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PREFEITURA DE MONTES CLAROS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA TÉCNICO-PEDAGÓGICA
VI FEIRA MUNICIPAL DE LITERATURA
LITERATURA SERTANEJA: VERSO, VIOLA E VIDA.
MONTES CLAROS
ABRIL/2012
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PREFEITURA DE MONTES CLAROS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA TÉCNICO-PEDAGÓGICA
VI FEIRA MUNICIPAL DE LITERATURA
COMISSÃO ORGANIZADORA
Leonardo Rodrigues Vieira – Ensino Fundamental
Analista de Conteúdo Curricular: Língua Portuguesa
Thaís Lopes Vieira – Ensino Fundamental
Analista de Educação
Magdelene Soares de Freitas - Educação Infantil
Psicopedagoga
Maria Aparecida de Souza – Projetos e Programas
Supervisora de Ensino
Inailde Rodrigues Lima – Projetos e Programas
Supervisora de Ensino
MONTES CLAROS
ABRIL/2012
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5
2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................................... 7
3. OBJETIVOS ................................................................................................................................. 10
4. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 11
5. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ................................................................................................... 13
5.1. Educação Infantil .................................................................................................................. 13
5.2. Ensino Fundamental: Anos Iniciais ..................................................................................... 16
5.3. Ensino Fundamental: Anos Finais ....................................................................................... 27
5.3.1. Artes ................................................................................................................................. 27
5.3.2. Ciências ............................................................................................................................ 32
5.3.3. Educação Física............................................................................................................... 33
5.3.4. Educação Religiosa ......................................................................................................... 44
5.3.5. Geografia ......................................................................................................................... 45
5.3.6. História ............................................................................................................................ 49
5.3.7. Língua Inglesa ................................................................................................................. 52
5.3.8. Língua Portuguesa e suas Literaturas .......................................................................... 57
5.3.9. Matemática ...................................................................................................................... 61
6. CRONOGRAMA ......................................................................................................................... 64
7. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 65
5
1. INTRODUÇÃO
Existem diversas formas, maneiras e instrumentos pelos quais é possível ao homem
expressar seus pensamentos, suas ideias, convicções, ideologias, falar de sua realidade social,
comunicar sobre seus conflitos existenciais, angústias, tristezas, bem como revelar sobre sua
imaginação, felicidade, alegria, prazer, amor, entre outros sentimentos. Entre essas possibilidades
que o ser humano dispõe para realizar sua comunicação como mundo, em especial lugar, encontrase a literatura.
Uma conceituação acabada, com todos os seus limites prontamente estabelecidos acerca
do que de fato venha a ser literatura, talvez ainda hoje não seja possível devido às diferentes
acepções teóricas apresentadas pelos mais importantes estudiosos do assunto. Em linhas gerais,
pode-se dizer que literatura refere-se a uma forma de manifestação artística, a qual se diferencia das
outras pelo trato especial que sua matéria-prima, a palavra, adquire dentro das estruturas textuais
produzidas.
O artista, por assim dizer, hábil conhecedor do ofício da escrita é capaz de, a partir de
recursos linguísticos, sejam eles sintáticos, semânticos, sejam estilísticos, dar aos textos
características bem significativas, peculiares, as quais diferenciam seu trabalho das outras maneiras
de se falar, representar ou imitar o mundo. Essas características dizem respeito, por exemplo, à
subjetividade textual; ao cuidado estético com que as histórias são construídas; ao efeito emocional
ocasionado no leitor; ao uso cuidadoso das figuras de linguagem, como as metáforas; à preferência
pela linguagem conotativa, em detrimento da denotação; à ausência, muitas vezes, de uma
preocupação utilitarista da linguagem, ou seja, a primeira preocupação da literatura decorre de sua
função estética.
Assim, nota-se que, muito além de procurar definir literatura, uma discussão mais
profícua gira em torno de se estabelecer quais são os textos que podem ser classificados como
literários ou não. É mais relevante preocupar-se com a definição de determinados parâmetros que
possibilitem ao leitor e aos estudiosos definir com certa propriedade que estão sim diante de uma
obra que foi concebida de um procedimento estético bem elaborado.
Um exemplo bem evidente de que nem todo texto pode ser tido por literário é quando se
avalia as produções jornalísticas, as quais possuem uma linguagem direta, não subjetiva, os fatos
são narrados quase sempre na ordem cronológica, pois servem, em primeiro lugar, apenas para
informar algo que está ou que já aconteceu. Ainda, podem ser citados como textos não literários, os
pertencentes ao gênero publicitário, que têm uma função estritamente comercial, sendo sua
finalidade convencer as pessoas a adquirem um produto ou uma ideia.
A literatura, como manifestação artística, tem por finalidade recriar a realidade a partir da
visão de determinado autor (o artista), com base em seus sentimentos, seus pontos de vista
e suas técnicas narrativas. O que difere a literatura das outras manifestações é a matériaprima: a palavra que transforma a linguagem utilizada e seus meios de expressão. Porém,
não se pode pensar ingenuamente que literatura é um “texto” publicado em um “livro”,
porque sabemos que nem todo texto e nem todo livro publicado são de caráter literário.
Logo, o que definiria um texto “literário” de outro que não possui essa característica? Essa
é uma questão que ainda gera discussão em diversos meios, pois não há um critério formal
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para definir a literatura a não ser quando contrastada com as demais manifestações artísticas
(evidenciando sua matéria-prima e o meio de divulgação) e textuais (evidenciando um texto
literário de outro não literár
io). [...] o que torna um texto literário é a função poética
da linguagem que “ocorre quando a intenção do emissor está voltada para a própria
mensagem, com as palavras carregadas de significado.” [...] não apenas o aspecto formal é
significativo na composição de uma obra literária, como também o seu conteúdo.1
Afinal, a que serve então a literatura? Qual é sua finalidade primordial? Dificilmente,
seria possível definir em poucas linhas a dimensão de propósitos abarcados por um trabalho
literário, tendo em vista que nem os próprios escritores possuem a capacidade de, ao se dedicarem à
escrita de um texto, delimitar qual sentido o leitor irá construir para determinada obra, pois esse tipo
de ação depende de vários fatores, sobretudo, da maturidade de quem lê, do período histórico e
social em que ele se encontra, da sua realidade de vida e da própria subjetividade do ser humano.
Dessa maneira, o que se pode dizer de maneira bastante geral é que a literatura, em
qualquer parte do mundo, tem a finalidade de:
 Ser um instrumento ficcional de conhecimento do mundo, utilizando-se ou não da
verossilhança para tratar de diversas situações existentes, criando inúmeros
personagens e localidades que se aproximam de maneira bem peculiar ao mundo
real;
 Levar o homem a um processo de autoconhecimento, conhecimento do outro, bem
como das relações que estabelecem;
 Proporcionar prazer às pessoas pelo simples ato da leitura, sem, contudo, ter a
obrigação de instruir ou moralizar;
 Ser instrumento de formação e desenvolvimento intelectual.
1
NICOLA, 1998, p.24.
7
2. JUSTIFICATIVA
A ideia de se realizar um evento que trate de literatura justifica-se pela necessidade de
oferecer aos alunos do Sistema Municipal de Ensino o acesso a um tipo de conhecimento que é a
eles de fundamental importância para a formação e o desenvolvimento da capacidade intelectual. A
Feira Municipal de Literatura é concebida sob o propósito de fazer com que os alunos, por meio dos
textos ficcionais, em prosa ou verso, possam conhecer melhor a realidade em que vivem;
aperfeiçoar a capacidade de pensar e refletir sobre as situações do cotidiano; desenvolver o gosto
pela leitura; ter contato com escritores clássicos da literatura brasileira, além dos contemporâneos;
valorizar a literatura como forma de conhecimento de mundo; entre outros.
A Prefeitura de Montes Claros contempla há vários anos os cidadãos montesclarenses
com esse evento, que se originou da Praça da Matriz e aos poucos foi se ampliando, passando a ser
realizado também em outros espaços públicos da cidade.
A Secretaria Municipal de Educação tem estado à frente da Feira Literária desde suas
primeiras edições, em meados de 1990. Trata-se de uma festa de literatura, que vai além dos muros
da escola e que visa proporcionar aos amantes da leitura a apreciação da produção literária. Além
disso, a Feira oferece oportunidade ao público leitor de conhecer obras de vários escritores,
inclusive do município e região, ocasião em que muitos autores estão presentes como convidados
para o evento. O contato direto do público com os autores consolida o processo de interação e
democratização do ato de ler.
A Feira Literária busca contemplar, na definição dos temas trabalhados, gêneros
literários diversos, a vida e obra de vários escritores, desde os clássicos aos modernos. Na escolha
de temas ou escritores, considera-se criteriosamente as possibilidades das diversas práticas
pedagógicas, com foco amplo e direto nas questões literárias.
O evento é aberto ao público, contendo atividades gratuitas para todas as faixas etárias,
como apresentações literárias, musicais, exposições de trabalhos, lançamentos de obras, palestras,
bate-papos com autores, minicursos, etc. Conta com a parceria de várias instituições, empresas,
grupos e profissionais que apoiam a leitura como conquista da cidadania. A Feira teve as seguintes
edições:
1) I Feira de Literatura na praça: leitura e prazer. Realizada na praça da matriz , no dia
4 de outubro de 2007, com uma abordagem voltada para os 150 anos de Montes
Claros, no intuito de se resgatar a identidade cultural local, as manifestações
artísticas urbanas e rurais;
2) II Feira Municipal de Literatura da Rede Municipal de Ensino. Aconteceu no ginásio
Darcy Ribeiro, praça de esportes, em 24 de setembro de 2008, com temáticas livres.
Houve exposição e apresentações de poemas, brincadeiras, releituras de textos, entre
outros;
8
3) III Feira Municipal de Literatura. O tema esteve voltado para os 100 anos do escritor
e historiador Hermes de Paula, sendo realizada nos dias 17, 18 e 19 de novembro de
2009, no ginásio Darcy Ribeiro, praça de esportes;
4) IV Feira Municipal de Literatura. Ocorreu nos dias 11 e 12 de novembro de 2010,
com exposições dos trabalhos nas escolas municipais e culminância no hall da
Prefeitura de Montes Claros. O tema contemplado foi o centenário do poeta e
escritor Cândido Canela;
5) V Feira Literária. Aconteceu no estacionamento da Prefeitura de Montes Claros, no
dia 1º de outubro de 2011, com o tema Viajando pelas Minas Gerais, redescobrindo
e reinventando literatura. Contou com ampla estrutura de tendas para escolas
exporem os trabalhos, palco para apresentações artísticas e dos alunos, além da
realização de palestras, na sala Geraldo Freire, sobre literatura mineira com dois
professores doutores da Universidade Estadual de Montes Claros.
Neste ano, a temática escolhida foi Literatura Sertaneja: verso, vida e viola, em função
da riqueza e da importância que as obras literárias que tratam do sertão têm para a região nortemineira, principalmente, por construírem de modo bem significativo a identidade do povo que nele
vive, retratarem de maneira verossímil nossa realidade social, nossa cultura, os hábitos alimentares,
costumes, crendices e religiosidade, transporem para as páginas nosso modo de falar, etc.
O Regionalismo na literatura brasileira surgiu ainda no século XIX, dentro do
Romantismo, nas obras de José de Alencar, de Bernardo Guimarães, de Franklin de Távora, as
quais queriam retratar, mesmo que de maneira meio idealizada e artificial, a realidade de
determinadas regiões do nosso país, em um verdadeiro processo de busca pela construção da
identidade nacional. No entanto, a literatura regionalista ganha força com o movimento Modernista,
a partir de 1930, em que, influenciados de certo modo por esse regionalismo romântico e pelo
Realismo do século XIX, os romancistas passaram a tratar das questões sociais, principalmente na
região nordeste, denunciando e retratando a seca, a miséria, a exploração e a opressão vivenciadas
por seus personagens. São autores significativos dessa fase: Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz,
José Lins do Rego, Jorge Amado, entre outros.
Nesse sentido, pode-se considerar a Literatura Sertaneja como uma vertente, um
desdobramento do regionalismo, sendo classificada como um tipo de literatura que trata,
exclusivamente, de escrever sobre tudo que há no ambiente do sertão brasileiro, preocupando em
caracterizá-lo e construir sua identidade.
Um pouco mais adiante na história da Literatura Sertaneja, encontra-se aquele que foi
capaz talvez de reinventá-la, criando por meio de seus personagens e obras uma espécie de sertão
universal, com novo significado e bem diferente de autores com Graciliano e Rachel. Guimarães
Rosa criou um sertão imaginário por meio de sua linguagem inovadora, permeada pelos
neologismos. Tratou dos mais diversos conflitos do ser humano, os quais não fogem nem mesmo o
homem sertanejo, tais como o medo, o amor e a sedução.
9
Em ensaio crítico sobre Corpo de Baile, o professor Ivan Teixeira afirma que o livro talvez
seja o mais enigmático da literatura brasileira. As novelas que o compõem formam um
sofisticado conjunto de logogrifos, em que a charada é alçada à condição de revelação
poética ou experimento metafísico. Na abertura do livro, intitulada Campo
Geral, Guimarães Rosa se detém na investigação da intimidade de uma família isolada no
sertão, destacando-se a figura do menino Miguelim e o seu desajuste em relação ao grupo
familiar.Campo Geral surge como uma fábula do despertar do autoconhecimento e da
apreensão do mundo exterior; e o conjunto das novelas surge como passeio cósmico pela
geografia rosiana, que retoma a idéia básica de toda a obra do escritor: o universo está no
sertão, e os homens são influenciados pelos astros.2
Por que verso, vida e viola? A escolha dessas três palavras que compõem o tema da
feira está diretamente ligada à proposta de um trabalho voltado para o que se tem de mais rico e
abrangente nos textos literários que relatam a vida no sertão. Verso remete-se à palavra
propriamente dita, pois o trabalho com a literatura de forma alguma pode prescindir do texto
escrito, pois é sua matéria-prima. Dessa maneira, quer-se com o evento levar os alunos a
valorizarem o livro como instrumento de conhecimento.
Vida traz à tona a realidade vivenciada pelo homem do sertão, o qual se identifica com o
retrato social construído na ficção. Essa palavra representa o desejo de que os leitores possam
entender melhor o ambiente em vivem, valorizar seus costumes, desconstruir estereótipos sobre o
sertão. Por fim, viola retoma uma das mais importantes características do sertão brasileiro, ou seja,
a sua musicalidade. Não se pode pensar em sertão sem levar em consideração que nossa música
também faz parte da construção de nossa identidade, pois representa bem aquilo que somos.
2
JUNIOR, 2002.
10
3. OBJETIVOS
GERAL:

Proporcionar à comunidade escolar o contato com a literatura e seus elementos,
a fim de divulgar e valorizar o trabalho literário, tendo em vista seu valor
cultural, artístico, social e histórico.
ESPECÍFICOS:





