UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
UTILIZAÇÃO DO AGROTÓXICO CERCOBIN 700 WP EM
PLANTAÇÃO DE UVA NIÁGARA NA CIDADE DE LOUVEIRA
LAIS MARCELA FRANZIN
Campinas, janeiro de 2013
Lais Marcela Franzin
UTILIZAÇÃO DO AGROTÓXICO CERCOBIN 700 WP EM PLANTAÇÃO DE UVA NIÁGARA NA CIDADE DE LOUVEIRA
LAIS MARCELA FRANZIN – R.A. 004200800191
UTILIZAÇÃO DO AGROTÓXICO CERCOBIN 700 WP EM
PLANTAÇÃO DE UVA NIÁGARA NA CIDADE DE LOUVEIRA
Monografia apresentada ao Curso de
Engenharia Ambiental da Universidade
São Francisco, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. D.r André
Gutierrez Fernandes Beati
Campinas
2012
Augusto
Franzin, Lais Marcela
Utilização do agrotóxico Cercobin 700 WP em
plantação de uva Niágara na cidade de Louveira / Lais
Marcela Franzin. – Campinas, 2012.
47 p.
Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharelado
em Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade
São Francisco.
Orientação de: André Augusto Gutierrez
Fernandes Beati
1. Uva niágara. 2. Agrotóxico. 3. Retenção. 4.
Solo.
I. Beati, André Augusto Gutierrez Fernandes.
LAIS MARCELA FRANZIN
UTILIZAÇÃO DO AGROTÓXICO CERCOBIN 700 WP EM
PLANTAÇÃO DE UVA NIÁGARA NA CIDADE DE LOUVEIRA
Monografia apresentada ao Curso de
Engenharia Ambiental da Universidade
São Francisco, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Ambiental.
Data de aprovação: __/__/____
Banca examinadora:
___________________________________________________________________
Prof. D.r André Augusto Gutierrez Fernandes Beati (Orientador)
Universidade São Francisco
___________________________________________________________________
Prof.ª M.ª Candida Maria Costa Baptista
Universidade São Francisco
___________________________________________________________________
Prof. Luciano Menegali (Examinador)
Universidade São Francisco
Dedico este trabalho aos meus pais
Osmar
Paulo
Franzin
e
Cleusa
Aparecida Biaggi Franzin pelo amor,
dedicação,
apoio
e
incentivo
diversos momentos;
A meu irmão Luis Henrique Franzin;
Aos meus professores.
nos
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus primeiramente, por sempre me iluminar.
Aos meus pais Osmar Paulo Franzin e Cleusa Aparecida Biaggi Franzin, por
acreditarem em mim, me apoiarem em todos os momentos da minha vida e por não me
deixar desistir em nenhuma dificuldade.
A meu irmão Luis Henrique Franzin e a minha cunhada Juliana Lima, que sempre
torceram por minhas conquistas.
Ao professor e orientador André Augusto Gutierrez Fernandes Beati, pela paciência e
confiança, pelas orientações e pela oportunidade concedida em realizar este trabalho.
A professora Cândida Maria Costa Baptista, pelas sugestões, orientações e pela
amizade.
A todos os professores, que durante todos esses anos, proporcionaram a minha
formação profissional e pessoal através da transmissão de seus conhecimentos.
Aos técnicos de laboratório, da Universidade São Francisco, pela paciência e
colaboração em cada etapa do experimento.
Ao Eng.º Agr.º Luiz Carlos Mollo Alarcon, pelas informações e materiais concedidos.
“A persistência é o menor caminho do êxito”
Charles Chaplin
RESUMO
O ser humano vive com o medo de que a produção agrícola sujeita a doenças e
pragas, não seja suficiente para atender as necessidades de uma população cada vez
maior, daí o surgimento de vários agrotóxicos como ferramenta para melhorar ou manter a
produção mundial. O presente trabalho apresentou o uso do fungicida Cercobin 700 WP na
agricultura de uva Niágara da cidade de Louveira, conhecida na região como a cidade da
uva. Com o objetivo de definir o agrotóxico, avaliar seu comportamento e presença no solo,
seus efeitos ao meio ambiente e a saúde humana, além de apresentar os programas de
melhoria realizados pela prefeitura da cidade, foram realizados pesquisas, estudos e
experimento com solo da cidade, que já utilizava o agrotóxico por mais de cinco anos e
verificou-se que houve uma forte interação do fungicida com o solo, pois o composto
acumulou e ficou retido, causando contaminação do mesmo, das águas superficiais e
preocupações aos agricultores, pois além do acumulo, também se percebeu uma
dificuldade na permeabilização da água, um dos fatores mais importante para a agricultura.
Palavras chave: Uva Niágara. Agrotóxico. Retenção. Solo
ABSTRACT
The human is afraid that the agricultural production subject to diseases and pests, is
not enough to answer the needs of growing population and due to this fear that arise several
pesticides as a tool to improve or to keep the production world. The work presents used the
fungicide Cercobin 700WP in the niagara’s grape agriculture in Louveira city, city know as
city of the grape. With the objective to define the pesticide, evaluate your behaviors and
presence in the ground, your effects on the environment and human health, besides
presenting improvement programs undertaken by the city government were realized
research, studies and experiments with soil from the city. It was already used the pesticide
for more than five years and found that there was a strong interaction with soil fungicide,
since the compounds were retained and accumulated causing contamination of the ground,
water and besides this it causes concerns to farmers. These concerns happens because the
accumulations found, and also was noted a difficult in the permeabilization of water, one the
most important factors for local agriculture.
Key words: Niagara Grape. Pesticide. Retention. Soil.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - Estrutura do agrotóxico Cercobin 700 WP ....................................................... 27
FIGURA 2 - Buretas com solo virgem e água ..................................................................... 34
FIGURA 3 - Diluições do fungicida Cercobin 700 WP ......................................................... 35
FIGURA 4 - Relação da absorbância pela concentração do Cercobin. Utilização da
espectrofotômetria UV-Vis mono-feixe realizada em 360nm em relação à amostra
aquosa 2,5 ≤ mg L¹ ≤ 1000 ................................................................................................. 37
FIGURA 5 - Curva de calibração do Cercobin. Utilização da espectrofotômetria UV-Vis
mono-feixe realizada em 360nm em relação à amostra aquosa 2,5 ≤ mg L¹ ≤ 30 ............... 38
FIGURA 6 - Gráfico da Condutividade em função do volume gasto para lavagem das
colunas do solo para as vazões 0,2ml min¹ (80ml) e 0,3ml min¹ (120ml), durante 6,5
horas em acompanhamento do pH ...................................................................................... 40
FIGURA 7 - Concentração do Cercobin obtidos pela análise espectrofotométrica à
partir do valor de Abs realizado em 360nm em diferentes velocidade de
permeabilidade .................................................................................................................... 42
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Classificação dos agrotóxicos quanto à peste alvo e grupo químico
pertencente.......................................................................................................................... 20
TABELA 2 - Classificação toxicológico dos agrotóxicos no Brasil ....................................... 22
TABELA 3 - Classe toxicológica e respectivas cores .......................................................... 22
TABELA 4- Concentração do Cercobin 700 WP obtidos pela análise espectrofotômetro
à partir do valor de Abs realizado em 360nm em diferentes velocidades de
permeabilidade .................................................................................................................... 42
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DDT - 1,1,1-tricloro-2,2-di(ƿ-clorofenil) etano
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
OMS - Organização Mundial da Saúde
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
V/V - Volume por Volume
PPM - Partes por Milhão
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2
HISTÓRIA DA UVA .......................................................................................... 14
2.1 PROCESSO DE PLANTAÇÃO DA UVA ........................................................... 15
3
HISTÓRIA DOS AGROTÓXICOS .................................................................... 17
3.1 OS AGROTÓXICOS E O MEIO AMBIENTE ..................................................... 18
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS ......................................................... 20
3.3 LEGISLAÇÃO.................................................................................................... 23
4
HISTÓRIA DE LOUVEIRA................................................................................ 24
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE LOUVEIRA ...................................... 25
4.2 PROGRAMAS REALIZADOS PELA PREFEITURA DE LOUVEIRA ................. 26
5
CARACTERÍSTICAS DO AGROTÓXICO CERCOBIN ................................... 27
5.1 EFEITOS AO SER HUMANO ........................................................................... 28
5.2 EFEITOS AO MEIO AMBIENTE ....................................................................... 28
5.3 TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO ....................................................................... 29
6
RETENÇÃO DOS AGROTÓXICOS NO SOLO ................................................ 30
7
PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................. 33
7.1 MATERIAIS ....................................................................................................... 33
7.2 AMOSTRAGEM ................................................................................................ 33
7.3
PROCEDIMENTO ............................................................................................ 34
7.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 37
7.4.1 Análise de Acompanhamento.......................................................................... 37
7.4.2 Análise de Lixiviação do Cercobin 700 WP ..................................................... 39
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46
12
1
INTRODUÇÃO
Desde o inicio da agricultura, o ser humano vive com o medo de que a produção
agrícola sujeita a doenças e pragas, não seja suficiente para atender as necessidades de
uma população cada vez maior.
