Educação Anti-Missionária
Isaías 7:14 – Parte 2 de 2:
Refutação a Apologética Cristã
Lição Anti-Missionária
Por
Uri Yosef, Ph.D., Director of Education
Virtual Yeshiva of the Messiah Truth Project, Inc.
http://virtualyeshiva.com
[O artigo discutido nesta apresentação - http://thejewishhome.org/counter/Isa714_2.pdf]
Copyright © Uri Yosef 2011 for the Messiah Truth Project, Inc.
Tradução: Renato Santos
Todos os direitos reservados
10 de Fevereiro de 2011
Isaías 7:14 e o “Nascimento Virginal”
Parte 2 de 2
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Introdução
Desde o advento do cristianismo há 20 séculos, apologistas cristãos
estiveram ocupados em criar argumentos para defender sua teologia
(consequentemente, o título "apologista" e o produto "apologia").
Como esses argumentos foram refutados e rebatidos através das
responsas dos sábios judeus, novos e mais sofisticados argumentos
foram criados por teólogos cristãos – algo que tem continuado até o
presente momento. Isaías 7:14, sendo um elemento fundamental da
estrutura teológica cristã, tem ganhado uma quantidade significativa
de atenção neste "debate".
Nesta lição, várias apologias cristãs usadas em esforços missionários
para defender a sua interpretação de Isaías 7:14, o chamado "textoprova" para o "nascimento virginal" serão apresentados. Cada um
desses argumentos será seguido pela resposta judaica que a refuta.
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A palavra ‫למָה‬
ְ ‫[ ַע‬almah] significa "virgem", portanto, esta profecia
vaticina o miraculoso nascimento de Jesus.
Alegação:
() Argumento Missionário #1
(Y) Resposta Judaica
• Cada vez que o termo ‫ ַעלְמָ ה‬aparece na • ‫ ַעלְמָ ה‬representa um grupo etário e não
Bíblia Hebraica se refere a uma virgem
um estado de pureza e inocência sexual
• ‫( בְתּולָה‬betulah) é “uma virgem”
• Isaías usa ‫ בְתּולָה‬cinco (5) vezes
() Argumento Missionário #2
(Y) Resposta Judaica
• Isaías usa ‫ַעלְמָה‬
para remover • A referência omitida prova que Isaías
sabia como aplicar ‫בְתּולָה‬
ambiguidades e adicionar precisão
- Isaías aplica ‫ בְתּולָה‬quatro (4) vezes
em referência a uma nação
- Jeremias aplica ‫ בְתּולָה‬sete (7) vezes
em referência a uma nação
• Jeremias usa ‫ בְתּולָה‬15 vezes, oito (8)
das quais se refere a virgem/virgens
• Um estudo de todos os 50 casos de
‫ בְתּולָה‬não deixa dúvidas de que o termo
significa “uma virgem"
Conclusão: ‫ בְתּולָה & ַע ְלמָה‬não são substantivos intercambiáveis​​. A
mulher em Isaías 7:14 é uma jovem grávida.
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Alegação: Esta é um "profecia dupla” com um “cumprimento duplo” – uma
profecia que se cumpriu em duas ocasiões distintas.
() Argumento Missionário
(Y) Resposta Judaica
• “1º cumprimento”
- Immanu’el nasceu no séc 8 aEC
• “Profecias duplas” e "cumprimentos
duplos” são conceitos não-bíblicos
• “2º cumprimento”
- Jesus nasceu na virada da Era
• Se houvesse dois "nascimentos virginais",
o que tornaria o 2º mais especial?
•Isaías 7:15-16 se aplica a Jesus?
() Contra-Argumento Missionário
(Y) Resposta Judaica
• “A profecia dupla" é insinuada pelo
uso de Isaías dos pronomes para
Acaz
- Do pronome Singular “tu” para Acaz
e sua crise pessoal
- Do pronome Plural “vós” para a
Casa de Davi e seu futuro
• Tanto o Rei Acaz e a Casa de Davi foram
ameaçados pela condição
- A referência a Casa de Davi e o pronome
plural “vós" diz respeito a crise militar
- A mensagem dirigida a Acaz usa o
singular “tu” quanto o plural “vós" para
significar que ele e dinastia davídica
seriam preservadas.
Conclusão: As idéias de "profecia dupla" e "duplo cumprimento" são
noções não-bíblicas que nasceram do desespero.
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Alegação: O Hebraico Bíblico não tem tempos.