Despertar o gosto e apreciação pela arte literária;
Incentivar a leitura de textos literários como fonte de prazer, bem como
atividade crítica;
Valorizar e conhecer o livro e os elementos que o compõem;
Valorizar a escrita como forma de registro da cultura dos povos;
Divulgar e valorizar a literatura brasileira, sobretudo, a de Minas Gerais e a
norte-mineira.
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4. METODOLOGIA
Nesta VI edição da Feira Municipal de Literatura, o tema Literatura Sertaneja: verso,
vida e viola foi sugerido pela comissão do evento e aprovado por diretores e supervisores
educacionais. Assim, iniciou-se a elaboração deste projeto. Para tanto, foram necessárias pesquisas
em relação ao tema e às obras literárias correspondentes, contato com professores, pesquisadores,
autores e editoras. Também houve a necessidade de produzir uma arte visual que representasse a
temática da feira e transmitisse a ideia a ser desenvolvida no decorrer do trabalho.
Importantes obras literárias da nossa antologia, representantes da Literatura Sertaneja,
foram selecionadas e estão sendo sugeridas às Escolas para serem trabalhadas pelos docentes em
sala de aula. Essa seleção abrange textos que atendem à faixa etária dos estudantes de cada
modalidade de ensino atendida pelo Sistema Municipal de Educação de Montes Claros. Foram
prestigiados grandes clássicos da nossa literatura como Grande Sertão Veredas de João Guimarães
Rosa, Os Sertões de Euclides da Cunha, Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto; obras
da literatura infanto-juvenil como A Bordadeira de Histórias de Ana Raquel e Rogério Andrade
Barbosa, Imagens do Sertão de Cristina Porto, Severino Faz Chover de Ana Maria Machado;
poesias da literatura de cordel como Cordel de Téo Azevedo, Cordel Adolescente, Oh Xente! de
Silvia Orthof, entre outras.
Pensando na importância da literatura como valor cultural, artístico, social e histórico as
ações previstas para a VI Feira Municipal de Literatura vêm incentivar a leitura e a apreciação da
arte literária, bem como divulgar e valorizar a literatura brasileira, sobretudo, a de Minas Gerais e a
norte-mineira. Ao explorar a temática desse evento, as escolas, os educadores, educandos e
comunidade, terão a oportunidade de perceber a literatura como ferramenta de reflexão e
disseminação da arte e dos valores de um povo. Assim, a literatura serve como fomento à pesquisa e
ao pensamento crítico dentro da sala de aula. Para tanto, as escolas receberão documentos de
orientações didáticas e suportes pedagógicos, que as apoiarão nesse trabalho.
As Orientações didáticas atenderão da Educação infantil ao 9º ano do Ensino
Fundamental. Serão apresentadas em uma abordagem interdisciplinar, de modo que todas as áreas
do conhecimento possam desenvolver a temática da Feira.
Além desse suporte documental, serão oferecidos aos professores palestras e minicursos
referentes ao trabalho com a Literatura Regionalista (especificamente com a Literatura Sertaneja),
para que estejam preparados e embasados para o desenvolvimento dessa temática junto aos seus
alunos.
O trabalho pedagógico nas escolas referentes à Feira Literária será acompanhado
através de reuniões mensais realizadas com os supervisores e diretores, procurando promover um
diálogo constante e um canal de trocas de ideias e experiências.
Os resultados finais das atividades desenvolvidas nas escolas serão expostos na
culminância do trabalho pedagógico com a realização da VI Feira Municipal de Literatura. Em um
espaço aberto e adequado, de fácil acesso à comunidade montesclarense, serão dispostas tendas, nas
quais as escolas envolvidas estarão organizadas por nucleação. Haverá, ainda, tendas que receberão
os escritores e suas obras, editoras e suas divulgações, entre outros. Ainda, será montada uma tenda
12
escura, em que serão projetados filmes, documentários, curtas-metragens sobre as obras
contempladas pelo evento. Em um palco central, os alunos, educadores e artistas locais participarão
de variadas apresentações artísticas.
Dessa forma, espera-se proporcionar aos nossos estudantes a oportunidade de
desenvolver uma educação literária pertinente ao seu período de formação, e, ainda, oferecer à
população de Montes Claros o contato com a Literatura Sertaneja e seus elementos, a fim de
divulgar e valorizar o trabalho literário da nossa região.
13
5. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Seguem algumas orientações didáticas, a fim de auxiliar professores e supervisores no
planejamento de todas as ações previstas para a VI Feira Municipal de Literatura.
5.1 EDUCAÇÃO INFANTIL
Diversidade cultural: diálogo entre cultura e educação na escola
O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias, características ou
elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente, sendo que cultura (do
latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de
profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão
determinado no espaço/tempo. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras
morais que permeiam e “preenchem” a sociedade.
Dessa forma, a diversidade cultural pode ser entendida como diferenças culturais que
existem entre o ser humano, havendo, assim, várias manifestações culturais, tais como: a
linguagem, danças, vestuário e outras tradições, como a organização da sociedade. Assim, é
fundamental que as instituições educativas construam uma ponte entre o conhecimento
estabelecido, o patrimônio cultural da humanidade e o conhecimento cultural presente na localidade
que vivem e no seu entorno.
As instituições de Educação Infantil se constituem como espaço privilegiado de
vivências e manifestações culturais, onde, através de práticas educativas que sejam significativas,
crianças e adultos têm a possibilidade de ampliar seu universo cultural.
Segundo Kramer (2006), a experiência cultural contribui na formação de crianças,
jovens e adultos, resgatando trajetórias e relatos, provocando a discussão de valores, crenças, a
reflexão crítica que é produzida e que nos reproduz, e suscita o repensar do sentido da vida, da
sociedade e do papel de cada um de nós.
Dessa maneira, é imprescindível que o trabalho com a “cultura” seja de forma
interdisciplinar no ambiente escolar, propiciando a abordagem desse saber que é produzido por
todos. De acordo com Kramer (...) o conhecimento das raízes culturais, das tradições, das
experiências e da história de cada grupo é conquista fundamental na construção da identidade.3
Assim, o educador tem papel fundamental em desvendar essa riqueza que é a
diversidade cultural, sendo necessário que crianças e adultos aprendam com a sua cultura e a arte,
com os textos, com as histórias e com a experiência acumulada. Nessa perspectiva, percebemos a
3
KRAMER, 2006, p.14.
14
importância do desenvolvimento do trabalho voltado para a vertente cultural, como experiência que
enriquecerá a prática pedagógica das instituições que atendem à Educação Infantil em Montes
Claros. Será uma oportunidade para proporcionar às crianças o contato com o acervo cultural
brasileiro, bem como da região na qual ela está inserida, desmistificando, respeitando e colaborando
para a valorização e perpetuação da cultura local.
Dessa forma, para que haja o diálogo com a VI Feira Literária, sugere-se que o trabalho
a ser desenvolvido no 2º trimestre, cujo tema é Diversidade Cultural: do Catopé ao Pequi, perpasse
pela temática Literatura sertaneja: verso, vida e viola.
Elencamos alguns livros de Literatura infantil, a fim de incentivar que cada instituição
trabalhe um ou mais exemplares. Lembrando que o objetivo primordial é a literatura trabalhada para
a fruição, despertando o encantamento pelo universo cultural.
ITEM
01
02
16
17
18
19
20
LIVRO
Diversidade
Boca em boca- História de
todos os cantos
Brincadeira de roda
Brasil Menino
Boneco Maluco e outras
brincadeiras
O reino das plantas- Uma
viagem pelo mundo da Botan
companhia
500 anos
Luana a menina que viu o
Brasil neném
Paisagens Brasileiras
Alegria alegria as mais belas
canções n. infância
Lendas da Amazônia... E
assim até hoje
Lampião e Maria Bonita
Lendas dos buracos do céuColeção Lendas da Amazônia
Luiz Lua
A história de Chico Mendes
para crianças
Festas de Agosto
Por dentro dos Cerrados
Crianças do Mundo
Diversidade
Folclore para crianças
21
Severino Faz Chover
Ângela Martins Ferreira
Nilson Moulina
Adele Ciboul
Núria Roca
Zezé Colares
Yonne Silveira
Ana Maria Machado
22
A Rendeira Boralheira
Socorro Acioli
Positivo
23
Dona Feia
Anderson de Oliveira
Abacatte
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
AUTOR (A)
Tatiana Belinicy
Salesiana
EDITORA
Quinteto
Salesiana
Denise Rochael
Fatima Miguez
Elias José
Formato
DCL
Projeto
Eduardo Pirozzi
Companhia
Regina Renno
Aroldo Macedo
FTD
FTD
Fátima Miguez
Carlos Felipe
DCL
Leitura
Flavia Savary
Salesiana
Liliana Iacocca
Estela Leonardos
Ática
Vila Rica
Dimensão
Fatima Reis
Dimensão
Prumo
LDTA
Studio Nobel
Salamandra
Ibep Jr.
Imprensa UniversitáriaUnimontes
Salamandra
15
23
O menino Sinhô vida e música
de Hermeto Pascoal para
crianças
Edmiriam Módolo Villaça
Ática
24
O mamulengo molega
Hardy Guedes
Base editorial
25
O surfista e o sertanejo
encontro do mar com o sertão
Ricardo Dreguer
Moderna
26
O boi leição
Stela Barbieri e Fernando Vilela
Scipione
27
João boboca ou João sabido
Rosane Pamplona Ionit
Zilberman
Brinque-Book
Como trabalhar Diversidade cultural: do catopé ao pequi e Literatura sertaneja:
verso, vida e viola?
O trabalho com a temática diversidade cultural na educação infantil propõe uma
discussão não só com os pequeninos, mas também com toda a escola sobre a identidade cultural
desses e as várias culturas existentes em nosso país, no âmbito individual, social e coletivo,
buscando entrelaçar as diversas linhas do conhecimento de maneira interdisciplinar.
Trabalhar com Literatura Infantil proporciona o desenvolvimento de várias habilidades
e competências na faixa etária infantil. Sendo assim, com a variedade literária e tudo que traduz
cultura, pode-se explorar a heterogeneidade na e da escola, sobre a diversidade existente, buscando
as origens da cultura no entorno das instituições infantis, seu contexto histórico, e outras culturas
que estão inseridas, como: comidas típicas, costumes, danças, lendas e religião, explorando as
diversidades regionais e locais. Com isso, é importante trabalhar objetivando formar cidadãos que
sejam críticos e autônomos, que participam do processo social, conscientes de seus direitos e
deveres na sociedade, com base no respeito mútuo, fortalecendo e realizando o movimento cultural
tão importante e necessário a construção do saber cultural.
A cultura brasileira também se faz presente nas nossas raízes e devemos então propiciar
às crianças pequenas a descoberta das muitas culturas que fazem parte do nosso povo, para que se
fortaleça o sentimento de valorização dos nossos costumes.
Assim, temos que perceber e sentir como as temáticas estão próximas. Sentir que o
sertanejo faz parte da cultura montesclarense, que a viola, como bem cultural de característica
marcante nas manifestações populares, precisa ser valorizada, assim como os costumes,
brincadeiras, cantigas, comidas e festas... Tudo isso é a vida simples do povo norte-mineiro, que se
mistura com a terra, com prática e o aconchego da educação infantil.
Então se aventure professor e viaje pelo Brasil até chegar aqui à Princesa do Norte e,
quando chegar, mergulhe na nossa terra, descubra os bichos, os frutos, os versos, as cantigas,
construa brinquedos e faça com que seu aluno, mesmo pequeno, encante-se pela nossa terra.
16
5.2 ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS INICIAIS
A LITERATURA
O trabalho com a temática da VI Feira Literária Literatura Sertaneja: verso, vida e
viola, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, permitirá às crianças um maior contato com a
Literatura, além de propiciar o conhecimento e a apreciação da arte literária da nossa região.
Favorece, também, o trabalho com importantes conteúdos da Proposta Curricular, como a leitura,
escrita e a compreensão textual. É o momento mais propício para provocar situações que despertem
na criança o entusiasmo pela leitura e pelo mundo letrado.
A literatura, como uma expressão artística, é a arte das palavras. Como uma manifestação
de sentimentos, sensações, impressões e como a expressão lírica de um artista da palavra e
do desenho, ela provoca deleite e traz um trabalho poético com as palavras, com as figuras
de linguagem e com as imagens.4
A Literatura promove, através do próprio ato de ler, uma série de ações na mente do
leitor. Por meio delas, ele extrai informações, faz inferências e amplia o vocabulário. Assim, o
trabalho com a Literatura na sala de aula deverá permitir aos alunos:
 Desenvolver o pensamento letrado, no sentido da apropriação cada vez maior e mais
abrangente da linguagem escrita dos textos literários;
 Ampliar e aperfeiçoar a compreensão leitora e as possibilidades de estabelecimento
de relações e construção de sentidos;
 Utilizar a leitura como fonte de prazer e informação, ampliando o repertório dos
alunos com diferentes gêneros de textos, autores e ilustradores, iniciando a construção
de uma história de leitor;
 Narrar histórias lidas ou ouvidas, considerando a temporalidade e a causalidade;
 Familiarizar-se com a escrita por meio do manuseio de livros e da vivência de
diversas situações nas quais seu uso se faça necessário;
 Interpretar textos lidos e ouvidos, organizando informações sobre o assunto em
questão – O Sertão;
 Externar se gostou ou não do que foi lido e se concordou ou não através da crítica
literária;
4
PARREIRAS, 2009, p.22.
17
 Discutir a história (o começo e o fim), o ritmo, as personagens, a capa e a
encadernação, a paginação, o tipo e o tamanho das letras e o formato do livro;
 Entrar na aventura com os personagens, comentar o enredo, conhecer mais sobre o
autor e a temática do Sertão.
A COMPREENSÃO LEITORA
De acordo com a Proposta Curricular do Sistema Municipal de Montes Claros para os
Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o trabalho com a compreensão leitora pode e deve ser
iniciado antes mesmo que as crianças consigam a decodificar as palavras. Na leitura em voz alta,
quando o professor comenta ou discute com seus alunos os conteúdos e usos dos textos lidos, ele
contribui para o desenvolvimento da capacidade de compreensão.
Essa capacidade precisa ser aprendida, exercitada e ampliada em diversas atividades
contínuas com os alunos. Por exemplo, nos textos narrativos, ao acabar de ler, o aluno deve saber
dizer:
 Quem fez o que;
 Quando;
 Como;
 Onde;
 Por quê.
Os alunos podem, através da leitura das obras que exploram o Sertão brasileiro,
partilharem sua emoção e sua compreensão, avaliando de maneira crítica e afetiva o conteúdo da
obra lida, fazendo extrapolações, isto é, projetando o sentido do texto e da Literatura Sertaneja para
outras vivências, outras realidades. Esse é um importante aprendizado - afetivo e atitudinal - que
leva os alunos a descobrirem que os livros podem falar da nossa vida, podem ter utilidade e
relevância para nós.
Um dos componentes da capacidade de ler com compreensão presentes na Proposta
Curricular é a estratégia de ler com envolvimento, prevendo o que o texto ainda vai dizer e
verificando se as previsões se confirmam ou não. Esse levantamento de hipóteses pode começar
antes da leitura e percorrer todo o processo, levando os alunos a produzirem o indispensável “fio da
meada”, que permite ao leitor compreender o texto.
Outra importante habilidade é a capacidade de se posicionar diante da história,
expressando suas opiniões. Desenvolver a oratória da criança, levando-a a se manifestar
criticamente em relação aos temas abordados nas obras trabalhadas, formando opinião a respeito
das diferentes leituras que se faz do Sertão brasileiro, sua gente e sua cultura.
18
O OBJETO LIVRO
É importante que na sala de aula o professor trabalhe com as crianças o suporte no
qual o texto explorado está sendo apresentado “Naturalmente, para que a leitura oral de histórias
atinja os objetivos, não basta que a história seja lida. É necessário que o objeto portador da história
seja analisado com as crianças[...]”5
Conhecer o objeto livro, descobrir que as marcas na página escondem significados, que
os livros têm autor, ilustrador, editor, tem capa, resenha, etc., são importantes habilidades para a
formação de um aluno leitor.
O professor deverá ser o orientador que analisará o livro junto com a criança, levando-a
a opinar criticamente a respeito:
 Do objeto-livro: a capa, (bonita? Feia? Atraente?), o título, a encadernação, a
ilustração, o tipo e o tamanho das letras, etc.;
 Em relação à história: se boa, se interessante, se boba, se é condizente com a
realidade do sertão e do sertanejo. E o tema: como foi sentido? E o final da história? E
os personagens? Etc...
 Explorar a capa: sem ler o título do livro (perguntar se eles sabem do que se trata a
história e por quê);
 Relacionar o título com a ilustração da capa;
 Relacionar a ilustração da capa e a história;
 Identificar e explicitar as relações entre o texto e seu título.
A formação que é oferecida aos professores enfatiza muito o valor da palavra e do texto
escrito. No caso da literatura para crianças se caracteriza pelo conjunto do que é composto:
textos, desenhos e projeto gráfico. Então, não há como fechar os olhos à ilustração. São
linguagens diferentes dentro de um livro.6
O contato da criança deverá acontecer não somente com o texto, mas, com o objeto
livro. Assim, o professor possibilitará a construção de uma relação mais próxima entre a criança e o
livro.
Outros aspectos importantes a serem trabalhados com as crianças, como parte da
apropriação dos componentes dos livros, é a resenha ou sinopse que aparece, geralmente, na orelha
ou na contracapa do livro e a referência bibliográfica.
O professor poderá orientar as crianças, primeiramente explicando e mostrando o que é
uma resenha ou uma sinopse, qual sua função no livro e suas características. Depois, ajudá-las a
