CAMPUS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL
RECUPERAÇÃO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO
CAMPUS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS - FACTO
BRUNA CECIM SILVA,
NÁDIA LETÍCIA GOMES CAVALCANTE,
LUZINEIDE CARDOSO DE ARAÚJO.
ORIENTADORA: Profa. Dra. Fábia Silva de Oliveira Lima
Palmas – TO
Junho, 2011.
RESUMO
O presente artigo tem como finalidade apresentar a importância da preservação da mata
ciliar, pelo papel que exerce na proteção dos cursos d’água contra os assoreamentos,
contaminação com defensivos agrícolas, além da conservação da fauna. As matas
ciliares são sistemas vegetais essenciais ao equilíbrio ambiental e, portanto, devem
representar uma preocupação central para o desenvolvimento rural sustentável. A sua
preservação e recuperação, aliadas às práticas de conservação, garantem a proteção de
um dos principais recursos naturais: a água. A degradação dessa área implica
diretamente na quantidade e qualidade da água e consequentemente a fauna aquática e a
população humana, além de desrespeitar a legislação, que torna obrigatória a
preservação da mesma. As principais causas de degradação são o desmatamento para
expansão da área cultivada nas propriedades e para a obtenção de madeira, além de
empreendimentos turísticos mal planejados, etc.
Palavra-Chave: Recuperação mata ciliar, app’s.
INTRODUÇÃO
Atualmente, temas relacionados ao meio ambiente estão sendo abordados cada
vez mais pela sociedade. Cada ano que se passa o homem vem destruindo o meio em
que vive, usufruindo desse para se enriquecer sem a devida preocupação com os efeitos
futuros que podem causar ao planeta e futuro da humanidade. Quando ocorre um
desmatamento em certa área, todo o ambiente ao seu redor é afetado prejudicando a
biodiversidade do local, empobrecimento dos solos, enchentes dos rios, clima e bem
como extinção de varias espécies da fauna e da flora, as mudanças climáticas locais,
erosão e o assoreamento dos cursos de água.
Numa escala global, o desmatamento tem contribuído para os problemas
ambientais que atingem a humanidade na atualidade, como o efeito estufa, a escassez da
água, em determinadas regiões e principalmente as mudanças climáticas. Nesse
panorama, as matas ciliares não escaparam da destruição, pelo contrário, foram alvo de
todo tipo de degradação. Em razão do processo de urbanização muitas cidades foram
formadas as margens de rios, eliminando-se as matas ciliares; e muitas acabam pagando
o preço por isso através de inundações constantes. (CRESTANA, 2006)
Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão antrópica por
uma serie de fatores, são as áreas diretamente mais afetadas na construção de
hidrelétricas, na região de topografia acidentada, são as áreas preferenciais para
aberturas de estradas, para a implantação de culturas agrícolas e de pastagens, para os
pecuaristas representam obstáculos de acesso para o gado ao curso de água etc.
(CRESTANA, 2006)
A degradação das matas ciliares além de desrespeitar a legislação, que torna
obrigatória a preservação das mesmas, resultam em vários problemas ambientais. As
matas ciliares funcionam como filtros, retendo restos de agrotóxicos poluentes e
sedimentos que seriam transportados para o curso de água afetando diretamente a
quantidade e a qualidade da água e consequentemente a fauna aquática e a população
humana. (MARTINS & DIAS, 2001). São importantes também como corredores
ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da
fauna e do fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões
com topografias acidentada, exercem a proteção do solo contra processos erosivos.
Essas peculiaridades ambientais conferem as matas ciliares um grande aparato
nas leis, decretos e resoluções visando a sua preservação. O Código florestal (Lei n
4.771/65), de 1965 inclui as matas ciliares na categoria de Áreas de Preservação
Permanente-APP. Assim, toda vegetação natural (arbóra ou não) presente ao longo das
margens dos rios e ao redor das nascentes e de reservatório, por lei deve ser preservada.
(MARTINS & SEBASTIÃO VENÂNCIO, 2007). De acordo com o artigo 2º dessa Lei,
a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso
de água.
