Lição 4
18 de Julho a 24 de Julho
A Saga de Jonas
Sábado à tarde
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Jonas 1-4; II Reis 14:25; Isaías
56:7; 44:8; Mateus 12:40; Apocalipse 14:6-12.
VERSO ÁUREO: “Reconheço, na verdade, que Deus não faz distinção de
pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o
teme e obra o que é justo.” Atos 10:34 e 35.
A SAGA DE JONAS É A NARRATIVA de um profeta hebreu a trabalhar
bem longe da sua zona de conforto. Tendo vivido no reinado de
Jeroboão II, por volta do ano 750 a.C. (II Reis 14:25), Jonas é o único
profeta do Velho Testamento que sabemos ter sido diretamente
chamado para ser missionário num outro país. É repetidamente
afirmada no Velho Testamento, sobretudo em Isaías e Salmos, a
verdade de que o Criador de todas as raças não tinha a intenção de
limitar a Salvação apenas ao Seu povo escolhido, embora a teologia
israelita popular no tempo de Jonas não aceitasse que os Gentios
também estivessem incluídos no plano de Deus, para serem
participantes na Salvação. Esta foi uma lição difícil de ser aprendida
pelos crentes judaicos mesmo nos tempos do Novo Testamento.
Nos quatro capítulos de Jonas, lê-se um relato honesto da relutante
experiência pioneira de Jonas como missionário no estrangeiro, tanto
nos aspetos positivos como nos negativos. Neste livro, está preservada
a reação interior e muito humana de uma pessoa ao chamado de Deus,
bem como um apelo muito forte sobre a necessidade de missões no
estrangeiro. Algumas diretrizes para missionários no estrangeiro e para
testemunhas interculturais brotam deste livro, no qual se apontam
também soluções para algumas questões e problemas que são
enfrentados pelos missionários modernos.
Ano Bíblico: Eclesiastes 1-4.
SOP: Conselhos Sobre Mordomia (Livro), (Capítulo) Compadecer-se dos
Pobres, (160)
O Profeta Falhado
Domingo, 19 de Julho.
Leia II Reis 14:25. O que nos diz o texto acerca de Jonas? Sob que
tipo de luz é ele apresentado?
Além de ser mencionado no livro de Jonas, o profeta só é referido numa
única passagem do Velho Testamento, em II Reis 14:25. Nesta
passagem, ele é honrado como um profeta que predisse a reconquista
por Israel do território tomado pela Síria.
Jonas nascera em Gat-Héfer, uma cidade em Zabulão, no Norte de
Israel, a poucos quilómetros de Nazaré. Significa isto que tanto Jesus
como Jonas eram profetas galileus, separados por cerca de 750 anos.
Leia Jonas 1:1-3, 9, 12; 3:3-10; 2:1-9. Que tipo de imagem apresentam
estes versículos a respeito do profeta, tanto de bom como de mau?
Jonas surge no seu livro numa estranha mistura de força e fraqueza: ao
mesmo tempo determinado e rebelde, mas manobrável e obediente.
Era leal a Deus, corajoso e crente na oração, mas era também
mesquinho, egoísta e vingativo. Enquanto em II Reis 14:25 Jonas é
descrito como um servo do Senhor, no livro que tem o seu nome ele
representa uma figura de certo modo triste e trágica. O facto de ele ter
sido descrito desta maneira franca e imparcial é um sinal da integridade
e da fiabilidade da Bíblia. A tendência natural e humana de qualquer
autor seria disfarçar e esconder os aspetos menos aceitáveis dos heróis
bíblicos. Contudo, sob a inspiração do Espírito Santo, os autores da
Bíblia apresentam o valoroso e o mesquinho na vida das pessoas, a fim
de ilustrar a verdade de que, independentemente de quão fracos e
desagradáveis estes personagens possam ser, Deus é capaz de
trabalhar por seu intermédio, se eles aceitarem.
Que outros personagens bíblicos usou Deus, apesar das suas falhas
de personalidade? Que esperança podemos tirar para nós mesmos
do facto de Deus usar gente afetada e defeituosa no Seu trabalho
de alcançar outros?