produzir resenhas ou sinopses dos livros trabalhados na sala de aula, auxiliando-as com perguntas,
tais como: por que este livro deve ser lido? Em que ele nos ajuda? Quais pessoas gostariam de lêlo? E assim por diante...
5
SOARES, 2009.
6
PARREIRAS, 2009, p.89.
19
Ao trabalhar com a referência bibliográfica, o que se pretende é mostrar as crianças qual
a sua importância e a sua utilidade. Também, para que perceba que cada livro tem um autor que o
escreve, uma editora que o publica, em um determinado tempo e espaço. Para tanto, não é preciso
que a criança estude a estrutura científica de uma referência bibliográfica. O professor poderá
abordá-la em sala de aula de maneira mais simples e mais próxima da criança, de acordo com suas
possibilidades e progressões. (anexo modelo de ficha que pode ser trabalhada no primeiro ciclo dos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental).
A HISTÓRIA
As obras literárias que serão trabalhadas na sala de aula trarão fortemente a marca do
sertão e do povo sertanejo impressas em suas páginas. O professor, ao construir o clima propício
para a leitura da obra (tanto pelos alunos como pelo próprio professor), deverá diagnosticar os
conhecimentos prévios ou hipóteses dos alunos sobre o tema em questão. Para as crianças que ainda
não adquiriram o sistema de escrita e não conseguem ler com autonomia é importante que a leitura
do livro seja feita pelo professor e não apenas “contada a história”, pois, a leitura da história, em
vez da “contação”, é fundamental para que as crianças ouçam, e se apropriem da linguagem escrita,
antes mesmo de estarem alfabetizadas e poderem elas próprias ler.
Discutir o enredo, apreciar a história, buscar seus significados, trabalhando a
compreensão leitora e os elementos do livro são os próximos passos. A partir daí, do debate sobre a
história, o professor deverá conduzir o aluno a contextualizar a obra em um tempo, espaço e cultura
em um trabalho interdisciplinar. Assim, a obra permitirá que sejam abordados conteúdos referentes
ao sertão como:
 Tempo: atual ou passado;
 Espaço: localização, clima, vegetação, etc.;
 Cultura: comida, música, dança, trajes, sotaque,
costumes, artesanato, etc.;
 Explorar a linguagem do sertanejo:
semelhanças e diferenças com a linguagem da
criança.
PEQUENOS AUTORES
É importante que os alunos vivenciem o processo de construção de um livro desde a
elaboração da história à sua composição e todos os elementos que ele contém. Essa atividade será
de grande valia às turmas de alfabetização, pois, permitirá aos estudantes refletirem sobre a
produção escrita, revisar, reescrever, reconstruir suas ideias demonstrando sua evolução no processo
de formação do Leitor/Escritor. O professor poderá conduzir esse momento através das seguintes
propostas:
 As próprias crianças produzirão um livro de literatura, começando pela construção da
história (que poderá ser feita coletivamente com as turmas dos primeiros anos),
definindo quem serão os personagens (suas características específicas enquanto
20
literatura sertaneja), o tipo de história (se romance, se aventura, terror, etc), o que
acontecerá? Como começa? E depois? E como termina?
 Corrigir e interpretar a história, discutindo e revendo o enredo;
 Organizar a história no formato do livro definindo as páginas e ilustrando-o (discutir
as ilustrações para que representem o sertão);
 Escolher o título da história e elaborar a capa;
 Fazer a crítica literária, a resenha e a referência bibliográfica do livro.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser feita durante todo o processo, pois dela dependem os passos
seguintes e os ajustes necessários. Ela deve servir para oferecer indícios de como anda a evolução
da classe, suas aprendizagens, seus interesses.
O professor poderá conduzir a avaliação a partir das seguintes considerações:
 Houve envolvimento e interesse?
 Aprendizagem e aquisição de conhecimentos?
 Houve mudanças na forma de pensar e agir das crianças?
 Os objetivos do planejamento foram alcançados?
21
ANEXO: 1
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AUTOR:
LIVRO:
EDITORA:
CAPA (DESENHO):
ANO:
22
ANEXO: 2
Ler por prazer no ritmo do cordel7
Se você nunca pensou em apresentar literatura de cordel aos seus alunos, por considerála pobre ou popular demais, saiba que está cometendo um erro de avaliação. Primeiro, porque
popular não é sinônimo de má qualidade. Depois, porque esse gênero literário é riquíssimo, tanto na
forma como no conteúdo. Tão rico que muitos especialistas costumam considerá-lo como uma
ferramenta excepcional para desenvolver na garotada o comportamento leitor.
O que faz da poesia de cordel um instrumento capaz de estimular o hábito da leitura são
características que costumam encantar as crianças, entre elas a musicalidade das rimas, a temática,
que geralmente remete à cultura nordestina, e as metáforas, que abrem caminho para boas
discussões. Já que é assim, por que não usar o cordel para ampliar o repertório da turma? A revista
NOVA ESCOLA foi ouvir quem entende do assunto para elucidar algumas dúvidas sobre como
trabalhar com a leitura desse tipo de texto.
 A melhor maneira de ler a poesia de cordel para os alunos em sala de sala:
O ideal é que você prepare a leitura com antecedência para dar o devido destaque ao
ritmo e à musicalidade proporcionados pelas rimas. Treine a entonação, lembrando sempre de que é
recitando de modo expressivo que os cordelistas atraem compradores para os seus folhetos. O
professor deve atuar como modelo de leitor, questionando as intenções do autor ao escolher
determinadas expressões e ajudando na construção. Informe-se sobre a história e a estrutura poética.
Se contar com os recursos necessários, reproduza gravações de cordel em sala de aula. Assim, os
alunos terão referências da relação entre o texto e a oralidade típica do gênero.
 Como os estudantes devem fazer a leitura:
Ler em voz alta é bom, já que o cordel está fundamentado na oralidade. “Pedir que os
alunos levem cordéis para casa e leiam para seus pais é uma boa maneira de aproximá-los do
gênero”, diz Hélder Pinheiro, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
 Depois de ler, o que discutir com as crianças:
Regionalismos, metáforas e palavras que fogem à grafia-padrão, por exemplo. Fatos
históricos e aspectos culturais referentes à narrativa também devem ser abordados. Se você
intercalar a leitura de cordéis com a de outros gêneros literários, discuta as diferenças entre eles.
7
Cyntia Calhado ([email protected]). Disponível em www.novaescola.org.br
23
 De que forma explicar palavras fora do padrão:
Os desvios ortográficos típicos do cordel têm origem na estreita relação do gênero com
a linguagem oral. Explique que, nesse contexto, eles não são considerados erros, mas traços da fala
coloquial e da cultura popular que refletem o ambiente no qual o cordel foi criado.
 Como abordar regionalismos e metáforas:
Esses elementos refletem o diálogo do sertanejo com suas crenças e seus dilemas
cotidianos. É fundamental, portanto, que você estude os cordéis que serão lidos para ajudar seus
alunos a compreendê-los. Preparar um glossário de termos regionais pode ajudar bastante.
 Os critérios na hora de selecionar os textos que serão lidos:
Algumas poesias de cordel têm linguagem chula ou pornográfica. Outros narram
histórias violentas. “Na hora de escolher as que serão lidas em sala de aula, é preciso descartar
aquelas que apresentem temática inapropriada”, diz a professora Ana Cristina Adão, que trabalha a
leitura de cordéis com uma turma de 4º ano na CEIEF Aracy Nogueira Guimarães em Limeira, a
150 quilômetros de São Paulo. Ana sugere que, levando em conta a experiência das crianças, sejam
selecionados textos que tratem, por exemplo, de lendas, festas regionais, acontecimentos históricos
ou simplesmente fatos cotidianos.
 Trabalhar o cordel no início da alfabetização:
“A métrica e a rima despertam a curiosidade das crianças”, afirma Carlos Alberto de
Assis Cavalcanti, mestre em Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Apresentá-las ao gênero por meio de cordéis mais curtos, como os escritos em quadras (estrofes de
quatro versos) ou sextilhas (de seis) é a melhor estratégia. Não fragmente o cordel. Durante o
processo de alfabetização, é importante que os pequenos compreendam o texto em sua
integralidade.
ANEXO: 3
OBRAS DA LITERATURA INFANTO-JUVENIL COM TEMÁTICA SERTANEJA
SEVERINO FAZ CHOVER: Severino morava numa terra muito seca, muito árida e por
isso mesmo muito triste. Tudo lá estava murcho, menos magia e a esperança de um garoto,
que percebeu desde cedo que com disposição, união e boa vontade, o mundo pode se tornar
muito melhor. Este texto de Ana Maria Machado é uma lição de confiança na capacidade
que todos temos de resolver os problemas do dia-a-dia. Pois, através da arte, da
criatividade, da magia e de muita brincadeira, Severino e seus amigos conseguiram o que
parecia impossível: fazer chover! Autora: Ana Maria Machado
24
A RENDEIRA BORRALHEIRA: a vida na pequena Santa Rita é um tédio na maior parte
do ano. Em todo mês de junho, entretanto, sempre acontece uma grande festa que
transforma a cidade e todas as garotas se animam com os preparativos do concurso da
Rainha do Milho. Rosalina é uma rendeira que nunca participou do concurso e que sonha
em dançar nessa tão animada festa. Ambientada no Nordeste brasileiro, essa envolvente
narrativa recria a história da Gata Borralheira. Autora: Socorro Acioli
ARMANDO E O MONSTRO DA GARRAFA: Nesta aventura em cordel, o leitor
conhecerá a saga de um rapaz chamado Armando, esperto e sem talento, que busca a
feitiçaria para conseguir fama de bom repentista e violeiro. Mas o sucesso inicial
logo se acaba; seu criado-diabinho, submisso e preso na garrafa, se solta e reverte a
situação, fazendo Armando cantar versos grosseiros e maledicentes. Armando se
reerguerá depois da triste experiência? Autor: Fábio Sombra
O SURFISTA E O SERTANEJO: esta série tem como objetivo mostrar a grande
diversidade cultural existente em nosso país. Em cada livro, os personagens precisam
se mudar para uma cidade brasileira distante e de costumes bem diferentes. Os
encontros e desencontros advindos dessa mudança brusca permitem abordar as
diferenças no modo de vida dos habitantes de cada região: alimentação, brincadeiras,
expressões linguísticas, festas, tradições... Após um ano, cada personagem leva um
grande amigo para conhecer sua cidade natal. Só que essa história quem vai contar é
o leitor. Autor: Ricardo Dreguer
DONA FEIA: Dona Feia vivia num casebre rodeado de milharal. Os habitantes do
povoado chamavam-na de bruxa, velha e louca. Certo dia, um caixeiro-viajante
conhece Dona Feia e seu ofício - ela fazia lindas bonecas de palha. Encantado, ele as
levou para vender. Tempos depois, retorna com sorrisos e grande pedido. O povoado,
que padecia com seca avassaladora, descobre que fazendo bonecas pode driblar a
seca, Dona Feia, de bruxa vira fada, e sem os preconceitos ganha novo nome - Dona
Fia. A fiandeira mais famosa do sertão. Autor: Anderson de Oliveira
CORDEL: este volume da ´Biblioteca de Cordel´ traz a produção literária de Téo
Azevedo, autor de quinhentas histórias de cordel, além de catorze livros sobre cultura
popular brasileira. Autor: Téo Azevedo
25
A BORDADEIRA DE HISTÓRIAS: À beira do Rio São Francisco - o velho Chico -,
crianças contam histórias que contaram as avós das avós de agora: o amor da Sereia dos
cabelos de ouro, as estripulias do endiabrado Romãozinho, o encontro com o caboclod'água, o senhor das profundezas... Que ninguém duvide delas: muita gente garante que
tudo aconteceu ali mesmo, e o velho Chico é a grande testemunha...
Autor: Ana Raquel e Rogério Andrade Barbosa
JOÃO BOBOCA OU SABIDO?: Maria pede para o marido João ir ao mercado trocar a
vaquinha malhada por alguma coisa boa para o casal. No caminho, João troca a vaca
magrinha por uma cabrita bem tratada, a cabrita por um ganso gordo e bem emplumado, o
ganso por um frango gordinho, o frango por um passarinho que um dia poderia ser um
bom cantor e, por fim, troca o passarinho por um saco de cocô de galinha. Quando chega
ao mercado, João encontra um vizinho, também chamado João, que caçoa de suas trocas
pouco inteligentes. Afoito para também tirar proveito da ingenuidade do caipira, o vizinho
decide fazer uma aposta que mudaria para sempre a vida de João. João não é a pessoa mais
esperta do mundo quando o assunto é comprar, vender e trocar. De coração puro e com
ingenuidade saindo pelos poros, ele acredita cegamente nas pessoas e no amor ao próximo.
Essas características podem ser catastróficas no mundo dos negócios, mas nesta divertida
história o leitor vai perceber que aqueles que parecem bobinhos são justamente os que
conhecem a verdadeira sabedoria de viver. Autor: Rosane Pamplona e Ionit Zilberman
SAUDADES DO RIO MAR: neste e em cada livro da coleção Caminhos do São
Francisco, a personagem Jaciobá se depara com um Brasil que muitos ignoram e
nos relata impressões emocionadas sobre as pessoas que conhece, as paisagens
marcantes que percorre e a dura situação social que testemunha. Autor: Cristina
Porto
IMAGENS DO SERTÃO: a autora retrata sua viagem feita a Pão de Açúcar,
localizada às margens do rio São Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e
Sergipe. "Foi assim que enveredei por estradas com paisagens das mais diversas;
foi assim que me tornei uma brasileira que está começando a conhecer o Brasil
real, mas já sente um orgulho imenso em fazer parte dessa gente forte e valente,
que não se deixa dobrar em sua dignidade e, mesmo na mais extrema miséria,
mostra um coração que esbanja fé, amor e solidariedade." Autor: Cristina Porto
26
O ROMANCE DO VAQUEIRO VOADOR: texto poético em forma de cordel
que conta a história de um vaqueiro que vai trabalhar na construção de Brasília, a
exemplo de muitos brasileiros esperançosos por uma vida melhor. Mas a
construção da capital não poderia ser o caminho para um vaqueiro que ama o
campo e seus animais. Com delicadeza e sensibilidade, o autor recria um
importante momento da história de Brasília. Autor: João Bosco Bezerra Bonfim
O BOI LEIÇÃO: um fazendeiro aceita o desafio de seu amigo e resolve pôr à
prova seu fiel vaqueiro. Disposto a vencer a aposta a qualquer custo, o amigo pede
à sua filha que seduza o peão e o faça trair o fazendeiro. Quem será que vai vencer
o desafio? Autor: Stela Barbieri e Fernando Vilela
O MENINO SINHÔ: o livro traça a trajetória de vida músico Hermeto Pascoal,
buscando na sua infância e nos costumes de sua terra natal - o agreste alagoano valores, influências e pensamentos que contribuíram para sua formação humana e
musical. Na infância, recebeu o apelido de Sinhô, por ser albino e ter o cabelo de
um loiro quase branco, como o de um velhinho. E desde menino, o autodidata
Hermeto já encontrava música nos mais improváveis objetos. A vida do músico e a
beleza da cultura popular nordestina se misturam nessa história contada com muita
poesia. Autor: Edmiriam Módolo Villaça
INGÊNUO? NEM TANTO... : Felizardo, um homem simples e bem divertido, é o
protagonista de 70 "causos" típicos do interior do Brasil, histórias de narrativa curta
que mostram que a aparente ingenuidade sertaneja na realidade é uma sabedoria
sem tamanho... Autor: Bariani Ortêncio
A história O Mamulengo Molenga, fala de bichinhos-mamulengos que, cansados
de serem bichos de pano, queriam ser bichos de verdade. No enredo, a reflexão
sobre o tratamento dado aos animais pelo homem e aos demais seres humanos.
Texto ideal para montagem de uma pequena peça com mamulengos, na qual as
crianças farão as falas e a manipulação dos personagens com suas “mãos
molengas”, lendo estrofes cheias de poesia. Autor: Hardy Guedes.
27
5.3 ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS FINAIS
5.3.1 ARTES
Apresentação do Tema:
Comum a todas as linguagens artísticas.
A sugestão de trabalho de Artes para a feira literária será a utilização do livro “Morte e
Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto. O livro retrata em versos o itinerário do retirante
nordestino, que parte do sertão paraibano em direção ao litoral, em busca de sobrevivência, devido à
seca e às precárias condições de vida. A obra foi escolhida por estruturar-se em forma de auto, o
que favorece o trabalho com todas as linguagens artísticas.
Resumo
severina.html
da
Obra:
http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/morte-e-vida-
Texto: http://www.culturabrasil.org/joaocabraldemelonetoo.htm
Propomos que o professor apresente a obra aos alunos para que eles se familiarizem
com as formas, os temas, os personagens e a história. Em seguida, o professor pode usar várias
linguagens artísticas para contextualizar as problemáticas abordadas, como a pobreza, a fome e a
seca.
Pode ser usando a obra “Os retirantes” de Portinari:
Além da pobreza, da seca e da migração nordestina, o professor de artes pode conduzir
a apreciação, levando em consideração também os aspectos técnicos usados por Portinari:
Elementos visuais, cores, técnicas, materiais, etc.
Em relação à música, além das tradicionais “Asa Branca”, “Luar do Sertão” pode se
usar a música “Do Brasil” de Vander Lee, que retrata o amor do sertanejo pelo sertão e a
28
importância que ele tem para o Brasil. Existem muitas outras opções que podem ser facilmente
encontradas na internet.
Do Brasil
Vander Lee
http://www.youtube.com/watch?v=QBdHXm2tEzQ
Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Clemente
Que leva a semente
Em seu embornal
Zezé e o penoso balé
De pisar no cacau
Maria que amanhece o dia
Lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega
A esperança em seu caminhão
Pra capital
Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar o tiro no escuro
Errar no futuro
Da nossa nação.
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
30
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Tião
Que conduz a boiada do pasto ao brotão
Quitéria que colhe miséria
Quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
