QUESTÕES OBJETIVAS
TEXTO I
Brasileiro fuma menos, mas bebe mais, diz Ministério da Saúde
O tabagismo no Brasil continua em declínio, mas, por outro
lado, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem crescido,
principalmente entre mulheres.
De acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo
Ministério da Saúde, o percentual da população adulta que bebe
álcool em excesso passou de 16,2% em 2006 para 18% em 2010.
Os homens são a maioria entre os que bebem em excesso -26,8% em 2010, contra 25,5% em 2006. Foi entre as mulheres, no
entanto, que se deu o aumento mais expressivo: a taxa passou de
8,2 para 10,6% nos quatro anos.
O ministério considerou consumo excessivo de álcool cinco
ou mais doses em uma mesma ocasião em um mês para os homens
ou quatro ou mais doses para as mulheres.
A pesquisa foi feita em todas as capitais por meio de 54 mil
entrevistas telefônicas.
Em relação ao fumo, o percentual caiu de 16,2% da
população adulta em 2006 para 15,1% em 2010. A queda se deu
entre os homens: de 20,2% para 17,9%. Entre as mulheres, o índice
ficou estável em 12,7% ao longo dos anos.
O Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, admite que a queda na prevalência de fumantes no
país é "lenta". Segundo ele, a preocupação maior está no fato de que pessoas com menor escolaridade (até oito
anos) fumam mais --18,6% em relação às mais escolarizadas (12 anos ou mais).
(Folha online: 18/04/2011).
Questão 01
Olá, meus alunos! Sei que assistiram a todas as aulas; sei que entenderam tudo o que foi ensinado e sei, também,
que estudaram bastante para fazer este Pré-Simulado. Diante deste cenário maravilhoso, leiam com atenção o
fragmento abaixo e respondam-me:
“Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do público.” Se trocássemos o
verbo destacados pelo “perceber”, usando a partícula apassivadora e mantendo o mesmo tempo verbal, teríamos a
seguinte redação:
A) Perceber-se-ão notícias que são de interesse público e perceber-se-ão notícias que são de interesse do
público.
B) Perceber-se-á notícias que são de interesse público e perceber-se-á notícias que são de interesse do
público.
C) Percebem-se notícias que são de interesse público e percebem-se notícias que são de interesse do
público.
D) Percebe-se notícias que são de interesse público e percebe-se notícias que são de interesse do público.
Questão 02
Qual o sentido atribuído à palavra “prevalência”, em “... a queda na prevalência de fumantes no país é...”, no
contexto em que ela se encontra inserida:
A) Preferência
B) Superioridade
C) Abstinência
D) Escolha
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TEXTO II
Questão 03
A partir da leitura do anúncio abaixo, é correto afirmar que:
A)
B)
C)
D)
O anúncio da Vodka Absolut mostra os benefícios de consumir o seu produto
Há uma associação irônica com outra frase de estrutura linguística semelhante
De forma divertida, o anúncio brinca com o efeito da bebida em quem bebe demais
A propaganda lembra ao leitor a importância de beber Vodka Absolut
TEXTO III
O jornalista e o assassino
SÃO PAULO - Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do público. Se a
celebridade "x" está saindo com o ator "y", isso não tem nenhum interesse público. Mas, dependendo de quem
sejam "x" e "y", é de enorme interesse do público, ou de um certo público (numeroso), pelo menos.
As decisões do BC para conter a inflação têm óbvio interesse público. Mas quase não despertam interesse, a
não ser dos entendidos. O jornalismo transita entre essas duas exigências, desafiado a atender as demandas de
uma sociedade ao mesmo tempo massificada e segmentada, de um leitor que gravita cada vez mais apenas em
torno de seus interesses particulares.
Um caso como a tragédia de Realengo reúne interesse público e interesse do público em grau máximo.
Como combater a circulação de armas no país? Como aumentar a segurança nas escolas? Como enfrentar o
problema do bullying? São questões de interesse público e de interesse difuso do público.
