jovem que não tinha limites, que
vivia drogado e alienado numa festa que
parecia não ter fim. Esta é a tese apresentada
no filme, que não deve diferir muito do que
acontece na vida real.
Dentro deste contexto, João Estrella se
torna ao mesmo tempo traficante e
consumidor, gastando tudo que ganha de
forma rápida e inconseqüente. É quando
começa seu envolvimento com a jovem Sofia,
interpretada por Cleo Pires, que entra de
cabeça na onda de seu namorado. Apesar dos
excessos, os negócios vão bem e logo se faz
necessária presença de um fornecedor maior,
que possa atender tamanha demanda pela
droga. Não demora muito para que o
protagonista atinja seu auge, pois por meio
de um primo de sua namorada, ele começa
a
exportar
cocaína
diretamente para a Europa.
Nesse momento, o novo
contato comenta que tem
como objetivo juntar um
milhão e cair fora do negócio.
Ao perguntar a João qual o
seu objetivo, ele responde
prontamente que seria “gastar
um milhão”.
Essa postura arrogante
cai por terra quando a
polícia bate em sua
porta. É aí que começa
a derrocada de João
Guilherme Estrella.
Do glamour das
cidades européias
à crueldade do
sistema carcerário
do Rio de Janeiro.
O personagem e
seus comparsas percebem que a vida de
aventuras que levavam até então não tinha
como chegar a um final feliz. O que segue é
a redenção do protagonista quando percebe
o quanto era frágil seu castelo de areia.
O longa-metragem se destaca pela
atuação competente de Selton Mello, que
desde O Cheiro do Ralo se consolida como
um dos principais atores do cinema nacional.
A alternância de momentos introspectivos e
acessos de raiva, além da
própria ironia de seu
personagem, cria uma
empatia quase certa junto
ao espectador. A bela
presença de Cleo Pires no
elenco também depõe a
favor do filme, que conta
com um elenco composto
por nomes como Júlia
Lemmertz, Cássia Kiss,
André Di Biasi e a veterana
Eva Todor. Também se
sobressaem a trilha sonora
e o roteiro, adaptado do
livro Meu Nome Não É
Johnny, que apesar de um
fim até certo ponto
moralista, prende a
atenção e prima pelos
detalhes ao longo das duas
horas de projeção.
GUIA UNIVERSITÁRIO
Direto do Museu de Arte Reina Sofia, em Madri, a exposição Os Cinéticos chega a São Paulo com obras
emprestadas de diversos museus do mundo como MOMA, Whitney Museum e Metropolitan. O conjunto
de obras aponta diferentes formas de incorporar a mobilidade ao objeto de arte. Seja pela locomoção física
concreta, virtualidades óticas ou mesmo a relação de deslocamento do espectador – as obras compõem um
diálogo intenso com as transformações da modernidade; ora advindo destas mudanças, ora esgarçando os
próprios limites de suas potências. A mostra não se limita ao cinetismo como corrente artística concreta, mas apresenta
obras de movimentos precursores a ele, como trabalhos do construtivismo, dadaísmo, futurismo e do grupo argentino
Madi. Estão expostos trabalhos de Alexander Calder, Man Ray, Marcel Duchamp, presente com a emblemática obra
Anémic Cinema (1925), vinda do museu Georges Pompidou, e Salvador Dali com três obras, entre as quais Madonna
(1958), emprestada do Metropolitan. (V.C.)
