1. 2005
Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil
ISSN 1518-6091 RG. BN 217.147
Sandvik Coromant do Brasil
1
Já é lugar comum discutir os efeitos da globalização, seus
prós e contras. Porém, essa acirrada disputa por market share ou,
simplesmente, ganhar as rédeas do mercado, não é nem um
pouco nova. Desde que o mundo é mundo, os povos disputaram a
conquista, preservação e ampliação de seu próprio “espaço” de
ação. E o que fez a diferença de quem sempre esteve à frente foi,
sobretudo, o know-how tecnológico e aí se incluem boas estratégias de gestão de recursos, visão empreendedora, criatividade e,
sobretudo, capacidade de inovar, para citar alguns. Lembremos,
por exemplo, do período das grandes navegações, que revolucionou a tecnologia da época, com o astrolábio, a bússola, a pólvora. Por outro lado, a tônica do novo milênio não se limita mais a
isso. A sociedade do conhecimento intensivo, como pontuado na
seção Suprimentos; a quantidade enorme de consultas ao site do
CIMM; a ousadia de empresas de consultoria em sistemas de
gerenciamento e automação como a Adept, que acaba de ganhar
o prêmio Talentos Empreendedores; a importância de sistemas
da tecnologia da informação, auxiliares de processo e de produção, como os softwares CAD/CAM e as pesquisas constantes em
busca de otimização e refinamento de materiais, ferramentas,
processos, para redução de custos, facilitação de rotinas de trabalho; o intercâmbio de práticas, etc., nos mostram que a necessidade de informação é muito grande. Estarmos bem informados
tornou-se praticamente um dever, cabendo, por exemplo, às empresas, o papel de captar informações, reprocessando-as continuamente e disponibilizando-as a seus respectivos colaboradores e clientes. Em ano de FEIMAFE (9 a 14 de maio) o setor
necessita de informações suplementares e atualizadas para suas
tomadas de decisão. Nesta edição, a OMU oferece um pouco
desse universo, no intuito de continuar contribuindo para a
vida profissional de seus leitores. Faça você também essa viagem, lembrando que nossos descobridores lançaram-se aos
mares em busca de novas terras e invariavelmente descobriram
um mundo bem mais amplo.
Índice
Suprimentos
Vantagem competitiva através da logística:
o ponto de vista de marketing .......................................................................... pág. 04
Ponto de Vista
Motores, Canetas e Papéis ................................................................................. pág. 08
Empreendedores
ADEPT: ousadia para começar e
sustentar um empreendimento de sucesso ............................................................. pág. 12
Produtividade
Fresamento de Bimetálicos ................................................................................ pág. 18
Interface
CIMM: Interesse crescente leva portal
a 10 milhões de acessos .................................................................................... pág. 23
Pesquisa & Desenvolvimento
Sistemas de Resfriamento influenciam
a produção de moldes e matrizes ........................................................................ pág. 25
Gestão Empresarial
CoroMill 210 incrementa parceria com a Valtra ...................................................... pág. 32
O TS
A importância do CAD/CAM na
usinagem contemporânea .................................................................................. pág. 36
Destaques ..................................................................................................... pág. 43
Contatos ....................................................................................................... pág. 46
2
O Mundo da Usinagem
O Mundo da
Usinagem
O Cerne da Produtividade
O desenvolvimento apresentado pelo mercado brasileiro
durante o primeiro trimestre de 2005 só confirma nossas
Publicação trimestral da Divisão
expectativas estabelecidas no final do ano passado. Nosso
Coromant da Sandvik do Brasil S.A.
mercado, apesar dos terríveis problemas de seca que tivemos
ISSN 1518-6091 RG.BN 217.147
em uma região tão importante como a região sul, com
e-mail:
conseqüências negativas em nossa produção agroindustrial,
[email protected]
apresenta fortes sinais de crescimento contínuo, fato este
SANDVIK DO BRASIL
Presidente: José Viudes Parra
que não vivenciávamos há muito tempo.
DIVISÃO COROMANT
O grande crescimento, no entanto, vem de nossas
Diretor Coromant
exportações, que batem recordes consecutivos, mês após
Cláudio José Camacho
mês, comprovando que realmente o mundo descobriu o
Gerente de Marketing e Treinamento
potencial do mercado e do povo brasileiro. Cabe a nós,
Francisco Carlos Marcondes
agora, darmos continuidade a este desenvovimento, fato
Coordenadora de Marketing
Heloisa Helena Pais Giraldes
este que não é de simples execução. Da mesma forma
que as exportações são importantes para o Brasil, outros
Assistência ao Marketing
Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos
países também muito competitivos dependem dela para seu
Daiane Miranda
próprio desenvolvimento, o que nos traz um desafio enorme
Conselho Editorial
na manutenção de nossos planos.
Nivaldo L. Coppini, Adriano Ventura,
José Carlos Maciel, Tadeu B. Lins,
Alguns pré-requisitos muito importantes que nos levaram
Francisco C. Marcondes, Roberto
ao aumento de nossos negócios no âmbito mundial, como
Saruls, Heloisa H. P. Giraldes,
baixos custos de produção, flexibilidade e qualidade, já não
Marlene Suanno, Aryoldo Machado,
José Edson Bernini e Fernando G. de
são mais diferenciais para futuros negócios, pois estes
Oliveira
mesmos países que falamos acima, também podem oferecer
Coordenadora da publicação
condições semelhantes. O diferencial de hoje e que também
Vera Lúcia Natale
terá uma importância muito maior no futuro é a
Editoria:
competitividade que nós poderemos alcançar em cada uma
Depto. de Marketing da Divisão
Coromant
das atividades que executamos. Devemos ser cada dia mais
Responsável:
competitivos através do aumento constante de nossa
Francisco C. Marcondes
produtividade, em todas as coisas que fazemos, por
Jornalista responsável
Heloisa Helena Pais Giraldes MTB 33846 menores que elas possam parecer.
Muitos autores já afirmaram que a fase das grandes
Propaganda:
Gerente de contas
invenções que traziam grandes reduções financeiras
Thaís Almeida
já passou, e que agora o vencedor será aquele que
Tel.: (11) 6335-7558
Cel.: (11) 9909-8808
conseguir fazer muitas pequenas reduções de centavos,
Fotógrafos
constantemente, pois a diferença entre a vitória e a
Izilda França
derrota estará nos centavos. A tarefa é árdua, porém
Lio Simas
certamente trará resultados positivos.
Criação, Ilustração,Editoração:
Embora eu já tenha abordado este tema em outros
Arte Gráfica
momentos,
acredito deva ser ele repetido inúmeras
Revisor: Fernando Sacco
Fotolito:
vezes, até que passemos a incorporar este conceito
Gráfica:
e aplicá-lo de uma forma muito natural, fazendo parte
Tiragem: 25.000 exemplares
integrante de nossas vidas. Quando conseguirmos
isso, aí sim, teremos certeza de estarmos prontos
para os futuros desafios, e que podemos transmitir
estes ensinamentos para nossos filhos e para nossas
Av. das Nações Unidas, 21.732 gerações futuras.
Santo Amaro - São Paulo - SP
Boa leitura!
Devemos ser
cada dia mais
competitivos
através do aumento
constante de nossa
produtividade, em
todas as coisas que
fazemos, por
menores que elas
possam parecer.
Cláudio José Camacho
Diretor - Coromant
CEP 04795-914
Sandvik Coromant do Brasil
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Vantagem competitiva através
da logística: o ponto de vista
de marketing
Imagine-se na seguinte situação: sentado em frente
à televisão, no intervalo do seu programa favorito,
prestando pouca ou nenhuma atenção às peças
publicitárias veiculadas e, de repente, uma em
especial chama sua atenção: é uma propaganda
de um novo iogurte, feito para quem se preocupa
com saúde e qualidade de vida, com sabores
variados, a embalagem é prática para carregar
na mala do laptop (no caso dos homens) ou
na bolsa (no caso das mulheres).
I
mediatamente você imagina
qual seria o preço médio deste
novo produto no ponto de venda
e decide-se a, no dia seguinte, passar no supermercado e comprá-lo.
Produto certo, para o cliente
certo, comunicado da forma certa. Final feliz da história? Não.
Porque, no dia seguinte, o cliente foi ao supermercado em que
costuma comprar e não encontrou o produto a que foi apresentado na noite anterior.
Frustração? Não, porque havia um produto similar, de um
concorrente, cujas características
eram semelhantes e, afinal, o cliente já conhecia as características
que procurava num iogurte para
mercado adulto.
Edith F. Wagner
Diretora da PRÓ-MARKETING. Professora do IBMEC e GVPEC.
Marcelo L. D. S. Gabriel
Gerente de Exportação e Marketing da ArvinMeritor do Brasil.
Professor da Universidade São Marcos.
4
O Mundo da Usinagem
Então, onde está o problema?
O cliente não ficou satisfeito? O
supermercado não fez a venda?
Como
profissionais
de
marketing somos sempre levados
a pensar de forma sistêmica e
integradora, avaliando o produto, o preço, a comunicação e a
distribuição dentro de um mercado e para certo público-alvo.
No caso apresentado acima,
quase tudo estava perfeito. O
produto estava formatado para
atender o público-alvo correto,
a comunicação foi feita de forma eficaz, no momento em que
o cliente potencial estava apto
a receber a mensagem publicitária que, de tão boa, levou o
cliente a imaginar até qual preço médio estaria disposto a pagar por tal produto.
Quase tudo estava perfeito
pois, no momento e local exato da
compra, esta converteu-se em ponto para o concorrente, que estava
lá disponível e acessível. Cumpriuse então a satisfação da utilidade
de tempo, lugar e posse.
Na medida em que a expansão da tecnologia tem permitido
aos fabricantes (de qualquer produto) acessar o “estado da arte”
em máquinas, ferramentas e equipamentos, o produto, na sua natureza intrínseca, deixa de ser um
fator de vantagem competitiva.
A consolidação do global
sourcing e o estabelecimento de preços fechados para as matérias-primas mundialmente, assim como
fatores subjacentes à produção,
como custos de mão-de-obra,
energia e depreciação, há muito
transformaram a vantagem competitiva por custo total numa
opção pouco vantajosa aos produtores, pois a acirrada concor-
Obter a atenção do consu.mido
apto a receber a me.nsag
rência de competidores globais
(como a China) tem trazido produtos de qualidade aceitável pelos compradores com preço extremamente reduzido.
Na sociedade do conhecimento “intensivo” somos bombardeados maciçamente por estímulos
sensoriais como som, imagem e
a combinação destas em recursos
multimídia, popularizados com a
mesma intensidade que a
Internet, invadindo nosso ambiente de trabalho, nossa casa e até
nosso telefone celular.
Obter a atenção do consumidor potencial, no momento em
que ele estaria apto a receber a
mensagem, tem se tornado uma
tarefa titânica para as agências
de publicidade que, cada vez
mais, têm que provar e comprovar a eficácia e a eficiência de
suas ações em termos de retorno sobre o investimento, palavra pouco usual no jargão dos
criativos, mas presente em qualquer reunião realizada na empresa anunciante. Todo este
quadro é visto à luz do mercado
de bens de consumo.
