GUIA PARA A REABILITAÇÃO
REVESTIMENTOS
EXTERIORES
PROJETO
“Cooperar para Reabilitar” da InovaDomus
Autoria do Relatório | Consultoria
Saint-Gobain Weber
Colaboração
Revigrés | FrontWave | CIN
Índice
0. Preâmbulo7
1. Anomalias em Revestimentos Cerâmicos (Aplicações Independentes)8
1.1 Quebra isolada de peças8
1.2 Estrutura danificada9
1.3 Graffitis10
2. Anomalias em Revestimentos Cerâmicos (Aplicações Coladas)11
2.1 Destacamento/desprendimento de elementos cerâmicos11
2.2 Eflorescências em revestimentos cerâmicos14
2.3 Fissuração de revestimentos cerâmicos17
2.4 Esmagamento dos bordos 18
2.5 Falta de planeza19
2.6 Descamação e fendas do vidrado20
2.7 Desgaste da superfície21
2.8 Degradação estética do revestimento cerâmico por alteração da cor ou do brilho22
2.9 Enodoamento23
3. Anomalias em Revestimentos de Pedra25
3.1. Anomalias em revestimentos aplicados por métodos diretos25
3.2. Anomalias em revestimentos aplicados por métodos indiretos33
4. Anomalias em Revestimentos de Reboco e Pintura39
4.1 Fissuração do revestimento39
4.2 Destacamento do revestimento42
4.3 Descoloração 44
4.4 Eflorescências 47
4.5 Espectros e fantasmas48
4.6 Fungos, algas 49
4.7 Farinação/pulverulência50
4.8 Empolamento51
4.9 Degradação da película (sujidade)52
4.10 Fissuração do esquema de pintura53
4.11 Graffitis55
5. Anomalias em Revestimentos ETICS56
5.1 Fissuração na superfície56
5.2 Destacamento das placas isolantes60
5.3 Destacamento ou empolamento do revestimento sobre as placas isolantes61
5.4 Empolamento do acabamento decorativo63
5.5 Degradação estética da superfície65
5.6 Danos localizados no sistema ETICS67
Acrónimos69
Glossário70
Bibliografia72
Anexo Checklist76
0. PREÂMBULO
Os revestimentos de paredes exteriores ou fachadas são uma componente fundamental
das mesmas pelas funções que desempenham ao nível de comportamento mecânico, estético, higrométrico e, desde a alguns anos, também térmicos.
Assim, exige-se que apresentem resistências mecânicas adequadas que, por um lado, sejam compatíveis com o suporte ao qual são associados e, por outro lado, suficientemente
capazes de proteger o mesmo e a parede de agressões externas.
Outra funcionalidade implica que sejam capazes de garantir a impermeabilização da fachada ou parede de forma a prevenir potenciais entradas de água devidas à precipitação, capilaridade ou outras.
Também se espera que contribuam para a componente estética de fachadas, a partir da sua
textura e cor.
Finalmente, considerando as exigências construtivas relativas ao comportamento térmico
dos edifícios, também se admite que os revestimentos exteriores possam apresentar um
contributo significativo para a eficiência energética.
A maioria do cumprimento destas exigências implica que os revestimentos se submetam a
um conjunto de propriedades que signifiquem uma eficiência relativa aos níveis indicados.
Por exemplo, espera-se o cumprimento de um conjunto de requisitos mínimos ao nível de
aderência, módulo de elasticidade, retração, resistência à fissuração, resistência ao choque
e perfuração, coeficiente de absorção de água por capilaridade, resistência a água sob pressão, permeabilidade ao vapor de água, estabilidade de cor e textura, entre outros [1-7].
O incumprimento de alguns destes requisitos significa, na maioria dos casos, o aparecimento de anomalias ao nível dos revestimentos que, não sendo tratadas, implicarão a
degradação progressiva das paredes ou alvenarias existentes.
Reconhece-se, porém, que a maioria dos casos patológicos existentes carece de interpretação mais detalhada, pelo que os processos de reparação podem ser insuficientes ou mal
dimensionados, o que representa um trabalho com grau de insucesso elevado e custos
despropositados [6].
No presente guia, apresentam-se as anomalias mais frequentes para vários revestimentos
de fachada a nível nacional, nomeadamente cerâmicos, reboco e pintura e, por último, sistema de isolamento térmico pelo exterior (ETICS). Para cada anomalia, apresentam-se as
causas geralmente associadas e as soluções possíveis para a sua correção. Mais se informa
que a implementação das mesmas implicam, na maioria dos casos, o recurso a profissionais qualificados para garantir resultados mais eficientes [1-38].
7
índice
1. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS (APLICAÇÕES INDEPENDENTES)
Ao contrário das aplicações tradicionais de revestimentos cerâmicos, as aplicações independentes (fachadas ventiladas) caracterizam-se pela sua independência relativamente ao
edificado. Uma estrutura portante metálica é fixa ao suporte mediante um sistema mecânico, e as peças cerâmicas são colocadas nessa estrutura, com recurso a grampos, sem
necessidade de colagem com argamassas, ou juntas de betume.
Este sistema de grampos apresenta duas soluções: oculta, onde o grampo encaixa num rasgo
pré feito na espessura da peça cerâmica; semi-oculta, onde uma pequena parte do grampo
de suporte é visível na fachada principal. Em termos de manutenção, estes sistemas possibilitam a substituição de peças de forma fácil e individual, sem a necessidade de se retirarem
mais peças do que as necessárias, visto que a fixação é individual, e independente [8-10].
1.1 Quebra isolada de peças
1.1.1. Descrição/formas de manifestação
Elementos cerâmicos fraturados ou destacados (Figura 1).
Figura 1 – Desprendimento de elementos cerâmicos em fachada ventilada [8].
1.1.2. Causas comuns
• Vandalismo;
8
• Aplicação de peças cerâmicas não conformes;
• Estrutura, ou grampos de suporte danificados;
• Deformação estrutural do edificado;
• Sismo;
• Impacto ou choque.
1.1.3. Soluções de reabilitação
1.1.3.1 Substituição das peças danificadas
Quando se verifica que a quebra das peças não se deve a nenhuma falha da estrutura,
a solução recomendada é proceder à substituição das peças danificadas, seguindo as
instruções dos fabricantes (das estruturas de suporte, e do revestimento cerâmico).
1.1.3.2 Correção da estrutura de suporte
Quando se verifica que a quebra das peças tem origem em causas estruturais, o
procedimento recomendado é:
1. Correção da estrutura de suporte;
2. Substituição de peças cerâmicas danificadas.
1.2 Estrutura danificada
1.2.1. Descrição/formas de manifestação
Deformação visível da continuidade da superfície ou a queda/quebra de várias peças
cerâmicas (Figura 1).
1.2.2. Causas comuns
• Vandalismo;
• Deformação estrutural do edificado;
• Desaparecimento de grampos de suporte das peças;
• Sismo.
9
índice
1.2.3. Soluções de reabilitação
1. Correção de causas externas que possam estar na origem da anomalia (por
exemplo, por ações de vandalismo);
2. Correção dos problemas verificados ao nível da estrutura do suporte;
3. Substituição dos elementos cerâmicos danificados.
1.3 Graffitis
1.3.1. Descrição/formas de manifestação
Áreas do revestimento cerâmico com degradação estética por graffitis (Figura 2).
Figura 2 – Graffiti em fachada cerâmica.
1.3.2. Causas comuns
Vandalismo
10
1.3.3. Soluções de reabilitação
1.3.3.1 Limpeza das peças degradadas
1. Limpeza das peças com graffiti com cloreto de metileno;
2. Proteção das peças com agente anti-graffiti.
1.3.3.2 Substituição do revestimento cerâmico
Substituição total do revestimento cerâmico por peças cerâmicas previamente tratadas com proteção anti-graffiti (processo de substituição similar ao indicado em 1.1.3).
Observações: Proteger eventuais componentes da estrutura de PVC, Alumínio, Zinco
e/ou borracha.
2. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS (APLICAÇÕES COLADAS)
As aplicações coladas de revestimentos cerâmicos correspondem ao método tradicional e
mais comum em obra. Na prática, os elementos cerâmicos são colados ao suporte através
da utilização de uma argamassa de colagem (argamassa-cola). Adicionalmente, executam-se juntas de separação entre os elementos cerâmicos, preenchidas com argamassa
adequada, com objetivo de conferir diminuição de tensões no sistema, permitir trocas de
vapor de água entre interfaces e efeito estético [7,9,10,11,16].
2.1 Destacamento/desprendimento de elementos cerâmicos
2.1.1 Destacamento em zonas de descontinuidade do suporte, em
zonas correntes de revestimento, arqueamento ou empolamento ou
destacamento explosivo
2.1.1.1 Descrição/formas de manifestação
Destacamento dos elementos cerâmicos da fachada:
• O destacamento pode ocorrer pela interface entre a argamassa-cola e o cerâmi-
11
índice
co, na interface entre a cola e o suporte, por rotura coesiva da cola, por rotura
coesiva do suporte ou por desprendimento do próprio suporte (Figura 3);
• O destacamento pode ser acompanhado por fissuração do elemento cerâmico.
Figura 3 - Desprendimentos/queda de elementos cerâmicos em várias situações por diversos motivos
(metodologia de colagem inadequada, rotura do suporte entre outras).
2.1.1.2 Causas comuns
• Inadaptação da argamassa de colagem ao cerâmico, ao suporte utilizado e às
condições de sujeição termo-higrométricas;
• Erro de execução, com especial destaque para ausência de colagem dupla;
• Falta de interrupção do revestimento cerâmico em correspondência com materiais diferentes ou na com juntas de movimento/dilatação existentes no suporte;
• Deficiente limpeza das interfaces de colagem (tardoz do cerâmico e/ou superfície do suporte);
• Deficiente coesão do suporte ou inadaptação dimensional do cerâmico à natureza do mesmo.
Observações: O desprendimento explosivo é um caso particular de rotura devido a
deformações diferenciais entre o revestimento e o suporte. A rotura resulta da instalação de compressões nos ladrilhos, resultantes ou da restrição de dilatações dos
ladrilhos ou de retrações dos restantes elementos. Quando o arqueamento não se
forma, as tensões de compressão vão-se acumulando até provocarem uma rotura
frágil e violenta. As causas principais devem-se a erros de projeto, deficiências de
execução, erros de utilização ou erros de limpeza.