O agrotóxico surge durante o século XX, como uma ferramenta para ajudar a
melhorar ou manter a produção agrícola, entretanto, pode causar danos a quem o utiliza,
contaminar fluxos d’agua e solos, além de acabar com espécies importantes ao equilíbrio
ecológico.
Segundo as leis do Brasil, os limites máximos estabelecidos para contaminantes não
contemplam a maioria dos agrotóxicos aplicados. Isso porque a agricultura e o
conhecimento sobre os aspectos toxicológicos são mais dinâmicos que o desenvolvimento e
a atualização da legislação. Este aspecto interfere diretamente no trabalho de fiscalização e
monitoramento por parte das autoridades competentes, visto que dos inúmeros compostos
orgânicos sintetizados, muitos são agrotóxicos.
A causa avaliada neste trabalho é a retenção do fungicida Cercobin, em solo virgem
com as mesmas características de solo oriundo do processo de plantação de uva.
O local de estudo é a Chácara Nossa Senhora das Graças, localizada na cidade de
Louveira, que é conhecida pela grande diversidade e qualidade das frutas que produz, tendo
como destaque a uva niágara rosada.
Dentro dos estudos realizados, buscou-se explicar a escolha do agrotóxico, que é
classificado como altamente tóxico, e causa inúmeros impactos negativos por ser utilizado
com grande frequência na agricultura. Assim o objetivo deste trabalho foi apresentar o
processo de plantação da uva niágara, a definição do fungicida Cercobin, o seu
comportamento e presença em solo, seus efeitos ao meio ambiente e saúde humana, além
dos programas realizados pela prefeitura da cidade.
Para a realização deste trabalho, buscou-se um levantamento de dados sobre a
cidade do estudo e sobre os agrotóxicos, e desenvolveu-se um experimento prático para
visualizar e obter informações confiáveis sobre o assunto.
As informações obtidas foram divididas em oito capítulos, o primeiro capítulo
apresentou-se a introdução do trabalho, o segundo apresentou-se a história da uva e o
processo de plantação, o terceiro à história dos agrotóxicos, inclusive sua classificação e
legislação, o quarto apresentou-se à história da cidade de Louveira, as características do
município e os programas realizados pela prefeitura, o quinto capítulo descreveu-se as
características do agrotóxico estudado, o Cercobin, bem como seu efeito ao ser humano e
ao meio ambiente, o sexto apresentou-se a retenção dos agrotóxicos no solo. A partir do
13
sétimo capítulo, descreveu-se a parte experimental do trabalho, e neste capítulo,
apresentaram-se os materiais, a amostragem, o procedimento, o resultado e a discussão. E
no oitavo capítulo, mostrou-se a conclusão do trabalho.
Com base nas informações obtidas ações de prevenção e controle podem ser
estudadas e criadas para uma possível reversão do caso.
14
2
HISTÓRIA DA UVA
Nos séculos XV e XVI, a videira surgiu no continente americano, tendo como
primeiro viticultor no Brasil, Fidalgo Braz Cubas, natural da cidade do Porto.
A viticultura brasileira nasceu em São Paulo, através das iniciativas dos colonos
trazidos por Martim Afonso de Sousa.
De acordo com Sousa (1959, p. 41):
a Bahia e Pernambuco apresentam irretorquível documentação da
existência também da viticultura no século XVI. Porém não há como duvidar
da anterioridade da viticultura paulista em relação a estes dois estados.
Esta está ligada aos participantes da expedição martinafonsina, em 1532,
ao passo que as referências às vinhas na Bahia só surgem com as noticias
de Nobrega a às em Pernambuco encontram em João Gonçalves, em 1542,
o seu provável fundador e no relato do Padre Fernão Cardim em 1584, o
primeiro sinal de sua existência.
Em 1553, Manuel de Nobrega deixou a Bahia e partiu a São Vicente, onde declarou:
“ Há nella fructas, que comem os da terra, ainda que não são tão boas
como as de lá, as quaes também creio que se dariam cá, si se plantasse,
porque vejo que se dão uvas e ainda duas vezes ao anno, porém são
poucas por causa das formigas, que fazem muito damno, assim nisto como
em outras.”
Outros testemunhos também foram dados, como de Anchieta, relatando sobre a Vila
de São Paulo de Piratininga.
Nesta época, já existiam variedades de vinhas, porém no habitat litorâneo, elas se
comportavam mal por causa do clima quente e úmido. Assim, através de Braz Cubas, elas
foram
introduzidas
no
planalto,
nos
campos
de
Piratininga,
se
comportando
satisfatoriamente ao clima.
Para o autor,
no Brasil, quando o país dava seus primeiros passos para se introduzir no
mundo civilizado, a videira foi uma das primeiras atividades agrícolas. Já em
São Paulo, sucessor geográfico e politico da Capitania de São Vicente,
deve ser considerado o berço da viticultura brasileira, o primeiro do nosso
território em que a parreira foi introduzida (SOUSA, 1959, p .44).
15
Em Louveira, a uva Niágara rosada surgiu de uma mutação da uva Niágara branca
(oriunda do estado americano do Alabama), ocorrida em 1933 no bairro do Traviú, que na
época pertencia ao então distrito de Louveira, município de Jundiaí.1
O produtor Aurélio Franzin, patrono de tradicional família que hoje reside no bairro
Abadia, foi o autor da descoberta de cachos de cor rosada em galho de uma planta de uva
branca, cultivada nas terras do comendador Antônio Carbonari.¹
Neste mesmo ano, uma outra mutação semelhante ocorreu nos parreiras da Família
Gumiero, onde ocorreu a verdadeira disseminação da uva rosada pela região. Este fato
histórico aliado ao trabalho de famílias tradicionais de viticultores, tornando Louveira
referência de qualidade para a uva niagara rosada.¹
2.1 Processo de Plantação da Uva
FRANZIN, Osmar Paulo. Entrevista.
A primeira etapa do processo consiste em analisar o solo. Em seguida, tirar uma
muda de aproximadamente 70cm do pé franco, que é aquele que não produz o fruto.
Faça feixes de 50 mudas, para facilitar o crescimento das raízes.
Abra uma valeta de aproximadamente 40 a 50cm de profundidade por 60cm de
largura, cave bem o fundo, jogue areia e um pouco de água, até formar um barro mole.
Coloque as mudas na valeta, preencha os lados com terra, jogue mais um pouco de água e
em cima da muda, coloque um pouco de capim, para que os raios do sol não pegue
diretamente na muda.
Espere por 40 dias até formar raíz.
O solo onde será plantado deve ser arado e gradeado. As mudas deverão ser
plantadas com 90cm de distância uma da outra e com 1 metro e 70cm de distância em cada
rua. Estique um arame, com as marcações de 90cm de distância para facilitar o plantio.
Para plantar existem dois modos: um é aquele que uma pessoa vai furando o solo
com uma alavanca, o outro vem colocando a muda no buraco, o outro vem atrás molhando
e outro preenchendo o buraco com terra. O outro modo é aquele que se usa um
compressor, conhecido como caneta, que fura o solo com a pressão da água, outra pessoa
vai colocando a muda no buraco e com a própria pressão da água a terra ao redor vai
fechando o buraco.
1
SITE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE LOUVEIRA. História da Uva em Louveira. Louveira.
Disponível em: < http://www.louveira.sp.gov.br/agricultura.php >. Acesso em: 20 de Julho de 2012.
16
Coloca-se um mourão a cada quatro pés, estique um arame entre eles, coloque uma
estaca a cada muda plantada, amarre a muda na estaca para que os brotos conforme vão
crescendo, possam subir no arame.
Durante um ano, deve-se manter o solo sempre limpo, pois a muda de uva plantada
com muito mato ao redor, não consegue se desenvolver. Passe pelo menos duas vezes,
Dithane e Cercobin.
Após este um ano, no inicio do mês de Julho é feito o enxerto, onde é selecionado o
tipo de uva que se pretende produzir. Retire-se dos pés que já estão produzindo, um
embacelo com gemas sadias. Corte com um canivete o pé da uva plantada em
aproximadamente 8 a 10cm do solo, abre o pé em 4 a 5cm, coloque a embacela com uma
cunha nesta abertura, observando se as cascas estejam juntas, pois o que faz o enxerto
pegar é a união das cascas.
Depois, pegue-se uma juta e arrame o enxerto. Sempre use a juta, pois ele apodrece
naturalmente. Cubra o enxerto com terra, deixando apenas a gema de fora.
Após 40 dias, o enxerto irá brotar. Se o mês for de pouca chuva, poderá demorar até
60 dias.
