O USO DA CANÇÃO COMO ELEMENTO MOTIVADOR NO ENSINO DA
LITERATURA E DE LPT (LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS)
Autora: Silvanira Marques da Silva
Orientador: Bruno B. A. Dallari
RESUMO
O artigo relata a proposta de intervenção realizada no ano de 2011, no Colégio
Estadual São José, município de Lapa. Ensinar a ler e a escrever não só
absorve o conhecimento como pode dar voz ao cidadão, no sentido de que sua
interpretação pode gerar a transformação do mundo. A proposta objetivou
estabelecer pontes entre aspectos do espaço público já frequentado pelo aluno
com os conteúdos a serem veiculados na disciplina, de modo a recuperar o
sentido
do
letramento
como
inserção
nesse
ambiente
e
a
obter
comprometimento e motivação durante o processo de aprendizagem. Usando a
canção e o que se fala e se comenta sobre ela como gancho motivador para a
aprendizagem e mostrando o vínculo entre a canção contemporânea e a
poesia antiga em língua portuguesa, de modo a diminuir a percepção de
distância e de estranhamento que o aluno tem a respeito.
Palavras chaves: Canção; motivação, literatura; mídia; LPT.
APRESENTAÇÃO
O Governo do Estado do Paraná, por meio do PDE – Programa de
Desenvolvimento
Educacional
oportunizou
a
formação
continuada
de
professores, visando ao enfrentamento de dificuldades que se fazem presentes
na educação básica. O referido programa, aproximando-se das IES –
Instituições de Ensino Superior proporcionou aos professores uma significativa
carga horária de atividades acadêmicas, que lhes possibilitou a produção do
saber, por meio da pesquisa. Desta forma, cada professor elegeu um objeto de
estudo, sobre o qual propôs formas de trabalho a serem implementadas no
interior da escola alvo do projeto, objetivando a melhoria do processo de ensino
e aprendizagem.
Como professora de Língua Portuguesa, ao participar do PDE Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná busquei
desenvolver um trabalho na incorporação dos gêneros do discurso, que tratam
das formas típicas de enunciados, falados ou escritos, que acontecem em
situações e finalidades específicas nas diferentes situações de interação social:
a literatura, o artigo científico, canções, histórias, artigo jornalístico e tantos
outros, os PCNs alargou as formas de expressão na produção textual, antes
limitadas à literatura.
O trabalho desenvolvido teve o amparo das Diretrizes Curriculares do
Ensino de Língua Portuguesa do Paraná, que valorizam o desenvolvimento da
percepção crítica dos estudantes. Foi direcionada para alunos do ensino médio
do Colégio “São José” Lapa-Paraná, dentro da disciplina de Língua Portuguesa
e Literatura Brasileira objetivou usar a canção e o que se fala e se comenta
sobre a canção como gancho motivador para a aprendizagem e mostrar o
vínculo entre a canção contemporânea e a poesia antiga em língua portuguesa,
de modo a diminuir a percepção de distância e de estranhamento que o aluno
tem a respeito.
Exposição dos problemas
A escola é mais que um aglomerado de salas, quadras, espaços e
indivíduos, é o lugar de formação. A educação deve ser disponibilizada para
todos. Sua missão não é apenas passar conteúdo relacionado à física,
química, geografia, português, história, dentre outras matérias. A escola deve
fazer com que o aluno se sinta preparado para ocupar um espaço dentro da
sociedade. Para isso, pais e colégios precisam realizar uma aliança forte e
consistente, capaz de oferecer ao jovem uma educação de qualidade e tudo
aquilo que ele necessita para ter um futuro melhor.
Infelizmente, não é essa a realidade que temos visto no nosso país. A
maioria das escolas não possui infraestrutura satisfatória: falta espaço, número
excessivo de alunos na sala de aula, prédios inadequados, existe ainda os
fatores externos ou da administração pública, como a segurança e policiamento
e falta de profissionais, há pouco envolvimento dos pais de alunos e da
comunidade.
A leitura na família é importante porque são as primeiras pessoas que as
crianças têm contato e esses pais não têm a noção de influência que eles
exercem sobre os seus filhos e nesse período elas são curiosas e gostam de
aprender coisas novas. Sabemos que muitos pais de nossos alunos não têm o
hábito de ler por não terem condições de adquirir livros ou muitas vezes por
serem semianalfabetos.
Os nossos alunos em grande maioria e seus amigos só leem por
obrigação quando são solicitados para atividades escolares. Eles não
consideram a leitura como uma atividade que dê prazer. A consideram “chata”
e cansativa. Na sala de aula existe a questão da indisciplina e a falta de
motivação nas atividades escolares, principalmente na disciplina de português
em relação à leitura e produção de textos (LPT). A incorporação dos gêneros
do discurso, que tratam das formas típicas de enunciados, falados ou escritos,
que acontecem em situações e finalidades específicas nas diferentes situações
de interação social: a literatura, o artigo científico, canções, histórias, artigo
jornalístico e tantos outros, nos PCNs alargar as formas de expressão na
produção textual, antes limitadas à literatura.
A implementação dos GD’s proporcionou a inclusão de novas
modalidades de texto às práticas habituais de letramento. Letramento é mais
que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita
e leitura tenham sentido.
