%HermesFileInfo:V-1:20070227:
O ESTADO DE S. PAULO
V
TERÇA-FEIRA
27 DE FEVEREIRO DE 2007 NÚMERO 2.115
VIAGEM
ANA CAROLINA SACOMAN/AE–4/8/2005
&
AVENTURA
VISIT BRITAIN/DIVULGAÇÃO
DONIZETTI CASTILHO/DIVULGAÇÃO
Carooubarato?
Váparacidades
comoNYpagando
muitoouquasenada
‘MissPotter’
Filmeinspiravisita
aLakeDistrict,
naInglaterra
q PÁGS.4E5
Velocidadetotal
Vocêbemao
ladodasmaiores
ferasdorali
q PÁG. 14
q PÁG. 6
Polônia
LAURA DINIZ/AE
História e modernidade
De igrejas e castelos a bares da moda.
Há muito o que ver – e fazer – no país
que é o novo queridinho da Europa
q PÁGS. 8 A 12
7 8 9 10 11 12
%HermesFileInfo:V-8:20070227:
V8 VIAGEM&AVENTURA
TERÇA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2007
O ESTADO DE S.PAULO
POLÔNIA
Esqueça a imagem cinzenta. A terra
das consoantes esbanja vitalidade
E tem um invejável caixa – em euros – para investir em infra-estrutura e turismo. Descubra esse novo velho mundo
FOTOS LAURA DINIZ/AE
Laura Diniz
ORIENTE-SE
VARSÓVIA
MAR
BÁLTICO
LITUÂNIA
POLÔNIA
Varsóvia
Wroclaw
REP.
CHECA
Idioma
Moeda
Câmbio
Fuso horário
Para ligar a
cobrar para
o Brasil
Embaixada
brasileira em
Varsóvia
Oswiecim
Wadowice
Cracóvia
UCRÂNIA
Esqueça o país cinzento e atrasado da época do comunismo.
Pense em cores, moda, movimento. Mantenha o catolicismo
emmente.Imaginetodosospratos possíveis com batatas e maçãs. Cerveja e vodca. Não tenha
muitas esperanças sobre uma
vida noturna intensa, exceto
nosfinsdesemanadoverão.Saiba que há castelos medievais
transformados em hotéis e uma
imensacatedralsubterrâneatoda feita de sal onde se celebram
casamentos. Uma terra enfeitada por consoantes. Bilhões de
euros em caixa.
Essa é a Polônia do século 21,
depoisdequase18anosdedemocracia e praticamente 3 anos de
União Européia. Apesar de conservadora e obcecada por sua
história, a terra natal do papa
João Paulo II mergulhou de cabeça na economia de mercado e
vive agora um momento crucial. “Nosso grande desafio é receber o capitalismo preservando o patrimônio e a identidade”,
disse o professor Jacek Purchla,umdospensadorespoloneses mais respeitados da atualidade. “É um momento fascinante para se estudar.” E é também
uma oportunidade ímpar para
testemunharumatransiçãodesse porte, viajando pelo país.
A Polônia que, conquistada e
reconquistada por outros povos, ficou desaparecida do mapapor123anos,agoraquercrescer e aparecer. E está montada
em dinheiro para isso. Até 2013,
ogovernopolonêsreceberá cerca de € 60 bilhões da União Européia – uma parte por ano. “Dinheiro não é problema”, repetemosintegrantesdacúpulapolíticadeWroclaw,umadascidades mais importantes de lá. Todos os países-membros têm investimentos da União Européia. Como recebem de acordo
com as necessidades, os novos
acabam ficando com a maior
parte das verbas.