Ano Bíblico: Eclesiastes 5-8.
Um Missionário Precoce
Segunda, 20 de Julho.
“Vai a Nínive!”, foi a ordem que Deus deu a Jonas. No Velho Testamento,
o apelo habitual feito às nações era “vinde a Sião”. O plano original de
Deus era que Israel vivesse a sua religião, de modo a tornar a nação tão
atrativa que outras nações fossem até lá para obter orientação (Isa.
56:7).
Jonas, como um precursor dos discípulos do Novo Testamento (Mat.
28:18-20), recebeu ordens para se dirigir até Nínive, um lugar que, para
ele, parecia um centro imundo de idolatria, brutalidade e totalitarismo.
Jonas fez preparativos detalhados para viajar de barco para o Ocidente,
embora Deus o tivesse orientado para ir por terra para o Oriente. Jonas,
o profeta relutante, fugiu na direção oposta.
Leia Jonas 1:3-17. Que lições podemos retirar desta espantosa
narrativa?
A resposta de Deus à fuga de Jonas surgiu na forma de uma tremenda
tempestade. Os ventos obedecem ao seu Criador, ainda que os Seus
profetas não o façam (Marcos 4:41). Jonas ia a dormir no decorrer da
tempestade, enquanto a tripulação pagã orava (Jonas 1:5). Num assomo
de honestidade, ele confessou que era a causa da calamidade e deu
testemunho do verdadeiro Deus e Criador. Repare-se que a sua
resposta – “Eu sou hebreu” – englobava tanto a sua religião como a sua
nacionalidade. Alarmados pela ferocidade da tempestade, os
marinheiros gentios tentavam salvar-se e salvar os passageiros, e
demonstraram compaixão para com Jonas na relutância em dar
cumprimento às orientações do profeta para que fosse lançado borda
fora. (O profeta relutante estava disposto a sacrificar-se a si mesmo para
salvar outros.) Quando os marinheiros finalmente cederam, a
tempestade cessou e o mar tornou-se calmo (v. 15). Os marinheiros
espantados tornaram-se nos primeiros conversos a que Jonas mostrou
o seu Deus, O Qual era capaz de atuar por intermédio de Jonas, ainda
que este fugisse do Seu chamado.
O salvamento de Jonas foi simplesmente tão miraculoso como o
salvamento do navio. Deus preparou “um grande peixe”. O hebraico
original não especifica que tipo de peixe salvou Jonas, ao engoli-lo. Jonas
na barriga do peixe é, certamente, o episódio mais bem conhecido da
história; contudo, não deve obscurecer a mensagem mais profunda de
que Deus ama, tem interesse e tem vontade de salvar todos os povos.
No final, há apenas um Deus, o Criador dos céus e da Terra (ver Isa.
44:8; 45:5 e 6). Qualquer outra coisa a que alguém preste culto de
adoração é idolatria e erro. Qualquer outro “deus”, a quem façam
orações, é imaginário, é uma mentira. Por que razão é tão
importante que compreendamos esta verdade e a interiorizemos,
sobretudo no contexto da missão?
Ano Bíblico: Eclesiastes 9-12.
Nas Entranhas do Grande Peixe
Terça, 21 de Julho.
A experiência de três dias passados nas entranhas do grande peixe
tornou-se num tipo da morte e da ressurreição de Cristo (Jonas 1:172:10; Mat. 12:40). Deus preparou e dirigiu o grande peixe. Embora haja
relatos de pessoas que sobreviveram no mar depois de engolidas por
uma baleia, devemos lembrar-nos de que Deus preparou
especificamente este grande peixe, bem como o poder miraculoso que
manteve o Seu servo enquanto esteve dentro dele. Ou seja, trata-se de
um acontecimento miraculoso que só poderia ter ocorrido mediante a
intervenção sobrenatural do Senhor, O Qual é revelado, ao longo de
toda a Bíblia, como um Deus pessoal que, na verdade, intervém
miraculosamente na vida das pessoas.