12
2.1.1.3 Soluções de reabilitação
1. Remoção dos ladrilhos destacados e equivalentes a zonas com tendência a continuidade de destacamento;
2. Correções eventuais ao suporte (se necessário, substituição do mesmo) no caso
de ser a causa pelo destacamento dos cerâmicos (ver 2.1.2);
3. Nova aplicação de ladrilhos com garantia de cola adequada e com técnica de
colagem dupla;
4. Execução de juntas de movimento adequadas, por preenchimento das mesmas
com argamassas em mastique e a limitar áreas até 25m2. Também realizar juntas com mastique adequado nas zonas equivalentes à fronteira entre suportes
de materiais diferentes.
2.1.2 Destacamento equivalente a zonas de anomalias nos suportes
2.1.2.1 Descrição/formas de manifestação
Destacamento dos elementos cerâmicos da fachada, especialmente em zonas com
manifestação de anomalias no suporte (por exemplo, coincidência com rotura do
reboco existente ou correspondência com fendas formadas no suporte).
O destacamento pode ocorrer pela interface entre a argamassa-cola e o cerâmico,
na interface entre a cola e o suporte, por rotura coesiva da cola, por rotura coesiva
do suporte ou por desprendimento do próprio suporte (Figura 4).
Figura 4 – Desprendimentos/queda de elementos cerâmicos associadas a rotura do suporte.
13
índice
2.1.2.2 Causas comuns
• Inadaptação da argamassa de colagem ao suporte utilizado;
• Suporte inapropriado para receber elemento cerâmico em fachada (por falta de coesão/resistência, rigidez muito baixa ou muito elevada, excessiva hidrofobicidade…);
• Inadaptação dimensional do cerâmico à natureza do suporte;
• Tratamento indevido de zonas de interface entre materiais diferentes do suporte
(por exemplo, por ausência da juntas de movimento ou de sistemas de reforço).
2.1.2.3 Soluções de reabilitação
1. Remoção dos ladrilhos destacados equivalentes às zonas de anomalias de suporte e outras zonas com potencial destacamento;
2. Correção das anomalias nos suportes, por exemplo, das zonas fissuradas e por
substituição das zonas destacadas ou incompatíveis com a prática de colagem
de cerâmica;
3. Nova aplicação de ladrilhos, compatíveis com os suportes existentes, com garantia de cola adequada e com técnica de colagem dupla;
4. Execução de juntas de movimento adequadas, por preenchimento das mesmas
com argamassas em mastique e a limitar áreas até 25m2. Também realizar juntas com mastique adequado nas zonas equivalentes à fronteira entre suportes
de materiais diferentes.
2.2 Eflorescências em revestimentos cerâmicos
2.2.1 Eflorescências nas juntas entre ladrilhos
2.2.1.1 Descrição/formas de manifestação
Aparecimento de escorridos de sais de cor branca entre as juntas de elementos cerâmicos. Os escorridos podem ser generalizados por toda a fachada ou localizados
pontualmente (Figura 5).
14
Figura 5 – Eflorescências/escorridos a partir de juntas entre ladrilhos cerâmicos.
2.2.1.2 Causas comuns
• Utilização de argamassas com elevado conteúdo em sais solúveis e cimento Portland;
• Incumprimento das boas práticas de aplicação no sentido de assegurar a correta
secagem e hidratação das argamassas previamente à aplicação de materiais
consequentes. Ainda, deficiente proteção dos elementos relativamente a condições atmosféricas propícias a transporte de sais, como humidade elevada e
temperaturas baixas;
• Deficiente preenchimento das juntas entre ladrilhos ou fissuração das mesmas,
permitindo infiltração fácil de água;
• Elevada resistência à difusão de água em fase de vapor pelos elementos da fachada (cerâmico e argamassas).
2.2.1.3 Soluções de reabilitação
1. Lavagem com solução ácida (moderada) e água abundante;
15
índice
2. Correção de eventuais fissuras presentes por remoção do material de juntas
(se estiver igualmente destacado) e aplicação de nova argamassa. No caso de
estabilidade das juntas, a correção poderá passar pela aplicação de argamassa
adequada sobre a existente;
3. Aplicação de agente hidrófugo sobre toda a fachada.
2.2.1.4 Recomendações de manutenção
A remoção total de eflorescências de juntas poderá ser impossível em casos específicos (considerando não substituir todo o revestimento existente). Por isso, recomenda-se a execução de um plano de manutenção que implica a lavagem com
solução acídica e hidrofugação da fachada em períodos médios de 5 anos.
2.2.2 Eflorescências nas peças cerâmicas
2.2.2.1. Descrição/formas de manifestação
Formação de camada pulverulenta, habitualmente esbranquiçada, na superfície das
peças cerâmicas e/ou nas juntas de aplicação (Figura 6).
Figura 6 – Eflorescências/escorridos nos ladrilhos cerâmicos.
2.2.2.2 Causas comuns
Infiltrações de águas, com impurezas e sais no elemento cerâmico: formação de camada pulverulenta sobre superfície cerâmica (pontual ou alargada) e/ou
nas juntas de aplicação.
2.2.2.3 Soluções de reabilitação
1. Proceder à escovagem dos depósitos de pós com escovas suaves, seguida da la-
16
vagem das superfícies. Aconselha-se a lavagem só com água, evitando produtos
agressivos. Se for utilizado ácido muriático deve ser feito com uma concentração
muito baixa, enxaguando com bastante água para eliminar todos os resíduos;
2. Limpeza/lavagem geral dos revestimentos e juntas;
3. Reparação da causa da infiltração de água, limpeza dos revestimentos e juntas;
4. Em alguns casos mais extremos, pode proceder-se à aplicação de uma emulsão
impermeabilizante.
Observações: Para evitar este tipo de ocorrências aconselha-se o uso de cimentos
com baixo teor de alcalis e garantir que no processo de aplicação são respeitados
todos os tempos de secagem das camadas anteriores ao revestimento cerâmico.
2.3 Fissuração de revestimentos cerâmicos
2.3.1 Descrição/formas de manifestação
• Fissuras inferiores a 1mm: podem afetar apenas o vidrado superficial, ou
serem um pouco mais profundas e afetar a superfície do corpo cerâmico;
• Fissuras com abertura superior a 1 mm: podem provocar a rotura da peça
cerâmica e o seu destacamento da superfície de suporte.
Figura 7 – Fissuração de elementos cerâmicos.
17
índice
2.3.2 Causas comuns
• Deformação estrutural: deformações no edifício podem originar a rotura dos
revestimentos cerâmicos (Figura 7);
• Ausência de detalhes construtivos: determinados elementos construtivos
(contravergas, platibandas, pingadeiras e juntas de movimento) ajudam a diminuir o efeito das tensões sofridas pelo edifício, nos revestimentos cerâmicos. A
sua ausência, ou escassez, pode contribuir para que as deformações sofridas no
edificado se transmitam ao revestimento cerâmico;
• Retração ou expansão da argamassa de fixação: quando existe incompatibilidade entre a argamassa de colagem e o revestimento cerâmico, pode ocorrer uma
retração maior da argamassa que origina a fissuração do revestimento cerâmico;
• Dilatação e retração das placas cerâmicas: Variações térmicas, ou de humidade,
podem provocar a dilatação ou contração da peça cerâmica, as quais, quando ultrapassam os limites de resistência da peça cerâmica, podem provocar a sua rotura;
• Ação de choques externos.
2.3.3 Soluções de reabilitação
1. Correção das possíveis causas da fissuração (por exemplo, por remover cargas,
alterar a argamassa de colagem);
2. Execução de juntas de esquartejamento mais deformáveis a limitar áreas menores de continuidade cerâmica;
3. Substituição dos elementos cerâmicos fissurados e execução da sua colagem
com argamassa-cola adequada para o efeito.
2.4 Esmagamento dos bordos
2.4.1 Descrição/formas de manifestação
Destacamento de lascas nos bordos dos elementos cerâmicos, frequentemente,
acompanhado do esmagamento, por compressão, da argamassa de juntas existente (Figura 8).
18
Figura 8 – Esmagamento dos bordos de cerâmicos e de argamassa de juntas.
2.4.2 Causas comuns
Movimentos diferenciais entre o suporte, a argamassa de colagem e revestimento cerâmico: sob diferentes influências de agentes externos (por exemplo,
temperatura e humidade) as três camadas dilatam-se ou contraem-se. Quando estas deformações não são iguais, tem lugar uma compressão da camada superficial
(revestimento cerâmico que provoca o lascar dos bordos da peça cerâmica e/ou o
esmagamento da argamassa de juntas.
2.4.3 Soluções de reabilitação
1. Remoção dos elementos degradados;
2. Correção/minimização dos efeitos de compressão através da execução de juntas
de esquartejamento e de perímetro adequadas, preenchidas por mastique;
3. Aplicação de novos elementos cerâmicos.
2.5 Falta de planeza
2.5.1. Descrição/formas de manifestação
Irregularidades na superfície revestida com peças cerâmicas, caracterizadas pela
falta de paralelismo entre diferentes elementos cerâmicos.
2.5.2. Causas comuns
• Deformações e/ou irregularidades da superfície do suporte: quando não são
cumpridas as regras de qualidade sobre a uniformidade geral e localizada da super-
19
índice
fície a revestir, e a argamassa de colagem não consegue nivelar essas anomalias;
• Deformações, empenos e/ou irregularidades da peças cerâmicas: material não
conforme que não foi detetado no controle de qualidade;
• Metodologia de aplicação inadequada (erro de aplicação).
2.5.3. Soluções de reabilitação
2.5.3.1 Substituição das peças empenadas
Esta solução implica a remoção dos cerâmicos existentes. Recomenda-se o procedimento seguinte:
1. Remoção das zonas desniveladas (elementos cerâmicos);
2. Nivelamento do suporte através da aplicação de material de colagem ou argamassa de nivelamento;
3. Substituição das peças empenadas.
2.5.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico (solução 1)
Esta solução implica uma correção sobre a estrutura existente, sem remoção da
mesma. Recomenda-se o procedimento seguinte:
1. Aplicação de uma argamassa de regularização sobre a superfície existente;
2. Aplicação de novo revestimento cerâmico.
2.5.3.3 Aplicação de novo revestimento cerâmico (solução 2)
Esta solução implica uma correção sobre a estrutura existente, sem remoção da
mesma e consiste na aplicação de novo elemento cerâmico (lâmina, por exemplo)
com regularização global a partir da argamassa-cola.