O valor do pregão
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Amar o Brasil é fazer
Do sertão a capital...
De vídeo, pode ser usado um especial da rede Globo que retrata toda a obra. Ele está
disponível no youtube por meio do link: http://www.youtube.com/watch?v=u3R3s5XeB-w. Se o
filme não for adequado a determinados alunos ele pode ser usado pelo menos como referencial para
o professor.
A ideia é fazer com que o aluno perceba de maneira clara os problemas enfrentados
pelos retirantes em todos os seus aspectos e possam, desse modo, produzir obras, tentando retratar
as situações presentes no livro “Morte e Vida Severina”. Deve-se deixar claro que o aluno pode
aprender também sobre todo o universo sertanejo, como festas, modos de falar e de viver.
A seguir atividades que podem ser usadas a partir da apresentação do tema acima. O
professor poderá a partir daqui produzir outros trabalhos e atividades bem como melhorar as que
estamos apresentando. Lembrando sempre, que está aberta a possibilidade de produzir material e
apresentações para o dia da Feira Literária.
Artes Visuais:
 Construir uma história em quadrinhos
No intuito de trabalhar de maneira inusitada a questão da seca e dos retirantes o
professor de arte pode propor a criação de histórias em quadrinhos. Os alunos podem aprender
sobre esse tipo de obra gráfica, criar os personagens e o enredo. Ao mesmo tempo estão trabalhando
aspectos essenciais da área de português e literatura. Os personagens podem ter relação com os
personagens da obra “Morte e Vida Severina” e retratar aspectos da vida deles.
O professor de artes pode trabalhar os vários aspectos característicos do desenho de
histórias em quadrinhos, bem como as diversas formas de construir a história.
31
 Criação de Capas de livros de Cordel (Xilogravura)
Os professores de Português e de Artes Visuais podem se unir na produção de um livro
de Poesia em Cordel. Nas aulas de Português, os alunos produzirão as histórias em versos e nas
aulas de artes será produzida a capa em xilogravura.
Para a produção da capa poderá ser usados materiais alternativos como bandejas de
isopor para os moldes e tinta guache para as impressões. É a oportunidade dos alunos aprenderem
sobre o processo de produção do cordel, bem como sobre os processos que envolvem a produção da
xilogravura.
Música:
 Conhecer os instrumentos musicais característicos da música sertaneja.
Em “Morte e Vida Severina” é fácil notar a musicalidade da poesia, o professor pode
aproveitar o tema para conhecer os instrumentos musicais característicos da música sertaneja. É a
oportunidade de estudar organologia fora do mundo dos instrumentos tradicionais de orquestra.
Esse trabalho pode ser feito por meio de pesquisa dos próprios alunos, ou ainda, por meio de visitas
a pessoas ou a locais que possuam esses instrumentos. Instrumentistas tradicionais da região podem
ser convidados para falar e mostrar um pouco sobre a música.
Teatro:
 Teatro: Encenar uma parte do livro “Morte e vida Severina”, criar figurino Sertanejo
Aproveitando o formato da obra, pode-se fazer uma adaptação do texto para que seja
encenada pelas crianças. Para começar, os alunos podem fazer improvisações relacionadas ao tema
e criar suas próprias esquetes. É importante construir um conhecimento significativo em teatro, ou
seja, o aluno precisa conhecer os vários aspectos que envolvem a encenação e a adaptação.
Ressalta-se que uma encenação do livro poderá ser apresentada no dia de culminância da feira
Literária.
32
5.3.2 CIÊNCIAS
Sugere-se aos professores de Ciências que, dentro de suas possibilidades, trabalhem
textos dos autores abaixo, fazendo alusão a temas abordados na disciplina de ciências. Este ano, o
tema da VI Feira será Literatura Sertaneja: verso, vida e viola, sendo assim, pode-se utilizar textos
que abordam a fauna, tipos de solo e características da vegetação. Seguem abaixo algumas
sugestões:
 Grande Sertão: Veredas: nesta obra, Guimarães Rosa retrata com fidelidade o
cerrado norte- mineiro. Ao trabalhar a unidade Cerrado, podemos utilizar textos de
Guimarães Rosa, que fazem referências às características vegetais, aos frutos e aos
animais desse grande ecossistema. É possível fazer comparações entre a exploração do
cerrado representado no romance (criação de gado) e a exploração praticada nos dias
atuais, representada principalmente pela agricultura intensiva mecanizada e a
silvicultura, prática essa que tem contribuído para sua degradação do cerrado. É
pertinente também debater sobre os desmatamentos das veredas e nascentes dos rios;
 Sertões: esta obra de Euclides da Cunha retrata, entre outros temas, a caatinga
nordestina, caracterizando principalmente seu clima, solo e vegetação. Esse
ecossistema tipicamente brasileiro, apesar de não ser o único, é o que mais caracteriza
o semiárido nordestino e o extremo norte de Minas Gerais. Podemos, nessa obra,
explorar as características peculiares da caatinga, esse ecossistema tipicamente
brasileiro, com sua vegetação característica, formada principalmente por cactáceas e
várias espécies caducifólias;
 Maleita: nesta obra do mineiro (de Curvelo) Lúcio Cardoso, podemos, como sugere o
título, trabalhar as doenças causadas por protozoários, em especial a malária, que, na
metade do século passado, assolava a nossa região, em especial as cidades ribeirinhas.
Apesar de erradicada em nosso estado, ainda hoje é uma doença muito comum na
região norte do Brasil;
 Outras obras: baseando-se nas sugestões acima, o mesmo poderá ser feito com as
obras de outros autores como, por exemplo, José Américo Almeida (A bagaceira) e
José Lins do Rego (Meninos de Engenho), pois ao que parece, a indústria canavieira
marca o início do desmatamento da Mata Atlântica. Esse ecossistema é por muitas
vezes retratado em obras de Jorge Amado, já nesse caso, a cultura principal não é
cana, mas sim o cacau.
Obs: além dos aspectos ecológicos desses ecossistemas, podemos explorar, na
literatura sertaneja, outros assuntos como doenças endêmicas, desnutrição entre outros.
33
5.3.3 EDUCAÇÃO FÍSICA
A VI Feira Municipal de Literatura trata-se de um evento interdisciplinar, não sendo
restrito apenas à Língua Portuguesa. O tema deste ano será Literatura sertaneja: verso, vida e
viola.
Quando se pensa em uma literatura do sertão, estamos nos remetendo a uma vertente da
Literatura Regionalista, sobretudo, aquela produzida na segunda geração do Modernismo (1930),
que teve como assunto recorrente e como material de produção literária o sertão brasileiro e sua
infinidade de características. Quando se pensa em verso, fazemos menção à palavra propriamente
dita, ou seja, aos textos que registraram a cultura sertanista. Ao falarmos em vida, queremos propor
um estudo que trate de uma realidade bem próxima da nossa região, mas que também pode ser
universal como bem escreveu Guimarães Rosa. Por fim, viola diz respeito a uma "poética" peculiar
dos artistas que falam sobre o sertão, sendo uma maneira de valorizar e incentivar o estudo de
literatura a partir da análise comparatista, ou seja, literatura escrita em verso ou em prosa mais as
letras das canções.
Assim, não quer dizer que você tenha que trabalhar aula de literatura, mas sim eleger
conteúdos do próprio currículo que estejam em sintonia com a proposta. O professor poderá partir
das obras ou textos literários para trabalhar o seu conteúdo. Portanto, a seguir, apresento alguns
textos, sugestões de atividades e aulas referentes ao assunto.
1 – TEXTO INFORMATIVO SOBRE O REGIONALISMO
Regionalismo - Literatura das peculiaridades do Brasil
Antonio Carlos Olivieri8
O regionalismo tem uma tradição de quase 150 anos na literatura brasileira. Surgiu em
meados do século 19, nas obras de José de Alencar, de Bernardo Guimarães, de Alfredo
d'Escragnole Taunay e de Franklin Távora e pode-se dizer que há textos de cunho regionalista em
nossa literatura até o final do século 20. Pode-se dizer que as obras do século 20 são os grandes
textos do regionalismo no Brasil. Entretanto, para se chegar a expoentes como José Lins do Rego,
Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Guimarães Rosa, o gênero percorreu um grande caminho,
cujas raízes estão na época do romantismo, como foi o caso da obra de José de Alencar.
Em primeiro lugar cabe esclarecer que, por regionalismo, entende-se a literatura que põe
o seu foco em determinada região do Brasil, visando retratá-la, de maneira mais superficial ou mais
profunda. Os primeiros autores do gênero não focalizavam propriamente uma região, no sentido
8
É escritor, jornalista e diretor da Página 3 Pedagogia & Comunicação.
educacao.uol.com.br/literatura/regionalismo-literatura-das-peculiaridades-do-brasil.jhtm
Disponível
em:
34
geográfico, não visavam mostrar a vida no sertão do Nordeste, ou de São Paulo ou do Rio Grande
do Sul.
O sertanejo torna-se então o símbolo do autêntico brasileiro, alheio às influências da
Europa, abundantes na sociedade fluminense. É nesse sentido que ele irá protagonizar os romances
de Bernardo Guimarães, Taunay e Franklin Távora, constituindo uma metamorfose do "bom
selvagem" que Peri (personagem central O Guarani) ou Ubirajara haviam personificado nos
romances de Alencar anteriormente. Do que já se deduz que o sertanejo romântico também padece
de uma idealização heroica que o afasta da realidade.
Além disso, os romances sertanistas são marcados por um "pequeno realismo" - como
afirma o estudioso Nelson Werneck Sodré - que está preocupado em retratar as minúcias do
vestuário, da linguagem, dos costumes, das paisagens e em valorizar o caráter exótico e grandioso
da natureza brasileira. Nesse pano de fundo, decorrem os enredos marcados por amores, aventuras e
peripécias como mandava o figurino da literatura romântica.
2 – TEXTOS INFORMATIVOS SOBRE O FOLCLORE REGIONALISTA
EVIDENCIANDO O SERTÃO
TEXTO 1 - O Folclore na Literatura
Na literatura, o mineiro João Guimarães Rosa, autor de "Grande Sertão: Veredas" - um
clássico da literatura nacional - tematiza a vida do sertanejo e trabalha tanto elementos
característicos de narrativas folclóricas, quanto a própria forma sertaneja de uso da língua
portuguesa.
Da mesma maneira, o paraibano Ariano Suassuna compôs uma ampla obra teatral
baseada na tradição folclórica nordestina. Como exemplo, podem-se citar "O Auto da
Compadecida" ou "A Pena e a Lei", sem falar no monumental “Romance da Pedra do Reino”9.
9
Disponível em: educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/folclore-brasileiro-festas-comidas-e-lendas-tradicionais-dobrasil.jhtm
35
TEXTO 2 - Bumba-Meu-Boi10
Folguedo é tradicional manifestação folclórica brasileira
Bonecos nordestinos artesanais de barro evocam o Bumba-Meu-Boi
O Bumba-meu-Boi é uma das manifestações folclóricas brasileiras mais conhecidas e
populares. Trata-se de uma espécie de auto que mistura teatro, dança, música e circo. Nos diferentes
estados onde ocorre, recebe diversos nomes, como Boi-Bumbá ou Boi-de-Parintins, no Amazonas;
Bumba-Meu-Boi, no Nordeste; Boi-de-Mamão, em Santa Catarina; Boizinho, no Rio Grande do
Sul, e outros. Os personagens também variam por regiões: Pai Mateus, Cavalo-Marinho, Caipora e
Maricotas de Corocó são alguns deles. Dançando e cantando, conta-se a história da morte e da
ressurreição de um boi - uma história de certa forma metaforiza o ciclo agrário. Essa representação
é realizada tanto nos festejos juninos quanto nos de Natal.
A provável origem do Bumba-Meu-Boi é o Nordeste das últimas décadas do século 18,
onde a criação de gado era feita por colonizadores, com mão-de-obra escrava. Nas fazendas, as
tradições africanas (como a do boi geroa) teriam se misturado às européias (como as touradas)
incorporando ainda, em certas regiões, elementos indígenas. Em geral, ocorria no dia de Reis e
estava ligado ao ciclo de festas do Natal no sertão.
TEXTO 3 - Cultura da região Nordeste do Brasil11
10
Disponível
em:
educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/bumba-meu-boi-folguedo-e-tradicional-manifestacaofolclorica-brasileira.jhtm
11
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_da_regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil
36
O maracatu, parte da cultura e folclore nordestino, reflete a miscigenação étnico-cultural
entre africanos, indígenas e portugueses. Na foto, Maracatu Nação em Olinda, Pernambuco.
A cultura nordestina é bastante diversificada, uma vez que foi influenciada por
indígenas, africanos e europeus. Os costumes e tradições muitas vezes variam de estado para estado.
Tendo sido a primeira região efetivamente colonizada por portugueses, ainda no século XVI, que aí
encontraram as populações nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como escravos, a
cultura nordestina é bastante particular e típica, apesar de extremamente variada. Sua base é lusobrasileira, com grandes influências africanas, em especial na costa de Pernambuco à Bahia e no
Maranhão, e ameríndias, em especial no sertão semi-árido.
A riqueza cultural dessa região é visível para além de suas manifestações folclóricas e
populares. A literatura nordestina tem dado contribuições para o cenário literário brasileiro,
destacando-se nomes como Jorge Amado, José de Alencar, João Cabral de Melo Neto, Rachel de
Queiroz, Gregório de Matos, Clarice Lispector, Graciliano Ramos e Manuel Bandeira, dentre
muitos outros. O Maranhão é o estado nordestino que mais se destacou e ainda se destaca no campo
da Literatura Nacional, tais com os escritores: Gonçalves Dias, Aluísio Azevedo, Arthur Azevedo,
Coelho Neto, Sousândrade, Viriato Correia, Ferreira Gullar, José Louzeiro, José Sarney, Raimundo
Correia, Josué Montello e muitos outros. O pernambucano Gilberto Freyre representa um marco na
história do Brasil devido ao seu livro Casa-Grande & Senzala, que demonstra a importância dos
escravos para a formação do país e que brancos e negros são absolutamente iguais. No Ceará, o
movimento da Padaria Espiritual, no fim do século XIX, antecipou algumas das renovações trazidas
com o modernismo, no anos 1920 do século seguinte.
Afoxé Filhos de Gandhy, em Salvador, Bahia.
Na literatura pode-se citar a literatura popular de cordel que remonta ao período colonial
(a literatura de cordel veio com os portugueses e tem origem na Idade média europeia) e numerosas
37
manifestações artísticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de
repentes e de embolada.
Na música erudita, destacaram-se como compositores Alberto Nepomuceno e Paurillo
Barroso, assim como o cearense Liduíno Pitombeira na atualidade, e Eleazar de Carvalho como
maestro. Ritmos e melodias nordestinas também inspiraram compositores como Heitor Villa-Lobos
(cuja Bachiana brasileira nº 5, por exemplo, em sua segunda parte - Dança do Martelo - alude ao
sertão do Cariri).
Na música popular, destacam-se ritmos tais como coco, xaxado, martelo agalopado,
samba de roda, baião, xote, forró, Axé e frevo, dentre outros ritmos. O movimento armorial do
Recife, inspirado por Ariano Suassuna, fez um trabalho erudito de valorização desta herança rítmica
popular nordestina (um de seus expoentes mais conhecidos é o cantor Antônio Nóbrega).
Na dança, destacam-se o maracatu, praticado em diversas partes do Nordeste, o frevo
(característico de Pernambuco) o bumba-meu-boi, o xaxado, diversas variantes do forró, o tamborde-crioula (característico do Maranhão), etc. As músicas folclóricas quase sempre são
acompanhadas de danças.
Caboclinho de lança do Maracatu Rural. O caboclo de lança é um dos símbolos da cultura
pernambucana.
O artesanato é também uma parte relevante da produção cultural do Nordeste, sendo
inclusive o ganha-pão de milhares de pessoas por toda a região. Devido à variedade regional de
tradições de artesanato, é difícil caracterizá-los todos, mas destacam-se as redes tecidas e, às vezes,
bordadas com muitos detalhes; os produtos feitos em argila, madeira (por exemplo, da carnaúba,
árvore típica do sertão) e couro, com traços bastante particulares; além das rendas, que ganharam
destaque no artesanato cearense. Outro destaque são as garrafas com imagens feitas manualmente
em areia colorida, um artigo produzido para venda para turistas. No Maranhão, destacam-se
artesanatos feitos da fibra do buriti (palmeira), assim como artesanatos e produtos do babaçu
(palmeira nativa do Maranhão).
A culinária nordestina é variada, refletindo, quase sempre, as condições econômicas e
produtivas das diversas paisagens geoeconômicas dessa região. Frutos do mar e peixes são bastante
utilizados na culinária do litoral, enquanto, no sertão, predominam receitas que utilizam a carne e
derivados do gado bovino, caprino e ovino. Ainda assim, há várias diferenças regionais, tanto na
variedade de pratos quanto em sua forma de preparo (por exemplo, no Ceará, predomina o mugunzá
- também chamado macunzá ou mucunzá - salgado, enquanto, em Pernambuco, predomina o doce).
Na Bahia os principais destaques são as comidas feitas com azeite de dendê e com
camarão, como as moquecas, o vatapá, o acarajé e os bobós; porém não são menos apreciadas
comidas acompanhadas de pirão como mocotó e rabada e doces como a cocada. No Maranhão,
38
destacam-se o cuxá, o arroz de cuxá, o bobó, o peixe pedra e a torta de camarão, bem ao estilo
maranhense.
Também no Maranhão se destaca o refrigerante Jesus ou Guaraná Jesus que é
patrimônio maranhense. Já o bolo-de-rolo é patrimônio imaterial de Pernambuco. Algumas comidas
típicas da região são: o baião-de-dois, a carne-de-sol, o queijo de coalho, o vatapá, o acarajé, a
panelada e a buchada, a canjica, o feijão e arroz de coco, o feijão verde e o sururu, assim como
vários doces feitos de mamão, abóbora, laranja, etc. Algumas frutas regionais - não necessariamente
nativas da região - são a ciriguela, o cajá, o buriti, a cajarana, o umbu, a macaúba, as frutas
maranhenses juçara, bacuri, cupuaçu, buriti, murici e a pitomba, além de outras também comuns em
outras regiões.
3 – BRINCADEIRAS DA REGIÃO NORDESTE12
Na região Nordeste, temos Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Algumas das brincadeiras que são dessa região:

