MANUAL DE CONSTRUÇÃO DA CASA PET
Prof.ª Dra. Camila Pires Cremasco Gabriel
Prof. Dr. Luís Roberto Almeida Gabriel Filho
Prof. Ms. Daniel dos Santos Viais Neto
SUMÁRIO
AO LEITOR ......................................................................................................................................... 3
1. PROJETO ......................................................................................................................................... 3
2. PREENCHIMENTO DAS GARRAFAS DE PET COM AREIA LAVADA ............................. 4
3. PREENCHIMENTO DAS GARRAFAS DE PET COM SOLO-CIMENTO ............................ 5
4. FUNDAÇÃO, BALDRAMES E COLUNAS ................................................................................. 6
5. PAREDES E MURETAS ................................................................................................................ 8
6. LAJE, CONTRA PISO E CALÇADAS ......................................................................................... 9
7. ACABAMENTOS .......................................................................................................................... 11
8. RESULTADO................................................................................................................................. 13
9. COLABORADORES..................................................................................................................... 15
10. AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ 16
11. CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 16
AO LEITOR
Neste manual pretende-se expor todas as etapas da construção do ambiente feito com garrafas
de PET no Campus da Fatec de Presidente Prudente por meio do Projeto Casa Pet. Este ambiente foi
construído para fins de pesquisa e acredita-se que a metodologia pode ser aplicada em outras
construções desde que adequações sejam feitas de acordo com a região e a necessidade de cada
construção.
1. PROJETO
A ideia de se construir uma casa com garrafas de PET ao invés de tijolos dentro da faculdade
surgiu no final do ano de 2012 e após ser colocada no papel ganhou um prêmio e a partir daí, passouse a arrecadar garrafas para dar início a obra. Também foi solicitado a um profissional que fizesse uma
planta-baixa do ambiente (Figura 1). Este ambiente, que foi denominado Casa Pet, possui uma área de
24 m2, sendo um cômodo com 16 m2 e uma área de serviço com 8 m2.
Figura 1. Planta-baixa.
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O mesmo profissional também fez uma maquete eletrônica 3D (Figura 2) para que o construtor
pudesse ter um parâmetro do formato e visual da Casa Pet.
Figura 2. Maquete eletrônica.
No ambiente em questão, o tijolo foi substituido por garrafas de PET de 2 litros preenchidas
com areia lavada ou solo-cimento. Embora seja possível utilizar qualquer um dos preenchimentos, o
solo-cimento se mostrou mais eficiente. Nos tópicos 2 e 3 serão apresentados os processos de
preenchimento das garrafas utilizadas na obra.
2. PREENCHIMENTO DAS GARRAFAS DE PET COM AREIA LAVADA
Na Casa Pet foram utilizadas 500 garrafas preenchidas com areia lavada. Para encher as
garrafas com areia lavada foram utilizados funis feitos com as próprias garrafas e com sobras de cano
(Figura 3). O problema deste tipo de preenchimento é compactar a areia dentro da garrafa, para isso
foram utilizadas algumas varetas de madeira.
Figura 3. Preenchimento das garrafas com areia lavada.
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3. PREENCHIMENTO DAS GARRAFAS DE PET COM SOLO-CIMENTO
Na Casa Pet também foram utilizadas 3500 garrafas preenchidas com solo-cimento. Este
preenchimento é uma mistura de barro com cimento cuja composição é dada por 9 partes de terra
vermelha, 1 parte de cimento e água até o ponto em que a mistura fique suficientemente líquida para
ser colocada dentro da garrafa.
Para preencher um grande número de garrafas, foi necessário fazer uso de uma betoneira para
misturar os ingredientes do solo-cimento até o ponto desejado, depois passou-se esta mistura para uma
caixa-d’água de plástico, nesta passagem utilizou-se uma peneira para subtrair os possíveis torrões de
barro que possivelmente enroscariam no gargalo da garrafa, e desta caixa passou-se para o interior da
garrafa por meio de uma torneira instalada na parte inferior da caixa. Após encher a garrafa, a mesma
era colocada ao sol de pé e destampada e era mantida nesta posição até que a mistura ficasse rígida.
Na sequência, era escoada a água que ficava acima do solo-cimento e então, a garrafa era tampada e
empilhada próximo ao local da obra. A Figura 4 ilustra essas etapas.
Figura 4. Preenchimento das garrafas com solo-cimento.