Observações: As soluções descritas em 2.5.3.2 e 2.5.3.3 implicam perda de cota
existente.
2.6 Descamação e fendas do vidrado
2.6.1 Descrição/formas de manifestação
Degradação do vidrado cerâmico por descamação do mesmo ou presença de fendas.
20
2.6.2. Causas comuns
• Escolha inadequada das peças cerâmicas em função das necessidades funcionais
e/ou condições climatéricas;
• Qualidade inferior dos revestimentos cerâmicos aplicados.
2.6.3 Soluções de reabilitação
2.6.3.1 Substituição dos elementos danificados
Substituição dos elementos cerâmicos danificados.
2.6.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico
Aplicação de novo revestimento cerâmico sobre o existente (por exemplo, lâmina
cerâmica). Esta solução implica perda de cota.
2.7 Desgaste da superfície
2.7.1. Descrição/formas de manifestação
Alteração visível da aparência do revestimento cerâmico, por desaparecimento total
ou parcial da camada superficial, ou existência de riscos.
2.7.2. Causas comuns
• Escolha inadequada das peças cerâmicas em função das necessidades funcionais;
• Falta de planeza das peças cerâmicas e/ou do suporte, ou desníveis entre peças
decorrente de uma aplicação incorreta.
2.7.3. Soluções de reabilitação
2.7.3.1 Alteração do tipo de revestimento
Substituição do revestimento por material com características adequadas às condições de aplicação e uso.
21
índice
2.7.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico
Aplicação de novo revestimento cerâmico sobre o existente (por exemplo, lâmina
cerâmica) ou de outros revestimentos. Esta solução implica perda de cota.
2.8 Degradação estética do revestimento cerâmico por alteração da cor ou do brilho
2.8.1. Descrição/formas de manifestação
Alteração visível da cor original das peças cerâmicas, através de um escurecimento
significativo da cor, ou pelo aparecimento de manchas cinzentas, azuladas ou avermelhadas, com maior incidência a partir das bordas.
2.8.2. Causas comuns
• Desgaste da superfície;
• Ataque químico: derramamento ou utilização de produtos de limpeza agressivos
ou inadequados;
• Infiltrações de água: se na água existirem elementos corantes orgânicos, fungos ou sais
solúveis, as manchas poderão ter colorações distintas, em função destes elementos;
• Deposição de sais de cálcio no vidrado, provenientes da argamassa-cola.
2.8.3. Soluções de reabilitação
2.8.3.1 Alteração do tipo de revestimento
Substituição do revestimento por material com características adequadas às condições de aplicação e uso.
2.8.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico
Aplicação de novo revestimento cerâmico sobre o existente (por exemplo, lâmina
cerâmica) ou de outros revestimentos. Esta solução implica perda de cota.
Observações: Para os dois casos, garantir a utilização de uma argamassa-cola
compatível com o cerâmico em utilização.
22
2.9 Enodoamento
2.9.1. Descrição/formas de manifestação
Manchas pontuais de dimensão variável, que provocam alteração da cor das peças cerâmicas.
2.9.2. Causas comuns
• Escolha inadequada das peças cerâmicas em função das necessidades
funcionais: pode originar o desgaste da superfície, proporcionando a retenção de
sujidades;
• Ataque químico: derramamento ou utilização de produtos de limpeza agressivos ou inadequados; líquidos ácidos como o vinagre, sumo de limão ou vinho
tinto, líquidos oleosos como o azeite, ou como o café ou tintas, atacam as peças
cerâmicas, principalmente as não vidradas, ou as que apresentam a superfície
desgastada;
• Pinholes, crateras, pintas e manchas: pequenas imperfeições na superfície
da peça cerâmica, decorrentes dos materiais e do processo de fabrico. Os pinholes e crateras podem ser sentidos através do tato, e proporcionam o acumular
de sujidades; as pintas e manchas são parte integrante do vidrado, ou do corpo
cerâmico. Ambas são impossíveis de remover.
2.9.3. Soluções de reabilitação
2.9.3.1 Limpeza
Limpeza com produtos específicos (ver Tabela 1).
2.9.3.2 Substituição das peças danificadas
Remoção e substituição das peças danificadas.
23
índice
Tabela 1 – Soluções específicas para remoção de manchas impregnadas em ladrilhos cerâmicos.
Mancha
Produto
Observações
Cimento e produtos à
Ácido acético 10%
Seguir as indicações do
base de cimento
Ácido Clorídrico 10%
fabricante
Ácido Fosfórico 10%
Ácidos fluorídricos são
proibidos
O ácido clorídrico é corrosivo:
usar luvas, vestuário apropriado e evitar salpicos
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco e borracha
Pintura a óleo
Álcool metílico
Produtos inflamáveis:
Decapante de soldadura
- arejar bem
Mástique
- não fumar
Fruta e sumos de frutos
- impedir faíscas de fer-
(manchas recentes)
ramentas ou interruptores
Molho de tomate
elétricos.
Pintura vinílica, glice-
Benzina
roftálica
Cola e matérias plásticas
Fuelóleo
Tricloro etileno
Fruta e sumos de frutos
(manchas antigas)
Óleo de linhaça
Álcool etílico
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco e borracha
Mercurocromo
Permanganato de potássio
Tinta fresca
seguido de ácido oxálico
Proteger as mãos
Água de Javel
Graffitis
Cloreto de metileno e álcool
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco e borracha
Ferrugem
Lixívia
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco e borracha
Gordura
Solvente ou desengordurante
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco e borracha
Borracha de pneus
Aguarrás
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco e borracha
Tinta de caneta
Acetona
Proteger materiais de PVC,
alumínio, zinco e borracha
24
3. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS DE PEDRA
3.1. Anomalias em revestimentos aplicados por métodos diretos
Em Portugal, uma parte substancial das aplicações com pedra em fachadas e por
vezes até, embora em menor número em coberturas, foram realizadas nos últimos
15 anos com recurso preferencial à técnica de fixação direta, que pode ser efetuada
por duas formas:
• Por colagem – quando o elemento de fixação é tipicamente um cimento-cola incorporando ou não resinas de elevadas prestações ou curto tempo de secagem,
ou um adesivo de base polimérica sem cimento, normalmente, constituído por
um adesivo de reação;
• Por selagem – quando o elemento de fixação é uma argamassa à base de cal
hidráulica ou de cimento branco, o que normalmente se traduz em materiais
menos suscetíveis de originar manchas nos revestimentos de pedra natural.
Este tipo de solução de fixação tem vários inconvenientes, sendo bastante suscetível a diversas anomalias e, por isso, menos recomendável em revestimentos exteriores (salvo em condições particulares e bem identificadas). Optando por este tipo
de fixação, serão inevitavelmente necessários certos cuidados e procedimentos para
prevenir o aparecimento de tais anomalias, recomendando-se sempre a consulta de
profissionais da área.
Os sistemas de fixação diretos são muitas vezes reforçados com elementos auxiliares de fixação tais como agrafos ou “gatos” [16-23].
3.1.1. Desprendimento/queda de placas coladas
3.1.1.1. Descrição/formas de manifestação
Desprendimento total ou empolamento de placas da fachada em zonas pontuais ou
generalizadas (Figuras 9 e 10) e pode ocorrer:
• Na interface entre o agente de fixação (argamassa/cimento-cola/adesivo) e a placa;
• Na interface entre o suporte (reboco) e o agente de fixação;
• Por rotura do suporte, do agente de fixação ou da própria placa de pedra.
25
índice
Figura 9 – Desprendimentos/queda de placas de pedra natural colada em fachadas exteriores.
Figura 10 – Exemplo de desprendimentos/queda de placas de mármore coladas num terraço.
26
3.1.1.2. Causas comuns
• Inadequada preparação do suporte e das placas de pedra natural: limpeza deficiente antes da aplicação;
• Inadequado dimensionamento do sistema de fixação: placa de pedra natural
com elevado peso para o tipo de agente de fixação selecionado;
• Ausência ou inadequado dimensionamento de juntas de dilatação para a fachada
(Figura 9): as juntas de dilatação e entre os vários elementos pétreos da fachada são fundamentais para acompanhar as deformações diferenciais que originam movimentos de dilatação e contração dos revestimentos, agente de fixação
e suporte;
• Inadequada seleção do material de preenchimento de juntas: o material utilizado no preenchimento das juntas deve permitir acompanhar as deformações diferenciais dos vários elementos que constituem a fachada. Caso as juntas sejam
preenchidas com um material de baixa elasticidade podem originar-se tensões
residuais e posterior empolamento ou desprendimento (Figura 11).
Um preenchimento de juntas inadequado podem ainda originar o destacamento
destas zonas facilitando assim a entrada de água e a lixiviação na interface suporte/agente de fixação ou agente de fixação/placa de pedra.
Figura 11 – Desprendimentos/queda de placas de pedra natural colada em fachadas exteriores
devida a inadequado dimensionamento de juntas de dilatação para a fachada levando à impossibilidade de acompanhar as deformações diferenciais que originam movimentos de dilatação e
contração dos revestimentos, agente de fixação e suporte.
3.1.1.3. Soluções de reabilitação
3.1.1.3.1 Substituição dos elementos danificados
1. Em caso de zonas de suporte degradadas, proceder à sua remoção e substituição por nova argamassa adequada;
27
índice
2. Limpeza do suporte e das placas de pedra, por exemplo, por escovagem;
3. Limpeza e eliminação de vestígios do agente de fixação anterior;
4. Substituição das placas de pedra natural danificadas.
3.1.1.3.2 Redimensionamento das placas adaptado às condições existentes
Redimensionamento das placas e seleção de agente de fixação adequado às conduções térmicas e higrométricas do local.
3.1.1.3.3 Alteração das juntas
Redimensionamento das juntas de dilatação e das juntas entre as placas de pedra.
Esta solução deverá incluir a limpeza das juntas com aplicação de novo material
(mastique) para preenchimento de juntas.
