Informativo do Conselho Regional de Biologia da 2ª Região • Rio de Janeiro e Espírito Santo • Ano XI • Nº 111 • 2º TRIMESTRE • 2014
CRBio-02:
cada vez mais
próximo do biólogo
capixaba
Biólogos que fazem:
Ricardo Cerqueira, Marcus Nadruz,
Rosa Maria C. Wekid Castello Branco
e Rafaela Vieira Bruno
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
BIÓLOGOS • 111
Em mares nem sempre calmos
Conselho Regional
de Biologia da 2ª Região
Rio de Janeiro e Espírito Santo
Presidente:
Vicente Moreira Conti
Vice-presidente:
Santiago Valentim de Souza
Conselheira Secretária:
Elizabeth dos Santos Rios
Conselheiro Tesoureiro:
Valdir Alves Lage
Conselheiros Efetivos:
A nderson M endes Augusto
Cristina Aparecida G omes Nassar
Glaucia Freitas Sampaio (em licença)
N ew ton Dias Lourenço
Válber da Silva Frutuoso
Vera Lúcia Va z Agarez
Conselheiros Suplentes:
Dimário Aluisio Pesce de Castro
Humber to Ker de A ndrade
Maria das Graças Ávila Guimarães
Mário Flavio M oreira
Mar ta Regina Reis A mendoeira
Renato Rodrigues de S ouza
Rodrigo S oares de M oura N eto
Rosa Maria C. Wekid Castello
Branco (em exercício da titularidade)
Endereços:
Rio de Janeiro • Sede:
Rua Álvaro Alvim, 21/12º andar
Cinelândia. Rio de Janeiro. RJ
CEP: 20031-010
Tel.: (21) 2142-5700
Fax: (21) 2142-5715
www.crbio-02.gov.br
[email protected]
Delegacia Regional • Vitória • ES:
Edifício Cimas Center,
Rua Fortunato Ramos, 30,
Salas 208 e 210, Santa Lúcia,
Vitória (ES)
CEP: 29056-935
Tel./Fax: (27) 3222-2965
Cel.: (27) 9944-4390
[email protected]
Delegado Regional:
Humberto Ker de Andrade
Delegada Substituta:
Olga Anita Lisboa Ventorim Santos
Informativo Trimestral do CRBio-02
Ano X • Nº 111 • 2º trimestre • 2014
Edição e Produção:
Assessoria de Comunicação do CRBio-02
AG Rio Comunicação Corporativa
Rua Santo Afonso, 44/405
Tijuca • Rio de Janeiro • RJ •
CEP 20511-170
Jornalista Responsável:
Arlete Gadelha (MTb 13.875/RJ)
Impressão:
IMOS Gráfica e Editora
Tiragem:
10 mil exemplares
Os artigos assinados
são de responsabilidade
dos seus autores.
Fale conosco:
[email protected]
N
a edição anterior, falamos a respeito do importante papel que os
nossos funcionários desempenham se dedicando aos biólogos. Claro que
muito temos que fazer, pois existem ainda algumas não conformidades que
estamos trabalhando para corrigir.
O volume de trabalho nos últimos dois anos acompanhou a crescente
participação dos biólogos junto ao seu Conselho, notadamente depois que
criamos a nossa Assessoria de Comunicação, que vem atuando forte na
mídia (impressa, eletrônica e digital), com velocidade e eficácia na resposta às solicitações.
Aumentou consideravelmente o acionamento do Fale Conosco e as próprias demandas
oriundas da nossa FanPage. Curioso ressaltar que até colegas profissionais de outros conselhos regionais vêm nos acessando, na certeza de que procuramos responder a todos de forma
a eliminar o vácuo de informações que existia anteriormente.
Para aprimorar ainda mais os serviços prestados aos biólogos, estamos revendo o papel da
nossa Ouvidoria, já assumida por um conselheiro. Assim, nos preparamos para reestruturar
mais esse serviço de atendimento com base na disposição legal existente.
Nossas participações em reuniões, solenidades e eventos têm sido crescente, procurados
que somos, não só em instituições acadêmicas (públicas e privadas), mas também em entidades de categorias profissionais, como é o caso da Confederação Nacional da Saúde (CNS),
que convidou o CRBio-02 por ser o único Conselho Regional de Biologia que além da legislação vigente, possui legislação extra para o Rio de Janeiro, conquistada a base de muita luta,
que garante ainda mais o profissional que atua como responsável técnico em laboratórios.*
Por outro lado, acreditamos estar seguindo um novo caminho nos serviços prestados aos
nossos registrados e percebemos que estamos incomodando alguns que não querem arregaçar as mangas e trabalhar duro como nós, em prol da nossa profissão.
Exemplificando, recentemente recebemos comunicação do Ministério Público da União,
por ofício da lavra do doutor Vinicius Panetto do Nascimento, em que especificava algumas
denúncias, comprovadas inverídicas, pela análise criteriosa das devidas esferas de controle,
e que comunicava o arquivamento do processo.
Cada vez que nova “pedra” é lançada, esta com certeza nos fortalece a perseguir a construção
de um Conselho que orgulhe o biólogo, e o incentive a fazer parte desta casa que o representa.
*Nota da redação A mesma legislação está sendo pleiteada para
o estado do Espírito Santo. Leia matéria na página 4 desta edição.
Tucano de bico preto,
ou ramphastos vitellinus.
É encontrado em floretas
tropicais, em toda a faixa
litorânea do Pará até
Santa Catarina.
Alimentam-se de animais
e frutas. Seu ninho é feito
em ocos de árvores.
A fêmea deposita de 2 a 4
ovos, com cerca de 18 dias
de incubação. Gostam
de tomar banho e vivem
em bandos de 4 a 10
indivíduos.
•
2•
Vicente Moreira Conti
Presidente
2º TRIMESTRE • 2014
Uma história conquistada com esmero
Em 2014, a regulamentação da profissão de biólogo completa
35 anos de existência, com muitas conquistas a ser comemoradas.