Há evidência de que a expressão “três dias e três noites” era uma antiga
figura de estilo que expressava o tempo necessário para a viagem
imaginária até ao Sheol, o termo hebraico para o reino dos mortos.
Considerando o que lhe aconteceu, Jonas devia, na realidade, sentir-se
tão bem como se estivesse morto.
Na barriga do peixe, Jonas começou a orar. O capitão do navio tinha, em
vão, recomendado a Jonas: “invoca o teu Deus” (Jonas 1:6). Agora, numa
situação desesperada, Jonas começou a orar, e a sério, na verdade. Foi
necessário que acontecesse algo tão desesperador para o levar,
finalmente, a fazer o que devia ter estado a fazer o tempo todo. Uma
síntese da prece de Jonas ficou preservada na forma de um Salmo de
gratidão. Estes Salmos incluem, na generalidade, cinco partes: (1)
introdução; (2) descrição do infortúnio; (3) clamor a Deus, pedindo
ajuda; (4) referência à atuação de Deus; e (5) promessa de cumprir
qualquer voto feito e de testemunhar da ação redentora de Deus. Isto é:
Senhor, se Tu me livrares disto, prometo fazer isto e aquilo. Quem é que
não fez já orações deste género? A questão que fica é: Cumprimos nós o
que acordámos fazer?
Leia Mateus 12:40. Em que termos pegou Jesus na história de Jonas
e a aplicou a Si mesmo? Ver também João 2:19-22.
O capítulo termina com estas palavras: “Falou, pois, o Senhor ao peixe e
ele vomitou a Jonas na terra.” Jonas 2:10. A ordem de Deus dada ao
grande peixe conseguiu fazer o que aqueles marinheiros bemintencionados não conseguiram fazer por Jonas. Da mesma maneira,
Cristo ordenou aos discípulos, após a Sua ressurreição, que fossem por
todo o mundo, e assim Jonas, depois da sua aventura debaixo de água,
foi aos Gentios e tornou-se no missionário mais bem-sucedido no Velho
Testamento. O resgate de Jonas foi um testemunho da misericórdia
redentora de Deus. A sua chegada à praia, todo envolto em algas, deu
testemunho da determinação de Deus em salvar da morte até Assírios
pecadores.
Ano Bíblico: Cantares de Salomão 1-4.
A Geração de Nínive
Quarta, 22 de Julho.
Leia Jonas 3. Que grandiosa mensagem se encontra nesta
passagem, no contexto do trabalho missionário e do evangelismo?
“E veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas, dizendo: Levanta-te, e
vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a pregação que eu te
disse.” Jonas 3:1 e 2. Há dois verbos importantes neste texto. Primeiro,
esta é a segunda vez que Deus diz “Vai!”. Deus não desiste. Ele concede
aos seres humanos fracassados uma segunda oportunidade. Uma vez
mais, temos aqui o conceito de missão do Novo Testamento, que é a
ideia de ir às nações, em contraste com o de ficar à espera que as
nações venham a nós.
O outro verbo importante é “prega”. A pregação sempre foi importante
na Bíblia. Continua a ser a maneira mais eficaz de espalhar a mensagem
do Evangelho. Deus enfatizou a Jonas que devia ser “a pregação que eu
te disse”. Isto é, a mensagem que nós proclamamos deve ser a
mensagem de Deus, não a nossa, nem sequer uma versão arranjada,
modificada, ou expurgada da mesma.
A mensagem de Deus é, geralmente, de perigo e promessa, julgamento
e Evangelho. A pregação direta foi: “Dentro de quarenta dias, Nínive vai
ser destruída” (Jonas 3:4, TIC). Esta era a sentença do julgamento.
Contudo, havia também a promessa de esperança, de livramento, de
salvação (tinha de haver, porque as pessoas atenderam à mensagem e
foram salvas).
Mesmo tendo o “evangelho eterno” no seu centro, Apocalipse 14:6-12
adverte igualmente acerca do julgamento. Evangelho e julgamento
andam de mãos dadas; o Evangelho abre-nos o caminho de Deus de
modo a evitarmos a condenação que o julgamento pronunciaria, com
toda a justiça, sobre todos nós.