3.1.1.3.4 Reforço do sistema de fixação
Reforço do sistema de fixação com elementos metálicos, como agrafos ou gatos (Figura 12).
Figura 12 – Reabilitação de fachada de granito baseada no reforço do sistema de fixação através de
elementos metálicos.
3.1.2. Eflorescências em placas de pedra natural
3.1.2.1. Descrição/formas de manifestação
Aparecimento de material pulverulento de cor clara (branco ou creme) na juntas e/
ou nas placas de natural (Figura 13). A ocorrência deste tipo de anomalia pode variar
28
em extensão ou ser apenas pontual dependendo da tipologia de pedra natural e das
suas características físicas (porosidade, absorção de água, capilaridade, volume de
poros abertos, entre outras).
Figura 13 – Eflorescências em placas de pedra natural aplicadas em fachadas e revestimentos exteriores.
29
índice
3.1.2.2. Causas comuns
• Infiltração de água contendo sais solúveis e/ou outras substâncias passiveis de
causar sais após evaporação na superfície e/ou juntas das placas de pedra natural;
• Aplicação das placas de pedra natural em dias de elevado teor de humidade ou
incumprimento dos tempos de secagem do suporte;
• Seleção inadequada do agente de fixação face as condições ambientais do local
que poderão exigir materiais menos afetados pela humidade ou com tempos de
secagem mais curtos;
• Falta de rigor no cumprimento das boas práticas de utilização dos agentes de fixação (argamassa, cimento-cola, adesivo, ou outro equivalente) nomeadamente no
que diz respeito às condições de temperatura e humidade na altura da aplicação;
• Inadequada seleção de materiais pétreos com elevada porosidade.
3.1.2.3. Soluções de reabilitação
1. Reparação da infiltração (caso exista);
2. Limpeza, por lavagem com solução acídica adequada ao tipo de pedra, seguida
de lavagem abundante com água corrente;
3. Reparação de juntas;
4. Impermeabilização das placas da fachada.
3.1.3. Colonização biológica
3.1.3.1. Descrição/formas de manifestação
Colonização de algas, fungos ou líquenes nas fachadas. Estes agentes biológicos
podem apresentar cores variadas como verde, vermelho, laranja/castanho (Figura
14). Por norma estes a microrganismos proliferam em condições de humidade superior a 80% e temperaturas entre os 0 – 40 °C.
30
Figura 14 – Colonização biológica em elementos de pedra naturais aplicados no exterior.
3.1.3.2. Causas comuns
• Ambientes com elevada humidade e fraca exposição solar: fachadas
orientadas a norte, em zonas com humidade elevada terão, potencialmente,
mais tendência para o desenvolvimento destes microrganismos;
• Tipos de pedra com porosidade elevada (em média valores de porosidade aberta
≥ 4%) aplicados em fachada sem tratamento antifúngico;
• Tipos de pedra com acabamentos de rugosidade elevada, tais como escassilhado, bujardado, picotado, rasgados ou outros equivalentes, os quais promovem
um aumento da área superficial disponível para a colonização biológica.
3.1.3.3. Soluções de reabilitação
1. Limpeza da fachada, com solução de hipoclorito de sódio a 5% (similar a lixivia)
ou com biocida;
2. Aplicação de tratamento antifúngico na fachada.
3.1.4. Alteração de cor/tonalidade, perda de cor
3.1.4.1. Descrição/formas de manifestação
Perda de cor e de brilho ou alteração visível da tonalidade das pedras da fachada (Figura 15).
31
índice
Figura 15 – Alteração de cor/tonalidade em elementos de pedra naturais aplicados no exterior.
32
3.1.4.2. Causas comuns
• Interação com a humidade do suporte;
• Infiltração de água e posterior difusão de sais ou soluções com elementos químicos dissolvidos que poderão potencialmente manchar ou alterar a tonalidade
da pedra (por alteração físico-química dos seus minerais);
• Poluição;
• Humidade/nevoeiro salino.
3.1.4.3. Soluções de reabilitação
3.1.4.3.1 Tratamento da superfície
Caso a alteração de cor não comprometa a integridade mecânica da peça, recomenda-se o seguinte procedimento:
1. Lavagem;
2. Tratamento mecânico de amaciamento;
3. Impermeabilização e/ou consolidação.
3.1.4.3.2 Substituição dos elementos danificados
Caso a alteração de cor comprometa a integridade mecânica da peça, recomenda-se
a substituição dos elementos da fachada.
3.2. Anomalias em revestimentos aplicados por métodos indiretos
Os métodos de fixação direta para aplicação de revestimentos exteriores em pedra
natural têm vindo cada vez mais a ser progressivamente substituídos por métodos
de fixação indireta/independente, também conhecidos como fachadas ventiladas.
De um modo simplificado, as fachadas ventiladas pressupõem a existência de: um
revestimento exterior em pedra natural, uma caixa-de-ar entre o revestimento e a
parede (alvenaria ou betão) e um sistema de isolamento térmico.
As placas de pedra natural podem ser fixas ao suporte (betão, alvenaria ou equivalente) ou podem ser primeiramente fixas a uma estrutura metálica que se encontra
fixa ao suporte. As estruturas metálicas e os elementos de fixação (ancoragens)
devem ser anticorrosivos e não devem ser associados metais que permitam a formação de processos eletrolíticos. Usam-se em geral perfis e elementos em aço inox
ou ligas de alumínio. O tipo de furações a realizar nas placas de pedra natural (furos
circulares, rasgos circulares ou quadrangulares, entre outros) são realizados em
33
índice
função da tipologia de ancoragem metálica usada [8,16-25].
3.2.1. Incompatibilidade entre a pedra e tratamento anti-graffiti
3.2.1.1. Descrição/formas de manifestação
Empolamento do tratamento anti-graffiti e/ou formação de bolhas na fachada (Figura 16).
Figura 16 – Incompatibilidade entre a pedra e tratamento anti-graffiti em elementos de pedra naturais
aplicados no exterior.
3.2.1.2. Causas comuns
• Incompatibilidade de adesão entre o material pétreo e a solução anti-graffiti devida a baixa porosidade da pedra e/ou incompatibilidade química;
• Incumprimento das boas práticas de aplicação de soluções anti-graffiti no que diz
respeito às condições ambientais de temperatura e humidade ideais para aplicação.
34
3.2.1.3. Soluções de reabilitação
• Limpeza com agente adequado;
• Aplicação de novo tratamento anti-graffiti.
3.2.2. Manchas nos locais das ancoragens
3.2.2.1. Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de manchas nos locais de fixação, geralmente de cor vermelha/laranja
ou branco/acinzentadas (Figura 17).
Figura 17 – Manchas nos locais das ancoragens em elementos de pedra natural aplicados no exterior.
3.2.2.2. Causas comuns
• Oxidação da ancoragem devido a incompatibilidade química entre os materiais
metálicos, passiveis de iniciar processos de corrosão eletrolítica;
• Utilização de buchas químicas ou cimentos-cola para preenchimento dos orifícios
de ancoragem que poderão reagir e manchar pedras mais porosas.
35
índice
3.2.2.3. Soluções de reabilitação
Caso a integridade mecânica das pedras da fachada não esteja risco, a remoção
deste tipo de manchas está muito dependente do tipo de pedra. Porém, de notar
que, na maioria das situações, a eliminação total da mancha pode não ser conseguida integralmente.
Nos casos em que a alteração de cor reflita processos que comprometam a integridade mecânica da parede recomenda-se a substituição dos elementos da fachada.
3.2.3. Quebra isolada de placas na fachada
3.2.3.1. Descrição/formas de manifestação
Quebra parcial ou total de placas isoladas e preferencialmente situadas em zonas
acessíveis da fachada (Figura 18).
Figura 18 – Quebra isolada de placas de pedra natural em fachadas exteriores.
36
3.3.3.2. Causas comuns
• Vandalismo;
• Choques pontuais.
3.2.3.3. Soluções de reabilitação
Substituição dos elementos danificados da fachada.
3.2.4. Quebra generalizada de placas na fachada
3.2.4.1. Descrição/formas de manifestação
Quebra parcial ou total de placas da fachada localizadas em zonas distintas e que
podem não ser acessíveis aos utilizadores e transeuntes (Figuras 19, 20 e 21).
3.2.4.2. Causas comuns
• Incumprimento de boas práticas relativas à fixação indireta e montagem de
fachada em pedra natural, tais como: execução de furos em obra, ausência de
procedimentos de montagem, não utilização de camisa polimérica para acomodação de cavilhas e redução de vibrações;
• Falta de rigor no dimensionamento, não contemplando os movimentos de expansão e contração dos vários materiais intervenientes na fachada (Figura 19);
• Envelhecimento acelerado dos materiais pétreos, causado por agentes atmosféricos e ambientais (Figura 18) tais como: proximidade a ambientes salinos ou
elevados níveis de poluição atmosférica;
• Expansão anisotrópica do material pétreo.
37
índice
Figura 19 – Quebra generalizada de placas de pedra natural em fachadas exteriores causada pela
falta de rigor no dimensionamento não comtemplando os movimento de expansão e contração dos
vários materiais intervenientes na fachada.
Figura 20 – Quebra generalizada de placas de pedra natural em fachadas exteriores causada pelo
envelhecimento acelerado devido à exposição a agentes atmosféricos.
38
Figura 21 – Quebra generalizada de placas de pedra natural em fachadas exteriores causada pelo
empeno do material pétreo aplicado na fachada.
3.2.4.3. Soluções de reabilitação
3.2.4.3.1 Substituição dos elementos danificados
Substituição dos elementos danificados da fachada.
3.2.4.3.2 Redimensionamento do projecto
Redimensionamento das situações que representam maior risco de queda.
3.2.4.3.3 Reforço do sistema de fixação
Reforço do sistema de fixação indireta.
4. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS DE REBOCO
E PINTURA
4.1 Fissuração do revestimento
4.1.1 Descrição/formas de manifestação
• Fissuras sem orientação preferencial e que podem ser generalizadas por todo o
revestimento do paramento (Figura 22);
• Fissuras orientadas com elementos diferenciais da estrutura do edifício (Figura 22);
• Fissuras em forma de mapa pela generalidade da fachada (Figura 22);
39
índice
• Fissuras a partir dos cantos de quadros de vãos abertos nas paredes do suporte;
• Fissuras “em escada”, normalmente com larguras de vários milímetros (mm).