Ano a ano, as Ciências Biológicas vêm ganhando importância
no país graças ao trabalho realizado em todas as instâncias,
públicas e privadas, pelo Sistema CFBio/CRBios e, certamente,
a competência dos profissionais que marcam presença em
todas as áreas de atuação da Biologia.
A seguir, todos poderão ler em que ponto tudo começou.
F
oi no dia 3 de setembro de
1979, que a regulamentação da profissão de biólogo foi efetivada por
meio da Lei nº 6.684, sancionada
pelo então presidente da República
João Baptista Figueiredo, que criou
os Conselhos Federal e Regionais
de Biologia e Biomedicina.
Mais tarde, em 30 de agosto de
1982, a Lei nº 7.017 alterou a Lei
nº 6.684, determinando o desmembramento dos Conselhos Federal e
Regionais de Biologia e Biomedicina, que passaram a constituir entidades autárquicas autônomas.
A implantação do CFBio ocorreu a partir da nomeação e posse,
em cerimônia presidida pelo então ministro do Trabalho Murilo Macedo, dos dez conselheiros titulares e seus respectivos suplentes,
todos com mandato de quatro anos.
Coube ao primeiro presidente, Paulo Nogueira Neto, juntamente
com sua diretoria, iniciar os procedimentos administrativos e normativos e traçar a configuração da infraestrutura de bens móveis e
imóveis do CFBio. Com seu empenho e determinação, o CFBio fixou
sede própria em Brasília no final do primeiro ano de sua gestão, com
a aquisição de uma sala de 100m2 que até hoje abriga a entidade.
É importante registrar que foi o pioneirismo de Paulo Nogueira
Neto, convocando 30 colegas para, juntos, criarem a Associação
Paulista de Biólogos (APAB), no início da década de 1970, que originou a regulamentação da profissão.
A essa empreitada juntaram-se as representações das associações do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. Na fase
final de tramitação do projeto de lei, iniciativa do deputado Adhemar
Ghisi (antigo UDN/PDS) na Câmara dos Deputados, e na apresentação do substitutivo no Senado pelo senador Jarbas Passarinho,
somaram-se várias delegações de docentes e estudantes de graduação de Ciências Biológicas de diversos estados. O episódio contou com cobertura da imprensa, favorável à causa dos biólogos.
Em 1986, o CFBio tomou decisão fundamental para consolidar sua atuação: criar os Conselhos Regionais de Biologia. Por
meio da Resolução CFBio nº 8, de 2 de dezembro de 1986, foram
criados cinco conselhos regionais, dotados de personalidade jurídica e de direito público, e autonomia administrativa e
financeira.
Também em 1997, o CFBio instituiu o
modelo da Cédula de Identidade Profissional do Biólogo, expedida pelos Conselhos Regionais de Biologia, e o Símbolo do Biólogo, por meio de concurso, do qual participaram 24 trabalhos.
Em 1998, o CFBio foi convidado a participar do Conselho Nacional de Saúde (CSN) e do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (Fentas), consolidando a participação
dos biólogos na área da saúde.
Preocupado em regulamentar as atividades do biólogo perante
a sociedade, que deve sempre consagrar respeito à vida, em todas
as suas formas e manifestações e à qualidade do meio ambiente,
foi aprovado o “Código de ética do profissional biólogo” e, visando
nortear o biólogo sobre a sua atuação profissional, foi publicada a
Resolução nº 10, em 5 de julho de 2003, que dispõe sobre as atividades, áreas e subáreas do conhecimento do biólogo.
Em comemoração aos 30 anos de regulamentação da profissão,
em 2009, foi instituída a bandeira do Conselho Federal de Biologia
(CFBio) e decidido que o dia 3 de setembro passaria a ser o Dia
Nacional do Biólogo.
No dia 23 outubro de 2011, tomou posse a nova gestão do CFBio,
que atuará no período de 2011 a 2015. A nova diretoria apresentou
o novo periódico, o CFBio Notícias, que veicula informações sobre o
que está ocorrendo atualmente no Sistema CFBio/CRBios. Também
são divulgadas a participação do CFBio nos diversos fóruns de debates interprofissionais, os novos atos normativos que interessam
diretamente à profissão, bem como mudanças, melhorias e conquistas obtidas para o biólogo. n
(Fonte: Site CFBio – História)
•
3•
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
BIÓLOGOS • 111
Toda atenção ao
biólogo capixaba
Periodicamente, representantes da diretoria
do CRBio-02 têm estado na Delegacia Regional
no Espírito Santo, atuando com exclusividade
em favor do biólogo capixaba.
Durante os primeiros meses do ano várias
reuniões importantes foram realizadas no estado.
Uma reunião produtiva
P
or solicitação de um
grupo de biólogos capixabas, reuniram-se na sede
da Delegacia Regional no
Espírito Santo, os profissionais André Luiz Dutra da
Silva Capezzuto e Edvaldo
Peisino, juntamente com o
vice-presidente do Conselho, Santiago Valentin de
De frente, a partir da esquerda: os biólogos André Luiz Dutra da Silva
Souza, o delegado titular,
Capezzuto e Edvaldo Peisino com o vice-presidente Santiago Valentin
Humberto Ker de Andrade,
a delegada substituta, Olga
Anita Ventorim Lisboa dos Santos, além do
ramento dos serviços prestados ao biólogo
assessor jurídico, Flavio Torres Nunes.
capixaba. Por outro lado, tivemos acesso a
A reunião teve como foco informar sobre
uma série de informações sobre a estrutura
os trabalhos e investimentos que o Consede funcionamento do Conselho, tanto no Rio
lho Regional de Biologia da 2ª Região RJ/ES
de Janeiro como no Espírito Santo, o que foi
vem realizando nos últimos anos.
bastante positivo”, afirmou Edvaldo Peisino.