Diante do exposto o objetivo trabalho e enriquecer a mata ciliar do Campus de
Ciências Agrárias e Ambientais que se encontra degradadas através do plantio de
vegetação nativa buscando uma harmonia entre o ambiente nativo e a ocupação
humana. Sendo que o objetivo final é esperara-se com esse trabalho recuperar o
problema através do uso de espécies nativas para propiciar a ocorrência de processos e a
sucessão ecológica (pioneiras, secundarias e clímax).
1. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONCEITO DE MATA CILIARES
Segundo CRESTANA (2006) as matas ciliares constituem uma formação
florestal típica de áreas restritas ao longo dos cursos d água e nascentes em locais
sujeitos a inundações temporárias. Pela sua estratégica localização essas matas tem
vocação de servirem como corredores naturais de ligação entre fragmentos e reservas
florestais exercem papel fundamental na manutenção da qualidade da água, na
conservação da biodiversidade e do patrimônio genético da flora e da fauna.
Segundo POLETO (2010) o termo mata ciliar se refere às formações vegetais que
margeiam o curso d´água, sendo empregado, costumeiramente, como sinônimo de mata
de galeria ou ripária. Matas ciliares tem relação direta na manutenção da qualidade de
recursos hídricos, pois são extremamente importantes para impedir e reduzir o
assoreamento de corpos d´agua ao impedir a erosão da borda, o solapamento de
margens e o carregamento de material em suspensão para dentro dos corpos de água por
meio do sistema radicular.
Segundo MARTINS (2007) essas peculiaridades ambientais conferem as matas
ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando a sua preservação. O
código florestal (LEI N° 4.771/65), desde 1965, inclui as matas ciliares na categoria de
áreas de preservação permanente - APP. Assim, toda a vegetação natural (arbórea ou
não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios,
por lei, deve ser preservada.
Segundo TELES (2010) as matas ciliares são áreas de preservação
permanente e constituem espécies de espaços territoriais especialmente protegidos,
previsto. Pelo inciso III do 1° do art. 225 da CF/88. Em sua redação original
considerava como faixa de preservação permanente, para as florestas e demais formas
de vegetação natural situadas aos longos do curso d´agua, uma área marginal de cinco
metros para rios com menos de dez metros de largura, e de igual ou metade da largura
para os cursos com medida de dez a duzentos metros, e de cem metros para todos os
cursos com largura superior a duzentos metros. Esta metragem teve vigência de
15/09/65 a 15/07/78.
2.2 IMPORTÂNCIA DAS MATAS CILIARES NA CONSERVAÇÃO DOS
RECURSOS HIDRICOS/QUALIDADE DO SOLO
Segundo TELES (2010) as matas ciliares ocupam as áreas mais dinâmicas
da paisagem, tanto em termos hidrológicos, como ecológicos e geomorfológicos sendo
o termo ribeirinho o que melhor representa a diversidade de condições ecológicas desse
ambiente. Essas áreas ,também chamadas de zona riparia ,estão intimamente ligadas ao
curso d´agua ,mas os seus limites não são facilmente demarcados.em tese,os limites se
estenderiam ate o alcance da planície de inundação.
Segundo POLETO (2010) as matas ciliares são importantes do ponto de
vista hidrológico posto que protejam nascentes aumentam o tempo de detenção das
águas e conectam as áreas inundadas (terras baixas) e não inundadas (terras altas)
atuando sobre diversos processos tais como infiltração, escoamento e ciclagem de
nutrientes.
Segundo MOTA (2007) as matas ciliares tem grande importância
ambiental, podemos destacar a cobertura vegetal que contribui para a fertilidade do solo,
por meio das folhas, frutos e outros materiais orgânicos. A vegetação proporciona
proteção do solo contra a ação da chuva e do vento, reduzindo o feito erosivo dos
mesmos. Assim as plantas amortecem o impacto das gostas da chuva sobre o solo,
favorecendo a infiltração da água e, consequentemente, diminuindo o escoamento
superficial.
