A RAZÃO
PÁGINA 12
Criança
DEZEMBRO / 2011
Espaço infantil
Um conto com mais um ponto
Tharsila Prates
U
m conto popular
é uma narrativa
geralmente curta, criada e enriquecida pela imaginação
das pessoas. A história vai
sendo recontada e, muitas
vezes, com alterações. Por
isso, existe um ditado que
diz: “Quem conta um conto aumenta um ponto”.
Recentemente, li o
conto Festa no céu, uma
adaptação da escritora
Ana Maria Machado, publicada pela editora FTD.
Aí vai, também com pequenina mudança, a versão que saiu no livro
Lendas, fábulas e apólogos
(volume IV), atribuída a
Luís da Câmara Cascudo,
um dos maiores pesquisadores do folclore e da
etnografia
Curtam:
do
Brasil.
Entre as aves, espalhou-se a notícia de uma
festa no céu. Todas compareceriam e começaram
a fazer inveja aos animais
incapazes de voar.
Imaginem quem foi dizer que iria também à festa... O sapo! Logo ele, pesadão e nem sabendo dar
uma carreira, seria capaz
de aparecer naquelas alturas? (Há quem diga –
Ana Maria Machado, por
exemplo – que, em vez do
sapo, quem se exibiu todo
para ir à festa no céu foi
o jabuti. Mas eu não vivi
naquele tempo e não posso tirar a prova.)
Pois o sapo disse que
tinha sido convidado e
que iria, sem dúvida. Os
bichos só faltaram morrer
de rir. Os pássaros, então,
nem se fala.
O sapo tinha seu plano. Na véspera, procurou
o urubu e deu uma prosa
boa, divertindo muito o
dono da casa. Depois
disse:
– Bem, camarada urubu, quem é coxo parte cedo e eu vou indo, porque
o caminho é comprido.
O urubu respondeu:
– Você vai mesmo?
– Se vou? Até lá, sem
falta!
Em vez de sair, o sapo
deu uma volta, entrou na
camarinha do urubu e,
vendo a viola em cima da
cama, meteu-se dentro,
encolhendo-se todo.
O urubu, mais tarde,
pegou a viola, amarrou-a
a tiracolo e bateu asas
O corpo humano
para o céu – rru-rru-rru…
Nem desconfiava que levava o sapo junto com ele.
Chegando ao céu, o
urubu arriou a viola num
canto e foi procurar as
outras aves. O sapo botou
um olho de fora e, vendo
que estava sozinho, deu
um pulo e ganhou a
“rua”, todo satisfeito.
Nem queiram saber o
espanto que as aves tiveram, vendo o sapo pulando no céu. Perguntaram,
perguntaram, mas o sapo
só fazia conversa mole. A
festa começou e o sapo
tomou parte de grande.
Pela madrugada, sabendo
que só podia voltar do
mesmo jeito da tinha ido,
mestre sapo foi-se esgueirando e correu para
onde o urubu se havia
hospedado. Procurou a vi-
ola e acomodou-se, como
da outra feita.
O sol saindo, acabou-se
a festa e os convidados
foram voando, cada um no
seu destino. O urubu agarrou a viola e tocou-se para
a Terra – rru-rru-rru...
Ia pelo meio do caminho, quando, numa curva,
o sapo se mexeu, e o
urubu, espiando para dentro do instrumento, viu o
bicho lá no escuro, todo
curvado, feito uma bola.
– Ah, camarada sapo!
É assim que você vai à
festa no céu? Deixe de ser
confiado...
E, naquelas lonjuras,
emborcou a viola. O sapo
despencou-se para baixo
que vinha zunindo. E dizia, na queda:
– Béu-Béu! Se desta
Muitas vezes falei como um palhaço,
mas nunca desacreditei na
seriedade da plateia que sorria.
Charles Chaplin
É apenas uma história
A laringe
A laringe é um órgão
com a forma de um cone,
constituído de cartilagens,
músculos e ligamentos.
Está localizada na região
do pescoço, conectando a
faringe à traqueia.
Esse órgão exerce função respiratória e fona tória e também impede a
entrada de partículas estranhas nas estruturas respiratórias.
Função fonatória? É
que as cordas vocais se
encontram no interior da
laringe. Explicando de
modo bem resumido, a vibração das cordas vocais
é a responsável por produzir os sons, a nossa voz.
Elas vibram quando o
ar, que passa por dentro
da laringe, é expirado. A
movimentação dos múscu-
los, juntamente com a articulação das estruturas
bucais, como lábios, língua e bochechas, permi tem a modulação da voz e
a linguagem falada.
Outro detalhe sobre
esse órgão é uma das cartilagens que o formam,
conhecida popularmente
como “pomo de Adão”. O
formato se assemelha a
um livro aberto, só que
com as “costas” viradas
para nós. Fixada a essa
cartilagem está a epiglote,
que tem a tarefa de impedir que substâncias lí quidas e sólidas cheguem
até os pulmões.
Viu como tudo funciona direitinho?
Fonte: Mundo Educação
Rapidinhas
1- Por que a comida
foi presa?
2 - O que tem em dezembro e em nenhum outro mês?
3 - O que é o que é?
Com M, não é duro; com
F, faz vento; com G, é
uma tragada.
4 - O que o tomate foi
fazer no banco?
5 - Por que o marido
da viúva não pode se casar com a cunhada?
6 - O que causa mais
medo a um cachorro?
