Colégio
2007
Profº
Flávio Caetano
História
Montagem e Edição : ProfºMoisés Miranda / Flávio Caetano
1914 - 1918
Índice
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Mapa 01
Mapa 02
Mapa03
Origens do conflito
O imperialismo
Conflitos Políticos
Destaques
– Franco -germânico
– Anglo-germânico
– Russo germânico
– Russo-austro
– Sérvio-austro
Nacionalismos exacerbados
Blocos políticos Militares
A paz armada
A guerra
– O início
– A guerra de movimento
– A guerra de trincheiras
• Ano crítico
– A nova guerra de movimento
Tratados de Paz
Conseqüências
Antecedente Econômico
O Imperialismo
O Imperialismo na Ásia
Franco-Germânico
Anglo-Germânico
Russo-Germânico
Russo-Austro
Sérvio-Austro
Índice
Pausa
Conflitos Políticos
a) Franco - Germânico
b) Anglo - Germânico
c) Russo - Germânico
d) Russo - Austro
e) Sérvio - Austro
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Índice
Pausa
Destaques
Franco - Germânico
•A questão da Alsácia - Lorena
•A questão Marroquina
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Índice
A Questão da Alsácia - Lorena
• A França se opôs ao processo de unificação
política da Alemanha, processo que contribuiu
para a Alemanha se tornar uma grande potência
industrial.
• Este oposição resultou na Guerra FrancoPrussiana, vencida pela Alemanha, o que
obrigou a França a pagar à Alemanha uma
vultuosa indenização de guerra e ceder o
território da Alsácia-Lorena, rica em minério, o
que a França nunca se conformou, criando um
clima de rivalidade entre as duas nações.
A Questão Marroquina
• A disputa do território do Marrocos entre a
Alemanha e a França, vencida pela
França, aumentou a animosidade entre os
dois países.
• Antes da eclosão da Primeira Guerra
Mundial os dois países quase entraram
em conflito militar direto.
ANGLO-GERMÂNICO
•Disputa imperialista
•Corrida Naval
•Estrada de Ferro
Berlim -Bagdá
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Índice
A disputa imperialista
• A produção industrial alemã começava a
superar a produção inglesa. Mercados
tradicionais ingleses passam a sofrer a
concorrência de mercadorias alemãs.
• Surge na Inglaterra a crença de que se
Alemanha fosse destruída, todo inglês se
tornaria um pouco mais rico.
A Corrida Naval
• Se para a Inglaterra a indústria naval era
uma necessidade (devido a Inglaterra ser
uma ilha), para a Alemanha era um
mecanismo de expansão imperialista.
• A indústria naval alemã começa a superar
em eficiência à inglesa, aumentando o
clima de rivalidade entre os dois países,
O Expresso do Oriente
• A construção da estrada de ferro BerlimBagdá, pela Alemanha, poderia cortar o
elo de ligação entre a Inglaterra e suas
colônias na Ásia.
• Para a Inglaterra seria inaceitável a
Alemanha ter acesso e um possível
controle das reservas petrolíferas do
Oriente Médio, região sobre a dominação
imperialista da França e da Inglaterra.
RUSSO-GERMÂNICO
•Estreito de Bósforo e Dardanelas
•Estrada de ferro Berlim - Bagdá
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Índice
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Estreito de Bósforo e Dardanelos
Ponto de passagem obrigatória entre o
ocidente e o oriente, o controle do estreito de
Bósforo e Dardanelos era um ponto estratégico
para a expansão imperialista.
Para a Alemanha era a rota de passagem da
estrada de ferro Berlim-Bagdá.
Para a Rússia um ponto de passagem
fundamental para a sua expansão econômica
sobre a Península Balcânica.
Pertencente ao decadente Império Turco, o seu
controle era cobiçado também pela Inglaterra
RUSSO-AUSTRO
Península Balcânica
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Índice
A Questão dos Nacionalismos
• O Império Austro-Húngaro era um mosaico de
povos, de origem eslava, dominados de forma
autocrática. A política austro-húngara era de se
expandir na região e reprimir todo movimento
de caráter separatista e nacionalista.
• A Rússia, interessada na expansão sobre a
Península Balcânica, apoiava esses
movimentos nacionalistas, objetivando
enfraquecer o Império Austro-Húngaro e
dominar economicamente a região.
