Lição 4 18 de Julho a 24 de Julho A Saga de Jonas Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Jonas 1-4; II Reis 14:25; Isaías 56:7; 44:8; Mateus 12:40; Apocalipse 14:6-12. VERSO ÁUREO: “Reconheço, na verdade, que Deus não faz distinção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e obra o que é justo.” Atos 10:34 e 35. A SAGA DE JONAS É A NARRATIVA de um profeta hebreu a trabalhar bem longe da sua zona de conforto. Tendo vivido no reinado de Jeroboão II, por volta do ano 750 a.C. (II Reis 14:25), Jonas é o único profeta do Velho Testamento que sabemos ter sido diretamente chamado para ser missionário num outro país. É repetidamente afirmada no Velho Testamento, sobretudo em Isaías e Salmos, a verdade de que o Criador de todas as raças não tinha a intenção de limitar a Salvação apenas ao Seu povo escolhido, embora a teologia israelita popular no tempo de Jonas não aceitasse que os Gentios também estivessem incluídos no plano de Deus, para serem participantes na Salvação. Esta foi uma lição difícil de ser aprendida pelos crentes judaicos mesmo nos tempos do Novo Testamento. Nos quatro capítulos de Jonas, lê-se um relato honesto da relutante experiência pioneira de Jonas como missionário no estrangeiro, tanto nos aspetos positivos como nos negativos. Neste livro, está preservada a reação interior e muito humana de uma pessoa ao chamado de Deus, bem como um apelo muito forte sobre a necessidade de missões no estrangeiro. Algumas diretrizes para missionários no estrangeiro e para testemunhas interculturais brotam deste livro, no qual se apontam também soluções para algumas questões e problemas que são enfrentados pelos missionários modernos. Ano Bíblico: Eclesiastes 1-4. SOP: Conselhos Sobre Mordomia (Livro), (Capítulo) Compadecer-se dos Pobres, (160) O Profeta Falhado Domingo, 19 de Julho. Leia II Reis 14:25. O que nos diz o texto acerca de Jonas? Sob que tipo de luz é ele apresentado? Além de ser mencionado no livro de Jonas, o profeta só é referido numa única passagem do Velho Testamento, em II Reis 14:25. Nesta passagem, ele é honrado como um profeta que predisse a reconquista por Israel do território tomado pela Síria. Jonas nascera em Gat-Héfer, uma cidade em Zabulão, no Norte de Israel, a poucos quilómetros de Nazaré. Significa isto que tanto Jesus como Jonas eram profetas galileus, separados por cerca de 750 anos. Leia Jonas 1:1-3, 9, 12; 3:3-10; 2:1-9. Que tipo de imagem apresentam estes versículos a respeito do profeta, tanto de bom como de mau? Jonas surge no seu livro numa estranha mistura de força e fraqueza: ao mesmo tempo determinado e rebelde, mas manobrável e obediente. Era leal a Deus, corajoso e crente na oração, mas era também mesquinho, egoísta e vingativo. Enquanto em II Reis 14:25 Jonas é descrito como um servo do Senhor, no livro que tem o seu nome ele representa uma figura de certo modo triste e trágica. O facto de ele ter sido descrito desta maneira franca e imparcial é um sinal da integridade e da fiabilidade da Bíblia. A tendência natural e humana de qualquer autor seria disfarçar e esconder os aspetos menos aceitáveis dos heróis bíblicos. Contudo, sob a inspiração do Espírito Santo, os autores da Bíblia apresentam o valoroso e o mesquinho na vida das pessoas, a fim de ilustrar a verdade de que, independentemente de quão fracos e desagradáveis estes personagens possam ser, Deus é capaz de trabalhar por seu intermédio, se eles aceitarem. Que outros personagens bíblicos usou Deus, apesar das suas falhas de personalidade? Que esperança podemos tirar para nós mesmos do facto de Deus usar gente afetada e defeituosa no Seu trabalho de alcançar outros? Ano Bíblico: Eclesiastes 5-8. Um Missionário Precoce Segunda, 20 de Julho. “Vai a Nínive!”, foi a ordem que Deus deu a Jonas. No Velho Testamento, o apelo habitual feito às nações era “vinde a Sião”. O plano original de Deus era que Israel vivesse a sua religião, de modo a tornar a nação tão atrativa que outras nações fossem até lá para obter orientação (Isa. 56:7). Jonas, como um precursor dos discípulos do Novo Testamento (Mat. 28:18-20), recebeu