Os recursos serão direcionados principalmente para infraestrutura, como a expansão da
malha rodoviária. Também haverá incentivo para que as pessoas invistam na educação ou
migrem do campo para as cidades.Comisso,ogovernopretende matar dois coelhos: ter mais
gente capacitada para fazer o
país crescer tecnologicamente
e profissionalizar o agronegócio,aumentandoaprodução.Se-
Polonês
Zloty
R$ 1 vale 1,42 zloty
Quatro horas a mais
em relação a Brasília
Não é possível
Rua Poselska, 11; tel.:
(00--48-22) 617-4800
INFOGRÁFICO/AE
gundo o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 30%
dos poloneses vivem em fazendas – a maioria trabalhando para subsistência. A idéia é que,
com a migração, umas propriedades comprem as outras e se
tornem mais competitivas.
WROCLAW – Cidade, assim como o resto do país, quer provar que tem muito mais que marcas do horror nazista para mostrar
APOSTA
O turismo é outra grande apostado governo para o crescimento. A Polônia está na disputa parasetornarsededaExpo 2012,a
feira mundial de negócios, em
busca de visibilidade e de uma
mudança importante na imagem do País. O tema proposto é
sobre como gastar o tempo livre. Em outras palavras, é com
o foco no lazer que a Polônia
quer mostrar para o mundo que
não tem apenas Auschwitz e
marcas de guerra.
O país, aliás, é um destino em
expansão – e a capital cultural,
Cracóvia,viroumoda.“Recentemente, fui para Dublin (Irlanda)
e o taxista me perguntou de onde eu era. Respondi que era de
Cracóvia. Ele disse que veio
duas vezes para cá nos últimos
quatro ou cinco meses”, contou
o professor Purchla. “A primeira, para uma cerveja. Na segunda, comprou um flat numa área
nobre da cidade.” É a descoberta do novo velho mundo. ●
Viagem feita a convite da Embaixada da República da Polônia no
Brasil e da Organização Polonesa de Turismo (POT)
EM DISPUTA – Atrás de visibilidade, poloneses querem ser a sede da Expo 2012, a feira mundial de negócios; na foto, a bela Cracóvia
Tristememóriaépreservada.Comorgulho
Museu da Resistência dá a ficha completa sobre a ocupação durante a 2.ª Grande Guerra
VARSÓVIA
Na calçada na frente da Catedral de São João, em Varsóvia,
estão as inscrições 1370 e 1956.
São as datas de construção e reconstrução da igreja, atacada
pelos nazistas na década de 40 e
reerguida usando muitos tijolos
originais,cuidadosamenterecolhidos dos escombros. A história na Polônia é assim: está pre-
servada desde o chão até os
mais singelos detalhesda fachada dos prédios.
Principalmente em Varsóvia, tudo que o mundo conhece
apenas pelos livros diz respeito
a cada cidadão de forma muito
particular. A própria pessoa ou
algum parente teve de fugir dos
nazistas,ajudouareconstruiralgo ou trabalhou na preservação
dessa memória. Daí vem a rela-
ção tão estreita, visceral, desse
povo com sua história.
Um dos acervos mais ricos
sobre os primórdios do país é o
MuseudaResistênciadeVarsóvia ou Uprising (Grzybowska,
79; tel.: 00--48-22-539-7905;
www. 1944.pl), aberto em 2004,
moderno e interativo. O ingresso custa 4 zloty (R$ 2,82) – aos
domingos, a entrada é gratuita.
No início do século, a Polônia,
conhecida hoje como uma das
nações mais católicas do mundo, era o país europeu com o
maior número de judeus. Por isso, na 2ª Guerra Mundial, foi duramente atingida pelo nazismo
e teve o maior número de camposdeconcentraçãodaEuropa.
Em 1944, 80% de Varsóviafoi
destruída por bombas aéreas e
dinamite. Cerca de 200 mil pessoasmorreramnacidadenos63
dias de resistência à ocupação.
O coração do museu é uma seção onde podem ser ouvidos os
tirosdaguerra,gravadosemdocumentários na época. Há, também, muitas imagens em vídeo
feitas por alemães, inclusive de
transporte e enterro de judeus.
