APRESENTAÇÃO CÂMARA JAPONESA
(somente texto)
29.08.2013
Confraternização Câmara Alemã e Japonesa
(local: sede da Câmara Alemã)
Apresentação: Fujiyoshi Hirata, Secretário-Geral
(SLIDE 1)
Boa noite a todos, meu nome é Fujiyoshi Hirata, Secretário-Geral da Câmara
Japonesa, e estarei apresentando as atividades da nossa Câmara neste 1º. Encontro
entre a Câmara Alemã e a Japonesa. É uma grande honra poder fazer esta
apresentação ao lado do Sr. Thomas Timm, que é meu amigo de longa data.
Já são 11 anos desde que assumi o cargo de Secretário-Geral, em junho de 2002. Antes
disso atuei na indústria eletrônica, minha última atuação foi a de Diretor Presidente da
empresa ROHM Indústria Eletrônica do Brasil, cujas atividades encerradas em junho de
1997 e onde demiti todos os funcionários (inclusive a mim). Esse foi o desfecho de minha
carreira de 25 anos no setor. No seu auge, a RHOM empregava 1.750 funcionários.
O motivo que me trouxe à Câmara foi o de pagar os pecados pela demissão de grande
número de trabalhadores. Para recompensar este pecado de forma mais eficaz, dei-me
como missão construir uma verdadeira parceria nipo-brasileira, chamando diversas
empresas japonesas, não só grandes, mas pequenas e médias também, para este grande
mercado consumidor chamado Brasil, transferindo a excelente tecnologia japonesa e,
assim, contribuir ao desenvolvimento do Brasil.
Mas na realidade estamos em uma posição bem inferior à Câmara Alemã, que possui
1.400 associados. Por isso, hoje estamos aqui com o objetivo de aprender muitas
coisas com a Câmara Alemã, com humildade.
Entre final de 1998 a início de 1999 visitei pela primeira vez a Câmara Alemã para
pesquisa e troca de ideias, a fim de elaborar um trabalho com o tema “Diferenças das
estratégias de investimentos no Brasil entre empresas japonesas e ocidentais”.
Nessa época visitei Câmaras de 9 nacionalidades e 6 Consulados. Conheço o
Thomas Timm desde essa época. Ele é casado com uma brasileira, e eu sou casado
com uma descendente de alemães, e assim como o nosso trabalho atual que tem
muito em comum, sinto que há um certo “laço” entre nós. Uma única grande
diferença é que ele é muito alto e eu sou muito baixinho, mesmo para padrões
japoneses.
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Em 2006, quando teve a Copa do Mundo na Alemanha, lembro de ter trocado umas
ideias com Thomas, e ele sugeriu uma partida em homenagem à Copa na Alemanha,
com 3 países, Alemanha, Inglaterra e Japão. E lembro com clareza que esta partida
não se concretizou pois, não encontramos bons jogadores entre os japoneses para
formarmos um time.
Depois, em setembro de 2011, participei da confraternização com o ministro do
desenvolvimento alemão Dirk Niebel. E em fevereiro de 2012 visitamos o Sr. Martin
Gebhardt, diretor de formação profissional da Câmara, junto com o Professor
Furusawa da Osaka University of Commerce, quando pudemos aprender sobre o
sistema educacional Dual da Alemanha.
No dia 27 de junho de 2012 o Sr. Martin e a Sra. Agnes Coutinho visitaram a Câmara
Japonesa, ensinando-nos mais uma vez, através de um case da Câmara Alemã, sobre o
sistema educacional destinado aos profissionais especializados, gerentes e funcionários,
necessário à expansão global das empresas. Na ocasião, discutimos como poderíamos, em
parceria entre as Câmaras, desenvolver novos talentos para o futuro. Mais uma vez,
constatamos ter muito a aprender com os Alemães, e assim sugerimos ao Sr. Martin a
realização de uma confraternização que, enfim, após 1 ano e 2 meses, realizamos hoje.
Portanto, agradecemos de coração ao Sr. Martin.