Aquém delas, porém, há o fato trágico. Como fazer sua cobertura? Até onde saciar a curiosidade (mórbida)
das pessoas? Até onde devassar o sofrimento das famílias? Deve-se expor sem limites os vídeos "preparatórios"
do assassino? Deve-se preservar as crianças disso tudo? Até que ponto? E como?
Não há respostas conclusivas a essas perguntas. Mas não fazê-las, sob pretexto de que seriam ingênuas
numa época de informação instantânea, equivaleria a deixar o jornalismo e suas opções fora do debate público. É
preciso refletir melhor sobre os nossos critérios.
Sobretudo quando o jornalismo se converte em "infotainment" e parece inclinado a se guiar quase
exclusivamente pelos interesses "do público". A superexposição midiática, apelativa e, afinal, monótona do
assassino serve bem de exemplo. Nunca um vídeo foi tão visto e comentado. É contra esse espetáculo que
deveríamos nos opor. Mesmo, ou principalmente, que isso nos pareça uma batalha perdida.
(FERNANDO DE BARROS E SILVA - Folha de São Paulo: 18/04/2011).
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Questão 04
O texto III se enquadra em que classificação de gênero textual:
A)
B)
C)
D)
Dissertação, já que é a defesa de um ponto de vista impessoal
Artigo de opinião, uma vez que se tem a defesa de um ponto de vista, em 1ª pessoa do plural
Comentário crítico – texto informativo, objetivando apenas informar o leitor
Editorial, por ter a opinião do editor do jornal Folha de São Paulo
Questão 05
Sei que acertou tranquilamente as questões anteriores. Sendo assim, vou fazer, neste momento, um desafio. É a
oportunidade que você tem de demonstrar que conhece a sua Língua Pátria. Está disposto? Vamos lá!!! Leia com
atenção o fragmento abaixo, retirado do texto “O jornalista e o assassino”
“A superexposição midiática, apelativa e, afinal, monótona do assassino serve bem de exemplo. Nunca
um vídeo foi tão visto e comentado. É contra esse espetáculo que deveríamos nos opor. Mesmo, ou
principalmente, que isso nos pareça uma batalha perdida.”
Se fôssemos reescrever o texto acima, obteríamos o mesmo sentido se o fizéssemos da seguinte maneira:
A) Saber perder uma batalha é importante. O vídeo que foi exposto exaustivamente pela mídia, apelativa e
monótona do assassino serve bem de exemplo. Nunca um vídeo foi tão visto e comentado. É contra esse
espetáculo que deveríamos nos opor. Mesmo, ou principalmente, que isso nos pareça uma batalha
perdida.
B) A superexposição midiática, apelativa do assassino foi monótona. Ela serve bem como exemplo de um
vídeo tão visto e comentado. Embora se perca a batalha, deveríamos lutar contra esse espetáculo a que
deveríamos nos opor.
C) Mesmo que saibamos tratar-se de uma briga inglória, deveríamos lutar contra o espetáculo exploradíssimo
de uma mídia apelativa e monótona do assassino. Nunca um vídeo foi tão visto e comentado. É contra
esse espetáculo que deveríamos nos opor, mesmo que isso nos pareça uma batalha perdida.
D) Embora seja uma luta perdida, deveríamos nos opor contra um espetáculo apelativo e monótono de um
assassino apelativo. Todavia, é importante ressaltar que nunca um vídeo foi tão visto e comentado.
Questão 06
Sei que está indo muito bem. Esse fato, pode ter certeza, me deixa muito feliz. Mas, vamos para mais uma questão,
certo? Preparado? Veja lá!
“Como combater a circulação de armas no país? Como aumentar a segurança nas escolas? Como
enfrentar o problema do bullying?”
Para responder a essa pergunta, foram chamados quatro alunos. Cada um, a seu modo, expressou sua opinião,
acreditando que não estaria cometendo erro gramatical algum. Gostaríamos, porém, saber sua opinião a respeito.