Outra sala importante é a
dasfotosdeHansFrank,responsável do governo alemão pela
Polônia, com sua família. No
mesmo ambiente, está uma carta de um menino polonês de 8
anos, contando que sua casa foi
destruída e que seu povo nunca
esquecerá daquilo.
Os poloneses, que resistiram
fabricando manualmente suas
armas, se comunicavam por caminhos subterrâneos, replicadosnomuseuparaosvisitantes.
Na parede, com uma seta indicando um bueiro como rota de
fuga, lê-se: “Atenção, alemães”.
O envolvimento da população com a história é tão grande
quehácercadecemguiasvoluntários no museu. Os postos são
disputados:paraservoluntário,
o candidato tem de ter tudo na
ponta da língua. ● L.D.
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TERÇA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2007
O ESTADO DE S. PAULO
VIAGEM&AVENTURA
VIAGEM&AVENTURA V9
V9
POLÔNIA
Lágrimasnosmuros de Auschwitz
Até a experiente guia se emociona durante visita pelo campo de concentração que se tornou símbolo do terror nazista
LAURA DINIZ/AE
OSWIECIM
Símbolo máximo do horror nazista, Auschwitz (www.auschwitz.org.pl)entrouparaahistóriacomopalcodomaior genocídio em massa de todos os tempos. Mais da metade das 400
mil pessoas levadas para ocomplexo de campos de concentração criado em 1942, na cidadezinha de Oswiecim, perto de Cracóvia, morreu. Segundo informaçõesoficiais,200milconfinados eram judeus. Mas havia
também 140 mil poloneses, 20
mil ciganos, 10 mil prisioneiros
soviéticos e igual número de
presos de outros países.
Em Auschwitz 1, há museu,
loja com livros especializados e
enorme campo de concentração aberto a visitas: são cerca
de 6 hectares. O turista pode
Destino de judeus
era decidido logo
na entrada, na
‘casa de seleção’
ver a “casa de seleção”, onde os
nazistas separavam os fortes –
que tinham a vida poupada para trabalhar no local – dos mais
fracos, mortos imediatamente.
Só 20% passavam na seleção.
Alimentados com café, pela
manhã, sopa no almoço e pão
com manteiga no jantar, os prisioneiros eram obrigados a trabalhar até 12 horas por dia. Para dormir, galpões de madeira
feitosporeles.Noteto dosalojamentos, os alemães deixavam
recados irônicos como “seja honesto” e “mantenha-se limpo”.
De acordo com a guia Daria
Pasternak, um preso relatou
que,porumanoemeio,osnazis-
HISTÓRIA – Museu apresenta rotina dos prisioneiros, que trabalhavam 12 horas por dia quase sem comer
tas restringiram a água dos judeus de tal forma que eles só podiam tomar banho a cada dois
meses.
PARA FORTES
Como os visitantes reagem ao
passear pelo cenário de tantas
mortes? “Sempre tem um que
chora”,contaDaria. Ocrematório e a sala com fotos e roupas
de crianças assassinadas são os
locais que provocam as emoções mais fortes. Até na guia.
Ela diz que, muitas vezes, esse
trabalho afeta sua vida pessoal.
“Mas não penso em parar”, garante Daria. “Nós somos necessários aqui.”
Em Auschwitz 2–Birkenau,
por sua vez, ficam câmaras de
gás onde os prisioneiros eram
mortos, crematórios e paredão
de fuzilamento. Os visitantes
costumam deixar velas e rezar
nesseslugares.Detodososcampos de concentração nazistas,
Birkenau era o maior, com cerca de 145 hectares. Nesse terreno foram construídos cerca de
300barracões, a maioria demadeira, por onde passaram mais
de 100 mil prisioneiros.
Também na região de Birkenau está localizada Auschwitz
3. Com cerca de 40 subcampos
de concentração, o local serviu
como unidade da administra-
ção nazista.