ordens para se dirigir até Nínive, um lugar que, para ele, parecia um centro imundo de idolatria, brutalidade e totalitarismo. Jonas fez preparativos detalhados para viajar de barco para o Ocidente, embora Deus o tivesse orientado para ir por terra para o Oriente. Jonas, o profeta relutante, fugiu na direção oposta. Leia Jonas 1:3-17. Que lições podemos retirar desta espantosa narrativa? A resposta de Deus à fuga de Jonas surgiu na forma de uma tremenda tempestade. Os ventos obedecem ao seu Criador, ainda que os Seus profetas não o façam (Marcos 4:41). Jonas ia a dormir no decorrer da tempestade, enquanto a tripulação pagã orava (Jonas 1:5). Num assomo de honestidade, ele confessou que era a causa da calamidade e deu testemunho do verdadeiro Deus e Criador. Repare-se que a sua resposta – “Eu sou hebreu” – englobava tanto a sua religião como a sua nacionalidade. Alarmados pela ferocidade da tempestade, os marinheiros gentios tentavam salvar-se e salvar os passageiros, e demonstraram compaixão para com Jonas na relutância em dar cumprimento às orientações do profeta para que fosse lançado borda fora. (O profeta relutante estava disposto a sacrificar-se a si mesmo para salvar outros.) Quando os marinheiros finalmente cederam, a tempestade cessou e o mar tornou-se calmo (v. 15). Os marinheiros espantados tornaram-se nos primeiros conversos a que Jonas mostrou o seu Deus, O Qual era capaz de atuar por intermédio de Jonas, ainda que este fugisse do Seu chamado. O salvamento de Jonas foi simplesmente tão miraculoso como o salvamento do navio. Deus preparou “um grande peixe”. O hebraico original não especifica que tipo de peixe salvou Jonas, ao engoli-lo. Jonas na barriga do peixe é, certamente, o episódio mais bem conhecido da história; contudo, não deve obscurecer a mensagem mais profunda de que Deus ama, tem interesse e tem vontade de salvar todos os povos. No final, há apenas um Deus, o Criador dos céus e da Terra (ver Isa. 44:8; 45:5 e 6). Qualquer outra coisa a que alguém preste culto de adoração é idolatria e erro. Qualquer outro “deus”, a quem façam orações, é imaginário, é uma mentira. Por que razão é tão importante que compreendamos esta verdade e a interiorizemos, sobretudo no contexto da missão? Ano Bíblico: Eclesiastes 9-12. Nas Entranhas do Grande Peixe Terça, 21 de Julho. A experiência de três dias passados nas entranhas do grande peixe tornou-se num tipo da morte e da ressurreição de Cristo (Jonas 1:172:10; Mat. 12:40). Deus preparou e dirigiu o grande peixe. Embora haja relatos de pessoas que sobreviveram no mar depois de engolidas por uma baleia, devemos lembrar-nos de que Deus preparou especificamente este grande peixe, bem como o poder miraculoso que manteve o Seu servo enquanto esteve dentro dele. Ou seja, trata-se de um acontecimento miraculoso que só poderia ter ocorrido mediante a intervenção sobrenatural do Senhor, O Qual é revelado, ao longo de toda a Bíblia, como um Deus pessoal que, na verdade, intervém miraculosamente na vida das pessoas. Há evidência de que a expressão “três dias e três noites” era uma antiga figura de estilo que expressava o tempo necessário para a viagem imaginária até ao Sheol, o termo hebraico para o reino dos mortos. Considerando o que lhe aconteceu, Jonas devia, na realidade, sentir-se tão bem como se estivesse morto. Na barriga do peixe, Jonas começou a orar. O capitão do navio tinha, em vão, recomendado a Jonas: “invoca o teu Deus” (Jonas 1:6). Agora, numa situação desesperada, Jonas começou a orar, e a sério, na verdade. Foi necessário que acontecesse algo tão desesperador para o levar, finalmente, a fazer o que devia ter estado a fazer o tempo todo. Uma síntese da prece de Jonas ficou preservada na forma de um Salmo de gratidão. Estes Salmos incluem, na generalidade, cinco partes: (1) introdução; (2) descrição do infortúnio; (3) clamor a Deus, pedindo ajuda; (4) referência à atuação de Deus; e (5) promessa de cumprir qualquer voto feito e de testemunhar da ação redentora de Deus. Isto é: Senhor, se Tu me livrares disto, prometo fazer isto e aquilo. Quem é que não fez já orações