Segundo COGO & SCHWARZ (2003) uma das consequências do desmatamento da
mata ciliar e a erosão que e uma das formas mais prejudicial de degradação do solo.
Além de reduzir sua capacidade produtiva para as culturas, ela pode causar sérios danos
ambientais, como assoreamento e poluição das fontes de água. Contudo, usando
adequado sistema demanejo do solo e bem planejadas práticas conservacionistas de
suporte,
os
problemas
de
erosão
podem
ser
satisfatoriamente
resolvidos.
Fundamentalmente, o processo de erosão hídrica do solo pela água da chuva é
condicionado pelos fatores chuva, solo, topografia, coberta, manejo, práticas
conservacionistas de suporte e irrigação inadequadas.
2.4 RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES
Segundo MARTINS (2007) um aspecto importante a ser considerado, ao se planejar
a restauração de uma determinada área ciliar degradada, diz respeito à matriz
vegetacional onde essa área esta inserida. Numa matriz vegetacional caracterizada por
culturas agrícolas, como extensas plantações de soja ou algodão, por exemplo, comuns
em alguns estados do centro oeste ou por pastagens dependendo do tipo de degradação e
histórico de uso a que a área foi submetida.
Segundo MOTA (2008) a recuperação de uma área degradada pode ser
entendida como o retorno do local a uma forma de utilização de acordo com o plano
preestabelecido para uso do solo, implicando em uma condição estável, que será obtida
em conformidade com os valores ambientais, econômicos, estéticos e sociais de
circunvizinhança.
Recuperação deve ser entendida como um termo genérico que inclui todos os aspectos
de qualquer processo que leve uma nova utilização da área degradada. (IBAMA, 1990
apud MENDES FILHO, 2004).
Segundo KERSHNER & GANDOLFI (1996) reconstruir ou reorganizar um
ecossistema florestal ciliar a partir de uma abordagem cientifica, implica em conhecer a
complexidade dos fenômenos que se desenvolvem nestas formações, compreender os
processos que levam a estruturação e manutenção destes ecossistemas no tempo de
utilizar estas informações para elaboração, implantação e condução de projetos de
restauração dessas formações ciliares.
2.5 METODO DE RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL
Segundo CRESTANA (2006) a escolha do método de recomposição
florestal mais adequado para uma determinada área vai depender de vários fatores,
dentre os quais se destacam: o grau de degradação da área, o histórico da área, a
disponibilidade de sementes e mudas no mercado, a existência de máquinas e
implementos agrícolas e dos recursos financeiros disponíveis para tal fim. Deve-se ter
sempre como referência os processos naturais de recuperação da floresta e lembra que o
modelo de revegetação a ser adotados não implica necessariamente no plantio de
mudas. Em muitos casos, o simples isolamento da área já e suficiente para que ela se
recupere gradual e naturalmente.
Um dos modelos recomendados trata-se do plantio em linhas com espécies
pioneiras e não-pioneiras. Esses modelos baseiam-se na premissa de que as espécies
pioneiras fornecerão sombra para as não- pioneiras que as substituirão ao longo do
tempo. Além disso, espera-se que com o tempo, a entrada natural de sementes no
sistema se encarregue de aumentar sua diversidade. Nesse modelo de plantio as
pioneiras e não- pioneiras pode ser realizado simultaneamente ou em diferentes épocas.
No segundo caso procura-se fornecer melhores condições de sombreamento as mudas
das espécies não pioneiras, por um período de dois anos. O plantio escalonado pode
representar maior custo em relação ao plantio simultâneo, mas como se espera maior
sobrevivência das mudas de não-pioneiras, em razão do maior sombreamento há uma
tendência de equilíbrio nos custos dos dois sistemas de plantio.