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12
Ordem - Origem: Salvador (BA);
Baleado - Origem: João Pessoa (PB);
Bila 1 -Origem: Salitre (CE);
Casarão - Origem: Joselândia (MA);
Chicotinho queimado - Origem: Salvador (BA);
Casinha de sabugo - Origem: Maranguape (CE);
Rabisca - Origem: Icapuí (CE);
Macaco foi à feira - Origem: Teresina (PI);
Salada, saladinha 2 - Origem: Maranguape (CE);
Bandeirinha arreou - Origem: Gavião (BA);
Cuscuz - Origem: João Pessoa (PB) e Jaboatão dos Guararapes (PE);
Morto vivo – Origem: São Luís (MA);
Sorriso milionário - Origem: João Pessoa (PB);
Bicicleta - Origem: Icapuí (CE);
Dança das cadeiras - Origem: Salvador (BA);
Dedo estralado - Origem: Maranguape (CE);
Batom - Origem: Jaboatão dos Guararapes (PE);
Vassoura - Origem: Maranguape (CE)
Disponível em: http://www.turminha.mpf.gov.br/direitos-das-criancas/educacao-e-lazer/brincadeiras-regionais
39
4 – SUGESTÃO DE AULA A SER TRABALHADA13
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
Conhecer e vivenciar algumas brincadeiras características da região Nordeste do Brasil.
Duração das atividades
3 aulas, totalizando 150 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Aulas postadas no Portal do Professor: "De onde surgiram as brincadeiras do Brasil” e "As
brincadeiras do Brasil: a região Norte".
Estratégias e recursos da aula
Atividade 1: Os alunos serão reunidos em círculo e serão indagados se eles sabem quais são os
estados da região Nordeste, seus costumes, comidas típicas e se conhecem alguma brincadeira ou
jogo praticado nesta região. Após as respostas, levá-los a um laboratório de informática com acesso
à Internet e pedir que pesquisem as respostas às perguntas feitas (caso a escola não tenha laboratório
de informática, sugerimos que o professor disponibilize livros e material impresso da Internet,
principalmente dos sites relacionados como recurso educacional).
Atividade 2: Os alunos deverão escolher, dentre as brincadeiras pesquisadas, 3 que mais gostarem
para que sejam vivenciadas. Sugerimos algumas abaixo:
Baleado: Baleado é um tipo de queimada. Para brincar, o grupo é divido em duas equipes. As duas
equipes tiram par ou ímpar para saber quem começa com a bola. O objetivo é balear (queimar) o
time adversário, mas só do joelho para cima. Se a bola pegar do joelho para baixo a jogada deve ser
repetida. Quem for baleado vai para o mofo (área que fica atrás do campo do time adversário). Mas
quem está no mofo pode tentar pegar as bolas que escapam e, caso consiga pegar, deve tentar balear
as pessoas que estão na sua frente, que são os membros do time adversário. Se ele conseguir,
imediatamente se salva e pode voltar para seu campo, enquanto o baleado vai para o mofo do outro
time. A brincadeira só termina quando todos os integrantes de umas das equipes estiverem no mofo.
Sorriso milionário: Para que a brincadeira funcione é preciso ter pelo menos quatro participantes,
bexigas vazias ou folhas de árvore. Cada um fica com três bexigas e todos têm que ficar andando, se
misturando. Quando alguém gritar “pára”, cada participante deve correr para frente de outro e fazer
palhaçadas. O outro tem que ficar parado, sem rir. Quem rir perde uma bexiga. O desafio vai se
13
Extraídas de http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/mapadobrincar
40
repetindo e quem fica sem bexigas sai da brincadeira. Quem tiver mais ganha. Não vale fazer
cócegas para o outro rir. Propomos aqui uma adaptação onde os alunos serão divididos em duas
equipes. Ao sinal do professor todos param e esperam a ordem para saber qual equipe fará a outra
rir.
Macaco foi à feira: Duas pessoas batem a corda e a terceira fica no meio, pulando e recitando os
versos: “O macaco foi à feira, não teve o que comprar. Comprou uma cadeira pra comadre se sentar.
A cadeira esborrachou. Coitada da comadre, foi parar no corredor.” Quem segura a corda vai
aumentando e diminuindo a velocidade. Ganha quem demorar mais para errar (ou tropeçar).
Pega-chiclete: O pegador terá que ir atrás dos fugitivos. Se eles estiverem encostados (grudados
como chiclete) em algum lugar (muro, árvore) não poderão ser pegos. Quem ficar mais de um
minuto encostado no lugar passará a ser o novo pegador. Pode-se criar uma adaptação onde os
alunos também podem se “grudar” no chão.
Cacique: Uma pessoa se esconde em algum lugar. Ela é o índio. Os outros participantes ficam
sentados em um círculo. Uma das pessoas do círculo é escolhida para ser o cacique e fazer
movimentos que os outros devem repetir. O cacique deve mudar os movimentos e o índio, chamado
de volta à roda, tem três chances para adivinhar quem é o cacique. Se ele errar, paga uma prenda.
Salada mista: Todos os participantes fazem uma roda e um deles fica do lado de fora. Ele tem que
dar voltas em torno dos outros colocando a mão na cabeça de cada um dizendo seu nome e uma
fruta como no exemplo: “Natal, eu disse pêra, João, eu disse uva, Leonardo, eu disse maçã, Naiara,
eu disse salada, Cristina, eu disse mista”. Quando a criança disser “mista” a pessoa escolhida sai da
roda e recomeça a brincadeira.
Atividade 3: Após a vivência das bricadeiras, reunir os alunos em círculo e questioná-los: o que
estas brincadeiras têm em comum? E o que elas têm de diferente das brincadeiras que normalmente
vocês brincam? Direcionar a discussão no sentido de que as brincadeiras de cada região
representam os costumes do povo que lá vive. No caso da região Nordeste notamos um grande
número de brincadeiras com um apelo punitivo, carregando o simbolismo das relações entre
senhores de engenho e os escravos, ou os cangaceiros, que, para matar os seus oponentes atiravam
na região torácica, tal como no “baleado”.
Atividade 4: Solicitar aos alunos que façam a ilustração da brincaddeira que mais gostarem em
folhas de papel ofício. Estas ilustrações serão utilizadas na avaliação.
Recursos Complementares
http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/mapadobrincar/ acesso dia 15/4/2010
http://www.nepsid.com.br/brincadeiras/mapa.htm acesso dia 15/4/2010
41
http://www.escolaoficinaludica.com.br/brincadeiras/zbrinquetrad.htm acesso dia 15/4/2010
AVALIAÇÃO14
O professor deverá propor aos alunos que construam um mapa da região Nordeste do Brasil,
onde deverão ser afixadas o material da pesquisa dos alunos, as brincadeiras vivenciadas e as
ilustrações feitas na Atividade 4.
5 – SUGESTÃO DE PROJETO QUE PODERÁ SER TRABALHADO15
Universidade Federal da Bahia – FACED
Data: 18/10/02
Disciplina: Educação e Novas Tecnologias
Nome: Edileusa dos Santos Dias
Professora: Ivana
PROJETO: “O FOLCLORE NA REGIÃO NORDESTE”
O FOLCLORE NA REGIÃO NORDESTE
JUSTIFICATIVA
O Folclore brasileiro é um dos mais ricos do mundo. Isso porque houve no Brasil uma
nítida diferenciação entre as classes, reforçadas pela diferença de raças e pela distribuição da
população, o que contribuiu para o distanciamento entre os vários grupos. As manifestações
culturais do povo tiveram de ser reorganizadas, recebendo também influências da cultura africana e
indígena. A dificuldade de comunicação entre os vários povoamentos ocasionou a criação de
folclores diferentes para cada região, de acordo com o tipo de população. Desenvolveram assim,
manifestações que sobrevivem até hoje, como o samba, o carnaval, as festas juninas e religiosas, o
bumba-meu-boi, além de uma série de lendas, danças e cantigas. Essas manifestações são parte de
uma cultura que representa o saber do povo brasileiro.
PÚBLICO ALVO
Este projeto é destinado a crianças da 3ª série do Ensino Fundamental, com a faixa etária de 9 a 10
anos de idade.
14
15
Retirado de: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18613
Retirado de: www.faced.ufba.br/~ivanas/edc287_01/Edileusa.doc
42
DURAÇÃO
O tempo previsto para a execução e finalização do projeto é de um mês. Em que será
distribuído em duas aulas por semana, o que corresponde a oito aulas no total.
OBJETIVO GERAL
O objetivo deste projeto é levar o aluno a tomar contato com algumas manifestações
populares da Região Nordeste. Com o intuito de desenvolver o hábito de pesquisa, bem como,
incentivar e valorizar o gosto pela leitura, arte, música e dança que fazem parte da nossa cultura.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Demonstrar a importância das manifestações culturais na organização da vida de um grupo;
 Conhecer algumas etnias e cultura, valorizá-las e respeitá-las;
 Fortalecer a identidade regional e garantir a continuidade dos costumes estudados;
 Reconstruir a visão que se tem da realidade e torná-la mais receptiva à diversidade;
 Fortalecer a cidadania compreendendo o contexto em que se vive, formar senso crítico e
acumular bagagem cultural.
METODOLOGIA
A realização do projeto ocorrerá através de pesquisa em livros, internet e entrevistas com
pessoas da família, bem como seleção dos materiais pesquisados e construção de murais
informativos.
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO
1ª AULA
Promover uma conversa com os alunos com o propósito de checar as informações que
as crianças já possuem sobre algumas manifestações culturais tais como a música, a dança, as
brincadeiras e as festas populares da Bahia. Relatar através da história a nossa origem cultural.
2ª AULA
Mostrar através de fita de vídeo o folclore e a sua importância na criação da nossa
identidade. Estabelecer paralelos com a realidade das crianças, observando semelhanças e
diferenças entre os Estados da Região Nordeste. Para casa: Solicitar aos alunos que estes
investiguem as cantigas de roda, os jogos e as brincadeiras que eram comuns na infância dos seus
pais e avós.
3ª AULA
Pedir que os alunos relatem as cantigas e as brincadeiras vivenciadas pelos seus pais e
avós, bem como reproduzir algumas destas brincadeiras em sala de aula. E escrever as cantigas de
rodas conhecidas por eles em cartolinas.
4ª AULA
43
A aula ocorrerá na biblioteca da escola, para que os alunos possam pesquisar sobre
algumas festas tradicionais e danças mais conhecidas que façam parte da cultura de alguns Estados
da Região Nordeste. Para esta atividade a turma será dividida em grupos, para que cada grupo possa
pesquisar um Estado diferente. Para casa: solicitar que os alunos procurem gravuras relacionadas a
sua pesquisa.
5ª AULA
Cada grupo deverá construir um cartaz contendo as informações consideradas mais
importantes da pesquisa, utilizando as gravuras solicitadas e apresentando aos colegas o resultado
da suas pesquisas.
6ª AULA
A aula acontecerá no laboratório de informática, para que os alunos possam pesquisar
através da internet alguns sites como: www.sitededicas.com.br, www.mundocaipira.com.br e o
www.cade.com.br, para que eles possam pesquisar as lendas mais conhecidas dentro da nossa
região.
7ª AULA
Seleção e utilização de lendas encontradas pelos alunos na pesquisa feita na internet,
para fazer a leitura e interpretação, bem como fazer referência a sua origem no contexto social em
que foi criada.
8ª AULA
Montagem de um painel com objetos, fotos e curiosidades sobre o folclore, através dos
materiais pesquisados pelos alunos, cujas informações contidas neste painel serão digitadas, bem
como as figuras e ornamentações utilizadas serão produzidas, com o auxílio do computador.
6 – CONCLUSÃO
Todo conteúdo acima citado servirá como embasamento para que você possa criar a sua
forma de trabalho dentro do tema proposto para a VI Feira Literária: Literatura sertaneja: verso,
vida e viola. Assim, dentro do conteúdo da Educação Física, poderá trabalhar o teatro, a dança e os
jogos e brincadeiras resgatando o sertão brasileiro.
44
5.3.4 EDUCAÇÃO RELIGIOSA
Tendo em vista que a VI Feira de Literatura é um evento interdisciplinar, faz-se
necessário que os professores de Educação Religiosa também se sintam responsáveis pelo
desenvolvimento e produção dos trabalhos. Nesse sentido, a temática deste ano está diretamente
relacionada com a disciplina, pois será de grande importância que os nossos alunos possam
pesquisar, compreender e avaliar a religiosidade do povo sertanejo, por meio das obras literárias que
abordam essa realidade.
Dentre os temas sugeridos na proposta curricular, encontram-se a religiosidade, os
valores, os contra valores, o preconceito e a discriminação. Sugerimos, dessa maneira, que os
professores de Educação Religiosa ensinem tais conteúdos a partir das obras abaixo sugeridos, de
seus capítulos ou simplesmente de alguns trechos:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
O auto da compadecida – Ariano Suassuna;
Tocaia grande – Jorge Amado;
O pagador de promessas – Dias Gomes;
Grande sertão veredas – João Guimarães Rosa;
O quinze – Rachel de Queirós;
Os sertões – Euclides da Cunha;
Vidas secas – Graciliano Ramos;
Morte e vida Severina – João Cabral de Melo Neto;
Vila dos confins – Mário Palmério.
O aluno deve avaliar criticamente o que é transmitido nas obras literárias estudadas.
Sugestões metodológicas:
 Pesquisar algumas obras (livros, filmes, musicas) que falam sobre a realidade, os
valores e a cultura sertaneja;
 Assistir filmes, ler livros, ouvir musicas;
 Destacar a religiosidade e os valores transmitidos nas obras;
 Representar a obra através de desenhos;
 Dramatização;
 Resumo da obra;
 Reconto;
 Construção de poemas, etc.
As atividades feitas pelos alunos deverão ser apresentadas no dia da feira literária
45
5.3.5 GEOGRAFIA
1-POSSÍVEIS ABORDAGENS
Os educandos podem aprender sobre clima, relevo, vegetação, população e economia
das cinco regiões brasileiras, tanto estudando geografia quanto lendo diferentes autores da nossa
literatura. Muitos textos literários abordam paisagens geográficas e relatam passagens históricas de
extrema importância para a formação do leitor, bem como citam características de diversos
personagens, relacionando-os à vida dos diferentes cenários brasileiros. Descrevem relevos e
vegetações, hidrografia e a ocupação espacial, ultrapassando o limite de uma simples leitura de
romance ou poesia, para a leitura dos mapas geográfico, histórico e cultural brasileiros.
Para uma melhor apreciação das obras dos autores, cuja temática se centra em aspectos
regionais brasileiros, em especial a literatura sertaneja, recomenda-se o estudo interdisciplinar com
a Geografia a partir da abordagem de itens como a divisão regional brasileira, seus aspectos
geofísicos, o espaço agrário, as migrações, identidades, expressões culturais, a luta pela terra, as
relações de trabalho e produção, dentre outros que o professor julgar necessário.
Essa relação entre a Geografia e a Literatura é estabelecida pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais:
Ao pretender o estudo das paisagens, territórios, lugares e regiões, a Geografia tem buscado
um trabalho interdisciplinar, lançando mão de outras fontes de informação. Mesmo na
escola, a relação da Geografia com a Literatura, por exemplo, tem sido redescoberta,
proporcionando um trabalho que provoca interesse e curiosidade sobre a leitura desse
espaço. É possível aprender Geografia desde os primeiros ciclos do ensino fundamental,
mediante a leitura de autores brasileiros consagrados (Jorge Amado, Érico Veríssimo,
Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, entre outros), cujas obras retratam diferentes paisagens
do Brasil, em seus aspectos sociais, culturais e naturais.16
Dessa forma, é possível aprender Geografia a partir da leitura de autores da literatura
brasileira. Os textos literários são recursos enriquecedores também para os estudos das categorias
geográficas, em especial a paisagem e o lugar, permitindo o educando analisar e interpretar a
representação e descrição do espaço geográfico abordado na obra.
2-SUGESTÕES DE ATIVIDADES
ATIVIDADE 01
Livro: Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto
Objetivos:
16
PCN-Geografia, 1998, pg.33.
46
 Discutir o processo migratório brasileiro por meio de trechos do livro.
 Ler textos literários para aprender sobre a migração.
 Produzir um mural sobre as migrações.
Material necessário:
1. O livro Morte e Vida Severina e cópias dos capítulos: O Retirante Explica ao Leitor
Quem É e a Que Vai; Assiste ao Enterro de um Trabalhador de Eito; e Ouve o que
Dizem do Morto os Amigos Que o Levaram ao Cemitério;
2. Mapas do Brasil Político, Uso da Terra no Brasil e Circulação de Pessoas.
Desenvolvimento:
Mostre a capa do livro e peça que os alunos levantem hipóteses sobre a história. O que
“Severina” quer dizer? Por que “morte” e “vida” aparecem nessa ordem? Comente sobre a imagem
da capa e registre no quadro as impressões da turma. Aproveite para discutir sobre migração
nordestina, perguntando se eles conhecem pessoas que nasceram em um lugar e foram morar em
outro. Circule o livro e peça que falem sobre o tipo de texto, o gênero literário a que pertence e as
características dele. Fale sobre o autor e explique o enredo.
Distribua as cópias do texto e leia em voz alta o trecho Assiste ao Enterro..., utilizando
recursos como paradas, velocidade acelerada ou lenta e sussurros. Discuta o trecho lido e leve todos
a interpretá-lo. É um enterro? De quem? Pergunte o significado da palavra latifúndio ali. Construa
com eles o sentido global do texto e, em seguida, leia a primeira parte da obra, O Retirante...
Resgate as histórias que a turma já ouviu sobre a migração de nordestino e explore as causas dela.
Forme grupos e proponha que explorem as informações apresentadas nos mapas Brasil
Político, Uso da Terra no Brasil e Circulação Populacional e que estabeleçam relações entre eles.
Oriente-os a localizar a Região Nordeste, observar os diferentes usos da terra, relacionar a produção
agropecuária com o tamanho das propriedades e identificar o destino da população migrante. Cada
equipe deve relacionar a história de Severino às informações encontradas nos mapas e explicar a
desigualdade na distribuição de terras no Brasil e as causas dos processos migratórios.Com base nas
informações e reflexões realizadas, peça que todos montem um mural na sala de aula sobre
migração da população nordestina no Brasil.
Avaliação: analise a participação da classe durante as atividades de levantamento de
hipóteses. Organize uma pauta de observação para acompanhar o trabalho com mapas (sabe ler
legendas, identificar elementos do mapa e relacionar informações) e considere a fluência e a
compreensão do texto.
47
ATIVIDADE 02
As movimentações populacionais no nosso país acontecem de formas diferentes no
tempo e no espaço. Vários autores mostraram essas diferenças em suas obras. O sertão mineiro
descrito por Guimarães Rosa é diferente do nordestino, que aparece na obra de Ariano Suassuna,
por exemplo. Essas diferenças evidenciam as diversas identidades encontradas no país, que podem
ser destacadas no ensino de geografia, história e/ou literatura. Identificar e ressaltar essas
representações na literatura brasileira ampliará o repertório histórico-cultural dos alunos. Outra boa
ideia é aproveitar o tema e trabalhar questões associadas a diferentes identidades e preconceitos.
ATIVIDADE 03
Divida a turma em grupos e promova um jogo. Selecione alguns trechos literários que
descrevam paisagens e desafie seus alunos a relacionarem corretamente à localidade descrita com a
localização no mapa. Para incrementar a atividade, cada grupo pode ter duas chances de acerto: uma
relacionada diretamente ao trecho, conforme já descrito, e outra em relação ao autor do texto
escolhido. Será que os alunos conhecem a região natal ou de trabalho de alguns autores clássicos da
nossa literatura? Selecione textos com riqueza de detalhes nas paisagens e lugares para essa
atividade.
ATIVIDADE 04
As especificidades da região onde a escola está situada devem fazer parte do currículo
escolar. A atividade que envolve aspectos culturais de uma região reforça o processo de ensinoaprendizagem e valoriza a localidade, além de desenvolver no aluno vínculos com os costumes da
sua gente, da sua terra. Procure textos de autores da região que abordem temas como gastronomia,
danças, trajes, festas típicas, linguajar, geografia, etc. Os próprios alunos podem ajudar nesta
pesquisa, indicando parentes, vizinhos ou conhecidos.
3-CONTEÚDOS DA PROPOSTA CURRICULAR MUNICIPAL DE GEOGRAFIA QUE
PODEM SER ABORDADOS EM INTERDISCIPLINARIEDADE COM AS OBRAS
6º ANO
CONTEÚDOS
1. Categorias Geográficas
 Paisagem (natural, cultural, rural e
urbana) lugar, território, espaço e
SUGESTÕES DE OBRAS
 Grande Sertão: Veredas (Guimarães
Rosa).
 O Auto da Compadecida (Ariano
Suassuna).
48
 Morte e Vida Severina (João Cabral
de Melo Neto).
região.
2.