Ainda, em outubro do ano passado visitamos o Sr. Thomas, junto com um Cônsul japonês
do setor econômico, para trocarmos ideias sobre a burocracia dos órgãos em relação ao
Registro Nacional de Estrangeiros e também sobre a confraternização. Um fato marcante
ocorreu em maio deste ano. No dia 12 participamos do Prêmio Personalidade
Brasil-Alemanha e no dia 13, do Trigésimo Primeiro (31º) Encontro Econômico
Brasil-Alemanha realizado no World Trade Center. Fiquei impressionado com o grande
público (de 2000 pessoas) e com a participação da Presidente Dilma, 4 Ministros,
Governador e Prefeito de São Paulo, Presidentes da CNI e da FIESP, e pela Alemanha, a
presença do Presidente Joachim Gauck e Presidente da Federação de Indústria Alemã
(BDI), Ulrich Grillo.
No dia 13 de junho tive a oportunidade de encontrar o Cônsul Geral Mathias Von Kummer,
2 semanas antes da sua partida. Não o encontrava há 15 anos e pudemos trocar ideias
num ambiente de profunda comoção.
E por fim, no dia 25 de junho realizamos uma visita forçada em meio à agenda atribulada do
Thomas, para discutirmos sobre as recentes manifestações e outros assuntos.
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Assim, da minha parte, tenho relacionamento de longa data com a Câmara Alemã, mas
seria um grande desperdício limitar esse relacionamento a mim. Portanto, pedimos ao
Thomas Timm que tem um grande coração, para que realizasse esse evento. Estamos
muito gratos a ele.
Acabei prolongando na introdução, portanto não tomarei muito tempo para apresentar as
atividades da Câmara Japonesa.
(SLIDE 2)
HISTÓRICO
Como vemos neste slide, a história desta Câmara começa em 1926, portanto se contarmos
desde os primórdios teríamos 87 anos de história. Mas a aprovação pelo governo
brasileiro para operar como uma sociedade civil saiu em 29 de maio de 1940. Mesmo
contando com esta data, temos uma longa história de 73 anos. Porém, infelizmente, devido
à Segunda Guerra Mundial, tivemos de interromper as atividades por 10 anos, portanto, em
termos reais, são 63 anos de história.
Nos anos 1950, passa a se chamar oficialmente Câmara de Comércio e Indústria Japonesa
do Brasil. E iniciou a primeira onda de investimentos do Japão no Brasil com grandes
projetos nipo-brasileiros.
Nos anos 1960 podemos destacar a assinatura da Convenção para evitar a dupla
tributação entre o Brasil e o Japão, em 24 de janeiro de 1967.
Os anos 1970 foi marcado pelo “O MILAGRE DO BRASIL” chamando a atenção do
mundo inteiro, e houve a segunda onda de investimentos dos japoneses. Entre 1968 e
1975 o registro de empresas japonesas no BANCO CENTRAL ultrapassou 200.
E nos anos 1980, a transição da ditadura militar para a democracia (85), Plano Cruzado
(86), anúncio da moratória (87), e promulgação da nova Constituição (88). Muitas
empresas japonesas encerram suas atividades no Brasil. É a famosa década perdida
de 1980.
(SLIDE 3)
HISTÓRICO
Passando para os Anos 90, com o início do governo Collor, houve uma mudança radical
para a política de abertura econômica, visando a liberalização, mas em 92 com o seu
impeachment, renunciou ao cargo. Quanto à Câmara, em 95 coordenou as comemorações
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do Centenário do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão solicitando a
participação de entidades de colônia japonesa de todo o Brasil.
E por final, entrando no Segundo Milênio, podemos destacar a adoção do padrão
nipo-brasileiro de TV digital em 2006.
E finalmente, o visto de negócios com validade de 3 anos começou a vigorar em 1 de
janeiro de 2012. E Acordo Previdenciário Brasil-Japão em 1 de março do mesmo ano.
(SLIDE 4)
ORGANOGRAMA
O organograma da Câmara Japonesa é semelhante a de outras Câmaras do Japão do
mundo inteiro. No topo está a Assembleia constituída por 355 associados, seguido por 30
membros do Conselho Diretor, uma parte dos quais estão no evento de hoje, e abaixo disso,
a Diretoria Executiva, com 1 Presidente, 4 Vice-Presidentes, 8 Diretores, num total de 13
executivos.
(Os 30 Conselheiros Diretores se candidatam por departamentos de cada setor, e o
Presidente é eleito a partir destes 30 membros por candidatura. O Conselho Fiscal é eleito
entre os associados, sendo 3 titulares e 3 suplentes. O mandato do Conselho Diretor,
Conselho Fiscal e Diretoria Executiva é de 2 anos. O nosso Estatuto Social e o
Regulamento de Eleição estão todos disponíveis no nosso site. Caso tenham interesse,
sintam-se à vontade para navegar nas nossas páginas).
