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Toledo
QUARTA-FEIRA
18 de novembro de 2015
»»SAÚDE ANIMAL
Hospital Veterinário da PUC
realiza cirurgia rara em cão
Texto e fotos: Márcio Pimentel
Diagramação: Fabiano Souza
Da Redação
TOLEDO
A cirurgia foi um sucesso! Por
mais clichê que possa parecer, não
há como iniciar este texto de outra forma, ainda mais após acompanhar por quase 4 horas um raro
procedimento cirúrgico realizado
na manhã chuvosa desta terça-feira (17) no Hospital Veterinário da
Pontifícia Universidade Católica
do Paraná em Toledo: a correção
da persistência do duto arterioso.
A doença é uma falha na comunicação da aorta com a artéria pulmonar, o que causa o aumento do
átrio e ventrículo esquerdo e a
‘mistura’ do sangue.
O ‘paciente’ foi Dudu, um simpático cãozinho da raça poodle
com 5 anos. Outro fato raro, porque de acordo com as estatísticas,
um animal com a doença sobrevive, em média, apenas um ano.
Além disso, importante citar que
Dudu mora em Cascavel, porém,
a unidade em Toledo é referência
neste tipo de cirurgia, já realizada em 2007.
DELICADO
O sucesso, entretanto, não veio
por acaso e não também sem causar alguma tensão em todos que
acompanharam a cirurgia. Primeiro a chuva e a possibilidade de
faltar energia durante o procedimento; depois o risco de uma cirurgia tão delicada como essa oferece. Imagine trabalhar sobre um
organismo vivo cujo tamanho é
de aproximadamente uma maçã
pequena ou limão. Proporcionalmente é como operar o coração de
um recém-nascido. Durante aproximadamente três horas este trabalho quase artesanal coube à
doutora Liege Martins, professora
da disciplina de cirurgia no curso
de Medicina Veterinária do campus da PUC em Toledo. Ela é especialista em toracotomia e cirurgia
do tórax, sendo a primeira pessoa
no Brasil a fazer biópsia cardíaca
por videotoracoscopia. “Pela complexidade do processo, é algo que
exige experiência e hoje somos um
centro de referência”, disse com a
mesma voz serena que após todo
esforço deu a boa notícia sobre o
estado de saúde de Dudu.
DIDÁTICA
Além de Liege Martins, as professores Maria Cecília Rorig (da
disciplina de anestesiologia) e
Andréa Meirelles (de clínica)
também acompanharam a cirurgia, um processo multidisciplinar
que teve ainda o médico veterinário Júlio, de Cascavel, que diagnosticou a doença em Dudu.
A cirurgia teve ainda um lado
didático, pois foi acompanhada
por acadêmicos do curso de Medicina Veterinária do 8º período.
Alguns deles também auxiliaram
nas várias etapas que envolvem
um procedimento complexo, mas
realizado com extrema eficiência por profissionais que comprovam a qualidade da PUC-PR e de
seu campus em Toledo. Uma qualidade acompanhada com exclusividade pelo Jornal do Oeste.
Identificar a doença cedo pode significar mais tempo
Da Redação
TOLEDO
Dudu foi diagnosticado
com a doença em seu coração tarde. E poderia ser tarde demais não fossem os
medicamentos e o acompanhamento constante de um
médico veterinário. A cirurgia é curativa, ou seja, é quase zero a chance do cão apresentar novo problema em
seu duto arterioso, uma doença rara, mas de diagnóstico relativamente simples.
Em geral, explicam as
professores Liege Martins,
Maria Cecília Rorig e Andréa Meirelles, da PUC-PR
em Toledo, o animal apresenta sinais de mais cansaço e fica cianótico (roxinho). Um sopro no coração
também pode ser ouvido,
por isso a importância de
procurar um médico veteri-
nário para se fazer um diagnóstico mais preciso.
“A parte mais crítica é
justamente o pós-operatório”, reforça a doutor Liege. Ela explica que, com
a doença, o sangue circula ao contrário e, quando
se fecha a ligação entre os
‘tubos’ por onde o sangue
passa, “vários parâmetros
fisiológicos do animal se
alteram”, reforça.
Em caso de dúvida basta entrar em contato com o
Hospital Veterinário da PUC-PR em Toledo, através do
telefone (0xx45) 3277-8654.
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Hospital Veterinário da PUC realiza cirurgia rara em cão