Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ
ISSN 0101-9759 e-ISSN 1982-3908 - Vol. 30 - 1 / 2007 p.38-49
Mariliasuchus robustus, um Novo Crocodylomorpha
(Mesoeucrocodylia) da Bacia Bauru, Brasil
Mariliasuchus robustus, a new Crocodylomorpha
(Mesoeucrocodylia) from the Bauru Basin, Brazil
Pedro Henrique Nobre1; Ismar de Souza Carvalho2;
Felipe Mesquita de Vasconcellos2 & Willian Roberto Nava 3
2
1
Universidade Federal de Juiz de Fora, CA João XXIII – Departamento de Ciências Naturais
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Departamento de Geologia, CCMN/IGEO. 21.949-900 Cidade Universitária
Ilha do Fundão. Rio de Janeiro – RJ, Brasil
3
Museu de Paleontologia de Marília
E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]
Recebido em: 30/03/2007 Aprovado em: 27/07/2007
Resumo
É descrita uma nova espécie de Crocodylomorpha Mesoeucrocodylia pertencente ao gênero Mariliasuchus,
proveniente da Formação Adamantina (Cretáceo Superior, Turoniano-Santoniano), Bacia Bauru, município de Marília,
Estado de São Paulo. As características diagnósticas da nova espécie de Mariliasuchus estão relacionadas à robustez
acentuada do crânio, que apresenta-se alto, curto e largo posteriormente; na porção posterior do crânio a altura e comprimento
são quase equivalentes. O rostro é estreito, alto e de forma retangular em seção transversal, com a face dorsal abaulada,
não havendo sinais da presença de fenestra antero-orbital. As órbitas são grandes e ocupam uma posição lateral em relação
ao crânio. As aberturas das narinas externas são orientadas frontalmente. A dentição é morfologicamente diferenciada,
com dentes anteriores (incisiformes) pontiagudos, um caniniforme hipertrofiado e dentes pós-caniniformes de forma
globosa. A mandíbula é robusta, apresentando um forte arqueamento vertical em sua porção anterior e posterior.
Palavras-chave: Mesoeucrocodylia; notossúquios; Mariliasuchus robustus; Cretáceo; Bacia Bauru
Abstract
Herein is described a new species of a Crocodylomorpha Mesoeucrcodylia belonging to the genus Mariliasuchus
from the Adamantina Formation (Upper Cretaceous, Turonian-Santonian), Bauru Basin, Brazil. The diagnostic features of
the new species of Mariliasuchus are related to increased stoutness of the skull, wich is high, short and posteriorlly wide;
the posterior region of the skull is almost as high as wide. The rostrum is straight, high, and rectangular in cross-section,
with a convex dorsal surface, bearing no signs of a antorbital fenestrae. The orbits are large and laterally positioned in the
skull. The external nares are forward oriented. The dentition presents pointed anterior teeth (incisiform), a hypertrophied
caniniform and a low and globular post-caniniform teeth. The mandible is robust and display a strong vertical bending in
its anterior and posterior ends.
Keywords: Mesoeucrocodylia; Notosuchids; Mariliasuchus robustus; Cretaceous; Bauru Basin
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Mariliasuchus robustus, um Novo Crocodylomorpha (Mesoeucrocodylia) da Bacia Bauru, Brasil
Pedro Henrique Nobre; Ismar de Souza Carvalho; Felipe Mesquita de Vasconcellos & Willian Roberto Nava
1 Introdução
Os
depósitos
cretácicos
brasileiros
têm revelado uma ampla diversidade de
Crocodylomorpha terrestres. Os notossúquios estão
representados por Sphagesaurus huenei Price, 1950;
Mariliasuchus amarali Carvalho & Bertini, 1999 e
Adamantinasuchus navae Nobre & Carvalho 2006.
Todos os achados são provenientes de depósitos da
Formação Adamantina, unidade de idade turonianasantoniana (Castro et al., 1999; Dias-Brito et
al., 2001). O presente estudo tem como objetivo
apresentar a descrição osteológica de uma nova
espécie de Mariliasuchus encontrada em rochas do
Cretáceo Superior da Bacia Bauru.