Pensamos que a educação é um dos fatores mais importantes para a
construção de uma sociedade democrática, desenvolvida e socialmente justa e
não há dúvidas de que o papel da escola como sendo um lugar privilegiado em
que se constrói a cidadania. A escrita e a leitura são as principais chaves para
a aquisição do conhecimento. Ensinar a ler e a escrever não só absorve o
conhecimento como pode dar voz ao cidadão, no sentido de que sua
interpretação pode gerar a transformação do mundo. Para isso acontecer
precisamos investir em novas práticas em sala de aula inserindo os GDs que
estão abertas, por exemplo, a usar a mídia na sociedade brasileira e o papel
dela entre as práticas de letramento.
A mídia compreende um conjunto de instituições, organizações e
negócios voltados para a produção e difusão de informações para públicos
diversos. Abrangem veículos impressos (revistas, boletins, jornais, cartazes,
folhetos), audiovisuais (outdoors, televisão em canais abertos e em diversas
modalidades pagas, filmes, vídeo, rádio), mídia computadorizada on-line e
mídia interativa via computador, dentre outros. Esse conjunto de meios tem a
função de transmitir informação, opinião, entretenimento, publicidade e
propaganda.
Na sociedade do conhecimento e da comunicação a mídia tem um papel
importante, pois é através dela há uma circulação linguística, a televisão e
grande número de pessoas utilizando a internet é preciso pensar esses dois
como uma prática de letramento digital e cidadania digital.
O letramento digital difere do letramento tradicional segundo (SOARES,
2002) “as práticas de leitura e da escrita digitais, na cibercultura, de modo
diferente de como são conduzidas as práticas de leitura e de escrita
quirográficas e topográficas”.
A cidadania digital não significa simples conceito que a pessoa possa
livremente apropriar-se. A cidadania digital significa modo de constituição da
personalidade, sem o qual o cidadão mutila-se para a vida em uma sociedade
globalizada.
Ter uma conta em uma rede social não significa que você é um cidadão
digital, é saber usar a comunicação digital para o desenvolvimento pessoal e
intelectual.
De acordo com Bruno Dallari (2010, p.5) “as expressões letramento
digital e cidadania digital, caracterizam o efeito de exclusão real da cidadania
que resulta da não participação do sujeito no campo compreendido e
configurado pela rede”.
A utilização da internet e da televisão como ponto de partida para a
produção textual é dar importância ao midiático e utilizá-lo como um meio de
formação do aluno nos gêneros do discurso.
Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895 -1975) foi um filósofo russo e tratou
da linguística.
Um dos aspectos mais inovadores da produção do Círculo de Bakhtin,
como ficou conhecido o grupo, foi enxergar a linguagem como um constante
processo de interação mediado pelo diálogo - e não apenas como um sistema
autônomo. São os conceitos do filósofo que darão base sobre o lugar e o
papel da mídia na sociedade de hoje para isso precisamos compreender o que
é dialogismo na concepção bakhtiniana que está na sua obra Marxismo e
Filosofia da Linguagem.
Dialogamos quando pensamos, o pensamento tem um interlocutor e não
damos conta disso. Na mídia também fazemos uma “conversa” portando
usamos o dialogismo mesmo sem perceber. Bakhtin considera o dialogismo o
princípio constitutivo da linguagem e a condição do sentido do discurso. O
discurso não e individual porque é constituído entre pelo menos dois
interlocutores que são seres sociais e porque se constrói como diálogo entre
discursos isto é porque mantém relações com outros discursos.
Todos os processos de comunicação independentemente de sua
dimensão, são dialógicos. O dialogismo é usado para expressar a permanente
interação e colisão entre estruturas significativas inseridas em um determinado
campo histórico e social. Para que isso aconteça é preciso haver um espaço
comum entre os participantes onde haja um repertório comum entre de
elementos linguístico-discursivos e esse lugar é chamado de espaço público
onde
as
conversações
e
as
interações
linguísticas
são
partilhadas
principalmente as midiáticas.
Antes do surgimento da mídia de massas, a literatura tinha um status
diferente do que tem hoje. E contribuía para a formação da opinião, e
desenvolvimento a sensibilidade e formulação e discussão de ideias.
O nosso aluno precisa ler e escrever, entrosar com a produção midiática
como ele já participa do espaço público sem perceber sendo espectador e
fazendo comentários usaremos essa motivação inicial para trabalhar LPT com
canções. Saber usar essa produção projetará o aluno na interação social e na
comunicação pública da sociedade.
Para que isso acontece e necessário investir em uma leitura crítica,
ordenado e árduo, fazendo o aluno trabalhar não somente com leitor, mas
como um produtor no meio do midiático no qual pertence assim ele atua como
cidadão.
Formulação do projeto
O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) faz parte do
Programa de Formação Continuada dos Professores do Estado do Paraná,
naquele os professores fazem atividades teóricas e práticas, sempre com a
orientação de docentes das Instituições de Ensino Superior (IES) do estado,
visando melhorias qualitativas na educação estadual.
Uma das exigências, com relação aos professores que participam do
PDE, é que seja feito um Projeto de Intervenção com alguma temática
relacionada ao seu dia a dia escolar, procurando apontar soluções para
possíveis problemas educacionais. Além desse, também foi necessária a
criação de um Material Didático Pedagógico, construído em formato de
Unidade Didática.
A implementação do Projeto de Intervenção teve início quando feita a
apresentação do mesmo na Semana Pedagógica (2º semestre/2011) para
todos os componentes da escola: direção, equipe pedagógica, professores e
funcionários. A implementação, propriamente dita, em sala de aula, aconteceu
durante os meses de agosto, setembro e outubro, no Colégio Estadual “São
José”, na 1ª série “E”, do Ensino Médio, período matutino.