Há alguma alternativa que respeita totalmente a norma culta da língua? Aponte-a.
A) Entendo que não existe fórmulas mágicas para tais questões. Circulação de armas, segurança nas escolas
e combater o bullying são desafios que nossas autoridades tentam enfrentar, mas está acima da
capacidade deles.
B) Seria um sonho realizado: acabarmos com a venda de armas, termos segurança nas escolas e exterminar
o maldito bullying. Todavia, não existe uma única solução que destrua todos esses problemas que
enfrentamos em pleno século XXI. Enquanto isso, devemos acreditar que a vida são sonhos que
alimentamos durante nossa passagem pela terra.
C) Podem haver muitas maneiras para se resolver esses problemas. O principal, porém, é que nossas
autoridades acreditem nela e percebam que, com um pouco de boa vontade, tudo se resolve e, um dia,
veremos nosso país respirando muita paz e harmonia.
D) As fórmulas que pode existir para enfrentar a venda de armas, efetivar a segurança nas escolas e, acima
de tudo, liquidar realmente o bullying parece que estão longe de nossos governantes. Acredito mesmo que
é uma luta sem precedentes a cuja vitória está longe de ser alcançada.
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Questão 07
Sobre a charge seguinte, indique a informação que contraria o sentido desse texto:
TEXTO IV
http://gopemaconariacontraasdrogas.blogspot.com/2009_11_01_archive.html
A)
B)
C)
D)
A charge discute uma situação de conflito entre aluno e professor
Não só a arma, mas também a forma de comunicação amedronta a professora
Apenas os traços físicos e não os linguísticos denotam o medo da professora
O humor da charge é percebido em virtude da resposta inusitada da professora
TEXTO V
(...)
Isabel deslumbrou-me.
Corpo escultural, nesse período entontecedor em que florescem as promessas da puberdade, diante dele
senti a explosão subitânea dos instintos. Ferveu-me nas veias o sangue. Fiz-me cachoeira de apetites. Vinte anos!
O momento das erupções incoercíveis...
(...)
Saí dali transformado.
Não era mais o humilde serviçal da fazenda, contente de sua sorte. Era um homem branco e livre que
desejava uma mulher formosa.
Daquele momento em diante minha vida iria girar em torno dessa aspiração. Nascera em mim o amor,
vigoroso e forte como as ervas loucas da tiguera. Dia e noite só um pensamento ocuparia meu cérebro: Izabel. Um
só desejo: vê-la. Um só objetivo à minha frente: possuí-la.
Todavia, apesar de branco e livre, que abismo me separava da filha do fazendeiro! Eu era pobre. Era um
subalterno. Era nada.
Mas o coração não raciocina, nem o amor olha para conveniências sociais. E assim, desprezando
obstáculos, cresceu o amor no meu peito como crescem rios em tempo de cheia.
Aproximei-me da mucama e, depois de lhe cair em graça e lhe conquistar a confiança, contei-lhe um dia a
minha tortura.
- Liduína, tenho um segredo n’alma que me mata, mas tu poderás salvar-me. Só tu. Preciso do teu
socorro... Juras auxiliar-me?
Ela espantou-se da confidência, mas, insistida, rogada, implorada. Prometeu tudo quanto pedi.
Pobre criatura! Tinha alma irmã da minha e foi compreender su’alma que pela primeira vez alcancei todo o
horror da escravidão.
Abri-lhe o meu peito e revelei-lhe em frases cadentes a paixão que me consumia.
Liduína a princípio assustou-se. Era grave o caso. Mas quem resiste à dialética dos apaixonados? E
Liduína, vencida, afinal, prometeu auxiliar-me.
LOBATO, Monteiro. “Os negros” in “Negrinha”, pp. 88-90. São Paulo: Globo, 2008.