Quando começar a brotar, passa-se Dithane toda semana, Cercobin a cada 20 dias e
Perfequition algumas vezes, que serve para gafanhotos ou largatos.
Manter limpo até colher o fruto.
17
3
HISTÓRIA DOS AGROTÓXICOS
Em registros na Bíblia, as pragas eram consideradas castigo dos deuses em razão
do comportamento do homem. E para isso, eram feitos rituais religiosos ou magias para
combater as pragas. Os gregos e os romanos tinham deuses específicos para prevenir ou
exterminar pragas.2
Na Idade Média, pouca evolução ocorreu em termos de progresso cientifico. Com o
passar do tempo e por meio de observações e experimentos baseados no método de
tentativa e erro, foram identificados vários compostos químicos eficazes no combate a
insetos e fungos.²
Em 2500 a.C, os sumérios utilizavam o enxofre no combate a insetos. No século XIV,
os chineses começaram a utilizar compostos de arsênio, de ervas, óleos e cinzas, para
tratar sementes e grãos armazenados, bem como compostos à base de mercúrio e arsênio
para combater piolhos e outras pragas.²
No século XVIII, com o desenvolvimento da agricultura, foi introduzida a utilização de
fertilizantes em larga escala. Em decorrência de mudanças, os problemas com as pragas se
agravaram já na metade do século XIX, surgindo os primeiros estudos científicos, visando o
controle de pragas agrícolas. Compostos inorgânicos e extratos vegetais eram utilizados
nessa época.²
No final do século XIX, foram sintetizados diversos compostos, como de enxofre e
cal, usado no combate de doenças causadas por fungos na uva, o arsenito de cobre, o
sulfato ferroso e o fluoreto de sódio. Porém muitos destes compostos utilizados eram muito
tóxicos, como foi o caso do ácido cianídrico.²
Compostos orgânicos de origem vegetal também foram utilizados, é o caso do piretro
ou pó da Pérsia. Porém, em razão da baixa disponibilidade e foto instabilidade, estas não
são usadas na agricultura, apenas em ambiente domésticos. Outros inseticidas naturais
orgânicos são a nicotina e a rotenona.²
No final do século XIX e início do século XX, começaram a ser desenvolvidos
inseticidas orgânicos sintéticos. O marco foi a transformação do composto inorgânico
cianeto de amônio em ureia, presente na urina e sua síntese foi efetuada pelo químico
alemão Friedrich Wöhler em 1828.²
2
SITE DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICA. A Química dos Agrotóxicos. Fevereiro. 2012.
Disponível em: < http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_1/03-QS-02-11.pdf >. Acesso em: 19 de
Agosto de 2012.
18
Os inseticidas orgânicos sintéticos começaram a ser utilizados na década de 1940,
durante a Segunda Guerra Mundial.²
Devido à necessidade de proteger o exército, as pesquisas de novos inseticidas
foram impulsionadas, o que resultou no desenvolvimento de vários agrotóxicos.²
Em 1939, foi descoberto o 1,1,1-tricloro-2,2-di(ƿ-clorofenil) etano, conhecido como
(DDT). Este é classificado como um organoclorado, composto por átomos de carbono (C),
hidrogênio (H) e cloro (Cl). Suas principais características são: insolubilidade em água,
solubilidade em líquidos apolares, como éter e clorofórmio, óleos e gorduras e alta
estabilidade.²
Mesmo com os organoclorados, houve a necessidade de serem desenvolvidos novos
compostos, sendo eles os organofosforados e os carbamatos.²
Os organofosforados foram desenvolvidos nas décadas de 1930 e 1940 para serem
utilizados como armas químicas durante a Segunda Guerra Mundial. Estes são compostos
derivados do ácido fosfórico. A toxicidade aguda é maior, mas são menos persistentes no
meio ambiente, ou seja, sofrem rápida degradação.²
Os carbamatos tiveram seu desenvolvimento associado ao uso da planta
Physostigma Venenosum. Seu extrato aquoso era utilizado em julgamentos de feitiçaria.
Mas na metade do século XIX, foi isolado o grupo carbamato.²
Apesar de existir no mercado um grande número de compostos, existe uma
demanda crescente por novos produtos, uma vez que os organismos desenvolvem
resistência a tais compostos após certo tempo de contato. Outro aspecto importante a
considerar é o surgimento frequente de novos insetos-pragas, plantas daninhas e fungos,
havendo a necessidade do estudo de novos produtos para controlar tais organismos.²
3.1 Os Agrotóxicos e o Meio Ambiente
Segundo Moracci (2008, p.6), “há séculos o homem vem desfrutando cada vez mais
dos benefícios oferecidos pelo meio ambiente, visando maior conforto e bem estar”.
Para o autor,
no Brasil, o poder público tem acompanhando de perto as diversas
ocorrências ambientais provenientes das atividades humanas quando o país
dava seus primeiros passos para se introduzir no mundo civilizado, a videira
foi uma das primeiras atividades agrícolas. Já em São Paulo, sucessor
19
geográfico e politico da Capitania de São Vicente, deve ser considerado o
berço da viticultura brasileira, o primeiro do nosso território em que a
parreira foi introduzida (SOUSA, 1959, p .44).
No Brasil, o poder público tem acompanhado de perto as diversas ocorrências
ambientais provenientes das atividades humanas [...]. Os danos ao meio ambiente
relacionados ao uso de agrotóxicos tornaram-se alvos primários do governo [...],
evidenciando muitas vezes, o despreparo daqueles que deveriam controlar de forma segura
e criteriosa o uso e aplicação desses produtos (MORACCI, 2008, p.6).
Assim coloca o autor,
[As perdas anuais na produção agrícola vem crescendo principalmente por
causa das pragas, fazendo com que o consumo excessivo de agrotóxicos]
desencadeie uma série de preocupações relativas a impactos adversos no
meio ambiente e à saúde (MORACCI, 2008, p .6).
Segundo Werf (1996, apud MORACCI, 2008) os impactos ambientais de um
agrotóxico dependem de quatro importantes fatores: a quantidade de ingrediente ativo
aplicado e seu local de aplicação; sua partição e concentração no ambiente, sua taxa de
degradação e sua toxicidade.
As principais causas de contaminação nos ambientes aquáticos são as aplicações
diretas, a lixiviação do solo, a falta de controle de dosagem de agrotóxicos, a lavagem
inadequada doa galões, plantações próximas às margens dos rios e a falta de sistemas de
drenagem.
A estabilidade ou persistência dos agrotóxicos [...], determina um fator importante na
avaliação do risco toxicológico devido à constatação do efeito cumulativo e prejudicial que
ocorre ao longo da cadeia alimentar mesmo que em pequenas quantidades (MORACCI,
2008, p.8).
Segundo estudos, as condições climáticas também podem variar o comportamento
dos agrotóxicos ao ambiente, ou seja, as altas temperaturas facilitam a disponibilização.
20
3.2 Classificação dos Agrotóxicos
Conforme o Decreto Federal nº 6.913, de 23 de julho de 2009, que complementa o
Decreto Federal nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei n° 7.802, de julho
de 1989 em seu artigo 1º, inciso IV define Agrotóxico como: “ produtos e agentes de
processos físicos, químicos e biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
florestas nativas ou implantadas, de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos,
hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e fauna, a fim de
preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; substâncias e produtos
empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento”.
Após a descoberta das propriedades do DDT, em 1939, a indústria dos agrotóxicos
cresceu consideravelmente.
Segundo Lebre (2000, apud MORACCI, 2008, p.9) A classificação dos agrotóxicos
pode ser expressa de acordo com alguns critérios estabelecidos.
-
a peste alvo do controle, Ex: inseticida, herbicida, fungicida, nematicida, entre
-
ao grupo químico, Ex: carbamatos, piretróides, organoclorados, organofosforados,
outros;
triazínas, entre outros;
-
o grau ou tipo de prejuízo a saúde;
TABELA 1 – Classificação dos agrotóxicos quanto à peste alvo e grupo químico
pertencente
continua
Exemplos
(produto, nome
comercial/substância/agente)
Classificação
quanto à praga
Controlada
Classifcação
quanto ao grupo
Inseticidas
Inorgânicos
Fosfato de Alumínio
Extratos Vegetais
Organoclorados
Óleos Hidrocarbonetos
Aldrin, DDT, BHC
Piretróides Sintéticos
Permetrina, Deltametrina
Inorgânicos
Enxofre
Dinitrofenóis
Binapacril
Antibióticos
Estreptomicina
Fungicidas
21
TABELA 1 – Classificação dos agrotóxicos quanto à peste alvo e grupo químico
pertencente
conclusão
Classificação
quanto à praga
Controlada
Herbicidas
Desfoliantes
Fumegantes
Exemplos
Classifcação quanto ao
grupo
Compostos Formilamina
Triforina
Fentalamidas
Captafol, Captam
Inorgânicos
Cloreto de Sódio
Dinitrofenóis
Dinosebe
Fenoxiacéticos
CMPP
Carbamatos
Profam, Bendiocarbe
Dipiridilos
Paraquate, Diquate
Dinitroanilinas
Nitralina
Benzonitrilas
Bromoxinil, Diclobenil
Glifosato
Round-up
Dipiridilos
Paraquate, Diquate
Dinitrofenóis
Dinosebe
Hidroc. Halogenados
Brometo de Metila, Cloropicrina
Geradores
isocianato
Rodenticidas/
Raticidas
Moluscocidas
Nematicidas
Acaricidas
(produto, nome
comercial/substância/agente)
de
Metil-
Metam, Formaldeídos
Hidroxi-cumarinas
Difenacum
Indationas
Fenil-metil-pirozolona
Inorgânicos (aquáticos)
Sulfato de Cobre
Carbamatos (terrestres)
Metilocarbe, Aminocarbe
Hidroc.Halogenados
Dicloropropeno
Organofosforados
Diclofentiona
Organoclorados
Dicofol, tetradifon
Dinitrofenóis
Dinocap
Fonte: Perez; (1999 apud MORACCI, 2008)
22
Segundo Kotaka & Zambrone; (2001 apud MORACCI, 2008, p.12) “no Brasil, a
classificação toxicológica dos agrotóxicos segue às normas a Organização Mundial da
Saúde (OMS)”.