“Foi um ótimo momento, no qual houve
Os dois biólogos afirmaram que serão
uma aproximação entre os biólogos do Esmultiplicadores das informações repassapírito Santo e o seu conselho profissional,
das pelo CRBio-02, uma vez que tal ação
estreitando mais a relação”, diz André Luiz,
traria mais clareza ao trabalho que a atual
que acredita que todos entenderam o quangestão vem realizando, tanto na aplicação
to isso era necessário.
dos recursos como na qualidade dos servi“Durante a reunião vários temas foram
ços prestados, visando à profissionalização
colocados em pauta e foi possível apresendo Conselho e um melhor atendimento aos
tar sugestões de melhorias para o aprimobiólogos registrados. n
•
4•
Apoio para os
biólogos na ALES
O
presidente do CRBio-02, Vicente
Moreira Conti, acompanhado da delegada
substituta da Delegacia Regional no Espírito Santo, Olga Anita Ventorim, visitaram a
deputada estadual Solange Lube (PMDB/
ES), com o objetivo de estreitar a parceria
com a Assembleia Legislativa do Espírito
Santo (ALES). A visita aconteceu, no gabinete da deputada, na Ales, em Vitória, no
início de abril.
No encontro o presidente falou sobre o
trabalho do biólogo no mercado de trabalho
capixaba e apresentou a Lei nº 1.767-A, em
vigor no Rio de Janeiro, que inclui a profissão
de biólogo como responsável técnico por estabelecimentos de análises e pesquisas clínicas, devidamente registrados no CRBio-02.
O presidente agradeceu a recepção
dada pela deputada Solange Lube, que
abriu um futuro de parcerias em projetos
capixabas que envolvam os biólogos e
possibilitem uma maior visibilidade da profissão no estado. n
A partir da esquerda: Vicente Moreira Conti,
Solange Lube e Olga Anita Ventorim
Biólogos
da Prefeitura de
Cariacica
O
nze biólogos, servidores da Prefeitura de Cariacica, na Grande Vitória/ES, se
reuniram no começo de abril com o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, para
receberem orientações sobre o exercício do
cargo no órgão municipal em que trabalham.
A principal reivindicação se refere ao
Decreto nº 52/2014, assinado pelo prefeito
Geraldo Luzia de Oliveira Junior, o Juninho,
em vigor desde o dia 27 de março, que criou
a Comissão Permanente de Avaliação de
Projetos (Cepror), que tem como finalidade
analisar projetos apresentados por empresa
contratada pela prefeitura e emitir relatórios
conclusivos sobre cada um, seja o projeto
aprovado ou não.
O decreto privilegia apenas os profissionais das áreas de engenharia, arquitetura e
os agrônomos, deixando de fora o biólogo
que tem formação para cumprir os objetivos
da comissão.
O presidente recebeu uma cópia do decreto e disse que a assessoria jurídica do
Conselho irá analisá-lo para verificar sua
legalidade e a forma que será feita a reivindicação para a inclusão dos biólogos,
servidores da PMC, como aptos a fazerem
parte da comissão.
O biólogo Romulo Felix Boldrini – presente na reunião – disse que é importante ter o
apoio do Conselho na busca por melhores e
mais condições de trabalho. “Viemos à Delegacia Regional do CRBio-02 solicitar apoio
à nossa causa, receber orientações sobre
nossos direitos e ter uma força maior. Antes,
não havia essa aproximação com o Conselho, mas agora vimos que essa nova diretoria
é séria e extremamente parceira.” n
2º TRIMESTRE • 2014
CRBio-02 busca parceria com IDAF
Q
ualificar os biólogos para elaboração
do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de um
imóvel, com inserção de dados no Sistema
de Licenciamento e Monitoramento Ambiental (SIMLAM-IDAF), este é o objetivo da parceria que o CRBio-02 está buscando com o
Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal
do Espírito Santo (IDAF). No início de abril,
o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira
Conti, e a delegada substituta da Delegacia
Regional no Espírito Santo, Olga Anita Ventorim, estiveram reunidos com o diretor-técnico
do IDAF, Eduardo Chagas, na sede do instituto, em Vitória. Na reunião foi apresentado
um termo de Cooperação Técnico-Científico
que será celebrado pelas duas entidades
que visa um programa de intercâmbio.
Como resultado dessa parceria haverá
investimentos em cursos, eventos e suporte institucional para o desenvolvimento de
projetos de interesse recíproco. No próximo
mês de maio, ainda sem dia definido, deverá
haver o primeiro curso ministrado aos biólogos que será o de SIMLAM. As inscrições
serão anunciadas logo após a confirmação
da data de realização
do curso. As vagas, no
total de 30, serão preenchidas por ordem de
chegada à Delegacia
O
5•
Regional do Conselho, em Vitória. Como prérequisito é necessário que o biólogo tenha
conhecimento de geoprocessamento.
Com a revitalização da Delegacia Regional no Espírito Santo por parte da atual gestão do Conselho, o CRBio-02 está procurando firmar parcerias com diversos órgãos
governamentais e privados, com o objetivo
de fortalecer a atuação do biólogo no estado. Nesse primeiro curso, os investimentos
serão custeados pelo Conselho e irá qualificar o profissional no SIMLAM para atender às exigências contidas no novo Código
Florestal Brasileiro, proporcionando-lhe o
conhecimento de novas técnicas. n
Biólogos da SEMMAM
presidente do
CRBio, Vicente Moreira Conti, acompanhado da delegada substituta da Delegacia Regional, Olga Anita Ventorim Lisboa Santos,
receberam na sede da Delegacia Regional,
em Vitória (ES), os biólogos Andrea Campos
Rocha, Flavio Nascimento Coelho, Mariele
Portugal da Silva e Felipe Bertholdi Fraga,
servidores da Secretaria de Meio Ambiente
(SEMMAM) da Prefeitura Municipal de Vitória.
Nessa reunião, consultado, o presidente
explanou sobre a Resolução CFBio n° 330
pela qual é oferecido desconto nas anuidades do ano corrente aos biólogos que cursam pós-graduação stricto-sensu.
Uma das sugestões apresentas na reunião
foi a da participação de um representante do
•
Conselho investe em curso para qualificar
biólogos no SIMLAM-IDAF
Conselho nas reuniões a serem realizadas
na prefeitura como forma de fortalecer a atuação dos biólogos no município.
“A reunião com biólogos da prefeitura é
importante, na medida em que estreita a relação entre os biólogos e o CRBio-02”, disse Vicente Conti.