O sucesso desses modelos pode ser avaliado em dois aspectos: o primeiro
diz respeito à efetiva proteção do solo contra processos erosivos e, consequentemente,
curso d’ água contra o assoreamento, bem como a redução da infestação de gramíneas
agressivas. Essa proteção pode ser avaliada em termos de simples sobrevivência e do
crescimento das mudas plantadas, bem como da cobertura de copas que estas
proporcionam ao longo do temo. O segundo aspecto engloba a recuperação de fatores
essenciais para a sustentabilidade do sistema, ou seja, a diversidade de espécies, a
atração e conservação da fauna, a ciclagem de nutrientes etc. (CRESTANA,2006)
A utilização de várias espécies, formando grupo de pioneiras e de não
pioneiras, é um modelo complexo que apresenta, como maior vantagem, a formação de
uma floresta com maior diversidade, e, portanto mais semelhante a uma mata nativa em
formação. A floresta resultante tende a fornecer maior proteção ao solo, apresentar custo
mais baixo ao longo do tempo, por exigir pouca manutenção, e ser menos susceptível a
danos causados por pragas, doença e por fatores ambientais como geadas e estresse
hídrico. Por utilizar a combinação de várias espécies de diferentes grupos ecológicos,
esse modelo é bastante flexível permitindo uma série de adaptações como, por exemplo,
a variação na proporção de plantas de cada espécie, de acordo com suas densidades em
condições naturais.
3. METODOLOGIA
3.1 DESCRIÇÃO DAS CARACTERISTICAS DA ARÉA DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE
No Campus de Ciências Agrárias e Ambientais da Faculdade Católica do
Tocantins, possuem uma área de preservação permanente que sofreu alterações em
razão do processo de urbanização ao longo dos últimos anos. Esta área se caracteriza
por apresentar uma encosta de morro, nascentes e curso d’águas. Este ecossistema é
caracterizado por relevo de ondulação com canais de drenagem natural delimitado,
desembocando no córrego, afluente do Taquarussu Grande.
Esta área de preservação permanente na sua condição natural se concentra
em uma área de Cerrado, caracterizado por árvores e arbustos de troncos tortuosos
revertidos por casca grossa, com folhas coriáceas duras e brilhantes ou revertidas pelos,
em área de solos arenosos, ácidos e de baixa fertilidade mineral. Atualmente, nesta área
ocorre nessa vegetação fragmentada com poucas espécies arbustivos-arbóreas, algumas
palmeiras isoladas, algumas espécies herbáceas e predominado uma pastagem
degradada (Andropogon sp.) situa vegetação que recobre a área e cerrado aberto com
transição e campo limpo.
Segundo a classificação internacional de Köppen, o clima da região é do tipo
C2wA’a’- Clima úmido subúmido com pequena deficiência hídrica, no inverno,
evapotranspiração potencial média anual de 1.500 mm, distribuindo-se no verão em
torno de 420 mm ao longo dos três meses consecutivos com temperatura mais elevada,
apresentando temperatura e precipitação média anual de 27,5º C e 1600 mm
respectivamente, e umidade relativa média de 80 % (INMET, 2011).
O solo da área em estudo foi previamente classificado como Associação de
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO concessionário ou não textura média e argilosa
relevo suave ondulado + SOLOS CONCRECIONÁRIOS INDISCRIMINADOS Tb textura
indiscriminada relevo suave ondulado e ondulado ambos DISTRÓFICOS (EMBRAPA,
1999).
3.2 PROCEDIMENTOS VISANDO RECUPERAÇÃO DAS MATAS CILIARES
3.2.1 Preparo da Área
Durante a limpeza do local restringiu-se uma roçagem para que não houvesse remoção
do solo, mas que eliminasse as espécies competidoras. Em razão da irregularidade da
área foi necessário a realização de sulcamento que serviu para amenizar o processo de
escoamento da água e também para o plantio das mudas.
3.22
Escolha do espaçamento das mudas
Segundo estudos de levantamentos realizados em áreas de floresta tropical
têm relevado que a densidade de árvores adultas e matas naturais, e de 800 a 1000
indivíduos por hectare. Nos plantios estimulados pelo menos metades das mudas são
devem ser espécies pioneiras, as quais tem o importante papel de recobrimento do solo.