TABELA 2 – Classificação toxicológica dos agrotóxicos no Brasil
DL50 (via oral) mg.kg
DL50 (via dérmica) mg.kg
Sólidos
Sólidos
Classificação
Classe I “A”
Extremamente
Tóxicos
Classe I “B”
Extremamente
Tóxicos
Líquidos
Líquidos
Todos os produtos cuja DL50 do constituinte ativo for igual
ou inferior a 5 mg.kg (via oral) ou 10 mg.kg (via dérmica)
≤5
≤ 20
≤ 10
CL50
(inalatório)
mg.L (*)
≤ 0,2
≤ 40
Classe III
Mediamente
50<x≤ 500
200<x≤2000
100<x≤1000
400<x≤4000
2,0<x≤20,0
Tóxicos
Classe IV
Pouco Tóxicos
>500
>2000
>1000
>4000
>20,0
Fonte: <http://portal.anvisa.gov.br>
A TABELA 3 mostra à classe toxicológica e as cores correspondentes à classe, que
vem expressas em faixas no rótulo dos produtos.
TABELA 3 – Classe toxicológica e respectivas cores.
Cores
Classificação
Classe I - Extremamente Tóxico
Classe II - Altamente Tóxico
Classe III - Mediamente Tóxico
Classe IV - Pouco Tóxico
Fonte: http://portal.anvisa.gov.br
23
3.3 Legislação
Conforme disposto no art.225, §1º,V, da Constituição Federal de 1988, determina ao
Poder Público: “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
e substâncias que comportem risco para a qualidade de vida e o meio ambiente.”
Conforme observa Fiorillo (2001, p. 384), o Texto Constitucional permitiu o emprego
do agrotóxico, mas tratou de responsabilizar o Poder Público pelo controle das atividades, a
fim de assegurar o direito ao meio ambiente. Contudo, obrigou os entes federados a
estarem presentes na atividade de controle, não deixando livre a negociação entre
produtores e consumidores.
Em relação ao Código de Defesa do Consumidor, uma exigência feita para a
preservação do meio ambiente, é que ela também é uma garantia de qualidade de vida para
o homem. Isto porque, conforme no artigo 4 da Lei n. 8.078 (BRASIL, 1990, p. 01), ao traçar
a Política Nacional de Relações de Consumo, fixa o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida, bem como a transparência das
relações de consumo.
Conforme no artigo 2, I, a e b da Lei n. 7.802 (BRASIL, 1989, p. 01), tratou de definir
agrotóxico como “os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos,
destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de
outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade
seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de
seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como
desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento."
Já, conforme o artigo 1, XLII do Decreto n. 4.074 (BRASIL, 2002, p. 01) que
regulamenta a Lei n. 7.802/89, definiu o “registro do produto como ato privativo de órgão
federal competente, que atribui o direito de produzir, comercializar, exportar, importar,
manipular ou utilizar agrotóxico, seus componentes e afins, reservando aos Estados,
Municípios e Distrito Federal apenas competência para o registro de empresa e prestador de
serviço”.
As características de licenciamento de atividade se encontram fundamentada
legalmente, conforme o artigo 10 da Lei n. 6.938 (BRASIL, 1981, p. 06).
24
4
HISTÓRIA DE LOUVEIRA
A origem do nome do município se deve ao seu primeiro povoador, Gaspar de
Oliveira, que batizou o local com o nome das árvores: Louveira. Gaspar de Oliveira era
casado com dona Páscoa Costa. Do casal constam os seguintes filhos: Ignês de Oliveira
casada com Custódio Mallio, Maria de Oliveira casada com Manoel Lopes Moura, Ana Maria
de Oliveira, casada com João de Prado Leme e João de Oliveira Costa casado com
Catharina Dhorta Oliveira.3
O casal Gaspar de Oliveira e sua esposa instalaram-se no Pouso das Oliveiras onde
possuíam terras e onde os Bandeirantes Paulistas possivelmente descansavam pelas
matas, nas imediações de Jundiaí. ³
Em 1660, João Leme do Prado estava estabelecido em Capivari, bairro de Louveira,
onde também possuía terras. E no mesmo ano, faleceu Gaspar de Oliveira, e naqueles
tempos a Villa de Jundiaí possuía duas outras vilas: Vila de Rocinha e na Vila de Louveira.
Em 31 de Outubro de 1908, a Vila de Rocinha, passou à categoria de Distrito.³
Louveira pertenceu à Jundiaí por mais de 300 anos, quando em 1948, pela Lei nº
233, Vinhedo ex-Rocinha, desmembrou-se de Louveira e daí por diante passou a pertencer
à Vinhedo, porém como bairro.³
A primeira eleição no novo município de Vinhedo, o bairro de Louveira conseguiu
eleger cinco vereadores à Câmara Municipal, residentes em Louveira.
Em Agosto de 1952, os vereadores residentes em Louveira, organizaram uma
reunião para reivindicar a elevação do Bairro à Distrito.³
Em 1º de Janeiro de 1995, por Lei apresentada à Assembléia Legislativa do Estado
de São Paulo, pelo então Deputado Estadual Dr. José Romeiro Pereira, Louveira foi elevada
à categoria de Distrito.³
No dia 15 de Fevereiro de 1963, houve assembleia pró-emancipação de Louveira. E
em 1º de Dezembro do mesmo ano, o povo, em plebiscito, se manifestou pela elevação de
Louveira a município, por 105 votos favoráveis e apenas 32 votos contrários. ³
Em 7 de Março de 1965 realizaram-se as eleições municipais e os seus primeiros
representantes eleitos foram os senhores: Odilon Leite Ferraz para prefeito e Belmiro Niero
para vice. Porém apenas em 31 de Março de 1965, ocorreu a emancipação PolíticaAdministrativa.³
3
SITE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOUVEIRA. História da Cidade. Louveira. Disponível em: <
http://www.portalcamaralouveira.com.br:8180/portal/historia >. Acesso em: 20 de Julho de 2012.
25
4.1 Caracterização do Município de Louveira
Isto está posto desta forma no plano da microbacia hidrográfica do córrego engenho
seco (SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2003). Louveira caracteriza-se como produtor de frutas, destacando-se a cultura de
uva, cultivadas em sua maioria por agricultores familiares.
A cidade está situada a 72 km da capital, a 23 km de Campinas e a 12 km de Jundiaí
pela via Anhanguera. Possui 55 Km² de área e 690m de altitude em sede do município e
950m em sua borda norte, sua bacia hidrográfica é o capivari e o comitê da bacia é o PCJ
(Piracicaba, Capivari, Jundiaí). A vegetação é cerrada e a topografia é acidentada. Suas
coordenadas geográficas são S-23º 05`03” Sul em latitude e W-46º 57`03” Oeste em
longitude.
Segundo a classificação de Koppen, em 15% do território, o clima é mesotérmico de
inverno seco, “tropical de altitude”, mês mais seco com precipitação menor que 30mm,
temperatura média do mês mais quente, maior que 22°C e do mês mais frio menor que
18°C. Os outros 85% restantes do território, possui clima quente úmido, sem estiagem,
inverno menos seco que o tipo anterior, estando sujeito às mesmas variações. Julho é o
mês mais seco e Janeiro o mais chuvoso. A precipitação do mês mais seco é maior que
30mm e menor que 60mm, temperaturas médias para o mês quente, maiores que 22°C e
para o mês mais frio, menores que 18°C. Originando um clima temperado.