A abertura das fissuras pode ser de apenas 0,2mm (quase impercetíveis) até vários
milímetros de largura. As fissuras podem apresentar-se na zona superficial dos revestimentos ou atravessar toda a sua espessura. Podem ainda ter continuidade no suporte.
Em alguns casos, a fissuração pode ser acompanhada por destacamento do elemento reboco.
Figura 22 – Fissuração do revestimento: mapeada (à esquerda) e alinhada horizontalmente (à direita).
4.1.2 Causas comuns
• Assentamento diferencial dos elementos estruturais do edifício;
• Variações dimensionais diferenciais entre vários materiais de suporte;
• Inadequação mecânica das argamassas de reboco ao tosco de parede existente,
com elevados módulos de elasticidade;
• Presença de sais higroscópicos; presença de sulfatos nas argamassas de juntas
de assentamento;
• Desrespeito por intervalos de tempo de secagem quando se executam várias camadas (pelo que a anterior não apresenta como concluída a maioria da retração
de secagem inicial);
• Problemas de cura;
• Enfraquecimento do suporte e deformação de panos de parede devido à insuficiente entrega das vergas existentes (ou devido à sua inexistência).
40
4.1.3 Soluções de reabilitação
Observações: Sempre que se verificar descolamento associado, todo o material não
aderente deverá ser removido, preparando e revestindo de novo a zona respetiva.
4.1.3.1 Tratamento de fissuras com abertura < 0,2mm
1. Limpeza dos suportes (materiais friáveis, descamados…);
2. Eliminação de materiais que possam comprometer a aderência de novos materiais a aplicar (após avaliações de compatibilidade);
3. Aplicação de uma argamassa de reboco, com ligantes mistos (cimento e resina),
armada com rede de fibra de vidro 4x4, até uma espessura de 4-6mm;
4. Aplicação de argamassa de reboco até à espessura final desejada sobre a anterior ainda no estado fresco;
5. Aplicação de material de acabamento estético (pintura).
Observações: Se as fissuras forem mínimas (quase impercetíveis) e se encontrarem estabilizadas, a reparação pode consistir apenas na aplicação direta da pintura
como camada de revestimento e protecção [27,28].
4.1.3.2 Tratamento de fissuras com abertura > 0,2mm
1. Corte e extração do material adjacente à fissura, para os dois lados, numa largura
global mínima de 7,5cm. O corte deve ser executado em cunha e com um disco
de carborundum para minimizar a propagação de destacamento do revestimento;
2. Aplicação de argamassa de preenchimento similar à existente (nunca com rigidez superior). Para melhorar a aderência ao material existente, recomenda-se a
adição de uma resina à argamassa de preenchimento;
3. Aplicação de revestimento.
4.1.3.3 Tratamento de fissuras quando existe instabilidade do suporte
As situações mais graves, quando existe instabilidade do suporte ou quando o
mesmo apresenta fissuração, exigem a reparação das anomalias estruturais que
originaram a fendilhação do próprio suporte. No caso de não se garantir a total
estabilização do suporte (por eliminação das causas adjacentes) recomenda-se o
procedimento seguinte [11,27,28]:
1. Corte e extração de uma faixa de revestimento com largura mínima de 15cm ao
longo da fissura e centrada relativamente à mesma;
41
índice
2. Preparação do suporte nas zonas de extração do revestimento;
3. Colocação de uma argamassa de reboco, com aderência melhorada, armada
com rede de fibra de vidro de malha 10x10, com largura mínima de 10cm;
4. Aplicação de barramento armado com rede de fibra de vidro 4x4. Alternativamente, pode ser aplicado revestimento ETICS.
4.2 Destacamento do revestimento
4.2.1 Descrição/formas de manifestação
• Descolamento do revestimento com formação de convexidades em grandes áreas do paramento ou em zonas localizadas. Pode ser acompanhada de queda do
revestimento, normalmente nas zonas onde se iniciou o empolamento mas com
possibilidade de alastramento às zonas restantes (Figura 23);
• Queda de porções ou da generalidade do revestimento, pouco tempo após a sua
execução, normalmente sem ou com poucos vestígios de material no suporte.
42
Figura 23 – Destacamento do revestimento.
4.2.2 Causas comuns
• Ataque da argamassa de revestimento por sulfatos, em consequência da presença prolongada de água;
• Má ligação inicial da argamassa de base ao suporte pela presença de impurezas,
por deficiência de execução, ou por o suporte apresentar reduzida porosidade,
elevada hidrofobicidade ou impurezas;
• Utilização de argamassa imprópria, com coesão insuficiente;
• Argamassas de revestimento exageradamente rígidas, capazes de originar tensões elevadas ao sistema;
• Ausência de preparação de suporte, quando o mesmo se apresenta com uma
superfície critica (sem porosidade, liso,…).
4.2.3 Soluções de reabilitação
1. Deteção e eliminação das causas do empolamento e/ou destacamento;
2. Corte e extração do revestimento descolado, preferencialmente com limitação a
43
índice
áreas retangulares (Observação: nas zonas de adjacentes a revestimento antigo
não removido, executar corte em esquadria (ou chanfragem) dos bordos deste);
3. Preparação do suporte por criação de rugosidade, aplicação de crespido, promotores de aderência, aplicação de rede ou, simplesmente, por uma limpeza mais
eficiente;
4. Aplicação de novo revestimento idêntico ao existente (se este não é a causa do
destacamento) ou com maior compatibilidade (se é a causa da anomalia).
4.3 Descoloração
4.3.1 Descoloração por alcalinidade
4.3.1.1 Descrição/formas de manifestação
Manchas aleatórias, que podem coincidir com zonas de reparação realizadas com
novas argamassas (Figura 24).
Figura 24 – Descoloração por ação alcalina.
4.3.1.2 Causas comuns
• Aplicação de um esquema de pintura sobre um reboco não totalmente curado;
• Aplicação de uma tinta diretamente a um reboco cimentício, sem a prévia aplicação de um primário antialcalino;
• Aplicação em exterior de uma tinta de baixa qualidade.
4.3.1.3 Soluções de reabilitação
1. Limpeza com jacto de água sob pressão, ou escovagem, para remover tinta velha não aderente;
44
2. Reparação das fissuras existentes com argamassa de reparação para exterior;
3. Aplicação de um primário antialcalino;
4. Aplicação de uma tinta de acabamento de boa qualidade com cores formuladas
com pigmentos resistentes à alcalinidade.
4.3.2 Descoloração por ação de raios ultravioleta
4.3.2.1 Descrição/formas de manifestação
Alteração homogénea da cor inicial por exposição à radiação ultravioleta (UV). Em
algumas situações é possível verificar-se a diferença entre as zonas expostas e as
zonas não expostas (Figura 25).
Figura 25 – Descoloração por ação de raios ultravioleta.
4.3.2.2 Causas comuns
Aplicação em exterior de uma tinta de baixa qualidade ou de uma cor formulada
com pigmentos não resistentes à radiação solar.
4.3.2.3 Soluções de reabilitação
1. Proceder aos passos indicados em 4.3.1.3 (passos 1 a 3);
2. Aplicação de uma tinta de acabamento de boa qualidade com cores formuladas
com pigmentos resistentes à radiação UV.
45
índice
4.3.3 Descoloração por humidade ascensional
4.3.3.1 Descrição/formas de manifestação
Manchas aleatórias, junto aos rodapés, onde existe contacto do revestimento de
alvenaria com o solo (Figura 26).
Figura 26 – Descoloração por ação de humidade ascensional.
4.3.3.2 Causas comuns
Ascensão de água por capilaridade devido a uma incorreta impermeabilização do
revestimento de alvenaria que fica em contacto com o solo.
4.3.3.3 Soluções de reabilitação
1. Impermeabilização adequada das zonas de contacto do revestimento de alvenaria com o solo;
2. Limpeza com jacto de água sob pressão, ou escovagem, para remover tinta velha não aderente;
3. Reparação das fissuras existentes com argamassa de reparação para exterior;
4. Aplicação de um primário antialcalino;
5. Aplicação de uma tinta de acabamento de boa qualidade com cores formuladas
com pigmentos resistentes à alcalinidade.
46
4.4 Eflorescências
4.4.1 Descrição/formas de manifestação
• Deposição de sais de cor branca na superfície do revestimento (pintura) em zonas localizadas ou na generalidade da superfície (Figura 27);
• Também pode existir alteração de cor aplicada, mais esbranquiçada.
Figura 27 – Eflorescências e deposição de sais em fachadas.
4.4.2 Causas comuns
• Aplicação de revestimento por pintura com suporte em fase precoce de endurecimento;
• Infiltração de água por zonas fissuradas e arrastamento de sais para a superfície
durante a sua evaporação (Figura 27).
4.4.3 Soluções de reabilitação
1. Correção das áreas afetadas por remoção dos sais existentes (por escovagem e/
ou raspagem);
2. Tratamento das fissuras se necessário;
3. Lavagem da superfície das restantes zonas com solução de ácido (por exemplo,
cítrico) e passar por água limpa. Se as eflorescências voltarem a aparecer após
secagem, lavar novamente até deixarem de aparecer;
4. Correção das zonas extraídas com argamassas apropriadas, aplicar um primário anti-
47
índice
-eflorescências e aplicar um esquema de pintura com boa resistência à alcalinidade.
4.5 Espectros e fantasmas
4.5.1 Descrição/formas de manifestação
• Zonas com alteração de cor/estética equivalentes a zonas de vigas e pilares, ou
outros pontos singulares (Figura 28);
• Observação de todos os contornos dos elementos de alvenaria como tijolos ou
blocos (Figura 28).
Figura 28 – Espectros ou fantasmas em fachadas.
4.5.2 Causas comuns
• Comportamento diferencial entre materiais do pano de parede (por exemplo, tijolo) e de
confinamento (betão ou argamassa de assentamento), ao nível térmico e higrométrico;
• Pontes térmicas;
• Espessuras insuficientes de reboco (menor de 1cm);
• Infiltração de água.
