TESTE
Teste
Por Leonardo Aleman | Fotos Mozart Latorre
no
CIMITARRA
500 FLY
FÔLEGO
NOVO
Com um melhor
aproveitamento
do espaço e
acabamento
elaborado,
entre outras
novidades, a
lancha tem tudo
para continuar
o sucesso da
linha 500 do
estaleiro
A nova versão da Cimitarra 500 Fly chega reestilizada
e com muitas novidades: casco mais moderno, um
novo (e melhor) acabamento interno, flybridge maior
e a opção de usar motores com propulsão IPS
F
undado em 1999, o estaleiro gaúcho Cimitarra fabrica lanchas de lazer de 34 a
50 pés, como a Cimitarra 500, disponível nas versões com hard top e flybridge
e que teve ótima aceitação no mercado, somando 48 unidades entregues desde o
lançamento, em 2012. E, no Rio Boat Show deste ano, surgiu reestilizada e com acabamento
mais elaborado. O fly teve seu tamanho aumentado, ampliando a capacidade de ocupação, enquanto a praça de popa deixou de ter o
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NÁUTICA
grande solário, também em favor de mais lugares para sentar. A escada de acesso ao fly, que,
antes, ficava no salão, também foi colocada ali.
E a grande novidade, além da possibilidade de
uso do sistema de propulsão IPS, é o recurso
automatizado que permite controlar o barco
por meio de um aplicativo, mesmo a distância.
Vale dizer que a construção da lancha é aprimorada desde 2009, quando foi introduzido o
processo de infusão a vácuo, o que resultou em
maior resistência do casco e menor peso.
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Somente esta versão reestilizada já tem seis
unidades navegando, o que indica que a Cimitarra 500 Fly tem tudo para dar continuidade à
história de sucesso da linha. O preço do modelo começa em R$ 1,9 milhão, com dois motores de centro-rabeta Volvo D6, de 370 hp cada. A concorrência na categoria existe, porém
em nível maior de qualidade e preço. Podem
ser listadas as importadas Azimut 53 (que tem
teto solar no fly e salão com vista panorâmica),
Prestige 500 Fly (cujo diferencial é o acesso à
suíte máster, à meia-nau, por escada privativa),
a Beneteau Gran Turismo 49 Fly (com duas suítes e a opção de mais um camarote) e a Squadron 50 (com suíte máster na proa e dois camarotes com duas camas de solteiro que podem
virar camas de casal), além da Ferretti 530 (de
origem italiana, porém feita no Brasil, com duas suítes e um camarote com duas camas de
solteiro) e da nacional Phantom 500 Fly (também construída em processo de infusão, com
bom acabamento, uma suíte e dois camarotes).
NÁUTICA
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TESTE
C I M I TA R R A 5 0 0 F LY
UM FLY
DIFERENTE
O flybridge
não tem
solário, e sim
uma chaise
longue junto
ao posto de
comando
A praça de popa
abriga mais pessoas
com mais conforto
COCKPIT
ESPAÇOSO
O salão
tem bom
espaço para
circulação,
sofá, mesa
de centro e
móvel com tv
embutida
CONFORTO
A BORDO
Na praça de
popa, onde
antes havia
um grande
solário, agora
há um sofá
AGORA
CABE MAIS
GENTE
Na parte
traseira do
fly, há um
sofá em L,
o que
permite
acomodar
até oito
pessoas
no total
70
NÁUTICA
COMO ELA É
Antes mesmo de estar a bordo na Cimitarra
500 Fly, o que impressiona, à primeira vista, é
a imponência garantida por suas grandes medidas. Apesar da nomenclatura, seu comprimento total é de 18 metros (ou seja, 59 pés).
Exemplo dessa imponência é a plataforma de
popa, que mede 1,75 x 3,60 metros, tem capacidade para cerca de dez pessoas e conta
com espaço gourmet embutido, além de um
grande paiol para um bote de apoio. E as mudanças feitas pelo estaleiro agradam.