Os solos são os massapé e salmourão, classificados como PVA-22, que são os
argissolos vermelho-amarelos (podzólicos vermelhos-amarelos); Distróficos; A-moderado,
textura argilosa e média cascalhenta, fase rochosa relevo ondulado e montanhoso. E o solo
PVA-36, que são os argissolos vermelho-amarelos (podzólicos vermelho-amarelos);
Distróficos; A-moderado, textura média cascalhenta/argilosa, fase pedregosa e rochosa,
com relevo forte e ondulado. Mais afloramentos de rochas.
Isto está posto desta forma no catálogo (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
E ESTATÍSTICA, 2007). Com cerca de 37.125 habitantes, onde 96% está situada na área
urbana e 4% na área rural e densidade demográfica de 637,37 hab/km². Possui 9,40 por mil
de mortalidade infantil, uma taxa de alfabetização de 95,7%, índice de desenvolvimento
humano de 0,800, fuso horário UTC-3, com região administrativa em Campinas e região de
governo em Jundiaí.
Em 20 de Janeiro é comemorado o dia do padroeiro do município, São Sebastião.
26
4.2 Programas Realizados pela Prefeitura de Louveira
FRANZIN, Osmar Paulo. Entrevista.
São realizados programas de controle e prevenção sobre os agrotóxicos
utilizados no plantio de uva para os agricultores, entre eles estão:
- Palestras sobre desenvolvimento de novos agrotóxicos.
- Palestras de informações sobre os agrotóxicos utilizados.
- Exames de saúde para os agricultores, realizados por profissionais da Unicamp.
- Análises de solo.
- Compra de agrotóxicos em menor preço para os agricultores.
- Recolhimento das embalagens.
27
5
CARACTERÍSTICAS DO AGROTÓXICO CERCOBIN
O composto escolhido para este trabalho foi o Cercobin 700. 4
Um dos fatores que levou a está escolha, foi a quantidade de vezes que este
agrotóxico é utilizado durante o plantio da uva.4
O Cercobin é um fungicida sistêmico empregado no controle de doenças fúngicas em
diversas culturas.4
É classificado como grupo dos benzimidazol, possui como ingrediente ativo o
Thiophanate Methyl e sua composição consiste em Dimethyl 4,4’-(0-phenylene) bis-(3thioallophanate), com concentração de 700g/kg. 4
Possui propriedades físico-químicas, onde o estado físico é sólido, em forma de pó,
na cor creme, com odor característico, pH de 6,00 (+/- 0,76), não inflamável a temperatura
inferior a 150°C, com densidade de 0,4g/ml, solubil idade de 22,1mg/l em água e não é
considerado explosivo. 4
Sua classe toxicológica corresponde à I (Extremamente Tóxico), e a FIGURA 1
mostra à fórmula estrutural . 4
Fonte: < http://www.ihara.com.br/upload/produtos/fispq/1301926281.pdf>
FIGURA 1 – Estrutura do agrotóxico Cercobin 700 WP
O Cercobin é classificado como estável, não há reações perigosas conhecidas e a
queima produz monóxido de carbono, dióxido de carbono, óxidos nitrosos, outras
substâncias orgânicas não identificáveis e sulfetos. 4
Na plantação de uva, o fungicida é aplicado três vezes durante a safra, com intervalo
de 7 a 10 dias, para as doença de antracnose, oídio, mofo-cinzento, mancha-das-folhas e
podridão-da-uva-madura. 4
4
SITE DA INDÚSTRIA IHARA. Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico. Julho.
2008. Disponível em: < http://www.ihara.com.br/upload/produtos/fispq/1301926281.pdf >. Acesso em:
29 de Outubro de 2012.
28
5.1 Efeitos ao Ser Humano
Para o ser humano, o mecanismo de ação tóxica aguda não está estabelecido,
porém em estudos em animais de laboratório, a toxicidade foi identificada em alguns
tecidos. 4
A via de exposição é de 80 a 85% por via oral e em menor intensidade por dérmica. 4
O Carbendazim é um metabólito ativo do tiofanato-metilico. Após absorção, o
Carbendazim é distribuído por alguns dos tecidos, atingindo altas concentrações no fígado.
Têm excreção renal e biliar em até 72 horas. Nos ratos as enzimas microssomais hepáticas
são alteradas. 4
A toxicidade aguda é:
DL50 Oral em ratos: >4000mg/kg
DL50 Dérmica em ratos: >4000mg/kg
CL50 Inalatória em ratos (4horas): >20mg/L
Os principais sintomas de intoxicação aguda pelo Tiofanato Metílico, são tremores,
convulsões, sangramento nasal, lacrimejamento, falta de ar e desaparecimento do tônus
musculares. 4
A toxicidade crônica é: o produto não é considerado carcinogênico, teratogênico ou
mutagênico e sem efeitos reprodutivos. 4
5.2 Efeitos ao Meio Ambiente
O fungicida Cercobin é classificado como de mobilidade intermediária, com
persistência e degradabilidade média. 4
A toxicidade ecológica é:
Toxicidade para peixes CL(I)50 (96 horas): 78,146mg/l
Toxicidade organismos de solo CL(I)50: 7,0710mg/l
Toxicidade para algas CE(I)50 (96 horas): 1,91mg/l
Toxicidade para abelhas DL50 (24 horas): >20µg/abelha
29
5.3 Tratamento e Disposição
O tratamento mais adequado para o fungicida Cercobin é desativar o produto através
de incineração em fornos adequados com câmaras de lavagem de gases efluentes e
aprovados por órgão competente. 4
Caso o produto se torne impróprio para utilização ou em desuso, consulte o
fabricante para a devolução ou destinação final. 4
Para as embalagens usadas, estas quando vazias não devem ser lavadas, apenas
armazenar em local coberto, ventilado e com piso impermeável. 4
30
6
RETENÇÃO DOS AGROTÓXICOS NO SOLO
Devido a persistência, a toxicidade e a bioacumulação, os agrotóxicos, como
poluentes, pode-se tornar um problema ambiental.
O comportamento dos agrotóxicos define-se pela maneira de que suas moléculas
agem em determinado ambiente. Esse comportamento no solo é regulado pelas
propriedades de compostos, do meio e das condições climáticas. As propriedades mais
importantes incluem: ionizabilidade, solubilidade em água, pressão de vapor, retenção pelo
solo e longevidade.5
O destino de um agrotóxico é o resultado final que é dado a suas moléculas após a
sua entrada e atuação no ambiente, mediante os processos de retenção, transformação e
transporte e a interação íntima entre eles.5
A retenção dos agrotóxicos é normalmente denominada de sorção, sem especificar a
natureza da interação entre o soluto e o sorbente. A sorção envolve os processos de
adsorção, absorção e dessorção. 5
A adsorção descreve a transferência das moléculas do agrotóxico, da fase móvel
(líquida ou vapor) para a fase estacionária (partículas do solo). Esse processo inclui tanto a
adsorção na interface sólido-líquido (superfície do mineral) quanto a adsorção no interior de
uma matriz sorbente (dentro da matéria orgânica), reduzindo assim a mobilidade das
moléculas orgânicas no solo. Dessa forma, a retenção determina a eficiência agronômica
dos agrotóxicos e tem papel importante para a qualidade ambiental. Para compostos iônicos
e ionizáveis, a sorção sobre as superfícies minerais tem um papel importante principalmente
em solos e sedimentos com baixo conteúdo de carbono orgânico. 5
A dessorção representa o processo inverso. No caso de muitos compostos
orgânicos não polares e não iônicos, o processo de adsorção é geralmente dominante
quando comparado à absorção pelas plantas. A captação pelas plantas dos agrotóxicos do
solo é a maior fonte de bioacumulação na cadeia alimentar.5
As duas características mais importantes que determinam a adsorção de um
agrotóxico ao solo é o conteúdo de matéria orgânica e a solubilidade em água do composto.
Em geral, os agrotóxicos com baixa solubilidade em água são fortemente adsorvidos. A
5
SITE DA EMBRAPA. Comportamento e Destino de Agrotóxicos no Ambiente Solo-Água.
Disponível em: <
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/SilvaFay_ComportamentoDestinoAgrotoxicos_000f
drcas1l02wx5eo0a2ndxysl4vpfn.pdf >. Acesso em: 11 de Outubro de 2012.