Se formos analisar o mercado de bens industriais como ferramentas, máquinas e equipamentos, a situação tende a ficar
ainda mais dramática, agravada
pela alta concorrência em preços, a pouca diferenciação entre
os produtos de uma mesma categoria e a pequena eficiência
dos meios de comunicação de
massa em definir e atingir quem
detém o poder de decisão no
processo de compra.
Embora os produtos estejam
se tornando cada vez mais parecidos, com preços variando pouco em uma mesma categoria de
produtos e com uma enxurrada
de mensagens pouco conexas,
difusas e contínuas, cabe à
logística o papel de fazer a diferença neste mercado.
No caso que apresentamos
acima, o que fez a diferença? Estar no lugar certo, na hora certa. Parece lugar-comum, mas é
parte da finalidade da função
Distribuição, no Composto de
Marketing, prover a utilidade de
tempo (no momento certo), de
lugar (no sentido não necessariamente físico, já que a Internet
mudou este conceito) e de posse, ou seja, estar disponível para
a aquisição do cliente potencial.
Dentro das organizações que
se dedicam ao comércio varejista, novas estratégias estão sendo
adotadas como o ECR (Efficient
Consumer Response) no sentido de
que os agentes (fornecedores,
atacadistas e varejistas) trabalhem de forma integrada para
eliminar ineficiências, reduzir
custos excessivos e atender as
necessidades e expectativas dos
clientes, maximizando a eficiência dos negócios.
Assim como a adoção desta estratégia modificou a relação entre fornecedores, atacadistas e varejistas no âmbito do comércio de
bens de consumo, no caso dos bens
industriais, no recém batizado
B2B (Business to Business), prover
a utilidade de tempo, lugar e posse pode fazer a diferença entre a
escolha do fornecedor A em detrimento do fornecedor B.
onsu.midor potencial, no momento em que ele estaria
a me.nsagem, tem se tornado uma tarefa titânica
Sandvik Coromant do Brasil
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6
O Mundo da Usinagem
[ S uprimentos ]
Não estamos necessariamente
falando de kanban, just-in-time ou
milk-run, mas de uma estratégia de
Canais de Marketing que permita a
manutenção de vantagem competitiva sustentável que seja mais difícil de copiar que as demais, como
preço, produto ou comunicação,
pelos concorrentes.
Para Rosenbloom (2002:24), uma
estratégia de Canal de Marketing
deve se basear em três pilares:
ser de longo prazo: selecionar e treinar seus revendedores ou
distribuidores, desenvolver práticas comerciais saudáveis que permitam a manutenção destes no
negócio e tornando a revenda ou
distribuição de seu produto a natureza do empreendimento deles;
estrutura: montada em pessoas e organizações capazes de
implementar e manter a estratégia;
relacionamento e pessoas: um
Canal de Marketing é o resultado da
interação de pessoas de diferentes
organizações. O sucesso de uma estratégia de Canal de Marketing baseia-se em quão efetivamente as pessoas e as organizações se relacionam
no desempenho de suas atividades.
No mercado de bens industriais
esta estrutura de relacionamento
pode ser exercida pelo consultor
técnico, também conhecido como
engenheiro de aplicação ou engenheiro de vendas, que faz a pré e a
pós-venda, e garante a presença da
marca na mente dos tomadores de
decisão (por exemplo os gerentes
de manutenção) e os compradores.
Estar presente é fundamental
e, no caso de commodities, esta presença deve ser constante pois como
não há um ponto de venda físico,
como um supermercado, a lembrança de marca é o fator preponderante no processo de compra.
Assim, a escolha de uma estratégia que não privilegie o ganho
mútuo, onde não haja investimento equânime das partes, que
não se baseie em modelos sólidos e não entenda a dinâmica do
relacionamento entre as pessoas
e as organizações, conduz à desistência de continuar os negócios, à ausência de serviço ao cliente e à exposição desnecessária
de profissionais e empresas.
Por outro lado, uma escolha
adequada de revendedores e distribuidores, a criação e manutenção de uma estrutura que permita
um relacionamento de longo prazo entre pessoas e organizações,
transformam a logística, que passa de movimentação de materiais
para estratégia de Marketing.
Referências Bibliográficas:
GHISI, Flavia A. & SILVA, Andréa L., “Uma análise da
implementação do ECR no Brasil: um estudo multicaso”, in ANGELO, Claudio F.; SILVEIRA, José A.G. (coord.). Varejo competitivo. vol. 7. São Paulo: Atlas, 2003. p. 135-167.
LEVITT, Theodore, A imaginação de Marketing. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1990.
PORTER, Michael E., Vantagem competitiva: criando e sustentando um
desempenho superior. 14ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
ROSENBLOOM, Bert, Canais de Marketing: uma visão gerencial.
São Paulo: Atlas, 2002.
Sandvik Coromant do Brasil
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Motores, canetas
e papéis
B
rasil, segundo semestre de
1992. A gente assistia o tombo
do presidente Collor, no primeiro impeachment de nossa história.
Em 1992, o carro mais vendido
era o Gol, primeira geração, já
com 12 anos de idade. A garotada sonhava com um Gol 1000,
um Uno Mille, um Chevette Jr.,
enquanto a Ford anunciava o
Escort Hobby. Tecnologia?
Omega, o absoluto, que existia
na Alemanha desde 1986. Futuro? Injeção eletrônica, catalisador, 16 válvulas, ABS, air bags...
Em pouco mais de uma década, viramos o segmento automotivo de cabeça para baixo.
Duplicamos a produção. Mudamos todos os modelos. Introduzimos tecnologias de processo e
produto, numa revolução que nenhum outro país teve igual.
Mas aí a gente olha para trás,
revendo as grandes discussões
do setor automotivo nestes dez
anos: alguém assina um papel.
Nasce o Mercosul. Alguém assina um papel acabando com a
reserva de mercado. Surge a
eletrônica embarcada. Alguém
assina um papel mudando
alíquotas. Começa a venda de
carro importado. Alguém assina um papel. Nasce a inspeção
v e i c u l a r, q u e n ã o é i m p l e Luciano Pires
Diretor de Comunicação Corporativa da Dana
8
O Mundo da Usinagem
mentada porque falta alguém
assinar outro papel... Alguém
assina um papel mudando
alíquotas. Acaba a venda de carro importado. Alguém assina
um papel criando PIS, COFINS.
Surge o imposto em cascata. Alguém assina um papel. Surgem
as Câmaras Setoriais, com a
função de propor papéis para
serem assinados. Alguém assina
um papel. Nasce o Programa de
C o n t ro l e d e E m i s s õ e s Ve i culares...E chega a injeção
eletrônica. Alguém assina um
papel e a fábrica vai para o
Paraná. Ou Rio Grande do Sul.
Ou Bahia. Logística? Não, papel. Alguém assina um papel.
Nasce o carro popular que, dez
anos depois, alcança 80% das
vendas, não é exportável e, provavelmente, tem o custo de fabricação igual ao de um veículo mais potente. Mas tem um
papel assinado.
Que futuro há para uma indústria apoiada na assinatura de
um papel? Refém do trabalho de
bastidores junto ao legislativo?
Cujo key business driver não é
tecnologia. Produto. Preço. Inovação. Muito menos o cliente. O
mercado. Ou a distribuição? É
um papel assinado.
Será que os mexicanos, indianos e chineses também ficam
aguardando uma canetada para
definir seu futuro? Onde estão os
planos de médio e longo prazo
para o desenvolvimento da indústria auto-motiva no Brasil? O
ano de 2004 foi um exemplo: ninguém apostava, no final de 2003,
que quebraríamos o recorde histórico de fabricação de veículos
no Brasil. Todo mundo estava
ressabiado, apostando num crescimento parco ou nulo. Gatos escaldados, com medo de água fria.
E 2004 começa aquecido, continua aquecido e termina aquecido. Se compararmos a produção
de veículos do ano 2000 com a
de 2004, veremos um crescimento anual superior a 6% ! No entanto... Esse crescimento acontece quase que à revelia da indústria automotiva, cuja capacidade
de produção encolheu ao longo
da última década. Mas como encolheu, se temos visto o crescimento ano a ano? Não se fala
numa capacidade instalada de
produção de mais de 3 milhões
de veículos no Brasil? Bravata.
Não temos essa capacidade simplesmente porque a cadeia de
suprimentos, enfraquecida por
quase uma década de redução de
investimentos, está no limite.
Talvez as montadoras tenham a
capacidade para montar 3 milhões de veículos, mas vai faltar
pneu. Vai faltar parafuso. E tinta. E aço. E quando a oferta de
tudo isso estiver normalizada,
vão faltar estradas, contêineres...
Nada de novo no país do curto
prazo, não é?
Mas, espera um pouco! No
tempo das Capitanias Hereditárias, o rei assinava as concessões
para amigos e parentes. D. João
assinou a abertura dos portos. A
Princesa Isabel assinou a Lei
Áurea...Mais recentemente, con-
cessões de TV são assinaturas. A
Constituição mudou com assinaturas. O Brasil só anda quando alguém assina um papel!! E a indústria automotiva é seu reflexo! O
poder não é dos engenheiros. Ou
dos administradores. Nem do consumidor. O poder é de quem influencia quem assina o papel. O
poder é político.
Sendo assim, a conclusão é óbvia. A indústria automotiva brasileira devia ser um partido político. Já pensou? O Partido do Carro Popular? P. C.P.? Ou o Partido
da Inspeção Automotiva? P.I.A.?
Melhor! O Partido Oficial do Crescimento dos Ônibus, Tratores e
Otomóveis. O P.O.C.O.T.Ó.
Seria a expressão definitiva para
este começo de milênio do nosso
Brasil das Medidas Provisórias.
As opiniões expressas em Ponto de Vista são
de exclusiva responsabilidade de seus autores.
Sandvik Coromant do Brasil
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10
O Mundo da Usinagem
Sandvik Coromant do Brasil
11
Ousadia para Começar
e Sustentar um Empreendimento
de Sucesso
Com resultados lucrativos, reconhecimento
de mercado e único representante no
TM
Brasil do AutoTAS – programa de gerenciamento
de ferramentas da Sandvik Coromant–, a Adept
completa 11 anos, acumulando prêmios de
qualidade e histórias de sucesso.
M
as a empresa, que oferece
e desenvolve sistemas especializados em gerenciamento e automação para corporações de
mídia e indústrias do setor metalmecânico, nem sempre foi assim.
Bem antes de receber o Prêmio
Talentos Empreendedores 2004,
concedido pelo SEBRAE, RBS e
grupo GERDAU, a Adept surgiu
exclusivamente da determinação
dos seus sócios iniciais – Adilson
Silveira e Giancarlo Juliano dos
Santos – na época, recém-saídos da
Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC).
Nos seus primeiros anos de
Adept, para visitar e prospectar clientes, Adilson percorreu mais de
135.360 quilômetros de ônibus, o
suficiente para dar três voltas ao
mundo na linha do Equador. Isso
porque a empresa não gerava caixa suficiente para transportar funcionários e sócios por avião.