SÉRVIO-AUSTRO
•Anexação da Bósnia - Herzegovina
•Independência da Albânia
X
•
A Grande Sérvia
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Índice
A Grande Sérvia
• A Sérvia acalantava o desejo de formar uma
grande nação na região (futura Iugoslávia),
estabelecendo sobre esse território vários
povos eslavos dominados pelo Império AustroHúngaro. Apoiada pela Rússia, fomentava
revoltas nacionalistas na região
• O Império Austro-Húngaro acaba frustrando o
sonho da Sérvia ao provocar a independência
da Albânia, cortando a ligação da Sérvia com o
mar e anexando ao seu território a região da
Bósnia-Herzegovina.
NACIONALISMOS EXARCEBADOS
A)Revanchismo Francês: conseqüência da questão da
Alsácia - Lorena
b)Pan- germanismo: A Alemanha justificava seu
expansionismo na Europa através da necessidade de
proteger os povos germânicos da Europa.
c)Pan- eslavismo: A Rússia justificava seu
expansionismo através da necessidade de proteger
seus irmãos eslavos da península balcânica.
Índice
Pausa
BLOCOS POLÍTICOS MILITARES
Tríplice
Tríplice
A) Franco - Germânico
Entente
b) Anglo
- Germânico
c) Russo
- Germânico
ou
Aliados
d) Russo
- Austro
Aliança
ou
+ Itália
Centrais
e) Sérvio - Austro
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Potências
Pausa
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A PAZ ARMADA
LIVRO: A COLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DA ÁSIA
As raças superiores têm um direito perante as raças inferiores. Há para elas um
direito porque há um dever para elas. As raças superiores têm o dever de
civilizar as inferiores [...] Vós podeis negar, qualquer um pode negar que há
mais justiça, mais ordem material e moral, mais eqüidade, mais virtudes sociais
na África do Norte desde que a França a conquistou? (28 de julho de 1885).
(Apud M. Dubois & A. Terrier, As colônias francesas, 1902. Challamel.)
Ao mesmo tempo, Chamberlain, político inglês, congratulava-se com as conquistas dos ingleses:
O orgulho – Sim, eu creio nesta raça, a maior das raças governantes que o mundo
jamais conheceu, orgulhosa, tenaz, confiante em si, resoluta, que nenhum clima,
nenhuma mudança pode degenerar e que, infalivelmente, será a força predominante
da história futura e da civilização.
Eu creio no futuro deste império, grande como o mundo, do qual um inglês não
pode falar sem um arrepio de entusiasmo. (Londres, 11 de novembro de 1895).
(Jean Defrasne et alii, op. cit., p. 271.)
Índice
Pausa
Exemplo do tratamento dispensado aos
povos colonizados: Mulheres africanas
acorrentadas no Congo Belga de Leopoldo
II. (james Joll, org. História do século XX,
vol 1, p. 31.)
Outro exemplo do Congo Belga: Coletores de
borracha com mãos e narizes cortados como
castigo pelo não-cumprimento das cotas
determinadas. (James Joll, org., op. cit., p.
313.)
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A GUERRA
O Início : Atentado em Sarajevo
Índice
O início: o atentado de Sarajevo
O motorista parou o carro ao lado de uma calçada repleta de gente,
em Serajevo. Alguém tirou um revólver. Um policial que estava a ponto
de agarrá-lo recebeu um golpe no rosto de um homem da multidão.
Vários tiros ecoaram. E o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do
trono do Império Austro-Húngaro, caiu morto, assassinado por um
sérvio. Era o sinal que a Áustria esperava (...).
O assassinato de Serajevo foi um incidente que, em outras
circunstâncias internacionais, talvez não tivesse provocado tantas
repercussões históricas. Mas, no começo do verão de 1914, as relações
entre as grandes potências européias estavam tão tensas que o
assassinato de um arquiduque por um estudante (chamado Gavrilo
Princip) provocou a eclosão da Primeira Guerra Mundial, através de uma
série de etapas rápidas e irreversíveis: o ultimato da Áustria à Sérvia, no
dia 23 de julho; a declaração de guerra, no dia 28 do mesmo mês; a
mobilização russa; a declaração alemã de guerra à Rússia, no dia 1º, e
à França, no dia 3 de agosto; e a declaração inglesa de guerra contra a
Alemanha, no dia 4 do mesmo mês.