deste género? A questão que fica é: Cumprimos nós o que acordámos fazer? Leia Mateus 12:40. Em que termos pegou Jesus na história de Jonas e a aplicou a Si mesmo? Ver também João 2:19-22. O capítulo termina com estas palavras: “Falou, pois, o Senhor ao peixe e ele vomitou a Jonas na terra.” Jonas 2:10. A ordem de Deus dada ao grande peixe conseguiu fazer o que aqueles marinheiros bemintencionados não conseguiram fazer por Jonas. Da mesma maneira, Cristo ordenou aos discípulos, após a Sua ressurreição, que fossem por todo o mundo, e assim Jonas, depois da sua aventura debaixo de água, foi aos Gentios e tornou-se no missionário mais bem-sucedido no Velho Testamento. O resgate de Jonas foi um testemunho da misericórdia redentora de Deus. A sua chegada à praia, todo envolto em algas, deu testemunho da determinação de Deus em salvar da morte até Assírios pecadores. Ano Bíblico: Cantares de Salomão 1-4. A Geração de Nínive Quarta, 22 de Julho. Leia Jonas 3. Que grandiosa mensagem se encontra nesta passagem, no contexto do trabalho missionário e do evangelismo? “E veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a pregação que eu te disse.” Jonas 3:1 e 2. Há dois verbos importantes neste texto. Primeiro, esta é a segunda vez que Deus diz “Vai!”. Deus não desiste. Ele concede aos seres humanos fracassados uma segunda oportunidade. Uma vez mais, temos aqui o conceito de missão do Novo Testamento, que é a ideia de ir às nações, em contraste com o de ficar à espera que as nações venham a nós. O outro verbo importante é “prega”. A pregação sempre foi importante na Bíblia. Continua a ser a maneira mais eficaz de espalhar a mensagem do Evangelho. Deus enfatizou a Jonas que devia ser “a pregação que eu te disse”. Isto é, a mensagem que nós proclamamos deve ser a mensagem de Deus, não a nossa, nem sequer uma versão arranjada, modificada, ou expurgada da mesma. A mensagem de Deus é, geralmente, de perigo e promessa, julgamento e Evangelho. A pregação direta foi: “Dentro de quarenta dias, Nínive vai ser destruída” (Jonas 3:4, TIC). Esta era a sentença do julgamento. Contudo, havia também a promessa de esperança, de livramento, de salvação (tinha de haver, porque as pessoas atenderam à mensagem e foram salvas). Mesmo tendo o “evangelho eterno” no seu centro, Apocalipse 14:6-12 adverte igualmente acerca do julgamento. Evangelho e julgamento andam de mãos dadas; o Evangelho abre-nos o caminho de Deus de modo a evitarmos a condenação que o julgamento pronunciaria, com toda a justiça, sobre todos nós. Não há qualquer pregação do Evangelho totalmente eficaz a menos que contenha estes elementos. “O politicamente correto”, que leva a uma diluição destes elementos rigorosos e a uma desvalorização das diferenças entre religiões ou mesmo entre diferentes tradições cristãs, é arriscado. Embora na missão precisemos de adaptar a nossa apresentação às pessoas que estamos a tentar alcançar (contextualização), nunca o devemos fazer à custa da mensagem que Deus nos deu para ser proclamada. Em Jonas 3:5-10, o que aconteceu? Os Ninivitas creram, e agiram de acordo com a sua crença, exerceram a sua fé e foram salvos. Deus tem-nos concedido algumas promessas maravilhosas, e também alguns avisos sérios. O que nos deve ensinar esta história sobre a condicionalidade dessas promessas e desses avisos? Ano Bíblico: Cantares de Salomão 5-8. A Lamentação de Jonas Quinta, 23 de Julho. Jonas 4:1-11 confirma que o maior obstáculo com que Deus Se deparou para conseguir que o Seu profeta se envolvesse na missão mundial não foi nem a distância, nem o vento, nem os marinheiros, nem o peixe, nem os Ninivitas. Foi o próprio profeta. A fé ninivita contrastou com a descrença de Jonas e com o seu espírito vingativo. Jonas é a única pessoa nas Escrituras a acusar Deus por ser gracioso, compassivo, tardio em ira e que hesita em enviar a calamidade. Pensar-se-ia que a maior parte das pessoas consideraria estes aspetos de Deus com gratidão. “Quando Jonas viu o propósito de Deus de poupar a cidade que, não obstante a sua impiedade, tinha sido levada a arrepender-se com saco e cinzas, devia ter sido o primeiro a ficar alegre com a extraordinária graça de Deus. Mas, em vez disso, permitiu que a sua mente se fixasse sobre a possibilidade de ser considerado um falso profeta. Cioso da sua reputação, perdeu de vista o valor infinitamente maior dos que viviam naquela infeliz cidade. A compaixão mostrada por Deus para com os arrependidos ninivitas desgostou ‘Jonas extremamente … e ficou todo ressentido’.