Entre os sacrifícios de início
da vida de empresário, Silveira
lembra da sua primeira visita à
GM em São José dos Campos
Cindy Corrêa
12
O Mundo da Usinagem
(SP), que foi feita de ônibus. Partiram da sede da Adept em
Florianópolis (SC), dormiram na
rodoviária no interior de SP por
falta de recursos e, na volta, foram roubados no Terminal Tietê
em São Paulo, perdendo o seu
notebook, o maior investimento da
Empresa até aquele momento. O
resultado da estressante viagem
foi, contudo, o contrato com uma
das unidades da GM!
A primeira experiência de tra-
balho de Silveira foi como estagiário no GRUCON - grupo de
pesquisa incentivado pela UFSC
na área de automação industrial. Foi aí que o estudante de ciência da computação se envolveu
com a área metal-mecânica, participando do desenvolvimento de
um sistema de gerenciamento de
ferramentas para usinagem com
o professor Lourival Boehs.
Em 1993, quando ele decidiu
largar sua atividade no laboratório
Sócios da Adept Systems: Adilson Silveira; Giancarlo Juliano dos Santos
e Fabiano da Costa.
GRUCON e criar uma empresa
própria, não tinha recursos,
infra-estrutura ou produto próprio. Alugaram uma kitchenette e
com um computador “velho”,
segundo Silveira, conseguiram
uma primeira venda, que gerou
como faturamento duas cadeiras. “Foram três meses até a empresa começar a gerar capital,
mas foram necessários três anos
até o faturamento ser suficiente para sustentar toda a operação, período em que Fabiano da
Costa passou a integrar a equipe como estagiário, vindo a se
tornar sócio posteriormente”,
explicou Silveira.
Estrategicamente, os sócios
souberam criar e manter bons
contatos. A primeira fase de expansão da Adept aconteceu
quando o professor da UFSC,
Lourival Boehs, convidou a empresa para retomar um projeto
do qual Silveira já tinha participado, quando era do GRUCON.
Com isso foi desenvolvido o
GEFER que, segundo ele, é o primeiro software gerenciador de ferramentas brasileiro.
Mas em 1994, com a economia brasileira conturbada, o mercado não estava consumindo muito. Por isso, a Adept optou por
diversificar e passou a atuar no
setor de comunicação – atendendo emissoras de televisão
das diferentes redes brasileiras
e empresas de publicidade. A
empresa criou o software TV+,
um sistema para automação de
emissoras de televisão, enquanto para as agências de publicidade a solução foi o Publisys,
que inter-relaciona atendimento, criação, mídia, produção,
tráfego, financeiro e gerência.
O sucesso foi tão grande que a
divisão para televisão foi vendida no ano passado para uma
empresa de grande porte.
A equipe da Adept se orgulha do prêmio recém-recebido.
A diversificação permitiu que
a empresa tivesse fôlego para sobreviver e celebrar uma nova
parceria na área metal-mecânica, com a Sandvik Coromant.
Desde 2001, o setor produtivo brasileiro ampliou a procura
por softwares de gerenciamento de
ferramentas e a Sandvik decidiu
trazer a sua solução AutoTAS para
o país. Mas como o objetivo da
empresa não é vender software, optou por definir um representante
brasileiro para o AutoTAS, e a
Adept foi a escolhida. Marco
Tahara, técnico de produto da
Sandvik Coromant, explicou que
a Adept já atuava nessa área com
o GEFER e era uma das empresas
de maior sucesso e melhor administração nesse segmento. Hoje,
são cerca de 15 empresas utilizando a solução da Sandvik e cada
vez mais fabricantes procuram
esse tipo de sistema, segundo a
Adept. Isso por que a instalação
do AutoTAS possibilita significativos ganhos de produtividade.
Um exemplo disso é o caso da
John Deere, em Horizontina
(RS), na unidade produtora de
máquinas agrícolas, que através
de uma parceria com a ARWI,
representante da Sandvik
Coromant no Rio Grande do Sul,
permitiu com que, dentro do projeto de gerenciamento de ferramentas, a empresa reduzisse as
paradas de máquina por falta de
ferramenta para praticamente zero
com o auxílio do AutoTAS. “Com
o sistema, a empresa passa a ter o
controle efetivo do ferramental,
consegue redução de custo com ferramentas de corte, em decorrência
da otimização do seu respectivo uso
e, por fim, redução de estoque”,
explicou Tahara.
Outro exemplo do bom desempenho do AutoTAS está na
unidade de caminhões da
DaimlerChrysler em São Bernardo do Campo (SP). O programa
administra todo o estoque de ferramenta de corte, uma diversidade de 5 mil itens.
Para os sócios da Adept, o
acordo com a Sandvik Coromant
também trouxe a oportunidade
de conhecer a estrutura da empresa sueca. “Vendo uma cultura
de administração diferente, começamos a rever nossos esquemas de
produção. Então, com o apoio do
Sebrae, a empresa iniciou, em
2003, um processo de busca de
Sandvik Coromant do Brasil
13
[ E mpreendedores ]
Vista do estoque de ferramentas de
corte da Sandvik Coromant na fábrica
da John Deere (Horizontina),
gerenciado pelo AutoTAS.
qualidade total na gestão de processos, investindo, inclusive, em
qualificação de pessoal”, disse
Silveira. Desde então, o Sebrae de
Santa Catarina usa a Adept como
empresa modelo nessa questão.
Além dos programas internos
de melhoria de qualidade, a
Adept aproveita ao máximo as
vantagens de fazer parte, há oito
anos, do Centro de Tecnologia
Avançada (Celta). Essa instituição, em Florianópolis, convida
empresas com potencial de crescimento para fazer parte do Centro e cria um ambiente com treinamento de gestão e troca de informações entre as participantes.
Outra vantagem do Celta é oferecer constantemente cursos e
palestras, junto com o Sebrae, de
gestão e novas tecnologias.
As melhorias realizadas trouxeram, no fim de 2004, um motivo de comemoração para a
Adept: o Prêmio Talentos Empreendedores, categoria empresa de
base tecnológica, premiação concedida pelo Sebrae, RBS e grupo GERDAU. Silveira explica
Os engenheiros Marco Tahara e Pablo de Castro estão diretamente envolvidos
na área de gerenciamento de ferramentas da Sandvik Coromant.
14
O Mundo da Usinagem
que esse prêmio é um dos mais
importantes da região Sul e possibilita grande visibilidade na
mídia. Ao todo, foram 1.149
companhias analisadas em 2004.
O prêmio avalia a habilidade
gerencial, estratégia de vendas,
criatividade do gestor, aproveitamento das oportunidades do
mercado, estratégia de gestão interna e qualidade total. Outro
destaque que levou a organização do prêmio a escolher a
Adept foi a expansão para o
mercado externo com a comercialização de softwares próprios.
Atualmente, a empresa conta com
clientes na Argentina, Paraguai,
Colômbia, Bolívia e Angola.
Satisfeito com o prêmio, o Engenheiro Adir Zonta Júnior, responsável na Adept pelo AutoTAS, não
deixa de pensar no futuro. Ele está
de olho nas possíveis reduções de
custos e melhoria no atendimento
que podem ser oferecidas para os
clientes, como suporte via telefonia IP, webchat, acesso remoto, além
Sandvik Coromant do Brasil
15
16
O Mundo da Usinagem
[ E mpreendedores ]
da ampliação dos serviços, envolvendo a integração do sistema com
os demais softwares utilizados na
área (CAD, CAM, ERP).
Na análise de Zonta, as empresas estão cada vez mais conscientes
da necessidade de gerenciamento
de ferramentas. Por isso, o volume
de instalações de soluções está crescendo 100% ao ano na Adept, o que
deverá dobrar o faturamento em
2005. O resultado é que a empresa
já tem planos para contratação de
mais funcionários, aumentando a
folha dos atuais 20 funcionários,
para 30, até o fim do ano.
Adept e Sandvik Coromant, parceiros na seriedade
O AutoTAS (Automatic Tool
Administration System) é um
software que gerencia todo o processo de utilização de ferramentas dentro de uma fábrica, desde a compra
dos itens, incluindo o controle de
estoque, até a preparação do
ferramental para a máquina. Desenvolvido pela Sandvik Coromant, a solução é utilizada por cerca de 500
unidades fabris no mundo, incluindo
DaimlerChrysler, BMW, Ford e ABB.
No Brasil, são 15 clientes entre eles
Volkswagen, GM, John Deere e
Visteon. Atualmente o AutoTAS é
uma ferramenta utilizada pela
Sandvik Coromant exclusivamente
em empresas com que se tem o
acordo de parceria formalizado.
Composto por 11 módulos distintos, o sistema contempla as principais informações e tarefas relacionadas ao processo de usinagem e
utilização do ferramental da empresa.
Os módulos podem ser divididos por
suas funções: configuração do sistema, administração das bibliotecas,
planejamento, administração do estoque, preparação das ferramentas, estatísticas e relatórios.
Tela inicial do AutoTAS.
Pablo Amarante de Castro, da
área de desenvolvimento de negócios da Coromant, explica que o
AutoTAS automatiza o processo de
controle e fornece informações rápidas, por meio de 52 tipos diferentes de relatórios. Alguns exemplos
se referem a: itens no estoque, consumo médio, qual centro de custo
que mais consome, entre outros.
Além do AutoTAS, a Adept Systems
está iniciando a representação do
software TDM no Brasil com uma
parceria selada com a empresa TDM
Systems da Alemanha, pertencente ao grupo Sandvik.
Na busca por apresentar para
os clientes o melhor suporte técnico e as melhores soluções, a
Adept e a Sandvik, em parceria
com a Machining on Line e Tool
Services, criaram também um sistema de apoio ao processo de compra que permite realizar a aquisição on-line dos produtos controlados pelo AutoTAS.
A ferramenta de relacionamento
entre o fabricante e seus fornecedores leva o nome de BTOOLB. O sistema controla estoque, utilização e,
ao registrar a necessidade de
novas compras, faz um ranking
dos fornecedores por tipo e valor da oferta. A própria Sandvik
instalou o novo sistema, para
compra de peças e matérias-primas, e gostou tanto do produto
que levou para a matriz na Suécia avaliar. “Existe o estudo para
utilizar essa ferramenta mundialmente pela empresa. O grupo
Sandvik está de olho no que
acontece na área de tecnologia
no Brasil”, disse orgulhoso
Adilson Silveira, sócio da Adept.
Sandvik Coromant do Brasil
17
Fresamento de
Bimetálicos
A produção de motocicletas que atendem às
necessidades de profissionais que fazem entregas
de pequenos volumes e ainda satisfazem as
pessoas que as utilizam nas atividades de lazer e
locomoção é um desafio, porque tais veículos
precisam unir qualidades que são difíceis de se
obter de forma econômica o suficiente para
caber mesmo em bolsos pouco recheados.
U
ma moto para atender
motoboys – e também pessoas que
não a utilizam para atividades
profissionais – necessita, no mínimo, ser segura e robusta, para
enfrentar as armadilhas das ruas
esburacadas e necessitar o mínimo de manutenção; ágil, para
escapar do caótico trânsito das
grandes cidades e, ainda, ter
apelo estético compatível com
as tendências contemporâneas.