O trabalho de sala de aula foi uma motivação imediata para a produção,
simulando um microcosmo de espaço público, como uma motivação de longo
prazo, ao estabelecer um horizonte de aplicação para a atividade de LPT.
Consistiu em pôr em ação o diálogo do aluno com a mídia.
Tendo como horizonte a inserção do aluno no espaço público, pela
exposição sistemática do conteúdo midiático e pela interpretação do sentido de
seus elementos na vida da sociedade, fazendo o aluno a se manter informado
e a se posicionar sobre questões em circulação no espaço público brasileiro
através de análise e interpretação em blogs e outros fóruns na internet sobre
canções (músicas) escolhidas pelos alunos e incide sobre as áreas de LTP
(leitura e produção de textos), de literatura (como estímulo).
As músicas que ouvimos hoje têm origem com os trovadores da Idade
Média onde a poesia e música estabelece uma relação, pois o poema arcaico
apresentava um canto e um acompanhamento instrumental.
Atualmente, algumas músicas brasileiras se inspiram nas cantigas
trovadorescas líricas e satíricas e dialogam com as cantigas. Há um incessante
“ir e vir” de ritmos, de temas e de gêneros musicais.
De acordo com Bakhtin, todos os textos são “ecos” de outros textos: são
reaproveitados, reescritos, reinventados e reutilizados. A partir disso o leitor
percebe a intertextualidade entre os textos, ou seja, os “ecos” de outras
produções que proporcionaram o leitor a outros textos.
Foi utilizada uma metodologia participativa que permitiu os envolvidos
uma atuação efetiva, valorizando os conhecimentos e experiências dos
mesmos, além das trocas de informações entre eles e seus colegas.
Retornei para a sala de aula na segunda semana de agosto (no primeiro
ano do projeto os professores permanecem 100% fora da sala de aula para
estudo, cursos e elaboração do projeto) tive dificuldade de aceitação dos
alunos porque os mesmos tinham uma professora substituta, mas aos poucos
fui conquistando-os.
Antes de apresentar o projeto para a turma, expliquei para os alunos que
faço parte de um programa educacional chamado PDE - Programa de
Desenvolvimento Educacional que é uma política pública de Estado que
estabelece o diálogo entre os professores do ensino superior e os da educação
básica, através de atividades teórico-práticas orientadas tendo como resultado
a produção de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da
escola pública paranaense.
Em seguida apresentei o projeto para a turma:
Contei aos alunos que o nome do projeto é “O uso da canção como elemento
motivador no ensino da literatura e de LPT (Leitura e Produção de Texto)” e
através dele pretendia alcançar alguns objetivos que são os seguintes:
a- Usar a canção e o que se fala e se comenta sobre a canção como gancho
motivador para a aprendizagem.
b- Mostrar o vínculo entre a canção contemporânea e a poesia antiga em
língua portuguesa, de modo a diminuir a percepção de distância e de
estranhamento que o aluno tem a respeito.
Percebi que os alunos estavam apreensivos, preocupados e num certo
momento um deles perguntou se o projeto seria difícil de executá-lo, respondi
que não que ele e os outros iriam apreciar as atividades propostas.
A próxima etapa foi apontar o percurso que seria tomado nas aulas.
A partir desse momento os alunos começaram a relaxar e faziam
comentários como: “que legal professora!”, “vai ser “maneira” essas aulas!”,
“que diferente!”.
Em seguida comentei a relação entre o cancioneiro medieval e as
canções contemporâneas. Na história da Literatura portuguesa, a primeira
manifestação em forma de versos foram as cantigas, ou seja, textos escritas
para serem cantadas, muito semelhantes as canções populares de hoje,
também comentei que ambas têm em comum serem ancoradas antes no
universo da oralidade do que no universo da escrita, ao mesmo tempo em que
apontam para um desenvolvimento e elaboração maior no âmbito da escrita.
Deixei aberto para perguntas, que foram as seguintes: as canções eram
cantadas por quem? Quais os temas abordados nas cantigas? Onde eram
cantadas as cantigas? Mulheres também cantavam? Após disso os alunos
perguntaram quando iniciaríamos o projeto e “que parecia ser algo
interessante”
Através dos comentários acima, antecipei o percurso para criar no aluno
uma expectativa e uma disposição positiva em relação ao que vier a ser
trabalhado.
As atividades realizadas no decorrer da implementação foram as
seguintes:
Aula 1
Aula expositiva sobre o Trovadorismo onde foi exposto sobre o momento
histórico (primeira fase da história de Portugal, aspectos da história da
Península Ibérica: o feudalismo, a reconquista do território e o teocentrismo.
Cronologia do Trovadorismo). A poesia no período trovadoresco (os
cancioneiros, os autores, os intérpretes e características gerais das cantigas).
Observei que os alunos estavam atentos na explicação e um fez um
comentário interessante:" isso é difícil, professora”.
Comentei que “você” acha complicado por causa da distância temporal,
verdadeiro corte que existe entre essa época e o nosso tempo e com o
decorrer das aulas tornará fácil à compreensão.
Aula 2
Leitura das Cantigas (Da sóror mystica de Dora Ferreira da Silva e
Cantiga de Estevam Coelho), do livro didático Novas Palavras de Emília
Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite e Severino Antônio da editora FTD.