Na praça de popa, antes, um solário ocupava grande parte do espaço, que, agora, abriga
um sofá — o que gera mais conforto e capacidade para passageiros sentados. A instalação
da escada de acesso ao fly, ali, não atrapalha
(só os degraus é que deveriam ser mais largos, por questão de segurança). A presença
da escada era mais percebida no salão, que,
assim, ganhou em amplitude. Um diferencial
é o terceiro comando que pode ser acoplado
próximo à popa, para facilitar a atracação.
BOAS
MEDIDAS
A plataforma
de popa é
bem ampla,
com espaço
gourmet e
paiol para
um bote de
apoio
NÁUTICA
71
TESTE
C I M I TA R R A 5 0 0 F LY
Com altura de
quase 2,30 metros, a
sala sob o cockpit é
um dos destaques
ESCADA
EXIGE
ATENÇÃO
O acesso
ao deque
inferior se
dá por uma
escada de
degraus
largos,
porém sem
corrimão
NA
MEDIDA
A suíte
de proa
tem cama
de casal,
armário e
uma boa
gaiuta
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NÁUTICA
SEM BATER
A CABEÇA
DESCANSO
PARA O
CAPITÃO
O banheiro
da suíte
de proa
tem bom
pé-direito,
perto de 2,30
metros
PEQUENA,
PORÉM
CÔMODA
A terceira
cabine tem
excelente
pé-direito
(2,33 metros)
e conta com
duas camas
de solteiro
sobrepostas
Outra importante modificação é o fechamento do salão com porta de correr, o que
facilita a climatização do ambiente. Com bom
espaço para circulação, o salão tem um grande
sofá com mesa de centro e móvel com tv embutida. Com cerca de 1,90 metro de largura, o
comando interno oferece ótimo espaço para a
instalação dos instrumentos e, também, ótima
visão para o piloto, que é auxiliado pelas amplas janelas laterais. E o banco de pilotagem
acomoda, confortavelmente, duas pessoas.
O acesso ao deque inferior se dá por uma
escada de cinco largos degraus, porém sem
corrimão, o que exige cuidados, principalmente durante a navegação. O deque inferior é um
dos pontos altos do barco, pois o pé-direito é
de quase 2,30 metros, entre a cozinha e a sala
de estar (que conta com sofá e TV), e um pouco menos na suíte de proa, que possui cama
de casal de 1,72 x 1,85 metro, armário e gaiuta. Já a outra suíte, à meia-nau, tem pé-direito
baixo (1,60 metro, chegando a 1,70 metro no
banheiro), embora abrigue uma cama de casal
maior (1,80 x 2,08 metro). Entre essas cabines
há, ainda, uma terceira, que, apesar de não ser
muito espaçosa, possui excelente pé-direito
(2,33 metros) e conta com um duas camas de
solteiro sobrepostas. E, graças ao sofá da sala
que vira cama no deque principal, o barco
atende a oito pessoas em pernoite, no total.
O flybridge não possui solário, e sim um
grande sofá em L, além de espreguiçadeira
ao lado do comando. Com isso, o ambiente
pode receber até oito pessoas. Para se chegar
à proa, onde há um solário para dois adultos, a
passagem lateral não é muito larga, mas conta
com guarda-mancebo de altura satisfatória e
pegadores nas laterais externas do fly.
Junto à sala
de estar
(acima) fica
o camarote,
à meia-nau,
que tem uma
boa cama
de casal e
banheiro
NÁUTICA
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TESTE
C I M I TA R R A 5 0 0 F LY
COMO TESTAMOS
ONDE: Guarujá. em São Paulo
CONDIÇÕES: Mar calmo, com ondas
de 0,5 metro e ventos de 3 nós
A BORDO: 3 pessoas, 900 litros de diesel e 400 de água
MOTORIZAÇÃO: 2 de centro-rabeta Volvo D6, de 400 hp cada,
a diesel, com joystick, rabeta Volvo Penta Duoprop,
com hélices de nibral, passo G4 e relação 1:66
EQUILÍBRIO
O casco não
sofreu abalos
prolongados
nem mesmo
com a lancha
parada
CASCO
ESTÁVEL
A Cimitarra
500 Fly
comportouse muito
bem, ao
cruzar de
forma estável
a marola
de outras
embarcações
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NÁUTICA
COMO NAVEGA
Testada em dia de mar calmo, na saída do
canal do Porto de Santos, no Guarujá, litoral
de São Paulo, a Cimitarra 500 Fly comportouse muito bem, ao cruzar de maneira estável a
marola de outras embarcações e dos navios
que circulavam pela região portuária. E, mesmo
sendo uma embarcação com flybridge, o casco
não sofreu balanços prolongados, quando ela
estava parada e era atingida por ondulações,
demonstrando seu excelente equilíbrio.