O atentado de Serajevo foi um dos assassinatos mais amadoristas
realizados nos tempos modernos. Os assassinos eram estudantes, a
maior parte deles com menos de vinte anos,”
(DEDIJER, Vladimir. Seravejo. In: Século XX. São Paulo, Abril, 1968.
p. 449.)
A GUERRA DE MOVIMENTO ( 1914 )
Plano SCHLIEFFEN
- Batalha de Marme
Animação
Índice
Pausa
Índice
Pausa
A GUERRA DE TRINCHEIRAS ( 1915 - 1918 )
•Entrada da Itália
•Batalha de Verdum
•Batalha de Somme
•Batalha naval de
Jutlândia
O dia-a-dia nas trincheiras
A vida nas trincheiras era horrível. Quando chovia, o que é comum na região, os túneis
inundavam. E os soldados tinham de lutar, comer e dormir por semanas com os uniformes
encharcados. Havia lama por todos os lados, às vezes atingindo até o peito dos homens.
Eles não podiam se manter aquecidos, e as doenças se espalhavam, matando milhares de
pessoas diariamente. Para completar, os vivos sofriam com os piolhos, enquanto os ratos
se alimentavam dos cadáveres.
As trincheiras protegiam as tropas contra os tiros de rifles e metralhadoras, mas eram
pouco eficazes contra projéteis de artilharia. Durante os ataques, os feridos ficavam no
campo de batalha até a noite, quando as patrulhas de resgate podiam procurá-los com
menos perigo. Para muitos, já era tarde demais.
Índice
1917 - O ANO CRÍTICO
•Saída da Rússia ( Tratado de BREST – LITOVSKY)
•Entrada dos EUA
Índice
Pausa
A Saída da Rússia
• A participação da Rússia na Primeira Guerra
Mundial agravou ainda mais os graves
problemas socioeconômicos vivenciados pelo
país. Esta situação acelerou o processo da
revolução socialista na Rússia.
• Atendendo aos anseios populares, o governo
revolucionário retira a Rússia da guerra e é
obrigada a aceitar a independência da
Finlândia, Estônia, Lituânia, Letônia, Ucrânia,
Polônia e de parte da Biolorússia.
A Entrada dos Estados Unidos
• Antes mesmo do início da entrada oficial na guerra, os Estados
Unidos abasteciam os países aliados com mantimentos,
roupas, armamentos, etc. e realizavam vultuosos empréstimos.
• A ameaça concretizada da Alemanha de afundar qualquer
navio que comercializasse com a Inglaterra, isolando esse
país, atingia diretamente os interesses econômicos norteamericanos.
• Uma possível vitória alemã poderia quebrar o equilíbrio
europeu e a perda de mercado para os Estados Unidos, além
de não garantir o recebimento dos empréstimos realizados aos
aliados.
• Os EUA descobrem um plano secreto da Alemanha em
incentivar o México a atacar os Estados Unidos em troca da
recuperação dos territórios tomados pelos Estados Unidos, no
século XIX (Texas, Colorado, Califórnia, Novo México, Utah,
etc.)
A nova Guerra de Movimento - ( 1918 )
Vitória aliada e rendição alemã, ainda em território francês
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Índice
Pausa
Tratados de Paz - Os 14 pontos de Wilson
abolição da diplomacia secreta, isto é,
todos
os
acordos
internacionais
deveriam ser negociados publicamente e
não poderiam conter cláusulas ocultas;
plena liberdade de navegação;
eliminação das barreiras econômicas
entre as nações, ou seja, liberdade de
trocas;
limitação dos armamentos nacionais ao
nível mínimo compatível com as
necessidades de segurança;
•ajuste imparcial das pretensões
coloniais , levando-se em conta também
os interesses dos povos colonizados;
a evacuação da Rússia, o que
significava a anulação do Tratado de
Brest-Litovsk;
a restauração da independência da
Bélgica;
a devolução da Alsácia-Lorena à França;
reajustamento das fronteiras nacionais
italianas, de acordo com linhas divisórias de
nacionalidades bem perceptíveis;
autonomia dos povos da Áustria-Hungria,
ou seja, plena aplicação do “princípio das
nacionalidades”;
restauração da Romênia, do Montenegro e
da Sérvia, assegurando-se acesso ao mar aos
sérvios;
autonomia aos povos até então submetidos
aos turcos. Além disso, os estreitos de
Bósforo e Dardanelos passariam a estar
permanentemente abertos;
criação de uma Polônia independente,
habitada por uma população de origem
indiscutivelmente polonesa e com pleno
acesso ao mar;
criação de uma Sociedade ou Liga das
Nações, com o objetivo de arbitrar as futuras
pendências entre as nações, concretizando-se
assim o tão sonhado Direito Internacional
Público.