(a) Da sóror mystica de Dora Ferreira da Silva
O primeiro contato do aluno com a cantiga foi feita pela voz do professor.
Uma leitura expressiva, marcada bem pelo ritmo para perceber no ritmo a
metrificação regular de 12 sílabas embora a cantiga apresente em um único
bloco. Em seguida foi discutida detalhes da cantiga onde levou os alunos a
perceberem claramente que a donzela exprime em seu bordado, a tristeza e a
longa espera pelo amado, que partiu para a guerra. Só então foram realizadas
as atividades que foram as seguintes:
1.Embora a autora tenha composto o poema em um único bloco, como se
fosse um parágrafo de um texto em prosa, o leitor percebe claramente o ritmo
dos versos que compõem:
a.Copie os dois primeiros períodos do texto, separando-os em quatro
versos.
b.Quais são os elementos de versificação que justificam a separação dos
versos?
2. A autora recria no poema um quadro da vida íntima medieval. Descreva
resumidamente a cena.
3. O poema contrapõe a realidade (o sofrimento) e a fantasia (a esperança)
da donzela.
a. Qual é a causa do sofrimento da donzela? Qual a sua esperança?
b. O adjunto adverbial “pelo avesso”, que se repete três vezes, indica o
modo de bordar pelo lado de trás do tecido, oposto ao lado direito. No poema,
a expressão adquire um sentido metafórico. Explique esse sentido.
Foi realizada a correção das atividades oralmente pelos alunos e fiz alguns
comentários a respeito das respostas dadas pelos alunos.
(b) Cantiga de Estevam Coelho
Este foi o primeiro texto galego-português, por isso foi lida a paráfrase de
Cleonice Berardinelli. Em seguida, lido o texto original fazendo os alunos a
observarem as diferenças e semelhanças entre o galego-português e o galego
moderno. Os alunos acharam “difíceis” a leitura.
Outro fator importante foi fazer os alunos perceberem que esta canção
desenvolve o mesmo motivo do poema de Dora Ferreira da Silva.
Também foram frisadas as características mais marcantes da produção
poética trovadoresca: a simplicidade, a tradição popular, a íntima ligação com a
música e fazer o aluno a compreender que estamos diante de um texto escrito,
mas que o receptor das cantigas dos trovadores estava diante de uma música.
Após a explanação foi realizada a releitura da cantiga com as seguintes
questões:
1. Compare a cantiga de Estevam Coelho com o poema de Dora Ferreira da
Silva e explique a semelhança entre as cenas apresentadas pelas duas
composições poéticas.
2. Há dois tipos de composição lírico-amoroso na poesia galegoportuguesa: as cantigas de amor e as de amigo. Esta de Estevam Coelho,
pertence ao segundo tipo.
a. Considerando os comentários feitos pelo observador que fala na terceira
e na quarta estrofes, qual deve ser o tema frequente das cantigas de amigo?
Explique.
b. Interprete a resposta dada pela moça a esse observador na última
estrofe.
2. Indique o adjetivo que contribui para o tom delicado e afetivo com que é
tratada a moça da cantiga.
Depois que os alunos responderam as questões acima foi realizado a
correção oralmente.
Aula 3
Foi feita a explanação sobre a classificação das cantigas: de amor, de
amigo e satíricas (características de cada uma delas), em seguida a leitura das
cantigas (Cantiga de amigo Martim Codax, Cantiga de amor D. Dinis e Cantiga
de escárnio de Paulo Lauroco) algumas observações em relação a elas e
releitura das mesmas.
(a) A Cantiga de amigo Martim Codax, foi levado o aluno a descobrir a força
expressiva da cantiga, que advém daquela que pode ser sua característica
mais ingênua: a moça tem com interlocutor as ondas do mar. Sofrendo de
saudade e de preocupação, ela cobra notícias de quem levou seu amado- o
mar. A cantiga parece um diálogo, na verdade é um monólogo do desespero e
tem o tom de um doloroso lamento. Após isso foi feito a interpretação pelos
alunos e correção das mesmas. As seguintes perguntas foram as seguintes:
1. Qual é a semelhança mais evidente entre essa cantiga e a de Estevam
Coelho?
2. A voz que fala na cantiga é uma voz masculina ou feminina?
3. A quem essa voz se dirige?
4. Qual é a sua insistente pergunta?
5. Qual o desejo expresso no refrão?
(b) Cantiga de amor D. Dinis: foi mostrado ao aluno que essa cantiga possui
um nível de reflexão sobre o sentimento amoroso que coloca em oposição às
cantigas de Estevam Coelho e de Martim Codax e a principal marca da
sofisticação das cantigas de amor nesta composição manifesta-se na metalinguística do primeiro verso, após a explicação foi realizada a releitura pelos
alunos com as questões abaixo:
1. A voz que fala na cantiga é masculina ou feminina? Justifique.
2. Releia os três primeiros versos da primeira estrofe. Que objetivo a voz
lírica anuncia?
3. Releia a segunda estrofe e destaque os predicativos (do sujeito e do
objeto) com que o trovador caracteriza a mulher amada.
4. Qual a diferença formal mais evidente entre essa cantiga e a de Martim
Codax?
5. Comparando as duas cantigas reflete uma visão mais realista do amor?
Qual das cantigas reflete uma visão mais refinada e idealizada do amor?