Instituto Tomie Ohtake - Av. Faria Lima, 201 - Entrada pela Rua Coropés - Tel.: 2245-1900 –
Grátis - De ter. a dom., das 11h às 20h - Até 10 de fevereiro de 2008
Divulgação
Os Cinéticos
O autor Heberth Bezerril retrata em seu espetáculo uma releitura do último período do poder do
imperador romano. Conhecido por sua natureza extravagante e muitas vezes cruel, a vida de Calígula
exerce um fascínio pela intensidade de uma trajetória traçada em apenas 29 anos quando, ainda
jovem, foi assassinado pela sua própria guarda pessoal. A peça tem como idéia central a relação
doentia de Calígula com seu irmão Gemelus, com encontros entre os dois que chegam a cenas quase explícitas,
ressaltando o lado erótico vivido intensamente pelo imperador. No pano de fundo, vem à tona os conchavos entre os
senadores para encontrar a melhor forma e o momento exato de acabar com seu governo e seus abusos, que culmina
com seu assassinato. A nudez e cenas fortes envolvem o público no drama, sob uma visão bem particular do autor
sobre o homem e governante Calígula. (K.R.)
Casa Café & Teatro - Rua Treze de Maio, 176 - Bela Vista - Até 16 de dezembro Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (estudantes) – Sáb., às 22h30, e dom., às 20h Tel.: 3159-0546/7614-3339
Divulgação
A Decadência do Império Romano de Calígula
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estágios
Os alunos interessados em alguma das vagas abaixo devem entrar em
contato pelo site www.ciee.org.br ou telefone: (11) 3046-8211
Cursos
Vagas
Menor valor
Administração de Empresa ............... 84 ........ R$
Arquitetura e Urbanismo ................... 9 ......... R$
Ciência da Computação .................. 20 ........ R$
Ciências Contábeis .......................... 18 ........ R$
Publicidade Propaganda .................. 7 ......... R$
Jornalismo ......................................... 5 ......... R$
Direito ............................................. 51 ........ R$
Engenharia Civil ............................... 16 ........ R$
Engenharia Elétrica - Eletrônica ......... 3 ......... R$
Engenharia Mecânica ....................... 5 ......... R$
Informática ...................................... 22 ........ R$
Marketing ......................................... 9 ......... R$
Pedagogia ......................................... 8 ......... R$
Turismo ............................................. 4 ......... R$
Maior Valor
400,00 .......... R$ 1.200,00
400,00 .......... R$ 1.200,00
700,00 .......... R$ 1.200,00
600,00 .......... R$ 1.200,00
500,00 .......... R$ 1.200,00
550,00 ............. R$ 850,00
400,00 .......... R$ 1.000,00
500,00 .......... R$ 1.300,00
700,00 .......... R$ 1.300,00
600,00 .......... R$ 1.200,00
400,00 .......... R$ 1.200,00
600,00 .......... R$ 1.100,00
400,00 ............. R$ 800,00
400,00 ............. R$ 900,00
658 oportunidades de estágio para jovens talentos
Os serviços para o estudante são GRATUITOS. Caso você tenha interesse em
alguma das vagas abaixo ligue para (11) 4082-9360 e informe o código OE.
Curso
Adm. de Empresas ........
Engenharia Civil ...........
Análise de Sistemas ......
Ensino Médio ..............
Publ. e Propaganda ...
Informática ..................
Ciências Contábeis ......
Ensino Médio ..............
Turismo ........................
Design Gráfico ...........
Direito .........................
Ensino Médio ..............
Semestre
Bolsa Auxílio
OE
1° ao 6° sem. ................ R$ 6,18 p/hora .......... 48301
Concl. 1° sem. 2011 ..... R$ 911,00 ................. 40001
5° ao 7° sem. ................ R$ 5,67 p/hora .......... 48099
1° e 2° ano ................... R$ 330,00 ................. 45305
3° ao 8° sem. ................ R$ 800,00 ................. 48199
1° ao 7° sem. ................ R$ 900,00 ................. 42695
4° ao 6° sem. ................ R$ 800,00 ................. 30735
1° e 2° ano ................... R$ 450,00 ................. 39553
1° ao 6° sem. ................ R$ 1.000,00 .............. 48313
3° ao 6° sem. ................ R$ 9,16 p/hora .......... 48291
1° ao 7° sem. ................ R$ 800,00 ................. 48311
1° e 2° ano ................... R$ 400,00 ................. 48315
Outras oportunidades no site www.nube.com.br
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2005, único dono, c/ 12.000Km e manual. Valor:
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2006. Valor: R$ 5 mil. Charles. Tel.: 8151-3776 / 59275250. E-mail. [email protected]
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5 mil. Roberto. Tel.: 7635-2224. E-mail.