Também estiveram presentes no encontro as fiscais da DELREG Tayla Martins e
Raquel Menegaz, que ajudaram a esclarecer diversas dúvidas dos visitantes.
Ao final, os biólogos, notadamente sobre
a disposição em Lei para inscrição dos profissionais no Conselho e a emissão de ART,
que é obrigatória. classificaram a reunião
como positiva e de grande valia na busca
por tornar a classe cada vez mais atuante e
unida no Espírito Santo. n
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
BIÓLOGOS • 111
EM DIA COM O SEU
CILSJ atende solicitação
do CRBio-02 e abre vaga
para biólogo
2º TRIMESTRE • 2014
CONSELHO
Registro Itinerante
começa o ano em pleno vapor
Contas de 2013
são aprovadas sem ressalvas
No mês de fevereiro, o setor de Registro do CRBio-02 esteve
no Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), sul do estado do
Rio de Janeiro, na região dos lagos, na Faculdade Metropolitana
São Carlos (FAMESC – Quissamã) e também em Petrópolis,
região serrana do estado do Rio de Janeiro, no campus da
Universidade Estácio. As visitas tiveram como objetivo realizar
inscrições provisórias e definitivas de formandos em Ciências
Biológicas, facilitando o processo de registro no Conselho.
A prestação de contas referente ao
exercício 2013 do CRBio-02 foram aprovadas
por unanimidade e sem ressalvas pelo
Conselho Federal de Biologia. Tal aprovação
foi divulgada no Diário Oficial da União por
meio da Resolução nº 335, de 4 de abril de
2013. Os biólogos que desejarem ter acesso
às contas do seu Conselho poderão verificar
no site do CRBio-02, na sessão Transparência.
Com base na Lei Federal 6684/79º,
o CRBio-02 conquistou a inclusão dos
biólogos como profissionais aptos a
ocuparem o cargo de Coordenador Geral
no processo seletivo do Consórcio
Intermunicipal para Gestão Ambiental
das Bacias Hidrográficas da Região dos
Lagos, Rio São João e Zona Costeira
(CILSJ), no estado do Rio de Janeiro.
As inscrições foram até prorrogadas para
beneficiar os biólogos.
ações do crbio-02
importantes para a
vida dos biólogos
Alunos da Famesp
Vice-presidente marca presença em diversos eventos
A fim de esclarecer dúvidas de
alunos de Ciências Biológicas
e aproximar a comunidade
acadêmica do CRBio-02,
o vice-presidente Santiago
Valentim participou de palestras
importantes na Estácio, em
Petrópolis, e no Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), em Teresópolis.
A Unifeso também inaugurou a ‘Sala Verde’, projeto que incentiva a implantação de espaços socioambientais.
Presidentes do Sistema se reúnem em São Paulo
Para o debate sobre demandas comuns a todos os Conselhos
Regionais de Biologia e do aperfeiçoamento para o melhor
funcionamento do Sistema, o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira
Conti, esteve presente na reunião dos Presidentes dos Conselhos
Regionais integrantes do Sistema CFBio/CRBios, realizada no
final de março em São Paulo (SP), na sede do CRBio-01.
CRBio-02 participa de reuniões da CNS
A presença atuante do CRBio-02 nas reuniões
mensais da Divisão de Laboratórios de Análises
Clínicas da Confederação Nacional de Saúde,
Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNS)
possibilita que o Conselho trabalhe melhor a
questão dos seus registrados que atuam na área
de Saúde e Qualidade de Vida.
Por outro lado, significa o reconhecimento e
a valorização do significativo número de biólogos
em atuação neste campo de trabalho.
•
6•
Novos registros são entregues
em formatura da Famesc
A Conselheira Rosa Maria C. Wekid Castello Branco representou
o CRBio-02 no evento, realizado no último dia 14 de março, em
Quissamã, região Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro.
Dezesseis biólogos, formados nesta e na última turma do ano
passado, receberam seus registros e já podem atuar regularmente
como profissionais no mercado de trabalho.
Em pauta a educação
ambiental marinha e costeira
no Brasil
Lançada em 2010,
a obra organizada pelo
biólogo Alexandre de
Gusmão Pedrini é um
valioso instrumento de
reflexão sobre a questão
- sempre atual - de
preservação ambiental,
desta vez centrada no
extenso litoral brasileiro,
abordando temas
levantados pelo Relatório
Mundial Independente
sobre os Oceanos (CMIO).
Artigos e relatos de
pesquisas e experiências
realizadas em diversos
pontos do país para uma
adequada gestão costeira
baseada o desenvolvimento sustentável e
propõe estratégias de combate ao turismo
ambiental. Vale muito a pena conferir.
Rosa Maria C. Wekid Castello Branco (Conselheira do CRBio-02),
Fernanda de Oliveira Pinto (Coordenadora do Curso de Licenciatura
de Ciências Biológicas da FAMESC), bióloga recém-graduada
com o registro em mãos, e Fernanda Castro Manhães
(Diretora Acadêmica da FAMESC), em solenidade.
•
7•
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
Teste rápido
identifica tuberculose
em duas horas
N
disponibilizando um teste piloto do GeneXpert, o novo
exame rápido que identifica
a tuberculose em menos de
duas horas. Nesse método, o
paciente fornece uma amostra de secreção, que é manipulada em um recipiente estéril por
cerca de dez minutos e, depois, levada ao equipamento. A máquina demanda menos de uma hora e meia para averiguar, naquela porção, a presença do material genético do bacilo de Koch. O
teste também detecta se há resistência ao antibiótico rifampicina,
usado no tratamento da doença.
O GeneXpert é o primeiro método de biologia molecular usado
com essa finalidade, e faz parte do projeto
“Inovação no controle da tuberculose no Brasil”, desenvolvido pelo Programa Nacional de
Controle da Tuberculose (PNCT) em parceria com a Fundação Ataulpho de Paiva e o
patrocínio da Fundação Bill e Melinda Gates.
Apesar de já existir em alguns laboratórios
privados do Rio de Janeiro e de São Paulo,
foi utilizado nas cidades do Rio de Janeiro,
Manaus, Recife, São Paulo, Porto Alegre e
Brasília por meio do programa.
