Resumo Público de Certificação
de
Ecolog Indústria e Comércio Ltda.
Certificado no: SW-FM/COC-1196
Data da Certificação: 13 de Abril, 2004
Data do Resumo Público: Abril, 2004
Este documento foi elaborado de acordo com as regras do
Forest Stewardship Council (FSC) e do Programa SmartWood.
Nenhuma parte deste resumo deverá ser publicada separadamente.
Certificador:
SmartWood Program1
c/o Rainforest Alliance
665 Broadway, 5th Floor
New York, New York 10012 U.S.A.
TEL: (212) 677-1900 FAX: (212) 677-2187
Email: [email protected]
Website: www.smartwood.org
1
O Programa SmartWood é implementado a nível mundial por organizações sem fins lucrativos membros da Rede
SmartWood. A Rede é coordenada pela Rainforest Alliance, uma organização internacional sem fins lucrativos. A
Rainforest Alliance é a detentora legal da marca registrada SmartWood e sua logomarca. Todos os usos
promocionais da logomarca SmartWood devem ser autorizados pela Rede SmartWood. A certificação SmartWood
se aplica somente ao manejo florestal das operações certificadas e não a outras características da produção florestal
(ex: performance financeira, qualidade dos produtos, etc.). O SmartWood é credenciado pelo Forest Stewardship
Council (FSC) para a certificação de operações de manejo de florestas naturais, plantadas e de cadeias de custódia.
SIGLAS E ABREVIAÇÕES
APP
CAT
CBMF
CIPATR
CITES
COC
DAP
EPI
FAVC
FFT
FGTS
FSC
FUNAI
GFIP
GPS
GT
GT-FSC/BR
IBAMA
IBGE
INSS
ITTA
MFS
OIT
OMF
OMS
ONG
P&C
PCA
PCMSO
PFNM
PMF
POA
PPRA
RADAM
RH
RL
RPPN
SEDAM
SESI
SESMET
SIPAT
STR
SNUC
SUS
UC
UMF
UPA
UT
ZEE
Área de Preservação Permanente
Comunicação de Acidente do Trabalho
Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC - Brasil)
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural
Convenção sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas
“Chain of Custody” ou Cadeia de Custódia
Diâmetro à Altura do Peito
Equipamento de Proteção Individual
Floresta de Alto Valor para a Conservação
Fundação Floresta Tropical
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council)
Fundação nacional do índio
Guia de recolhimento de FGTS e Informações à Previdência Social
Guia da Previdência Social
Grupo de trabalho
Grupo de Trabalho do FSC no Brasil (substituído em 2001 pelo CBMF)
Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Instituto Nacional de Seguridade Social
Acordo Internacional sobre Madeiras Tropicais
Manejo Florestal Sustentável
Organização Internacional do Trabalho
Operação de Manejo Florestal
Organização Mundial da Saúde
Organização Não Governamental
Princípios e Critérios do FSC
Plano de Corte Anual
Plano de Controle Médico e Saúde Ocupacional
Produtos Florestais Não-Madeireiros
Plano de Manejo Florestal
Plano Operacional Anual
Plano de Prevenção de Riscos Ambientais
Radar na Amazônia
Departamento de Recursos Humanos
Reserva Legal
Reserva Particular do Patrimônio Natural
Secretaria de Desenvolvimento do Meio Ambiente
Serviço Social da Indústria
Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Sindicato dos Trabalhadores Rurais
Sistema Nacional de Unidades de Conservação
Sistema Único de Saúde
Unidade de Conservação
Unidade de Manejo Florestal
Unidade de Produção Anual
Unidade de Trabalho
Zoneamento Ecológico - Econômico
2
INTRODUÇÃO
Para ser certificada pelo SmartWood, uma operação de manejo florestal deve ser
submetida a uma avaliação de campo. Este Resumo Público sumariza as informações
contidas no relatório inicial de avaliação, o qual é produzido com base nas informações
coletadas durante a avaliação de campo. Auditorias anuais são realizadas com o
objetivo de monitorar as atividades da operação de manejo florestal, para verificar os
progressos quanto ao cumprimento das condições para a manutenção da certificação e
para verificar o cumprimento dos padrões SmartWood. As informações atualizadas
obtidas durante as auditorias anuais são anexadas ao Resumo Público.
Este é o relatório de avaliação completa para fins de certificação que foi solicitada pela
Ecolog Indústria e Comércio Ltda. (Ecolog), ao Programa SmartWood da Rainforest
Alliance.
Os objetivos desta auditoria foram: i) avaliar o modelo de manejo aplicado às áreas
florestais da Ecolog; ii) avaliar a conformidade da empresa com os Princípios e Critérios
do FSC, através das “Diretrizes Gerais SmartWood para a Avaliação do Manejo
Florestal”, em sua versão adotada a partir de 2000, para esta operação florestal tornarse uma fonte de madeira certificada; e iii) identificar as possíveis Pré-condições e
Condições para a empresa ser certificada.
O propósito deste levantamento foi avaliar a sustentabilidade ecológica, econômica e
social do Manejo Florestal da Ecolog.
O Programa SmartWood reconhece o bom manejo florestal através de uma avaliação
independente e a certificação de suas práticas de silvicultura. Operações de Manejo
Florestal que conseguem a certificação de SmartWood podem usar o selo SmartWood na
comercialização de seus produtos e nos anúncios ao público.
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SUMÁRIO GERAL
Identificação do Empreendimento e Pessoa de Contato
Operação de Manejo Florestal: Ecolog Indústria e Comércio Ltda.
Pessoa de Contato: Juarez Deltrejo/ Elehilton Izel
Endereço: BR 364, km 950, Porto Velho, Rondônia
Tel: Rondônia 69 251 1045 / São Paulo 11 4195 5121
Fax: São Paulo 11 4195 5121
Home page: www.ecologflorestal.com.br
Histórico Geral
Em 1999, se iniciou a busca por uma área de floresta na região amazônica
que pudesse servir de base para um projeto de Manejo Florestal Sustentável,
com o objetivo de desenvolver projetos ligados à preservação da floresta,
ecoturismo, pesquisa em biotecnologia, e manejo florestal para produção de
madeira e produtos florestais não madeireiros (PFNM).