Já a outra metade e composta por espécies secundárias e clímax, as quais tem um ciclo
de vida longo, sendo árvores definitivas no futuro. Com base nesses estudos de
levantamentos, neste trabalho foram adotadas metodologias seguindo estes critérios de
grupos ecológicos das espécies nativas. Portanto, as espécies plantadas tiveram os
seguintes espaçamentos: 4 metros entre pioneiras, 8 metros entre secundárias, e 10
metros entre clímax (Figura 01).
P
P
S
P
P
P
C
P
P
S
LEGENDA
P
P
P
S
P
C
P
P
P
C
P
S
P
P
P
C
P
P. Pioneiras, Secundárias, C .clímax.
Figura 01. Disposição das mudas no campo (APP).
3.2.3 Escolha das espécies nativas para revegetação da área
Para a recuperação da mata ciliar do Campus de Ciências Agrárias e
Ambientais, da Faculdade Católica do Tocantins foram escolhidas no seu próprio
viveiro de produção de mudas os grupos ecológicos a serem utilizados: pioneiras,
secundárias e clímax. As espécies pioneiras selecionadas foram a mangaba (nome
científico), aroeira (Schinus molle), chichá (Sterculia, apelata) ipê roxo (Tabebuia
heptaphylla) e imbaúba (Cecropia pachystachya). A espécie do grupo das secundárias
escolhida foi o jacarandá (Mimosaefolia, cuspidifolia) e a clímax foi o jatobá
(Hymenaea courbaril).
As pioneiras são muito comuns, e geralmente há muito poucas espécies na
floresta foram escolhidas, pois crescem e recobrem rapidamente as clareiras.
Normalmente temos somente três espécies pioneiras arbóreas em uma clareira natural.
A mangaba é uma árvore que pode atingir os sete metros de altura,
pertencendo à família das apocináceas, seu látex e usado para fazer uma borracha da cor
rosada, a madeira é de cor avermelhada, com folhas e formato elíptico e flores grandes.
Um fruto comestível utilizado na fabricação de sucos sorvetes, doces e bebidas
vinhosas. Na medicina popular o chá da folha serve para combater o diabetes e a
obesidade, a casca serve para males do pulmão e do fígado, bem como para câimbras e
luxações. É nativa do Brasil, sendo encontrada também no Paraguai e no leste do Peru.
A aroeira, e da família das anacardiáceas, suas características morfológicas e são de
árvore encorpada, de copa densa e bem distribuída, a aroeira-vermelha tem altura entre
5 e 10 metros, com troncos revestidos de casca grossa. A largura média fica entre 30 e
60 centímetros de diâmetro. As flores são miudinhas e os frutos, vermelhos. É de
origem do Brasil e sua ocorrência natural está no Pernambuco até o Mato Grosso do Sul
e Rio Grande do Sul, em vários tipos de formações vegetais. Também é encontrada no
Uruguai, Argentina e Paraguai. . E uma árvore que se adapta muito bem em qualquer
solo, de seco e pedregoso a dunas e banhados.
O chicha é de origem da Floresta atlântica, principalmente no Estado de São Paulo,
Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro, Brasil. Suas características de
árvore de porte grande, crescendo de 8 a25 metros de altura com tronco castanhoamarelado de 30 a60 cm de diâmetro. A copa é arredondada quando a planta esta
isolada, podendo alcançar o chão. As folhas são grandes, trilobalas (com três recortes ou
pontas), caducas (que caem no inverno) e tomentosas (cobertas de pelos) na face
inferior. As flores nascem agrupadas em panículas cônicas terminais. Arvore de
crescimento rápido que resiste a baixas temperaturas (até -4 graus), vegeta bem em
qualquer altitude. O solo pode ser profundo, úmido, neutro, com constituição arenosa ou
argilosa (solo vermelho) e até pedregoso, sendo assim ótima para o uso no
reflorestamento.Sementes são cilíndricas e arredondadas, com uma pele preta que se
desprende à medida que vai secando. Germinam em 30 a 40 dias se forem plantadas
imediatamente após colhidas, as mudas crescem rápido tanto no sol como na sombra e
iniciam frutificação com 6 a 7 anos. Os frutos são avermelhados quando maduros, são
semelhante a um trevo com 4 ou 5 cápsula, cada uma contendo de 5 a 8 sementes, que
tem uma amêndoa saborosa, consumida in natura ou torrada
O ipê roxo é notável pela sua beleza. Seu nome deriva da família das Bignoniáceas, que
são facilmente encontradas em todo o território nacional. Sua árvore é alta, com uma
copa bem grande, e nos meses de Julho à Setembro (época da floração) perde totalmente
as folhas para dar lugar às flores. Favorece a multiplicação de glóbulos vermelhos,
responsáveis por levar oxigênio às células. Possui poderes anti-inflamatórios e na
dissolução de tumores. A casca da árvore também pode ser usada para lavar as feridas
da Impingen, doença contagiosa da pele, causada por micróbios e bactérias. E usada à
flor, a casca, através do chá. Pode chegar até 30 metros de altura podendo atingir 90 cm
de diâmetro. Os ramos dicotômicos, tortuosos e grossos formam uma copa
moderadamente ampla e globosa.