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Questão 08
Na sequência narrativa acima (texto V), NÃO se percebe(m):
A) uma linearidade dos fatos, devido ao vai-e-vem da memória do narrador.
B) uma desestabilidade na vida da personagem protagonista , o que configura a complicação comum à
estrutura do gênero (no caso, o conto).
C) referências temporais sobre a época em que se passa a narrativa.
D) um narrador participante da ação e aliciador, não só de personagem envolvida na trama, como também do
leitor, ao indagá-lo.
Questão 09
O texto de Monteiro Lobato traz em si características de um movimento de transição literária do começo do século
XX, no Brasil (o Pré-Modernismo). Tal fase artística é marcada pelas denúncias das realidades brasileiras e pelo
sincretismo de tendências. No texto transcrito, a temática incorre em:
A) um realismo que, ao tocar na disparidade social pobre x rico e na consequente revolta gerada nos menos
abastados, culmina na prática da violência praticada por esses.
B) um romantismo tardio, ao revelar um amor impossível que impulsivamente não reconhece os entraves
sociais e decide enfrentá-los.
C) um barroquismo na marca da dualidade amor espiritual x amor carnal, conflito gerado pela religiosidade
presente nas personagens, para quem a sensualidade era proibida, a fim de manter a castidade.
D) um naturalismo, quando expõe os impulsos sexuais do jovem rapaz sobrepondo-se aos sentimentos, ao
contemplar a bela moça e suas formas, levando-o a alucinações e impaciências típicas da idade.
Questão 10
A prosa literária não está isenta de recursos estilísticos que poetizam o texto. Dentre vários que esse trecho
apresenta, NÃO há:
A) Hipérbole em “Fiz-me cachoeira de apetites.”
B) Paradoxo em “Não era mais o humilde serviçal da fazenda, (...) Era um homem branco e livre...”
C) Gradação em “Eu era pobre. Era um subalterno. Era nada.”
D) Comparação em “(...) cresceu o amor no meu peito como crescem rios em tempo de cheia.”
TEXTO VI
... Virgília deixou-se estar de pé; durante algum tempo ficamos a olhar um para o outro, sem articular palavra.
Quem diria? De dois grandes namorados, de duas paixões sem freio, nada mais havia ali, vinte anos depois; havia apenas
dois corações murchos, devastados pela vida e saciados dela, não sei se em igual dose, mas enfim saciados. Virgília
tinha agora a beleza da velhice, um ar austero e maternal; estava menos magra do que quando a vi, pela última vez,
numa festa de São João, na Tijuca; e porque era das que resistem muito, só agora começavam os cabelos escuros a
intercalar-se de alguns fios de prata.
- Anda visitando os defuntos? disse-lhe eu.
- Ora, defuntos! respondeu Virgília com um muxoxo. E depois de me apertar as mãos: -- Ando a ver se ponho os
vadios para a rua.
Não tinha a carícia lacrimosa de outro tempo; mas a voz era amiga e doce. Sentou-se. Eu estava só, em casa, com
um simples enfermeiro; podíamos falar um ao outro, sem perigo. Virgília deu-me longas notícias de fora, narrando-as com
graça, com um certo travo de má língua, que era o sal da palestra; eu, prestes a deixar o mundo, sentia um prazer
satânico em mofar dele, em persuadir-me que não deixava nada.
- Que ideias essas! interrompeu-me Virgília um tanto zangada. - Olhe que eu não volto mais, Morrer! Todos nós
havemos de morrer; basta estarmos vivos.
E vendo o relógio:
- Jesus! são três horas. Vou-me embora.
- Já?
- Já; virei amanhã ou depois.
- Não sei se faz bem, retorqui; o doente é um solteirão e a casa não tem senhoras...
(...)
- Estou velha! Ninguém mais repara em mim. Mas, para cortar dúvidas, virei com o Nhonhô.