Não há qualquer pregação do Evangelho totalmente eficaz a menos que
contenha estes elementos. “O politicamente correto”, que leva a uma
diluição destes elementos rigorosos e a uma desvalorização das
diferenças entre religiões ou mesmo entre diferentes tradições cristãs, é
arriscado. Embora na missão precisemos de adaptar a nossa
apresentação às pessoas que estamos a tentar alcançar
(contextualização), nunca o devemos fazer à custa da mensagem que
Deus nos deu para ser proclamada.
Em Jonas 3:5-10, o que aconteceu? Os Ninivitas creram, e agiram de
acordo com a sua crença, exerceram a sua fé e foram salvos.
Deus tem-nos concedido algumas promessas maravilhosas, e
também alguns avisos sérios. O que nos deve ensinar esta história
sobre a condicionalidade dessas promessas e desses avisos?
Ano Bíblico: Cantares de Salomão 5-8.
A Lamentação de Jonas
Quinta, 23 de Julho.
Jonas 4:1-11 confirma que o maior obstáculo com que Deus Se deparou
para conseguir que o Seu profeta se envolvesse na missão mundial não
foi nem a distância, nem o vento, nem os marinheiros, nem o peixe,
nem os Ninivitas. Foi o próprio profeta. A fé ninivita contrastou com a
descrença de Jonas e com o seu espírito vingativo. Jonas é a única
pessoa nas Escrituras a acusar Deus por ser gracioso, compassivo,
tardio em ira e que hesita em enviar a calamidade. Pensar-se-ia que a
maior parte das pessoas consideraria estes aspetos de Deus com
gratidão.
“Quando Jonas viu o propósito de Deus de poupar a cidade que, não
obstante a sua impiedade, tinha sido levada a arrepender-se com saco e
cinzas, devia ter sido o primeiro a ficar alegre com a extraordinária graça
de Deus. Mas, em vez disso, permitiu que a sua mente se fixasse sobre a
possibilidade de ser considerado um falso profeta. Cioso da sua
reputação, perdeu de vista o valor infinitamente maior dos que viviam
naquela infeliz cidade. A compaixão mostrada por Deus para com os
arrependidos ninivitas desgostou ‘Jonas extremamente … e ficou todo
ressentido’.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 181, ed. P. SerVir.
Leia Jonas 4:10 e 11. Que lições nos ensinam estes textos quanto ao
caráter de Deus em comparação com a natureza pecaminosa dos
seres humanos? Por que razão devemos sentir-nos felizes por Deus
ser o nosso Juiz supremo, e não seres humanos nossos
companheiros?
Jonas expressou a sua ira por duas vezes no capítulo 4. Ficou irado
quando Deus mudou de opinião e salvou os mais de cento e vinte mil
habitantes de Nínive. Ficou também irado por a aboboreira ter secado.
O profeta, dominado pelo seu egoísmo, precisava de reordenar as suas
prioridades.
Deus ensinou Jonas a reconhecer a fraternidade humana com base na
paternidade de Deus. O profeta tinha a obrigação de aceitar a
humanidade comum com aqueles “estrangeiros”, embora estes
andassem transviados. Não seriam 120 000 pessoas mais importantes
do que uma aboboreira?
Leia de novo a censura que Deus fez a Jonas. Em que aspetos
poderia o Senhor ter razão para nos dizer algo semelhante? Isto é,
com que frequência damos connosco mais preocupados com as
nossas próprias questões pessoais, muitas das quais, por vezes,
podem ser realmente triviais, do que com as almas perdidas, por
quem Cristo derramou o Seu sangue para as salvar?
Ano Bíblico: Isaías 1-4.
Sexta, 24 de Julho.