Em Auschwitz tudo é muito
bem sinalizado e a entrada, gratuita.Masvale a penagastar um
pouco para ser acompanhado
por um guia, capaz de narrar
com detalhes a impressionante
rotinanoscamposdeconcentração. O turista que quiser conhecer tudo com calma, em dois
dias, pode se hospedar na própria cidade de Oswiecim.
Há, ainda, a opção de pernoitar em Wadowice, nos arredores. Nesse caso, é imprescindível reservar algumas horas para conhecer a cidade onde nasceu o papa João Paulo II (veja
mais na página 12). ● LAURA DINIZ
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V10 VIAGEM&AVENTURA
TERÇA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2007
O ESTADO DE S.PAULO
POLÔNIA
FOTOS LAURA DINIZ/AE
A formal
Varsóvia
e o agito de
Wroclaw
Capital prima pela história e cidade
industrial é locomotiva do país
VARSÓVIA
Históriaepolítica,trabalhoedesenvolvimento. As vocações de
Varsóvia e Wroclaw (pronuncia-se vrotsuáv), duas das principais cidades polonesas, dão o
tom dos roteiros turísticos
mais tradicionais em cada uma
delas. Varsóvia é uma localidade formal, de pessoas formais,
onde fazer embaixadinhas com
uma bola de futebol na Praça
Pitsudski, perto dos principais
órgãos do governo, pode ser encarado como desrespeito. Já
em Wroclaw, a marca é a descontração. Lá estão universidades e indústrias.
As agruras da ocupação nazista, na década de 1940, são
constantemente lembradas na
Pitsudski, bem no centro de
Varsóvia. Lá está localizado o
Monumento aos Soldados Desconhecidos, em homenagem
aos poloneses que morreram
nessa época. Dois soldados escolhidosadedo–ocobiçadoposto fica para os altos, fortes e bonitões – protegem o túmulo,
sempre enfeitado com flores,
onde está uma chama que nunca se apaga.
Normalmente, fazem rodízio a cada duas horas. Quando o
inverno está rigoroso, de hora
Labirintos usados
para fugir de
alemães estão
sendo restaurados
em hora. Por volta do meio-dia,
ocorre a troca da guarda. São
poucos soldados – bem diferente, portanto, da que virou atração turística na terra da rainha
Elizabeth II –, mas tem lá o seu
charme.
Além de contar com um parque lindo – por sinal, 20% da cidade é coberta por área verde –
e a marca histórica de ter sido o
primeiro local no país a receber
a visita de João Paulo II como
papa, a Praça Pitsudski é um
museu a céu aberto. Recentemente, o governo descobriu
uma série de caminhos subterrâneos usados pelos poloneses
para fugir dos temidos soldados alemães. Pelos tapumes, é
possível ver os técnicos trabalhando na restauração desses
pequenos labirintos. A intenção é preservar a história e incentivar o turismo.
Vale a pena conhecer o Museu Nacional (www.mnw.art.
pl), o Museu da Resistência ou
Uprising (www.1944.pl) e o Palácio da Ciência, de onde se pode ver a cidade toda. Andando
pelo centro, tudo é perto. No caminho, dá para passar na frente
da “Casa Branca” polonesa e do
prédioamarelo ondeocompositor
Frédéric
Chopin
(1810-1849) morou por muitos
anos.
E, claro, há shoppings, marcas conhecidas, possibilidades
milparagastardinheiro.Varsóvia só fica mesmo devendo no
quesito noite. Acostumado ao
frio, marcado pela destruição e
pela reconstrução da cidade, o
povo sai bem pouco. Uma boa
prova disso é que os bares ficam praticamente desertos durante a semana.