Os Departamentos Setoriais atualmente é constituído por 11 setores. Todas as empresas
associadas se afiliam a um Departamento. As 12 Comissões são formadas com base nos
temas de discussão comuns aos Departamentos Setoriais. Se pensarmos como uma
organização de uma empresa, os Departamentos seriam a conexão vertical e as
Comissões, a horizontal.
(SLIDE 5)
ATIVIDADES DA CÂMARA
Como mencionado no artigo 3 do nosso Estatuto Social, o objetivo principal da Câmara é
promover o intercâmbio econômico entre Brasil e Japão.
Para isso as 12 Comissões, os 11 Departamentos Setoriais e a Secretaria colocam em
prática os 5 eixos acima, cada um cumprindo seu papel.
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(SLIDE 6)
DEPARTAMENTOS SETORIAIS
Cada Departamento Setorial, com base na diretriz da Câmara, cumpre seu papel seguindo
as suas tarefas atribuídas, elabora suas próprias diretrizes de atividades e apresenta
relatórios em meados e ao final do ano.
(SLIDE 7)
COMISSÕES
Cada Comissão, com base na diretriz da Câmara, cumpre seu papel seguindo as suas
tarefas atribuídas, elabora suas próprias diretrizes de atividades e apresenta relatórios em
meados e ao final do ano.
(SLIDE 8)
ATRIBUIÇÕES DA SECRETARIA
As informações das atividades da Câmara são divulgadas amplamente seguindo a política
descrita na diretriz da Câmara, que é “Uma Câmara aberta”, “Uma Câmara que desafia”,
“Uma Câmara participativa”, sendo uma organização de utilidade pública.
Desta forma, o site da Câmara tem acumulado, até junho de 2013, mais de 6 milhões de
acessos.
(SLIDE 9)
MISSÃO - ORGANIZAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA
PROPOSTAS PARA OS GOVERNOS
Este slide mostra a ligação da Câmara com outras organizações. Temos que intensificar
nossos esforços na parte VERMELHA, a exemplo da Câmara Alemã. Ou seja, a instalação
da Sala de Apoio às Pequenas e Médias Empresas para o fortalecimento da base da
Câmara. Este aspecto é crucial para a diferença do número de associadas em relação à
Câmara Alemã, que vou mostrar no slide mais adiante (slide 12).
No dia 1 de maio o Toshimitsu Motegi, Ministro de Economia do Japão visitou o Brasil e
participou do lançamento de Plataforma de Apoio às Pequenas e Médias Empresas no
Exterior dentro do escritório da Jetro, em São Paulo. Pretendemos fortalecer ainda mais
a nossa parceria, dividindo as tarefas com a futura Sala de Apoio que vamos instalar na
Câmara. A nossa prioridade também é intensificar o relacionamento com a Japan
Chamber of Commerce, que possui 1,3 milhão de associados que são pequenas e médias
empresas. Inclusive somos associados da Japan Chamber.
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Vocês podem ver que incluímos a FIESP, Câmara Americana e vocês, Câmara Alemã.
Temos solicitado ao governo brasileiro melhoria nas regras dos Preços de Transferência,
nas reuniões de Grupo de Investidores Estrangeiros (GIE), juntamente com as Câmaras
Americana e Alemã e Japonesa, e também CNI e FIESP. A GIE foi constituída em 2006,
com Câmaras de 14 nacionalidades. Com a reforma da Lei promulgada no ano passado,
mesmo que não chegue aos padrões internacionais, acreditamos devemos em parte
aprovar esta reforma. Pedimos que deem continuidade no fortalecimento da parceria e
cooperação entre as Câmaras e também orientações.
(SLIDE 10)
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ASSOCIADOS
A nossa meta para daqui a 3 anos é de 500 empresas associadas, que inclui 350 empresas
japonesas, mantendo as 150 empresas locais.
(SLIDE 11)
EMPRESAS JAPONESAS ASSOCIADAS EM 2012
Este gráfico mostra as empresas japonesas divididas por setores, que se associaram em
2012.
(SLIDE 12)
QUEREMOS APRENDER COM A ALEMANHA
Os números apresentados aqui são baseados nas informações do Sr. Thomas e Sr. Martin
nas visitas à Câmara Alemã. Se eu estiver errado, por favor me corrijam.