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 181, ed. P. SerVir. Leia Jonas 4:10 e 11. Que lições nos ensinam estes textos quanto ao caráter de Deus em comparação com a natureza pecaminosa dos seres humanos? Por que razão devemos sentir-nos felizes por Deus ser o nosso Juiz supremo, e não seres humanos nossos companheiros? Jonas expressou a sua ira por duas vezes no capítulo 4. Ficou irado quando Deus mudou de opinião e salvou os mais de cento e vinte mil habitantes de Nínive. Ficou também irado por a aboboreira ter secado. O profeta, dominado pelo seu egoísmo, precisava de reordenar as suas prioridades. Deus ensinou Jonas a reconhecer a fraternidade humana com base na paternidade de Deus. O profeta tinha a obrigação de aceitar a humanidade comum com aqueles “estrangeiros”, embora estes andassem transviados. Não seriam 120 000 pessoas mais importantes do que uma aboboreira? Leia de novo a censura que Deus fez a Jonas. Em que aspetos poderia o Senhor ter razão para nos dizer algo semelhante? Isto é, com que frequência damos connosco mais preocupados com as nossas próprias questões pessoais, muitas das quais, por vezes, podem ser realmente triviais, do que com as almas perdidas, por quem Cristo derramou o Seu sangue para as salvar? Ano Bíblico: Isaías 1-4. Sexta, 24 de Julho. ESTUDO ADICIONAL: “O livro de Jonas é muito significativo para a compreensão do fundamento bíblico da missão, porque trata do mandado de Deus ao Seu povo a respeito dos povos gentios, e, desse modo, serve como passo preparatório para o mandato missionário do Novo Testamento. É, porém, muito importante também por captar um vislumbre da resistência profunda com que este mandato se depara por parte do próprio servo que Jeová tinha escolhido para desempenhar a Sua obra mundial.” – Johannes Verkuyl, Contemporary Missiology (Missiologia Contemporânea). Grand Rapids, Mich.: Wm B. Eerdmans Pub. Co., 1978, p. 96. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: “Na história de Nínive há uma lição que devemos estudar cuidadosamente. ... Devemos conhecer o nosso dever para com os seres humanos nossos companheiros que são ignorantes e pervertidos e que necessitam do nosso auxílio.” – Ellen G. White, The Southern Work (O Trabalho no Sul), p. 80. Qual é o dever que temos para com estes nossos companheiros humanos? A Assíria foi uma das superpotências que dominaram o antigo Próximo Oriente desde cerca de 885 a.C. a 625 a.C.. Israel e Judá sofreram repetidamente debaixo da sua cruel governação. O rei Jeú de Israel foi forçado a pagar tributo ao governante assírio dominador, Salmanazar III. Israel acabou por cair perante as forças assírias por volta de 722 a.C.. Não é de admirar que Jonas se mostrasse relutante em ir até Nínive, uma das quatro cidades principais da Assíria e um centro do culto prestado a Ishtar, deusa do amor e da guerra. Deus chamara o profeta para ir atuar no próprio centro espiritual do território inimigo, a fim de chamar ao arrependimento os aguerridos Assírios. Que lições, a propósito de missões, retiramos daqui para nós mesmos? De que modo pode a Igreja remanescente evitar a ideia de que os conselhos e as bênçãos do Senhor, em áreas como o Sábado, a Saúde e a Educação, lhe são concedidas para seu próprio benefício, em vez de para benefício das nações? Leia Apocalipse 3:17 e 18. Em que aspetos as mensagens dos três anjos de Apocalipse 14:6-12 refletem a mensagem que Jonas tinha para os Ninivitas? Algumas pessoas rejeitam automaticamente a história de Jonas, em particular aquela parte em que ele esteve nas entranhas do peixe. Que pressupostos levariam essas pessoas a rejeitá-la de imediato? De que pressupostos precisamos nós para acreditar nela? Ano Bíblico: Isaías 5-7. Comentários de EGW, Leitura Adicional: Exaltai-O (Meditações Matinais, 1992), p. 37. Moderador Texto-Chave: Jonas 4:10 e 11. Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai: Aprender: A compreender a magnitude do amor de Deus para com estranhos e a responsabilidade dos que são membros para com a missão de Deus. Sentir: Uma nova responsabilidade pessoal pela participação na missão de Deus no mundo. Fazer: Demonstrar compromisso espiritual para com a missão mediante o apoio por meio de oração, finanças e envolvimento pessoal. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: A Misericórdia de Deus Sem Olhar a Fronteiras nem Culturas. A. Que razão terá levado a que a natureza da missão de Jonas fosse tão chocante para os ouvidos judaicos? Que tarefa missionária poderia Deus confiar-nos hoje em dia capaz de, de igual modo, ofender as nossas sensibilidades? B. O livro de Jonas termina de certo modo de forma ambígua, com Deus a deixar uma pergunta muito direta (Jonas 4:11). O que é que esta pergunta nos diz a respeito da natureza essencial de Deus? II. Sentir: Estar “Bem” com Deus. A. No seu entender, que emoções terá tido Jonas ao ser lançado para fora do navio e ao ir-se afundando nas águas, perfeitamente consciente de que tinha sido infiel na sua missão? Deus já teve alguma vez de descer às profundidades do Oceano para o resgatar? B. Como é que se sente quando tem consciência de que está no lugar onde Deus deseja que esteja, a fazer aquilo que Ele lhe pede que faça? III. Fazer: Evitar Atalhos Espirituais. A. Que passos práticos podemos dar para ultrapassar o sentimento de egocentrismo ou de exclusivismo? B. Como é que se pode evitar vir-se a ser um Jonas dos tempos modernos? Sumário: O livro de Jonas projeta uma luz brilhante sobre a amplidão da misericórdia de Deus e a profundidade da Sua paciência, tanto para com os pecadores pagãos de Nínive como para com o relutante profeta escolhido por Deus para a Sua missão. À medida que a ação se desenrola, ficamos sem qualquer dúvida de que depender das nossas próprias sabedoria e inclinações é uma fraca maneira de abordarmos a missão. É unicamente mediante a submissão à direção de Deus que podemos começar a entender o alcance do Seu plano missionário e a nossa função no mesmo. CICLO DA APRENDIZAGEM 1º PASSO – MOTIVAR! Realce da Escritura: Jonas 1:8-10. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Ao longo dos séculos, as perguntas feitas pelos marinheiros pagãos a Jonas, o profeta do Senhor, podem ser dirigidas a todos os seguidores de Deus: “Que ocupação é a tua? E de onde vens?” (Jonas 1:8). Qual é a nossa identidade? Somos nós verdadeiros discípulos de Deus? Estamos envolvidos na Sua missão? Ou estamos sempre a fugir para onde é mais confortável? Só para o Dinamizador: Ao ensinar esta lição, lembre a Unidade de Ação de que Jonas é mais do que uma história interessante de um qualquer evento histórico de há muito tempo atrás – ela está repleta de aplicações espirituais para os dias de hoje. Anime a Unidade de Ação a encontrar paralelismos na experiência pessoal de cada membro e a aplicar lições à nossa missão atual como Igreja. Debate Introdutório: O nome Jonas significa “rola”, e é-nos dito que ele era filho de Amitai, palavra que significa “fidelidade”. Além disso, ele foi um profeta de Deus. Daí que o leitor seja levado a esperar que uma rola fiel seja obediente ao chamado de Deus. No entanto, em vez de se dirigir para leste, para Nínive, ele fugiu exatamente na direção oposta. É fácil criticar Jonas à distância de quase três mil anos. Contudo, se tivéssemos estado no lugar de Jonas, não poderíamos nós ter feito exatamente a mesma coisa? Uns anos antes, a Assíria, de que Nínive era uma das capitais, tinha atacado brutalmente, e conquistado, Israel – um acontecimento que continuava ainda muito vivo na memória dos Israelitas. De acordo com Naum, Nínive era “cidade sanguinária, cheia de mentiras e de violências, sempre ansiosa de pilhagens!” (Naum 3:1, TIC). Não há dúvida de que Jonas estava perfeitamente ciente de que os