INESQUECÍVEL – Wroclaw vista do alto: centro convida a agradáveis caminhadas entre lojas bacanas e atrações como a Praça do Mercado
Carnes, doces
e cerveja. A
idéia é deixar
a dieta de lado
WROCLAW
A efervescente Wroclaw é hoje
a locomotiva econômica da Polônia. Fica lá, por exemplo, boa
parte do parque industrial do
país. Bem mais descontraída
queVarsóvia, masnãotãocharmosaquanto Cracóvia, a cidade
é capital de uma região chamada Baixa Silezia, ao sul, onde há
a maior concentração de castelos da Polônia.
O centro de Wroclaw é daqueles em que não dá vontade
de parar de andar. Na Praça do
Mercado da Cidade Velha, ponto zero da cidade, o turista vê
uma fonte enorme, cujo movimento das águas corresponde
ao formato dos prédios coloridos, restaurados, que ficam
atrás. Parada obrigatória para
uma bela foto.
Ali também está a Catedral
de São João Batista, erguida
nos séculos 13 e 14, a primeira
construção gótica da Polônia.
Ao redor, em grandes calçadões, foram instaladas lojas bacanas. Na parte mais velha da
cidade, há a Ilha das Catedrais,
com cinco igrejas que parecem
medievais.
Ainda no centro, outra atração imperdível é o mercadão
municipal, lindo, colorido e
cheio de bugigangas polonesas.
Foiconstruído em1908,com arcondicionadoe elevadorparaligar os dois andares. Era o máximo da modernidade da arquitetura européia na época.
Ali por perto fica a Universidade de Wroclaw, celeiro de
dez prêmios Nobel, considerada a maior construção barroca
da primeira metade do século
18. O prédio fica às margens do
Rio Odra e é lindíssimo à noite,
todo iluminado.
Atrás dele há um monumento interessante: um homem nu
com uma arma na mão. A mensagem, explicam os guias turísticos, é a de que se pode perder
tudo na vida, menos a honra,
simbolizada pela arma. Segundo eles, o homem retratado foi o
aluno da universidade que mais
gastou dinheiro em cerveja e
restaurantes. Inusitado, não? ●
LAURA DINIZ
VARSÓVIA
ANTES E DEPOIS – No Museu da Resistência, ruínas de Varsóvia e imagem que mostra a localidade
NA PONTA DO LÁPIS
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Passagem aérea: o bilhete aéreo de ida e volta entre São Paulo e Varsóvia custa a partir de US$ 1.092 na
Lufthansa (0--11-3048-5800) e na Swiss (0--11-3048-5800), de US$ 1.099 na KLM (4003-1888), de US$ 1.182
na Air France (4003-9955), de US$ 1.237 na Alitalia (0--11-2171-7610) e de US$ 1.827 na British Airways
(4004-4440). Vôos com conexão.
*Mínimo por pessoa em acomodação dupla
ArtEstado/Gustavo Tortelli
Quem conseguir deixar de lado
a dieta vai passar muito bem na
Polônia. Lá, cardápio light não
tem vez. Come-se muita carne,
especialmente de porco, batatas, molhos, doces. Bebe-se, bebe-se muito. Mas também há
peixe, saladinhas e sopas dos
mais variados tipos.
Em Varsóvia, vale conhecer
o Fabryka Trzciny (Rua Otwocka, 14; tel.: 00--48-22-619-1705;
www.fabrykatrzciny.pl). O ambiente é agradável e a comida,
deliciosa. O pato com maçãs fritas na manteiga e bolinhos de
batata sai por 45 zloty (R$ 31).
Uma taça de vinho custa 12 zloty (R$ 8) e uma cerveja polonesa Zywiec, 7 zloty (R$ 5). Também não dá para perder o restaurantedoCentrodeArteContemporânea (Al. Ujazdowskie,
6; tel.: 00--48-22-628-7683;
www.csw.art.pl).
À noite, o Cynamon (Rua Jana, 16; tel.: 00--48-12-422-3737)
é uma boa pedida. Se quiser experimentar uma bebida popular por lá, peça um tipo de caipirinha, com vodca, água tônica e
pepino. Custa 18 zloty (R$ 12).