As rochas da Bacia Bauru têm origem
continental, sendo principalmente siliciclásticas. A
idade destes depósitos, segundo Fulfaro et al. (1994),
situa-se entre os andares Aptiano e Maastrichtiano,
os quais são geralmente incluídos em dois grupos:
Caiuá e Bauru (Soares et al., 1980; Fernandes &
Coimbra, 1992, 1996). Entretanto, Fulfaro et al.
(1999) propuseram que o Grupo Caiuá representaria
uma deposição aptiana-albiana, em contexto tectonoestratigráfico bastante distinto do Grupo Bauru e,
por conseguinte, numa área bacinal distinta – a
Bacia Caiuá.
Na Bacia Bauru, o Grupo Bauru foi subdividido
por Fernandes & Coimbra (1996) em três formações.
A mais antiga, Formação Adamantina (TuronianoSantoniano, segundo Castro et al., 1999 e DiasBrito et al., 2001), constitui-se por uma associação
de arenitos intercalados com argilitos, siltitos
e arenitos argilosos. A parte mais inferior desta
unidade foi redefinida por Batezelli et al. (1999)
como Formação Araçatuba, porém com ocorrência
restrita à região do sul do Estado de São Paulo, sendo
composta por arenitos finos intercalados com siltitos,
arenitos grossos, argilitos e vulcanoclásticas. Sua
idade é considerada como coniaciana-campaniana
(Goldberg & Garcia, 2000). A última unidade, a
Formação Marília, representa uma associação de
arenitos conglomeráticos, arenitos, argilitos e níveis
carbonáticos (Soares et al., 1980; Garcia et al.,
1999; Alves & Ribeiro, 1999; Andreis et al., 1999)
cuja idade, de acordo com dados bioestratigráficos
de carófitas e ostracodes, indica essencialmente ser
maastrichtiana (Dias-Brito et al., 2001) (Figura 1).
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Nos depósitos abrangidos pelo Grupo
Bauru ocorrem fósseis de vegetais, palinomorfos,
invertebrados e vertebrados, que demonstram a
diversidade faunística e florística durante o Cretáceo
Superior em ambientes continentais (Arid & Vizotto
1971; Bertini et al., 1993; Senra & Silva e Silva,
1999; Magalhães Ribeiro, 2000; Dias-Brito et al.,
2001; Arruda et al., 2005; Candeiro et al., 2006;
Nobre & Carvalho, 2006).
A Formação Adamantina, unidade da qual
provém todos os fósseis referentes a Mariliasuchus
amarali, bem como a nova espécie descrita neste
trabalho, aflora em grande parte da área de exposição
da Bacia Bauru distribuindo-se entre São Paulo
(oeste), Mato Grosso do Sul (leste e sul) e sul de
Goiás. É composta por arenitos finos a muito finos
e lamitos siltosos, de cor rósea a castanho, com
intercalações de argila de cor castanha-avermelhada.
Dispõe-se normalmente em estratos maciços ou de
acamamento plano-paralelo, alternados em camadas
com estratificação cruzada de médio a pequeno
porte (Fernandes & Coimbra, 1996). Sua deposição
se deu em sistema fluvial entrelaçado (braided),
desenvolvido em extensa planície aluvial com lagoas
efêmeras (Dias-Brito et al., 2001).
O afloramento onde foi coletado o fóssil deste
estudo (Figura 2), é constituído por intercalações de
arenitos finos a médios, avermelhados, com camadas
de argilitos de coloração marrom-avermelhada e níveis
carbonáticos. As principais estruturas sedimentares
são as estratificações cruzadas acanaladas de pequeno
a médio porte e estratificações plano-paralelas, além
de pacotes maciços e níveis com estratos ondulados
(Figura 2).
2 Sistemática
Ordem Crocodylomorpha Walker, 1970
Crocodyliformes Benton & Clark, 1988
Mesoeucrocodylia Whetstone & Whybrow, 1983
Gênero Mariliasuchus Carvalho & Bertini, 1999
Espécie Mariliasuchus robustus sp. nov.
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Figura 1 Mapa geológico da Bacia Bauru, modificado de Paula e Silva (2003).
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Figura 2 Perfil estratigráfico do afloramento na margem esquerda do rio do Peixe, fazenda Doreto (Município de Marília – Estado de
São Paulo, Formação Adamantina, Bacia Bauru – Cretáceo Superior. Localidade de coleta do fóssil Mariliasuchus robustus sp. nov.