Nhonhô era um bacharel, único filho de seu casamento, que, na idade de cinco anos, fora cúmplice inconsciente de
nossos amores. Vieram juntos, dois dias depois, e confesso que, ao vê-los ali, na minha alcova, fui tomado de um
acanhamento que nem me permitiu corresponder logo às palavras afáveis do rapaz. Virgília adivinhou-me e disse ao filho;
- Nhonhô, não repares nesse grande manhoso que aí está; não quer falar para fazer crer que está à morte.
Sorriu o filho, eu creio que também sorri, e tudo acabou em pura galhofa, Virgília estava serena e risonha, tinha o
aspecto das vidas imaculadas. Nenhum olhar suspeito, nenhum gesto pque pudesse denunciar nada; uma igualdade de
palavra e espírito, uma dominação sobre si mesma, que pareciam e talvez fossem raras. Como tocássemos, casualmente,
nuns amores ilegítimos, meio secretos, meio divulgados, via-a falar com desdém e um pouco de indignação da mulher de
que se tratava, aliás sua amiga; e o filho sentia-se satisfeito, ouvindo aquela palavra digna e forte, (...)
ASSIS, Machado de. “Memórias póstumas de Brás Cubas”, cap. VI, pp. 33-34. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004.
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Questão 11
Uma das grandes características do estilo literário realista é a dessacralização da imagem feminina tão divinizada
pelos autores românticos. Lendo essa passagem do romance “Memórias póstumas de Brás Cubas”, nota-se tal
aspecto na:
A) maneira disfarçada com que Virgília demonstrava sua frieza junto ao seu verdadeiro amor Brás Cubas,
anos mais tarde do rompimento da relação adúltera de ambos.
B) atitude zombeteira como se dirige a Brás, acusando-o de vadio, por querer explorar a piedade dos outros.
C) fala em que se qualifica velha e sem despertar nos homens o olhar da cobiça, quando, na verdade,
buscava isso de maneira narcísica.
D) dissimulação de um comportamento ideal, ao atacar verbalmente um ato de adultério cometido por alguém
de seu convívio social.
Questão 12
A visão de morte que a obra “Memórias póstumas de Brás Cubas” apresenta, através do narrador-personagem é:
A) inserida em uma esfera transcendental em que se admite a existência de uma espiritualidade superior à
matéria.
B) prazerosa, pois implica uma libertação do ser aprisionado por valores e paixões terrenos.
C) uma inclinação natural da vida, um estágio derradeiro a que se chega, sem ter que dramatizar ou lamentar.
D) uma vingança zombeteira da vida, devido às idealizações que fazemos dela e nela.
Questão 13
Considerando a obra “Memórias póstumas de Brás Cubas” e sua intencionalidade, não se percebe nela:
A) a preocupação do homem burguês com a opinião pública.
B) a capacidade humana de superação dos obstáculos que impedem a concretização dos sonhos.
C) a visão irônica sobre a conduta humana.
D) a irrefletida ação humana impulsionada pelos desejos incontidos que atormentam a mente.
Questão 14
No período do texto VI: “Ando a ver se ponho os vadios para a rua.” Observa-se, coerentemente com o contexto e
com a gramática, que
A) A oração em destaque complementa a anterior assumindo uma função sintática de sujeito, sendo –
portanto – subordinada substantiva subjetiva.
B) A oração em destaque exerce a função sintática de objeto direto da oração principal, antecedente,
evidenciando um complemento ao verbo “ver”, transitivo direto.
C) A oração em destaque é considerada um aposto da oração antecedente, visto que atende a uma
expectativa criada no contexto do período.
D) A oração em destaque, na verdade, é subordinada adverbial final, pois sugere a finalidade da oração
antecedente.
TEXTO VII
A noite em Natal
Dispensa o comentário. Basta anunciar. Natal à noite. Estamos vendo uma
cidade quieta como se aprendesse o movimento com as múmias faraônicas. Sob a luz
(quando há) das lâmpadas amarelas, arrastam, meia dúzias de criaturas magras, uma
"pose" melancólica de Byrons papa-jerimuns.