Tudo isso a custo baixo, para a
moto chegar no mercado a um
preço que caiba em orçamentos reduzidos.
A Yamaha conseguiu essa façanha com o modelo YBR 125,
Eng. Marcelo Carlos Pinheiro
Yamaha Motor do Brasil , Depto.de Engenharia Industrial
18
O Mundo da Usinagem
no mercado desde
2000. Mais de 120
mil unidades dessa
motocicleta são vendidas anualmente.
O segredo para se conseguir
fazer uma motocicleta como a
YBR 125 é de polichinelo: está
nos detalhes. Cada peça, cada
operação, cada profissional envolvido na produção precisa estar atento aos detalhes para que
a operação seja desenvolvida de
forma absolutamente econômica,
ainda que o termo “absolutamente” seja contraditório já que
não existe processo que não possa ser melhorado.
O Departamento de Engenharia da Yamaha Motor do Brasil
tem dado contribuições para que
a YBR 125 seja cada vez mais competitiva no mercado. Muitas dessas contribuições são efetivadas
com o auxílio de profissionais de
empresas parceiras, como a
Sandvik Coromant do Brasil, que
teve importante participação no
desenvolvimento de processo de
usinagem do cilindro de motor das
motocicletas modelo YBR-125, de
125 cilindradas, produzido em
bimetálico (alumínio e ferro fundido), um material cujo uso é crescente na indústria de duas rodas
desde a década de 1980. Até então, o cilindro de motor era totalmente de ferro fundido.
O processo de usinagem tem
sido tão eficaz que o mesmo cilindro é também utilizado no
modelo lançado posteriormente, em 2002, o Yamaha XTZ.
Para se ter idéia, entre as muitas vantagens do processo nacionalizado está a alta produtividade. Concebido pela matriz
japonesa e exportado para o
Brasil em 2003, o processo foi
“tropicalizado”. Conforme o
projeto da matriz, a produtividade era de 2,2 minutos por
peça. Hoje, com a “tropicalização”, que envolveu o desenvolvimento da ferramenta, cada
peça é feita em1,65 minuto.
Sandvik Coromant do Brasil
19
[ P rodutividade ]
Usinagem da face sem óleo de corte.
O Processo
O cilindro de motor da
Yamaha XBR 125 e Yamaha XTZ
foi concebido para usar o bimetálico alumínio e ferro fundido. Os
componentes - corpo de alumínio e camisa de ferro fundido chegam à linha de produção separados. Basicamente, a camisa de
ferro fundido é embutida no corpo de alumínio e, então, é realizada a operação de fresamento do
alumínio com o ferro fundido,
usando a fresa Sandvik Coromant
R 590, originalmente desenvolvida para operações de fresagem
em alumínio (tem geometria altamente positiva).
No nosso processo, usamos a
mesma pastilha para usinar, pela
ordem, a parte de ferro fundido
e, posteriormente, o alumínio,
realizando a interpolação circular e utilizando, para o ferro fundido, a velocidade de corte de
160 m/min e avanço de 1,12 mm/
volta. Com a ferramenta anteri20
O Mundo da Usinagem
or, a velocidade de corte era 395
m/min e avanço de 0,17 mm/volta. Para o alumínio, utilizamos a
velocidade de corte de 1.256 m/
min e avanço de 1,2 mm/volta.
Anteriomente, usávamos a velocidade de 1.410 m/min e avanço
de 0,33 mm/volta.
Com a mudança de processo,
que envolveu a substituição da
Face usinada: alumínio e ferro fundido.
ferramenta, conseguimos reduzir
o tempo do processo conjugado
em 73%. O consumo de pastilhas
também caiu significativamente,
37%. Passamos a consumir menos
pastilhas devido ao aumento da
vida últil da ferramenta, e isso causa um impacto bastante favorável
nos custos. Basta lembrar que,
anteriomente, cada aresta de corte possibilitava fazer 90 peças, sendo que, atualmente, fazemos nada
menos que 550.
Para chegarmos ao processo
utilizado atualmente, foram necessários cerca de 20 dias de trabalho conjunto com a equipe da
Sandvik Coromant. Um tempo
de desenvolvimento relativamente elevado mas, pelos resultados obtidos, justificável. Como
se sabe, além de produtividade,
peças técnicas precisam ter qualidade inquestionável. No caso
de cilindros de motor, a exigência sobre os itens rugosidade e
planicidade são elevadíssimas.
A rugosidade na face pode
chegar a, no máximo, 6,3 Rz e a
planicidade tem de ser total, pois
caso essas exigências não sejam
Aplicação do cilindro na motocicleta YBR 125.
cumpridas, há o risco de perda
de potência. O cilindro se acopla
ao cabeçote e, se as faces de ambos os componentes não forem
absolutamente planas e com
baixíssima rugosidade, pode haver redução de potência por perda de compressão.
Além dos ganhos de produtividade, é importante frisar que
conseguimos outros benefícios
que não foram contabilizados. A
fresa atual pesa menos da metade da anterior, o que certamente terá reflexos na vida útil da
máquina-ferramenta.
O trabalhador também foi beneficiado. Anteriomente havia a
necessidade de substituir, em média, cinco vezes ao dia a ferramenta, que era bem mais pesada. Hoje, a ferramenta que pesa
bem menos é substituída apenas
uma vez ao dia, numa linha que
roda 24 horas em três turnos.
Para nós da Yamaha, um processo nunca está perfeito. A busca de melhoria é contínua e acreditamos que sempre é possível
otimizar o ótimo. Assim, após um
certo período realizando a fresagem utilizando óleos de corte
na operação, decidimos desenvolver o processo sem o uso de
fluidos refrigerantes, para reduzir mais custos e também para
desenvolver processo ecologicamente mais amigável. A Yamaha
é extremamente preocupada com
as questões ambientais, assim
como a maioria das empresas de
origem japonesa, até porque o
Japão é um país cuja legislação
ambiental é das mais severas.
Decidimos realizar a refrigeração por ar comprimido e os resultados se mostram positivos. Com
a substituição dos fluidos pelo ar
comprimido conseguimos eliminar
o processo de lavagem das peças e
aumentamos a vida útil das pastilhas. No processo com óleo solúvel fazíamos 370 peças/aresta.
Com ar comprimido chegamos a
550 peças. Como se vê, produção
ecologicamente correta pode também rimar com redução de custos
e produtividade.
Sandvik Coromant do Brasil
21
22
O Mundo da Usinagem
Interesse Crescente leva Portal a
10 Milhões de Acessos
O Centro de Informação Metal
Mecânica (CIMM – www.cimm.com.br),
maior portal de informações sobre
o setor metal-mecânico em língua
portuguesa, entra em seu oitavo ano
comemorando um recorde de acessos. No total, o CIMM teve
4.470.901 páginas vistas no ano passado, registrando um crescimento
de 93,12% em relação a 2003.
Em 2000, quando o número de
acessos passou a ser computado,
o portal teve 235.731 páginas vistas. O crescimento em quatro anos
foi de quase 20 vezes. Até fevereiro de 2005, o CIMM havia recebido mais de 10 milhões de acessos, alcançando um pico de
750.000 em um só mês.
O CIMM foi o primeiro portal em
português voltado para o setor metal-mecânico. Surgiu em 1997 por
iniciativa do professor Lourival
Boehs, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, como
uma extensão do Centro de Informação de Usinagem (CINFUS). O projeto foi desenvolvido pela empresa
Machining On Line (MOL) que até
hoje mantém e administra o portal.
Nos anos seguintes ao surgimento, o CIMM estabeleceu parcerias
com empresas do setor metal-mecânico – entre elas, Sandvik, Castrol,
Villares Metals e Aços Villares – , com
a disponibilização de catálogos de
produtos, lançamentos, novidades e
um guia de empresas no portal.
Um dos principais objetivos do
portal é o de gerar possibilidades de
negócios para as empresas que fazem parte da sua comunidade. Para
isso, possui uma área de classificados e disponibiliza cerca de 60 mil
produtos na seção Catálogo On
Line. O CIMM trabalha também
com a divulgação de seus parceiros
por meio do boletim semanal envia-
do para 50 mil endereços do setor
metal-mecânico.
O conteúdo do CIMM, com mais
de 10 mil links, está organizado em
seções que podem ser acessadas a
partir da página principal de modo
inteiramente gratuito. As áreas abordadas são: Usinagem, Soldagem,
Materiais, Conformação Mecânica,
Engenharia de Produção, Produção
Mecânica, Computação, Ciências da
Informação e Engenharia Sanitária
e Ambiental. O maior destaque é a
seção Guia de Empresas, com 1,5 mil
empresas cadastradas, cujos acessos
somaram cerca de 830 mil páginas
vistas no ano passado.
Entre os diversos serviços que
presta, o portal auxilia no encaminhamento de negócios, ajuda pesquisadores a registrarem uma marca ou invento, fornece informações
sobre qualidade ambiental para as
empresas, traz material didático
sobre Engenharia Mecânica e Engenharia Ambiental e possui uma
biblioteca virtual com 4,3 mil obras
para consulta - entre livros, teses,
artigos e dissertações.
O CIMM é mantido por uma
equipe de 20 pessoas de diversas
áreas, como Engenharia Mecânica, Engenharia de Materiais, Engenharia Sanitária e Ambiental,
Ciências da Computação, Administração, Jornalismo e Design. Tem
apoio do Ministério da Ciência e
Tecnologia (MCT) – por meio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - e de empresas patrocinadoras.
Querendo fazer parte desta comunidade, basta acessar o endereço www.cimm.com.br e usufruir
gratuitamente do maior portal de
conteúdo metal-mecânico do Brasil.
Sandvik Coromant do Brasil
23
24
O Mundo da Usinagem
Sistemas de
Resfriamento Influenciam a
Produção de Moldes e Matrizes
O trabalho trata do estudo experimental da variação da temperatura em
materiais endurecidos, utilizados na fabricação de moldes e matrizes,
submetidos ao fresamento com altas velocidades de corte.
O
s materiais utilizados foram
os aços AISI H13 e AISI D2 com
50 e 57 HRc de dureza, sendo os
ensaios realizados com uma ferramenta de ponta esférica (BallNose) com revestimento de (TiAl)N
e os corpos de prova apresentaram
o formato de ¼ (um quarto) de
um tubo com diâmetro externo de
28 mm e comprimento de 100
mm. Os testes realizados demonstram a variação da temperatura
em função de diferentes sistemas
de resfriamento. Empregou-se ar
comprimido e ar resfriado, comparando-se as temperaturas na
peça com o sistema sem refrigeração alguma. Foram avaliadas
também as deformações sofridas
pela superfície usinada, sujeitas
às variações de temperatura dos
sistemas de refrigeração testados.
Introdução
Para os sistemas de manufatura
que utilizam o processo de usinagem como principal meio de produção, novas técnicas, conceitos
de automação e estratégias surgem com a finalidade de aumentar e melhorar o desempenho. Para
potencializar este aumento de
Lincoln Cardoso Brandão
Universidade Federal de São João del Rei – UFSJ
Reginaldo Teixeira Coelho
Escola de Engenharia de São Carlos – USP
produtividade, a tecnologia de
usinagem com alta velocidade
(HSM – High Speed Machining)
surge como uma nova ferramenta. Isto se deve ao fato do processo HSM proporcionar altas taxas de remoção de material,
minimização de tempos improdutivos, forças de corte mínimas,
facilidade na expulsão dos cavacos e dissipação do calor, o que
resulta em baixa distorção das
peças aumentando a precisão das
partes e o acabamento superficial
(FALLBÖHMER, 2000).