() Argumento Missionário
(Y) Resposta Judaica
• O Hebraico bíblico é um idioma • O argumento é irrelevante. Como foi
"aspectual"
sem
os
tempos demonstrado na Parte 1 (Pgs 6-7), o
temporais convencionais.
termo ‫ ה ָָרה‬não é um verbo em Isaías 7:14
• Pistas contextuais e gramaticais
determinam o estado temporal do
verbo, quando tempo passado​​,
presente e futuro convencionais.
• Qualquer
idioma usado para a
comunicação humana, tais como Hebraico
nos últimos milênios, necessita ter pelo
menos um tempo passado, presente, e
futuro, devido ao fato de que a
experiência
humana
depende
da
progressão linear de tempo do passado
ao presente para o futuro.
• Quase todos os verbos na Bíblia
Hebraica aparecem conjugados em todos
os três tempos e no imperativo.
Conclusão: O fato de que quase todos os verbos na Bíblia Hebraica
aparecem conjugados em três tempos e no imperativo, prova que a alegação
de que o hebraico bíblico não tem tempos é falsa.
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Alegação: ‫ בְתּולָה‬não é exclusivo a “uma virgem" na Bíblia Hebraica.
() Argumento Missionário
(Y) Resposta Judaica
• O termo ‫בְתּולָה‬, aplicada na Bíblia
Hebraica é ambíguo, pois em alguns
casos refere-se a
- mulheres que são virgens (por ex.,
Levítico 21:3,14, Ezequiel 44:22)
- mulheres com estatus sexual
desconhecidos (por ex., Deuteronômio
32.25, Salmo 148:12, 2Crônicas 36.17)
- mulheres que não são virgens (por
ex., Ezequiel 23:3, Joel 1:8, Ester 2:17
• Uma vez que as alegações sobre as
mulheres que não são virgens são
refutadas, ficará claro que ‫בְתּולָה‬
significa “uma virgem” sem exceções
- Ezequiel 23:3 usa o substantivo
‫( בְתּולִים‬betulim), “um hímen”, o sinal
da virgindade, e não o termo ‫בְתּולָה‬
- Ester 2:17 usa o substantivo ‫בְתּולֹות‬
(betulot), “virgens”, o qual, quando
considerado em contexto o redor da passagem nas proximidades, Ester 2:19-20, não deixa dúvidas de que significa "virgens"
- Joel 1:8 usa o substantivo ‫בְתּולָה‬. No contexto do processo de casamento judaico
tradicional realizado em duas fases, esta mulher foi prometida em casamento a um
homem que encontrou uma morte prematura antes de seu casamento ser consumado
e, portanto, ela ainda estava virgem.
Conclusão: A alegação de que ‫ בְתּולָה‬não é o termo exclusivo para “uma
virgem" não é suportado pela Bíblia Hebraica e é FALSA.
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Alegação: Descartar o “Nascimento Virginal” limita o poder do Criador
() Argumento Missionário
(Y) Resposta Judaica
• Descartar a possibilidade de que a
mulher de Isaías 7:14 era uma virgem
que concebeu de Deus, permanecendo
virgem, iria colocar limitações sobre o
que Deus pode fazer
• A possibilidade de uma mulher poder
conceber com a sua virgindade
permanecendo intacto é reconhecida no
Talmud, embora possa ocorrer somente
por meio de fertilização normal,
• D’us é supremo
• D’us é incorpóreo
Conclusão: Dada a visão judaica de D’us, a questão não é se D’us é
capaz de encarnar através de um "nascimento virginal" engravidando uma
virgem sendo pai de um filho que é o próprio D’us. Em vez disso, a
questão é a necessidade de auto-encarnação, a realização do que é
excluído pela sua natureza incorpórea.
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Alegação: ‫ ָה ַע ְלמָה‬é vertido como παρθενος (parthenos) na Septuaginta (LXX)
() Argumento Missionário
(Y) Resposta Judaica
• A Septuaginta (LXX) é uma antiga • A Septuaginta original era uma tradução da
tradução para o grego da Bíblia metade do século 3 a.E.C. em Grego (koiné)
Hebraica feito por sábios judeus
somente da Torá.
• Esses rabinos educados saberiam • Evidências existentes indicam que a LXX de
traduzir o termo corretamente
hoje é uma tradução grega feita pela Igreja
da Bíblia Hebraica
- Obras de Josefo & São Jerônimo
- Erros, omissões, inconsistências
- Grego Koiné vs. dialeto tardio
- παρθενος não significa exclusivamente “uma
virgem”
Conclusão: A LXX de hoje não é a mesma que a Septuaginta original. A LXX é
uma tradução feita pela Igreja Cristã da Bíblia Hebraica, e Septuaginta Original é
uma tradução somente da Torá feito por estudiosos judeus.
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