ESTUDO ADICIONAL: “O livro de Jonas é muito significativo para a
compreensão do fundamento bíblico da missão, porque trata do
mandado de Deus ao Seu povo a respeito dos povos gentios, e, desse
modo, serve como passo preparatório para o mandato missionário do
Novo Testamento. É, porém, muito importante também por captar um
vislumbre da resistência profunda com que este mandato se depara por
parte do próprio servo que Jeová tinha escolhido para desempenhar a
Sua obra mundial.” – Johannes Verkuyl, Contemporary Missiology
(Missiologia Contemporânea). Grand Rapids, Mich.: Wm B. Eerdmans
Pub. Co., 1978, p. 96.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
“Na história de Nínive há uma lição que devemos estudar
cuidadosamente. ... Devemos conhecer o nosso dever para com os
seres humanos nossos companheiros que são ignorantes e
pervertidos e que necessitam do nosso auxílio.” – Ellen G. White,
The Southern Work (O Trabalho no Sul), p. 80. Qual é o dever que
temos para com estes nossos companheiros humanos?
A Assíria foi uma das superpotências que dominaram o antigo
Próximo Oriente desde cerca de 885 a.C. a 625 a.C.. Israel e Judá
sofreram repetidamente debaixo da sua cruel governação. O rei Jeú
de Israel foi forçado a pagar tributo ao governante assírio
dominador, Salmanazar III. Israel acabou por cair perante as forças
assírias por volta de 722 a.C.. Não é de admirar que Jonas se
mostrasse relutante em ir até Nínive, uma das quatro cidades
principais da Assíria e um centro do culto prestado a Ishtar, deusa
do amor e da guerra. Deus chamara o profeta para ir atuar no
próprio centro espiritual do território inimigo, a fim de chamar ao
arrependimento os aguerridos Assírios. Que lições, a propósito de
missões, retiramos daqui para nós mesmos?
De que modo pode a Igreja remanescente evitar a ideia de que os
conselhos e as bênçãos do Senhor, em áreas como o Sábado, a
Saúde e a Educação, lhe são concedidas para seu próprio benefício,
em vez de para benefício das nações? Leia Apocalipse 3:17 e 18.
Em que aspetos as mensagens dos três anjos de Apocalipse 14:6-12
refletem a mensagem que Jonas tinha para os Ninivitas?
Algumas pessoas rejeitam automaticamente a história de Jonas,
em particular aquela parte em que ele esteve nas entranhas do
peixe. Que pressupostos levariam essas pessoas a rejeitá-la de
imediato? De que pressupostos precisamos nós para acreditar
nela?
Ano Bíblico: Isaías 5-7.
Comentários de EGW, Leitura Adicional: Exaltai-O (Meditações
Matinais, 1992), p. 37.
Moderador
Texto-Chave: Jonas 4:10 e 11.
Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai:
Aprender: A compreender a magnitude do amor de Deus para com
estranhos e a responsabilidade dos que são membros para com a
missão de Deus.
Sentir: Uma nova responsabilidade pessoal pela participação na missão
de Deus no mundo.
Fazer: Demonstrar compromisso espiritual para com a missão
mediante o apoio por meio de oração, finanças e envolvimento
pessoal.
Esboço da Aprendizagem:
I. Aprender: A Misericórdia de Deus Sem Olhar a Fronteiras nem
Culturas.
A. Que razão terá levado a que a natureza da missão de Jonas fosse tão
chocante para os ouvidos judaicos? Que tarefa missionária poderia
Deus confiar-nos hoje em dia capaz de, de igual modo, ofender as
nossas sensibilidades?
B. O livro de Jonas termina de certo modo de forma ambígua, com Deus
a deixar uma pergunta muito direta (Jonas 4:11). O que é que esta
pergunta nos diz a respeito da natureza essencial de Deus?
II. Sentir: Estar “Bem” com Deus.
A. No seu entender, que emoções terá tido Jonas ao ser lançado para
fora do navio e ao ir-se afundando nas águas, perfeitamente consciente
de que tinha sido infiel na sua missão? Deus já teve alguma vez de
descer às profundidades do Oceano para o resgatar?
B. Como é que se sente quando tem consciência de que está no lugar
onde Deus deseja que esteja, a fazer aquilo que Ele lhe pede que faça?