A indústria de moldes e matrizes produz componentes com
formatos próximos à sua forma
final. Muitos destes componentes exigem que os moldes e matrizes apresentem complicados
formatos a serem esculpidos. A
complicada geometria dessas superfícies, o elevado grau de dureza dos materiais das diferentes
matrizes utilizadas e a precisão
dimensional exigida necessita
que seja usada uma avançada
tecnologia nestes processos de
usinagem (ELBESTAWI, 1997).
A rápida produção de moldes e
matrizes utilizando a técnica
HSM incorporada às seqüências
de fabricação pode reduzir o tempo de produção e o custo. Isto
insere no mercado produtos no-
vos mais rapidamente e com custos muito baixos através da elevada queda dos tempos de projeto, de produção e de ciclos de
prototipagem (ALTAN, 2001).
Assim, com a utilização da
tecnologia HSM espera-se encontrar soluções, em termos de
ferramentas, velocidades de corte e taxas de avanço, além de acabamento superficial e sistemas de
resfriamento que possibilitem o
aprimoramento na fabricação de
moldes e matrizes. A temperatura é um dos principais fatores
que influenciam o desgaste de
ferramenta e as deformações na
peça. Determinar tecnicamente
com precisão as temperaturas na
região de corte é muito difícil,
pois existem três fontes principais de calor na formação de cavacos; na zona primária, zona
secundária e zona terciária de
produção de calor.
Segundo Sales (1999), o calor
gerado pelo cisalhamento no interior do cavaco pode ser considerado benéfico, sendo que este
calor aumenta nas zonas primárias e secundárias, diminuindo a
continuidade da deformação plástica. Desta forma, o calor gerado no
processo de formação de cavacos deve
ser considerado um aliado da ferramenta devido ao amolecimento
Sandvik Coromant do Brasil
25
[Pesquisa & Desenvolvimento ]
do cavaco produzido, diminuindo
a resistência mecânica do material recalcado, mas ao mesmo tempo aumenta a temperatura da ferramenta, prejudicando sua resistência ao desgaste.
O objetivo deste trabalho é relacionar o aumento da temperatura com eventuais distorções que
possam ocorrer nos aços AISI H13
(50 HRc) e AISI D2 (57 HRc),
quantificando estas deformações e
fazendo um mapeamento destas
variações ao longo da superfície
usinada. Um estudo comparativo
com três sistemas de resfriamento
é também proposto com o objetivo de qualificar os sistemas de
resfriamento quanto à sua capacidade de retirar calor do processo
e de corrigir ou provocar deformações no material.
Materiais e Métodos
Os ensaios foram realizados
em um centro de usinagem vertical HERMLE C 800 U, com potência do motor principal de 18
kW e a faixa de rotação de 20 a
24.000 RPM. A tabela 1 apresenta as condições de corte e as ferramentas utilizadas.
O formato do corpo de prova
foi de ¼ de circunferência com
diâmetro de 28 mm, comprimento de 100 mm e espessura de 5
mm, Figura (2), montado em
uma morsa especial para a fixação. Na parte interna do corpo de
prova foram montados 5 termopares distribuídos de forma
eqüidistante ao longo do comprimento e da circunferência. Os
termopares utilizados foram do
tipo T (Cobre-Constantan) calibrados para uma faixa de aplicação de 10 a 90ºC.
A utilização destes sistemas
teve o objetivo de avaliar a capacidade de retirar calor do processo e provocar o resfriamento
da peça tanto pelo sistema de ar
comprimido convencional, assim
como pelo sistema de ar gelado.
Para a medição dos corpos de
prova foi utilizado o sistema para
referenciamento automático da
máquina. Foram distribuídos cinco perfis ao longo do formato da
peça com vinte pontos de medição em cada perfil. O primeiro e
o último ponto eram posicionados
a 1 mm das extremidades e os demais distribuídos de forma eqüidistante. Dessa forma, conse-
guiu-se obter perfis ao longo do
comprimento da peça e obter
uma referência a respeito das
variações dimensionais do perfil final da peça.
Análise dos Resultados
Os gráficos das Figuras (5) e
(6) mostram o comportamento da
temperatura durante a usinagem
do corpo de prova de aço AISI D2
e os gráficos das figuras (7) e (8)
para o corpo de prova do aço AISI
H13. Observa-se um comportamento da temperatura similar
para os dois aços, apresentando
apenas uma variação de temperatura menor em função da diferença de dureza dos dois materiais. As Figuras (9) e (10) mostram
um gráfico resumido do gradiente (DT) da temperatura máxima
atingida em cada termopar para
a ferramenta utilizada na usinagem do aço AISI D2 e AISI H13
com os três sistemas de refrigeração, respectivamente.
Observa-se um aumento das
temperaturas na usinagem a
seco para os dois aços utilizados.
Os valores de temperatura encontrados nos ensaios sem fluido demonstram que uma boa
Material
Vc[m/min]
fz[mm/rot.]
Vf [mm/min]
RPM [rpm]
ap [mm]
Código da Ferramenta
AISI H13
AISI D2
384,53
230,72
0,07
0,07
1.071
643
7.650
4.590
0,2
0,2
R216.42 16030 – AK32G 1610
R216.42 16030 – AK32G 1610
Tabela 1. Condições de usinagem e as ferramentas utilizadas nos ensaios de fresamento
Figura 2. Modelo do corpo de prova utilizado nos ensaios
26
O Mundo da Usinagem
Figura 3. Sistema de resfriamento com ar
gelado
Figura 4. Sistema de resfriamento com ar
comprimido convencional
Curvas de Aquecimento do Aço AISI D2
ensaio com ar gelado - Fr1
Curvas de Aquecimento do Aço AISI D2 - Fr1
80
80
Termopar 0
Termopar 1
Termopar 2
Termopar 3
Termopar 4
75
70
65
Termopar 0
Termopar 1
Termopar 2
Termopar 3
Termopar 4
70
60
60
55
50
50
40
45
40
30
35
30
20
25
0
500
1000
Tempo [seg]
1500
Figura 5. Curvas de aquecimento do aço AISI D2 ensaio a seco.
0
500
80
Termopar 0
Termopar 1
Termopar 2
Termopar 3
Termopar 4
70
65
1500
Figura 6. Curvas de aquecimento do aço AISI D2 ensaio com ar gelado.
Curvas de Aquecimento do Aço AISI H13
ensaio com ar gelado - Fr1
Curvas de Aquecimento do Aço AISI H13 - Fr1
75
1000
Tempo [seg]
80
Termopar 0
Termopar 1
Termopar 2
Termopar 3
Termopar 4
70
60
60
55
50
50
45
40
40
30
35
30
20
500
1000
Tempo [seg]
1500
Temperatura T [C]
Figura 7. Curvas de aquecimento do aço AISI H13 ensaio a seco.
30
25
20
15
10
5
0
-5
-10
Sistem
S1
S2
as de
Resfria S3 T4
mento
T0
T1
T2
res
T3
o pa
m
r
Te
Figura 9. Comportamento das temperaturas em função dos sistemas de resfriamento no fresamento do aço AISI D2 (S1 – sem
fluido de corte, S2 – com ar comprirmido e S3 com ar gelado).
0
500
1000
Tempo [seg]
1500
Figura 8. Curvas de aquecimento do aço AISI H13 ensaio com ar gelado
Temperatura T [C]
25
0
30
25
20
15
10
5
0
-5
Sist
ema
s
de S1
Res S2 S3
friam
ento
T2
T3
T4
rm
Te
T1
a
op
T0
res
Figura 10. Comportamento das temperaturas em função dos
sistemas de resfriamento no fresamento do aço AISI H13 (S1 –
sem fluido de corte, S2 – com ar comprirmido e S3 com ar gelado).
Sandvik Coromant do Brasil
27
[Pesquisa & Desenvolvimento ]
parte do calor gerado no processo é transferido para o material,
elevando consideravelmente a
temperatura da peça Figuras (5)
e (7). Os dois sistemas alternativos de refrigeração da peça se
mostraram eficientes em remover
calor da peça. O sistema que utilizou basicamente ar comprimido conseguiu manter a temperatura da peça próxima à temperatura ambiente, e o sistema de
ar gelado conseguiu proporcionar uma diminuição de temperatura para os termopares posicionados nas extremidades iniciais
da peça, Figuras (6) e (8), mostrando-se eficiente não somente
em remover o calor introduzido
durante o processo, como também proporcionar uma queda da
temperatura na peça.
Em ambos ensaios nota-se uma
elevação um pouco maior da temperatura para os termopares que
foram montados no meio do corpo de prova. Este fato se deve ao
acúmulo do calor ao longo da
usinagem e sendo registrado simultaneamente pelos termopares
posteriores ao movimento da ferramenta. Além disso, o primeiro
e o quinto termopar foram montados próximos às extremidades
e por isso facilmente trocam calor com a morsa de fixação e
com o meio ambiente, este fato
é perceptível e se repete para os
dois materiais.
A figura (11) apresenta perfil
da usinagem sem fluido do aço
AISI D2, e as figuras (12) e (13)
mostram os perfis com ar comprimido e ar gelado. Para a usinagem
sem fluido observa-se que não
ocorreu nenhuma distorção dimensional na superfície usinada,
constatada através dos cinco perfis
medidos ao longo do comprimento. Para o perfil usando o sistema
28
O Mundo da Usinagem
Figura 11. Gráfico do perfil do corpo de prova após ensaio de
usinagem do aço AISI D2 sem fluido.
Figura 12. Gráfico do perfil do corpo de prova após ensaio
de usinagem do aço AISI D2 com ar comprimido.
de resfriamento com ar comprimido, Figura (12), observa-se o
formato convexo bem localizado na parte central do corpo de
prova, demonstrando que o sistema foi eficiente em remover
calor na parte inferior do corpo
de prova inclusive onde a velocidade de corte era alta, provocando deformações de cerca de
39 micrômetros.
Para o sistema de resfriamento
com o ar gelado, Figura (13), notase um formato côncavo no primeiro e segundo perfil e convexo para
os três últimos perfis, atingindo
cerca de 10 micrô0metros, fato
este que se deve a uma contração
da peça durante a usinagem devido à diminuição da temperatura.
Para a usinagem do aço AISI H13,
fatos semelhantes ocorreram, com
a diferença de que os valores das
distorções foram em alguns casos
maiores que os encontrados para
o aço AISI D2. A Tabela (3) mostra
um resumo das distorções provocadas pela temperatura nos ensaios a seco e com os sistemas de
refrigeração alternativos, apresentando uma tendência da deformação final do perfil.
Figura 13. Gráfico do perfil do corpo de prova após ensaio
de usinagem do aço AISI D2 com ar gelado.