O tronco, mais ou menos reto e cilíndrico, possui casca pouco espessa e
escura, fissurada longitudinalmente e descorticante em placas grandes. A casca
apresenta coloração pardo-cinzenta. As raízes são vigorosas e profundas. As folhas, de
coloração verde-escura, são opostas, decícuas, compostas, digitadas, longamente
pecioladas e com os bordos serrilhados. Cada folha é composta por 5 a 7 folíolos,
glabros, com ápice agudo. A flor, roxo-violácea, é pouco pilosa. São muito abundantes,
nascendo nos ramos ainda sem folhas, com lenho adulto. O cálice é pequeno,
campanulado e a corola campanulada-afunilada. O fruto, seco e deiscente, é linear ou
sinuoso, estriado, muito longo, podendo atingir até mais de 50 cm, de coloração preta.
As cápsulas são bivalvares do tipo síliqua, semelhante a uma vagem estreita e comprida,
atenuada pra dentro. As sementes aparecem em grande quantidade e são grandes e
aladas. Medem de 2,5 a 3 cm de comprimento e cerca de 6 a 7 mm de largura. São
acastanhadas e membranáceas mais ou menos brilhantes. (LONGHI, 1995).
Imbaúba são plantas características de solos úmidos, beira de rios, córregos, brejos e
lagoas. Ocorreram também em bordas e clareiras de matas em processo de regeneração,
e têm preferência pelos locais ensolarados. Raras no interior de matas fechadas.
Florescem de setembro a outubro e frutificam de maio a junho. O desenvolvimento das
plantas no campo é rápido. Os frutos são procurados pelas aves e servem também de
alimento a várias espécies de peixes, como o pacu, a piracanjuba e outros. Os brotos e
frutos da imbaúba são alimentos habituais da preguiça, o que justifica o nome de árvoreda-preguiça, pelo qual também é conhecida. Pelo nome de imbaúba, embaúba ou
umbaúba são conhecidas cerca de cinquenta espécies, distribuídas por quase todo o
Brasil, do gênero Cecropia, família das moráceas, a mesma da amoreira. São árvores de
8 a 25m de altura, com o caule reto articulado em nós sólidos e entrenós ocos. Em geral
só na parte mais alta existem galhos, que têm a mesma conformação do caule e
sustentam as folhas grandes e ásperas, quase sempre verde-escuras por cima e
esbranquiçadas por baixo.
Todas as espécies de imbaúba são típicas de áreas quentes e úmidas e
vegetam com particular exuberância em grotas e formações análogas.
As espécies secundárias são chamadas de plantas emergentes, pois chegam
ao teto da floresta necessitem do sol para seu melhor desenvolvimento, sendo ideal para
reflorestamento., crescem rápido como as pioneiras, porém não formam banco de
sementes. Espécie escolhida foi o jacarandá.