Depois, um "film" no Royal ou Rio Branco ou poker sonolento do Natal club.
Estive uns tempos inquerindo de como alguns amigos meus passavam as
primeiras horas da noite. As respostas ficam todas catalogadas em três classes.
Indolência. Ficam em casa e tentam ler. Saem e não havendo (desde que morreu
Parrudo) nada de novo entre nós, deixam-se ficar modorrando numa praça silenciosa.
Instinto de elegância. Natal club. Aí está como vive a noite um rapaz nesta terra de
vates (poetas) e de enchentes.
Não possuímos o instinto do "saloon", do ambiente, do ajuntamento. Em 1888,
Paula Ney (poeta, jornalista que marcou o boêmio Rio de Janeiro da belle
époque), afirmava que os brasileiros só se reuniam em caso de briga. Deve ser
verdade. Das quinze a vinte sociedades literárias, dançantes e operárias que existem
por aqui, duas abrem o que se convencionou chamar "os seus salões".
O hábito de palestra não é brasileiro. Nós discutimos. Somos discursófilos. Não sendo o nosso forte as leituras
dos assuntos em controvérsia, pomos a razão na força do berro.
Adhemar Vidal (literato e advogado paraibano) registrou a primeira observação, Gilberto Freyre, a segunda.
Chamou-a Stentormania (mania de aumentar o som da voz em uma discussão). É, talvez, essa a maior afastante das
nossas conversas. Índole calma e estranhamente irritável, perdemos o "aplomb" (auto-domínio, serenidade) logo às
contestações iniciais. A fórmula do brasileiro julgar é simples e peremptório (decisivo). Sábio ou nulo. Nunca dispomos de
um elogio para quem discordamos. O brasileiro só está de acordo quando ouve ou narra anedotas.
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E lógico não estamos sempre no vezo (hábito, costume) de cantar histórias jocosas. Daí o afastamento. Quem
sai de casa leve obrigatoriamente uma novidade. Se não, não, como diria o velho fidalgo português.
Entre os natalenses as novidades rareiam. Substituíram-nas pelo "ouvi-dizer" "estão dizendo por aí" e quejando
(outras coisas de mesma natureza).
Aqueles, por higiene moral imunes de tais vícios ficam em casa ou jogam o displicente poker no Natal-club. E
penso que só!...
CASCUDO, Luís da Câmara. In “Crônicas de origem”, pp. 86-88. Natal: EDUFRN, 2005.
Questão 15
A crônica anterior faz parte da coletânea “Crônicas de origem”, do potiguar Luís da Câmara Cascudo. Nelas o autor
se debruça sobre a cidade do Natal de seu tempo (anos 20) e faz comentários acerca de seus costumes, sua
estrutura, sua sociedade. Nessa particularmente, o assunto versa sobre:
A) A variedade de diversão noturna da capital potiguar.
B) O desábito de uma discussão tranquila e inteligente a respeito de algum assunto realmente conhecido.
C) O costume de contar anedotas, quando se reúne socialmente.
D) O vício de jogar pôquer, comum aos cidadãos natalenses dos anos 20.
Questão 16
Considerando a crônica “A noite em Natal”, de Luís da Câmara Cascudo, nota-se que ela é uma:
A) Crônica Lírica ou Poética , pois, em uma linguagem metafórica, o autor extravasa sua alma diante de um
episódio sentimental, nostálgico ou de simples beleza da vida urbana, significativo para ele.
B) Crônica de Humor , já que apresenta uma visão irônica ou cômica de um fato em forma de um
comentário, ou de um relato curto. Procura basicamente o riso, com certo registro irônico dos costumes.
C) Crônica-Ensaio , porque, apesar de ser escrita em linguagem literária, tem um espírito humorístico e valese, inclusive, da ficção. Apresenta uma visão abertamente crítica da realidade cultural e ideológica de sua
época, servindo para mostrar o que autor quer ou não quer de seu país.