Tipo de Ensaio Variação dimensional máxima [µm] Tipo de Perfil predominante
Perfil 1 Perfil 1 Perfil 2 Perfil 3 Perfil 4
Seco
Ar comprimido
Ar gelado
5
-12
-13
-4
-22
-11
-6
39
10
-2
24
8
4
11
7
Côncavo
Convexo
Convexo
Seco
Ar comprimido
Ar gelado
12
-5
-9
-9
-7
-8
-11
13
35
-21
10
13
-23
8
10
Côncavo
Convexo
Convexo
Tabela 3. Resumo das distorções dimensionais dos aços AISI D2 e H13 em todos os ensaios.
Sandvik Coromant do Brasil
29
[Pesquisa & Desenvolvimento ]
Conclusões
Conforme os resultados apresentados na usinagem dos aços
AISI D2 e H13 com altas velocidades de corte, as seguintes conclusões podem ser tiradas:
1. Existe um aumento de temperatura nas peças de aço endurecido fresadas com altas velocidades de corte, o qual deve ser considerado. Nas condições testadas
houve um aumento ?T na temperatura de 27,16 ºC graus no aço
AISI D2 fresado sem fluido e uma
diminuição de cerca de 6,69 ºC
quando foi refrigerado com ar a –
4 graus ºC, para o aço AISI H13
estes valores de ?T foram de 28,94
ºC e 2,12 ºC, respectivamente.
2. Observa-se também que, de
modo geral, a ferramenta empregada possui geometria favorável
à formação de cavacos, com ângulos de saída bastante positivos, podendo assim contribuir na redução da temperatura na peça.
3. Os dois sistemas de resfriamento para o processo de
usinagem, alternativos aos fluidos
de corte tradicionais se mostraram
eficientes para a refrigeração dos
corpos de prova, conseguindo reduzir satisfatoriamente a temperatura da peça.
4. O resfriamento com ar gelado se apresenta como uma boa
alternativa para o futuro, que
poderá ser empregada em processos dos quais se esperam aumentos significativos de temperatura e maiores deformações
em produtos usinados e desgaste de ferramentas.
5. As deformações encontradas
nos corpos de prova mostram que
pequenas variações geométricas podem ocorrer mesmo em processos
de usinagem com altas velocidades
de corte onde não se considera o
calor como fator de influência.
6. A medição da topografia da
superfície usinada mostrou que
os diferentes sistemas de refrigeração provocaram distorções de
até 39 mm no aço AISI D2 e de
35 mm no aço AISI H13. Nas superfícies obtidas na usinagem
sem fluido a superfície se mostrou de forma côncava, enquanto que aquelas obtidas com ar
comprimido e gelado o formato
foi convexo.
Referências Bibliográficas:
ALTAN, T. et al. (2001). “Manufacturing of dies and molds”, Annals of the CIRP, Paris, v.46, n.1, p.57-62.
ELBESTAWI, M.A. et al. (1997). “High speed milling of dies and molds in their hardened state”, Annals
of the CIRP, Paris, v.46, n.1, p.57-62.
FALLBÖHMER, P. et al. (2000). “High speed machining of cast iron and alloy steels for die and mold
manufacturing”, Journal of Materials Processing Technology, Amsterdam, v.98, n.1, p.104-115, Jan.
SALES,W.F.et al. (1999). “Nem sempre o fluido com maior poder de refrigerante garante temperaturas
de corte mais baixas”, Máquinas e Metais, São Paulo, ano 36, n.407, p.46-61, dez.
30
O Mundo da Usinagem
Sandvik Coromant do Brasil
31
Cor oMill 210 incr ementa
parceria com a Valtra
À esquerda, trator Valtra modelo BM88 e, à direita, modelo BH180 no qual se utiliza o carter usinado com a fresa R210 da Sandvik Coromant.
U
ma das maiores fabricantes
mundiais e detentora de uma expressiva participação no mercado brasileiro de tratores de rodas, a Valtra, sediada em Mogi
das Cruzes (SP), planeja aumentar o volume de vendas internas
e as exportações, em 2005.
O volume de produção da
Valtra deverá atingir 10 mil unidades neste ano, contra as 9,8
mil unidades de 2004, ano em
que a expansão da receita foi
da ordem de 25%, totalizando
R$ 832,8 milhões, 70% dos
quais obtidos com vendas para
o mercado interno. Os restantes
30% foram realizados com exportações para mais de 70 países de
todos os continentes, exceto a Europa, que é atendida pela matriz
finlandesa, que mantém duas unidades fabris naquele país.
DeFato Comunicação
32
O Mundo da Usinagem
Para atingir suas metas, a Valtra conta com o suporte de
fornecedores estratégicos, como a Sandvik Coromant.
Cabe lembrar que o volume
de tratores produzidos pela unidade de Mogi da Cruzes é praticamente igual à unidade de
tratores vendidos, já que a empresa produz sob encomenda,
por meio do “Trator Combinado”, um serviço pioneiro, que
permite ao cliente customizar um
trator com base em 13 modelos
de referência, conforme suas necessidades e preferências estéticas,
guardados os limites técnicos.
Para atingir as metas, a empresa, que completou 45 anos de
atividades no Brasil, terá de contornar as dificuldades impostas
pela política econômica brasileira, pela queda dos preços internacionais de commodities agrícolas
e pela valorização do real. Essa
conjunção de fatores tende a tornar mais difíceis os negócios no
mercado brasileiro e também em
importantes destinos de exporta-
ção, como Argentina e Paraguai,
que são responsáveis por 42% dos
embarques (o Mercosul responde
por 47% dos embarques, Chile 6%
e Bolívia 4%).
Para manter a competitividade
e atingir suas metas, a Valtra tem
recebido importante apoio de fornecedores que apresentam soluções
técnicas que revertem na redução
de custos de produção, na melhoria
da qualidade e na desobstrução de
gargalos da fábrica.
A Sandvik Coromant é um
exemplo. A fresa CoroMill 210,
lançada pela empresa de origem
sueca em 2004, foi apresentada
à fabricante de tratores porque
embute características técnicas
inovadoras que poderiam, na
opinião do engenheiro Valteli de
Mattos, vendedor técnico da
Sandvik do Brasil, solucionar um
gargalo da linha de produção.
A CoroMill 210 é uma fresa
desenvolvida para operações de
fresamento em mergulho (plunge)
e fresamento a altos avanços. As
pastilhas estão disponíveis nas
mais modernas classes de metal
duro e coberturas, sendo fixadas ao corpo da fresa por parafuso central e posicionadas com
ângulo de entrada de 10 graus,
o que permite faixas de avanço
extremamente altas a baixas
profundidades de corte axial,
quando a fresa é avançada tangencialmente e também altas
profundidades de corte radial
quando avançada axialmente em
operações de desbaste.
Em ambos os casos, a maior
parte das forças de corte são direcionadas de encontro ao fuso
da máquina, proporcionando
uma condição de corte estável e
praticamente livre de vibrações
ou forças de deflexão lateral.
“A Valtra produz internamente um carter para tratores da linha pesada BH-Brazilian Heavy
(de 180 CV de potência), cujo tempo de fresamento era de 6 minutos e 40 segundos. Com a
R210, o tempo desta operação de
usinagem foi reduzido para 4 minutos e 18 segundos”, comemora
Valteli. “Tínhamos um gargalo, que
foi solucionado”, complementa
Marílio Linhares, gerente de suporte à produção da Valtra, lembrando que a Sandvik é uma tradicional parceira de sua empresa
e responsável pelo fornecimento
de 60% das ferramentas de corte.
“ O comprometimento da
Sandvik Coromant, de proporcionar
Da esquerda para a direita : Eng. Marílio Linhares - Gerente da Eng. de Processos
da Valtra do Brasil S/A, Eng. Tadeu Lins - Gerente regional de Vendas da Sandvik
Coromant, Eng. Valteli de Mattos - Vendedor Técnico da Sandvik Coromant e Eng.
Fernando Mentone - Eng. de Processos da Valtra do Brasil S/A .
Sandvik Coromant do Brasil
33
Empresarial]
[G e s t ã o
anualmente redução de custo
através de trabalhos como este,
traduz nosso slogan “Sinônimo de
Produtividade Máxima”. É estabelecido junto à Valtra metas de
redução de custo anual e esse
número é medido e discutido
periodicamente com o Relatório
CVF, (Arquivo do Valor do Cliente), mesmo sistema que utilizamos globalmente”, elucida
Lins, da Sandvik Coromant.
Além dos ganhos de produtividade da ordem de 35% na operação, a fresa R210 também apresenta vantagens adicionais, como
a vida útil mais que duas vezes
maior. “Antes fazíamos 7 peças
por aresta de corte. Hoje fazemos 15 peças, afirma o engenheiro de processos da Valtra,
Fernando Mentone. “Em termos
absolutos, houve a redução de
R$ 17,14 no custo de produção
da peça”, complementa.
Devido aos resultados significativamente positivos, a Valtra já
decidiu que aplicará a R210 na
produção de partes de outros produtos, como o sistema hidráulico
de trabalho dos tratores da linha
BL -Brazilian Light, com modelos de 77 e 88 CV, que se caracterizam pela extrema versatilidade
- os tratores da categoria são os
mais vendidos no Brasil.
A linha BH, especialmente o
modelo de 180 CV é o carro-chefe da Valtra. Líder absoluto em
vendas para o mercado de canade-açúcar, o modelo detém 70%
de market share do segmento e
venceu quatro vezes consecutivas
o Master Cana” (2001, 2002,
2003 e 2004), que premia os
melhores equipamentos utilizados no setor sucroalcooleiro e é
uma das mais importantes
premiações do agrobusiness.
O carter do BH 180 foi o pro-
34
O Mundo da Usinagem
Marco Antonio da Fonseca, operador
CNC da Valtra, realizando set-up da
fresa Coromant R210.
duto escolhido para os testes de
fresamento porque além de ser
um gargalo na produção, a peça é
uma das que oferecem maiores dificuldades na operação pelo porte
- são cerca de 4.000 mm de
fresamento, a maior realizada internamente à unidade brasileira.
“Iniciamos os testes em agosto de
2004 e imediatamente após os resultados decidimos incorporar a
ferramenta”, afirma Mentoni. “A
relação custo-benefício se mostrou
muito favorável, o que justificava
plenamente a utilização da fresa”,
complementa Linhares.
Utilizada num centro de
Usinagem, que compõe uma
célula de produção com mais
duas outras máquinas-ferramenta de grande porte, a fresa
R210 trabalha com avanços de
1,5 mm/aresta onde a anterior
trabalhava com 0,33 mm/aresta. O avanço da mesa é de
6.300 mm/min contra 1.610
mm/min da anterior. No processo anterior a profundidade
de corte axial era de 4 mm,
hoje se trabalha com profundidade de 1,5 mm. A usinagem
é feita sem refrigeração.
Com o processo anterior se
produziam 10 unidades de carter
por turno, hoje se produzem 11
unidades por turno. A célula de
produção é utilizada na produção de 10 peças diferentes, além
do carter, tais como berço, chassi,
tampa de caixas de câmbio, carcaça do multiplicador. Espera-se
que a R210 proporcione reduções
Usinagem do carter no Centro de Usinagem - Grob BZ800.
significativas no processo de produção dos outros itens.“Em valores absolutos os ganhos serão menores porque os custos de produção dos outros itens são mais baixos. Mas em termos proporcionais,
os ganhos tendem a ser similares”,
explica Linhares.