(c) Cantiga de escárnio de Paulo Lauroco: foi trabalhado por meio da
comparação com a cantiga de amor de D. Dinis e com as seguintes questões:
1. O filólogo Rodrigues Lapa designa essa cantiga como escárnio de amor.
Responda às questões, considerando essa designação, que explica o caráter
paródico da cantiga.
a. Que elementos próprios das cantigas de amor encontramos nessa
paródia?
b. Em qual verso o trovador deixa clara a sua intenção satírica? Qual é a
primeira palavra em que o elogio, que se espera em uma cantiga de amor, se
transforma em insulto?
2. Agora releia a primeira estrofe da cantiga de Amor de D. Dinis e
responda:
a. A que versos da cantiga de D. Dinis correspondem os dois primeiros
versos de Pero Lauroco? Por quê?
b. Pero Lauroco utiliza uma hipérbole para falar da estupidez da
mulher.Qual a hipérbole semelhante utilizada por D. Dinis para falar das
qualidades de sua “senhor”?
Em seguida foi feita a correção oralmente das questões pelos alunos.
Observação:
Essas cantigas podem ser encontradas no livro didático Novas Palavras de
Emília Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite e Severino Antônio da editora
FTD.
Aula 4
Realizei um feedback sobre os principais pontos sobre o Trovadorismo e
em seguida uma conversação sobre o que o Trovadorismo se assemelha e
diferencia das canções atuais Com elaboração de um quadro comparativo
(Trovadorismo x Canções) na lousa a partir da conversação e o quadro foi o
seguinte:
Trovadorismo
Canções
Acompanhadas de instrumentos
Acompanhadas por instrumentos
musicais.
musicais.
Geralmente possuem refrões.
Estruturas
repetitivas
Presença de rimas e refrões.
que
Ritmo.
acentuam seu ritmo, facilitando a
Fácil memorização.
memorização
Público de ouvintes chamados fãs.
e
intensifica
a
expressão lírica.
Os autores são chamados de
Público constituído de ouvintes.
Os
autores
das
cantigas
são
chamados trovadores.
Gêneros líricos (cantiga de amor,
compositores.
Interpretados
por
cantores
ou
bandas.
Gêneros: rock, pop, funk, axé,
cantiga de amigo) e satírico (cantigas samba, pagode, hip hop, eletrônica,
de escárnio e maldizer).
sertaneja, entre outras.
Aula 5
Nessa quinta aula foi retomado o quadro comparativo (transparência)
resaltando as semelhanças do Trovadorismo com as músicas. Após do
feedback, pedi aos alunos formarem grupos de cinco a seis alunos (critério dos
próprios alunos) e comuniquei que esse grupo permaneceria até a conclusão
do trabalho.
“Em seguida o direcionei o trabalho pedindo que cada integrante da
equipe listagem em uma folha nomes das músicas preferidas, nesse momento
ouvia-se os seguintes comentários: “eu gosto dessa música,” você conhece
ela” “sabe o nome da música que fala sobre...” “ou o nome do cantor”.
A próxima etapa foi cada integrante do grupo expor ao seu grupo a sua
listagem. Alguns comentários realizados pelos alunos: “eu também gosto dessa
música”, “essa é de boa”, “nunca ouvi essa música”, “essa acho essa chata”,
alguns cantavam pedaços das canções. Após a exposição solicitei que o grupo
deveria entre todas as músicas expostas
escolher três canções e após
elaborar um texto coletivo explicando o porquê da escolha e leitura para o
grande grupo.
Alguns critérios que foram utilizados pelos grupos para selecionar as
canções: sorteio, música escolhida pelos mesmos integrantes, votação pelo
grupo, letras das músicas. As canções selecionadas foram as seguintes:
Grupo A:
Sociedade Alternativa Raul Seixas, Faroeste Caboclo Legião Urbana, Que
país é esse? Legião Urbana. Sua justificativa pela escolha foram as seguintes:
“Sociedade alternativa porque fala sobre uma sociedade livre de regras e
leis a serem cumpridas, onde as pessoas seriam livres para fazerem o que
pretendessem sem ter que seguir um modelo. Poderiam se expressar da forma
que quisesse e também porque é do lendário Raul Seixas.”
“A Faroeste caboclo retrata a história de um menino que sofreu muito mas
mudou de vida com esforço de seu trabalho. Essa música é um relato para que
os meninos “perdidos” tenham esperança de mudar de vida”.
“A música Que país é esse? Foi escolhida porque ela foi à música que
critica os governantes”.
Grupo B:
Fada - Vitor e Leo, Noite e dia – Jorge e Matheus, Bola de Sabão – Claudia
Leite. Explicação da escolha:
“Nós gostamos muito das músicas escolhidas porque são românticas e
mexem muito com nós”.
Grupo C:
Chora me liga – João Bosco e Vinicius; Não precisa - Paula Fernandes,
Cabelo cor de ouro – Gusttavo Lima.
“Nós escolhemos essa três músicas porque é o nosso estilo de música,
gostamos dos cantores, das letras e de deu ritmo”.
Grupo D:
Rezo – Nx Zero, Perigo - Grupo Canoa, Sou foda – Carlos e Jader.
“Nós da equipe entramos em um consenso uns gostam de rock (Rezo),
outros gostam de sertanejo (Perigo e Sou foda)."
Grupo E:
Eduardo e Mônica – Legião Urbana, Sem você – Rosa de Saron, Rock das
aranhas – Raul Seixas.