Assim surgiu a ECOLOG Produtos Florestais Certificados Ltda, sediada no
município de Itu, Estado de São Paulo. Seu objetivo é comercializar produtos
certificados, ou em processo de certificação, provenientes da floresta
amazônica, sendo a madeira o principal negócio, em suas diversas espécies e
utilizações.
Com a identificação e efetiva aquisição de área florestal no Estado de
Rondônia (Fazendas Presidente Prudente I e II) foi criada a ECOLOG
Indústria e Comércio Ltda , com sede no município de Porto Velho, detentora
deste Plano de Manejo, para gerir as propriedades florestais e racionalizar as
operações florestais e industriais madeireiras em Rondônia.
Esta nova empresa tem ainda como objetivo ampliar e difundir o conceito de
sustentabilidade fornecendo madeira certificada para o mercado de São
Paulo, o maior consumidor de madeira tropical do país, cuja demanda é
superior a toda a Europa. Para tanto, tomou a decisão de submeter – após
a homologação do Plano de Manejo apresentado ao IBAMA (Instituto
Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis), a sua operação própria, com
início das operações previsto para o quarto trimestre de 2003, à Certificação
Florestal / FSC, com o objetivo de obter os selos da Certificação de Bom
Manejo Florestal e da Cadeia de Custódia para produtos industriais.
A ECOLOG além de contribuir para agregar valor à madeira certificada,
através de beneficiamento nos locais de extração, proporciona alternativas
mais justas de comércio, que trazem benefícios ambientais, sociais e
econômicos às comunidades amazônicas que geram produtos certificados.
Tipo de operação
A empresa faz o manejo florestal de baixo impacto, de acordo com as
normas vigentes do IBAMA, colhendo as árvores de espécies tidas como
comerciais com diâmetro mínimo de 50 centímetros, identificadas e
localizadas em mapas. Árvores remanescentes para preservação das
espécies são demarcadas no campo e mapas, conforme orientação do
IBAMA, e não são exploradas, bem como as localizadas nas Áreas de
Preservação Permanente – APPs. A madeira extraída por empresa
4
terceirizada será processada em serraria própria em montagem dentro da
área de manejo, com fácil acesso e localização que permite uma distância
média pequena, reduzindo os custos de transporte a níveis baixos, quando
comparados à forma normal de atuação das empresas na região. O plano de
manejo prevê a divisão da área da floresta em 25 partes, a ser explorada
anualmente cada uma delas. A derrubada das árvores é realizada com
motosserras, o mesmo equipamento utilizado para o traçamento das árvores
em toras, que por sua vez são arrastadas para os pátios intermediários, cuja
localização é definida previamente, de onde são carregados em caminhões e
transportados para o pátio da serraria.
Anos em operação
Iniciou com o inventário em maio de 2002 e as atividades da colheita em
setembro de 2003.
Data da Certificação
April 12, 2004
Latitude e longitude da operação
650 35’ 13’’ W
090 37’ 22’’ S
Sistema de Manejo Florestal
A. Tipo de Floresta e história do uso da terra
Tipo de floresta
Na área das Fazendas Presidente Prudente I e II a vegetação predominante é
classificada como Floresta Ombrófila Aberta Submontana. Essa formação se
caracteriza por apresentar árvores espaçadas permitindo maior incidência de
luz e o desenvolvimento, no sub-bosque, de uma riqueza de plantas
herbáceas e arbustivas, apresentando grande número de palmeiras, cipós ou
bambus.
De acordo com o RADAM Brasil, na área, esta tipologia é composta por duas
comunidades predominantes.
Uma delas (Fama+Fala), onde se localiza a Unidade de Produção Anual (UPA)
2003, ocupa uma porção central, se estendendo do sul para o nordeste da
área e surgindo também, no extremo oeste. O relevo é suavemente ondulado
e predomina ora cipós, ora palmeiras. As palmeiras características desta
comunidade são mumbaca, marajazinho (Bactris cuspidata) e açaí (Euterpe
oleracea). Os cipós mais comuns são Strychnos, Abuta, titica, cipó dágua e
timbó açu. As espécies madeireiras de destaque: Vochysia guianensis
(quaruba branca), Tetragastris altissima (breu-manga), Couratari pulchra
(tauari), morácea chocolate e abioranas (Pouteria spp). O subbosque é
médio, composto por melastomatáceas, taboca, piperáceas, regeneração de
louro amarelo, mapatirana (Pourouma paraensis), lecitidáceas, mata-matá
branco, abioranas e jutaí mirim (Hymeneae spp.)
5
A outra comunidade (Fama+Fala+Fdae) ocupa porção central, cortando a
comunidade anterior
estendendo-se a
norte da Fazenda Presidente
Prudente I e a sul da Presidente Prudente II. Esta comunidade possui
palmeiras revestindo os vales e meias encostas, onde surgem também os
cipós. Algumas espécies características são: cupiúba (Goupia glabra Aubl.),
maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Chevalier), ucuuba branca (Virola
sp), Angelim da mata (Parkia spp ou Hymenolobium sp), maracatiara
(Astronium lecointei Ducke.) e jutaí pororoca (Hymeneae sp).
Uma comunidade de ocorrência restrita (Fdle+Falc) ocorre em pequenas
áreas localizadas a noroeste e a nordeste da área - são testemunhos de
Embasamento Pré Cambriano em forma de outeiros que aparecem dispersos
entre o Rio Madeira e o alinhamento de relevo residual arenítico. A fisionomia
é de Floresta Ombrófila Densa, onde árvores emergentes revestem o topo
das elevações e em suas encostas surgem agrupamentos de cipós (imbé,
japecanga, stricnos e escada de jabuti). O sub-bosque é ralo e nos vales
úmidos observam-se agrupamentos de palmeiras como o babaçu, o
marajazinho e o tucumã. As espécies madeireiras de destaque são: fava de
folha fina, jatobá (Hymenea courbaril), ipê amarelo (Tabebuia serratifolia
(Vahl) Nichols), amarelão, roxinho (Peltogyne paniculata (Benth)), abioranas
(Pouteria spp) e taxis (Sclerobium spp).
História do Uso da Terra
A unidade de manejo florestal da Ecolog Indústria e Comércio Ltda. está
situada no Km 950 da BR-364, na região conhecida como Ponta do Abunã,
zona fronteiriça e objeto de disputa entre os Estados de Rondônia e Acre,
cujo processo de ocupação esteve relacionado ao desenvolvimento de um
Projeto de Colonização Particular nos anos 80.