O jacarandá tem altua de 15-25 metros, com tronco de 40-80 cm de diâmetro. Folhas
compostas pinadas de 5-8 cm de comprimento, com 11-17 folíolos glabrescentes de 1215 mm de comprimento. A madeira e moderadamente pesada (densidade 0,87 g/cm3),
bastante decorativa, muito resistente, de longa durabilidade natural, é própria para
mobiliário de luxo, sendo mundialmente conhecido seu emprego na construção de
piano; empregada também para acabamentos internos em construção civil, como
lambris, molduras, portas, rodapés, para folhas faqueadas decorativas, revestimento de
móveis, caixas de rádios e televisões, peças torneadas, instrumentos musicais, etc. A
árvore é muito ornamental, principalmente pela folhagem delicada e forma aberta de
sua copa; é largamente empregada no paisagismo em geral. Como planta rústica e
adaptada a terrenos secos é ótima para plantios mistos em terrenos degradados de
preservação permanente.
A espécie clímax ocupa uma posição intermediária no que se refere á
estrutura genética, uma vez que suas populações são de tamanho médio e não estritas a
áreas de clareiras, normalmente ocorrendo em ‘manchas’ na floresta.
o jatobá. As de maior porte podem atingir 15 a 20 metros de altura e 1 metro de
diâmetro do tronco e as do cerrado, 6 a 9 metros de altura e 0,30 a 0,50 metro de
diâmetro do tronco. As folhas são compostas de 2 folíolos inteiros com 6 a 15
centímetros de comprimento cada. Os folíolos das espécies do cerrado são ásperos ao
tato e de consistência coriácea (quebradiços ao dobrá-lo), enquanto que as demais são
lisas e brilhantes. As flores de todas as espécies são brancas, com exceção da
Hymenaea rubriflora que são vermelhas. Os frutos variam de 7 a 20 centímetros de
comprimento e formato subcilíndrico. A cor da casca dos frutos em desenvolvimento é
verde e à medida que se aproxima da maturação, torna-se marrom à vermelhoacastanhada. No interior de cada fruto contém 1 a 6 sementes envoltas por uma polpa
seca, farinácea, comestível, de sabor e cheiro característico. As sementes são
arredondadas a ovais, com 1,5 a 2 centímetros de comprimento e de cor castanho a
preta.
3.2.4 Procedimento para a realização do plantio das mudas.
As espécies nativas foram produzidas no viveiro de mudas da Faculdade
Católica do Tocantins. Após um processo de seleção, estas mudas foram transferidas
para o local a serem plantadas, ou seja, para recompor a vegetação da mata ciliar. Logo
após o sulcamento da área, foram abertas covas localizadas no próprio sulco. As covas
foram realizadas com uma profundidade aproximadamente de 30 cm.
O plantio das mudas foi realizado no mês de abril,na área considerada de preservação
permanente do campus de ciências agrárias e ambientais .
Para isso as mudas foram manejadas pelo recipiente para evitar danos ao sistema
radicular e a quebra do ponteiro. No momento do plantio o recipiente plástico foi
retirado cuidadosamente é adicionado junto ao solo extraído da cova 100 gramas de
calcário e 1 litro e adubo orgânico. As mudas foram distribuídas conforme a
metodologia estabelecida, considerando diferentes espaçamentos e as categorias de cada
espécie (pioneira secundária e clímax).
3.2.5 Procedimento para tratos culturais
Os procedimentos utilizados para que as mudas não morressem foi à
realização da limpeza até que as plantas atingissem um porte suficiente para dominar a
vegetação invasora através da utilização de roçadeiras antes do plantio. Quando as
plantas atingirem de 35 a 40 cm deverá ser tutoradas, para que o seu desenvolvimento se
torne ereto, permitindo melhor formação da copa.
Os cuidados a serem tomados após o plantio são sempre que se for
necessário o combate às formigas cortadeiras, irrigação quando as condições climáticas
forem desfavoráveis, capina ou roçada nas entrelinhas ou ao longo das linhas de plantio,
ou ainda coroamento individual ao redor das mudas.