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Etimologia
Epíteto específico: O designativo específico
robustus refere-se às características gerais do crânio
que mostra-se acentuadamente robusto em relação
às outras espécies de notossúquios.
Holótipo: Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Departamento de Geologia. UFRJ-DG 56-R. Crânio
parcialmente preservado, com mandíbula e elementos
desarticulados (fragmentos do crânio, pós-crânio e
um dente caniniforme isolado).
Contexto estratigráfico: Bacia Bauru, Formação
Adamantina. Arenitos quartzosos, calcíferos, siltitos
e argilitos de coloração avermelhada, depositados
em ambiente flúvio-lacustre. Cretáceo Superior:
Turoniano – Santoniano.
Localidade: Estrada vicinal de acesso à fazenda
Doreto, Município de Marília, Estado de São Paulo,
à 10 km da sede municipal, coordenadas: 22° 20’ 21”
S; 49° 56’ 39” W.
Coletor: Willian Roberto Nava, 1998.
Diagnose
Crânio alto, curto e largo posteriormente,
exibindo aspecto robusto. A altura na porção
posterior do crânio e o seu comprimento são quase
equivalentes, sendo o comprimento apenas alguns
milímetros maior que a altura. Rostro estreito, alto e
de forma retangular em seção transversal, com a face
dorsal abaulada, não havendo sinais da presença de
fenestra antero-orbital. Dorsalmente o rostro inclinase bruscamente em direção à pré-maxila e narinas
externas. As órbitas são grandes e ocupam uma
posição lateral em relação ao crânio. As aberturas das
narinas externas são totalmente anteriores e verticais.
A dentição é morfologicamente diferenciada, com
três dentes anteriores (incisiformes) pontiagudos,
um caniniforme hipertrofiado e seis dentes póscaniniformes de forma globosa (molarifomes).
A sínfise mandibular é alongada, ultrapassando
a metade do rostro. A mandíbula é robusta,
apresentando um forte arqueamento vertical em
sua porção anterior e posterior. A região occipital
é plana, com o forame magno e côndilo occipital
posicionados na porção mais ventral do crânio.
O teto craniano, entre o frontal e parietal, é plano,
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estreito e pouco ornamentado, apresentando apenas
algumas ranhuras pouco evidentes. Posteriormente
o crânio é cerca de quatro a cinco vezes mais largo
que o rostro, de maneira que todo o crânio em vista
dorsal mostra uma geometria triangular. A superfície
externa do rostro é ornamentada com leves estrias
alongadas e posicionadas antero-posteriormente
(Figuras 3 e 4).
Etymology
Species: Specific designative robustus reffers to the
stoutness of the skull when compared with other
notosuchids.
Holotype: Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Departamento de Geologia. UFRJ-DG 56-R.
Partially preserved skull wih mandibule and other
non-articulated elements (skull fragments, post
cranial remains and a isolated caniniform tooth).
Stratigraphic context: Bauru Basin, Adamantina
Formation. Reddish calciferous quartz sandstones,
siltites and mudstones, from a fluvial-lacustrine
palaeoenvironment. Upper Cretaceous: Turonian
– Santonian.
Locality: Road to Fazenda Doreto, Marília county,
São Paulo State, Brazil, 10 km from town hall,
Coordinates: 22° 20’ 21” S; 49° 56’ 39” W.
Collector: Willian Roberto Nava, 1998 (Museu de
Paleontologia de Marília – SP).
Diagnosis
Short, high and posteriorlly wide skull with
a robust aspect. The height at the posterior portion
and its length are almost equivalents, the height
exceeding by just a few milimeters the length. The
rostrum is narrow and rectangular in cross-section,
with a convex dorsal surface, bearing no signs of
an antorbital fenestrae. The rostrum roof slopes
vertically downward into the premaxila and the
external nares. The orbits are large and located in a
lateral position. The external nares are vertical and
anteriorly positioned. The dentition is composed
by three anterior sharp teeth (incisiform), a
hypertrophied caniniform and, six low and globular
post-caniniform teeth (molariform). The mandibular
symphysis is long, surpassing half of the rostrum. The
mandible is robust bearing a sharp vertical bending
at its anterior and posterior ends. The occipital
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Figura 3 Crânio e mandíbula de Mariliasuchus robustus sp. nov. (A) Em vista lateral-dorsal direita; (B) em vista dorsal e (C) vista
ventral da mandíbula e parte do crânio. Abreviações: an – angular, de – dentário, dc – dente caniniforme, di – dente incisiforme,
dm – dente molariforme, f – frontal, fm – fenestra mandibular, fst – fenestra supra-temporal, j – jugal, mx – maxilar, n – nasal,
o – órbita, par – parietal, pm – pré-maxilar, san – supra-angular, sm – sínfise mandibular, soc – supraocipital.