Na Praça do Mercado da Cidade Velha, em Wroclaw, há
umbarde esquinaque faza própria cerveja. Para acompanhar, ou como entrada, o costume é comer pão com um patê
feito de gordura, pele de porco e
cebola. Uma delícia!
No Karczma Lwowska (Rua
Rynek, 4; tel.: 00--48-71-3439887; www.lwowska.com.pl),
também em Wroclaw, há muitos pratos tradicionais. Um
exemplo é o filé de frango com
queijo de ovelha defumado e
alho. Custa 23 zloty (R$ 16).
EmCracóvia,hábonsrestaurantes, mas são bares e boates
que fazem sucesso. Os barzinhos ficam no Distrito Judeu,
quaseuma Vila Madalena. Abalada mais famosa se chama Prozak (Dominikanski, 6; tel.:
00--48-12-429-1128; www.prozak.pl),comloungeemúsicaeletrônica. Também são bem disputadasasboatesStaloweMagnolie (Rua Jana, 15; tel.: 00-4812-422-8472; www.stalowemagnolie.com) e Cien Klub (Rua Jana, 15; tel.: 00--48-12-422-2177;
www.cienklub.com). ● L.D.
%HermesFileInfo:V-11:20070227:
TERÇA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2007
O ESTADO DE S. PAULO
VIAGEM&AVENTURA
V11
VIAGEM&AVENTURA V11
POLÔNIA
Deixe Cracóvia conquistar você
Boêmia e cosmopolita, cidade desponta como destino turístico queridinho do momento na União Européia
FOTOS LAURA DINIZ/AE
CRACÓVIA
Há pelomenos 615anos, de hora
em hora, um trompetista sobe
no topo da torre mais alta da
Igreja de Santa Maria e toca a
melodia-símbolo de Cracóvia.
O ritual faz parte da magia da
cidade,oorgulhodopaís.Alocalidadepolonesamaiscosmopolita, mais boêmia e de vida cultural mais intensa já conquistou
oseuropeuscomodestino turístico – assim como outras cidades de países que acabaram de
entrar para a União Européia –
e agora quer ganhar o mundo.
Como em quase todos os municípiospoloneses,avidaseconcentra nas proximidades da
praça central – tudo acontece
por ali. Além de referência local, a Praça do Mercado Central de Cracóvia é uma das mais
bonitas da Europa.
O altar da Igreja de Santa
Maria, por exemplo, é mais velho que o Brasil. Data do século
15. Está muito conservado e é
bastante luxuoso. Nas paredes,
com pinturas do século 19, há
muitas imagens diferentes das
que se usam por aqui em igrejas. Há, por exemplo, uma cena
de Jesus sendo circuncidado.
Diferente também é a freqüênciadasconfissões: naPolônia, em qualquer igreja, a qualquer hora do dia, sempre tem
Distrito judeu
concentra maior
oferta de pubs:
cerca de 300
alguémdispostoapedir absolvição de seus pecados.
No mercado municipal,
alémdelembrancinhas paraturistas, como enfeites, camisetas e souvenirs religiosos, estão
à venda objetos peculiares. É o
caso de armaduras, capacetes,
escudos e espadas. Um escudo,
por exemplo, sai por 360 zloty
(cerca de R$ 250).
Quer algo mais, digamos,
personalizado? Artistas pintam retratos dos visitantes, da
igreja e do mercado na hora. Há
exposições de fotos na rua, como se fosse uma galeria ao ar
livre. Vendem-se quadros também, com variados temas.
Saindo da praça, ali pertinho, está a Universidade Jagiellonian, onde o papa João
PauloIIestudouliteratura.Oluxo é tanto que há portões de ouro na biblioteca. Ao lado, fica o
Parque Planty, um dos mais famosos do país.
Vale a pena fazer tudo a pé.