Com cerca de 14 500 quilos, somando-se os
motores e tanques de combustível e água, a
performance mostrou-se melhor, na comparação com a versão anterior à reestilização, testada por NÁUTICA há três anos. Do repouso
até atingir a velocidade de 20 nós, a Cimitarra
500 Fly levou 13,5 segundos, boa marca para
uma embarcação desse porte. A velocidade
final agradou mais ainda, ficando acima de
30 nós, a 3 300 rpm. Já a velocidade de cruzeiro também ficou numa ótima faixa: 26 nós,
a 2 900 rpm, gerando autonomia superior a
seis horas — o suficiente para uma travessia
longa, sem necessidade de reabastecimento.
Para o público que busca uma lancha de
boa navegação, aliada à autonomia, e muito
espaço na cabine — porém, consciente de
que não irá encontrar performance ao pilotar
—, o conjunto testado (dois motores de centro-rabeta Volvo D6, de 400 hp cada, a diesel,
com joystick), a mais potente sugerida pelo
estaleiro, demonstra ser o mais adequado.
Para quem busca boa
navegação e autonomia,
o conjunto testado é o ideal
DESEMPENHO (com dois motores de 400 hp cada)
Rotações
Velocidade
Consumo
Milhas/litro
Litros/milha
Autonomia (90%)
CRUZEIRO
ECONÔMICO
CRUZEIRO
RÁPIDO
VELOCIDADE
MÁXIMA
2 600 rpm
20,3 nós
96,0 l/h
0,21
4,73
2 900 rpm
26,0 nós
127,0 l/h
0,20
3 300 rpm
30,8 nós
153,0 l/h
0,20
4,97
187 milhas
4,88
181 milhas
178 milhas
Aceleração de 0 a 20 nós: 13,5 segundos
NÁUTICA
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TESTE
C I M I TA R R A 5 0 0 F LY
RESUMO
OS NÚMEROS
DA CIMITARRA 500 FLY
PONTOS ALTOS
PONTOS BAIXOS
Grande plataforma de popa
Bom espaço interno
Preço atraente
Falta corrimão na escada
Não tem solário no flybridge
O banheiro à meia-nau é baixo
Já há seis unidades
navegando desta
versão reestilizada
Comprimento total
Boca
Calado com propulsão
Borda-livre na proa
Borda-livre na popa
Ângulo “V” na popa
Altura na cabine (entrada)
Altura nos banheiros
Combustível
Água
Peso sem motores
Peso dos motores
Capacidade (dia/noite)
Motorização
Potência
Projeto
18 m (59 pés)
4,10 m
0,90 m
1,90 m
1,82 m
19 graus
2,42 m
2,30 e 1,76 m
950 litros
800 litros
12 000 kg
2 500 kg
18/8 pessoas
de centro-rabeta
de 740 a 800 hp
Cimitarra
QUEM FAZ
O estaleiro gaúcho Cimitarra, hoje
com mais de 350 colaboradores
diretos e indiretos, produz, em média,
sete lanchas por mês — foram cerca
de 1 300 desde a fundação. Entram
nessa lista modelos de 34, 36, 38, 41
e 50 pés, além de uma 70 pés,
que está sendo construída.
QUANTO CUSTA
A partir de
R$ 1,9 milhão
(com dois motores de centro-rabeta
Volvo D6, de 370 hp cada, a diesel)
a R$ 1,98
milhão
(com 2 Volvo D6, centro-rabeta,
de 400 hp cada, a diesel, com joystick)
Preços pesquisados em novembro/2013
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NÁUTICA
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Cimitarra 52 na revista Náutica Revista Náutica