Draurio Barreira, coordenador do PNCT,
afirma que se trata de um teste novo no mundo e que as máquinas de diagnóstico serão
doadas pelo Ministério da Saúde às secretarias municipais de Saúde das seis capitais
brasileiras, iniciando o processo de distribuição. Até maio deste ano, segundo o Ministério da Saúde, a nova tecnologia deverá estar
presente em 92 cidades estratégicas para o
controle da tuberculose, onde se concentram
55% dos casos novos do país, o que engloba
todas as capitais e os municípios com mais
de 130 casos novos de tuberculose. Ao todo,
serão 160 máquinas, com capacidade de realizar, juntas, 640 mil testes rápidos ao ano.
De acordo com Ricardo Cerqueira Campos
Braga, biólogo do Conselho Regional de Biologia – 2ª Região (CRBio-02), que desempenha
atividades na Vigilância Epidemiológica (VE)
o dia 24 de março foi comemorado o Dia Mundial da Luta
Contra a Tuberculose (TB), mas ainda há muito a fazer nesse combate. Ao contrário do que a maioria da população acredita, a doença ainda existe e continua a ser um grave problema de saúde pública: estima-se que 1/3 da população mundial esteja infectada pelo
Mycobacterium tuberculosis. De acordo com o Ministério da Saúde, o
Brasil é o 17º país com maior incidência de tuberculose, que só no Rio
de Janeiro mata cerca de 800 pessoas por ano, contaminando 72 em
cada 100 mil habitantes. Os dados são preocupantes e levam o estado
à condição de primeiro lugar em incidência da doença no país. Em
2012 foram registrados 14.505 casos da doença, com 739 óbitos.
Para mudar esse cenário, entra em ação a biologia molecular e seus enormes benefícios. O Ministério da Saúde está
Ricardo Cerqueira
Campos Braga, biólogo
•
8•
“A aplicação do teste rápido na rede pública irá detectar precocemente os casos, já que muitas pessoas desconhecem seu
diagnóstico. A redução no tempo de espera do resultado com o
GeneXpert é o ponto mais positivo nesse combate, pois diminui
a proliferação da doença, evitando que os pacientes infectados
circulem sem diagnóstico final e portanto, sem tratamento inicial,
podendo transmiti-la a qualquer pessoa. Além disso, o caminho
para a cura é longo: no mínimo seis meses de tratamento para casos de tuberculose pulmonar, o que aumenta a taxa de abandono
e reduz a adesão correta dos pacientes.”
A epidemia de Aids/HIV, a densidade populacional e fatores relacionados à infraestrutura tornam os habitantes dos grandes centros urbanos mais vulneráveis à doença. Por ser contagiosa, basta
tossir, espirrar ou falar para que a bactéria, que consegue viver até
24 horas suspensa no ar antes de entrar no pulmão de alguém,
contamine o ar. O principal sintoma da tuberculose é a tosse, com
ou sem catarro, por mais de três semanas. Quem apresenta esse
quadro deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS.
Devido à coinfecção tuberculose e HIV, é necessário, segundo
o Ministério da Saúde, oferecer o anti-HIV ao paciente que iniciar o
tratamento, possibilitando o diagnóstico precoce, a diminuição no
impacto da transmissão do HIV, sua morbidade e mortalidade.
Ricardo Braga ressalta a importância não só do biólogo, mas de
todos os profissionais de saúde no combate à doença e no esforço
em realizar a busca dos sintomáticos respiratórios na sua unidade
de saúde, assim como entre os contactantes, encaminhando-os à
unidade de saúde mais próxima. n
Genexpert utiliza método de biologia molecular para reduzir o tempo de
diagnóstico e identifica resistência à medicação.
do Serviço de Epidemiologia no Hospital Federal dos Servidores do
Estado (HSFE), a falta de informação sobre a doença, o tratamento,
além da demora no “fechamento” do diagnóstico (a cultura leva entre 30 a 60 dias), ampliam as estatísticas de contaminação. Ricardo
acredita que a biologia molecular, utilizada no novo equipamento,
pode trazer inúmeros benefícios à luta contra a doença.
O que você faz
•
9•
V
árias empresas registradas no
CRBio-02 costumam contatar os funcionários do Conselho, no Rio e no Espírito
Santo, para solicitar a indicação de profissionais. Da mesma forma, a grande
imprensa também procura a entidade
solicitando a indicação de biólogos para
falarem sobre determinados temas de
interesse da população em geral. Saber
com segurança as áreas de atuação dos
seus registrados é o melhor caminho
para atender plenamente as duas situações, o que certamente é de interesse
dos biólogos fluminenses e capixabas.
Foi pensando assim que o CRBio-02
lançou a campanha abaixo, divulgada
no Facebook, no site (www.crbio-02.
gov.br) e via e-mail marketing. Se você
ainda não atualizou sua área de atuação
no Sistema ECO – Área do Biólogo, faça
o mais rapidamente possível, pode estar
perdendo a oportunidade da sua vida. n
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
Projeto explora diversidade vegetal
“Montanha da Amazônia” registra a vasta riqueza de regiões de difícil acesso.
Espécies raras da flora brasileira poderão ser encontradas.
A
Pesquisadores na coleta de materiais – Foto Ricardo Azoury
mpliar o conhecimento da flora em
áreas montanhosas, elaborar listas preliminares das espécies encontradas indicando
quais são raras, endêmicas e novas para a
ciência, e transformar os resultados em livro e publicações científicas. Esses são os
objetivos que motivaram o biólogo Marcus
Nadruz a coordenar o projeto do Instituto
de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (JBRJ), “Riqueza de Espécies em
Regiões Montanhosas da Amazônia: Diversidade e Conservação”.