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Figura 4 Crânio e mandíbula de Mariliasuchus robustus sp. nov. (A) Crânio e mandíbula em vista lateral esquerda; (B) detalhe dos
dentes maxilares (molariformes) mostrando a superfície externa com intensa ornamentação e (C) crânio e mandíbula em vista frontal.
Abreviações: de – dentário, dc – dente caniniforme, di – dente incisiforme, dm – dente molariforme, esq – esquamosal, fm – fenestra
mandibular, mx – maxilar, n – nasal, ne – narina externa, o – órbita, pm – pré-maxilar, san – supra-angular, sm – sínfise mandibular.
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region is flattened yielding the foramen magnus
and the occipital condyle in a ventral position. The
skull roof, between the frontal and parietal, is plane,
narrow and weaklly ornamented, displaying just a
few shallow grooves. The posterior part of the skull
is four to five times wider than the rostrum, granting
the skull a triangular geometry in dorsal view. The
external surface of the rostrum is faintly ornamented
with long grooves oriented anteroposteriorly
(Figures 3 and 4).
3 Descrição
A descrição refere-se ao exemplar UFRJ-DG
56-R (holótipo), cujo crânio e a metade anterior da
mandíbula estão preservados. Elementos isolados do
próprio crânio e do esqueleto pós-craniano também
encontram-se preservados, porém, mostramse muitos fragmentados impossibilitando uma
análise adequada. A nomenclatura utilizada para as
descrições morfológicas dos elementos ósseos está
em consonância com os trabalhos de Romer (1956),
Busbey (1995), Richardson et al. (2002) e Zaher et
al. (2006).
Crânio. O crânio de Mariliasuchus robustus
sp. nov. é curto, acentuadamente alto e apresenta
uma construção robusta. O rostro, também curto
e alto, é de formato oreinirostral e possui um forte
estreitamento latero-medial. Dorsalmente, a partir dos
frontais, decresce bruscamente em direção às narinas
externas, tornando suas aberturas totalmente frontais.
Posteriormente é muito largo em relação ao rostro
e de aspecto também muito robusto. A superfície
externa de todo o crânio é fracamente ornamentada,
apresentando apenas algumas ranhuras e delicados
sulcos, principalmente na porção anterior do rostro.
Pré-maxilar. Possui uma forma retangular,
com o maior comprimento no sentido dorso-ventral,
sendo fracamente ornamentado na superfície externa.
No pré-maxilar ocorrem três dentes: o primeiro
é estreito e projetado anteriormente; o segundo é
cônico e com o ápice projetado ventralmente; o
terceiro é hipertrofiado, robusto, cônico e com o
ápice voltado posteriormente, com a coroa estriada.
O contato entre o pré-maxilar e o maxilar
ocorre logo após o dente caniniforme, iniciando-se
dorsalmente em sutura e terminando na região ventral
em um contato sobreposto ao maxilar. Na região de
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inserção da raiz do dente caniniforme, o pré-maxilar
adquire uma intumescência. O pré-maxilar encontrase em um plano exclusivamente lateral, com exceção
da porção anterior do osso que é levemente projetada
medialmente. Observa-se ainda nesta porção, uma
suave depressão ou concavidade anterior.
Maxilar. O maxilar é posicionado lateralmente
no rostro. A margem ventral e lateral é levemente
convexa e projetada lateralmente. Sua porção
posterior é mais alta em relação a porção anterior. No
maxilar ocorrem seis dentes de morfologia variada,
implantados em alvéolos separados. No contato com
o jugal, os ossos estão fundidos e seus limites com
o nasal ocorrem ainda no plano vertical do maxilar.
O maxilar ocupa uma posição totalmente lateral
no crânio. A superfície externa é ornamentada por
estrias rasas, presentes apenas na porção anterior.