4.5.3 Soluções de reabilitação
4.5.3.1 Aplicação de nova pintura
1. Remoção da pintura existente;
48
2. Permitir um tempo e condições adequadas para eliminação de humidade presente na fachada;
3. Aplicação de nova pintura adequada a exteriores.
4.5.3.2 Aplicação de sistema ETICS
Aplicação de sistema ETICS.
4.6 Fungos, algas
4.6.1 Descrição/formas de manifestação
Zonas pontuais com cores verde, negro amarelo ou vermelho, normalmente associadas a maior concentração de humidade e áreas mais frias (Figura 29).
Figura 29 – Fachadas com sujidade, algas e fungos.
49
índice
4.6.2 Causas comuns
• Utilização de produto de revestimento inadequado (por exemplo, de uma tinta
sem proteção fungicida/algicida);
• Eliminação lenta de humidade devida à pouca incidência solar (zonas frias) e/ou
sujeitas a condensações significativas;
• Revestimento com rugosidade (própria do mesmo ou pelo suporte utilizado);
• Falta de proteções/capeamento de fachadas;
• Inadequada preparação da superfície (pintura sobre uma superfície já contaminada, sem lavagem da mesma).
4.6.3 Soluções de reabilitação
1. Lavagem da superfície com uma solução de hipoclorito de sódio 5% (lixívia corrente) ou biocida;
2. Passagem por água limpa, repetidas vezes, para remoção de todo o hipoclorito
existente, para garantir a eliminação de toda a alcalinidade remanescente;
3. Desinfeção da superfície contaminada com um líquido desinfetante algicida e fungicida;
4. Aplicação de uma pintura adequada, cuja película apresente resistência a fungos e algas.
Em caso de zonas com maior potencialidade para fungos e algas, deve ser incorporado
na tinta uma proteção suplementar, por adição de um aditivo anti-fungos e anti-algas.
4.7 Farinação/pulverulência
4.7.1 Descrição/formas de manifestação
Zonas do revestimento com falta de coesão, similar a pó, facilmente desfeito ao
toque (Figura 30).
Figura 30 – Pulverulência.
50
4.7.2 Causas comuns
• Aplicação de pintura sobre suporte de base de cimento ou cal em estado precoce
de endurecimento;
• Aplicação com excesso de humidade ou de calor;
• Aplicação de tinta inadequada.
4.7.3 Soluções de reabilitação
1. Lavagem da área afetada com jacto de água sob pressão;
2. Correção das zonas danificadas (por exemplo, correção de fissuras existentes
com argamassa de reparação para o exterior);
3. Aplicação de um primário aglutinante e uma tinta de acabamento de boa qualidade para o exterior.
4.8 Empolamento
4.8.1 Descrição/formas de manifestação
Zonas de pintura empolada, com destacamento do reboco (Figura 31).
Os empolamentos podem corresponder a áreas maiores ou sob a forma de bolhas pontuais.
Figura 31 – Empolamento de pintura em revestimentos exteriores.
51
índice
4.8.2 Causas comuns
• Infiltração de humidade (precipitação, por ascensão capilar…);
• Falta de proteção superior/capeamentos de paredes exteriores;
• Aplicação de materiais com deficiente permeabilidade ao vapor de água.
4.8.3 Soluções de reabilitação
1. Identificação e correção da causa da humidade;
2. Lavagem da zona afetada com jacto de água sob pressão para remoção de toda
a pintura não aderente. Se necessário, raspar as zonas com empolamento;
3. Deixar secar o suporte;
4. Correção das zonas afetadas, por exemplo as depressões existentes com argamassas de reparação. Se necessário, regularizar toda a superfície;
5. Aplicação de um primário e finalizar com tinta de acabamento para exterior.
4.9 Degradação da película (sujidade)
4.9.1 Descrição/formas de manifestação
Zonas com sujidade depositada, com cor predominantemente negra e castanha
(Figura 32).
Figura 32 – Degradação estética por sujidade.
52
4.9.2 Causas comuns
• Exposição especifica a zonas de sujidade e poluição atmosférica;
• Revestimento com rugosidade (própria do mesmo ou pelo suporte utilizado);
• Utilização de uma tinta inadequada para o exterior.
4.9.3 Soluções de reabilitação
1. Lavagem com jacto de água sob pressão;
2. Deixar secar o suporte;
3. Aplicação de um primário aglutinante (se necessário) e finalizar com tinta de acabamento.
4.10 Fissuração do esquema de pintura
4.10.1 Fissuração de película de pintura junto com o suporte
4.10.1.1 Descrição/formas de manifestação
Fissuração em revestimentos exteriores em reboco e pintura (Figura 33).
Figura 33 – Fissuração em revestimentos exteriores em reboco e pintura.
4.10.1.2 Causas comuns
Fissuração do suporte (reboco, por exemplo) de acordo com os motivos indicados
em 4.1.
53
índice
4.10.1.3 Soluções de reabilitação
4.10.1.3.1 Tratamento de microfissuras
1. Limpeza com jacto de água sob pressão, ou escovagem, para remover tinta velha não aderente;
2. Aplicação de uma tela de fibra de vidro com tinta apropriada;
3. Aplicação de esquema de pintura adequado.
4.10.1.3.2 Tratamento de fissuras com abertura entre 1mm e 2mm
1. Limpeza com jacto de água sob pressão, ou escovagem, para remover tinta velha não aderente;
2. Abertura, limpeza e preenchimento das fissuras com argamassa apropriada;
3. Aplicação de rede de fibra de vidro com argamassa apropriada;
4. Aplicação de esquema de pintura adequado.
4.10.2 Fissuração de película de pintura
4.10.2.1 Descrição/formas de manifestação
Observação de fissuras da película de tinta, não sendo visível fissuração do suporte
(Figura 34).
Figura 34 – Fissuração em revestimentos exteriores em película de pintura.
54
4.10.2.2 Causas comuns
• Aplicação de uma tinta inadequada para exterior;
• Aplicação de uma camada elevada de uma tinta sem flexibilidade.
4.10.2.3 Soluções de reabilitação
1. Limpeza com jacto de água sob pressão, ou escovagem, para remover tinta velha não aderente;
2. Aplicação de um primário aglutinante;
3. Em seguida, caso o suporte seja liso, aplicar uma rede de fibra de vidro com uma
tinta lisa adequada para exterior;
4. Aplicação de tinta para exterior de acordo com o aspeto final pretendido.
4.11 Graffitis
4.11.1 Descrição/formas de manifestação
Áreas esteticamente degradadas por graffitis (Figura 35).
Figura 35 – Graffiti em fachada.
4.11.2 Causas Comuns
Vandalismo.
55
índice
4.11.3 Soluções de reabilitação
1. Lavagem da superfície afetada com jacto de água sob pressão;
2. Aplicação de um primário isolante;
3. Aplicação de um esquema de pintura que oblitere os graffitis existentes e permita a remoção de novos graffitis que venham a ser apostos na superfície, utilizando solventes adequados.
5. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS ETICS
5.1 Fissuração na superfície
5.1.1 Fissuração correspondendo a juntas entre placas isolantes
5.1.1.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de fissuras com disposição horizontal (com extensão variável), separadas por espaçamento de 50cm, ou vertical, com extensão máxima de 50cm e espaçadas de 1m (Figura 36).
Figura 36 – Fissuração orientada em sistema ETICS.
5.1.1.2 Causas comuns
• Instabilidade na fixação das placas isolantes que origina movimentos e deformação das mesmas, causada por incorreta disposição da argamassa de colagem
56
(que deve localizar-se no perímetro de contorno da placa ou espalhar-se em
todo o seu verso), ou quebra pontual da mesma por excesso de espessura devido a irregularidade acentuada do suporte;
• Irregularidade na planimetria da superfície entre placas adjacentes, provocando
alteração brusca da espessura da argamassa de revestimento e consequente
fissuração.
A verificação da causa deve ser feita realizando uma sondagem no sistema por corte
de uma área representativa através da placa isolante abrangendo a zona fissurada
e observação da respetiva ligação ao suporte e das camadas de materiais em corte.
5.1.1.3 Soluções de reabilitação
A solução implica o reforço de fixação das placas com buchas, execução de novo
revestimento armado (se necessário, com execução de reforços localizados) e novo
acabamento decorativo. O procedimento recomendado é:
1. Raspagem de todo o material de acabamento e revestimento, até à zona de rede
de fibra de vidro, nas zonas fissuradas correspondentes às juntas entre placas,
usando uma mó ou disco de rebarbadora;
2. Execução dos furos para aplicação das buchas na linha do contorno das placas,
seguida da injeção de espuma de poliuretano de baixa expansão nos furos e,
após endurecimento, aplicação das buchas;
3. Aplicação de tiras de rede de fibra de vidro ao longo das zonas intervencionadas
com argamassa adequada;
4. Aplicação de novo revestimento armado e acabamento final em toda a superfície
da fachada intervencionada;
5. Aplicação de tiras de rede de fibra de vidro com pelo menos 20cm de largura ao
longo das fissuras, com argamassa adequada;
6. Aplicação de uma camada de regularização geral da superfície com argamassa
adequada e, após secagem, novo acabamento decorativo final.
5.1.2 Fissuração vertical com espaçamento de 1m
5.1.2.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de fissuras verticais, com extensão variável, espaçadas entre si de cerca de 1m.
57
índice
5.1.2.2 Causas comuns
Sobreposição insuficiente (inferior a 10cm) das faixas de rede de reforço do revestimento armado das placas isolantes. Havendo dúvida, pode verificar-se realizando
uma sondagem no sistema por corte de uma área representativa através da placa isolante abrangendo a zona fissurada e observação das camadas de materiais em corte.
5.1.2.3 Soluções de reabilitação
A solução consiste na execução de novo revestimento armado. O procedimento recomendado é:
1. Limpeza cuidada da superfície a reparar;
2. Execução de novo revestimento em duas camadas com argamassa adequada,
armado com rede de fibra de vidro, garantindo a adequada sobreposição entre
faixas de rede (pelo menos 10cm);
3. Após secagem, aplicação de novo acabamento decorativo final.
5.1.3 Fissuração localizada, nos cantos de vãos
5.1.3.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de fissura(s) com origem no canto de vãos (janelas, portas, etc.), muitas
vezes com inclinação a 45° e extensão relativamente curta (Figura 37).