Consideradas regiões prioritárias para
pesquisa científica e tendo em vista a escassez de conhecimento sobre a diversidade nas montanhas, nasceu a ideia do
projeto, iniciado em 2011, que selecionou
quatro áreas de estudo, das quais duas foram visitadas: a Serra do Aracá e o Pico
da Neblina (ambas no estado do Amazonas). As próximas expedições serão para
a Serra da Mocidade e Monte Caburaí, em
Roraima. A cada viagem são trazidas cerca de 800 a 1.000 amostras. O critério uti-
lizado para a escolha dos locais deve-se
ao fato de pertencerem à mesma cadeia
de montanhas, possuírem alta diversidade biológica, serem consideradas áreas
•
10 •
prioritárias para estudos florísticos na Amazônia e por representarem uma lacuna no
conhecimento botânico.
Com doutorado em Botânica e especializado em taxonomia botânica, o principal
trabalho de Marcus Nadruz na coordenação
é organizar as expedições, providenciando documentação para o desenvolvimento
das pesquisas e a infraestrutura necessária
para a permanência da equipe no local, organizando o meio de transporte até os pontos escolhidos e, juntamente com a equipe,
a coleta e identificação as espécies e materiais encontrados durante as expedições,
bem como a elaboração de relatórios e artigos científicos. Além do biólogo, a equipe
é composta por um profissional de imagens,
Ricardo Azoury, e mais três biólogos, os
pesquisadores do JBRJ: Gustavo Martinelli,
Denise Costa e Rafaela Forzza.
Marcus Nadruz reforça a importância da
Biologia no desenvolvimento do projeto.
“Os biólogos exercem um papel fundamental pela formação adquirida – incluindo
os cursos de mestrado e doutorado – pois
contribuem para o conhecimento da flora
das montanhas da Amazônia brasileira,
seja no incremento do acervo da instituição
(herbário), na divulgação científica (publicação dos resultados, confecção de relatórios
e livros) ou na formação de recursos humanos (alunos), consequentemente tornandose imprescindível em projetos dessa e de
outras naturezas”, conclui.
Segundo Nadruz, o projeto encontra-se
em andamento, ou seja, ainda em fase de
coleta de dados. “Estamos coletando, fotografando e identificando amostras botânicas férteis e trazendo para o herbário do
Duas das inúmeras espécies coletadas na região –
Fotos Marcus Nadruz
A expedição na Serra da Mocidade, no Amazonas – Foto Ricardo Azoury
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde
passam por um processo de conservação
(herborização) para os estudos posteriores.
Para se fazer um levantamento florístico de
uma determinada área, é necessário coletarmos ramos das plantas com flor e/ou
fruto. Sem eles, as chances de se chegar
ao nome científico é muito pequena”, explica o biólogo. “No final do projeto, com base
no material identificado, será elaborado um
banco de dados com as espécies encontradas, indicando espécies raras, endêmicas
ou novas para a ciência”, complementa.
A metodologia de coleta dos dados é padrão para trabalhos florísticos, sendo utilizados podões de vara para cortes de ramos em
locais altos, tesouras de poda, GPS (para
georreferenciamento das amostras coletadas), sacos plásticos, estufas de campo e
facas para cortes de pequenos fragmentos
de vegetais. Todo esse material é prensado
entre jornais ou acondicionado em envelopes
de papel – no caso de briófitas – e, posteriormente, herborizados (secados) em estufas.
As expedições restantes acontecerão ainda esse ano, enquanto a confecção do livro
sobre o projeto está planejada para 2015.
Ainda não há dados concretos para divulgação, pois a análise do material só poderá ser
feita após a conclusão de todo o projeto. Mas
é enorme a expectativa de encontrar espécies novas para a ciência e, também, atualizar a Lista de Espécies da Flora do Brasil
com novos registros para o país.
O objetivo do projeto é revelar a biodiversidade vegetal e catalogar possíveis espécies
ainda desconhecidas, que habitam as áreas
elevadas da flora das montanhas da Amazônia brasileira, fornecendo dados para auxiliar
nas tomadas de decisões sobre políticas de
conservação e manejo de espécies vegetais
e incentivo ao desenvolvimento a novas pesquisas em unidades de conservação.
•
11 •
Orquidário do JBRJ é reaberto
N
o início do ano, foi reaberto o orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Após quase um ano de obras, o espaço foi
todo recuperado, do telhado à qualidade
do solo, do formato original dos canteiros
ao sistema de aproveitamento de água da
chuva para o lago. Uma das novidades é a
mudança da concepção paisagística e da
coleção. Foram incluídos alguns grupos de
plantas que fazem contraste com as orquídeas, ajudando a perceber como elas se
distinguem na diversidade do mundo vegetal. Outra novidade é que o espaço do orquidário aberto ao público foi ampliado para
mais de 360m2.
A história do orquidário do JBRJ remonta
ao século XIX e poderá ser conhecida pelo
público. Em transparências no centro da
estufa principal, cercado por um lado com
plantas aquáticas, estão em exibição fotos
antigas e a biografia de Barbosa Rodrigues,
que dirigiu o Jardim Botânico de 1892 a
1909 e estudou as orquídeas. n
A estufa central do orquidário
BIÓLOGOS • 111
2º TRIMESTRE • 2014
BIÓLOGOS • 111
Conselheira integra debate
sobre a queima de canaviais
e os impactos ambientais
em Campos (RJ)
A
chefe do Escritório Regional do IBAMA em Campos dos
Goytcazes (RJ), Conselheira do CRBio-02, Rosa Maria C. Wekid
Castello Branco, esteve em audiência pública, convocada pelo Ministério Público Federal (MPF), para debater o tema “Repensando
as queimadas: a cana como fator de desenvolvimento humano”, que
levantou a questão da queima da palha da cana-de-açúcar na região
Norte Fluminense do Rio de Janeiro, os impactos ambientais que tal
queima causa e a situação das condições trabalhistas no meio rural.
Rosa Maria:
“O repensar das
queimadas abre
um vasto campo
de atuação para
os biólogos”
O céu da cidade de Campos dos
Goytacazes em dia de queimada
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12 •
2º TRIMESTRE • 2014
O evento aconteceu em março, no auditório da Universidade Cânoutros predadores de maior porte, como o cachorro-do-mato. A
dido Mendes (UCAM), na cidade de Campos e reuniu autoridades
essa população juntam-se outros animais, como a capivara e a
de diversos segmentos a fim de recolher informações e capacitar
paca.
profissionais para futuras tomadas de decisões sobre o assunto.