III. Fazer: Evitar Atalhos Espirituais.
A. Que passos práticos podemos dar para ultrapassar o sentimento de
egocentrismo ou de exclusivismo?
B. Como é que se pode evitar vir-se a ser um Jonas dos tempos
modernos?
Sumário:
O livro de Jonas projeta uma luz brilhante sobre a amplidão da
misericórdia de Deus e a profundidade da Sua paciência, tanto para com
os pecadores pagãos de Nínive como para com o relutante profeta
escolhido por Deus para a Sua missão. À medida que a ação se
desenrola, ficamos sem qualquer dúvida de que depender das nossas
próprias sabedoria e inclinações é uma fraca maneira de abordarmos a
missão. É unicamente mediante a submissão à direção de Deus que
podemos começar a entender o alcance do Seu plano missionário e a
nossa função no mesmo.
CICLO DA APRENDIZAGEM
1º PASSO – MOTIVAR!
Realce da Escritura: Jonas 1:8-10.
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Ao longo dos séculos, as
perguntas feitas pelos marinheiros pagãos a Jonas, o profeta do Senhor,
podem ser dirigidas a todos os seguidores de Deus: “Que ocupação é a
tua? E de onde vens?” (Jonas 1:8). Qual é a nossa identidade? Somos nós
verdadeiros discípulos de Deus? Estamos envolvidos na Sua missão? Ou
estamos sempre a fugir para onde é mais confortável?
Só para o Dinamizador: Ao ensinar esta lição, lembre a Unidade de
Ação de que Jonas é mais do que uma história interessante de um
qualquer evento histórico de há muito tempo atrás – ela está repleta de
aplicações espirituais para os dias de hoje. Anime a Unidade de Ação a
encontrar paralelismos na experiência pessoal de cada membro e a
aplicar lições à nossa missão atual como Igreja.
Debate Introdutório: O nome Jonas significa “rola”, e é-nos dito que ele
era filho de Amitai, palavra que significa “fidelidade”. Além disso, ele foi
um profeta de Deus. Daí que o leitor seja levado a esperar que uma rola
fiel seja obediente ao chamado de Deus. No entanto, em vez de se
dirigir para leste, para Nínive, ele fugiu exatamente na direção oposta. É
fácil criticar Jonas à distância de quase três mil anos. Contudo, se
tivéssemos estado no lugar de Jonas, não poderíamos nós ter feito
exatamente a mesma coisa?
Uns anos antes, a Assíria, de que Nínive era uma das capitais, tinha
atacado brutalmente, e conquistado, Israel – um acontecimento que
continuava ainda muito vivo na memória dos Israelitas. De acordo com
Naum, Nínive era “cidade sanguinária, cheia de mentiras e de violências,
sempre ansiosa de pilhagens!” (Naum 3:1, TIC). Não há dúvida de que
Jonas estava perfeitamente ciente de que os Assírios tinham
aprimorado maneiras de executar matanças em massa e que eram
especialistas em empalação e mutilação de corpos humanos. É provável
que ele pensasse que aquele não era o local ideal para um evangelista
público começar uma campanha. No entanto, a ordem de Deus era
clara, e a desobediência de Jonas foi flagrante.
Não foi, porém, apenas o medo que motivou a desobediência de Jonas.
Há historiadores que dizem que Jonas terá sido dominado por um
sentimento de superioridade cultural e por um preconceito religioso
contra os Ninivitas pagãos. Esta mesma tendência humana está hoje
viva e ativa. Como diz a escritora cristã Anne Lamott: “Podes estar certo
de que já criaste Deus à tua própria imagem quando descobres que
Deus odeia exatamente as mesmas pessoas que tu odeias.” – Anne
Lamott, Bird by Bird (Pássaro a Pássaro). Nova Iorque: Anchor Books,
1994, p. 22.
Pense Nisto: Qual seria a maneira de ser de um Jonas dos tempos
modernos? Quais são as “Nínives” da nossa experiência pessoal? Até
que ponto existe um Jonas na vida de cada um de nós?