“Escolhemos a música do Legião Urbana por falar de uma história de amor
diferente entre Eduardo e Mônica.”
“A música do Rosa de Saron nos faz ter um contato maior e melhor com
Deus, através das canções.”
“Rock das aranhas é uma música que contém humor uma forma de
extravasar sentimentos ou momentos de alegrias.”
Grupo F:
Brasil de Bombacha – Os Tiranos, Tá combinado – João Neto e Frederico,
Mulher de fases – Raimundos.
“A música Brasil de Bombacha nós escolhemos porque ela retrata o
passado gauchesco e é uma música muito bonita."
“A segunda foi escolhida por estar tocando muito nas rádios e esta fazendo
muito sucesso.”
“A última foi escolhida porque a juventude gosta e fala sobre a realidade
dos casais de hoje”.
Grupo G:
Chuva de novembro – Projota, Certos detalhes – Conrado e Aleksandro,
Onde estiver – NX Zero.
“Escolhemos essas músicas porque elas fizeram parte de momentos de
nossas vidas ou por simplesmente nos faz bem e nos dão inspiração para
alguns atos”.
Grupo H:
Difícil – João Neto e Frederico, Só Reza – NX Zero, A lenda – Maria Cecília
e Rodolfo.
“Escolhemos as músicas pelas letras que expressam os sentimentos e os
acontecimentos da vida”.
Depois de redigidas os motivos pela escolha das canções, um membro de
cada equipe leu a sua justificativa para o grande grupo.
Observação:
O texto produzido pelo grupo foi entregue para o professor.
Para a próxima aula cada grupo ficou encarregado de trazer a letra das três
canções selecionadas ( uma cópia para cada integrante).
Aula 6
As letras das canções com suas respectivas fotocópias foram entregues e
solicitei a formação das equipes e entreguei as fotocópias para o outro grupo.
Expliquei que cada integrante leria as letras das três músicas, nesse momento
surgiu o seguinte comentário: “essas não são as nossas músicas”, e foi
explicado que o objetivo era trabalhar com as letras do outros grupos.
Cada integrante do grupo fez a leitura das três canções, e depois deveriam
escolher somente uma canção, redigindo um texto explicando a escolha. As
canções selecionadas foram as seguintes:
Grupo A:
Lendas e Mistérios – Maria Cecília e Rodolfo
“Foi escolhida pela equipe pela letra, uma história romântica, fala de amor
proibido de um casal que se amava e queria que esse amor fosse eterno.”
Grupo B:
Tá combinado – João Neto e Frederico
“Nós escolhemos essa música porque fala que tá pra nascer alguém que
prenda ele dentro de casa e que não deixe ele sair para a balada para curtir à
noite...”
“Todos devemos ter liberdade e curtir a vida para amar quem quiser.”
Grupo C:
Perigo – Grupo Canoa
“Nós lemos as letras das músicas e chegamos num acordo que essa á a
melhor porque gostamos da letra e também o grupo Canoa tem várias outras
músicas que gostamos”.
Grupo D:
Eduardo e Mônica – Legião Urbana
“Porque era a única que o grupo conhecia e a letra é muito fácil d cantar. A
banda é antiga, mas mesmo assim gostamos deles”.
Grupo E:
Que país é esse? - Legião Urbana
“A música do Legião Urbana faz críticas ao Brasil, a miséria(...)”
“A música descreve a realidade por isso que nós escolhemos ela e que as
pessoas acreditem que podemos ter um mundo melhor”.
Grupo F:
Certos detalhes – Conrado e Aleksandro
“Escolhemos essa música por ser uma bela canção que fala sobre o
sentimento das pessoas”.
Essa música nos faz lembrar o quanto o amor é bom e bonito, que para ter
um sentimento é preciso analisar certos detalhes”.
Grupo G:
Cor de ouro – Gusttavo Lima
“Escolhemos essa música porque todo vivemos momentos que a música
pode descrever."
“Nunca pensei que um dia fosse ser assim/ Você chegou sem dizer nada
tomou conta de mim” (Gusttavo Lima).
“Todos nós tivemos alguém na nossa vi que deixou-nos feliz”.
Grupo H:
Noite e dia – Jorge e Matheus
“A música trata-se de amor. É uma pessoa apaixonada que canta sua
paixão.
“Tenta demonstrar seu amor com palavras, mas não parece suficiente. Não
suporta ficar sem a pessoa amada, fica confuso e triste sem sua presença”.
“Demonstra a todos que esse sentimento é real e vive nele todo o tempo.”
Após a escolha da música e o texto explicando o motivo da escolha um
membro da equipe fez a leitura para o grande grupo.
Em seguida foi dada a próxima etapa do trabalho que era a equipe a partir
da canção selecionada deveria fazer a coleta de dados, sobre a repercussão
(favorável ou desfavorável) que o produto (a canção e o cantor) tem na
sociedade. Isso será feito através de pesquisa na internet através de blogs e de
listas de discussões. O grupo deverá selecionar as quais acharem mais
interessantes e trazer esse material para a sala de aula.
Aula 7
O material selecionado da canção (atividade anterior) foi entregue para os
participantes de outro grupo para serem lidos e discutidos. Após a leitura do
material o grupo redigiu um texto expondo seus pontos de vista sobre o
material coletado e em seguida foi feita a leitura das produções ao grande
grupo, (observação: antes da leitura foi escutada a música).