Ao contrário do ocorrido na região central do Estado essa primeira tentativa
de colonização não obteve resultados satisfatórios, pois, de acordo com
depoimentos de moradores locais, a infra-estrutura precária e a insegurança
fundiária acabaram por desestimular a permanência dos agricultores na
região, o que deu origem a um processo de concentração de terras. Desse
primeiro período resultou a formação de uma estrutura fundiária marcada
pelas presença de médias (250 – 1000 hectares) e grandes propriedades
(mais de 1000 hectares), voltadas principalmente para a atividade pecuária
(leite e corte).
Em período mais recente, a partir dos anos 90, vem ocorrendo um novo
processo de deslocamento populacional para a região, motivada pela
expansão da atividade madeireira rumo a áreas localizadas no Estado do
Amazonas, cujo acesso se faz a partir de um ramal que parte de Vista Alegre
do Abunã.
De acordo com a classificação efetuada pelo Zoneamento SocioeconômicoEcológico do Estado de Rondônia (Lei complementar Nº 233, de 06 de Junho
de 2000), a macro-região de Vista Alegre do Abunã está situada na Zona 1
(Áreas de usos Agropecuários, Agroflorestais e Florestais), Sub-Zona 1.2.
Porém, a micro-regiao onde se encontram as fazendas Pres. Prudente I e II
(Area de Manejo Florestal da Ecolog) está compreendida na Zona 2, Subzonas 2.1 e 2.2 que faz parte da região de amortecimento da Reserva
Estadual do Rio Vermelho, e com “recomendação de manutenção da
cobertura vegetal, utilização preferencial a través de práticas de Manejo
6
Florestal Sustentável e recomposição das áreas anteriormente degradadas”
(conforme presentado no Plano de Manejo submetido a SEDAM-RO e IBAMARO).
A cobertura florestal encontra-se bem conservada sem sinais de exploração,
apesar de madeireiros da região afirmarem que no passado houve o
“garimpo”
de mogno (Swietenia macrophylla) e cerejeira (Amburana
cearensis). O Antigo proprietário converteu algumas áreas em pastagem que
se localizam numa faixa que margeia a BR 364 e algumas aberturas no
interior da propriedade que hoje a empresa aproveita para a implantação da
serraria, alojamento para os funcionários e sede de seu escritório. Na grande
faixa desmatada na frente da propriedade a empresa pretende reflorestar e
implantar projeto paisagístico.
Tamanho da Unidade de Manejo Florestal e áreas com
florestas de produção em produção, conservação, e/ou
recuperação
As Fazendas Presidente Prudente I e II, de propriedade da Ecolog Indústria
e Comércio Ltda., que representam o total da área em manejo e em
avaliação, têm o equivalente a 22.132,14 hectares. A primeira UPA é uma
área contígua de 500 hectares, subdividida em 5 unidades de trabalho de
100 hectares cada uma, denominadas: UT 1, UT 2, UT 3, UT 4 e UT 5. Estas
são as unidades a sofrerem a primeira intervenção de acordo com o Plano de
Manejo aprovado no IBAMA e demais órgãos do Estado.
A empresa comprou mais uma área com algo em torno de 7.300 ha,
localizada entre Fazendas Presidente Prudente II e o Rio Madeira, mas que
não foi incluída nesta avaliação por aínda estar em processo a anexação
desta área ao PMF. Uma vez concluído o processo e se obtenha a aprovação
do SEDAM e IBAMA, é intenção da Ecolog encaminhar pedido para o
SmartWood solicitando a incorporação ao certificado desta área adicional (o
que sería feito na primeira vistoria de monitoramento após a concessão da
certificação.
Corte permitido anual e/ou colheita anual coberta pelo Plano
de Manejo
O volume medido de todas as árvores com diâmetro superior a 45 cm foi de
49 m³ / ha ou 24,000 m³ em 500 ha. Após seleção final das árvores
considerando todos os critérios restritivos, foi possível solicitar a permissão
para corte de 32 m³ / ha ou cerca de 16,000 m³ em 500 ha.
Após o protocolo do plano de manejo, foi emitida legislação nova (Instrução
Normativa do IBAMA) obrigando a aplicação de uma redução compulsória de
30% nos volumes solicitados em PMF, desta forma, a solicitação de 16,000
m³ foi reduzida para 11.600 m³ ou 23,2 m³/ha qué é o que a Ecolog
cortará em 2003/4.
7
Descrição geral dos detalhes e objetivos do plano de
manejo/sistemas
O Plano de manejo é proposto para as Fazendas Presidente Prudente I e II
de propriedade da ECOLOG, que juntas totalizam 22.132 ha planejados para
serem explorados em ciclos de corte de 25 anos. A área de manejo efetivo
soma 21.942,7 ha, incluindo a Reserva Legal de 17.705,72 ha. A empresa
processará a madeira em serraria própria em construção dentro da Unidade
de Manejo.
O Inventário Diagnóstico foi realizado com objetivo de detalhar as formações
florestais, estimar o potencial madeireiro e permitir a localização das UPAs –
Unidades de Produção Anual. A amostragem foi sistemática em 195 parcelas
de 20 X 250 m alocadas a cada mil metros de picada. Foram instaladas na
direção leste-oeste, a partir do limite norte da propriedade. Nessa parcela,
considerada o “nível 1” , foram levantados todos os indivíduos com DAP
maior ou igual a 40cm. No “nível 2”, caracterizado por subparcelas de
20X25m alocadas dentro da parcela de nível 1, foram levantados os
indivíduos com DAP entre 20 e 40 cm.
Nos dois níveis foram levantados: nome vulgar, forma de vida (cipó, árvore,
palmeira) qualidade de fuste, altura e DAP. Foram estimados os volumes,
abundância, freqüência, dominância e Índice de Valor de Importância para
cada espécie e calculado índices de diversidade da área.
O resultado geral apontou 191 espécies e um volume médio de 139 m3/ha
considerando um erro de amostragem de 5,6% e variância de 7,84 m3/ha.
O plano de manejo prevê o monitoramento da produtividade (serraria e
floresta), dos impactos econômicos, sociais e ambientais, apontando alguns
indicadores para monitoramento. Demonstra também uma intenção de
desenvolver o ecoturismo e manejar os produtos não madeireiros como
castanha, sementes e cipós.