Norma dorsal. Os nasais encontram-se
fundidos e juntos apresentam forma retangular.
Externamente são ornamentados por estrias e
sulcos rasos orientados no sentido antero-posterior.
Têm forma convexa, resultando em um crânio
com morfologia abaulada dorsalmente. Os nasais
anteriormente projetam-se ventralmente de forma
brusca até a abertura da narina externa, sendo que
os ossos tornam-se planos apenas caudalmente,
próximo aos frontais. A sutura com os frontais são
pouco visíveis; ocorrem em forma de zig-zag, sendo
reta no seu comprimento lateral e não apresentam
reentrâncias com os frontais.
Os ossos frontais, pré-frontais, lacrimais
e parietais encontram-se fundidos, não sendo
possível diferenciar seus limites e suturas. O que se
observa, nesta porção, é um intenso estreitamento
lateromedial e aplainamento dorsoventral do teto
craniano a partir dos frontais até os limites do plano
occipital. A superfície externa do teto craniano é
pouco ornamentada, com apenas algumas estrias e
ranhuras, muito embora a preservação do espécime
afete sua perfeita observação.
Fenestra
supra-temporal.
Observa-se
apenas o limite posterior da fenestra supra temporal,
na porção que corresponde ao parietal e esquamosal.
A abertura estende-se até o limite posterior do
crânio entre o plano dorsal e occipital. Lateralmente
é expandida e apresenta uma superfície interna
inclinada ventralmente, indicando que deveria ter
sido ampla e profunda.
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Supraoccipital. Apresenta uma forma de
arco na porção dorsal e caudal. Está em contato
com o parietal e esquamosal no plano dorsal e
posteriormente ou caudalmente com o exoccipital.
Em sua porção posterior, na margem entre o plano
dorsal e occipital, apresenta uma suave crista
levemente expandida posteriormente.
Exoccipital. O exoccipital apresenta uma
concavidade localizada entre o côndilo occipital
e o supraoccipital, estendendo-se lateralmente
para ambos os lados. Abaixo desta concavidade,
desenvolve-se uma projeção caudal, mais
pronunciada acima do forame magno, diminuindo
gradativamente em direção às porções laterais do
crânio. O forame magno está localizado logo abaixo
desta projeção.
Basioccipital. Faz contato com o exoccipital;
integra a porção basal do côndilo e apresenta uma
forma semi-arredondada. O côndilo occipital é baixo,
estando posicionado no primeiro terço posteroventral do crânio.
Mandíbula. Encontra-se preservada apenas a
porção anterior da mandíbula, com o dentário, porção
proximal do supra-angular e angular. Apresenta-se
com um aspecto robusto. A sínfise mandibular é
alongada, atingindo quase o mesmo comprimento
do rostro. A porção anterior da mandíbula é estreita,
encaixando-se perfeitamente entre os caniniformes
e terminando antes dos pré-maxilares. Observa-se
um acentuado arqueamento ao longo da mandíbula
em direção anterior orientado dorsalmente,
principalmente na altura dos dentes molariformes.
Tal arqueamento atribui à mandíbula uma forma
côncava no sentido antero-posterior em vista latetal.
A fenestra mandibular inicia-se aproximadamente
na metade da órbita.
Os dentes mandibulares são posicionados
medialmente em relação aos dentes maxilares e
pré-maxilares, não sendo possível sua observação,
dada a articulação da mandíbula com o crânio. Os
dentes anteriores (incisiformes) da mandíbula são
projetados anteriormente.
Apenas a porção anterior do angular e supraangular encontram-se preservadas. Apresentam uma
forma circular a oval em seção transversal. O dentário
tem uma construção forte, de aspecto também
robusto. É muito expandido dorso-ventralmente na
porção anterior à fenestra mandibular; ainda nesta
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região, o dentário é largo, expandido lateralmente e
medialmente.
Dentição. Em função do estado de preservação
do fóssil apenas os caniniformes, incisiformes
e a face lateral dos dentes maxilares pode ser
observada. Apresenta três dentes na pré-maxila, dois
incisiformes e um caniniforme hipertrofiado, e seis
dentes maxilares.