Planeta Terra
Hidrografia.
Clima
Vegetação.
Problemas ambientais.
7º ANO
CONTEÚDOS
1. Brasil: território e sociedade
 Regionalização do Brasil
(Regionalização do IBGE e Os Três
Complexos Regionais).
 Urbanização.
 População.
2. Brasil: paisagens naturais e ação da
sociedade
 Relevo e hidrografia.
 Clima e Biomas.
 Problemas ambientais.
49
5.3.6 HISTÓRIA
Sertão, Literatura e História: diálogos constantes
O sertão é uma categoria analítica que tem ampla diversidade de definições.
Comumente, estamos habituados a compreendê-lo como um espaço marcado pela pobreza, miséria,
desigualdades sociais e violência. Esse estereótipo certamente foi sedimentado no imaginário
popular em virtude de notícias veiculadas em telejornais e outras mídias, que, invariavelmente,
caracterizam a região Nordeste do Brasil dessa maneira.
Entretanto, originalmente, o termo “sertão” servia para designar vastas áreas distantes
da região original, colonizada pelos portugueses. Tal expressão servia como contraponto à
“civilidade” experimentada na região litorânea do território brasileiro, já marcada como espaço
regido por leis e as ingerências do Estado. Nesse sentido, os primeiros núcleos de povoação,
paulatinamente recebem influência do poder do Estado português, e são compreendidos como
núcleos populacionais em que já se sente um mínimo de organização social.
De maneira curiosa, é notável o fato de os portugueses que por aqui aportaram nos idos
de 1.500 já fizessem uso desse termo, como bem indica trecho da Carta do Descobrimento, escrita
por Pero Vaz de Caminha: “De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão
nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e
arvoredos -- terra que nos parecia muito extensa”. (carta de Pero Vaz Caminha, 1500)
O sertão do pioneiro europeu é um território amplo, sem fronteiras definidas e à
disposição para ser explorado. Mais do que isso, é aquele ambiente ainda não regido pelas regras
básicas de conduta social, não colonizado. De maneira geral, a principal definição está intimamente
associada a uma ideia de vazio, da ausência de regras e, até, da violência, como comprovam os
diversos motins do período colonial, tal qual a Sedição de 1736. A tentativa de motim, que
envolveu Maria da Cruz e outros potentados locais, era a reação desses, frente ao desejo da Coroa
Portuguesa de se interpor, com a imposição leis e regras de regulamentação social e econômica.
A partir da implementação e consolidação da cultura canavieira na região litorânea, e
também por imposições provenientes do rei português, naturalmente, tem início o processo de
interiorização do Brasil, que conduz à ocupação desses espaços até então inóspitos. Num espaço de
tempo relativamente curto, esse sertão, o interior desse Brasil que era possessão portuguesa passa a
experimentar outras dinâmicas, desbravado por gente de diversas estirpes, são principalmente os
bandeirantes paulistas que contribuem para a expansão do ímpeto colonizador. A violência dá a
tônica das novas práticas adotadas na colônia, é por meio desta que, em áreas nas quais o Estado
ainda não chegou ou é frágil, são estabelecidas normas de conduta com base naquele que tinha mais
condições de se impor.
Esse sertão dos primeiros tempos é muito bem representado no filme “Desmundo”, do
diretor Alain Fresnot, baseado em obra homônima da escritora Ana Miranda. Nessa película, o
Brasil é o espaço em que predomina a força, a virilidade e boa dose de brutalidade. Temos uma
noção razoavelmente precisa do quão difícil era a sobrevivência nesse ambiente hostil. Na
minissérie “A Muralha”, exibida pela Rede Globo de Televisão no ano 2000, temos outras
referências que nos transportam ao movimento de interiorização do território brasileiro, enfocando
50
especialmente a participação dos bandeirantes e os métodos pouco ortodoxos de assegurar
dominação sobre indígenas.
À primeira vista, essa breve introdução pode parecer desconexa com a Proposta da VI
Feira de Literatura, cuja temática é “Literatura sertaneja: verso, vida e viola”. Apesar disso,
reiteramos que é de fundamental importância a contextualização dessa ideia, ou seja, do que seja o
“sertão”, como algo mais amplo e cercado de complexidades, difícil de ser delimitado e que se
sobrepõe aos estereótipos.
Dentro dessa proposta, é perfeitamente possível aliar a literatura que versa sobre essa
temática e o ensino de História, que dará subsídios para romper com esse estigma de atraso e
violência que é imposto ao sertão. Mais do que isso, o sertanejo é sujeito cheio de vivência, de
hábitos e de uma cultura extremamente rica. Nessa perspectiva, a obra literária pode contribuir de
maneira interessante para complementar a construção do conhecimento histórico.
A exemplo disso, a obra “Os sertões” de Euclides da Cunha é um excelente documento
histórico. Nesse texto, temos uma interessante descrição do sertão da Bahia, da seca e do sofrimento
desse homem sertanejo, que, ainda assim, resiste às dificuldades. Além disso, é uma obra
sintomática por abordar aspectos pertinentes ao arraial de Canudos e a posterior revolta que levou a
seu extermínio. Personagens como Antônio Conselheiro são apresentados em sua face mais
humana, carregada pelo sofrimento imposto pela dura vida, mas, pela fé, acreditava até mesmo em
teses milenaristas, com o retorno do rei português D. Sebastião, desaparecido em combate contra os
mouros no século XVI.
A obra de Euclides da Cunha adquire importante papel quando vista associada a seu
contexto. É possível explorar o fato de que a revolta tinha um importante caráter social,
reivindicando melhores condições de vida; menos opressão; a possibilidade de vida mais livre e,
ainda, o fim da república, entendida por Conselheiro como a causa de parte dos males que os
afligiam. Aspectos políticos também não nos são sonegados, pois podemos compreender a maneira
violenta como o arraial foi rechaçado pelas tropas do governo central, que necessitava consolidar o
poder da nova forma de governo implementada desde a deposição do Imperador.
Em outro texto, “O quinze” de Rachel de Queiroz, temos outra perspectiva de análise do
sertão. Embora seja um romance por excelência, a maneira como a imagem do sertão é tratada nos
chama atenção, reafirma a miséria enfrentada por toda uma gente, mas mostra a capacidade do
sertanejo de resistir de maneira decidida às intempéries climáticas. A grande seca que o sertão
cearense enfrenta é capaz de fazer aflorar sentimentos como o amor, ainda que platônico, entre as
personagens centrais; o orgulho do sertanejo que resiste com dignidade às agruras da fome e,
fundamentalmente, o fortalecimento da figura feminina, à frente de seu tempo. A professora
Conceição, que opta deliberadamente, por assumir uma postura independente; sem interferência de
quem quer que seja e ainda ousa flertar com práticas acadêmicas. Ao mesmo tempo, o mesmo
território hostil, marcado pela fome e pelo patriarcalismo é também capaz de fazer surgir um
personagem, no mínimo, insólito, uma mulher livre; que pensa por conta própria e não se submete
às convenções sociais que lhe era esperada.
O sertão de Jorge Amado em “Tocaia Grande” segue linha semelhante aos anteriores,
mas atenta para uma característica muito comum na política brasileira até meados dos anos 1940, o
coronelismo. Essa prática, muito comum em parte da história recente nacional, caracteriza-se pela
51
concentração de poder no nível local ou regional, com os grandes proprietários rurais ou homens de
posses desfrutando de controle sob os rumos da vida política de diversos lugares. Na obra, passada
no interior da Bahia, o coronel Boaventura exerce seu poder por meio da coação, assegurada pela
presença de seu jagunço capitão Natário da Fonseca, responsável por lhe garantir segurança física e
zelar pelos interesses do político, ainda que fosse preciso usar de coação. O sertão de “Tocaia
Grande” aponta para as disputas políticas típicas da Primeira República, a necessidade de se
assegurar a supremacia do coronel sob a comunidade na qual estava inserido.
Cabe ressaltar que é possível estabelecer uma analogia bastante interessante entre a
política brasileira dos primeiros anos do século XX e esse sertão mencionado nas obras acima. Os
três textos estão associados à Primeira República, tida por muitos como uma forma de governo que
não conseguiu emplacar o ideal de liberdade e igualdade legal. O poder continua sendo exercido por
meio da força, tanto em Os Sertões quanto em Tocaia Grande o sertão continua sendo território no
qual as regras são determinadas pelas condutas. Com a forte penetração e força dos coronéis, vemos
surgir o fenômeno do banditismo social, cujo expoente foi o cangaço, especialmente a figura de
Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião.
O cangaço é parte integrante dessa dualidade, um sertão em que poucos têm muitos
bens e poder, enquanto poucos padecem com fome e sofrendo com miséria e falta de chuvas. Longe
de ser um Robin-Hood, Lampião e o cangaceiros são reflexos de uma perversa distribuição social,
excludente, incapaz de proporcionar o fim das desigualdades. À violência dos coronéis, temos a
violência do sertanejo.
Como vemos, é perfeitamente possível e recomendável que haja integração entre
História e Literatura, ambas se complementando de maneira a construir um conhecimento mais
sólido, e, por que não, lúdico. A pretexto da Feira Literária, concluímos que é possível realizar esse
trabalho em consonância, despertando o gosto pela leitura e conhecimento histórico. As sugestões
brevemente elencadas não são um fim em si mesmo, são apenas indicações daquilo que pode ser
realizado nas aulas de História, utilizando esses textos como forma de contextualizar fatos e
desmistificar algumas percepções errôneas sobre o sertão e o sertanejo. Ainda que por vezes os
textos reiterem a pobreza material, vemos o contraponto do sertanejo forte; orgulhoso e
culturalmente rico.
52
5.3.7 LÍNGUA INGLESA
O reconhecimento da importância das raízes regionais, folclóricas, populares e culturais
constitui, sob vários aspectos, a base de um enriquecimento imprescindível à cultura de uma
comunidade. A VI Feira Literária - Literatura sertaneja: verso, vida e viola - surge como uma
possibilidade de criar situações de aprendizagens significativas a partir da valorização e
conhecimento da cultura regional.
No caso específico da Língua Estrangeira, podemos utilizá-la como um meio de
estabelecer relações entre a cultura dos países que falam o inglês com o Brasil, verificando se há
manifestações literárias semelhantes. Além disso, podemos destacar os grandes autores da
Literatura Inglesa e os grandes autores da Literatura Brasileira, mais especificamente da literatura
sertaneja, enriquecendo, assim, o conhecimento do aluno no campo cultural.
Dessa maneira, seguem algumas sugestões de atividades de Língua Inglesa, que poderão
ser desenvolvidas com os alunos do 6º ao 9º ano, relacionadas à temática da VI Feira Literária:
1. Atividades de pesquisa sobre a vida e obra dos autores das obras relacionadas,
enfatizando-se o estudo do gênero textual biografia;
2. Propomos também um trabalho com literatura de cordel, em que os alunos, além de
aprofundarem nesse estudo, estimulando o hábito de leitura, poderão discutir sobre fatos históricos
e aspectos culturais referentes à narrativa do cordel, até conhecer a forma de como são
confeccionados os livretos, de como são feitos as xilogravuras, tendo oportunidade de elaborá-los,
fazendo uso da língua materna e incluindo palavras de língua inglesa incorporadas a nosso idioma,
possibilitando uma maior interação entre as diversas linguagens: materna, estrangeira e artística.
Segue um exemplo de um cordel, no qual verificamos a possibilidade da escrita do
cordel, utilizando termos em inglês. Esse poderá servir como modelo para o desenvolvimento do
trabalho com os alunos.
“Abrazileirando
o
Inglês”
Isto vem lá da terrinha
Da minha amiga rainha
Onde não se fala Português
Mas tem brasileiro atrevido
Abrazileirando o Inglês
Começa já no breakfast
Onde o fazemos bem fast
Pra não perdermos o bus
Senão o work já era
Sem job a coisa amarela
Mas o bus stop está full
O sky nem sempre é blue
Rain lá pra chuchu
A umbrella deixei em casa
O cold queima feito brasa
Pego o mobile bem quick
Call pro meu boss pra avisar
Que today eu vou chegar
late
Senão ele me fire já já
Tento pegar o underground
Mas a coisa está busy por lá
Tem
people
demais
esperando
Tentar walk nem pensar
E os trains vão atrasar
Assim é a life lá em cima
Se é easy, pode ir tentar
O money é muito good
Mas só os strongs vão
aguentar.
(Edmar Lemos Teixeira)
Nesse poema, o poeta de cordel Edmar Lemos Teixeira brinca com as palavras em