O POA – Plano Operacional Anual, foi elaborado para a primeira UPA, que
possui 500 ha. A UPA situa-se no centro da área, próximo ao ramal principal
e a 7,5 Km do pátio da Serraria. Esta UPA é subdividida em 5 Unidades de
Trabalho – UT, de 100 ha cada. As atividades pré-exploratórias foram
executadas em 2.002 (picadas, Inventário 100%, corte de cipós) e
atualmente encontra-se em exploração. Foram abertos 7 km de estradas
secundárias e 12 pátios florestais.
O inventário 100% levantou todas as árvores de interesse comercial e
potencialmente comercial, com DAP > 40cm. Para cada árvore inventariada
foram coletadas, em fichas de campo as informações: UPA, UT, número da
picada, número da árvore, espécie, DAP, coordenadas de localização (X,Y),
altura comercial e qualidade de fuste. O “X” e “Y” representam as
coordenadas das árvores, onde o “X” é a distância da árvore em relação à
picada de orientação e o “Y” é a distância da árvore em relação ao inicio da
picada transversal.
Essas informações foram processadas e geraram mapas que contêm as
informações necessárias à realização das operações de exploração e
transporte florestal, construção da infra-estrutura primária (estrada
principal), secundária (estradas secundárias), pátios ou esplanadas e a
localização das árvores remanescentes e exploráveis (todas árvores
8
remanescentes são consideradas matrizes), rede hidrográfica e área de
preservação permanente (APP). Estes mapas foram confeccionados com base
no geo-referenciamento dos vértices das UT’s e das coordenadas (X e Y)
atribuídas a cada indivíduo inventariado.
Os critérios para a distinção das árvores são:
Árvores Protegidas:
• Indivíduos de espécies cuja exploração se dará sob rígidos critérios de
seleção por ser consideradas:
√ espécie rara segundo os critérios adotados pela ECOLOG, ou seja;
apresentar menos que 5 indivíduos em 100 hectares no CENSO,
√ de importância para a fauna como alimento ou abrigo.
•
Indivíduos que não serão exploradas em nenhuma hipótese por se tratar
de espécies:
√ cuja proibição de corte esteja expressamente prevista em lei como
é o caso da Castanha do Brasil (Bertholletia excelsa) e mais
recentemente do Mogno (Swietenia macrophylla).
√ Todos os indivíduos de qualquer espécie, se localizados dentro de
áreas consideradas como de preservação permanente (APP);
√ Todos os indivíduos constantes de listas de espécies raras ou em
extinção homologadas pelos órgãos ambientais brasileiros.
Remanescentes:
√ Todas as árvores com diâmetro abaixo do diâmetro mínimo de corte
estabelecido para cada espécie, conforme tabela constante do PMF;
√ Todos os indivíduos com diâmetro maior que 1,80 m, fixado como
diâmetro máximo de corte;
√ Telo menos 30% dos indivíduos aptos para corte, porém preservados
por força de restrição imposta pelas normas de manejo da ECOLOG e;
√ Todos os indivíduos que mesmo préviamente selecionados para corte
venham a se enquadrar, no momento do abate, em alguma das
restrições para exploração como: existência de ninhos de aves, ocos que
sejam refúgio para animais, risco de ao ser abatido causar a derrubada
de um indivíduo em APP ou protegido por força de lei.
A explorar:
DAP mínimo adotado para a espécie, até o limite 1,80m (limite serraria),
qualidade de fuste 1 e 2.
O diâmetro mínimo foi definido considerando a distribuição de freqüência de
cada espécie em classes de diâmetro e a conservação de pelo menos 30 %
dos indivíduos com DAP > 40 cm, inventariados.
Os resultados apontaram um volume total (DAP > 40cm) de 27.500 m3
sendo que o solicitado ao IBAMA (DAP > 50cm) foi de 16.663 m3 e o
volume autorizado de 11.600m3.
A exploração está sendo realizada com funcionários treinados pela FFT –
Fundação Floresta Tropical – do Estado do Pará, e com equipamentos
adequados ao sistema de extração escolhido. A infra-estrutura de exploração
é composta pelos seguintes equipamentos:
9
Tabela 1 – Infra-estrutura de Exploração
EQUIPAMENTO
Skidder
nº
1
Função
Arraste das toras
Trator de esteiras
1
Construção de estradas / pátios
Carregadeira
2
Empilhamento/carregamento
toras
Motosserras
3
Pick Up L200 Mitsubishi
P/
T
Produção
média
P/T
1500 m³ / mês
T
<>
P/T
250 m3/dia
Corte das árvores / pátios
T
1500 m³ / mês
1
Administração / apoio
P
<>
Pick Up Toyota
1
Supervisão / Segurança
P
<>
Caminhão 4 Ton./Toldo
1
Transporte pessoal / materiais
T
1600 km / mês
Reboque comboio
1
Abastecimento / oficina
T
<>
Caminhão
1
Transporte toras
T
1500 m³ / mês
Grupo gerador
2
Energia industrial
P
450 KVA
P= próprio T= terceiros
Contexto Ambiental e Socioeconômico
Contexto Ambiental
A região onde se localiza a área da Empresa apresenta clima Tropical
Chuvoso, segundo Koppen, caracterizado por temperaturas que variam entre
23 a 27 graus Celsius e uma elevada umidade relativa do ar (80 a 90%). A
chuvas nesta região apresentam longa duração e são mais intensas de
Fevereiro a Maio. Entre os meses de Agosto a Outubro cessam, propiciando
as atividades de campo. A média anual varia entre 1700 a 2050mm.
A localidade apresenta relevo suavemente ondulado a plano, ocorrendo
eventualmente cristas e colinas instaladas sobre sedimentos da formação
Solimões. De acordo com o ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico, na
região predominam solos de textura argilosa de baixa fertilidade natural,
sendo recomendado o uso para Manejo Florestal.
A hidrografia da região é composta por uma rede de vários cursos d´água
perenes: Igarapé Maquite, Igarapé Azul, e Igarapé Felipe que deságuam no
Rio São Sebastião que é a divisa natural da propriedade a oeste. Este por sua
vez deságua no Rio Abunã e este finalmente no Rio Madeira, a leste da área.
À Noroeste da área tem-se informação da existência de uma área alagada
muito freqüentada por pássaros em épocas de acasalamento.