Assírios tinham aprimorado maneiras de executar matanças em massa e que eram especialistas em empalação e mutilação de corpos humanos. É provável que ele pensasse que aquele não era o local ideal para um evangelista público começar uma campanha. No entanto, a ordem de Deus era clara, e a desobediência de Jonas foi flagrante. Não foi, porém, apenas o medo que motivou a desobediência de Jonas. Há historiadores que dizem que Jonas terá sido dominado por um sentimento de superioridade cultural e por um preconceito religioso contra os Ninivitas pagãos. Esta mesma tendência humana está hoje viva e ativa. Como diz a escritora cristã Anne Lamott: “Podes estar certo de que já criaste Deus à tua própria imagem quando descobres que Deus odeia exatamente as mesmas pessoas que tu odeias.” – Anne Lamott, Bird by Bird (Pássaro a Pássaro). Nova Iorque: Anchor Books, 1994, p. 22. Pense Nisto: Qual seria a maneira de ser de um Jonas dos tempos modernos? Quais são as “Nínives” da nossa experiência pessoal? Até que ponto existe um Jonas na vida de cada um de nós? 2º PASSO – ANALISAR! Só para o Dinamizador: Ao recapitular a lição, realce algum do ar de graça e de humor na história de Jonas – a qual está cheia de ironias e surpresas. Sabemos que Jesus nunca falou sem contar uma história, porque Ele sabia o poder que uma história tem na transmissão de uma mensagem espiritual (Marcos 4:34). COMENTÁRIO BÍBLICO I. Quem És Tu? (Recapitule com a Unidade de Ação Jonas 1:7 e 8.) No auge da tempestade que levou a que Jonas fosse atirado ao mar, os marinheiros pagãos desesperadamente perguntaram-lhe qual era a sua identidade (Jonas 1:8). Para alguém no meio de uma desobediência a Deus e que está a fazer o oposto do que lhe tinha sido pedido, a resposta de Jonas é irónica – e está também impregnada de uma dose de humor negro: “Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca” (Jonas 1:9). Deus pediu a Jonas que fosse para Nínive, seguindo uma rota em terra seca. Jonas, em vez disso, foi para o mar. Só que o mar e a terra são domínio de Deus, e Deus serviu-Se de marinheiros pagãos para lembrar a Jonas a sua verdadeira identidade. Pense Nisto: Quais são algumas das pistas dadas na narrativa de que os marinheiros pagãos eram mais fiéis espiritualmente do que Jonas? II. Não Há Estranhos (Recapitule com a Unidade de Ação Apocalipse 14:6.) Em Mateus 28:19 e 20, os discípulos de Jesus são encarregues de ir a todo o mundo, para fazer discípulos de “todas as nações”. A expressão grega assim traduzida é panta ta ethne, a qual literalmente quer dizer “a todos os grupos de pessoas”. Nenhum país, nenhuma língua, tribo, grupo cultural ou indivíduo fica excluído do âmbito do amor e da graça de Deus (ver Apoc. 14:16). Os primeiros Adventistas não tinham qualquer ideia de levar o Evangelho a todas as nações, muito menos a todos os grupos de pessoas. De acordo com o seu entendimento, ou talvez racionalização, os grupos de pessoas do mundo estavam a caminho da América – pelo que poderiam ser contactadas quando lá chegassem, sobretudo num lugar com muitos imigrantes, como era o caso da cidade de Nova Iorque. Ainda hoje há uma certa tendência entre alguns Adventistas de colocar certos grupos religiosos ou étnicos no cesto dos “muito difíceis”. O tema-chave em Jonas é, provavelmente, o amor redentor de Deus por pessoas que poderíamos considerar estranhas, mesmo pessoas detestáveis, cruéis, bárbaras, como era o caso dos Assírios. A história é corretiva quanto ao exclusivismo, que tantas vezes os Israelitas demonstravam. Deus está claramente envolvido numa ação de redimir a Sua Criação, e nós não temos o direito de simplesmente ficar descontraidamente a desfrutar da nossa salvação, esquecendo as necessidades espirituais do resto do mundo. Pense Nisto: Que remédio sugere o apóstolo João a uma igreja que tenha perdido o seu primeiro amor (Apoc. 2:4 e 5)? III. “E Não Hei de Eu Ter Compaixão?” (Recapitule com a Unidade de Ação Jonas 4:1-11.) O maior pecado de Jonas é, provavelmente, a sua falta de empatia. Ao longo do livro de Jonas, o autor recorre frequentemente ao uso da