31
adsorção de um agrotóxico não iônico nos solos e sedimentos depende diretamente do
conteúdo de carbono orgânico da fase adsorvente. O conteúdo de carbono orgânico no solo
geralmente diminui com a profundidade, enquanto o conteúdo de argila frequentemente
aumenta. 5
Um agrotóxico, quando adicionado ao sistema solo-água, pode atingir o
equilíbrio
entre o que está dissolvido na solução e o que está absorvido nas partículas do solo. A
adsorção é descrita pela utilização das isotermas de adsorção, enquanto a quantidade
adsorvida é registrada como função da concentração, no equilíbrio, da espécie adsorvida
em solução. 5
Todo composto químico liberado no ambiente sofre uma distribuição diferencial nos
vários compartimentos ambientes atingindo a condição de equilíbrio. Vários mecanismos
podem ser responsáveis por esse transporte, como as propriedades do composto e a
quantidade de água no solo. A mobilidade de um composto no solo está relacionada aos
processos de escoamento superficial e lixiviação, ocorrendo principalmente por fluxo de
massa e dependentes da taxa de transporte de água, tendo relação direta com a quantidade
de chuva, irrigação e evapotranspiração. 5
A lixiviação é o transporte de solutos para camadas subsuperficiais e é
responsável pelo transporte de agrotóxicos. A quantidade de agrotóxico que lixivia abaixo da
zona radicular depende das propriedades físico-químicas do agrotóxico, das condições
agroclimáticas, e do tempo necessário para que a água transporte a molécula. Sob
condições normais, a quantidade é tipicamente menor do que 1% da massa aplicada, mas
sob certas é circunstâncias pode atingir mais de 5%.5
A velocidade de lixiviação descreve com o aumento do teor de matéria orgânica e a
profundidade do solo com alta atividade biológica. “O transporte de massa pelo fluxo de
água através do perfil do solo está na dependência da direção e da velocidade do fluxo de
água e das características da sorção do agrotóxico com o solo. Esse movimento pode
ocorrer com o agrotóxico dissolvido ou em suspensão. O transporte por convecção do soluto
depende da velocidade do fluxo no meio poroso”. 5
No processo de dispersão, os agrotóxicos movem-se de alta para baixa
concentração como resultado do movimento molecular ao acaso. Essa dispersão pelos
poros do solo é mais lenta do que em solução, porque a rota é restrita e tortuosa, e o
agrotóxico interage com as partículas sólidas do solo. 5
Assim coloca os autores resumidamente,
“Na absorção há a penetração do composto em um organismo, através da
membrana celular, para, então, sofrer alterações; na adsorção, composto
fica aderido à superfície das partículas e pode sofrer influências da solução
32
do solo. O movimento de agrotóxicos é inversamente proporcional à sorção.
Várias propriedades dos solos afetam o mecanismo e o grau de sorção de
agrotóxicos. Os processos de sorção tendem a limitar a taxa de
biodegradação de agrotóxicos no solo” (SPADOTTO; JUNIOR; DORES;
GLEBER; MORAES, 2010, p .15).
33
7
PARTE EXPERIMENTAL
7.1 Materiais
- Pote Plástico de 2L
- Peneira Metálica de 850 µm
- Buretas de Vidro
- Gaze
- Espátula
- Bomba a Vácuo
- Cronometro
- Provetas
- Vidro Relógio
- Balança Analítica
- Pipetas
- Balão Volumétrico
- Espectrofotômetro
- Cubetas
- Béquer
- pHmetro
- Condutivimetro
7.2 Amostragem
O processo de amostragem foi realizado em no sítio Nossa Senhora das Graças, na
cidade de Louveira. Coletou-se em uma profundidade de 30cm, um solo “virgem”, com as
mesmas características do solo onde é realizado o plantio de uva. Colocou-se em potes de
plástico de 2L, os quais foram protegidos de luz e mantidos em local fresco até o
armazenamento no laboratório.
34
7.3 Procedimento
Inicialmente, peneirou-se o solo virgem em uma peneira metálica de 850 µm de
tamanho. Em duas buretas de vidro identificadas, colocou-se um pedaço de gaze na ponta e
completou-se com o solo peneirado até a medida de 30 ml. Acrescentou-se água destilada
para umedecer e compactar o solo, como pode se notar abaixo (FIGURA 2). Para sucção da
água destilada, utilizou-se uma bomba a vácuo.
Fonte: Autora (2012)
FIGURA 2 – Buretas com solo virgem e água.
35
Para sucção da água destilada, utilizou-se uma bomba a vácuo.
O gotejamento foi cronometrado até atingir a medida de 5 ml da proveta, podendo-se
verificar a velocidade do gotejamento.
Na bureta 1, a velocidade encontrada foi de 0,2 ml/min e na bureta 2, a velocidade foi
de 0,3 ml/min.
O segundo passo do experimento, foi pesar-se um grama do fungicida Cercobin em
um vidro relógio.
Em um balão volumétrico de 1000 ml, colocou-se o fungicida, completou-se com
água de torneira e agitou-se a mistura.
Da mistura que estava no balão volumétrico de 1000 ml, pipetou-se 25 ml, adicionouse em outro balão de 50 ml e completou-se novamente com água de torneira, obtendo-se
uma concentração de 500 partes por milhão (ppm).
Da mistura de 500 ppm, pipetou-se 25 ml, adicionou-se em um balão de 100 ml,
completou-se com água e obteve-se uma concentração de 250 ppm.
Estas diluições foram feitas até a concentração de 5 ppm, como se pode notar
abaixo na (FIGURA 3).
Fonte: Autora (2012)
FIGURA 3 – Diluições do fungicida Cercobin 700WP
O terceiro passo do experimento foi obter o grau de absorbância do fungicida
Cercobin.
36
Limparam-se as cubetas com água destilada e seco-as. Em uma cubeta, apenas
adicionou água destilada, para ser o branco e poder zerar o espectrofotômetro. Em outras
cubetas, utilizaram-se as diluições feitas para serem as amostras, podendo ser feitas
leituras de comprimento de onda no aparelho, onde se obteve o comprimento de 360 nm.
Após 24 horas de descanso do solo na bureta, colocou-se em cada bureta 5 ml da
mistura de 1000 ppm, cronometrou-se o tempo da filtração e utilizou-se como branco. Para
amostra, foram adicionados 5 ml de água destilada consecutivos e também cronometrou-se
os tempos.
Analisaram-se nas respectivas amostras o grau de absorbância, o pH e
a
condutividade.
Depois de 21 dias, realizou-se uma diluição de ácido acético a 25% (v/v), onde se
adicionou 62,5 ml de ácido acético em um balão volumétrico de 250 ml e completou-se até a
medida com água destilada.
Em seguida, tiraram-se os solos das buretas e colocaram-se em dois béqueres
respectivos. No béquer um com o solo da bureta 1, adicionou-se 100ml de água destilada e
no segundo béquer, com o solo da bureta 2, adicionou-se 100ml da diluição do ácido
acético. Agitou-se e filtrou-se com auxilia de bomba a vácuo os solos.
Foram realizadas as leituras dos parâmetros de absorbância no espectrofotômetro,
com 360nm de onda de comprimento, pH e condutividade. Para a mistura da água destilada,
utilizou-se como branco uma cubeta de água destilada, e para a mistura de ácido acético,
utilizou-se como branco uma cubeta da diluição pura do ácido acético.
Após as leituras, realizou-se uma diluição de 50% das misturas, ou seja, pegou-se 50
ml das misturas e completou-se até 100 ml com água destilada, cada mistura em uma
proveta. E novamente analisaram-se os mesmos parâmetros, com as mesmas respectivas
amostra em branco.
Outra diluição foi realizada, porém de 90%, ou seja, utilizou-se 10 ml da diluição de
50% e completou-se com 90 ml de água destilada. Ambas para a amostra de água destilada
(solo 1), como para a amostra de ácido acético (solo 2). Novamente analisou-se os mesmos
parâmetros.
37
7.4 Resultados e Discussão
7.4.1 Análise de acompanhamento
Para a construção da curva analítica utilizando da espectrofotometria UV-Vis fora
realizado primeiramente a leitura de diversos comprimentos de onda, a fim de determinar
qual a melhor região de absorção do fungicida Cercobin, uma vez que não fora encontrado
na literatura. O comprimento de onda (λ) 360 nm na região do UV fora determinado através
da investigação manual de uma amostra de 10 mg L-1.
A partir do melhor valor de 360 nm, como sendo o melhor comprimento de onda
encontrado realizou a construção da curva analítica, correlacionando a concentração do
fertilizante em função da absorbância. Os padrões de concentração foram preparados
utilizando o produto comercial em uma faixa de concentração de 2,5 ≤ mg L-1 ≤ 1000, de
acordo com a Figura 4.
0,25
0,20
ABS.
0,15
0,10
0,05
0,00
0
200
400
600
800
1000
Conc. / mg L-1
Fonte: Autora (2012)
FIGURA
4
–
Relação
da
Absorbância
pela
concentração
do
Cercobin.
Utilização
da
espectrofotometria UV-Vis mono-feixe realizada em 360 nm em relação à amostra aquosa 2,5 ≤ mg
-1
L ≤ 1000
38
Os pontos da curva de calibração que foram estabelecidos não obedeciam a uma
linearidade, pois o espectrofotômetro utilizado não apresentava uma ampla faixa de
absorbância, o que significa neste caso, que o mesmo apresenta alta faixa de identificação,
mas baixo limite de quantificação em amostra cada vez mais concentradas, o que é
contrário à preposição de Lambert-Beer, ou seja, a concentração tem que ser diretamente
proporcional a sua absorbância, dentro dos limites de identificação e quantificação. Sendo
assim determinou a partir da Figura 4 a faixa linear, para montar a curva de calibração,
conforme é mostrada na Figura 5.