Português e Inglês, sem deixar de lado a rima. Como sugestão para trabalhar o poema acima com
os alunos, é possível explorar o uso das rimas, a aquisição de vocabulário da Língua Inglesa e,
ainda, a produção de textos poéticos retratando outros temas, de preferência relacionados à
literatura sertaneja, e brincar com a mistura de palavras em Inglês, gírias, com termos peculiares de
cada região brasileira.
Seguem mais alguns exemplos da literatura de cordel, que poderão ser explorados para
trabalhar com os alunos o desenvolvimento da linguagem oral tanto em Português quanto em
Inglês. Além disso, podem ser usados para aquisição de novos vocábulos na Língua Inglesa.
100 ANOS NASCIMENTO DO NOSSO REI DO
BAIÃO
100 YEARS OF THE BIRTH OF OUR
BAIÃO’S KING
Autor: Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara,
residente em Salvador
Author: Antonio Barreto, a native of Santa
Barbara,
residing in Salvador
Cem anos de nascimento
Do nosso Rei do Baião
Que poetizou o sertão
Com amor e encantamento.
Fez do “fole” um instrumento
Capaz de nos encantar
E assim pôde juntar
Arte, paz e amizade…
Gonzagão é a majestade
Da cultura popular.
Luiz Gonzaga está vivo
No coração do Nordeste
Um cantador inconteste
Um sertanejo inventivo
Um sanfoneiro expressivo
Muito mais que um avatar
Que soube valorizar
O nordeste de verdade…
Gonzagão é a majestade
Da cultura popular.
UM CORDEL PARA JORGE AMADO
One hundred years of birth
Our King of Baião
What poeticized the interior
With love and enchantment.
Did the "folding" an instrument
Able to enchant us
And so could join
Art, peace and friendship ...
Gonzagão is the majesty
of Popular culture.
Luiz Gonzaga alive
At the heart of Northeast
A singer uncontested
A resourceful frontiersman
A significant accordionist
Much more than an avatar
He learned to value
The northeast of truth ...
Gonzagão is the majesty
of Popular culture.
A string to JORGE AMADO
54
Autor: Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara,
residente em Salvador
Você já foi à Bahia?
Se não foi, peço que vá!
Jorge Amado ainda vive
Em cada canto de lá
Nas ruas, igrejas, danças
Nos costumes, nas lembranças
E nas águas de Iemanjá!
Quem visita Salvador
Precisa estar antenado
Lá no Pelourinho existe
A Casa de Jorge Amado
Um acervo bem completo
Organizado e repleto
Da vida do nosso bardo.
Author: Antonio Barreto, a native of Santa
Barbara,
residing in Salvador
Have you been to Bahia?
If not, ask to go!
Jorge Amado is still alive
In every corner there
On the streets, churches, dances
In customs, memories
And in the waters of Iemanjá!
Anyone visiting Salvador
Must be tuned
There exists in Pelourinho
The House of Jorge Amado
A very complete collection
Organized and full
The life of our bard.
3. A terceira sugestão refere-se ao estudo e interpretação de textos em inglês sobre a
literatura de cordel, no qual, além de a compreensão do texto, pode-se também aproveitar para
explorar a aquisição de vocabulário em Língua Inglesa.
Literatura de Cordel
Literatura de cordel is a form of ballad poetry from northeast Brazil with enticing titles like
"História Da Moça Que Se Casou Com O Diabo" (The Story Of The Young Woman Who Married
The Devil), "O Homem Que Virou Mulher" (The Man Who Turned Into A Woman), and "O
Lobisomem Encantado" (The Enchanted Werewolf). These ballads are printed on pamphlets called
folhetos. The folheto is about the size of an 8 ½ x 5 ½ paper folded over, and may have anywhere
from three to 30 pages. The cover page is illustrated either with a wood block stencil print called a
xilogravura, or in the newer folhetos, color illustrations resembling comic books. In the past,
cordel poets, or cordelistas, used mimeograph machines or other rudimentary printing presses.
Today, some even use computer printers. Folhetos are sold at marketplaces arranged on a table, or
in the more traditional manner, hanging on a string suspended by two stakes of a small booth;
"cordel" means "string," hence the name "string literature."
Literatura de cordel is one of the two types of oral poetry found in northeast Brazil. In the
improvised poetry, or "obra feita", a singer or repentista creates stories on the spot, using action
and people around him as inspiration. In literatura de cordel, though, the poetry is in written form
and the cordelista may read all or part of his story in front of an audience to entice buyers. Although
55
today's poet can't compete against the high volume sound systems in the marketplaces, the cordel is
still written to be read aloud. Usually, the verses are written in stanzas of six or seven lines with an
ABCBDB rhyme scheme. For example, a stanza from "O Monstro Do Rio Negro" by José Camelo
de Melo Resende reads:
Eu quisera ouvir um homem
dizer-me que resistiu,
ao monstro do Rio Negro
e triunfando saiu
para eu lhe dizer na cara:
você desta vez mentiu.
I'd like to hear a man
say to me that he fought
the monster of the Rio Negro
and left in triumph.
To him, I'd say to his face,
"This time you are really pulling my leg."
The seeds of the cordel originated in Europe around the 17th century when historical
epochs, sweeping romances, conquests of the new worlds and local news were dispensed by
troubadours. The popularity of the cordel hit its peak in the first half of the 20th century, then as the
population of Brazil grew, especially along the coast, many poor Northeasterners left for the city in
search of better jobs, and the cordel's popularity diminished. Today the cordel is more likely to
appear in a museum bookshop than a marketplace. Still, the cordel is a fascinating piece of
Brazilian folklore and the flame has not died out completely.
4. A quarta sugestão refere-se ao trabalho com o cinema, utilizando a língua inglesa,
dessa vez com a minissérie “O Auto da Compadecida”, obra baseada no livro de Ariano Suassuna.
Como primeira atividade, o professor, divide a turma em equipes, responsabiliza cada equipe por
assistir a determinado capítulo e apresentá-lo para o restante da turma, fazendo uma breve análise
do que assistiram. Ao falar sobre a obra, cada equipe deverá escolher um personagem e falar sobre
ele (informações pessoais dos personagens, características físicas e psicológicas), usando termos
e/ou expressões em inglês.
Relacionado à Língua estrangeira, pode-se fazer uma comparação entre os grandes
filmes “hollywoodianos” com os filmes e minisséries produzidos no Brasil, enfatizando as
diferenças culturais dos países envolvidos. Além disso, o professor poderá elaborar um
questionário, utilizando as WH-questions, sobre os aspectos e relevantes e sobre os personagens
principais da obra retratada na minissérie.
O eixo temático norteador para o ensino da Língua Inglesa é a recepção e produção de
textos orais e escritos de gêneros textuais variados. Sugerimos algumas atividades
interdisciplinares, utilizando gêneros textuais variados, cordel, texto informativo, dentre outros,
relacionados à temática da VI Feira literária, que poderão ser realizadas na sala de aula. Podendo o
56
professor aprimorar estas sugestões, propor novas atividades e utilizar os mais variados recursos
didáticos, adaptando-as a realidade do seu público-alvo.
57
5.3.7 LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS LITERATURAS
A Feira Literária é uma das oportunidades mais significativas que o professor de Língua
Portuguesa das escolas municipais de Montes Claros possui para desenvolver o trabalho com a
literatura em sala de aula, a partir de determinada temática, a qual possua grande relevância para a
literatura brasileira e até para a universal.
O texto literário é aquele que se distingue dos demais, sobretudo, por sua relação direta
com o ficcional, devido à recorrente utilização das figuras de linguagem, as quais garantem boa
parte da subjetividade que permeia esses escritos, pelo cuidado que os autores têm quando utilizam
os recursos sintáticos, semânticos e estilísticos na hora da produção. Tudo isso garante um aspecto
singular aos textos e às obras que compõem o vasto acervo de textos literários produzidos no Brasil
e no mundo.
Nesse sentido, o trabalho com a literatura deve proporcionar ao aluno a possibilidade
de, por meio da leitura, da apreciação, da pesquisa e do estudo, ser capaz de:
1. Compreender as relações que são estabelecidas na obra e compará-las a suas
realidades;
2. Analisar criticamente os discursos construídos nos textos;
3. Compreender o processo histórico em que as obras estão inseridas;
4. Reconhecer os recursos linguísticos utilizados pelos autores, bem como os sentidos
que decorrem deles;
5. Conhecer as escolas literárias a que os textos pertencem;
6. Reconhecer as características do gênero textual literário dos textos;
7. Reconhecer os tipos de narradores, tempos e discursos utilizados;
8. Conhecer a biografia dos autores lidos;
9. Valorizar a leitura das obras literárias como fonte de prazer;
10. Valorizar a literatura como fonte de conhecimento de mundo e aperfeiçoamento
intelectual.
Conforme apresentado ao longo deste projeto, o tema da VI Feira Municipal de
Literatura 2012 é Literatura Sertaneja: verso, vida e viola, dizendo respeito às obras e aos autores
que tratam especialmente do sertão brasileiro, abordando acerca de sua cultura, sobre o clima e a
vegetação, das marcas mais peculiares do homem sertanejo, evidenciando suas características mais
marcantes, em um verdadeiro processo de construção de sua identidade.
A Feira este ano tem uma novidade em relação às outras edições, tendo em vista que os
trabalhos que serão realizados não precisarão surgir de determinado autor, mas sim deverão estar
ligados à temática do evento, ou seja, à Literatura Sertaneja. Dessa forma, os professores terão a
liberdade de escolher qualquer autor, de qualquer região do país, que tenha produzido alguma obra
que trate do sertão brasileiro.
O trabalho com a temática da Feira pode dividir-se, ainda, em subtemas, ou seja, o
professor terá a oportunidade de, a partir da leitura e pesquisa das obras, estudar com os seus alunos
algumas temáticas que decorrem e que são apresentadas nos textos. Sendo possível que a pesquisa
gire em torno da cultura do homem sertanejo, seus costumes e da linguagem por eles utilizada, dos
58
problemas mais evidentes no sertão, sobretudo, o da seca, das características do clima e da
vegetação, entre outros.
Além disso, sugere-se que o professor realize um trabalho voltado para a literatura
comparada, já que obras consagradas que tratam do sertão foram editadas em outros gêneros, como,
por exemplo, em vídeo ou música. Dessa forma, o professor pode trabalhar com os alunos o livro
Grande Sertão Veredas, o Auto da Compadecida ou Morte e Vida Severina e, posteriormente,
propor uma aula que apresente os filmes que foram produzidos a partir dessas obras. Isso pode
tornar a aula mais prazerosa e dinâmica.
Em relação à produção propriamente dita dos trabalhos, pede-se aos professores que
acompanhem e orientem os alunos em todo o processo, a fim de que seja elaborado um acervo para
ser apresentado nas escolas, bem como no dia da culminância do evento, que realmente esteja
diretamente ligado à temática deste ano, ou seja, a literatura sertaneja. Infelizmente, nas últimas
edições temos notado que muitos trabalhos, por mais bem construídos que sejam, muitas vezes se
afastam da proposta estabelecida. Assim, são possíveis tipos de trabalhos:
 Construção de redações, resumos, resenhas ou pequenas histórias em quadrinhos das
obras lidas e analisadas;
 Confecção de murais temáticos sobre as obras e suas principais características (pode
ser realizado em conjunto com os outros professores);
 Construção de varal literário que exponha as produções dos alunos;
 Apresentação teatral que encene parte de uma obra (pode ser feito em parceria com o
professor de Artes);
 Realização de um grupo de discussão ou montagem de um pequeno seminário para
análise e estudo das obras;
 Apresentação musical nas escolas (durante o intervalo) de artistas musicais ou
teatrais que tenham um trabalho sobre o sertão;
 Convidar professores ou pesquisadores de outras instituições, a fim de eles
ministrarem palestras nas escolas para os alunos ou para os professores sobre o tema
ou alguma obra literária em especial;
 Convidar autores, sobretudo de Montes Claros, para falarem sobre suas obras ou
textos produzidos sobre o sertão.
Por fim, segue lista dos principais autores e obras que tratam do sertão brasileiro, sendo,
dessa maneira, nossa bibliografia básica. Além de uma série de endereços eletrônicos com resumos,
artigos e informações acerca das obras.
OBRA
1
Grande Sertão:
veredas
AUTOR
Guimarães
Rosa
LINKS