Figura 37 – Fissuração nos cantos de janela.
5.1.3.2 Causas comuns
• Ausência de reforço específico local, com aplicação de tira de rede de fibra de vidro
junto ao canto;
58
• Ocorrência de juntas entre placas alinhadas com o contorno horizontal ou vertical do vão.
A verificação da causa pode ser feita através de sondagem por remoção do revestimento sobre as placas isolantes.
5.1.3.3 Soluções de reabilitação
Aplicação de reforço localizado com rede de fibra de vidro e novo acabamento decorativo final.
1. Desbaste de todo o material de acabamento e revestimento na envolvente da
zona fissurada a partir do canto do vão, numa área aproximada de 25x45cm
com inclinação de 45°, descobrindo a rede de fibra de vidro original do revestimento, usando uma mó ou disco de rebarbadora;
2. Aplicação, com argamassa adequada, de uma tira de rede de fibra de vidro com
340g/m2 e cerca de 20x40cm, posicionada na zona desbastada com inclinação
a 45° sobre a rede original entretanto descoberta;
3. Aplicação de uma camada de regularização geral da superfície com argamassa
adequada (armada com rede de fibra de vidro) e, após secagem, novo acabamento decorativo final.
5.1.4 Fissuração generalizada
5.1.4.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de fissuras espalhadas pela superfície, sem orientação e localização definida (Figura 38), cruzando-se com frequência (semelhante ao desenho de um mapa de estradas).
Figura 38 – Fissuração generalizada de sistema ETICS.
59
índice
5.1.4.2 Causas comuns
• Falta de espessura da camada de revestimento sobre as placas isolantes (inferior a 1mm);
• Excesso de espessura da camada de revestimento sobre as placas isolantes (superior a 4mm);
• Posicionamento da rede de reforço junto à superfície das placas isolantes;
• Rede de reforço de especificação e/ou qualidade inadequada(s);
• Argamassa de revestimento de qualidade inadequada.
A verificação da causa pode ser feita através da realização de uma sondagem no
sistema, por corte de uma área representativa através da placa isolante abrangendo
a zona fissurada e observação das camadas de materiais em corte.
5.1.4.3 Soluções de reabilitação
1. Execução de novo revestimento armado;
2. Limpeza cuidada da superfície a reparar;
3. Execução de novo revestimento em duas camadas com argamassa adequada,
armado com rede de fibra de vidro estendida sobre a primeira camada, garantindo as adequadas sobreposição entre faixas de rede (pelo menos 10cm) e
espessura do revestimento;
4. Após secagem, aplicação de novo acabamento decorativo final.
5.2 Destacamento das placas isolantes
5.2.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de destacamento por descolamento das placas isolantes, que se manifesta pelo aparecimento de fissuras e empolamento da superfície ou mesmo colapso
de aderência do sistema.
5.2.2 Causas comuns
• Suporte de colagem das placas com sujidade ou outras contaminações;
• Argamassa de colagem não adequada à natureza do suporte;
60
• Espessura excessiva da argamassa de colagem, causando a sua rotura;
• Insuficiente área de colagem da placa ao suporte (inferior a 40%);
• Ausência de fixação mecânica em exposição a ventos fortes.
A verificação da causa pode ser feita removendo as placas isolantes e observando as
condições de suportes e o processo de colagem e fixação das mesmas.
5.2.3 Soluções de reabilitação
Reaplicação do sistema ETICS, respeitando integralmente os procedimentos e materiais aplicáveis em função da natureza do suporte e da utilização. Recomenda-se
o seguinte procedimento:
1. Identificação da extensão da zona com placas isolantes destacadas, através da
realização de sondagem em toda a fachada;
2. Demolição das placas isolantes descoladas em toda a zona identificada (panos
de fachada integrais);
3. Eliminação de todos os materiais remanescentes no suporte em resultado da
demolição das placas isolantes;
4. Regularização do suporte, se necessário, aplicando argamassa adequada (reboco ou barramento), preparando a colagem correta das novas placas isolantes;
5. Aplicação de novo sistema ETICS, respeitando integralmente os procedimentos
e materiais definidos pelo fabricante, nomeadamente no que diz respeito à adequação dos mesmos ao tipo de suporte, de placa isolante e de acabamento final,
tendo especial cuidado na execução do remate com as partes do sistema que
não sejam objeto de intervenção.
5.3 Destacamento ou empolamento do revestimento sobre as placas isolantes
5.3.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de descolamento do revestimento aplicado sobre as placas isolantes,
originando um efeito de “barriga” na superfície do sistema (Figura 39).
61
índice
Figura 39 – Destacamento do revestimento, por degradação do material isolante, devido a ação de raios
UV e de solvente.
5.3.2 Causas comuns
• Superfície das placas com poeiras quando revestidas;
• Superfície das placas com demasiada exposição aos raios UV, provocando a sua
degradação (tipicamente observada pela cor amarelada das placas);
• Utilização de argamassa inadequada para o revestimento;
• Rede de reforço posicionada junto à superfície da placa, prejudicando a aderência da argamassa;
• Penetração de água para o interior do revestimento a partir de fissuras na superfície;
• Desaparecimento de parte da espessura da placa isolante em poliestireno, por
ação química de exposição a produto solvente aplicado sobre a superfície do
revestimento.
5.3.3 Soluções de reabilitação
5.3.3.1 Aplicação de novo revestimento
Nos casos em que haja destacamento sobre as placas, a solução consiste na remoção do revestimento existente na zona afetada e aplicação de novo revestimento
armado sobre as placas. Recomenda-se o procedimento seguinte:
1. Identificação da zona afetada, recorte com um contorno reto e remoção do revestimento descolado, descobrindo a superfície das placas isolantes;
2. Eliminação dos resíduos de argamassa restantes e alisamento da superfície utilizando uma lixa grossa;
62
3. Limpeza da superfície de toda a sujidade e aplicação de novo revestimento armado
e acabamento sobre as placas isolantes, respeitando as especificações do fabricante.
5.3.3.2 Aplicação de novo sistema ETICS
No caso de placas isolantes alteradas na sua espessura por ação química, a solução
consiste na demolição integral do sistema ETICS em todo o pano de fachada afetado
por ação química e aplicação de novo sistema ETICS. Recomenda-se o procedimento seguinte:
1. Identificação da extensão da zona com placas isolantes afetadas, através da
realização de sondagem em toda a fachada;
2. Demolição das placas isolantes em toda a zona identificada (panos de fachada integrais);
3. Eliminação de todos os materiais que restem no suporte em resultado da demolição das placas isolantes;
4. Regularização do suporte, se necessário, aplicando argamassa adequada (reboco ou barramento), preparando a colagem correta das novas placas isolantes;
5. Aplicação de novo sistema ETICS, respeitando integralmente os procedimentos
e materiais definidos pelo fabricante, nomeadamente no que diz respeito à adequação dos mesmos ao tipo de suporte, de placa isolante e de acabamento final,
tendo especial cuidado na execução do remate com as partes do sistema que
não sejam objeto de intervenção.
5.4 Empolamento do acabamento decorativo
5.4.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de empolamento e descasque do acabamento final decorativo do sistema ETICS (incluindo ou não a camada de primário), em zonas localizadas ou de
forma mais generalizada (Figura 40), destacando-se da camada de primário ou da
camada de argamassa de revestimento das placas isolantes.
63
índice
Figura 40 – Empolamento do sistema decorativo no sistema ETICS.
5.4.2 Causas comuns
Presença de humidade na interface do revestimento com o respetivo suporte, neste
caso, o primário ou a argamassa de revestimento das placas isolantes. Tal humidade
poderá ter origem em várias causas possíveis:
• Humidade presente no suporte quando haja sido aplicado o esquema de acabamento (primário mais revestimento colorido);
• Humidade que tenha penetrado no sistema devido a infiltração a partir de proteções superiores inexistentes ou mal desenhadas ou executadas;
• Humidade que tenha penetrado no sistema a partir de uma fissura no revestimento exterior (nomeadamente em pontos singulares da fachada).
5.4.3 Soluções de reabilitação
Remoção do acabamento existente e aplicação de novo acabamento em todo o pano
da fachada afetado, de acordo com o seguinte procedimento:
1. Eliminação de todas as zonas com material solto ou que se solte com alguma facilidade;
2. Deixar secar bem a superfície do suporte da zona removida;
3. Verificação da existência de fissuras. Em caso afirmativo, actuar de acordo com 5.1;
4. Caso sejam removidas apenas partes do acabamento num pano de fachada,
proceder à reposição do nível geral da superfície através do enchimento na zona
removida com barramento em argamassa adequada;
5. Após secagem adequada das superfícies, aplicação do novo acabamento decorativo
revestindo integralmente o pano de fachada em reparação (aplicação de primário
e revestimento colorido), deixando secar adequadamente a camada de primário.
64
5.5 Degradação estética da superfície
5.5.1 Descrição/formas de manifestação
• Acumulação de fungos, algas e sujidade, generalizada ou localizada (Figura 41);
• Alteração na intensidade da cor;
• Pontos de oxidação (Figura 41).
Figura 41 – Degradação estética da superfície do revestimento no sistema ETICS (pontos de oxidação e fungos).
5.5.2 Causas comuns
• Acumulação de fungos, microrganismos e sujidade: resulta da existência
de ciclos de presença de humidade e de secagem na superfície texturada do
revestimento ao longo do tempo, por exposição às condições climatéricas, que
fixam a sujidade e proporcionam condições de desenvolvimento a fungos e microrganismos;
• Alteração da intensidade da cor: resulta da degradação de pigmentos por
exposição à radiação solar, sendo mais intensa em locais com exposição mais
prolongada;
• Pontos de oxidação: resultam da presença de material ferroso na composição
do revestimento (normalmente uma pequena partícula de agregado) que, com
exposição continuada a humidade ao longo do tempo, poderá desenvolver um
processo de oxidação que tenderá a apresentar uma mancha acastanhada com
origem na referida partícula.