7 - Qual o contrário de
paixão?
8 - O que está sempre
à nossa frente?
Maria Luísa de
Oliveira Buarque Silva
Tenho muitas histórias
para contar, mas agora só
posso lhe contar uma. Esta história eu vou inventar. Perdoe se ficar “cheia
de rabiscos”, mas, acre dite, escrevo com a minha
alma para você, caro
leitor.
Esta história não é nenhum conto de fadas. É
para mostrar que tudo pode dar certo ou tudo pode
dar errado.
Vou começar dizendo
como é a vida.
Primeiro: Você tem
que entender que a vida é
um quebra-cabeça, com
altos e baixos.
Segundo: Não tente
crescer. Aproveite cada
momento da vida, pois ela
é única, em nenhum lugar
do mundo você vai ter essa mesma vida. Veja que
nem mesmo os gêmeos
têm a mesma vida. Eles
podem ser parecidos, mas
por dentro são diferentes.
Isso ensina que ninguém
deve tentar ser quem não
é. Se tentar fazer isso es-
‘Você tem que
entender que
a vida é um
quebra-cabeça,
com altos e baixos’.
Maria Luísa
tará fugindo da sua pró pria vida. Procure um futuro no qual possa ser
você mesmo, sem nin guém interferindo.
Terceiro: Aconteceu
uma coisa na minha vida
que pode acontecer também na sua. Tento esconder meus erros, mas se os
esconder
nunca
vou
aprender, porque é errando que se aprende, e na
vida se tem muito que
aprender com os outros.
Procure entender isso,
pois se você não tirar esse
erro ou essa dúvida, vai
“levá-la para o caixão”,
que nem a minha professora diz.
Quarto: Se você está
triste, zangado, com raiva,
procure conversar com alguém de confiança, como
seu pai, sua mãe, seu irmão ou irmã, porque desabafar alivia muito. Ex perimente.
Quinto: Quando comecei a escrever, minha mãe
começou a escrever também. Nesse dia aprendi
que podemos influenciar
o outro a fazer coisas que
ele precisa fazer.
Por enquanto é só isso. Aprendi que, se o escritor está inspirado, es crever se torna um paraíso das letras.
Essa é a minha his tória. Espero escrever outras, divertidas, para você.
Tharsila Prates, jornalista,
é frequentadora da Filial São
Paulo (SP).
Fonte: Antologia da literatura
mundial; Lendas, fábulas e apólogos – vol IV; Seleção de Nádia
Santos e Yolanda Lhullier Santos.
Livraria e Editora Logos Ltda. SP.
Bons
tempos
Juquinha vai com a irmã visitar a avó e tenta
certificar-se de que ela
ainda não está caduca:
– Vovó, como é que
as crianças nascem?
A avó, meio sem jeito,
dá a explicação:
– Bem, meus netinhos,
as cegonhas trazem os bebês no bico e os entregam
às suas mães.
O garoto cochicha com
a irmã:
– E aí, contamos a verdade para ela?
Piada
cabeluda
Durante o jantar, o filho pergunta:
– Mamãe, por que papai é careca?
A mãe aproveitou para
fazer elogios:
– É que ele tem muitas
coisas para pensar, ele é
muito inteligente.
O filho quis saber
mais:
– Então, mamãe, por
que você tem tanto cabelo?
Maria Luísa de Oli veira
Buarque Silva, 10 anos, é filha
de um casal de militantes da Filial
Recife (PE).
Um passeio de bicicleta
Preencha as linhas tracejadas, abaixo, com a palavra que melhor define o que
está entre parênteses:
B
I
C
I
C
L
E
T
A
eu escapar, nunca mais
bodas no céu!...
E vendo as serras lá
em baixo:
– Arreda pedra, se não
eu te rebento! Arreda!
Bateu em cima das pedras como um jenipapo,
espapaçando-se todo. Ficou em pedaços. Mas os
outros bichos ficaram com
pena do sapo, juntaram
todos os pedaços, e ele
voltou à vida.
Dizem que é por isso
que os sapos têm o couro
todo cheio de remendos.
___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ (é “irmão” da bolacha)
___ ___ ___ ___ ___ (filhos do mesmo pai)
___ ___ ___ (o mesmo que lar)
___ ___ (enfeite de geladeira)
___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ (é “irmão” da bala)
___ ___ ___ (protege a mão no frio)
___ ___ ___ ___ ___ (lugar aonde você vai todos os dias estudar)
___ ___ ___ (vive escondendo-se debaixo da terra)
___ ___ ___ ___ ___ ___ (fruta de casca verde, usada para preparar vitaminas)
Buuum!!!
Joãozinho chegou à
casa, feliz da vida, e disse
para o pai:
– Você nem imagina.
Botei dinamite debaixo da
cadeira da professora.
– Seu sem-vergonha,
como você teve coragem de
fazer isso? Que coisa feia!
Volte à escola, agora, e
peça desculpas à professora.
– Que escola, pai?
RESPOSTAS: Rapidinhas: 1 - Porque matou a fome; 2 As letras D e Z; 3 - Mole, Fole, Gole; 4 - Tirar extrato;
5 - Porque está morto; 6 - O furacão; 7 - Mãe-teto; 8- O
futuro. Um passeio de bicicleta: biscoito, irmãos, casa,
ímã, chiclete, luva, escola, tatu, abacate.
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Um conto com mais um ponto