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4. FUNDAÇÃO, BALDRAMES E COLUNAS
A primeira etapa da construção foi fazer a fundação. Para fazer o baldrame, foi cavado um
buraco com profundidade de 30 cm, largura de 35 cm e comprimento segundo a planta-baixa
apresentada na Figura 1. Na sequência, os baldrames foram preenchidos com garrafas de PET cheias
de areia lavada e massa semelhante a utilizada para assentar tijolos (Figura 5).
Figura 5. Baldrames.
Já em relação as brocas da fundação, foram feitas 6 com 35 cm de largura, 35 cm de
comprimento e 1 m de profundidade. Para o preenchimento das brocas utilizou-se concreto e ferro de
construção (Figura 6).
Figura 6. Brocas.
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Após o término da fundação, iniciou-se a construção das colunas, ao todo foram feitas 6 colunas
de 2,80 m cada utilizando concreto e ferro de construção. Nas quatro colunas de extremidade,
empregou-se uma lâmina de alumínio para dar o formato arredondado, além de melhorar a questão
estética da casa, economizou-se concreto nessas colunas. A Figura 7 ilustra essa etapa.
Figura 7. Colunas.
Para confeccionar os batentes, foram utilizados moldes de madeira, e nesses moldes foram
construídos com ferro e concreto o batente da janela e da porta da Casa Pet (Figura 8). Na parte inferior
do batente da porta, foram colocadas 2 agulhas de aço para manter o mesmo alinhado.
Figura 8. Batente da janela e da porta da Casa Pet.
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5. PAREDES E MURETAS
Com as 3500 garrafas de PET preenchidas com solo-cimento, se deu início a construção das
paredes e muretas da Casa Pet. A massa empreganda entre uma garrafa e outra foi mesma massa que
é utilizada para assentar tijolos. Nesta etapa a maior dificuldade foi colocar o batente da janela em seu
lugar devido ao seu peso. A Figura 9 ilustra essas etapas.
Figura 9. Levantamento das paredes e muretas da Casa Pet.
Com as paredes prontas, iniciou-se o reboco interno. Este reboco foi feito com a mesma massa
utilizada para assentar as garrafas e de modo que as tampas ficassem visíveis. Nas paredes externas
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decidiu-se por não rebocar, o construtor apenas foi dando acabamento com uma espuma antes que a
massa secasse durante o assentamento das garrafas.
Também nesta etapa decidiu-se o local onde seriam instalados os interruptores e tomadas para
que fosse deixado o espaço necessário para a passagem de mangueiras e posteriormente dos fios
elétricos. A Figura 10 ilustra o acabamento das paredes.
Figura 10. Reboco da parte interna e externa das paredes.
6. LAJE, CONTRA PISO E CALÇADAS
A próxima etapa foi construir a laje (Figura 11). Para isso, foi encomendado em uma loja
especializada trilhos de concreto com treliça para cobrir uma área de aproximadamente 38,5 m2.
Optou-se por uma laje cujo preenchimento se deu por placas de isopor e concreto, este tipo de
preenchimento reduz as reações nos apoios das vigas para os pilares e dos pilares até as fundações. O
escoramento foi realizado com madeiramento e 5 escoras de ferro alugadas.
Na construção desta laje, optou-se por uma inclinação de aproximadamente 7 graus, ou seja,
foi utilizada uma baixa inclinação para que no futuro seja instalado sobre ela uma cobertura verde. Os
beirais lateral, frontal e do fundo foram construídos, respectivamente, com 80 cm, 50 cm e 50 cm de
largura.
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Também foram instaladas mangueiras para abrigar a fiação elétrica do ponto de energia até o
interruptor, e do interruptor até as luminárias. Foram instaladas duas luminárias, uma no interior do
cômodo e a outra na área de serviço.
Figura 11. Instalação da laje.
Encerrado o período de cura da laje, retiraram-se os escoramentos e iniciou-se o aterramento
para que fossem feitos o contra piso do cômodo e da área de serviço e, a calçada no entorno da casa.
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Na sequência foi feita uma moldura com tábuas de madeira para receber o concreto. Além disso, foi
construída a ligação do encanamento tanto para a captação de água quanto para a saída de esgoto do
lavatório que posteriormente foi instalado na área de serviço. Também foi erguida uma pequena coluna
para auxiliar na sustentação da mureta frontal. Todos esses detalhes podem ser vistos na Figura 12.
Figura 12. Contra piso e calçada.