2º PASSO – ANALISAR!
Só para o Dinamizador: Ao recapitular a lição, realce algum do ar de
graça e de humor na história de Jonas – a qual está cheia de ironias e
surpresas. Sabemos que Jesus nunca falou sem contar uma história,
porque Ele sabia o poder que uma história tem na transmissão de uma
mensagem espiritual (Marcos 4:34).
COMENTÁRIO BÍBLICO
I. Quem És Tu?
(Recapitule com a Unidade de Ação Jonas 1:7 e 8.)
No auge da tempestade que levou a que Jonas fosse atirado ao mar, os
marinheiros pagãos desesperadamente perguntaram-lhe qual era a sua
identidade (Jonas 1:8). Para alguém no meio de uma desobediência a
Deus e que está a fazer o oposto do que lhe tinha sido pedido, a
resposta de Jonas é irónica – e está também impregnada de uma dose
de humor negro: “Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu, que
fez o mar e a terra seca” (Jonas 1:9). Deus pediu a Jonas que fosse para
Nínive, seguindo uma rota em terra seca. Jonas, em vez disso, foi para o
mar. Só que o mar e a terra são domínio de Deus, e Deus serviu-Se de
marinheiros pagãos para lembrar a Jonas a sua verdadeira identidade.
Pense Nisto: Quais são algumas das pistas dadas na narrativa de que
os marinheiros pagãos eram mais fiéis espiritualmente do que Jonas?
II. Não Há Estranhos
(Recapitule com a Unidade de Ação Apocalipse 14:6.)
Em Mateus 28:19 e 20, os discípulos de Jesus são encarregues de ir a
todo o mundo, para fazer discípulos de “todas as nações”. A expressão
grega assim traduzida é panta ta ethne, a qual literalmente quer dizer “a
todos os grupos de pessoas”. Nenhum país, nenhuma língua, tribo,
grupo cultural ou indivíduo fica excluído do âmbito do amor e da graça
de Deus (ver Apoc. 14:16).
Os primeiros Adventistas não tinham qualquer ideia de levar o
Evangelho a todas as nações, muito menos a todos os grupos de
pessoas. De acordo com o seu entendimento, ou talvez racionalização,
os grupos de pessoas do mundo estavam a caminho da América – pelo
que poderiam ser contactadas quando lá chegassem, sobretudo num
lugar com muitos imigrantes, como era o caso da cidade de Nova
Iorque. Ainda hoje há uma certa tendência entre alguns Adventistas de
colocar certos grupos religiosos ou étnicos no cesto dos “muito
difíceis”.
O tema-chave em Jonas é, provavelmente, o amor redentor de Deus por
pessoas que poderíamos considerar estranhas, mesmo pessoas
detestáveis, cruéis, bárbaras, como era o caso dos Assírios. A história é
corretiva quanto ao exclusivismo, que tantas vezes os Israelitas
demonstravam. Deus está claramente envolvido numa ação de redimir
a Sua Criação, e nós não temos o direito de simplesmente ficar
descontraidamente a desfrutar da nossa salvação, esquecendo as
necessidades espirituais do resto do mundo.
Pense Nisto: Que remédio sugere o apóstolo João a uma igreja que
tenha perdido o seu primeiro amor (Apoc. 2:4 e 5)?
III. “E Não Hei de Eu Ter Compaixão?”
(Recapitule com a Unidade de Ação Jonas 4:1-11.)
O maior pecado de Jonas é, provavelmente, a sua falta de empatia. Ao
longo do livro de Jonas, o autor recorre frequentemente ao uso da figura
literária da sátira. Uma das maneiras como ele faz isso é criando uma
série de contrastes. Por exemplo, ele retrata Jonas zangado com Deus
por perdoar Nínive e poupar os seus habitantes (4:1-3). Depois, uns
versículos mais adiante, Jonas mostra-se zangado outra vez – desta vez
porque a sua planta favorita para lhe fazer sombra morrera (4:7-9). É
mais um exemplo de um contraste humoristicamente negro. Jonas ficou
perturbado por causa de uma planta, mas não por causa da morte de
mais de cento e vinte mil pessoas. O autor prossegue então para
apresentar mais um contraste – desta vez entre a falta de empatia de
Jonas e a compaixão de Deus, que todos abrange. Deus dirige a Jonas a
pergunta: “Não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive?”