figura literária da sátira. Uma das maneiras como ele faz isso é criando uma série de contrastes. Por exemplo, ele retrata Jonas zangado com Deus por perdoar Nínive e poupar os seus habitantes (4:1-3). Depois, uns versículos mais adiante, Jonas mostra-se zangado outra vez – desta vez porque a sua planta favorita para lhe fazer sombra morrera (4:7-9). É mais um exemplo de um contraste humoristicamente negro. Jonas ficou perturbado por causa de uma planta, mas não por causa da morte de mais de cento e vinte mil pessoas. O autor prossegue então para apresentar mais um contraste – desta vez entre a falta de empatia de Jonas e a compaixão de Deus, que todos abrange. Deus dirige a Jonas a pergunta: “Não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive?” (4:11). E é com esta pergunta a pairar no ar que o autor do livro de Jonas conclui a sua história. Pense Nisto: Quando foi a última vez que ficámos genuinamente perturbados com o pensamento de haver milhões de pessoas que não conhecem Jesus? De que maneira podemos aprender a ver estas pessoas através dos olhos de Deus? 3º PASSO – PRATICAR! Só para o Dinamizador: Deparamo-nos nesta lição com um personagem cheio de contradições. Por um lado, ele é um missionário anão – vira as costas à sua tarefa missionária. Por outro lado, quando finalmente encara frontalmente a sua tarefa, acaba por levar toda uma cidade pagã à conversão! Ainda que Jonas fosse infiel, mostrou-se disposto a morrer para salvar os marinheiros pagãos. Tinha alma de poeta e veio a tornar-se emocionalmente ligado a uma planta; contudo, também conseguia ser insensível perante a potencial destruição de uma cidade. Convide os membros a manifestarem o que pensam e sentem a respeito de Jonas. É ele uma pessoa com quem se conseguem identificar, apesar dos séculos que os separam dele? Porquê? Aplicação à Vida Real: Se a tendência das ofertas da Escola Sabatina serve como um indicador, então a grande narrativa do trabalho missionário global perdeu, na verdade, uma grande dose do seu brilho entre os Adventistas do Sétimo Dia. Em 1932, durante a crise da Grande Depressão, a entrega per capita para as ofertas missionárias da Escola Sabatina foi de $5.83 por membro. Mais de oitenta anos passados, e com salários exponencialmente mais elevados, a oferta missionária per capita foi, em 2010, na verdade mais baixa, com uma média de $4.81 por membro. (Ver, de Gina Wahlen, “100 Years of Mission Giving” (100 Anos de Ofertas Missionárias), em Adventist World, 1 de novembro de 2012, pp. 16-19.) Que atitudes, segundo o nosso parecer, estão a estimular este tipo de tendências? Quais das nossas atitudes para com a missão mundial da Igreja precisamos de reexaminar? 4º PASSO – APLICAR! Só para o Dinamizador: A igreja em Éfeso foi reprovada porque tinha perdido o seu primeiro amor (Apoc. 2:4). Analise com a Unidade de Ação até que ponto podemos nós, como Adventistas do Sétimo Dia, ter perdido algum do espírito missionário. Dar testemunho nem sempre é fácil. Lembre que mesmo o apóstolo Paulo, depois de tudo o que tinha feito pelo Evangelho, escreveu da prisão: Orai “por mim, para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho. Pelo qual sou embaixador em cadeias, para que possa falar dele, livremente, como me convém falar”. Efésios 6:19 e 20. Atividade: Trace, juntamente com a Unidade de Ação, um esboço de estratégia evangelística para Jonas. A tarefa que lhe foi confiada por Deus é clara: “Vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a pregação que eu te disse” (Jonas 3:2). Como havia Jonas de apresentar tal mensagem? Que metodologia devia ele seguir? Porta a porta? Uma conferência pública? Distribuição de literatura? Analisem as abordagens que seriam ou não apropriadas. Procurem tratar tanto do conteúdo como da metodologia. Como deveria a mensagem ser preparada para que as pessoas a entendessem? Afinal de contas, tal como os marinheiros no barco de Jonas, aquelas pessoas eram pagãs e, provavelmente, nunca tinham ouvido falar de Jeová. E não esqueçam que, no final de tudo, pretende-se poder sair da cidade, se possível, com vida.