Índice
Tratado de Versalhes - (28 DE JUNHO DE 1919)
“Art. 45 – Em compensação da destruição das minas de carvão no norte da França... (a Alemanha) cede
à França a propriedade inteira e absoluta das minas de carvão situadas na bacia do Sarre... Art. 49 – A
Alemanha renuncia a favor da Sociedade das Nações... ao governo do território (do Sarre). Ao fim dum
prazo de 15 anos, a contar da entrada em vigor do presente tratado, a população do dito território será
chamada a fazer conhecer a soberania sob que desejaria ver-se colocada... (Efetuado o respectivo
plebiscito, a população escolheu a soberania alemã, e o Sarre foi entregue à Alemanha)... Art. 51 – Os
territórios cedidos à Alemanha em virtude dos preliminares de paz assinados em Versalhes a 26 de
fevereiro de 1871 e do Tratado de Frankfurt de 10 de maio de 1871 (Alsácia e Lorena) são reintegrados
na soberania francesa a datar do armistício de 11 de novembro de 1918... Art. 80 – A Alemanha
reconhece e respeitará estritamente a independência da Áustria... Art. 81 – A Alemanha reconhece a
completa independência do Estado tchecoslovaco... Art. 87 – A Alemanha reconhece a completa
independência da Polônia... Art. 102 – A Cidade de Dantzig com o seu território, é constituída cidade
livre e colocada sob a proteção da Sociedade das Nações... Art. 119 – A Alemanha renuncia, a favor
das principais Potências aliadas e associadas (Estados Unidos, Império Britânico, França, Itália e
Japão), a todos os seus direitos e títulos sobre as suas possessões de além-mar... Art. 160 – O exército
alemão não deverá compreender mais de 7 divisões de infantaria e três divisões de cavalaria... Art. 168
– O fabrico de armas, munições e material de guerra... não poderá ser efetuado senão em fabricas... sob
aprovação dos governos das principais potências aliadas e associadas... Art. 198 – As forças militares
da Alemanha não deverão compreender nenhuma aviação militar ou naval... Art. 231 – Os governos
aliados e associados declaram e a Alemanha reconhece que a Alemanha e os seus aliados são
responsáveis, por tê-los causado, por todas as perdas e danos, sofridos pelos governos aliados e
associados e seus naturais, em conseqüência da guerra...”
Índice
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(VOILLIARD, O. e outros. Documentos de História. In: FREITAS, Gustavo de.
900 Textos e Documentos de História. Lisboa, Ptátano Editora, a/d. v. III, p. 273.)
Tratado de Versalhes
• Cláusulas Territoriais: perda das colônias, redução de
seu território, divisão do território com a criação do
Corredor Polonês, devolução da Alsácia-Lorena e
concessão da região do Sarre (rica em minérios) para
a França
• Cláusulas Econômicas: navios mercantes (a partir de
1600 toneladas), locomotivas, vagões, gados seriam
cedidos à Inglaterra e a França.
• Cláusulas Financeiras: pagamento de uma vultuosa
indenização de guerra
• Cláusulas Militares: redução do exército a 100 mil
homens e proibições de produzir armamentos.
Desmilitarização da região da Renânia (fronteira com
a França)
Índice
CONSEQUÊNCIAS
• A Desilusão com a Belle Époque
•Novo Mapa Europeu
•A Revolução Socialista Russa
•A Liga das Nações
•O Nazi-fascismo e a II Guerra Mundial
• A Hegemonia Norte - Americana
Índice
A 5 de setembro de 1917, a Srta. Barbara Adam, estudante de vinte anos de idade da
Universidade de Cambridge, se casava com o Capitão Jack Wootton, de 26 anos. Nenhum
dos dois estava preparado para o casamento, de acordo com as convenções de sua época e de
sua classe; o consentimento das famílias se deveu exclusivamente à guerra.