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moto de garagem, 2º dono. Valor: R$ 3 mil. Thiago.
Tel.: 7228-6767 / 4476-7816.
Vende-se computador Celeron 600MHZ, 64 de
memória, HD de 5G, gravador de CD e impressora
Lexmark, Windows 98. Valor: R$500,00, aceito
proposta. Tel.: 6919-6218 / 8967-1863. Nelson. Tel.:
6919-6218. E-mail. [email protected]
entretenimento
horóscopo
profissionalismo irá proporcionar novas conquistas
na área de trabalho, mas vá com calma. Pense
muito antes de tomar qualquer decisão. Dica da
semana: não se meta em confusões no ambiente
familiar.
Áries – 21/03 a 20/04
Agite a relação amorosa convidando o
seu par a aventurar-se em novas
propostas de romance. Preste atenção
nos projetos que estão sendo colocados em prática
na vida profissional e não deixe de expressar as
suas opiniões sinceras. Dica da semana: ajude os
familiares no que for necessário pois eles contarão
com o seu apoio.
Touro – 21/04 a 20/05
Não tenha preconceitos com relação
ao amor. Quem ama não se prende ao
externo, e sim a essência. Todos os
empecilhos que aparecerem na vida profissional
serão solucionados dentro do tempo previsto. Não
se martirize. Dica da semana: encare as dificuldades
da vida com muita disposição.
Gêmeos – 21/05 a 20/06
Aproxime-se da pessoa querida, pois
ela está sentindo falta dos seus
preciosos carinhos. Siga a sua intuição
no ambiente de trabalho, para que a tomada de
decisões seja precisa. Dica da semana: concentrese em pensamentos positivos visando o equilíbrio
da emoções.
Câncer – 21/06 a 21/07
Saia. Divirta-se. Conheça lugares e
pessoas diferentes e experimente o
sabor de uma nova paixão. Divida as
suas tarefas rotineiras para não provocar um atraso
nos seus projetos de inovação. Dica da semana:
quando pedirem a sua opinião sobre problemas
familiares, pense na resposta com muito carinho.
Leão – 22/07 a 22/08
Invista na conquista daquela pessoa que
está paquerando a algum tempo. Não
tenha medo de ousar. Os colegas de
trabalho pedirão as suas sugestões visando a
melhoria da rotina profissional. Exponha as suas
idéias com franqueza. Dica da semana: o equilíbrio
emocional será alcançado através de muita
meditação.
Virgem – 23/08 a 22/09
Seja carinhoso com a sua paixão, para
revolucionar este romance. A
“distância” não leva a nada. O seu
Libra – 23/09 a 22/10
Conte com a pessoa querida para
realizar os seus segredos mais íntimos.
Na vida profissional não desanime
diante das dificuldades. Acredite na qualidade dos
seus talentos. Dica da semana: aprecie a vida como
a um vinho caríssimo. Sinta o seu aroma e valorize
cada gota.
Escorpião – 23/10 a 21/11
A sua sensualidade irá balançar o
coração de alguém muito próximo.
Fique atento. Procure direcionar a sua
carreira visando as oportunidades que aparecerem.
Dica da semana: aproveite o tempo livre para
aprimorar os seus conhecimentos ou quem sabe
adquirir novas habilidades.
Sagitário – 22/11 a 21/12
Aproveite os bons momentos junto da
pessoa amada e ajude no que for
preciso. Capriche na execução das suas
tarefas diárias no ambiente de trabalho, para não
atrasar a apresentação de alguns projetos. Dica da
semana: mantenha a firmeza em suas decisões para
não cair em contradição.