“Impiedosamente, a queimada alcança esse nicho ecológico
“Esse é um vasto campo para a atuação do biólogo: gerenque tenta se restabelecer dentro do canavial, matando os aniciamento ambiental das usinas produtoras de açúcar e álcool;
mais que dificilmente conseguem fugir dessa verdadeira armadieducação ambiental; pesquisas científicas nas universidades,
lha preparada pelo ser humano. Assim, estão fora desse levantarelacionadas às perdas da flora e faumento todos os insetos e praticamente
na; execução de projetos sustentáveis
todas as aves e pequenos roedores.
junto aos produtores rurais, perícia técTambém não estão computados aninica para a justiça e Ministério Públimais que conseguem fugir, lesionados,
co da região, e na função de fiscal dos
e acabam por morrer em outro lugar”,
órgãos do Sistema Nacional do Meio
enfatiza Rosa Maria.
Ambiente (Sisnama). Destaco ainda, a
A contextualização sobre os problenecessidade de estudo da fauna silvesmas socioambientais que acarretam as
tre que morre queimada nos canaviais.
queimadas dos canaviais no estado do
A grande falha na apuração é não reRio de Janeiro, mais precisamente na
gistrar a quantidade desses animais
região Norte Fluminense, é de longa
que voltam à natureza. Para se protedata, e foi pautada na audiência.
ger do fogo, espécimes de aves, por
A conselheira do CRBio-02 acompaDo ponto de vista ambiental, o uso de
exemplo, mudam seu comportamento.
nha
e participa desse processo profisfogo em canaviais causa:
Muitos bichos fogem para as cidades.
sionalmente,
desde 1991, como bióloga
• Redução e perda da biodiversidade, em
Não existe um levantamento estatístie
representante
do Ibama em Campos
função do desmatamento e da monocultura.
co científico sobre as espécies e nem
dos
Goytacazes.
Historicamente, em
• Poluição das águas de superfície e subsua quantidade exata”, declara. Os
meio
às
discussões
da Eco-92, surgiu
superfície e do solo em face do uso indiscridados existentes sobre a fauna, nesse
um avanço ambiental no Rio de Janeiminado de agrotóxicos.
contexto, são escassos e representam
ro: a Lei Estadual nº 2.049/92, permi• Endurecimento do solo pelo uso excesuma fração ínfima da realidade, pois
tindo uma adaptação gradativa pelos
sivo de maquinários durante a fase de plansão referentes apenas aos animais resprodutores de um percentual para
tio e de colheita.
gatados das queimadas dos canaviais
colheita da cana crua e outro ainda da
•Assoreamento dos rios, córregos em
com vida e levados a um atendimento
cana queimada, num período de quatro
decorrência da erosão dos solos.
emergencial. Na maioria das vezes, o
anos (1993 a 1997). Ela informa: “Se
• Produção de fuligem entre outros poresgate é sem sucesso – animais como
cumprida efetivamente, desde 1998 no
luentes devido à queima da palha da cana
gatos do mato, preás, onças, tamanestado do Rio de Janeiro, o uso de fogo
para a colheita.
duás, tatus, cobras e muitos outros. É
em canaviais e qualquer outra vegeta• Prejuízos irremediáveis a fauna e flora em
grande a quantidade de animais que
ção estaria totalmente proibido.”
consequência de incêndios descontrolados.
morrem pelo fogo, pela elevada tempeRecentemente publicada, a Lei Esta• Concentração de renda e condições de
ratura (de 100º a 800ºC) ou por asfixia
dual nº 5.990/12 revoga a Lei nº 2.049/92,
trabalho degradantes para o cortador.
causada pela fumaça. Além disso, há
e por isso a queimada da palha da cana
• Risco à saúde dos trabalhadores. O proum número espantosamente maior de
continua permitida de forma controlada
cesso da queima libera hidrocarbonetos polioutros integrantes da fauna, como ine gradativa, devendo ser totalmente elicílicos aromáticos (HPAs) – componentes alsetos, pequenos roedores e pássaros,
minada somente em 2024.
tamente cancerígenos; aumenta as doenças
que são completamente incinerados e
Na Audiência Pública, os atores sorespiratórias e outras decorrentes.
sequer deixam vestígios.”
ciais diretamente envolvidos, tais como
•Aumento das despesas públicas para o
A bióloga ainda explica que muitos,
trabalhadores rurais, produtores rurais,
tratamento das doenças.
por não encontrarem mais as matas
industriais do açúcar e do álcool, órnativas que foram destruídas para imgãos ambientais/agropecuários, foram
plantação dos canaviais, têm como únifinalmente unânimes na conclusão: as
co abrigo o próprio canavial, que serve
queimadas em canaviais são danosas
para sobrevivência e procriação. Por
ao ambiente como um todo, degradanesse motivo é muito comum os animais
tes para os trabalhadores rurais e nocisilvestres se multiplicarem no meio dos
vas à saúde da sociedade. Assim, a fiscanaviais, onde muitas aves fazem seus
calização ambiental deve ser cumprida
ninhos e colocam ovos, atraídas pela
rigorosamente, por todos os órgãos do
farta oferta de insetos. Em contraparSisnama, Ibama, Inea e secretarias de
Animal em fuga
tida, atraem também predadores como
Meio Ambiente dos municípios, conforcobras e ratos, que por sua vez atraem
me as leis vigentes. n
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2º TRIMESTRE • 2014
BIÓLOGOS • 111
Dia Mundial da Saúde
Tema de 2014
aborda doenças
vetoriais
Quem domina o assunto é a bióloga Rafaela Vieira Bruno, que
trabalha no Instituto Oswaldo Cruz há 9 anos e, atualmente, é pesquisadora e chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos:
“Comecei como pós-doc, posteriormente fui efetivada após prestar
concurso público”, comenta.
Com uma equipe de quatro alunos de iniciação científica (IC),
um de mestrado, dois de doutorado e três pós-doc, o laboratório de
Rafaela estuda os ritmos biológicos de insetos vetores (mosquitos,
flebotomíneos e barbeiros) além de aspectos relacionados à genética evolutiva destes insetos.