65
índice
5.5.3 Soluções de reabilitação
5.5.3.1 Limpeza das zonas afetadas
No caso de acumulação de fungos, microrganismos e sujidade, a solução consiste
na limpeza dos mesmos e, caso se manifeste necessário, na pintura da superfície. O
procedimento recomendado é:
1. Limpeza usando agente de limpeza adequado (à base de hipoclorito de sódio) ou
biocida e lavagem com água a pressão moderada;
2. Aplicação de agente de proteção hidrorrepelente na superfície, de base aquosa,
para diminuir a tendência futura de fixação de água na superfície;
3. Em alternativa, caso se entenda necessário, pode ser realizada uma pintura da
superfície com tinta para fachadas de base acrílica, com proteção antifúngica.
5.5.3.2 Aplicação de novo acabamento/pintura
No caso de alteração de intensidade da cor, a solução consiste na aplicação de novo
acabamento decorativo ou na pintura da superfície. O procedimento recomendado é:
1. Limpeza da superfície com jato de água a pressão moderada, aplicando um
agente de limpeza se a superfície se apresentar contaminada com fungos ou
microrganismos;
2. Aplicação novo acabamento decorativo, incluindo primário, ou pintura com tinta
para fachadas de base acrílica, segundo esquema do fabricante.
5.5.3.3 Aplicação de novo acabamento
No caso de pontos de oxidação, a solução consiste em realizar uma limpeza da superfície, um novo revestimento de proteção e aplicar novo acabamento decorativo.
O procedimento recomendado é:
1. Remoção das partículas originárias dos pontos de oxidação;
2. Lavagem das zonas “acastanhadas” com uma solução ácido clorídrico diluído em
água, durante 5 a 10 minutos, e em seguida lavagem com água limpa abundante;
3. Após secagem das zonas tratadas, aplicação de barramento com argamassa
adequada, em duas camadas, armada com rede fibra de vidro;
4. Aplicação de nova camada de acabamento final, de acordo com os procedimentos indicados pelo fabricante.
66
5.6 Danos localizados no sistema ETICS
5.6.1 Descrição/formas de manifestação
Ocorrência de danos localizados, como buracos na superfície (Figura 42) ou mossas
em esquinas.
Figura 42 – Danos localizados em sistema ETICS.
5.6.2 Causas comuns
• Buracos na superfície: resulta de impactos violentos acidentais ou intencionais
por objetos duros e perfurantes, para além da capacidade resistente exigível à
superfície; poderão ainda ser resultado da ausência de reforço adicional exigível
na superfície do sistema (duplicação da rede de fibra de vidro, por exemplo), não
resistindo por isso a ações mecânicas correntes por parte dos utilizadores;
• Mossas em esquinas: resulta de impactos acidentais ou intencionais, podendo ser
agravado pela ausência de perfis de reforço na esquina ou pela sua fraca qualidade.
5.6.3 Soluções de reabilitação
5.6.3.1 Aplicação de novo acabamento
Substituição dos materiais na zona afetada e aplicação de novo acabamento decorativo em toda a fachada afetada, de acordo com o seguinte procedimento:
1. Recorte de todo o sistema até ao suporte, seguindo um contorno regular que
envolva a zona danificada. Remoção do isolante e limpeza do suporte do produto
de colagem e eventual sujidade;
67
índice
2. Desbaste da superfície do material de acabamento numa orla envolvente da
cavidade com pelo menos 15cm de largura, descobrindo a argamassa e a rede
por baixo;
3. Colagem de uma porção do mesmo isolante, com medidas apropriadas ao encaixe perfeito na cavidade criada, usando argamassa adequada;
4. Aplicação de revestimento armado com rede de fibra de vidro sobre a porção
nova do isolante usando a argamassa adequada ao revestimento de placas isolantes em duas camadas, prolongando a rede em sobreposição de 10cm sobre
a rede antiga e disfarçar cuidadosamente o remate da nova argamassa com os
materiais antigos;
5. Correção da camada de acabamento decorativo em todo o pano da fachada intervencionada, para garantir a homogeneidade do mesmo.
5.6.3.2 Correção das zonas de esquinas
Substituição ou aplicação do perfil de esquina (no caso da sua não existência) e reposição dos revestimentos na zona danificada, de acordo com o seguinte procedimento.
1. Recorte das camadas de revestimento até à placa isolante numa faixa de cerca
de 5cm para cada lado da esquina, removendo o perfil de esquina danificado
(caso exista);
2. Caso seja necessário repor alguma parte da placa isolante na esquina, fazê-lo
aplicando espuma de poliuretano no respetivo buraco e ajustar a superfície ao
plano inicial (recortando e lixando o excesso de material);
3. Colocação do novo perfil de esquina com rede sobre a placa isolante, sobrepondo a rede de fibra de vidro à já existente em ambos os lados da esquina, usando
a argamassa de revestimento das placas isolantes;
4. Aplicação da segunda camada de argamassa de modo a ficar rematada com o
revestimento original adjacente;
5. Correção da camada de acabamento decorativo em todos os panos das fachadas
intervencionadas para garantir a homogeneidade do mesmo.
68
Acrónimos
ETICS – Sistema Compósito de Isolamento Térmico pelo Exterior
PVC – Poli-cloreto de vinilo
UV – Radiação ultravioleta
69
índice
Glossário
Aderência
Força máxima por unidade de área relativa ao contacto entre duas superfícies. Expressa-se
em N/mm2.
Alcalinidade
Capacidade que um material tem para neutralizar ácidos.
Anisotropia
Indicação de um meio no qual algumas propriedades físicas são diferentes segundo direções diferentes.
Coeficiente de condutibilidade térmica
Representa a quantidade de calor por unidade de tempo que atravessa um dado material
com espessura e área unitárias, por unidade de diferença de temperatura, entre as suas
duas faces. Expressa-se em W/m.K.
Juntas
Espaço vazio que separa áreas contínuas. Consoante o contexto, podem ser de colocação,
de perímetro ou esquina, de fracionamento ou estruturais.
Material Isolante
Material com resistência à passagem de uma determinada propriedade (calor, som, corrente
elétrica). No trabalho em questão, refere-se a material com resistência à condução de calor.
Módulo de Elasticidade
Mede a variação da deformação de um material em função da tensão que lhe é aplicada.
Expressa-se em MPa.
Planimetria
Alinhamento de uma superfície.
70
Permeabilidade ao vapor de água
Propriedade de materiais que define a sua capacidade para permitir a passagem de água
na fase vapor.
Pontes térmicas
Designação relativa a zonas onde existe menor resistência térmica, podendo ocorrer condensações e resultar no aparecimento de bolores e fungos.
Rede de reforço
Materiais poliméricos têxteis planos, permeáveis que consistem numa malha aberta de
elementos ligados e cruzados entre si.
Termo-higrometria
Ramo relacionado com comportamento de materiais à temperatura e humidade.
71
índice
Bibliografia
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alvenaria ou de betão, ITE 24, LNEC, 2002;
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Tecnologia da Universidade de Coimbra, 237 p.
73
índice
[32] Nogueira, J.L., Noções básicas de Tintas e Vernizes, Vol. II, Porto.
[33] Jardim, F. (2009) - Proposta de intervenção de reabilitação energética de edifícios de
habitação. Tese de Mestrado em Engenharia Civil: Universidade do Minho, 181 p.
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[37] Ximenes, S. (2012) – Previsão da vida útil de ETICS em paredes exteriores, Dissertação de mestrado em Engenharia Civil: IST, 117 p.
74
índice
76
Revestimentos cerâmicos
(aplicações
coladas)
Quebra isolada de peças
Revestimentos cerâmicos
(aplicações
independentes)
Enodoamento
da cor ou brilho
cerâmico por alteração
Degradação estética do
Desgaste da superfície
vidrado
Descamação e fendas do
Falta de planeza
Esmagamento dos bordos
revestimentos cerâmicos
Fissuração de
revestimentos cerâmicos
Eflorescências em
mentos cerâmicos
desprendimento de ele-
Destacamento/
Graffitis
Estrutura danificada
Anomalia
Elemento/Zona
a inspecionar
Anexo Checklist
O
NO
NA
Localização
Observações
O - Observado; NO - Não Observado; NA - Não Aplicável
Gravidade/Extensão
77
índice
Anomalias em
revestimentos
de reboco e
pintura
Anomalias em
revestimentos
de pedra-aplicações
por métodos
indiretos
Desprendimento/queda
Anomalias em
revestimentos
de pedraaplicações coladas
Descoloração
revestimento
Destacamento do
revestimento
Fissuração do
placas na fachada
Quebra generalizada de
na fachada
Quebra isolada de placas
ancoragens
Manchas nos locais das
anti-graffiti
a pedra e tratamento
Incompatibilidade entre
dade, perda de cor
Alteração de cor/tonali-
Colonização biológica
de pedra natural
Eflorescências em placas
de placas coladas
Anomalia
Elemento/Zona
a inspecionar
O
NO
NA
Localização
Observações
O - Observado; NO - Não Observado; NA - Não Aplicável
Gravidade/Extensão
78
Anomalias em
revestimentos
ETICS
Eflorescências
Anomalias em
revestimentos
de reboco e
pintura
Espectros de fantasmas
Eflorescências
placas isolantes
dendo a juntas entre
Fissuração correspon-
Graffitis
de pintura
Fissuração de película
de pintura
Fissuração do esquema
(sujidade)
Degradação da película
Empolamento
Farinação/Pulverulência
Fungos, algas
Espectros de fantasmas
Anomalia
Elemento/Zona
a inspecionar
O
NO
NA
Localização
Observações
O - Observado; NO - Não Observado; NA - Não Aplicável
Gravidade/Extensão
índice
Fissuração correspon-
Anomalias em
revestimentos
ETICS
superfície
Degradação estética da
bamento decorativo
Empolamento do aca-
sobre as placas isolantes
lamento do revestimento
Destacamento ou empo-
isolantes
Destacamento de placas
espalhada pela superfície
Fissuração generalizada,
nos cantos dos vãos
Fissuração localizada,
espaçamento de 1m
Fissuração vertical com
placas isolantes
dendo a juntas entre
Anomalia
Elemento/Zona
a inspecionar
O
NO
NA
Localização
Observações
O - Observado; NO - Não Observado; NA - Não Aplicável
Gravidade/Extensão
Rua de Santo António, nº 58
3830 – 153 Ílhavo
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Fax: +351 234 425 664
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Guia Para A Reabilitação de Revestimentos Exteriores