O primeiro dente pré-maxilar está fragmentado,
podendo-se observar apenas a base da coroa, que é
circular e encontra-se orientada anteriormente. O
segundo dente pré-maxilar apresenta uma forma
cônica; é levemente recurvado caudalmente e
apresenta o ápice desgastado. O terceiro dente,
caniniforme, está posicionado ente o pré-maxilar
e o maxilar. É hipertrofiado, cônico e com a base
da coroa de forma circular em seção transversal.
A coroa é estriada longitudinalmente com sua
porção distal voltada posteriormente; o ápice está
desgastado anteriormente. O dente caniniforme
direito encontra-se desarticulado de seu alvéolo
dentário, possibilitando a observação de sua raiz.
É notável o amplo desenvolvimento da raiz deste
dente. Atinge um comprimento de aproximadamente
três centímetros, que corresponde ao dobro do
comprimento da coroa, fazendo com que sua
implantação ocupe grande parte da parede maxilar; a
raiz é muito robusta e apresenta uma forma oval em
seção transversal. Tem ainda leve curvatura caudal,
acompanhando a curvatura da coroa do dente.
Os dois dentes pós-caniniformes (maxilares)
são cônicos, curtos e levemente estriados
longitudinalmente. Apresentam a base da coroa
expandida. Os quatro últimos dentes maxilares são de
forma globosa; apresentam uma forte intumescência
na base da coroa, a qual é intensamente marcada por
estrias e diminutas cristas longitudinais, que vão da
base da coroa até o ápice do dente. Em função do
estado de preservação, com a mandíbula aderida ao
crânio, é visível apenas a face lateral dos dentes pós
caniniformes, não sendo possível a observação de
desgastes dentários.
Dos dentes mandibulares só se observam
os dois dentes anteriores, um em cada dentário.
Possuem uma forma alongada e pontiaguda; são
levemente estriados longitudinalmente e com a face
labial do ápice levemente desgastada. Os dois dentes
são projetados anteriormente e posicionados entre os
últimos dentes pré-maxilares.
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4 Discussão
Em Mariliasuchus robustus sp. nov.
observa-se um incremento acentuado na robustez,
em comparação com Mariliasuchus amarali em
diferentes fases ontogenéticas. A porção anterior
do crânio (principalmente na região imediatamente
anterior à órbita) e a porção posterior de Mariliasuchus
robustus sp. nov. são mais altas e lateralmente
comprimidas que em Mariliasuchus amarali, mesmo
quando comparados com espécimes de tamanho
aproximado (Vasconcellos & Carvalho, 2005).
Ao comparar o crânio de Mariliasuchus
robustus sp. nov com outros exemplares de M.
amarali (UFRJ DG 105-R, UFRJ DG 106-R), excluise a possibilidade de que a nova espécie descrita
represente um dimorfismo sexual de M. amarali.
Crocodyliformes recentes apresentam dimorfismo
sexual incipiente, restrito em grande parte à variação
métrica proporcional de todo o crânio e corpo, e não
a variações morfológicas qualitativas identificáveis
em nível osteológico (Monterio & Soares, 1997;
Verdade, 2000; Richardson et al., 2002).
Em Mariliasuchus robustus sp. nov., observase um padrão oreinirostral com marcada convexidade
dorsal e ainda um estreitamento lateral do rostro
mais acentuado, marcado pelas altas paredes
maxilares (narrow oreinirostral). Mariliasuchus
amarali também apresenta uma forma oreinirostral,
porém mais larga na região ventral do rostro (broad
oreinirostral), mais aplainada na superfície dorsal
anterior à órbita e ainda com o rostro mais baixo, quando
comparado com Mariliasuchus robustus sp. nov.
Os maxilares, proporcionalmente mais curtos
em Mariliasuchus robustus sp. nov. são totalmente
verticalizados e de posição lateral no rostro. O
teto craniano de Mariliasuchus robustus sp. nov. é
plano como em Mariliasuchus amarali, porém, logo
após o limite anterior da órbita, inclina-se de forma
brusca, ventralmente em direção à pré-maxila, até às
aberturas das narinas externas. Em Mariliasuchus
amarali ocorre uma inclinação ventral na porção
anterior à órbita e torna-se reto até o encontro com as
narinas externas. O rostro de Mariliasuchus robustus
sp. nov. estreita-se bruscamente a partir da porção
anterior às órbitas. Este estreitamento, associado à
notável altura do rostro, imprime não uma forma
cilíndrica como é comum nestes Mesoeucrocodylia,
mas uma forma retangular, com o maior lado no
sentido dorso-ventral.