Como podemos ver, desde 1998 o número de associados da Câmara Alemã dobrou. Mas
na Câmara Japonesa, associaram-se apenas 70 empresas.
A diferença é enorme. Por isso, hoje gostaríamos de aprender com os Senhores, da
Câmara Alemã, o que pode ter causado essa diferença. Para compreender essa diferença é
que desde o ano passado tenho pedido ao Thomas e Martin para realizar este intercâmbio.
(SLIDE 13)
SUPOSTAS CAUSAS E EFEITOS?
Será que o grau de geopolítica é inverso da distância ao quadrado? Tomei a liberdade de
expressá-lo em uma equação.
A distância, a história da imigração, a educação do idioma e cultura, o visto: em todos os
aspectos, a Alemanha está em melhores condições.
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Para nós, japoneses, tirando o fato de que não podemos encurtar a distância diminuindo o
tamanho da Terra, podemos dizer que os maiores desafios são a retomada dos vôos diretos,
e a isenção de vistos.
(※)As 3 escolas alemãs são Humboldt, Goethe, Porto Seguro – todos tem desde ensino
primário a colegial, e é aberto para os brasileiros e também para a população carente da
redondeza. No caso do Japão, temos apenas a Sociedade Japonesa de Educação e
Cultura, restrito a filhos de expatriados, e somente ensino fundamental – primário e ginásio.
(SLIDE 14)
QUAL É A CAUSA?
Aqui podemos ver a diferença de forma bastante clara.
A adoção da administração local, que é considerada uma das estratégias globais de uma
empresa, diferença na estruturação da empresa, ou seja, de estratégia, e também subsídio
que a Câmara possui do seu país de origem.
(SLIDE 15)
COMO A ALEMANHA VÊ O BRASIL ?
Todas as empresas estrangeiras admitem que o país tem muitos problemas!
Mas...
Tudo se resume em enxergar esses problemas
Existe a forma pessimista e a otimista.
Pelo que percebo, os ocidentais vê que é natural que existam essas diferenças, nos
sistemas de tributos, marco regulatórios, etc.
e que com as melhorias, o Brasil, vai se tornar um dos mercados potenciais entre os
emergentes.
E os japoneses, parecem ser mais cautelosos e pessimistas.
E por que uns veem de forma pessimista e outros veem de forma otimista?
Será que a diferença está na expansão global com base em sua cultura empresarial ou
estratégia global ?
Peço mais uma vez que nesta confraternização de HOJE possam trocar ideias francamente
sobre as manifestações recentes citados no próximo slide (16) e também sobre outro slide a
seguir (16).
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Para isso, aqui estão listados os problemas que todos carregam no dia a dia da
administração de negócios no Brasil, para que os senhores discutam durante esta
confraternização.
(SLIDE 16)
IMPRESSÕES SOBRE A MANIFESTAÇÃO NACIONAL DE 20.06
(SLIDE 17)
SERÁ UMA PASSAGEM HISTÓRICA PARA ENFIM O GIGANTE ACORDAR?
No dia 25 de junho quando fizemos reunião com Thomas, ele mencionou que a Câmara
Alemã vê de forma positiva as manifestações. Eu também concordo plenamente com essa
visão, de que se trata de uma passagem histórica, como residentes de longa data no Brasil.
Por outro lado senti o contraste em relação a mídia japonesa, que veicularam notícias de
aspecto negativo.
(SLIDE 18)
ISTO É BRASIL - O AMBIENTE DE NEGÓCIOS É O MESMO PARA TODAS AS
EMPRESAS ESTRANGEIRAS
Se começarmos citando os problemas do Brasil não tem fim - mas o ambiente de
negócios é igual para todos, para as empresas estrangeiras, inclusive para as
empresas nacionais.
Quais são diferenças estratégicas entre empresas ocidentais, principalmente alemães vs.
Empresas japonesas?
Nesta grande oportunidade, conhecendo os integrantes das duas partes, gostaríamos que
tivesse uma troca de opiniões sem cerimônias que consequentemente possam aproveitar
essas ideias na sua gestão de negócios.
Seguindo exemplo do governo da era Meiji (ano 1868) a Câmara Japonesa, com humildade
gostaria de aprender com a Alemanha, agora, aqui no Brasil.
Contamos com os Senhores!
Assim termino a minha apresentação.
(SLIDE 19)
Danke schön!
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SLIDE 1 - Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil