MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E
TRANSFORMAÇÃO MINERAL
C PR M - SE RV I ÇO G E OLÓ GIC O DO BR ASI L
P ROD EE M - PRO G RAM A DE DESEN VOL VIM ENT O
ENERGÉT ICO DOS ESTADOS EMUNI CÍPI OS
PROJETO CADASTRO
DE FONTES DE
ABASTECIMENTO POR
ÁGUA SUBTERRÂNEA
RIO GRANDE DO NORTE
DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO
DE SENADOR ELÓI DE SOUZA
CPR M
Ser vi ço Geológi co do Bras i l
Secretaria de Geologia,
Mineração e Transfor mação Mineral
Secretaria de
Desenv olvimento Ener gético
Ministério de
Minas e Energi a
Setembro
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Silas Rondeau Cavalcante Silva
Ministro de Estado
SECRETARIA EXECUTIVA
Nelson José Hubner Moreira
Secretário Executivo
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO
Márcio Pereira Zimmermam
Secretário
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO
E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
Cláudio Scliar
Secretário
PROGRAMA LUZ PARA TODOS
Aur élio Pav ão
Diretor
SERVI ÇO GEOL ÓGICO DO BRASIL – CPRM
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
ENERG ÉTICO DOS ESTADOS E
MUNICÍPIOS
PRODEEM
Luiz Carlos Vieira
Diretor
Agamenon S érgio Lucas Dantas
Diretor-Presidente
Jos é Ribeiro Mendes
Diretor de Hidrologia e Gest ão Territorial
Manoel Barretto da Rocha Neto
Diretor de Geologia e Recursos Minerais
Álvaro Rog ério Alencar Silva
Diretor de Administra ção e Finan ças
Fernando Pereira de Carvalho
Diretor de Rela ções Institucionais e
Desenvolvimento
Frederico Cláudio Peixinho
Chefe do Departamento de Hidrologia
Fernando Antonio Carneiro Feitosa
Chefe da Divisão de Hidrogeologia e Explora ção
Ivanaldo Vieira Gomes da Costa
Superintendente Regional de Salvador
Jos é Wilson de Castro Tem óteo
Superintendente Regional de Recife
Hélbio Pereira
Superintendente Regional de Belo Horizonte
Darlan Filgueira Maciel
Chefe da Resid ência de Fortaleza
Francisco Batista Teixeira
Chefe da Resid ência Especial de Teresina
Ministério de Minas e Energia
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético
Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral
Programa Luz Para Todos
Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municí pios - PRODEEM
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR
ÁGUA SUBTERRÂNEA
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
DIAGNÓSTICO DO MUNICÍ PIO DE SENADOR ELOI
DE SOUZA
ORGANIZA ÇÃO DO TEXTO
Breno Augusto Beltrão
Dunaldson Eliezer G. A. da Rocha
João de Castro Mascarenhas
Luiz Carlos de Souza Junior
Saulo de Tarso Monteiro Pires
Valdecí lio Galvão Duarte de Carvalho
Recife
Setembro/2005
COORDENA ÇÃO GERAL
Frederico Cláudio Peixinho - DEHID
COORDENA ÇÃO T ÉCNICA
Fernando Ant ônio C. Feitosa - DIHEXP
COORDENA ÇÃO ADMINISTRATIVOFINANCEIRA
Jos é Emílio C. de Oliveira – DIHEXP
APOIO T ÉCNICO-ADMINISTRATIVO
Sara Maria Pinotti Benvenuti-DIHEXP
COORDENA ÇAO REGIONAL
Jaime Quintas dos S. Colares - REFO
Francisco C. Lages C. Filho - RESTE
Jo ão Alfredo C. L. Neves - SUREG-RE
Jo ão de Castro Mascarenhas – SUREG-RE
Jos é Alberto Ribeiro - REFO
Jos é Carlos da Silva - SUREG-RE
Luiz Fernando C. Bomfim - SUREG-SA
Oderson A. de Souza Filho - REFO
EQUIPE T ÉCNICA DE CAMPO
SUREG-RE
Ari Teixeira de Oliveira
Breno Augusto Beltr ão
Cícero Alves Ferreira
Cristiano de Andrade Amaral
Dunaldson Eliezer G. A. da Rocha
Franklin de Moraes
Frederico Jos é Campelo de Souza
Jardo Caetano dos Santos
Jo ão de Castro Mascarenhas
Jorge Luiz Fortunato de Miranda
Jos é Wilson de Castro Temoteo
Luiz Carlos de Souza J únior
Manoel Julio da Trindade G. Galv ão
Saulo de Tarso Monteiro Pires
S érgio Monthezuma Santoianni Guerra
Simeones Néri Pereira
Valdecílio Galv ão Duarte de Carvalho
Vanildo Almeida Mendes
SUREG-SA
Edmilson de Souza Rosas
Edvaldo Lima Mota
Hermínio Brasil Vilaverde Lopes
Jo ão Cardoso Ribeiro M. Filho
Jos é Cl áudio Viegas
Luis Henrique Monteiro Pereira
Pedro Ant ônio de Almeida Couto
V ânia Passos Borges
SUREG-BH
Ang élica Garcia Soares
Eduardo Jorge Machado Sim ões
Ely Soares de Oliveira
Haroldo Santos Viana
Reynaldo Murilo D. Alves de Brito
REFO
Ân gelo Tr évia Vieira
Felicíssimo Melo
Francisco Alves Pessoa
J áder Parente Filho
Jos é Roberto de Carvalho Gomes
Liano Silva Veríssimo
Luiz da Silva Coelho
Rob ério B ôto de Aguiar
RESTE
Antonio Reinaldo Soares Filho
Carlos Ant ônio Luz
Cipriano Gomes Oliveira
Heinz Alfredo Trein
Ney Gonzaga de Souza
EM DESTAQUE
Almir Ara újo Pacheco- SUREG-BE
Ana Cl áudia Vieiro – SUREG-PA
Bráulio Rob ério Caye - SUREG-PA
Carlos J. B. Aguiar - SUREG-MA
Geraldo de B. Pimentel – SUREG-PA
Paulo Pontes Ara újo – SUREG-BE
Tom ás Edson Vasconcelos - SUREG-GO
RECENSEADORES
Ac ácio Ferreira Júnior
Adriana de Jesus Felipe
Alerson Falieri Suarez
Almir Gomes Freire – CPRM
Ân gela Aparecida Pezzuti
Antonio Celso R. de Melo - CPRM
Antonio Edílson Pereira de Souza
Antonio Jean Fontenele Menezes
Antonio Manoel Marciano Souza
Antonio Marques Honorato
Armando Arruda C. Filho - CPRM
Carlos A. G óes de Almeida - CPRM
Celso Viana Marciel
Cícero Ren é de Souza Barbosa
Cl áudio Marcio Fonseca Vilhena
Claudionor de Figueiredo
Cleiton Pierre da Silva Viana
Cristiano Alves da Silva
Edivaldo Fateicha - CPRM
Eduardo Benevides de Freitas
Eduardo Fortes Cris óstomos
Eliomar Coutinho Barreto
Emanuelly de Almeida Le ão
Emerson Garret Menor
Emicles Pereira C. de Souza
Ér ika Peconnick Ventura
Erval Manoel Linden - CPRM
Ewerton Torres de Melo
F ábio de Andrade Lima
F ábio de Souza Pereira
F ábio Luiz Santos Faria
Francisco Augusto A. Lima
Francisco Edson Alves Rodrigues
Francisco Ivanir Medeiros da Silva
Francisco Jos é Vasconcelos Souza
Francisco Lima Aguiar Junior
Francisco Pereira da Silva - CPRM
Frederico Antonio Araújo Meneses
Geancarlo da Costa Viana
Genivaldo Ferreira de Ara újo
Gustavo Lira Meyer
Haroldo Brito de Sá
Henrique Cristiano C. Alencar
Jamile de Souza Ferreira
Jaqueline Almeida de Souza
Jeft é Rocha Holanda
Jo ão Carlos Fernandes Cunha
Jo ão Luis Alves da Silva
Joelza de Lima Enéas
Jorge Hamilton Quidute Goes
Jos é Carlos Lopes - CPRM
Joselito Santiago Lima
Josemar Moura Bezerril Junior
Julio Vale de Oliveira
K ênia Nogueira Di ógenes
Marcos Aurélio C. de G óis Filho
Matheus Medeiros Mendes Carneiro
Michel Pinheiro Rocha
Narcelya da Silva Ara újo
Nic ácia Débora da Silva
Oscar Rodrigues Acioly Júnior
Paula Francinete da Silveira Baia
Paulo Eduardo Melo Costa
Paulo Fernando Rodrigues Galindo
Pedro Hermano Barreto Magalh ães
Raimundo Correa da Silva Neto
Ramiro Francisco Bezerra Santos
Raul Frota Gon çalves
Saulo Moreira de Andrade -CPRM
S érvulo Fernandez Cunha
Thiago de Menezes Freire
Valdirene Carneiro Albuquerque
Vicente Calixto Duarte Neto - CPRM
Vilmar Souza Leal – CPRM
Wagner Ricardo R. de Alkimim
Walter Lopes de Moraes Junior
TEXTO
ORGANIZA ÇÃO
Breno Augusto Beltr ão
Dunaldson Eliezer G. A. da Rocha
Jo ão de Castro Mascarenhas
Luiz Carlos de Souza Junior
Saulo de Tarso Monteiro Pires
Valdecílio Galv ão Duarte de Carvalho
CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICIPIO E
DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS
CADASTRADOS
Breno Augusto Beltr ão
Dunaldson Eliezer G. A. da Rocha
Jo ão de Castro Mascarenhas
Luiz Carlos de Souza J únior
Saulo de Tarso Monteiro Pires
Valdecílio Galv ão Duarte de Carvalho
ASPECTOS SOCIOECON ÔMICOS
Breno Augusto Beltr ão
FIGURAS ILUSTRATIVAS
Aloízio da Silva Leal
Fabiane de Andrade Lima Amorim Albino
Jaqueline Pontes de Lima
N úbia Chaves Guerra
Waldir Duarte Costa Filho
MAPAS DE PONTOS D’ ÁGUA
Robson de Carlo Silva
Fabiane de Andrade Lima Amorim Albino
BANCO DE DADOS
Desenvolvimento dos Sistemas
Josias Barbosa de Lima
Ricardo C ésar Bustillos Villafan
Coordena ção
Francisco Edson Mendonça Gomes
Administração
Eriveldo da Silva Mendon ça
EDITORA ÇÃO ELETR ÔNICA
Aline Oliveira de Lima
Fabiane de Andrade Lima Amorim Albino
Jaqueline Pontes de Lima
SUPORTE T ÉCNICO DE EDITORA ÇÃO
Claudio Scheid
Jos é Pessoa Veiga Junior
Manoel J úlio da T. Gomes Galv ão
ANALISTA DE INFORMA ÇÕE S
Dalvanise da Rocha S. Bezerril
CPRM - Serviç o Geoló gico do Brasil
Projeto cadastro de fontes de abastecimento por á gua subterrâ nea. Diagnó stico do municí pio
de Senador Eloi de Souza, estado do Rio Grande do Norte / Organizado [por] Joã o de Castro
Mascarenhas, Breno Augusto Beltrã o, Luiz Carlos de Souza Junior, Saulo de Tarso Monteiro Pires,
Dunaldson Eliezer Guedes Alcoforado da Rocha, Valdecí lio Galvã o Duarte de Carvalho. Recife:
CPRM/PRODEEM, 2005.
11 p. + anexos
“ Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrâ nea, estado do Rio Grande
do Norte.”
1. Hidrogeologia – Rio Grande do Norte - Cadastros. 2. Água subterrâ nea – Rio Grande do
Norte - Cadastros. I. Mascarenhas, Joã o de Castro org. II. Beltrã o, Breno Augusto org. III. Souza
Jú nior, Luiz Carlos de org. IV. Pires, Saulo de Tarso Monteiro org. V. Rocha, Dunaldson Eliezer
Guedes Alcoforado da org. VI. Carvalho, Valdecí lio Galvã o Duarte de org. VII. Tí tulo.
CDD 551.49098132
Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte
APRESENTAÇÃ O
A CPRM – Serviço Geológico do Brasil, cuja missão é gerar e difundir
conhecimento geológico e hidrológico básico para o desenvolvimento sustentável do
Brasil, desenvolve no Nordeste brasileiro, para o Ministério de Minas e Energia,
ações visando o aumento da oferta hí drica, que estão inseridas no Programa de
Água Subterrânea para a Região Nordeste, em sintonia com os programas do
governo federal.
Executado por intermédio da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial,
desde o iní cio o programa é orientado para uma filosofia de trabalho participativa e
interdisciplinar e, atualmente, para fomentar ações direcionadas para inclusão social
e redução das desigualdades sociais, priorizando ações integradas com outras
instituições, visando assegurar a ampliação dos recursos naturais e, em particular,
dos recursos hí dricos subterrâneos, de forma compatí vel com as demandas da
região nordestina.
É neste contexto que está sendo executado o Projeto Cadastro de Fontes de
Abastecimento por Água Subterrânea, localizado no semi-árido do Nordeste, que
engloba os estados do Piauí , Ceará, Rio Grande do Norte, Paraí ba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia, norte de Minas Gerais e do Espí rito Santo. Embora com
múltiplas finalidades, este projeto visa atender diretamente as necessidades do
PRODEEM, no que se refere à indicação de poços tubulares em condições de
receber sistemas de bombeamento por energia solar.
Assim, esta contribuição técnica de significado alcance social do Ministério de
Minas e Energia, em parceria com a Secretaria de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral e com o Serviço Geológico do Brasil, servirá para dar
suporte aos programas de desenvolvimento da região, com informações
consistentes e atualizadas e, sobretudo, dará subsí dios ao Programa Fome Zero, no
tocante às ações efetivas para o abastecimento público e ao combate à fome das
comunidades sertanejas do semi-árido nordestino.
José Ribeiro Mendes
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
SUMÁ RIO
APRESENTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
1
2. ÁREA DE ABRANGÊNCIA
1
3. METODOLOGIA
2
4. CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICÍ PIO DE ____________
2
4.1
4.2
4.3
4.4
- LOCALIZAÇÃO E ACESSO
- ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
- ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
- GEOLOGIA
5. RECURSOS HÍ DRICOS
5.1 - ÁGUAS SUPERFICIAIS
5.2 - ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
5.2.1 - DOMÍ NIOS HIDROGEOL ÓGICOS
6. DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS CADASTRADOS
6.1 - ASPECTOS QUALITATIVOS
2
3
3
4
5
5
5
5
6
9
7. CONCLUS ÕES E RECOMENDA ÇÕES
10
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS
11
ANEXOS
1 - PLANILHAS DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO
2 - MAPA DE PONTOS DE ÁGUA
3 - ARQUIVO DIGITAL - CD ROM
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
1. INTRODU ÇÃO
O Polígono das Secas apresenta um regime pluviom étrico marcado por extrema irregularidade
de chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cen ário, a escassez de água constitui um forte entrave ao
desenvolvimento socioecon ômico e, at é mesmo, à subsist ência da popula ção. A ocorr ência cíclica
das secas e seus efeitos catastr óficos s ão por demais conhecidos e remontam aos prim órdios da
hist ória do Brasil.
Esse quadro de escassez poderia ser modificado em determinadas regi ões, atrav és de uma
gest ão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterr âneos. Entretanto, a car ência de estudos
de abrang ência regional, fundamentais para a avaliação da ocorr ência e da potencialidade desses
recursos, reduz substancialmente as possibilidades de seu manejo, inviabilizando uma gest ão
eficiente. Al ém disso, as decis ões sobre a implementa ção de a ções de conviv ência com a seca
exigem o conhecimento b ásico sobre a localiza ção, caracteriza ção e disponibilidade das fontes de
água superficiais e subterr âneas.
Para um efetivo gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente num contexto
emergencial, como é o caso das secas, merece aten ção a utilização das fontes de abastecimento de
água subterr ânea, pois esse recurso pode tornar-se significativo no suprimento hídrico da população
e dos rebanhos. Neste sentido, um fato preocupante é o desconhecimento generalizado, em todos os
setores, tanto do n úmero quanto da situação das captações existentes, fato este agravado quando se
observa a grande quantidade de captações de água subterr ânea no semi- árido, principalmente em
rochas cristalinas, desativadas e/ou abandonadas por problemas de pequena monta, em muitos casos
passíveis de serem solucionados com a ções corretivas de baixo custo.
Para suprir as necessidades das institui ções e demais segmentos da sociedade atuantes na
regi ão nordestina, no atendimento à popula ção quanto à garantia de oferta hídrica, principalmente
nos momentos críticos de estiagem, a CPRM est á executando o Projeto Cadastro de Fontes de
Abastecimento por Água Subterrânea em conson ância com as diretrizes do Governo Federal e dos
prop ósitos apresentados pelo Minist ério de Minas e Energia.
Este Projeto tem como objetivo a realiza ção do cadastro de todos os po ços tubulares, po ços
2
amazonas representativos e fontes naturais, em uma área de 722.000 km da regi ão Nordeste do
Brasil, excetuando-se as áreas urbanas das regi ões metropolitanas.
2. ÁREA DE ABRANG ÊNCIA
A área de abrang ência do projeto de cadastramento (figura 1) estende-se pelos estados do
Piauí, Cear á, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais e
Espírito Santo.
Figura 1 – Área de abrang ência do Projeto
1
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
3. METODOLOGIA
O planejamento operacional para a realiza ção desse projeto teve como base a experi ência da
CPRM nos projetos de cadastramento de po ços dos estados do Cear á e Sergipe, executados com
sucesso em 1998 e 2001, respectivamente.
Os trabalhos de campo foram executados por microrregi ão, com áreas variando de 15.000 a
2
25.000 km . Cada área foi levantada por uma equipe coordenada por dois t écnicos da CPRM e
composta, em m édia, de seis recenseadores, na maioria estudantes de nível superior dos cursos de
Geologia e Geografia, selecionados e treinados pela CPRM.
O trabalho contemplou o cadastramento das fontes de abastecimento por água subterrânea (po ço
tubular, poço escavado e fonte natural), com determinação das coordenadas geogr áficas pelo uso do
Global Positioning System (GPS) e obtenção de todas as informações passíveis de serem coletadas
atrav és de uma visita t écnica (caracterização do poço, instalações, situa ção da captação, dados
operacionais, qualidade da água, uso da água e aspectos ambientais, geol ógicos e hidrológicos).
Os dados coletados foram repassados sistematicamente á Divis ão de Hidrogeologia e
Explora ção da CPRM, em Fortaleza, para, ap ós rigorosa an álise, alimentarem um banco de
dados. Esses dados, devidamente consistidos e tratados, possibilitaram a elabora ção de um
mapa de pontos d’ água, de cada um dos municípios inseridos na área de atua ção do Projeto,
cujas informa ções s ão complementadas por esta nota explicativa, visando um f ácil manuseio e
compreens ão acessível a diferentes usu ários.
Na elabora ção dos mapas de pontos d‘ água, foram utilizados como base cartogr áfica os mapas
municipais estatísticos em formato digital do IBGE (Censo 2000), elaborados a partir das cartas
topogr áficas da SUDENE e DSG – escala 1:100.000, sobre os quais foram colocados os dados
referentes aos po ços e fontes naturais contidos no banco de dados. Os trabalhos de arte final e
impress ão dos mapas foram realizados com o aplicativo CorelDraw. A base estadual com os limites
municipais foi cedida pelo IBGE.
H á municípios em que ocorrem alguns casos de poços plotados fora dos limites do mapa
municipal. Tais casos ocorrem devido à imprecis ão nos traçados desses limites, seja pela pequena
escala do mapa fonte utilizado no banco de dados (1:250.000), seja por problemas ainda existentes
na cartografia estadual, ou talvez devido a informa ções incorretas prestadas aos recenseadores ou,
simplesmente, erro na obten ção das coordenadas.
Al ém desse produto impresso, todas as informa çõe s coligidas est ão disponíveis em meio
digital, através de um CD ROM, permitindo a sua contínua atualiza ção.
4. CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICÍPIO DE SENADOR ELOI DE SOUZA
4.1 - Localiza ção e Acesso
O município de Senador El ói de Souza situa-se na mesorregi ão Agreste Potiguar e na
microrregi ão Agreste Potiguar, limitando-se com os municípios de S ão Paulo do Potengi, S ão Pedro,
Serra Caiada, Bom Jesus e Lagoa de Velhos, abrangendo uma área de 163 km², inseridos nas folhas
S ão Jos é do Campestre (SB.25-Y-A-I) e Jo ão C âmara (SB.25-V-C-IV), na escala 1:100.000, editadas
pela SUDENE.
A sede do município tem uma altitude m édia de 113 m e coordenadas 06°02’09,6” de latitude
sul e 35°41’34,8” de longitude oeste, distando da capital cerca de 66 km, sendo seu acesso, a partir
de Natal, efetuado através da rodovia pavimentada BR-226.
2
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
Oceano A tlântico
Ceará
Ceará
Paraíba
Paraíba
Legenda
0
16
32
48
Sede do município
64km
N
Escala Grá fica
Rodovi a Federal
Rodovi a Estad ual
Limite Mun icipal
Paraíba
Limite Estadual
Figura 2 - Mapa de acesso rodovi ário
4.2 - Aspectos Socioecon ômicos
O município de Senador El ói de Souza foi criado pela Lei nº 2.335, de 31/12/1958,
desmembrado de Serra Caiada.
Segundo o censo de 2000, a popula ção total residente é de 5.028 habitantes, dos quais 2.579
do sexo masculino (51,30%) e 2.449 do sexo feminino (48,70%), sendo que 2.093 vivem na área
urbana (41,60) e 2.935 na área rural (58,40%). A popula ção atual estimada é de 5.478 habitantes
2
(IBGE/2005). A densidade demogr áfica é 30,83 hab/km .
A rede de sa úde disp õe de 01 Centro de Sa úde, 02 Postos de Sa úde. Na área educacional, o
município possui 13 estabelecimentos de ensino, sendo 04 de ensino pr é-escolar, 08 de ensino
Fundamental e 01 de ensino m édio. Da popula ção total, 60,50% s ão alfabetizados.
O município possui 1.193 domicílios permanentes, sendo 541 na área urbana e 652 na área
rural. Existem ainda, 569 domicílios com abastecimento d’ água atrav és da rede geral, 96 atrav és de
po ço ou nascente e 528 por outras fontes. Apenas 03 domicílios est ão ligados à rede de esgotos e
517 t êm coleta regular de lixo.
As principais atividades econ ômicas s ão: agropecu ária e com ércio.
Na infra-estrutura existem: 01 Ag ência dos Correios, 02 ag ências banc árias, al ém de 48
empresas com CNPJ atuantes no com ércio. (Fonte: IDEMA – 2001).
No ranking de desenvolvimento, Senador El ói de Souza est á em 151º lugar no estado
(151/167 municípios) e em 4.866º lugar no Brasil (4.866/5.561 municípios) Fonte:
(www.desenvolvimentomunicipal.com.br).
O IDH-M=0,588 (Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil –
www.
FJP.gov.br/produtos/cees/idh/Atlas_idh.php).
4.3 - Aspectos Fisiográficos
Clima
Tipo: clima muito quente e semi- árido, com esta ção chuvosa atrasando-se para o outono.
3
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
Período Chuvoso: abril a junho
Temperaturas M édias Anuais:
m áxima: 32,0 °C
m édia: 25,6 °C
mínima: 21,0 °C
Umidade Relativa Média Anual: 73%
Horas de Insola ção: 2.700
Forma ção Vegetal
Caatinga Hipoxer ófila - vegeta ção de clima semi- árido, apresenta arbustos e árvores com espinhos e
de aspecto menos agressivo do que a Caatinga Hiperxer ófila. Entre outras esp écies destacam-se a
catingueira, angico, juazeiro, bra úna, marmeleiro, mandacaru, umbuzeiro e aroeira.
Solos
Solos predominantes e características principais:
Planossolo Sol ódico - fertilidade natural alta, textura argilosa e arenosa, relevo suave ondulado,
imperfeitamente drenados, rasos.
Podzólico Vermelho Amarelo Abr úptico Plinthico - fertilidade natural baixa, textura m édia, relevo
plano, moderada a imperfeitamente drenados, profundos.
Uso: os Planossolos s ão utilizados, principalmente, com pecu ária e em pequenas áreas com algod ão,
milho e feij ão, consorciados, al ém de palma forrageira, em alguns locais. A irriga ção nestes solos é
problem ática, devido a pequena profundidade, problemas de manejo e consider ável teor de sódio
troc ável. Seu aproveitamento racional requer melhoramento das pastagens e intensifica ção da palma
forrageira.
Os Podz ólicos s ão utilizados, na maior parte de sua área, com mandioca e fruticultura, al ém das
pastagens em pequenas áreas. Apresentam condiçõe s favor áveis a mecaniza ção agrícola e
recomenda-se adubações parceladas e irriga ção no período seco.
Aptid ão Agrícola: regular pastagem plantada e para lavoura, aptas para culturas de ciclo longo
(algod ão arb óreo, sisal, caju e coco).
Sistema de Manejo: baixo, m édio e alto nível tecnol ógico. As pr áticas agrícolas dependem tanto do
trabalho bra çal e da tra ção animal com implementos agrícolas simples, como da motomecanização.
Relevo
De 100 a 200 metros de altitude.
Serra Preta.
Depress ão sub-litor ânea - terrenos rebaixados, localizados entre duas formas de relevo de maior
altitude. Ocorre entre os Tabuleiros Costeiros e o Planalto da Borborema
4.4 – Geologia
O Município de Senador El ói de Souza, geologicamente inserido na Província Borborema,
est á constituído por lit ótipos dos complexos Presidente Juscelino e Senador El ói de Souza,
sedimentos do Grupo Barreiras e por dep ósitos col úvio-eluviais, como mostra a Figura 3.
O Complexo Presidente Juscelino(A23γj) engloba ortognaisses TTG, metaluminosos e
peraluminosos migmatizados e migmatitos bandados.
4
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
O Complexo Senador El ói de Souza(A3γes) é formado por ortognaisses oligoclasíticos com
intercala ções de metam áficas.
O Grupo Barreiras(ENb), est á caracterizado por arenitos e arenitos conglomer áticos, com
intercala ções de siltitos e argilitos
Os dep ósitos col úvio-eluviais(NQc), s ão predominantemente constituídos por sedimentos
arenosos a areno-argilosos, por vezes conglomer áticos.
35 °44 ’
35 °46 ’
35 °42 ’
35 °36 ’
35 °38 ’
35 °40 ’
35 °34 ’
São Pedro
5° 58’
5° 58’
São Paulo do Potneg i
NQc
6° 00’
6° 00’
Bom Jesus
A2 bj
A2 bj
A3 es
Senador Elói de S ousa
6° 02’
BR226
6° 02’
RN120
A23 j
ENb
A2 bj
6° 04’
6° 04’
A3 es
A3 es
A23 j
A3 es
Presid ente Juscel ino
A23 j
Januário C icco
6° 06’
35 °46 ’
35 °44 ’
35 °42 ’
35 °40 ’
35 °38 ’
35 °36 ’
6° 06’
35 °34 ’
CONVENÇÕES GEOLÓGICAS
UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS
Cenozóico
Contato g eológi co
NQc
Depósitos col úvio-e luvi ais : Sedimento are noso, aren o-argi loso
e conglomerático.
ENb
Formação Ba rre iras: arenito e conglo merado, intercalações
de si lti to e a rgili to
CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
Sede Municipal
Mesoarqueano
A3 es
Rodo vi as
Complexo Se nador Elói de Sou za: ortognaisse o ligoclási o com
interca laçõ es de metamáficas (303 3 Ma U-Pb)
Limites Intermunicipa is
Rio s e riachos
P aleoarqueano
A23 j
Complexo Presi den te Ju sce lin o: o rtognai sse TTG, metalu mi noso
a pera lumi noso mig matizado e mi gmatito band ado (3 255 Ma U-Pb)
A2 bj
Metatonalitos Bom Jesus: o rtognaisse to nalí tico (3412 Ma U-Pb)
Figura 3 - Mapa Geol ógico
5. RECURSOS HÍDRICOS
5.1 - Águas Superficiais
O município de Senador El ói de Souza possui 83,89% de seu territ ório inseridos nos
domínios da bacia hidrogr áfica do Rio Potengi e 16,11% inseridos nos domínios da bacia hidrogr áfica
do Rio Trairi. Os principais tribut ários s ão: o Rio Grande do Sul e o riacho dos Macacos. O principal
3
a çude p úblico é o Senador El ói de Souza (100.000m , alimentado pelo Rio Grande do Sul). O padr ão
da drenagem é o dendrítico e os cursos d’ água t êm regime intermitente.
5.2 - Águas Subterrâneas
5.2.1 - Domínios Hidrogeol ógicos
O município de Senador El ói de Souza est á inserido no Domínio Hidrogeol ógico Intersticial e
no Domínio Hidrogeol ógico Fissural. O Domínio Intersticial é constituído de rochas sedimentares do
Grupo Barreiras e dos Dep ósitos Col úvio-eluviais. O Domínio Fissural é composto de rochas do
embasamento cristalino que engloba o sub-domínio rochas ígneas formado pelo Complexo Senador
Eloi de Souza, Complexo Presidente Juscelino e pelos Metatonalitos Bom Jesus.
5
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
6. DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS CADASTRADOS
O levantamento realizado no município registrou a exist ência de 41 pontos d’ água, sendo todos
po ços tubulares, conforme mostra a fig.6.1.
Poços
tubulares
100%
Poços tubulares
Fig.6.1 – Tipos de pontos d’ água cadastrados no município
Com rela ção à propriedade dos terrenos onde est ão localizados os pontos d’ água cadastrados,
podemos ter: terrenos p úblicos, quando os terrenos forem de serventia p ública e particulares, quando
forem de uso privado. Conforme ilustrado na fig.6.2, existem 11 pontos d’ água em terrenos p úblicos e
30 em terrenos particulares.
Públicos
27%
Particulares
Públicos
Particulares
73%
Fig.6.2 – Natureza da propriedade dos terrenos onde existem po ços tubulares.
Quanto ao tipo de abastecimento a que se destina a água, os pontos cadastrados foram
classificados em: comunit ários, quando atendem a várias famílias e particulares, quando atendem
apenas ao seu propriet ário. A fig.6.3 mostra que apenas 01 ponto d’ água destina-se ao atendimento
comunit ário e 40 pontos n ão tiveram a finalidade do abastecimento definida.
6
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
Indefinidos
98%
Indefinidos
Comunitários
Comunitários
2%
Fig.6.3 – Finalidade do abastecimento dos po ços.
Quatro situa ções distintas foram identificadas na data da visita de campo: poços em opera ção,
paralisados, n ão instalados e abandonados. Os poços em operação s ão aqueles que funcionavam
normalmente. Os paralisados estavam sem funcionar temporariamente devido a problemas
relacionados à manutenção ou quebra de equipamentos. Os n ão instalados representam aqueles
po ços que foram perfurados, tiveram um resultado positivo, mas n ão foram ainda equipados com
sistemas de bombeamento e distribuição. E por fim, os abandonados, que incluem po ços secos e
po ços obstruídos, representam os po ços que n ão apresentam possibilidade de produ ção.
A situa ção dessas obras, levando-se em conta seu car áter p úblico ou particular, é apresentada
em n úmeros absolutos no quadro 6.1 e em termos percentuais na fig.6.4.
Quadro 6.1 – Situa ção dos po ços cadastrados conforme a finalidade do uso
Natureza do Poço
Comunitário
Particular
Indefinido
Total
Abandonado
Em Operação
Não Instalado
Paralisado
Indefinido
4
4
16
16
6
6
1
14
15
-
Paralisados
37%
Abandonados
10%
Abandonados
Em Operação
Não Instalados
Em Operação
38%
Não
Instalados
15%
Paralisados
Fig.5.4 – Situa ção dos po ços cadastrados
Em rela ção ao uso da água, 06% dos pontos cadastrados s ão destinados ao consumo
dom éstico prim ário ( água de consumo humano para beber), 38% são utilizados para o consumo
dom éstico secund ário ( água de consumo humano para uso geral), 04% para uso na agricultura e
52% para dessedenta ção animal, conforme mostra a fig.6.5.
7
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
Doméstico
Secundário
38%
Agricultura
4%
Agricultura
Animal
Doméstico Primário
Doméstico Secundário
Animal
52%
Doméstico
Primário
6%
Fig.6.5 – Uso da água
A fig.6.6 mostra a rela ção entre os poços tubulares atualmente em opera ção e os po ços
inativos (paralisados e n ão instalados) que s ão passíveis de entrar em funcionamento.
Verificou-se a exist ência de 14 poços particulares e 07 p úblicos n ão instalados ou paralisados
e, portanto, passíveis de entrar em funcionamento, podendo vir a somar suas descargas àquelas dos
16 poços que est ão em opera ção.
14
12
10
8
6
4
2
0
Em Operação
Paral/N. Instalado
Particular
12
14
Público
4
7
Fig.6.6 – Rela ção entre po ços em uso e desativados
Com rela ção à fonte de energia utilizada nos sistemas de bombeamento dos po ços, a fig.6.7
mostra que 13 po ços utilizam energia el étrica, sendo 05 p úblicos e 08 particulares, enquanto 14
po ços utilizam outras fontes de energia, sendo 02 p úblicos e 12 particulares.
12
10
8
6
4
2
0
Energia Elétrica
Outras Fontes
Particular
8
12
Público
5
2
Fig. 6.7 – Tipo de energia utilizada no bombeamento d’ água
8
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
6.1 - Aspectos Qualitativos
Com relação à qualidade das águas dos pontos cadastrados, foram realizadas in loco medidas
de condutividade el étrica, que é a capacidade de uma subst ância conduzir a corrente el étrica estando
diretamente ligada ao teor de sais dissolvidos sob a forma de íons.
Na maioria das águas subterr âneas naturais, a condutividade el étrica multiplicada por um fator,
que varia entre 0,55 a 0,75, gera uma boa estimativa dos s ólidos totais dissolvidos (STD) na água.
Para as águas subterr âneas analisadas, a condutividade el étrica multiplicada pelo fator 0,65 fornece
o teor de s ólidos dissolvidos.
o
Conforme a Portaria n 1.469/FUNASA, que estabelece os padr ões de potabilidade da água
para consumo humano, o valor m áximo permitido para os s ólidos dissolvidos (STD) é 1000 mg/ l.
Teores elevados deste par âmetro indicam que a água tem sabor desagrad ável, podendo causar
problemas digestivos, principalmente nas crian ças, e danifica as redes de distribui ção.
Para efeito de classifica ção das águas dos pontos cadastrados no município, foram
considerados os seguintes intervalos de STD (S ólidos Totais Dissolvidos):
0
501
a 500 mg/ l água doce
a 1.500 mg/l água salobra
> 1.500 mg/ l água salgada
Foram coletadas e analisadas amostras de 24 poços tubulares. Os resultados das an álises
mostraram valores oscilando de 761,15 e 16965,00 mg/l, com valor m édio de 5420,38 mg/ l.
Observando o quadro 6.2 e a fig.6.8, que ilustra a classifica ção das águas subterr âneas no município,
verifica-se a predomin ância de águas salobras e salinas, com 100% dos po ços amostrados.
Quadro 6.2 – Qualidade das águas subterr âneas no município conforme a situa ção do po ço
Qualidade da água
Doce
Salobra
Salina
Total
Em Uso
1
14
15
Não Instalado
1
4
5
Paralisado
1
3
4
Indefinido
0
Salobra
13%
Salina
Salobra
Salina
87%
Fig.6 8 – Qualidade das águas subterr âneas do município.
9
Total
0
3
21
24
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
7. CONCLUS ÕES E RECOMENDA ÇÕES
A an álise dos dados referentes ao cadastramento de pontos d´ água executado no município
permitiu estabelecer as seguintes conclusões:
• A situa ção atual dos po ços tubulares existentes no município é apresentada no quadro 7.1 a
seguir:
Quadro 7.1 – Situa ção atual dos po ços cadastrados no município.
Natureza
do Poço
Público
Particular
Indefinido
Total
•
•
•
•
•
•
•
Abandonado
4 (13%)
4 (10%)
Em
Operação
4 (36%)
12 (40%)
16 (39%)
Não
Instalado
2 (18%)
4 (13%)
6 (15%)
Paralisado
Indefinido
Total
5 (45%)
10 (33%)
15 (37%)
-
11 (27%)
30 (73%)
0 (0%)
41 (100%)
Os 41 pontos d’ água cadastrados s ão todos poços tubulares, sendo que 16 (39,00%)
encontram-se em opera ção e 04 (10,00%) foram descartados (abandonados) por estarem
secos ou obstruídos. Os 21 pontos restantes (52,00%), incluem os n ão instalados e os
paralisados, por motivos os mais diversos. Estes po ços representam uma reserva potencial
substancial, que pode vir a reforçar o abastecimento no município se, ap ós uma an álise
t écnica apurada, forem considerados aptos à recupera ção e/ou instalação. Cabe à
administra ção municipal promover ou articular o processo de an álise desses po ços, podendo
aumentar substancialmente a oferta hídrica no município.
Foram feitos testes de condutividade em 24 amostras d’ água (58,50% do total de po ços
cadastrados), das quais, todas (100,00%) apresentaram águas salobras e/ou salgadas,
evidenciando a necessidade de uma urgente interven ção do poder p úblico, principalmente no
que concerne aos po ços comunit ários, visando a instala ção de dessalinizadores, para
melhoria da qualidade da água oferecida à popula ção e redu ção dos riscos à sa úde
existentes.
Po ços paralisados ou n ão instalados em virtude da alta salinidade e que possam ter uso
o
comunit ário, tamb ém devem ser analisados em detalhe (vaz ão, an álise físico-química, n de
famílias atendidas, etc) para verifica ção da viabilidade da instala ção de equipamentos de
dessaliniza ção.
Com rela ção ao item anterior, deve ser analisada a possibilidade de treinamento de
moradores das proximidades dos po ços, para manuten ção de bombas e dessalinizadores em
caso de pequenos defeitos, ou ainda, para serem os responsáveis por fazer a comunica ção à
Prefeitura Municipal, em caso de problemas mais graves, para que sejam tomadas ou
articuladas as medidas cabíveis.
Importante chamar a aten ção para o lan çamento inadequado dos rejeitos dos
dessalinizadores (geralmente direto no solo). É necess ário que as prefeituras se empenhem
no sentido de dotar os po ços equipados com dessalinizadores, de um recept áculo adequado,
evitando a polui ção do aq üífero e a saliniza ção do solo.
Todos os po ços deveriam sofrer manuten ção peri ódica para assegurar o seu pleno
funcionamento, principalmente em tempos de estiagem prolongada; por manuten ção
peri ódica entende-se um período, no mínimo anual, para retirada de equipamento do po ço e
sua manuten ção e limpeza, al ém de limpeza do po ço como um todo, possibilitando a
recupera ção ou manuten ção das suas vaz ões originais.
Para assegurar a boa qualidade da água, do ponto de vista bacteriol ógico, devem ser
implantadas em todos os po ços ativos e paralisados, passíveis de recupera ção, medidas de
proteção sanit ária tais como: selo sanit ário, tampa de proteção, limpeza permanente do
terreno, cerca de prote ção, etc. O que pode ser articulado entre a Prefeitura Municipal e a
pr ópria popula ção benefici ária do po ço. Quanto aos poços abandonados, devem ser tomadas
medidas de conten ção, como a coloca ção de tampas soldadas ou aparafusadas, visando
evitar a contamina ção do len çol fre ático por queda acidental de pequenos animais e
introdu ção de corpos estranhos, especialmente por crian ças, fato muito comum nas áreas
visitadas.
10
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
8. REFER ÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS
ANU ÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2000. Brasília: DNPM, v.29, 2000. 401p.
BRASIL. MINIST ÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Minas e Metalurgia; CPRM – Servi ço
Geol ógico do Brasil [CD ROM] Geologia, tect ônica e recursos minerais do Brasil, Sistema de
Informa ções Geográficas SIG. Mapas na escala 1:2.500.000. Brasília: CPRM, 2001. Disponível
em 04 CD’s.
FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Geografia do
Brasil. Regi ão Nordeste. Rio de Janeiro: SERGRAF, 1977. Disponível em 1 CD.
FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Mapas Base dos
municípios do Estado do Rio Grande do Norte.
RODRIGUES E SILVA, Fernando Barreto; SANTOS, José Carlos Pereira dos; SILVA, Ademar Barros
da et al [CD ROM] Zoneamento Agroecol ógico do Nordeste do Brasil: diagn óstico e
progn óstico. Recife: Embrapa Solos. Petrolina: Semi-Árido, 2000. Disponível em 1 CD
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Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
ANEXO 1
PLANILHA DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO
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Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Eloi de Souza – Estado do Rio Grande do Norte
C ÓDIGO
PO ÇO
CL127
LOCALIDADE
LATITUDE
S
060228,8
LONGITUDE
W
354415,0
PONTO DE
ÁGUA
Poço tubular
NATUREZA
DO TERRENO
P úblico
PROF.