Esse momento foi muito divertido os alunos cantando as músicas, fizeram
coreografias ou simplesmente curtiam o momento. As produções seguem
abaixo:
Grupo A:
Perigo – Grupo Kanoa
“A música Perigo do Grupo Kanoa tem um ritmo animado, sua letra fala
aparentemente de um aviso, parece ser um homem que fala a certas mulheres
avisando-as que elas iram apaixonar-se por ele”.
O Grupo Kanoa surgiu há um ano e meio e já faz muito sucesso; seus
integrantes são: Danilo Dyla (vocal), Anderson (acordeon), Nelinho (acordeon),
Renato (guitarra), Diego (violão), Marco (baixo), Adriano (bateria) esses amigos
tinham um sonho de infância que era formar uma banda.
O grupo Kanoa já teve em nossa cidade em um baile no Clube 7 de
Setembro e fez muito sucesso, animou muito a noite.”.
Grupo B:
“A história da Legião Urbana se confunde com a própria história do rock dos
anos 80 e o surgimento das bandas de Brasília”. O grupo formado por Marcelo
Bonfá (bateria), Dado Vila Lobos (violões) e Renato Russo (vocal) sempre
bateu recordes de vendas em discos, lotou estádios e criou uma verdadeira
legião de fãs.
Renato Russo, o líder do grupo até hoje é reconhecido como um dos
maiores poetas e compositores.
A banda foi formada em agosto de 1982, poucos meses após uma
discussão de Renato Russo com sua antiga banda “Aborto Elétrico”.
A primeira apresentação da Legião Urbana aconteceu na cidade mineira de
Patos de Minas, durante o festival Rock no parque”.
Grupo C:
Certos detalhes – Conrado e Aleksandro
“Está música esta fazendo muito sucesso e merece muito porque fala de
amor e mexe muito com os sentimentos de várias pessoas”.
Alguns comentários coletados nos blogs sobre a música e os cantores:
“Eles são tudo na minha vida em momentos tristes e de alegria são sempre
eles suspirando nos meus ouvidos com suas músicas e suas vozes
maravilhosas para me consolar.”.
“Estive no show no Empório em Toledo e também junto com minha família
estivemos jantando junto com os meninos em uma chácara, muitos atenciosos
e simpáticos atenderam os nossos pedidos de foto e autógrafos, que Deus
conserve essa simpatia e humildade.”
Grupo D:
Lendas e Mistérios – Fred e Gustavo
“A música diz que dois jovens que se amavam escondidos de seus pais”.
Lendas e mistérios é um sucesso no Youtube. A música tem participação de
Maria Cecília e Rodolfo.
Fred e Gustavo são a nova sensação da música sertaneja. Os dois
nasceram no mesmo estado em Goiás. Fred em Itumbiara e Gustavo em
Morrinhos.
Começaram a cantar aos 13 anos, cada um tem duas irmãs e até o
sobrenome é o mesmo Rodrigues.
Desde 2008 juntos já gravaram três discos e chegam em 2011 com CD e
DVD ”Então valeu – ao vivo”. Tinham como ídolos Bruno e Marrone, Zezé Di
Camargo e Luciano, entre outros.
“Prova maior” é a primeira música de trabalho e o terceiro DVD “Lendas e
Mistérios”, uma linda balada conduzida no violão e escolhida como música de
trabalho.
É sem dúvida, uma das apostas para um futuro próximo na música
sertaneja”.
Grupo E:
Eduardo e Mônica - Legião Urbana
“A banda Legião Urbana surgiu em 1982, no começo era confundida com
rock, mas o verdadeiro estilo da banda era MPB”.
O grupo era formado por Marcelo Bonfá (bateria), Dado Vilalobos (violão), e
Renato Russo (vocalista).
O primeiro show da banda aconteceu em 5 de setembro de 1982, na cidade
de Patos de Minas.
A música Eduardo e Mônica deixa claro as diferenças existentes entre ele e
ela, mas nem por isso o amor deixa de acontecer. Um completa o outro, como
arroz e feijão, como é citado na música.
Nenhum deles é diminuído perante o outro, nenhum é o mandante, eles
formam o casal perfeito, mesmo com brigas eles se amam e se completam”.
Grupo F:
Cor de ouro – Gustavo Lima
“A história de Gusttavo Lima reproduz uma realidade clássica entre os
maiores vencedores da música popular brasileira. De origem muito simples.
Nivaldo Batista Lima adotou o nome artístico como Gusttavo Lima (...)”.
“Não deixou intimidar pela vida sofrida que aos oito anos de idade saiu de
casa em busca de seus sonhos. Torna-se um grande cantor de música
sertaneja e melhora as condições de vida de sua família.”
“Pode se disser que a sua família é apaixonada por música sertaneja.”
“Gusttavo Lima é tipo como um caipira nato, até no deu jeito de expressar.”
Grupo G:
Amo noite e dia – Jorge e Matheus
“A dupla Jorge e Matheus cantam sertanejo universitário. Ambos cantaram
separadamente mas se encontraram numa viola de amigos em comum,
começaram sua carreira juntos em 2005 se apresentando em bares e em
casas de show na cidade de Itumbiara,
Em 2007, lançaram seu primeiro disco produzido pela gravadora Universal
Music com o disco também foi um DVD. No dia 11 de outubro de 2010 a dupla
realizou o show em sua cidade natal, que marcou o lançamento do álbum “Ai já
era”.