7. ACABAMENTOS
Com contra piso terminado, iniciou-se a pintura da casa. Nas paredes internas do cômodo e
nas partes internas das muretas foi aplicado fundo preparador e em seguida tinta acrílica na cor branco
neve. No teto e nos beirais foi aplicado apenas tinta acrílica na cor branco neve. Nas vigas, colunas e
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batentes utilizou-se tinta acrílica na cor verde folha. Nas paredes externas, foi aplicado apenas resina
transparente com o intuito de proteger, selar e destacar a massa utilizada para assentar as garrafas. E
por fim, pintou-se a porta e a janela com tinta esmalte na cor verde folha. Todos esses detalhes são
apresentados na Figura 13.
Figura 13. Pintura da Casa Pet.
Paralelamente a pintura, deu-se inicio a fase de acabamento. Nesta fase foram executados os
seguintes serviços: colocação de pisos no cômodo e na área de serviço utilizando argamassa e
finalizando com rejunte na cor grafite; impermeabilização da parte superior da laje com produto
específico para tal; instalação de pedras de ardósia para acabamento das muretas; colocação da janela,
porta e lavatório em seus devidos lugares; colocação de tijolos no entorno da laje deixando brechas
nos fundos para saída de água pluvial; instalação dos interruptores, tomadas e luminárias; etc. Estes
serviços podem ser vistos na Figura 14. A impermeabilização e os tijolos assentados no entono da laje
fazem parte das preparações para a futura instalação de uma cobertura verde sobre a casa.
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Figura 14. Acabamento da Casa Pet.
8. RESULTADO
O encerramento da construção do ambiente se deu com o término da pintura tanto da parte
interna quanto da parte externa e a confecção de um jardim no entorno da casa. As Figura 15, 16 e 17
ilustram o resultado final da construção da Casa Pet.
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Figura 15. Vista lateral da Casa Pet.
Figura 16. Vista frontal da Casa Pet.
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Figura 17. Vista dos fundos da Casa Pet.
9. COLABORADORES
Os principais colaboradores do projeto estão representados na Figura 18.
Figura 18. Colaboradores do Projeto Casa Pet.
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10. AGRADECIMENTOS
A Fatec de Presidente Prudente, pelo apoio institucional e pelo espaço cedido para a construção
da Casa PET.
Ao Instituto 3M de Inovação Social , pela confiança, incentivo e apoio financeiro.
Ao Grupo Escoteiro Monte Carmelo, pela parceria voluntária nas atividades do projeto.
A Empresa Júnior da Fatec de Presidente Prudente por possibilitar a participação de estagiários
discentes da instituição na realização do projeto.
Aos alunos estagiários do projeto Adriana Roberta Mendonça, Aline da Silva Lima, Cineide de
Siqueira, Denise da Rocha Andrade, Lucas Albieri Figueiredo, Marcelo Albieri Melo, Paulo Sérgio
Vilione, Priscila Gislei Grigoletto Pereira Barbosa e Viviane Correa.
Aos alunos de iniciação científica CNPq: Renata Cristina Oliveira Santos e Gabriel Lima
Barbosa.
As pessoas Clovis Coelho Pereira (Construtor), Ed Thomas (Deputado Estadual), Haydée de
Siqueira Santos (Ex-diretora da Fatec de Presidente Prudente), Gabriel Albieri Peres (Engenheiro
Ambiental), Brenon Grigoletto Pereira, Bruno Grigoletto Pereira, Márcio Rodrigues, Gilberto da Silva,
Vivian Layane de Oliveira, José Carlos Galiano e Antonio Mendonça.
E por fim, a todos que, de uma forma ou outra, auxiliaram em alguma etapa do projeto.
11. CONCLUSÕES
Este ambiente foi inaugurado no início de outubro de 2014 e teve um custo total de materiais de
construção e mão-de-obra de R$ 17.244,11, ou seja, R$ 718,50/m2. Também, foram gastos R$ 3.120,00
em mão-de-obra para preenchimento das garrafas.
Outras fotos, informações e links de reportagens sobre o projeto podem ser encontradas na
página cujo endereço eletrônico é: www.facebook.com/projetocasapet.
Por fim, acredita-se que o modelo de ambiente é uma alternativa viável tanto do ponto de vista
econômico quanto ambiental em determinadas situações, além disso, é visível que este tipo de
iniciativa incentiva o ato de reaproveitar materiais tais como as garrafas de PET e despertam a
curiosidade das pessoas por novas formas de construção e uso de materiais.
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