(m)
VAZ ÃO
(L/h)
SITUA ÇÃO
DO PO ÇO
N ão Instalado
EQUIPAMENTO DE
BOMBEAMENTO
N ão equipado
FONTE
DE ENERGIA
FINALIDADE
DO USO
,
STD
(mg/L)
9984
9841
CL128
SEM TERRA (ASSENTAMENTO)
ASSENTAMENTO DOS SEM TERRA
(CORINGA)
060154,8
354359,2
Poço tubular
P úblico
N ão Instalado
N ão equipado
,
CL129
ASSENTAMENTO MST (CORINGA)
060233,1
354453,3
Poço tubular
P úblico
Paralisado
Catavento
,
CL130
SITIO RIACHO DO MACACO
060211,0
354248,2
Poço tubular
P úblico
Paralisado
Catavento
Doméstico Secund ário, Animal,
CL131
SITIO RIACHO DOS MACACOS
060302,8
354307,6
Po ço tubular
Particular
N ão Instalado
N ão equipado
,
CL132
SITIO RIACHO DOS MACACOS
060228,0
354301,1
Poço tubular
Particular
CL133
AROEIRA
060236,4
354145,6
Poço tubular
Particular
CL134
LAGOA DO BOLA
060033,6
354218,8
Poço tubular
Particular
CL135
SITIO BARRA
060012,4
354240,0
Poço tubular
Particular
CL137
SITIO LAGOA DO BOLA
060009,9
354217,5
Poço tubular
Particular
CL138
060342,2
354005,5
Poço tubular
P úblico
CL139
LAGOA DOS NOVILHOS
FAZENDA MONTE LIBANO (LAGOA
DO TANQUE)
060344,1
353854,4
Poço tubular
CL140
LAGOA DA EMA
060238,9
353834,6
Poço tubular
CL141
SAO SEVERINO
060210,0
353900,7
Poço tubular
Particular
CL142
SITIO SAO SEVERINO
060145,7
353836,4
Poço tubular
Particular
CL143
SITIO SAO SEVERINO
060142,0
353844,5
Poço tubular
Particular
CL145
TANQUE DE CIMA
055925,4
353944,2
Poço tubular
Particular
Abandonado
N ão equipado
,
CL146
TANQUE DE CIMA
060049,1
353919,3
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Compressor de ar
Animal,
CL147
060042,3
353915,3
Poço tubular
Particular
Abandonado
N ão equipado
,
CL148
TANQUE DE CIMA
FAZENDA ANGATURANA DO GILDO
II
060057,0
353938,0
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Bomba submersa
Trifásica
Animal,
CL149
LAGOA DOS NOVILHOS
060400,6
353944,4
Poço tubular
Particular
Paralisado
Bomba injetora
Trifásica
,
CL150
SITIO LAGOA DAS PEDRAS
060457,7
353726,3
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Bomba submersa
Animal,
CL151
SITIO LAGOA DA GRAVATA
060535,6
353531,0
Poço tubular
Particular
50,93
N ão Instalado
N ão equipado
,
936,65
CL152
SITIO GRAVATA
060529,1
353528,1
Poço tubular
Particular
50,01
Paralisado
N ão equipado
Doméstico Secund ário, Animal,
761,15
CL153
LAGOA DO CAMPO GRANDE
060508,0
353458,5
Poço tubular
P úblico
Em Opera ção
Compressor de ar
Monof ásica
Animal,
1768
CL154
SITIO GAMELEIRA
060447,5
353522,0
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Bomba submersa
Monof ásica
3588
CL155
SITIO CANTE GRANDE
060510,6
353449,0
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Bomba submersa
Trifásica
Doméstico Secund ário, Animal,
Doméstico Secund ário, Animal,
Agricultura,
47,45
36,3
40
N ão Instalado
N ão equipado
,
Paralisado
N ão equipado
Doméstico Secund ário, Animal,
16965
Em Opera ção
Catavento
Animal,
6292
Em Opera ção
Catavento
Animal,
6578
Paralisado
Bomba centrifuga
Paralisado
Compressor de ar
Monof ásica
Animal,
Particular
Em Opera ção
Compressor de ar
Trifásica
Animal,
7657
Particular
Em Opera ção
Bomba centrifuga
Monof ásica
Animal,
3035,5
Abandonado
N ão equipado
N ão Instalado
N ão equipado
,
Paralisado
Catavento
Doméstico Secund ário, Animal,
32,65
24,05
5,2
Animal,
3880,5
,
16120
6857,5
7241
4342
1010,75
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
C ÓDIGO
PO ÇO
LOCALIDADE
LATITUDE
S
LONGITUDE
W
PONTO DE
ÁGUA
NATUREZA
DO TERRENO
PROF.
(m)
VAZ ÃO
(L/h)
SITUA ÇÃO
DO PO ÇO
EQUIPAMENTO DE
BOMBEAMENTO
FONTE
DE ENERGIA
FINALIDADE
DO USO
Dom éstico Prim ário, Dom éstico
Secund ário,
CL156
PERIMETRO URBANO DEE
SENADOR ELOI DE SOUZA
060210,8
354120,9
Poço tubular
P úblico
Paralisado
Bomba submersa
Trifásica
CL157
CARNAUBA
060444,3
353554,0
Poço tubular
P úblico
Em Opera ção
Bomba submersa
Trifásica
CL158
CARNAUBA
060443,1
353551,9
Poço tubular
P úblico
49,8
Paralisado
N ão equipado
Doméstico Secund ário, Animal,
Dom éstico Prim ário, Doméstico
Secund ário,
CL159
LAGOA DOS CAVALOS
060400,7
353607,0
Poço tubular
Particular
50
Paralisado
Catavento
Doméstico Secund ário, Animal,
CL160
LAGOA DOS CAVALOS
060408,3
353644,1
Poço tubular
P úblico
Em Opera ção
Bomba submersa
CL521
SITIO LAGOA DO MARI
060240,6
353657,6
Poço tubular
P úblico
Em Opera ção
Catavento
DH001
LAGOA DO XAVIER ( POROROCA )
060338,0
353709,2
Poço tubular
Particular
Paralisado
Catavento
DH002
LAGOA DOS ESPINHOS
060413,0
353543,0
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Bomba submersa
DH003
LAGOA DO ESPINHO
060412,2
353743,1
Poço tubular
Particular
Abandonado
N ão equipado
DH004
LAGOA DO ESPINHO
060419,2
353803,3
Poço tubular
Particular
Paralisado
N ão equipado
DH005
POROROCA DE CIMA
060329,7
353757,4
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Compressor de ar
DH006
POROROCA
060313,2
353747,2
Poço tubular
Particular
Em Opera ção
Bomba injetora
Doméstico Secund ário, Animal,
DH007
LAGOA DO TANQUE
060344,3
353821,0
Poço tubular
Particular
Paralisado
Catavento
DH008
NOVA ESPERANCA
060406,8
354101,7
Poço tubular
Particular
Paralisado
Catavento
Doméstico Secund ário, Animal,
Dom éstico Prim ário, Dom éstico
Secund ário,
45
27,5
Trifásica
Monof ásica
STD
(mg/L)
3861
2574
Doméstico Secund ário, Animal,
2613
Doméstico Secund ário, Animal,
Doméstico Secund ário, Animal,
Agricultura,
5921,5
Doméstico Secund ário, Animal,
2671,5
,
,
Monof ásica
2678
Doméstico Secund ário, Animal,
2912
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Senador Elói de Souza
Estado do Rio Grande do Norte
ANEXO 2
MAPA DE PONTOS D’ Á GUA
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diagnóstico do município de senador elói de souza rio