0,15
Conc. Cercobin (ppm)
2
R = 0,9957
0,12
ABS.-1
0,09
0,06
0,03
0,00
0
5
10
15
20
25
30
Conc. / mg L-1
Fonte: Autora (2012)
FIGURA 5 – Curva de Calibração do Cercobin. Utilização da espectrofotometria UV-Vis mono-feixe
-1
realizada em 360 nm em relação à amostra aquosa 2,5 ≤ mg L ≤ 30
A curva de calibração para o fertilizante Cercobin apresentou a melhor faixa para
limite de quantificação dentre os valores de concentração de 2,5 mg L-1 até 30 mg L-1, com
um fator de correlação de r² = 0,9957. A função matemática da equação da reta é
representada pela Equação 1:
Abs = (3,96x10-3) x C + 5,26x10-3
Onde:
•
Abs = absorbância;
•
C = concentração em mg L-1;
(1)
39
•
(3,96x10-3) x C = coeficiente de angular da reta;
•
5,26x10-3 = coeficiente linear da reta.
7.4.2 Análise de lixiviação do Cercobin 700 WP
Com o objetivo de analisar o comportamento do fungicida Cercobin em solo foram
construídos 4 sistemas de colunas de solo, todos os sistemas foram montados utilizando o
solo da região de Louveira, cuja a característica do solo é o massapé. O solo massapé, é
um tipo de solo caracterizado pela elevada fertilidade, possui cor escura em razão de sua
formação ser proveniente da decomposição de rochas, como gnaisses escuros, calcários e
filitos.
Para montar as colunas foram utilizadas buretas de vidro de 50 mL com torneiras de
teflon, sendo que das 4 colunas 3 colunas foram preenchidas com aproximadamente 34 mL
de solo massapé virgem, ou seja, solo do mesmo local onde se planta a uva niágara e 1
coluna foi preenchida com 34 mL do solo massapé, porém neste solo já se realiza o plantio
há mais de 5 anos com uso do Cercobin.
O preenchimento das colunas foi padronizado quanto ao volume de solo,
granulometria e área transversal de coluna. Estes três parâmetros físicos foram obedecidos
para que se mantivessem semelhantes à interação solo-solo quanto à compactação,
porosidade e velocidade de permeabilidade. As colunas foram preenchidas com o solo
disperso em água destilada e compacto com um sistema de pressão contrária (sistema à
vácuo). O solo virgem foi lavado até o desaparecimento da coloração marrom que
caracterizam os materiais orgânicos solúveis, além é claro dos cátions solúveis em excesso.
A velocidade de permeabilidade se deu entorno de 0,2 mL min-1 e 0,3 mL min-1. Já o solo
contaminado com o fungicida não foi possível realizar o empacotamento da coluna, pois a
presença do agroquímico pode ter impermeabilizado o solo o que possivelmente realizou um
bloqueio na superfície e/ou o preenchimento do grão do solo, uma vez que o solo
contaminado apresenta uma coloração mais clara que o solo virgem. As colunas de solos
ficaram em repouso e preenchidas com água por um período de 7 dias, para que pudesse
ocorrer um equilíbrio na compactação.
Sendo assim para realizar os estudos de percolação do contaminante foram
utilizados apenas os solos virgens, onde em duas das três colunas de solo foram
adicionados 1000 mg L-1 do Cercobin, cuja as velocidades de permeabilidade de líquidos
(H2O) eram respectivamente 0,2 mL min-1 e 0,3 mL min-1, sendo assim, durante 6,5 horas as
40
colunas foram lavadas com água destilada, onde a cada 5 mL de amostra coletada eram
realizadas as leituras espectrofotometria, condutividade e pH. Já na terceira coluna eram
adicionados apenas água com velocidade de permeabilidade de 0,3 mL min-1 para que se
tivesse como parâmetro inerente as analise de acompanhamento.
A Figura 6, mostra os gráficos da condutividade acompanhado do pH em função do
volume gasto durante o processo de lavagem do solo realizado em um período de 6,5 horas,
ou seja, este processo representou um volume de aproximadamente 80 mL (0,2 mL min-1) e
120 mL (0,3 mL min-1)
em relação a velocidade de permeabilidade dos líquidos, o
experimento não se prolongou, pois a partir deste tempo o fluxo de ambas as colunas
diminuiu em 0,1 mL min-1, o que representa um aumento no tempo de retenção de 50% para
a menor vazão e 33% para o de maior vazão. Já para a coluna na qual não fora adicionado
o fertilizante manteve-se a mesma velocidade de permeabilidade mesmo após 6,5 horas. A
partir deste momento fechou-se a torneira do fluxo e deixou em repouso por 21 dias.
160
pH 4,6 +/- 0,3
condutividade / µ S cm-1
140
120
100
80
60
pH 5,2 +/- 0,3
pH 4,9 +/- 0,3
-1
pH 4,7 +/- 0,3
0,2 mL mim
-1
0,3 mL mim
40
20
0
20
40
60
80
100
120
Volume Gasto (mL)
Fonte: Autora (2012)
FIGURA 6 – Gráfico da Condutividade em função do volume gasto para lavagem das colunas do solo
-1
para as vazões 0,2 mL min
-1
(80 mL) e 0,3 mL min
(120 mL), durante 6,5 horas com
acompanhamento do pH
Conforme expresso no Site da Embrapa (2004), os solos hidromórficos escuros, com
apreciável quantidade de matéria orgânica, total ou parcialmente decomposta, são
considerados estritamente solos orgânicos aqueles que, saturados com água ou
artificialmente drenados, apresentam teores de, pelo menos, 9% de carbono orgânico, se o
41
material não tiver argila, ou 18%, no mínimo, de carbono orgânico, se o material tiver 60%
ou mais de argila ou teores intermediários de C proporcionais aos teores de argila. Apesar
de ácidos, geralmente, apresentam boa fertilidade natural. Já o pH é uma importante
propriedade química do solo, particularmente em relação à disponibilidade de nutrientes e à
presença de elementos tóxicos. O pH médio na camada superficial, 0-20 cm é de 5,3, cujo
valor, no geral, aumenta de acordo com a profundidade. Quantitativamente, o grau de
acidez do solo é identificado como ligeiramente ácido, com pH entre 6,0 e 7,0;
moderadamente ácido, com pH entre 5,5 e 6,0; fortemente ácido, pH entre 5,0 e 5,5; muito
ácido, pH 4,5 a 5,0; e extremamente ácido, pH menor que 4,5. Isto significa que a maioria
dos solos do Brasil são fortemente ácidos até 40 cm de profundidade e necessitam de
calagem para aumentar a produtividade das culturas.
De acordo com a Figura 6, a condutividade do solo diminuiu em função de cada
analise do licor lixiviado, que aumentava gradativamente, este fato deve-se possivelmente
pela lixiviação dos cátions (minerais) e/ou ácidos solúveis presente no solo, e não mais em
equilíbrio, uma vez que o valor de pH diminuiu em apenas 0,3 ponto, indicando
possivelmente apenas uma dissolução de minerais. Neste caso o aumento da condutividade
no licor analisado, mostrou que ocorreu dissolução de compostos iônicos quando adicionou
o fungicida Cercobin, uma vez que a coluna que não recebeu a adição do fertilizante
manteve uma condutividade entorno de 80 µS cm-1. Comparando a condutividade com a
velocidade de permeabilidade, notou que a coluna de solo com menor fluxo de 0,2 mL min-1
a perda de mineral foi menor quando comparado com a coluna de solo com fluxo de 0,3 mL
min-1, nesta situação nota-se que o valor da condutividade do licor analisado alcança um
ápice de 158 µS cm-1 (0,3 mL min-1) em função de 60 mL gastos para a lavagem da coluna.
A partir deste ponto o valor de condutividade do licor diminui e praticamente se estabiliza por
volta de 30 µS cm-1, o que representa uma possível estabilização do Cercobin com o solo, o
que é característica de uma força de interação intermolecular do fungicida-solo, uma vez
que ambos passam a ter polaridades semelhantes.
Durante as analises do licor também foi possível quantificar o fungicida Cercobin. A
Figura 7 representa o gráfico de dissolução do Cercobin durante as 6,5 horas experimentais
para as colunas com velocidade de permeabilidade de 0,2 mL min-1 e 0,3 mL min-1. A Figura
7 foi montada a partir da Tabela 4 em função do número de amostragem para que pudesse
comparar ação do Cercobin entre as colunas, uma vez que o tempo de amostragem era
diferente. Deve-se ressaltar que esta analise foi obtida a partir da adição de 1000 mg L-1 do
Cercobin (produto comercial) por coluna. Este valor expressa uma aplicação representativa
106 vezes maior por safra, uma vez que a concentração utilizada por safra é de
aproximadamente 3000 mg L-1 ha-1.