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Posteriormente, a partir da porção anterior das
órbitas de Mariliasuchus robustus sp. nov., o crânio
e mandíbula se expandem lateralmente de forma
brusca, tornando-se mais largo que em Mariliasuchus
amarali. Não é possível visualizar com clareza a
morfologia óssea da porção posterior do crânio de
Mariliasuchus robustus sp. nov. porém, observase que os esquamosais e as aberturas temporais
superiores teriam uma projeção mais lateral que
caudal, se comparado com Mariliasuchus amarali.
A mandíbula de Mariliasuchus robustus sp.
nov., além de ser mais robusta que em Mariliasuchus
amarali, é proporcionalmente mais curta; sua porção
anterior à órbita é fortemente inclinada dorsalmente,
diferindo de Mariliasuchus amarali, na qual é
menos inclinada. Esta forte inclinação dorsal da
mandíbula de Mariliasuchus robustus sp. nov.,
associada à altura e robustez do crânio, além de um
rostro extremamente curto, atribui a esta espécie
uma maior força de mordida que em Mariliasuchus
amarali (Vasconcellos & Carvalho, 2005).
Mariliasuchus robustus sp. nov. apresenta
a superfície externa do crânio menos ornamentada
que Mariliasuchus amarali, tendo um padrão
de ornamentações semelhante ao observado em
Notosuchus terrestris Woodward, 1896 proveniente
da Formação Rio Colorado, Santoniano – Argentina
(Bonaparte, 1991).
Em relação à dentição, as duas espécies de
Mariliasuchus não possuem variação numérica,
apresentando apenas uma pequena discrepância
no padrão morfológico. Carvalho & Bertini (1999)
indicam a presença de 3 dentes pré-maxilares e
3 dentes maxilares em Mariliasuchus amarali.
Baseados na observação de outros 3 exemplares,
Vasconcellos & Carvalho (2005) atribuem a
Mariliasuchus amarali 3 dentes pré-maxilares e
6 dentes maxilares. Zaher et al. (2006) descrevem
para Mariliasuchus amarali, 4 dentes pré-maxilares
e 5 dentes maxilares. Entretanto, na ilustração
apresentada por Zaher et al. (2006; figure 4) é clara
a presença de apenas 3 dentes pré-maxilares, como
no holótipo e em outros exemplares descritos por
Vasconcellos & Carvalho (2005). Mariliasuchus
robustus sp. nov. apresenta 3 dentes pré-maxilares e
6 dentes maxilares; dois incisiformes no pré-maxilar,
seguido de um caniniforme hipertrofiado e dentes
maxilares globosos e levemente espatulados anteroposteriormente, o padrão diagnóstico para o gênero.
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Mariliasuchus robustus, um Novo Crocodylomorpha (Mesoeucrocodylia) da Bacia Bauru, Brasil
Pedro Henrique Nobre; Ismar de Souza Carvalho; Felipe Mesquita de Vasconcellos & Willian Roberto Nava
É possível se observar em alguns dentes posteriores,
que em Mariliasuchus robustus sp. nov. há um
desgaste semelhante à Mariliasuchus amarali.
Outras diferenças dentárias entre as duas
espécies estão relacionadas a uma maior robustez
dos dentes de Mariliasuchus robustus sp. nov., com
estrias e tubérculos mais evidentes; o caniniforme é
mais ornamentado, com linhas longitudinais muito
evidentes e proporcionalmente mais robusto, de
raiz mais profunda e com seu ápice mais inclinado
caudalmente, quando comparado com Mariliasuchus
amarali.
5 Conclusões
Baseando-se em características morfológicas,
como o padrão oreinirostral estreito, robustez
individual de cada elemento ósseo, maior expansão
lateromedial da região pós-orbital e um forte
arqueamento da porção anterior da mandíbula, todas
observadas no exemplar UFRJ DG 56-R (holótipo
de Mariliasuchus robustus), e em nenhum outro
exemplar de Mariliasuchus amarali, justifica-se
a separação de duas espécies distintas dentro do
gênero Mariliasuchus.
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