Tiveram uma lua-de-mel de 24 horas no campo e uma noite no Rubens Hotel, em Londres,
antes da partida do Capitão Wootton, da estação de Victoria, para se reunir ao seu regimento
na frente de batalha. Cinco semanas depois, ele falecia devido aos ferimentos, sem que sua
esposa o tivesse visto outra vez. O Exército enviou sua mochila ensangüentada à Sra.
Wootton e ela retornou os estudos em Cambridge. Na seqüência de uma notável carreira
pública, tornou-se uma das primeiras mulheres a ingressar na Câmara dos Lordes. Casou-se
novamente. Contudo ao descrever seu primeiro e breve casamento em sua autobiografia,
escrita meio século mais tarde, ela confessava ainda evitar todas as oportunidades de entrar
no Rubens Hotel.
Em tempos normais, tal história pareceria especialmente trágica. Mas era rotineira durante a
Primeira Guerra Mundial. Eventos semelhantes aconteceram a dezenas de milhares de
casais. O resultado mais direto e mais devastador da guerra foi a matança em massa de
homens jovens. A Grã Bretanha perdeu 680 mil, a França, 1,3 milhão e a Alemanha, 1,7
milhão... Tantas viúvas e tantos pais enlutados deram ensejo a que se formasse um
movimento para proclamar o branco a cor do luto, para que as ruas não ficassem tão
sombrias. A idéia não se popularizou, mas os antigos rituais de luto se resumiram a uma
simples braçadeira ou foram simplesmente abolidos...”
Índice
(CROSS, Colin. O significado da guerra total. In: Século XX. São
Cotidiano na história
Batalha do alimento
Na Alemanha, a luta do povo para sobreviver à fome
“Durante A Primeira Guerra Mundial, a fome foi um dos maiores problemas esfrentados
pelas populações das cidades alemãs. Leite, manteiga, batatas tornaram-se produtos de
luxo. Só eram encontrados no ‘mercado negro’ e comprados apenas pelos ricos.
Quando havia alimentos à venda, havia também racionamento. Cada pessoa só podia
comprar um ovo, 2,5 kg de batatas, 20 g de manteiga e até 190 g de carne por semana.
A população pobre era a que mais sofria. Quase 200 mil pessoas entravam diariamente em
longas filas para conseguir comer um prato de sopa distribuído pelo Exército.
Como conseqüência da miséria, o roubo era inevitável. Roubavam-se desde roupas até
cães para matar a fome. Muitas crianças sobreviviam apenas com ralas sopas de batata ou
com as frutas que apanhavam nos quintais das casas.
Com tanta fome, as mortes não ocorriam apenas nos campos de batalha. A desnutrição
tornava as pessoas vulneráveis às doenças. A tuberculose, o tifo, a cólera e as epidemias
de gripe também mataram milhares de pessoas na Alemanha, durante a guerra.”
(LIONEL RICHARD. A República de Weimar (1919-1933). São Paulo, Companhia das Letras, 1988. p. 13-7.)
Índice
Dias de glória: os Estados Unidos embalados pelo jazz
“Foi durante a Primeira Guerra Mundial que floresceu e se divulgou com maior
intensidade a música negra nos Estados Unidos: o jazz e o blues. Por essa época,
esses gêneros entraram para o repertório da música popular americana.
Os Estados Unidos viviam seus dias de glória. A dança agitava os salões,
principalmente aquelas que tivessem características menos convencionais, como a
valsa que predominou no século XIX. Houve uma verdadeira busca de ritmos e
sons diferentes, emocionantes, como os africanos e latino-americanos. Virou moda
ouvir músicos negros, solos de bateria e cantores de blues. Surgiram inúmeras
bandas, que viajaram por todo o país tocando seus saxofones.
O interessante dessa moda é que, desde o início, ela gerou muita polêmica. Foi
defendida entusiasticamente pelos intelectuais, que viam nela a música do futuro. E
foi combatida pelos moralistas e religiosos, que a atacavam como sendo produto do
submundo ou das classes inferiores.
Mas o jazz e o blues conseguiram espaço e se espalharam por todo o mundo com
muita rapidez, auxiliados pelo gramofone e pela prosperidade dos ‘anos felizes’ do
capitalismo americano.”
(ERIC J. HOBSBAWN. História social do jazz. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1990. p. 63-74. Texto adaptado.)
Índice
FIM
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