(4:11). E é com esta pergunta a pairar no ar que o autor do livro de Jonas
conclui a sua história.
Pense Nisto: Quando foi a última vez que ficámos genuinamente
perturbados com o pensamento de haver milhões de pessoas que não
conhecem Jesus? De que maneira podemos aprender a ver estas
pessoas através dos olhos de Deus?
3º PASSO – PRATICAR!
Só para o Dinamizador: Deparamo-nos nesta lição com um
personagem cheio de contradições. Por um lado, ele é um missionário
anão – vira as costas à sua tarefa missionária. Por outro lado, quando
finalmente encara frontalmente a sua tarefa, acaba por levar toda uma
cidade pagã à conversão! Ainda que Jonas fosse infiel, mostrou-se
disposto a morrer para salvar os marinheiros pagãos. Tinha alma de
poeta e veio a tornar-se emocionalmente ligado a uma planta; contudo,
também conseguia ser insensível perante a potencial destruição de uma
cidade.
Convide os membros a manifestarem o que pensam e sentem a
respeito de Jonas. É ele uma pessoa com quem se conseguem
identificar, apesar dos séculos que os separam dele? Porquê?
Aplicação à Vida Real: Se a tendência das ofertas da Escola Sabatina
serve como um indicador, então a grande narrativa do trabalho
missionário global perdeu, na verdade, uma grande dose do seu brilho
entre os Adventistas do Sétimo Dia. Em 1932, durante a crise da Grande
Depressão, a entrega per capita para as ofertas missionárias da Escola
Sabatina foi de $5.83 por membro. Mais de oitenta anos passados, e
com salários exponencialmente mais elevados, a oferta missionária per
capita foi, em 2010, na verdade mais baixa, com uma média de $4.81
por membro. (Ver, de Gina Wahlen, “100 Years of Mission Giving” (100
Anos de Ofertas Missionárias), em Adventist World, 1 de novembro de
2012, pp. 16-19.)
Que atitudes, segundo o nosso parecer, estão a estimular este tipo de
tendências? Quais das nossas atitudes para com a missão mundial da
Igreja precisamos de reexaminar?
4º PASSO – APLICAR!
Só para o Dinamizador: A igreja em Éfeso foi reprovada porque tinha
perdido o seu primeiro amor (Apoc. 2:4). Analise com a Unidade de Ação
até que ponto podemos nós, como Adventistas do Sétimo Dia, ter
perdido algum do espírito missionário. Dar testemunho nem sempre é
fácil. Lembre que mesmo o apóstolo Paulo, depois de tudo o que tinha
feito pelo Evangelho, escreveu da prisão: Orai “por mim, para que me
seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer
notório o mistério do evangelho. Pelo qual sou embaixador em cadeias,
para que possa falar dele, livremente, como me convém falar”. Efésios
6:19 e 20.
Atividade: Trace, juntamente com a Unidade de Ação, um esboço de
estratégia evangelística para Jonas. A tarefa que lhe foi confiada por
Deus é clara: “Vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a
pregação que eu te disse” (Jonas 3:2). Como havia Jonas de apresentar
tal mensagem? Que metodologia devia ele seguir? Porta a porta? Uma
conferência pública? Distribuição de literatura? Analisem as abordagens
que seriam ou não apropriadas. Procurem tratar tanto do conteúdo
como da metodologia. Como deveria a mensagem ser preparada para
que as pessoas a entendessem? Afinal de contas, tal como os
marinheiros no barco de Jonas, aquelas pessoas eram pagãs e,
provavelmente, nunca tinham ouvido falar de Jeová. E não esqueçam
que, no final de tudo, pretende-se poder sair da cidade, se possível, com
vida.
Download

Lição 4 18 de Julho a 24 de Julho A Saga de Jonas