42
TABELA 4 - Concentração do Cercobin obtidos pelas análises espectrofotometra à
partir do valor de Abs realizado em 360nm em diferentes velocidades de
permeabilidade
-1
ABS
Nº
Amostragem
-1
Concentração (mg L )
-1
-1
-1
Volume Gasto
(mL)
0,2 mL min
0,3 mL min
0,2 mL min
0,3 mL min
1
0,006
0,005
0,18687
-0,06566
2
0,006
0,006
0,18687
0,18687
15
3
0,007
0,014
0,43939
2,20707
30
4
0,016
0,018
2,71212
3,21717
45
5
0,016
0,02
2,71212
3,72222
60
6
0,014
0,022
2,20707
5
4,22727
75
7
0,024
4,73232
90
8
0,018
3,21717
105
9
Fonte: Autora (2012)
0,016
2,71212
120
Concentracao mg L-1 (ppm)
5,25
4,50
3,75
3,00
2,25
1,50
0,75
-1
0,2 mL mim
-1
0,3 mL mim
0,00
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
N‫ ؛‬de Amostragem
Fonte: Autora (2012)
FIGURA 7 - Concentração do Cercobin obtidos pela analise espectrofotométrica a partir do valor de
Abs realizado em 360 nm em diferentes velocidade de permeabilidade
Quando comparada a Tabela 4 e a Figura 7, nota-se que o valor lixiviado do
fungicida foi de no máximo de 4,7 mg L-1 após 90 mL experimentais, o que representa 300
minutos (5 horas) para a coluna com velocidade de permeabilidade de 0,3 mL min-1. Para a
coluna onde o valor de permeabilidade de 0,2 mL min-1, por o solo estar mais compacto o
máximo de concentração encontrado no licor analisado foi de aproximadamente 2,7 mg L-1
43
entre 45 mL e 60 mL, o que representa um tempo entre 225 a 300 minutos (~4 a 5 horas).
Nota-se que neste caso independente do volume lixiviado o tempo para percolação do
fungicida foi de aproximadamente 4,5 horas com uma diferença de 50% no valor da
concentração lixiviada, relacionando esta a uma característica ao fator de compactação do
solo. Se considerarmos o solo um meio filtrante, quanto mais compacto o solo for maior será
a retenção física, possibilitando possivelmente uma maior interação química com o solo.
Se analisarmos um pouco mais a Figura 7, nota-se que após 4,5 horas que em
ambas as colunas e independente do valor de velocidade de permeabilidade o solo
aumentou o tempo de retenção do fungicida, visto que os valores de concentração do
mesmo diminuíram nas amostragens seguintes, ou seja, nas duas horas restantes do
experimento.
Com o intuito de averiguar o efeito do fungicida no solo, as colunas experimentais
foram deixadas durante um período de 21 dias com o Cercobin em meio aquoso. Passa este
período o que se notou foi que em ambas as colunas que continham o contaminante, o solo
se tornou impermeável, uma vez que a água represava e em um período de 2 horas não
houve gotejamento, o que possivelmente nos representa uma forte interação do composto
com o solo, mostrando que com o tempo de uso do solo por este contaminante, o mesmo
pode perder sua fertilidade.
A fim de comprovar esta forte interação foi realizada um procedimento de lavagem
do solo, na qual consistiu em retirar todo o solo de ambas as colunas e coloca-los em um
béquer, no qual foi adicionado 100 mL de água em um dos béqueres e 100 mL de uma
solução 25 % (v/v) de ácido acético em outro béquer. Os béqueres foram agitados por 10
minutos, onde posteriormente foram retiradas duas alíquotas por filtração, na qual foram
analisados no UV-Vis, em ambos os casos a absorção no espectro foram por volta de 0,078,
o que representa 17,12 mg L-1 de Cercobin livre. Considerando que a solubilidade fungicida
comercial em água é de 100 mg L-1 e que foram adicionados 1000 mg L-1 nas colunas e que
todo o volume utilizado para lavar as colunas até o momento representaram uma lixiviação
máxima de 25 mg L-1 do agroquímico, podemos considerar neste caso que possivelmente os
solos estão retendo no mínimo 58 mg L-1 até 75 mg L-1 da fase solúvel do Cercobin
comercial. Estes valores passam a representar que este composto tem grande tendência em
contaminar águas superficiais o solo, uma vez que ele impermeabiliza o solo e passa a ser
acumulativo. A contaminação do Cercobin de águas subterrâneas acontece, porém em
menor proporção e vai depender do tipo do solo, neste trabalho não foi possível dizer a real
sorção do solo e nem de identificar os principais nutrientes que são solubilizados durante o
processo de substituição do contaminante por estes íons.
44
8
CONCLUSÃO
O presente trabalho procurou analisar o comportamento do agrotóxico Cercobin 700
WP em solo, explorando-se um solo oriundo de plantação de uva Niágara, da cidade de
Louveira, onde o uso deste agroquímico é frequente.
Através de pesquisas e experimento em laboratório pode-se concluir que na etapa
inicial, a coleta de amostra é crítica, já que é necessária certa profundidade para coletar a
amostra e preservar suas características.
Como análise de acompanhamento foi necessário à construção de uma curva
analítica para determinar a melhor região de absorção do fungicida Cercobin 700 WP, uma
vez que não foi encontrado na literatura.
Para construção desta curva analítica precisou-se encontrar o melhor comprimento
de onda em amostras contendo o fertilizante, correlacionado a sua concentração em função
da sua absorbância. O melhor resultado encontrado foi de 360 nm.
Os pontos da curva de calibração não obedeceram a uma linearidade, pois o
espectrofotômetro utilizado não apresentava uma ampla faixa de absorbância, o que
significa que o mesmo apresentou alta faixa de identificação, mas baixo limite de
quantificação, e concentração tem que ser diretamente proporcional a sua absorbância,
dentro dos limites de identificação e quantificação.
A curva de calibração para o fertilizante Cercobin apresentou a melhor faixa de 2,5
mg L-1 até 30 mg L-1, com um fator de correlação de r² = 0,9957.
Como análise de lixiviação do Cercobin, foram construído colunas de solo. Em três
colunas preencheu-se com solo virgem da região e em uma coluna com solo onde já se
realiza o plantio há mais de cinco anos com uso do fungicida. Percebeu-se que nas colunas
com o solo virgem, a água permeabilizou entre o solo e obteve-se uma velocidade em torno
de 0,2 mL min-1 e 0,3 mL min-1. Já com a coluna onde havia solo com o composto, não foi
possível realizar o empacotamento da coluna, pois a presença do agroquímico pode ter
impermeabilizado o solo o que possivelmente bloqueou a superfície e/ou o preenchimento
dos grãos do solo.
Sendo assim utilizaram-se duas das três colunas do solo virgens, onde foram
adicionados 1000 mg L-1 do Cercobin e a terceira manteve-se com solo virgem para que se
tivesse como parâmetro inerente. Estas colunas foram lavadas com água destilada e a cada
5 ml de amostra coletada eram realizadas leituras de espectrofotometria, condutividade e
pH.
Através dos valores de condutividade que diminuiu e praticamente se estabilizou por
volta de 30µS cm-1 , foi possível perceber a estabilização do Cercobin com o solo, o que é
45
característica de uma força de interação intermolecular do fungicida-solo, já que ambos
passam a ter polaridades semelhantes. Com os valores do pH que também diminuíram,
porém em apenas 0,3 pontos, indicou-se apenas uma dissolução de minerais.
Após 21 dias, onde as colunas experimentais foram deixadas com o Cercobin em
meio aquoso, notou-se que em ambas as colunas que tinham o contaminante, o solo se
tornou impermeável, mostrando a interação do composto com o solo e a perda de fertilidade
do mesmo.
Os solos reteram de 58 mg L-1 até 75 mg L-1 da fase solúvel do Cercobin comercial.
Estes valores passam a representar que este composto tem grande tendência em
contaminar águas superficiais, uma vez que ele impermeabiliza o solo e passa a ser
acumulativo. A contaminação do Cercobin de águas subterrâneas acontece, porém em
menor proporção e vai depender do tipo do solo.
Neste trabalho não foi possível dizer a real sorção do solo e nem de identificar os
principais nutrientes que são solubilizados durante o processo de substituição do
contaminante por estes íons, porém é um estudo que pode chamar a atenção dos
agricultores, das empresas e instituições diretamente ligadas, para um maior cuidado com a
saúde e o meio ambiente.
Termino, expressando minha surpresa com os resultados encontrados, além da
preocupação dos agricultores que utilizam este fungicida. Mas espero que através deste
estudo, surjam outros mais aprofundados e que possíveis medidas de soluções ou até
mesmo a substituição do agroquímico por um menos impactante, possam ser encontrados.
46
REFERÊNCIAS
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