A R210 é uma fresa de alto
avanço (high feed) e baixa profundidade de corte. Realiza maior
número de passos na peça usinada
e se caracteriza por apresentar
desgaste menor. É indicada para
operações de fresamento produtivo em mergulho e faceamento
com alto avanço.
A Valtra está instalada numa
área de 142 mil m2 (65 mil m2
de área coberta) em Mogi da
Cruzes-SP. A empresa, que completou 45 anos de atividades no
Brasil em janeiro de 2005,
faturou cerca de R$ 800 milhões em 2004, com crescimento de quase 30%.
É verdade que 2004 foi um
ano atípico em que praticamen-
Carter usinado com a fresa R210 da Sandvik Coromant.
te todos os setores da economia
apresentaram expansão. Porém,
não seria justo afirmar que o desempenho da Valtra simplesmente refletiu este crescimento.
A Valtra tem capacidade instalada para produzir 12.500
tratores ao ano com índice de
nacionalização da ordem de 80%.
Cerca de 15% das peças que com-
põem um trator são produzidos
internamente pela Valtra, enquanto que 85% são adquiridos
de fornecedores externos.
Em 2004, a empresa converteu
investimentos de R$ 6,77 milhões
na renovação do parque fabril, na
melhoria da rede de concessionários que soma 84 unidades no País,
e em ações de marketing.
A Empresa e o Social
Instalada na cidade de Mogi das
Cruzes-SP desde a década de 1960,
a Valtra, que iniciou suas atividades
na cidade com nome Valmet - o
nome Valtra foi assumido em 1995 e
é resultado da junção das três primeiras letras de Valmet e tratores -, é
uma empresa que está plenamente
inserida na sociedade local.
Para retribuir o que a sociedade lhe proporciona, a empresa desenvolve ações de responsabilidade social que contribuem para a
elevação da qualidade de vida dos
habitantes de Mogi da Cruzes. Um
dos exemplos é o Projeto Agente
Jovem, de inclusão digital. Por
meio deste projeto, computadores
e cursos de informática são levados a bairros menos favorecidos
da cidade. Desde 2003, o Agente
Jovem atendeu 360 pessoas.
Um outro projeto, desenvolvido
junto com a Associação de Pais e
Amigos de Excepcionais (Apae) de
Mogi das Cruzes, visa a inclusão
social e a capacitação profissional.
Por meio deste projeto, indivíduos
com necessidades especiais fazem
a embalagem de peças pequenas.
Todo produto embalado neste projeto ganha um selo que informa que
foi embalado por pessoas com necessidades especiais.
A Valtra também desenvolve
projetos de cunho cultural. A empresa mantém a orquestra sinfônica “Minha Terra Mogi” e o “Coral Canarinhos do Itapety”, ambos voltados ao
público infanto-juvenil.
A OMU cumprimenta a Valtra pela
grande acuidade de tais iniciativas.
Sandvik Coromant do Brasil
35
A importância do CAD/CAM
na usinagem contemporânea
D
o conceito ao lançamento do
produto. Um processo que podia levar meses, hoje é concluído em semanas ou dias, dependo da complexidade. Há urgência de se lançar o produto no
mercado porque qualquer atraso redunda no aumento de custos e perda de competitividade.
Essa urgência faz com que os
sistemas de produção tornem-se
mais rápidos e complexos. Hoje não
existe máquina sofisticada que não
tenha recursos de microeletrônica
e de informática. Para utilizar as
refinadas funções que as máquinas oferecem, sistemas de Tecnologia da Informação (TI) auxiliares - de processo e de produção tornam-se imprescindíveis.
Máquinas-ferramenta CNC
que representam a vanguarda
tecnológica, como as de cinco
eixos e as multitarefas, não se
justificam se não operarem integrados a softwares de CAD/CAM
(Projeto Auxiliado por Computador/ Manufatura Auxiliada
por Computador). Os sistemas
De Fato comunicação
36
O Mundo da Usinagem
CAD são para os projetistas, enquanto os sistemas CAM são
para os processistas ou programadores CNC. São produtos distintos, embora alguns softwares
tenham as duas funções.
Existem CADs 2D e CADs
3D. Os últimos permitem ao
projetista simular o funcionamento de um produto, antes de
construí-lo. Estima-se que os
CAD 3D possibilitem reduções
de até 40% no ciclo de projeto.
Os sistemas CAM garantem
que o produto será construído
conforme o projeto. Integrados
a um CAD 3D, permitem a geração de programas para máquinas CNC otimizados, que simulam todo o processo.
Máquinas-ferramenta mais sofisticadas podem até sofrer avarias sérias se operarem sem o
auxílio dos recursos de TI, já que
pode até haver colisões entre os
próprios componentes da máquina se os movimentos não forem
precisamente calculados. Em tese,
os cálculos poderiam ser feitos
manualmente, mas do ponto de
vista prático isso seria inviável pelo
tempo de trabalho exigido.
A TI tornou-se tão necessária,
que já é comum máquinas-ferramenta CNC incluírem um software
de CAM, junto com as ferramentas de corte e os acessórios. Assim como as fabricantes de ferramentas de corte trabalham em
parceria com as produtoras de
máquinas, as software-houses trabalham em conjunto com fabricantes de máquinas.
Recentemente desenvolvedores
de softwares passaram a trabalhar em
parceria também com as fabricantes de ferramentas de corte, para
os processos produtivos se tornarem ainda mais eficientes. Um
exemplo, a Pathtrace, que desenvolveu o software EdgeCAM, firmou parceria mundial com a
Sandvik, e a nova versão de seu
software, a 9.5, inclui a funcionalidade Sandvik Wiper Insert. Essa
funcionalidade possibilita a programação CNC com pastilhas tipo
Wiper - realizando, por exemplo,
a compensação do raio - para ferramentas de torno que estão no
Tool Store, a base gráfica de ferramentas do software.
Sandvik Coromant do Brasil
37
S ervice ]
[Original Tooliing
Uma das áreas que mais tem se
beneficiado do desenvolvimento
das máquinas-ferramenta e dos
softwares CAD/CAM é a de moldes
e matrizes. A usinagem de formas
complexas na cavidade de um
molde, que hoje é feita em um dia
ou menos - era um processo que
podia se estender por semanas, sendo que a qualidade dependia da
habilidade dos ferramenteiros, pois
geralmente a usinagem era feita
em máquinas copiadoras através de
modelos de madeira e ou materiais polimerizados, por processo
praticamente artesanal.
Outra tecnologia que merece
destaque é a HSM – High Speed
Machining. As máquinas-ferramenta
que operam em HSM estão sendo
cada vez mais utilizadas. Suportadas pelos sistemas CAM, tais máquinas conseguem usinar moldes
em materiais já tratados termicamente e com qualidade tão elevada que dispensam processos posteriores de acabamento.
Veja, a seguir, o que os principais fornecedores de softwares de
CAD/CAM trazem para o usuário brasileiro.
A UVW Computação Gráfica trabalha com os softwares SolidWorks
(CAD) e Esprit (CAM). O primeiro
é desenvolvido pela SolidWorksUSA; o segundo é produzido pela
D.P. Technology-USA.
Conforme José Eduardo
Escobar, diretor da UVW, a empresa experimentou crescimento de 50% na base instalada em
2004. “Esperamos um crescimento de 60% para 2005 devido às implementações de tecnologias de usinagens e comandos
para controle de máquinas
multitarefas e 5 eixos”, diz.
As novas versões dos dois
softwares trazem inúmeras inovações. Na versão 2005 do Esprit,
há novos ciclos HSM, comandos
38
O Mundo da Usinagem
para controles de máquinas
multitarefas, simulação real da
usinagem e ciclos otimizados para
usinagem a 5 eixos simultâneos,
entre outros. Conta com uma biblioteca de processos de usinagem para facilitar a execução
da programação de peças repetitivas e inclui ainda o reconhecimento automático de furos, cavidades, faces e regiões a serem
usinadas. “O sistema CAM Esprit
Uma das áreas
que mais tem
se beneficiado do
desenvolvimento
das máquinasferramenta e
dos softwares
CAD/CAM é a
de moldes e
matrizes.
2005 permite uma programação
CNC em quase metade do tempo da versão anterior”, garante
Escobar.
UGS - A UGS, que possui centros de desenvolvimento em várias partes do mundo, oferece,
para a manufatura, o NX CAM.
Para engenharia, produz o Solid
Edge (mid-range) e o NX (highend). “O NX é um conjunto/família de soluções que incorpora
todos os processos, desde a engenharia conceitual até a manufatura, teste e qualidade de produtos”, explica Edvaldo Guimarães,
da área de marketing da Latin
America UGS Brasil.
Conforme Edvaldo, na América Latina, a UGS cresceu 35% em
volume total de negócios. “Para
2005, esperamos um aumento semelhante”, afirma. A empresa está
lançando o Solid Edge V17 com
mais recursos para a modelagem
e desenvolvimento de projetos, e
novas funcionalidades para o
gerenciamento do ciclo de projeto em uma única interface, utilizando a tecnologia Insight.
O NX 4, também em lançamento, amplia as funcionalidades que integram o ciclo de desenvolvimento e manufatura de
produtos. “A nova versão integrará mais recursos para o desenvolvimento de superfícies
complexas, sofisticadas ferramentas de visualização, recursos
que aperfeiçoam a usinagem
HSM e funções específicas para
otimizar a manufatura de moldes e ferramentas”, afirma Guimarães. “Além disso, o módulo
ISV (para simulação de máquinas complexas) apresentará novos recursos para o setor de
usinagem”, complementa.
Seacam - A Seacam, representa a empresa britânica Delcam no
Brasil. Oferece o PowerSHAPE,
CAD 3D de sólidos e superfícies e
o PowerMILL, CAM de 2 a 5 eixos. Além destes, fornece soluções
para processos relacionados, como
inspeção tridimensional e engenharia reversa.
Carlos Brancaglione Neto, gerente de suporte técnico da
Seacam, informa que os softwares
fornecidos por sua empresa estão
instalados em clientes dos mais
variados segmentos, como aeronáutico, automotivo, eletroeletrônico, calçados, ferramentarias e outros. De 2003 para
2004, a Delcam no Brasil cresceu 26%. A expectativa para 2005
Sandvik Coromant do Brasil
39
S ervice ]
[Original Tooliing
é de expansão de 20%. “O cenário internacional promete ser
mais estável, favorecendo as exportações”, avalia.
A principal novidade da
Seacam é o PowerMILL6. Nesta
versão será permitida a utilização
de sobremetal negativo, usinagem
trocoidal, que alivia a carga na
ferramenta e permite fazer uma
largura fresada maior que a do
diâmetro da ferramenta. Possibilita ainda o desenvolvimento de
estratégia 5 eixos, com controle da
inclinação da ferramenta para não
utilizar o corte na posição normal
no caso de ferramentas esféricas.