A pesquisadora escolheu ser bióloga porque se descobriu
apaixonada por genética no último ano do ensino médio: “Resolvia todos os problemas dos livros e queria estudar doenças humanas, más formações embriológicas. Acabei trabalhando com
embriologia de insetos.”
Rafaela afirma que as doenças provocadas por vetores nem sempre são características de países subdesenvolvidos, como muitos
dizem: “No caso do dengue, por exemplo, a relação não é socioeconômica e sim de clima. A incidência do dengue é muito maior nos
países com clima tropical, por causa da relação entre as chuvas e
a eclosão dos ovos do mosquito. Como a maior parte dos países
com clima tropical é de países subdesenvolvidos, a associação (errônea) é quase que imediata. A leishmaniose também é uma doença chamada de tropical, mas ela já pode ser mais
associada a baixos níveis socioeconômicos.
O
Dia Mundial da Saúde é celebrado anualmente em 7 de
abril para marcar a data de aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cada ano um tema é selecionando, destacando-se uma área prioritária na saúde pública. A data e
as campanhas realizadas servem de oportunidade para que cada
indivíduo, em qualquer lugar do mundo, envolva-se em atividades
visando a melhoria da saúde.
Em 2014, o tema da campanha do Dia Mundial da Saúde é sobre
doenças veiculadas por vetores. Atualmente, no Brasil, as principais
doenças vetoriais (doenças metaxênicas) sujeitas a controle são:
dengue, malária, leishmanioses, doença de Chagas, febre amarela,
esquistossomose, filarioses (bancroftose e oncocercose), peste e
febre do Oeste do Nilo.
cipal doença re-emergente no Brasil. Durante quase 60 anos, de
1923 a 1982, não se apresentou registro de casos de dengue no
país. Porém, desde 1976, o Aedes aegypti foi re-introduzido, a partir
de Salvador, Bahia, e estava presente em muitos países vizinhos.
Países da América Central, México, Venezuela, Colômbia, Suriname e alguns outros do Caribe já vinham apresentando a doença
desde os anos 70 (Pedro, 1923; Osanai et al., 1983).
O combate ao principal vetor do dengue, o mosquito Aedes aegypti, consiste em medidas contra as larvas e contra os mosquitos
adultos. O vetor é o único elo vulnerável de cadeia de transmissão.
Depois da sua re-emergência, nenhum país eliminou o Aedes
aegypti. Ele tem uma enorme facilidade de adaptação as condições
ambientais. Contudo, outras atividades de controle da doença, como
a redução da sua letalidade, por meio de uma assistência técnica
oportuna e adequada, e a redução das dimensões das epidemias,
por meio de uma vigilância ambiental e epidemiológica efetivas, podem e devem ser perseguidas, pois se mostram exequíveis.
Provavelmente, o desenvolvimento de uma vacina preventiva eficaz seja o grande diferencial para modificar favoravelmente a perspectiva de controle do dengue. O IOC possui estudos sobre o tema,
mas ainda não tem nenhum resultado efetivo. n
Conselho parabeniza biólogos E
que trabalham na área de saúde
m sua FanPage, no Site e via e-mail
marketing, no dia 5 de abril de 2014 o
CRBio-02 homenageou todos os biólogos
que trabalham na área de saúde.
L
parabéns
BiOlogos!
DA
ÚDE
7 DE
RI
A M U N DI A
I
D
•
L
SA
Do trabalho que realiza, o que a Rafaela
mais gosta é da falta de rotina:
“Apesar de ter umas tarefas diárias que
preciso cumprir, o fato de todos os
dias lidar com alguma coisa nova
me fascina e me motiva.”
2º TRIMESTRE • 2014
Apesar de existir tratamento, ele é caro e, em regiões mais isoladas,
de difícil acesso. Além disso, fatores como desnutrição e imunossupressão contribuem para o agravo da doença.”
Em artigo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, escrito pelo pesquisador Pedro Luiz Tauil e disponibilizado pela bióloga Rafaela Bruno, é afirmado que a análise do
controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil necessita
considerar três aspectos: a urbanização da população, a transformação do caráter eminentemente rural dessas doenças em concomitante transmissão urbana ou peri-urbana e a descentralização do
controle para os municípios.
Mais de 80% da população brasileira vive atualmente em médias
e grandes cidades. Esse processo ocorreu de forma tão rápida e
intensa nos últimos 30 a 40 anos, que boa parte (cerca de 20%) dos
moradores urbanos vive em condições precárias de habitação e
saneamento, o que possibilitou que algumas doenças metaxênicas
passassem a ser naturalmente transmitidas em áreas peri-urbanas
ou urbanas, graças à emergência ou re-emergência de seus vetores nessas áreas. O dengue, a leishmaniose visceral e a malária
são exemplos clássicos.
O controle do dengue é um enorme desafio no mundo. É a prin-
AB
BIÓLOGOS • 111
Esse dia
também é seu.
Biólogos zelam pela
saúde da população em
nada menos que 26 áreas.
Entre elas:
• análises clínicas;
• controle de vetores e pragas;
• biologia forense;
• genética;
• reprodução humana assistida;
• saneamento;
• fiscalização e vigilância sanitária;
• vigilância ambiental;
• terapia gênica e celular;
e muitas outras.
•
14 •
•
15 •
O verdadeiro
BIÓLOGO
tem registro e ART
no CRBio
Ao contratar um BIÓLOGO, exija o seu registro no
CRBio e a Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART). Somente com esses
documentos ele é capacitado a exercer a
profissão. Cada ART registra uma atividade
desenvolvida pelo profissional e leva a
geração da Certidão de Acervo Técnico
(CAT). A CAT certifica, para efeitos legais,
todas as atividades profissionais
registradas no CRBio por meio
das ARTs emitidas.
Profissional que tem ART
tem garantia de qualidade.
Sistema
CFBio/CRBios
Download

CRBio-02: cada vez mais próximo do biólogo capixaba Biólogos