As atrações são próximas e as
ruas estreitas tornam a caminhada agradável. Do parque, é
interessante ir até a Rua Kanonicza, a mais antiga da cidade.
Ao fim dela, avista-se o Palácio
A MAIS BONITA – Tudo acontece ao redor da Praça do Mercado Central, onde fica a Igreja de Santa Maria
Real, restaurado em 1905 com
dinheiro dos moradores. Dá para subir, ver o castelo de perto e
apreciara vista. Para quemquiserentrar, hárestaurante, galeria de arte e catedral.
RELIGIÃO E BAIRRO ‘COOL’
Se estiver interessado em um
roteiro religioso, saiba que Cracóvia reúne mais de 80 igrejas.
É só prestar atenção no caminho. Aliás, João Paulo II morou
lá por 40 anos – há referências a
ele por toda parte. Cansou de
andar?Continueopasseioabordo de uma carruagem, que cobra 100 zloty (cerca de R$ 70)
por meia hora.
Hágrande quantidade de cafés e bares nas ruas. Como há
muitos estudantes na cidade, a
vida é agitada, de dia e de noite.
No distrito judeu, o bairro mais
cool, há cerca de 300 pubs, de
acordo com o Departamento de
Turismo local. Cracóvia tem
cerca de 3 mil eventos por ano
em seu calendário – entre os
mais famosos estão os festejos
deNatal e ano-novona Praçado
Mercado Central.
Mas como, para eles, nem só
com cerveja se diverte um povo
eseus turistas,a cidadeconcentra também cerca de 80% das
obras de arte da Polônia. Os
itens estão em museus e muitas
galerias particulares. E o interesse que as peças despertam é
tanto que alguns museus
abrem à noite nos feriados.
Em 2005, segundo o Departamento de Turismo, Cracóvia
recebeu 50% mais pessoas que
no ano anterior – um total de 3
milhões deturistas e 70 milhões
de visitantes (aqueles que não
dormem na cidade). Em 2006,
foram 25% a mais que em 2005.
Neste ano, querem ainda mais.
Não há previsão. Não há limites. ● LAURA DINIZ
ÀS COMPRAS – De escudos e espadas medievais a souvenirs religiosos
%HermesFileInfo:V-12:20070227:
V12 VIAGEM&AVENTURA
TERÇA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2007
O ESTADO DE S.PAULO
POLÔNIA
LAURA DINIZ/AE
Passeanoite
numcastelo.
Poruma
pechincha
Um casal paga R$ 140 a diária no
Czocha; visite também as minas de sal
WROCLAW
Já pensou em se hospedar num
castelo de verdade, construído
no século 12? Na Polônia, você
pode.Opaístemcentenasdeles,
principalmente mais ao sul, na
regiãoconhecidacomoBaixaSilezia, cuja capital é Wroclaw.
Por aproximadamente 200 zloty (cerca de R$ 140), um casal
pode passar a noite no Castelo
Czocha (tel.: 00--48-75-7211553; www.zamekczocha.pl), na
cidade de Lesna.
Às margens do Rio Kwisa,
com colorida vegetação ao redor, o imponente Czocha tem
um visual deslumbrante. Por
dentro, a temática medieval domina a decoração. A começar
pelaentrada,ondeestãoumaarmaduracompleta,lançaseescudos. Nas paredes, cabeças de
animais empalhados.
Se você gostou, saiba que há
muitos outros castelos na região. Quem não quiser – ou não
puder – dormir em um deles po-
de optar pela visitação. Nesse
caso, escolha o Castelo Grodno,
na cidade de Zagorze Slaskie,
também na Baixa Silezia.
Para chegar lá, é preciso deixar o carro na parte baixa da
montanha e subir uns 10 minutos a pé. O caminho é lindo, no
meio das árvores. O ingresso
custa 7 zloty (cerca de R$ 5) e o
ideal é pedir a ajuda de um guia.