Outra prática recomendada é a inspeção periódica para controles
preventivos, mantendo as plantas sempre livres de ramo doentes ou atacados por pragas,
efetuando-se a poda de limpeza e destruindo o material contaminado por enterro ou
fogo
3.3 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Atividades
Preparo da área
JAN
MAR
MAIO
FEV
ABR
JUN
X
X
Preparo do solo
X
Escolhas das mudas
X
Estaqueamento
X
X
Coveamento
X
X
Adubação
X
X
Plantio
X
X
Acompanhamento do
X
X
plantio
X
X
Projeto escrito
X
X
Defesa do Projeto
X
X
4. PLANILHA DE CUSTOS
Tabela 01. Custo para repovoamento e recuperação de 1 ha de mata ciliar com espécies
nativas do cerrado.
Materiais
Mudas
Fertilizantes
Enxada
Trator
Grade Aradora
Homem
Estacas
Cavadeira
Esterco
Custo Total
Unidade métrica
Unidade
Kg
Unidade
Horas/trabalho
Horas/trabalho
Horas/trabalho
Unidade
Unidade
Kg
Quantidade
35
3
1
2
2
3
35
1
20
5. CONSIDERÇÕES FINAIS
Preço (Uni)
R$ 5,00
R$10 ,00
R$ 25,00
R$ 80,00
R$ 20,00
R$ 10,00
R$ 3,00
R$ 10,00
R$ 2,00
Preço total
R$ 175,00
R$ 30,00
R$ 25,00
R$ 160,00
R$ 40,00
R$ 30,00
R$ 105,00
R$ 10,00
R$ 40,00
R$ 615,00
O processo de regeneração vegetal das matas ciliares inseridas na
fitofisionomia do Cerrado é muito mais rápido e diferente da sucessão que ocorre nas
matas de florestas tropicais onde acontece a sequência sucessional: pioneiras,
secundárias e as clímax. No presente estudo, umas das metodologias estabelecidas
durante o repovoamento vegetal em área localizada na mata ciliar do Campus de
Ciências Agrárias e Ambientais da FACTO, foi o plantio simultâneo com espécies
pioneiras e não pioneiras simultaneamente. Contudo, a avaliação do desenvolvimento
dessas plantas deverá ser realizar a longo prazo com base em observações de algumas
características como a capacidade de estabelecimento, altura da planta, diâmetro do
caule, intervalo de tempo de florescimento e frutificação dentre outros. Sendo assim,
essas informações possibilitará concluir se a metodologia aplicada através do critério
dos grupos ecológicos e espaçamentos utilizados foram adequados neste ecossistema.
Recomenda-se que seja realizado frequentemente um monitoramento da
área após o plantio das mudas, pois esta é uma atividade muito importante para permitir
o desenvolvimento das plantas, durante o estabelecimento inicial. Evitando, de certa
forma, o ataque de pragas e doenças, realizando-se quando necessário uma adubação de
manutenção, podas e replantio das mudas que morreram.
Vale ressaltar, que o plantio das mudas ocorreu no final o período chuvoso, o
que poderá inviabilizar desenvolvimento rápido das espécies com a chegada do período
de estiagem. Embora, a área escolhida para implantação da mudas apresenta um solo
úmido em razão da presença de uma nascente próxima. Recomenda-se que o plantio
deve ser realizado no inicio do período chuvoso, caso contrario deve ser utilizado meios
de irrigação.
Nos aspectos ecológico e biológico, a regeneração natural é o sistema mais
eficiente e econômico para restaurar a vegetação com espécies de cerrado. Entretanto,
em áreas degradadas, compactadas, com solos desgastados ou erodidos, infestadas de
formigas e cupins ou dominadas por gramíneas invasoras, áreas com diversidade de
espécies pouco representativas ou apresentando baixa resiliência, recomenda-se o
sistema de recuperação através do plantio de mudas.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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permanente, voçorocas, taludes rodoviário e de mineração/ Sebastião Venâncio MartinsViçosa, MG.
RODRIGUES, R R. (2000) Matas Ciliares: Conservação e Recuperação / SP. Ed. da
Universidade de São Paulo.
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recuperação da área de preservação permanente do campus