O primeiro sucesso deles “Pode chorar” ficou semanas na vista das mais
tocadas nas rádios do Brasil. A música é um forró ultra animado que foi
descoberto no Nordeste e foi lançado no CD e DVD.
Apesar da dupla gostar de regravar artistas que admiram, a maior parte de
suas músicas são compostas por Jorge. As letras de música de Jorge e
Matheus dão preferência a temas românticos, mas acha que eles devem ter
ritmos mais animados. Assim fica mais fácil das pessoas se divertirem
enquanto prestam atenção na letra da música (...).
“A dupla diz que quer conquistar os quatro cantos do Brasil ao que parece
falta pouco”.
Grupo H:
Tá combinado- João Neto e Frederico
“O pai sempre os incentivou a cantar, cresceram em meio à roda das violas.
Há quatro anos vivem de música, mas cantam desde os 10 anos. O primeiro
CD de sucesso foi gravado em 2004.
Em 2008 chegaram com a agenda cheia, a indicação ao prêmio Tim de
música 2008 confirmou a boa fase.
Sua nova música “Tá combinado” é uma das mais executadas nas
principais rádios do país. A música foi feita dirigindo-se as pessoas que se
dirigem a balada. É descontraída e é para quem gosta de cair na farra. E se
divertir.
João Neto e Frederico que têm característica principal o romantismo com a
música “Tá combinado inovaram e mostraram sua versatilidade”.
Quando a última equipe leu a sua produção de texto ouvi comentários
como:
“Que pena que terminou”!”como foi legal realizar esse trabalho!”,“bem que
poderia ter outros”, “foi interessante e divertido fazer essa atividade”.
Avaliação
A avaliação desta intervenção pedagógica foi realizada no decorrer de
todas as atividades verificando-se a participação no desenvolvimento das
mesmas, a interação com os colegas e as mudanças de aprendizagem e foi
solicitado um texto individual sobre o projeto as atividades realizadas. Seguem
alguns comentários:
“A atividade das músicas foi boa porque podemos refletir a letra dela e que
a música sempre esteve presente na vida das pessoas desde as primeiras
manifestações literárias”
“Diferente, criativo, nunca tinha feito algo aparecido, trabalhar com música e
produzir textos em grupo”.
“Ler, analisar a letra de música foi muito legal.”
“A produção dos textos em grupo foi um modo de estimular a produção.”
“Gostei das atividades porque é bom sair da rotina em sala de aula”.
“Não gosto muito de escrever textos, mas esse foi divertido por causa das
equipes, um ajudando o outro.”
“Gostei de fazer pesquisa na internet sobre as letras de músicas e sobre os
cantores para podermos trabalhar na sala de aula.”
Percebi nos relatos dos alunos que gostariam de ter trabalhado as músicas
que eles tinham selecionados na primeira etapa do trabalho e não as dos
outros grupos, mas em geral a turma apreciou o projeto.
Considerações finais
A questão da falta de motivação dos alunos pela LPT (leitura e produção de
texto) é um dos desafios encontrados pelos professores de Língua Portuguesa,
em todas as escolas e em todos os níveis de escolaridade. Pensando nesse
tema surgiu a ideia de aplicar em minha escola um projeto de motivação para
produção e desenvolvimento do aluno em LPT onde o aluno estabeleça uma
relação com a mídia participando dele como agente, ainda que enquanto leitor.
Um fato importante que deve ser mencionado sobre o Projeto PDE como
um todo, foi à oportunidade que tivemos durante o ano de 2010 para leitura e
aprofundamento do tema abordado e posteriormente a partilha de tudo o que
pesquisamos, com os demais colegas da área no GTR (Grupo de trabalho em
rede).
Quanto à implementação da proposta em sala de aula, de modo geral,
houve bastante receptividade por parte do aluno para o material preparado e os
objetivos propostos foram alcançados.
Essa abordagem que foi adotada no artigo pode ser aplicada a outros
temas no âmbito da área de LPT (Leitura e Produção de Textos), porque o
professor da disciplina de Língua Portuguesa entre as maiores dificuldades
enfrentado está o problema da motivação do aluno em relação à prática da
leitura e da escrita e essa proposta adotada procura suscitar o interesse do
aluno propondo um diálogo sobre elementos textuais e discursivos, de diversos
gêneros que já circulam e já são partilhados no seu universo de referências.
Para que isso aconteça é necessário desenvolver atividades de longo prazo
colocando o aluno a dialogar com a mídia através de conteúdos midiáticos isso
proporciona os educandos informações e através disso eles podem posicionar
sobre as questões em circulação no espaço público.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. (2003) Estética da criação verbal. Martins Fontes, São
Paulo.
BATISTA, A. A. G. (Org.). Livro Didático de Língua Portuguesa,
Letramento e Cultura da Escrita. 1. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2003.
DALLARI, Bruno B.A. (2010). Mídia, cidadania e as novas práticas de
letramento
KLEIMAN, Ângela B. (2005). Preciso “ensinar” o letramento? Não basta
ensinar a ler e escrever? Cefiel/Unicamp & MEC.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2’ ed, 11ª
reimp. — Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
TFOUNI, L. V. Letramento e atividade discursiva. In: ______. (Org.).
Letramento e alfabetização. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
VAL, Maria G. C. O que é ser alfabetizado e letrado? In: Carvalho, Maria
A. F. & Mendonça, Rosa H. (org.). Práticas de leitura e escrita. Brasília:
Ministério da Educação, 2006.
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