Issoporqueomaterialexplicativo e as placas são escritos em
polonês. E quase nenhum funcionário fala inglês.
CAVERNAS E SAL
Outropasseio interessanteéconhecer Ryziek, conjunto de cavernas na cidade de Walim, a 70
quilômetros de Wroclaw. O
complexo, descoberto há dez
anos, foi construído durante a
2ªGuerraMundialporprisioneiros judeus. Os poloneses não sabem ao certo como o espaço seriausadopelosnazistas,massupõem que os alemães queriam
fazer ali uma fábrica subterrâ-
MUITO POR POUCO – Caminhe 10 minutos entre belas árvores até chegar ao Grodno: passeio a 7 zloty (R$ 5)
neadearmas. Hoje,funcionacomo museu.
Segundodadosoficiaisdogoverno, cerca de 10 mil pessoas
morreram de fome e frio enquanto cavavam 12 horas por
dia para abrir as cavernas (suspeita-se que o número real seja
muito maior). Na visita, que dura 40 minutos e custa 8 zloty
(R$ 6), o turista vê dez cavernas. A maior tem 110 metros de
comprimento por 20 metros de
altura.
Ainda embaixo da terra há a
Mina de Sal Wieliczka (tel.:
00--48-12-278-7312;www.kopalnia.pl), a 10 quilômetros de Cracóvia. O lugar tem nove andares, mas os turistas só podem
conhecer três, até um ponto 135
metros abaixo do solo. São 378
degraus até lá.
Dali para baixo, a mina, que
começou a ser construída 700
anosatrás,aindafunciona.Oprimeirovisitante,aliás,foioastrônomo polonês Nicolau Copérnico(1473-1543),queaminahomenageia em uma de suas primeirassalas.Na descida,ovisitante
vê várias capelas de sal, adornadascomimagenstambém desal
– os mineiros sempre rezaram
muito por segurança.
Quem pensa no sal branquinho, como o de cozinha, se decepciona. Ele é cinza, por causa
das impurezas. A mina reproduz com bonecos o trabalho dos
mineiros e exibe máquinas e
utensílios originais.
As atrações não param por
aí. Há restaurante, lojinhas, um
spapara tratarbronquite, asma
e alergias (segundo os guias, o
sal ajuda a matar as bactérias
que atrapalham a respiração),
quatrosalõesde festaeumamegacatedral, onde são realizados
casamentos.
No currículo, segundo os
guias, Wieliczka também tem
o primeiro pulo de bungee jumping subterrâneo e o primeiro
vôo de balão debaixo da terra
no mundo. ● LAURA DINIZ
Trajetória do papa
João Paulo II vira
roteiro turístico
●● ● Há poucos anos, a Polônia tinha apenas dois carimbos: guardar os horrores de Auschwitz e
ser a terra do papa João Paulo II
(1920-2005). Orgulhosa de Karol Wojtyla e obcecada pela preservação histórica, a nação registra pelas ruas os passos do religioso, do nascimento às últimas
visitas – todos transformados em
atrações turísticas.
Cidade natal do papa, Wadowice fica perto de Cracóvia. Lá, a
casa onde ele nasceu é aberta à
visitação pública. No mesmo
quarteirão, fica a igreja em que
foi batizado e onde começou a se
familiarizar com a vida religiosa.
Na frente da igreja, uma estátua
de Wojtyla recepciona os fiéis.
Na Universidade Jagiellonian,
em Cracóvia, onde viveu cerca de
40 anos, o futuro papa estudou
literatura polonesa. Sua residência final na cidade, por cerca de
15 anos, até 1978, foi no Palácio
do Bispo. Numa das janelas, há
uma grande foto de João Paulo II
acenando para os fiéis.
A última catedral polonesa
onde ele rezou missa, em sua derradeira visita ao país, em 2003,
também fica em Cracóvia: a Basílica da Misericórdia Divina. ●
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