Capricórnio – 22/12 a 20/01
Conseguirá agradar a sua paixão com
seu jeito amoroso e suas doces
palavras. Fará a diferença no setor
profissional na exposição de idéias mirabolantes e
pela sua grande força de vontade. Dica da semana:
esteja próximo dos familiares para dar o suporte
necessário em momentos de crise.
Aquário – 21/01 a 19/02
Permita que o relacionamento com o
seu par fique cada vez mais romântico.
Invista nesta paixão que promete ser
duradoura. Planeje a sua rotina no setor de trabalho
para conseguir colocar os seus planos em prática.
Dica da semana: cuide da sua espiritualidade através
de muita meditação.
Peixes – 20/02 a 20/03
Permaneça ao lado da pessoa amada
para entender as suas preocupações
com o andamento do romance.
Mantenha a mesma postura profissional que
demonstra até o momento, pois desta forma irá
derrubar barreiras no ambiente de trabalho. Dica
da semana: permita que a sua vida seja repleta de
felicidade, tendo bons pensamentos.
PRELIMINARES
Retrospectiva
O fim do ano nos convida a fazer um
balanço de como foi o ano que passou, como
estamos, o que conquistamos e também o
que não realizamos. Isso vale para muitos
aspectos da vida, inclusive a vida amorosa.
Ao fazermos um balanço de como anda
o “ibope” da vida amorosa, constatamos um
fato curioso: a disponibilidade interna das
pessoas, solteiras ou compromissadas, para
conquistar ou manter uma relação de casal,
perde muito espaço para os projetos
individuais de vida. As pessoas se queixam
por estarem sozinhas, por não encontrarem
o par ideal ou por não receberem atenção
suficiente do parceiro, mas ao mesmo
tempo, elas mesmas acabam por priorizar
exclusivamente suas carreiras, planos e
conquistas individuais - o que nem sempre
inclui o outro.
A frase tão comum “você tem que pensar
primeiro em você” ganha ênfase quando o
assunto é a relação amorosa versus o
percurso de cada um. Parece difícil encontrar
um encaixe entre esses dois aspectos da vida,
sem que um prejudique ou anule o outro.
Ninguém duvida da importância das
conquistas profissionais e individuais; mas daí
a descartar, sem ponderar, o significado de
uma relação amorosa parece ser uma perda
de um dos aspectos da vida que também
pode trazer muitas realizações.
Muitos jovens sequer percebem que dão
uma abertura mínima para esse tipo de
experiência entre suas prioridades. As
conquistas mais valorizadas acabam sendo
a carreira, o incremento do salário, os
estudos no exterior, os títulos, fazendo com
que não se perceba que isso pode ter como
preço o impedimento de uma vida a dois.
O desafio de nosso tempo é o de poder
fazer uma reflexão crítica sobre o que para
si é importante, quais são os desejos próprios
genuínos e, aí, avaliar se efetivamente se está
caminhando nessa direção. Aproveitem o
ano novo para fazer essa reflexão!
Texto elaborado pelo GAPSI – Grupo de
Atendimento Psicológico.
Site: www.gapsi.com.br / Central de
Atendimento: (11) 3063-5912. Se você tiver
alguma questão relacionada a sexo ou
relacionamento é só enviar um e-mail para:
[email protected]
19
20
entretenimento
CHARGE
PALAVRAS CRUZADAS
Promoção
Como ninguém acertou a pergunta
da semana passada, decidimos propor
outro desafio. Para concorrer ao livro
Dona Guidinha do Poço, do escritor
cearense Manuel de Oliveira Paiva,
basta mandar um e-mail para
folha_universitá[email protected] com
nome, RA (alunos) ou RGF
(funcionários), curso ou ocupação,
campus e a resposta correta da seguinte
pergunta:
A obra Dona Guidinha do Poço foi publicada quantos anos
depois da morte do escritor Manuel de Oliveira Paiva?
O ganhador(a) será contatado pela equipe de redação da Folha
Universitária.
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ao e-mail: [email protected]
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