http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_
419340.shtml
http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/grandesertao-veredas.html
http://www.eduquenet.net/veredas.htm
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/joao-
59


2
Os Sertões
Euclides da
Cunha




guimaraes/grande-sertao-veredas.php
http://www.psicanaliseebarroco.pro.br/revista/revistas/15/P&B
rev15Santarem.pdf
http://www.assis.unesp.br/posgraduacao/letras/mis/pdf/v5/ro
sa.pdf
http://www.brasilescola.com/literatura/guimaraes-rosa.htm
http://www.infoescola.com/literatura/guimaraes-rosa/
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000153.
pdf
http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/ossertoes.html
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_c
ompletas/o/o_quinze
3
O Quinze
Rachel de
Queiroz

4
Tocaia Grande
Jorge Amado

http://www.paralerepensar.com.br/j_amado_tocaiagrd.htm
5
Vidas Secas
Graciliano
Ramos

http://www.mundovestibular.com.br/articles/270/1/VIDASSECAS---Graciliano-Ramos-Resumo/Paacutegina1.html
6
Menino do
engenho
José Lins do
Rego

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_c
ompletas/m/menino_de_engenho
http://vestibular.brasilescola.com/resumos-de-livros/meninoengenho.htm
http://educacao.uol.com.br/portugues/menino-deengenho.jhtm
http://www.culturabrasil.org/joaocabraldemelonetoo.htm
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/90799/
http://www.colegioideologia.com.br/download/materiais%20pr
ofessores/debora/morte_e_vida_severina.pdf
http://vestibular.brasilescola.com/resumos-de-livros/o-autocompadecida.htm
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_c
ompletas/a/auto_da_compadecida
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_c
ompletas/a/a_bagaceira
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp148930.
pdf
http://alanepb.org/downloads/socorro_03.pdf
http://www.letras.ufpr.br/documentos/graduacao/monografias
/ss_2006/Delmar_Ferronato_II.pdf
http://www.revelacaoonline.uniube.br/2004/300/res.html
http://www.onorte.net/noticias.php?id=36106
http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/3507013


7
Morte e Vida
Severina
João Cabral
de Melo Neto



8
O Auto da
Compadecida
Ariano
Suassuna

A Bagaceira
José Américo
de Almeida

9
10
Vila dos Confins
Mário
Palmério
11
Serrano de
Pilão Arcado : a
saga de Antônio
Dó
Petrônio Braz
12
Maleita
Lúcio Cardoso
13
Mutum
Guimarães
Rosa







60
14
Noites do
Sertão
Guimarães
Rosa
61
5.3.9 MATEMÁTICA
Uma das maneiras mais eficazes e prazerosas de se obter qualquer tipo de
conhecimento é quando esse processo ocorre de maneira interdisciplinar e próximo da realidade
vivênciada por cada pessoa. Não se pode mais conceber e aceitar a ideia de que o corpo docente de
uma escola trabalhe de maneira desconexa, ou seja, que cada um dos professores cuide apenas de
cumprir a grade curricular de sua disciplina, sem se preocupar com os conteúdos e habilidades que
estão sendo ensinados por seus colegas de profissão.
Nesse sentido, a VI Feira Municipal de Literatura terá como tema Literatura Sertaneja:
verso, vida e será uma oportunidade para que os professores de matemática possam ensinar aqueles
conteúdos já previstos na Proposta Curricular 2012, a partir das obras da Literatura Brasileira que
versem sobre o sertão e sua infinidade de abordagens temáticas.
Dessa forma, seguem-se algumas orientações didáticas:
I) Conteúdo: Sistema Métrico Decimal:
Trabalhando com o texto
Obra Literária: Grande Sertão: Veredas
Local da narração: fazenda de Riobaldo, localizada na beira do rio São Francisco, “a
um dia e meio a cavalo”, no norte de Andrequicé.
1. Texto contextualizado acerca do sistema métrico decimal.
2. Qual é a unidade de medida de comprimento mais adequada para se medir a distância citada
no trecho destacado acima? Justifique:
3. Sabendo que 20min a cavalo correspondem a ____ metros, calcule:
a)
de um dia a cavalo é o mesmo que: ______ m.
b)
de um dia a cavalo é o mesmo que: _______ m.
c) 1 de um dia a cavalo é o mesmo que: ______ km.
4. A letra da canção abaixo mostra que há medidas usadas para medir objetos e lugares. Vamos
ler e cantar?
Frete
Eu conheço cada palmo desse chão
É só me mostrar qual é a direção
Quantas idas e vindas, meu Deus, quantas
voltas
Viajar é preciso é preciso
Com a carroceria sobre as costas
Vou fazendo frete cortando o estradão
Eu conheço todos os sotaques
Desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades
Das mulheres todas as vontades
Eu conheço as minhas liberdades
Pois a vida não me cobra o frete
Por onde eu passei deixei saudades
A poeira é minha vitamina
Nunca misturei mulher com parafuso
Mas não nego a elas meus apertos
Coisas do destino e meu jeito
Sou irmão de estrada e acho muito bom
Mas quando eu me lembro lá de casa
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A mulher e os filhos esperando
Sinto que me morde a boca da saudade
E a lembrança me agarra e profana
O meu tino forte de homem
E é quando a estrada me acode
Renato Teixeira
a) Identifique em que parte da música aparece alguma palavra relacionada ao sistema métrico
decimal:
b) Observe o verso : “Eu conheço cada palmo desse chão”. De acordo com a música, o que a
palavra palmo quer dizer? Ainda, meça o seu palmo, para descobrir quantos centímetros ele
tem .
c) De que maneira podemos medir um percurso, um caminho ou uma distância?
II) Conteúdo: Proporcionalidade
Trabalhando com o texto
Obra Literária: junto ao professor de português, selecione um trecho de uma obra
literária, uma música ou um vídeo que aborde um tipo de comida típica do sertão e
trabalhe com seus alunos.
Exemplo:
1. Texto contextualizado acerca de proporções.
2. Nas sociedades humanas, a fome e a sede, necessidades vitais, são formuladas e satisfeitas
em termos culturais, sociais e históricos. O que se come, com quem se come, quando, como
e onde se come: as opções e proibições alimentares (...) são definidas pela cultura: “O
homem se alimenta de acordo com a sociedade a que pertence” (Garine, 1987, p.4)
a) Cite o nome de um prato culinário típico da região onde você mora.
b) Identifique o prato culinário típico mencionado no trecho citado acima.
c) Na sua opinião, qual seria a comida típica que representa o nosso estado nacionalmente?
3. Leia abaixo, a receita de um delicioso tutu mineiro:







kg de feijão cozido sem tempero;
2 cebolas cruas raladas;
Farinha de mandioca;
Pimenta do reino;
1 colher de sopa de cachaça;
2 ovos cozidos;
kg de linguiça frita ou assada no forno;
 200 g de bacon frito em cubinhos;
63
 Couve refogada.
Modo de fazer:
Bater o feijão no liquidificador com o caldo do cozimento;
Dourar a cebola na gordura do bacon;
Refogar o feijão com alho amassado;
Colocar uma pitada de pimenta do reino, uma colher de cachaça, sal a gosto;
Quando abrir fervura, colocar lentamente a farinha de mandioca, mexendo sem parar, até o
ponto de um pirão;
Misturar o bacon frito e a linguiça picadinha;
Despejar numa tigela e enfeitar com rodelas de ovos cozidos, couve e molho de cebola
O tutu deve ser mole pra não ficar seco.
Rendimento: 6 porções.
a) Imagine que você foi convocado para ajudar a preparar um tutu mineiro para 30 pessoas.
Para isso, recebeu a receita que acabou de ler. Recordando o estudo das proporções, qual
a que a quantidade de feijão que será suficiente para deixar todos satisfeitos?
b) Agora faça os cálculos para os demais ingredientes, indicando qual é a quantidade de
tutu necessária para servir cerca de 50 pessoas.
c) Quantas receitas deverão ser feitas para servir 87 pessoas?
4. Você já deve ter ouvido ou cantado a música a seguir. Então, que tal trabalhar com a letra
dessa música?
Comida
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade.
Titãs. “Comida”.
Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto
a) A satisfação das necessidades nutricionais é condição indispensável para a sobrevivência
dos seres humanos. Considerando esse fato, explique, com suas palavras, as ideias expressas
pelos autores no trecho: Bebida é água. Comida é pasto.
b) Além de comida, quais são as outras necessidades fundamentais do povo?
64
6. CRONOGRAMA
Especificação das ações
Meses
Formação da Comissão organizadora
2012
Jan.
Fev.
X
Mar.
Abr.
X
X
X
Levantamento
de
todo
material
necessário para realizar o evento, bem
como abertura de SCM (Licitação).
X
X
X
Jul.
X
X
X
X
Reunião com representantes das escolas
municipais para lançamento do projeto
da VI Feira Municipal de Literatura.
X
Reuniões
pedagógicas
com
representantes das escolas municipais
para orientações e entrega de materiais
relacionados ao evento.
X
Culminância da Feira no dia 13 de Julho
de 2012, no estacionamento da
Prefeitura Municipal de Montes Claros
Jun.
X
Elaboração do Projeto da VI Feira
Municipal de Literatura
Reunião com representantes das escolas
municipais para definir temática da VI
Feira.
Mai.
X
65
7. REFERÊNCIAS
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1996.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CALHADO, Cyntia. Ler por prazer no ritmo do cordel. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/template-busca.shtml?q=Calhado%20%20. Acesso em: 4/4/12.
CÂNDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira: Momentos Decisivos. 6 ed. Belo
Horizonte: Editora Itatiaia, 1981.
FOLHA
ONLINE.
Mapa
para
brincar.
Disponível
www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/mapadobrincar. Acesso em: 4/4/12.
em:
KRAMER, Sônia; LEITE, Maria Isabel Ferraz Pereira (orgs). Infância e Produção Cultural.
Campinas, SP: Papirus, 1998.
MEC.
Portal
do
professor.
Disponível
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18613. Acesso em: 4/4/12.
em:
MONTES CLAROS, Proposta Curricular – Anos Iniciais. Versão Preliminar - Ensino
Fundamental. Primeiro ao Quinto Ano. Secretaria Municipal de Educação, Dezembro, 2011.
NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998.
NOGUEIRA JR, Arnaldo. João Guimarães Rosa. Disponível em: http://www.releituras.com
Acesso em: 28/03/2012.
OLIVIERI, Antonio Carlos. Literatura das peculiaridades do Brasil. Disponível em:
http://educacao.uol.com.br/literatura/regionalismo-literatura-das-peculiaridades-do-brasil.jhtm.
Acesso em: 4/4/12.
_____________________________. Festas, comidas e lendas do Brasil. Disponível em:
http://educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/folclore-brasileiro-festas-comidas-e-lendastradicionais-do-brasil.jhtm. Acesso em : 4/4/12.
PARREIRAS, Ninfa. Confusão de línguas na literatura: o que o adulto escreve, a criança lê.
Belo Horizonte: RHJ, 2009.
PORTAL MUNDO DA EDUCAÇÃO. Diversidade Cultural no Brasil. Disponível em:
www.mundoeducacao.com.br/geografia/diversidade-cultural-no-brasil.htm. Acesso em: 22/03/12.
66
PORTAL WIKIPEDIA. Cultura da região nordeste do Brasil. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_da_regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil. Acesso em: 4/4/12
_______________________.
Diversidade
cultural.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diversidade_cultural. Acesso em: 22/03/12.
Disponível
em
SOARES, Magda. Oralidade, Alfabetização e Letramento. Revista Pátio, Educação Infantil. Ano
VII, Nº 20. Jul/Out, 2009.
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VI Feira Municipal de Literatura