A vegetação da região é composta predominantemente por formações
florestais abertas com algumas manchas de Floresta Ombrófila Densa. Há o
predomínio de palmeiras cipós ou bambus nessas tipologias.
Contexto Socioeconômico
Vista Alegre do Abunã é um distrito do município de Porto Velho, cuja sede
fica localizada a cerca de 250 quilômetros. Possui atualmente cerca de 4.000
habitantes.
Vista Alegre do Abunã possui alguns equipamentos coletivos urbanos
elementares, como uma unidade escolar (1° e 2° graus), um posto de saúde
10
(visitado quinzenalmente por equipe médico-odontológica), e posto policial.
Possui também rede de abastecimento e iluminação elétrica, mas não conta
com agência de correios e da rede bancária, tampouco com sistema público
de abastecimento e saneamento.
A economia do distrito funciona em torno da atividade de pecuária, e mais
recentemente vem tendo o influxo da atividade madeireira, com a chegada
de algumas serrarias na região. É de se destacar também o funcionamento
de seis pedreiras no local.
O crescimento da atividade madeireira já faz sentir seus reflexos sobre a
localidade, pois o aumento populacional gerou um aumento na demanda por
vagas escolares
e os acidentes de trabalho registrados na exploração
florestal e nas serrarias locais já se tornaram a principal ocorrência
registrada no Posto de Saúde Municipal2, deslocando os casos de malária
para o segundo lugar.
Embora não possamos fazer qualquer tipo de quantificação (os dados sobre
produção agrícola municipal do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, do Censo Demográfico, estão organizados por município e não
fazem menção a distritos) é possível destacar a existência de uma frágil
atividade agrícola, voltada para o autoconsumo, e com algum excedente
comercializável, caso da produção de abacaxi e mandioca. Para a safra de
2003/2004 a associação de produtores locais está realizando a distribuição
de 500 kg de sementes de milho e 500 kg de sementes de arroz.
Como já destacado, a implantação das serrarias na região vem ocasionando
diversos impactos sobre o tecido social local, pressionando a frágil estrutura
de serviços públicos locais (saúde, escola). Ademais, dado que essas
empresas não têm demonstrado compromisso com o desenvolvimento do
manejo florestal sustentável (conforme informações recolhidas no local e
junto a técnicos do IBAMA) é possível prever o esgotamento da atividade
num curto espaço de tempo, tão logo a distância para as fontes atuais de
suprimento inviabilizem o aprovisionamento de matéria-prima florestal.
Apesar de implantada há pouco mais de dois anos, podemos dizer que a
presença da Ecolog aponta para a construção de uma alternativa de
desenvolvimento na região, com a perspectiva da geração de efeitos
positivos na economia local e o efeito demonstrativo de uma atividade de
perfil claramente sustentável.
De acordo com as informações coletadas em campo e as previsões apontadas
por diretores da empresa, num primeiro momento serão gerados 40
empregos diretos, distribuídos entre as atividades de exploração florestal,
processamento da madeira (serraria) e atividades auxiliares a esses serviços.
Além da geração de emprego é possível contabilizar como efeito positivo, as
compras e os serviços que a empresa demandará de fornecedores locais.
O recolhimento de impostos também poderia ser considerado como um efeito
positivo, contudo, dada a configuração político-administrativa atual, que
subordina toda a região ao município de Porto Velho3, é pouco provável que
os impostos pagos pela empresa venham a ser aplicados em Vista Alegre do
Abunã.
2
De acordo com a Delegacia regional do Trabalho de Rondônia, a partir de 1998 o setor madeireiro vem
sendo o setor com maior incidência de acidentes de trabalho no Estado (cf. matéria publicada no Estadão
do Norte, 01/11/03, p.8, Editoria de Cidades).
3
O município Porto Velho possui 341.715 habitantes (IBGE) e uma área de 34.068,50 quilômetros
quadrados.
11
Outro impacto possível diz respeito ao efeito demonstrativo do
empreendimento junto a proprietários locais, que ainda possuem áreas de
floresta e que tem manifestado interesse em conhecer as operações da
Ecolog. De acordo com depoimento do presidente da associação de
produtores rurais local, o apoio da empresa para a superação dos entraves
técnicos e burocráticos do Manejo Florestal pode ajudar a viabilizar a
exploração sustentável dos recursos florestais dos proprietários locais.
Podem também ser citados alguns benefícios indiretos para os moradores do
local, como a instalação de uma agência da empresa de correios e telégrafos
e banco em Vista Alegre do Abunã e o desenvolvimento de parcerias da
empresa com a comunidade, como no caso (em andamento) da implantação
de uma sala de informática na escola do distrito como uma ação efetiva da
Ecolog.
Produtos e Cadeia de Custódia
A. Espécies e volumes cobertos pelo certificado
A Ecolog apresentou a lista de espécies e volumes autorizados pelo IBAMA,
para corte na área de 500 ha, referentes ao POA do primeiro ano de colheita.
As árvores selecionadas foram classificadas em três classes de diâmetro
mínimo para corte (DAP ≥ 50cm, DAP ≥ 60cm e DAP ≥ 70cm) de acordo com
a espécie, visando otimizar a exploração e para que não se derrubem
indivíduos muito finos cujo aproveitamento seria mínimo, preservando, desta
forma, a estrutura da floresta e garantindo os ciclos futuros. A tabela abaixo
determina o diâmetro mínimo limite para cada espécie* destinada para
corte:
Tabela 2– Lista das espécies para corte.
Nº
ESPÉCIE
1
2
3
4
5
Abiu
Abiurana
Amarelão
Angelim
Angelim
amargoso
Angelim saia
Angelim vermelho
Angico
Breu vermelho
Cedro
Corrimboque
Cumaru cetim
Cumaru ferro
Cupiúba
Fava orelhinha
Fava pé de arara
Fava timbauba
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
DAP de Corte
(cm)
60
60
60
60
60
60
60
60
60
50
60
70
70
60
60
60
60
12
Nº
ESPÉCIE
21
22
23
24
25
Jatobá / Jutaí
Maçaranduba
Maracatiara
Mirindiba
Muirapiranga
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
Mulungu
Piquiá / Piquiarana
Quaruba
Roxinho
Sucupira
Tamarino
Violeta
Tanimbuca
Tauari
Bandarra
Catuaba
Faveira/Favela Preta
DAP de
Corte (cm)
60
60
70
60
60
60
60
60
70
50
60
60
60
60
70
70
70
18
Guariúba
70
38
Marupá /
Maruparana
19 Ipê
50
39
Munguba
20 Jacarandá
50
40
Ucuúba
*Algumas espécies para laminação não serão exploradas no 1º ano.
70
70
70
Tabela 3- Produção Certificada
Espécies
Ver Tabela 2 – Lista
de espécies para
corte.
Nome
científico
Volume
(m3 /ano)
Produto
-
17.000
toras
B. Descrição da capacidade atual e planejada da capacidade
de processamento
A empresa produzirá madeira serrada em bruto seca ao ar para estruturas e
madeira aplainada para assoalhos, forros e pranchadas para movelaria. Em
uma segunda fase irá produzir madeira serrada em bruto seca em estufa e
madeira beneficiada para estruturas, esquadrias, assoalhos, lambris,
rodapés, batentes, forros, decks e pranchados para movelaria.
A unidade industrial tem capacidade nominal para serrar 60 m³ de toras por
turno de 8 horas. O planejamento para o primeiro ano de operação
(2003/2004) prevê a extração de um total de 11.600 m³, sendo 9.000 m³ de
toras para serraria com obtenção de aproximadamente 3.500 m³ de madeira
serrada em bruto seca ao ar e aproximadamente 700 m³ de madeira
classificada como aproveitamento e cerca de 2.500 m³ de toras destinadas a
laminação.
A produção máxima planejada deve ser atingida em prazo de 4 anos
(2007/2008), com a serraria operando 11 meses no ano, 24 dias por mês e
12 horas por dia, com consumo de 16.000 m³ de toras para produção de
7.000 m³ de madeira serrada e extração de 4.000 m³ de toras para
laminação que poderão ser processadas em instalações próprias ou vendidas
para laminadoras interessadas em madeira certificada.
PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO
Datas da Avaliação
Datas
27/Out
Fatos
9 hs – Reunião de Planejamento da Equipe de certificação (Rio
Branco/AC)
13 hs – Viagem para Vista Alegre do Abunã/RO
28/Out
9 hs – Apresentação da Ecolog
a partir das 11 hs – visita ao campo
13
22 hs – Reunião Equipe de Certificação
Visita ao campo com técnicos e funcionários da Empresa
29/Out
Tarde - entrevistas em Vista Alegre do Abunã
17 hs – Reunião Equipe de Certificação
19 hs – Audiência Pública
9 hs – Reunião com Ecolog – apresentação de pontos fortes e
deficiências
30/Out
11 hs – Viagem para Porto Velho/RO
17 hs – Visita ao Escritório da Empresa Esteio
9 hs – Visita à SEDAM- Secretaria de Desenvolvimento do Meio
Ambiente
31/Out
11 hs – Visita à unidade do IBGE
14 hs – Visita à ONG Kanindé
Nov – Dez ‘03
Desenvolvimento de relatório de avaliação
1/Feb `04
Envío do relatório a empresa para revisão
27/Feb
Recepção de comentários pela empresa
17/Mar
Envío do relatório aos revisores independentes
30/Mar
Recepção de comentários dos revisores
8/Abr
Decisão de certificação
Equipe de Avaliação e Peer Reviewers
Equipe de avaliação
Antonio Carlos Antiqueira – Engenheiro Florestal, com experiência de 30
anos em atividades florestais e há 4 anos em realização de auditorias com
fins de certificação florestal.
Karin Hembik Borges – Engenheira Florestal, MSc Eng Ambiental –
Ecologia e Manejo de Floresta Tropical, 6 anos de experiência na Amazônia
em Controle Ambiental, Unidades de Conservação, ZEE – Zoneamento
Ecológico Econômico, Manejo de PFNM, Formação profissional em manejo de
baixo impacto.
14
Marcelo Carneiro Sampaio – Sociólogo, Engenheiro Florestal, Professor de
Universidade, com experiência em atividades de auditoria com fins de
certificação florestal.
Peer Reviewers
Engenheira agrônoma, doutoranda em Desenvolvimento do Trópico
Úmido, experiência com critérios e indicadores de manejo florestal
sustentável, trabalho em comunidades amazônicas, questões de gênero,
certificação florestal e gestão ambiental.
Engenheiro florestal, pesquisador da área de política e economia florestal,
atuando em projetos de pesquisa que visam caracterizar a indústria
madeireira da Amazônia e promover o manejo florestal na região.
Processo de Avaliação
Durante a fase de avaliação de campo, como parte de um processo normal
de processos de certificação SmartWood a equipe seguiu as seguintes
etapas:
Análise pré-avaliação–Seleção de Sites: selecionamos a área toda em
operação e as divisas onde havia estrada, uma vez que OMF começou
recentemente as atividades de colheita e não possui uma área muito grande
em operação. Ver Tabela 4 com detalhes do que foi observado em cada site.
Elaboração do Relatório de Avaliação – O relatório de avaliação foi
realizado em um período de 60 dias após o término do trabalho de campo.
Durante esse período de elaboração de relatório, a equipe responsável
continuou conduzindo entrevistas com partes interessadas e outras
indagações.
Revisão do Relatório pelos Peer Reviewers e Operação Candidata – O
relatório preliminar final foi revisado pela OMF e
dois revisores
independentes (peer review).
Decisão de Certificação – A decisão de certificação foi tomada pelo
Escritório Central do Programa SmartWood. Isto foi feito após a revisão dos
comentários efetuados no relatório preliminar pela OMF e os revisores
independentes (peer review).
Tabela 4- Sumário das Áreas Florestais Visitadas pela Equipe de Avaliação
SmartWood
Floresta/Nome/Nº
Área em
Hectares
Fazenda Presidente
Prudente I
Site Visitado
UPA 01 – auditar as operações de
colheita, entrevista de funcionários,
avaliar localização das árvores nos
mapas, qualidade do corte, condições de
estradas e cursos d’água, avaliação do
treinamento
dos
operadores
de
motosserra e nível de conhecimento de
manejo.
500
15
Divisa do fundo da
Fazenda
-
Site de construção da
serraria
-
TOTAIS
Avaliar nível de proteção da área florestal
contra invasões e roubo de madeira,
verificar condições de estradas, verificar
existência de placas de advertências e
avisos, nível de conhecimento da área e
condições da floresta por parte dos
administradores do projeto.
Avaliar
condições
de
alojamentos,
verificar o local destinado à estocagem
de toras, entrevistar funcionários e
proprietários de empresas prestadoras de
serviço, da construção da serraria.
-
500
Diretrizes/Normas Utilizadas
Para esta avaliação foi considerada a versão 2000 das Diretrizes SmartWood
para a Avaliação do Manejo Florestal, adaptadas a partir da versão final dos
Padrões Brasileiros para Certificação de Florestas Naturais de Terra Firme na
Amazônia Brasileira, já aprovados pelo FSC Internacional. As normas podem
ser solicitadas a Katherine Pierront, [email protected], Gerente para
Sudamérica do Programa SmartWood.
Processo de consultas e resultados
O propósito da estratégia de consulta com partes interessadas (stakeholders)
para essa avaliação foi a seguinte:
1)
assegurar que o público está consciente e informado sobre o processo
de avaliação e os seus objetivos:
2) auxiliar a equipe de avaliação de campo identificando tópicos potenciais
; e,
3) fornecer oportunidades para que o público possa discutir e agir quanto
às evidências da avaliação.
Esse processo não é apenas uma notificação às partes interessadas, mas
sempre que possível, deve ser uma interação detalhada e com significância
com as partes interessadas. A finalização da fase de visitas de campo não
interrompe o processo de interação com as partes interessadas. Mesmo após
a decisão de certificação, o Programa SmartWood receberá, a qualquer hora,
comentários sobre operações certificadas e tais comentários podem fornecer
bases para auditorias de campo.
No caso da Ecolog Indústria e Comércio Ltda., antecedendo ao processo de
avaliação atual, foi elaborado um documento público de consulta a partes
interessadas, sendo distribuído por e-mail, FAX e mala de correios. Foi
elaborada uma lista inicial de partes interessadas e anúncios públicos foram
enviados a elas. Essa lista também forneceu à equipe uma base para
selecionar pessoas para entrevistas (pessoalmente, por telefone ou e-mail).
Foi realizada reunião pública, onde foram relatados os objetivos e
importância da certificação e para garantir input de informações de partes
interessadas. A reunião no dia 29 de outubro de 2003 às 19:00 hs, contou
com a participação de aproximadamente 20 pessoas da comunidade. Os
16
questionamentos foram dirigidos basicamente ao entendimento
certificação e dos benefícios que poderiam advir deste processo.
da
Tópicos Identificados através dos Comentários de Consultados e
Reuniões Públicas
As atividades de consultas a partes interessadas foram organizadas para dar
aos participantes a oportunidade de fornecer seus comentários de acordo a
categorias gerais de interesses, baseados nos critérios da avaliação. A tabela
abaixo sumaria os pontos identificados pela equipe de avaliação com uma
breve discussão a cada um, baseado em entrevistas específicas e/ou
comentários em reunião pública.
Tabela 5- Comentários de Partes Interessadas
Princípio FSC
P1: Compromisso com
o FSC / Cumprimento
Legal
P2: Posse, Direitos de
Uso &
Responsabilidades
P3 – Direitos dos Povos
Indígenas
P4: Relações com a
Comunidade & Direito
dos Trabalhadores
Comentários
Resposta do SW
Sem comentários
Não necessário
Sem comentários
Não necessário
Sem comentários
Não necessário
(Ivo – Administrador do
Distrito)
A empresa vai gerar
oportunidades de emprego
para os moradores do
distrito?
Segundo informações da empresa,
com a entrada em funcionamento
da serraria serão gerados 40
empregos diretos e 40 indiretos e,
na medida do possível, será dada
prioridade ao recrutamento de
trabalhadores locais.
Foi demonstrado interesse
da associação de
produtores em se relacionar
com a empresa para
compreender o sistema de
manejo?
Foi informado que a empresa está
aberta a visitas e difusão dos
conhecimentos do manejo e
possivelmente parcerias.
E possível, desde que a demanda
seja formalizada e encaminhada
para apreciação da empresa.
(Silvia – aluna)
Será possível o
aproveitamento pela
comunidade de resíduos da
madeira para atividades
artesanais?
P5: Benefícios da
Floresta
P6: Impactos
Ambientais
P7: Plano de Manejo
(Cordeiro)
Haverá aproveitamento e
beneficiamento da
Castanha?
A empresa possui o compromisso
de fazer o aproveitamento dos
produtos florestais nãomadeireiros de sua UMF, mas, no
momento não está previsto o
aproveitamento da castanha.
Sem comentários
Não necessário
Sem comentários
Não necessário
17
P8: Monitoramento &
Avaliação
P9: Manutenção de
Florestas de Alto Valor
de Conservação
Sem comentários
Não necessário
Sem comentários
Não necessário
RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Discussão Geral das Evidências
Tabela 6- Evidências por Princípio do FSC
Princípio /Área
Temática
P1: Compromisso
com o FSC /
Cumprimento
Legal
P2: Posse, Direitos
de Uso &
Responsabilidades
P3 – Direitos dos
Povos Indígenas
P4: Relações com
a Comunidade &
Direito dos
Trabalhadores
P5: Benefícios da
Floresta
Pontos Fortes
Fragilidades
9 Parceria com Sedam referente à
área de conservação florestal
Rio Vermelho.
9 O cumprimento das leis será um
exemplo para a região.
9 Averbamento da Reserva Legal.
9 Compromisso a longo prazo.
9 A empresa apresentou os
documentos que demonstram a
posse das terras.
Não se aplica
9 Funcionários contratados com
carteira assinada e respectivos
benefícios, considerando-se o
normal da região.
9 A garantia de uso correta da
área comprada, como exemplo
para a região, de como realizar
o manejo de forma correta.
9 O manejo desta permite a
conservação das populações de
flora e fauna.
9 Aproveitamento bom das
árvores derrubadas.
9 O beneficiamento da tora na
área de manejo poderá gerar
mais renda para a comunidade,
se for criado o município na
região.
18
9 Não está clara a preferência
pelo uso da mão-de-obra local.
9 Falta de plano específico de
relacionamento com a
comunidade (frágil a ponto de
não saber que havia associação
de produtores rurais).