Ainda permite análise do modelo para geração automática dos ciclos de furação e criação das superfícies-tampa nas regiões que serão
furadas; e criação de ferramenta
com geometria customizada. Oferece também facilidades na edição
de percursos; e novos métodos para
criação de eixo de coordenadas facilitando usinagens 3+2 eixos.
Sycad - A Sycad-Divisão CAD/
CAM comercializa o software
Cimatron E, desenvolvido pela
Cimatron, de Israel. Presente nas
ferramentarias de todo o mundo,
nos mais variados segmentos,
como o automotivo, aeroespacial,
militar e outros, a Cimatron apresentou crescimento da ordem 15%
40
O Mundo da Usinagem
em 2004. Neste ano, prevê expansão de até 50%. “Os grandes investimentos em máquinas realizados em
2004 irão exigir novas tecnologias
de software para que as novas máquinas desenvolvam plenamente o
potencial”, explica Adriano Gomes,
do departamento de Marketing e Comunicação, da Sycad.
Neste ano, a principal novidade será a versão 6.0, do Cimatron
E, a ser lançada no primeiro semestre. O produto traz funções para
facilitar a vida dos profissionais que
direta ou indiretamente se relacionam com o software. “A proposta é
integrar todos os processos de engenharia, incluindo desde cotações
e orçamentos à manufatura do produto”, afirma Gomes.
Entre as facilidades do produto
destacam-se: o Quick Compare,
para gerenciar mudanças de engenharia; as funções para suporte ao
trabalho colaborativo; DieQuote,
para gerar estimativas de custo;
Manufatura de Modelos, para a
criação de projetos de produto,
manipulação de dados importados, preparação de modelo para
fabricação e criação de desenhos
para as ferramentas requeridas
para fabricação.
A versão 6.0 do Cimatron E inclui, ainda, soluções orientadas a
processo para suportar a maioria
das funções de projeto de molde. Os
principais produtos de modelamento Cimatron E para o fabricante de moldes são Mold Design,
Quick Split, e Quick Electrode. Destaca-se ainda a capacidade de fresamento em 3 eixos.
SKA - A SKA Automação de Engenharias distribui o software
EdgeCAM, da empresa britânica
Pathtrace. Conforme o diretor da
SKA, Siegfried Koelln, no mercado industrial a empresa apresentou crescimento da ordem de 20%
em 2004. Já no segmento educacional a base instalada passou dos
cerca de 100 assentos para 700.
A principal novidade da SKA
em 2005 será o lançamento do
EdgeCAM 9.5, em maio, na
Feimafe. Na nova versão o software
incorpora melhorias no ciclo de
profiling, com usinagem em curvas 3D, usinagem negativa, pontos de início/fim negativos e positivos. Esta versão possibilita também que o código NC seja gerado
individualmente por ferramenta.
Em torneamento foram criados
ciclos para usinagem com ferramentas com pastilhas Wiper da
Sandvik Coromant, novas operações de faceamento, novos templates no Code Wizard e também edição do Lathe Setup. A integração
com Autodesk Inventor foi aprimorada, permitindo abertura dos
arquivos de conjunto.
Abordamos apenas aspectos básicos dos softwares CAD/CAM, mostrando ao nosso mercado a importância que eles têm apresentado na
cadeia de manufatura. Deve-se entender, contudo, que cada processo
tem a sua peculiaridade e a necessidade de um software deve ser definida em conjunto entre as partes que
integram todo o processo, ou seja,
fabricante de máquinas, fornecedor
de softwares, fornecedor de ferramentas e o cliente final.
Sandvik Coromant do Brasil
41
ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção - Universidade Metodista de
Piracicaba - Faculdade de Engenharia e de Produção - Programa de Pós Graduação
Rod. Santa Bárbara-Iracemápolis - Km 1 - Cep: 13450-000 Santa Bárbara d´Oeste - SP
site: www.abepro.org.br e-mail: [email protected] Tel: (0xx19) 3124-1767, 3454-2238
42
O Mundo da Usinagem
O EdgeCAM 9.5 Impulsiona a Versatilidade
das Pastilhas Wiper da Sandvik Coromant
Duas vezes a faixa de avanço,
ou um acabamento superficial duas
vezes melhor? Faça sua escolha!
Agora, a bem conhecida versatilidade das pastilhas Wiper da
Sandvik Coromant ampliou-se ainda mais, graças ao programa
EdgeCAM 9.5 da Pathtrace. A
Sandvik Coromant é líder no desenvolvimento desses tipos de pastilhas de alta produtividade. Em
um trabalho estreito com a
Sandvik, a Pathtrace é a primeira
empresa do ramo a oferecer apoio
a pastilhas Wiper de alta tecnologia
no torneamento de acabamento. O
EdgeCAM 9.5 garante precisão no
perfil da peça em qualquer direção de avanço.
Conforme observa Chris Mills,
gerente de desenvolvimento de
aplicação da Sandvik Coromant:
“O objetivo da Sandvik Coromant
é oferecer soluções inovadoras que
reduzam os custos de produção de
seus respectivos clientes. Para
atender a essa meta é essencial que
nós possamos combinar produtos
otimizados com capacidades de
aplicação de ‘primeira classe’. Assim, para ter controle completo de
todas as características da tecnologia Wiper que levam à redução de
custo, foi necessário desenvolver
um software ‘sob medida’. Nós
estamos satisfeitos com a cooperação da Pathtrace que agora
viabilizou uma fácil aplicação do
complexo formato Wiper para
operações de torneamento”.
David Boucher, diretor de desenvolvimento de produto da
Pathtrace, comentou: “Esse projeto ampliará ainda mais os benefícios de nossa colaboração
com a Sandvik Coromant e garantirá que nossas soluções para
torneamento continuem a liderar no campo em que atuam. A
prática nos mostrou que os fabricantes de ferramentas e os que
desenvolvem software CAM precisam trabalhar juntos e próximos, para garantir que os clientes sejam capazes de usufruir dos
benefícios das novas tecnologias
com estratégias de usinagem
otimizadas”.
A Pathtrace acredita que a
chave para uma manufatura
bem -sucedida reside no uso
efetivo de tecnologia inovadora e está comprometida em proporcionar aos clientes o que há
de melhor em soluções de manufatura. O EdgeCAM, aliado às
pastilhas Wiper da Sandvik
Coromant, oferece melhorias
significativas de produtividade e
é um grande benefício para
muitas indústrias. Os clientes
continuam a colher os benefícios da colaboração mundial entre as empresas AB Sandvik
Coromant-Suécia e Pathtrace
PLC, no Reino Unido.
No Brasil o software EdgeCAM,
seu suporte e comercialização são
de responsabilidade da SKA
Automação de Engenharias.
Mais informações:
www.ska.com.br
tel.: 0800 5102000
e-mail: [email protected]
Sobre a Pathtrace
A Pathtrace Engineering
Systems é uma divisão da
Pathtrace plc. A Pathtrace possui
escritórios no Reino Unido, Estados Unidos, China e Japão, com
uma rede mundial de revenda.
A Pathtrace Engineering
Systems foi quem desenvolveu
o EdgeCAM, uma solução de
software extremamente poderosa, porém fácil de usar, desti-
nada à automação de processos de programação NC em máquinas-ferramenta que realizam usinagem. Vale ressaltar
ainda que o EdgeCAM é compatível com o Windows 2000
Professional e XP e tem mais de
28.000 usuários no mundo todo.
Para informações sobre a
Pathtrace e o EdgeCAM visite nosso website www.edgecam.com
Sandvik Coromant do Brasil
43
taques ]
[Des
Destaques
Construa sua própria solução
de máquina multitarefa
Os investimentos em modernas máquinas multitarefas se destinam à fabricação de peças completas na maioria das vezes em
um único set-up, independentemente da complexidade das mesmas. Porém, sem as ferramentas certas, o resultado não será
bem sucedido.
A Sandvik Coromant introduziu
uma opção para você construir sua
própria mini-torre multitarefas.
Isso é possível combinando-se
as novas placas para adaptadores
CoroTurn SL com cabeças de cor-
te e lâminas para operações de
torneamento e canais.
Quatro cabeças de corte aplicadas a um portaferramenta, tanto para
uso interno quanto externo, não apenas reduzem o
tempo de troca de ferramentas, como economizam espaço no magazine.
As placas de adaptadores para mini-torres
CoroTurn SL estão disponíveis para montagem axial e radial, em dois tamanhos.
Furação Curta
Recentes desenvolvimentos
esquentam o mercado
A evolução da broca U agora caminhou para o próximo
desenvolvimento que melhorará de modo substancial a economia de produção dentro da
área de furação.
A Sandvik Coromant introduziu a CoroDrill 880 (patente
pendente) com Step Technology
e excepcional equilíbrio das
forças de corte, proporcionando melhoria significativa
na produtividade, bem como
na qualidade do furo.
O formato exclusivo da
pastilha central com a sua respectiva Step Technology facilita uma entrada suave na peça
e um balance perfeito das
forças de corte, permitindo
44
O Mundo da Usinagem
faixas de avanço até 100% mais
altas – e o custo por furo usinado
é reduzido pela metade.
A tolerância estreita das pastilhas com quatro arestas efetivas
de corte e geometria Wiper gera
um impacto favorável sobre a to-
lerância do furo e o acabamento
superficial do mesmo, sendo
apropriada para furos roscados.
Uma escolha abrangente de
classes e geometrias de pastilhas
tornará possível a otimização da
performance em diferentes aplicações e materiais.
A versatilidade da broca
pode ser usada para realizar
interpolação helicoidal, furação em mergulho, mandrilamento, etc.
A CoroDrill 880 será
introduzida em vários materiais promocionais e abrangerá diâmetros de 12.00 –
63.50 mm (0.473” – 2.500”)
em quatro tamanhos diferentes 2 – 5xD.
Operações de ranhuramento
frontal se beneficiam
com nova solução
A Sandvik Coromant agora introduziu uma solução de ferramentas para operações de ranhuramento
frontal onde uma grande quantidade de porta-ferramentas sólidos pode ser reduzida usando lâminas
de corte CoroCut SL combinadas com adaptadores
CoroTurn SL.
Isso é uma extensão do programa para o novo
sistema de ferramental flexível para operações de
corte e ranhuramento, particularmente na produção de lotes pequenos.
Normalmente, o tip-seat para cortes e canais se
desgasta muito mais rápido que os assentos de pastilha desenhados para usinagem geral. Porém, com essa
nova solução, quando o tip-seat estiver desgastado
é só trocar a lâmina que a eficiência da operação
melhorará.
Os adaptadores foram desenhados com uma
interface serrilhada para uma conexão extremamente robusta para as lâminas, comparável em
performance às ferramentas sólidas.
As lâminas estão disponíveis nas versões direita e
esquerda, no desenho com curvatura tipo B.
A flexibilidade é a palavra-chave para essa solução modular de ferramentas, aplicável para todas as
operações de corte e ranhuramento.
Sandvik Coromant do Brasil
45
Sandvik Coromant - Programa de Treinamento 2005
Mês
Abr
TBU
TFR
25 e 26
11 e 12
Mai
30 e 31
Jun
11 e 12
Jul
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