9 Nao está claro quem é o
responsável por recursos
humanos – quem as pessoas
procuram para problemas da
área.
P6: Impactos
Ambientais
9 Estradas bem construídas.
9 Pessoal de colheita treinado
para causar poucos danos.
9 Posição central da UPA inicial
9 Rica presença de fauna
9 Baixa intensidade de colheita
P7: Plano de
Manejo
9 Simples e claro com a maioria
dos itens necessários.
P8:
Monitoramento &
Avaliação
P9: Manutenção
de Florestas de
Alto Valor de
Conservação
9 Estrada jogando terra em
cursos d`água.
9 Sem detalhamento de estudos
de flora e fauna e influencia do
manejo.
9 Falta definir destinação do lixo
inorgânico e treinamento dos
funcionários da serraria.
9 Botijão de gás dentro do
alojamento.
9 Falta considerar a estrutura da
população das espécies de
colheita.
9 Falta detalhamento do plano de
monitoramento.
9 Falta detalhe da rotina de
fiscalização das divisas da
fazenda.
Não se aplica
Decisão de Certificação
Baseado numa revisão detalhada de campo, análises e compilação de
evidências encontradas por essa equipe do Programa SmartWood, a Ecolog
Indústria e Comércio Ltda. está recomendada a receber a certificação
conjunta FSC/SmartWood para Manejo Florestal e Cadeia de Custódia
(FM/COC) com as condições estipuladas.
Para manter a certificação, a Ecolog passará por auditorias on-site
anualmente, sendo exigida a permanecer de acordo com os princípios e
critérios do FSC, como poderá vir a ser definido em normas regionais
desenvolvidas pelo SmartWood ou pelo FSC. A Ecolog deverá também ser
exigida a cumprir as condições descritas abaixo. Especialistas do Programa
SmartWood estarão revisando anualmente, durante auditorias programadas
ou ao acaso, a continuidade no bom desempenho do manejo florestal e o
cumprimento com as condições descritas neste relatório.
Condições e Recomendações
Quadro 1- Condições apontadas para a manutenção da certificação da
Ecolog.
#
Condições para a Manutenção da Certificação
Prazo
Critério
1
Apresentar confirmação da regularização do transporte do
pessoal da empresa J.N.S Construção e Serviços.
Formalizar a forma de cálculo do adicional de produtividade
e garantir que a empresa contratada repasse a informação
para os trabalhadores.
1 Mês
4.2
3 Meses
4.2
2
19
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
Confirmar o repasse dos uniformes para os trabalhadores
florestais da Esteio (empresa prestadora de serviços).
Demandar a empresa contratada a indicação e treinamento
do responsável pelas questões relacionadas com a segurança
e a saúde dos trabalhadores (cf. NR 5).
Apresentar PCMSO para a serraria e a exploração florestal
(cf. NR 7).
Definir formalmente o responsável pelo contato com a
comunidade de Vista Alegre do Abunã e com a vizinhança da
UMF.
Apresentar plano e cronograma de execução de correção das
estradas para evitar a continuidade de carreamento de terra
para os cursos d’água.
Apresentar esclarecimentos técnicos para a inclusão das
espécies na lista de corte das que não cumprem um dos
critérios de seleção (Cedro, Cumaru Ferro, Jatobá,
Piquiarana, Tanimbuca, Bandarra).
Descrever vantagens e desvantagens da implantação de
parcelas permanentes 02 anos após a exploração, e a
validade técnica deste sistema proposto de monitoramento.
Definir quando serão implantadas as parcelas permanentes
nas áreas a serem exploradas nos próximos anos e
incorporar ao plano de manejo.
Definir a periodicidade de ajustes e revisões do plano de
manejo em função dos resultados do monitoramento.
Apresentar plano de monitoramento detalhado, com
cronograma de execução e itens a serem avaliados.
Providenciar identificação precisa das espécies arbóreas que
constam da lista do IBAMA (Portaria 37-N, de 03 de abril de
1992).
Preparar normas de construção e conservação de estradas,
com prescrições específicas para evitar o carreamento de
terra para os cursos d’água e cronograma de reparação dos
pontos problemáticos existentes no campo.
A empresa deverá elaborar e disponibilizar ao público, um
resumo de seu plano de manejo, conforme requerido pelo
FSC.
A empresa deve concretizar o disposto no Plano de Manejo
e incorporar, na medida do possível, isto é, desde que haja
mão-de-obra no local com a competência requerida,
trabalhadores(as) de Vista Alegre do Abunã nas próximas
contratações, quando da ampliação
da equipe de
exploração e da seleção para o pessoal que ira trabalhar na
Serraria.
A través dos estudos de flora e fauna, e outros estudos, a
Ecolog deverá analisar a existencia de condições especiais
(segundo a definição de FAVC do FSC) que possam ocorrer
na área de manejo e estabelecer medidas de cautela
especiais e monitoramento nestes locais, caso ocorram.
3 Meses
4.2
3 Meses
4.2
3 Meses
4.2
3 Meses
4.4
6 Meses
5.5
6 Meses
6.3
8.1
8.2
6 Meses
7.1
6 Meses
7.1
6 Meses
10 Meses
7.2
8.4
6.1
10 Meses
6.2
10 Meses
6.5
1 Ano
7.4
2 Anos
4.1
2 anos
9.1
9.2
9.3
9.4
Quadro 2- Recomendações da equipe para a melhoria do desempenho da
20
Ecolog.
#
1
2
3
4
5
Recomendações da equipe de avaliação
Critério
1.3
Apresentar formalmente anexado ou integrado ao plano de manejo a
intenção de cumprir com os acordos mencionados neste critério.
1.5
Incluir formalmente no plano de manejo as atividades previstas com
fins de proteção das áreas da empresa (incluindo exploração ilegal e risco
de incêndio florestal, se houver).
Desenvolver parceria com a associação de produtores rurais de Vista
2.2
Alegre do Abunã quando do desenvolvimento do projeto de
aproveitamento dos PFNM´s na UMF da Ecolog.
Mapear as tipologias florestais, visando melhor planejamento e
6.4
eficiência do manejo.
Orientar os funcionários e estabelecer regras claras para destinação
6.7
dos resíduos orgânicos.
Estabelecer um programa geral de treinamento dos funcionários
7.3
responsáveis pela execução do manejo.
21
Download

Ecolog Indústria e Comércio Ltda.