D) Crônica Dissertativa , já que traz uma opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que
"racionais”.
Questão 17
Sabe-se que o emprego de termos mais rebuscados ou da língua culta acaba por revelar uma variação da
linguagem, assim o período no texto VII “Adhemar Vidal (literato e advogado paraibano) registrou a primeira
observação, Gilberto Freyre, a segunda. Chamou-a Stentormania (mania de aumentar o som da voz em uma
discussão). É, talvez, essa a maior afastante das nossas conversas. Índole calma e estranhamente irritável,
perdemos o "aplomb" (auto-domínio, serenidade) logo às contestações iniciais. A fórmula do brasileiro julgar é
simples e peremptório (decisivo)” evidencia:
A) A variação diatópica, identificando o lugar próprio desse tipo de linguagem.
B) A variação diastrática, denunciando o grupo social que se apropria dessa variação linguística, e tornando a
linguagem seleta a essa elite cultural.
C) A variação diacrônica, pois indica o tempo específico dessa linguagem que não se vê mais em momento
algum da comunicação brasileira.
D) A variação diafásica, já que esse tipo de linguagem é só uma questão de momento, uma circunstância
rápida.
TEXTO VIII
NOSSO TEMPO
(fragmento)
A Oswaldo Alves
I
Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
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Visito os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda?
Miúdas certezas de empréstimo, nenhum beijo
sobe ao ombro para contar-me
a cidade dos homens completos.
Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.
São tão fortes as coisas!
Mas eu não sou as coisas e me revolto.
Tenho palavras em mim buscando canal,
são roucas e duras,
irritadas, enérgicas,
comprimidas há tanto tempo,
perderam o sentido, apenas querem explodir.
ANDRADE, Carlos Drummond de. In “A rosa do povo”, pp. 38-39. Rio de Janeiro: Record, 2008
Questão 18
Nesses versos do poema “Nosso tempo”, de Carlos Drummond de Andrade, só
A) alusão à ideologia partidária que divide os homens.
B) referência a símbolos de necessidades básicas do homem.
C) conformismo do “eu” frente a situações das quais discorda.
D) a palavra como protesto da indignação do “eu”.
NÃO
se percebe:
Questão 19
O livro “A rosa do povo” (1945), de Carlos Drummond de Andrade, apresenta no geral poemas que:
A) expressam um “eu” que ironiza a si próprio, o amor, o provincianismo do interior, entre outras temáticas as
quais expõem o autor maior que o mundo a sua volta.
B) atestam o choque social entre o que o indivíduo pensa do mundo e como esse age sobre aquele,
oprimindo-o, tolhendo sua liberdade.
C) são na maior parte metalinguísticos, apresentando o prazer artístico do anarquismo literário, desmitificando
o belo poético propagado pelos parnasianos.
D) aludem ao caos psicológico do homem universal, frente à desordem da vida urbana marcada pela pressa e
competitividade.
Questão 20
No fragmento do texto VIII, “Calo-me, espero, decifro” fica claro que se trata de:
A) um período composto de três orações coordenadas sindéticas aditivas, pois sugerem uma soma de ações
do “eu-lírico”.
B) um período composto por coordenação em que as orações apresentam verbos indicadores de
adversidade.
C) um período composto por coordenação em que as relações semânticas entre as orações evidenciam
adição, apesar da ausência dos conectivos, denominadas assindéticas.
D) um período composto por coordenação em cujas orações está evidenciada a ideia de explicação, pois os
dois últimos verbos explicam a razão da primeira ação do eu-lírico.
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8
F OLHA DE R ESPOSTAS
1
A
B
C
D
2
A
B
C
D
3
A
B
C
D
4
A
B
C
D
5
A
B
C
D
6
A
B
C
D
7
A
B
C
D
8
A
B
C
D
9
A
B
C
D
10
A
B
C
D
11
A
B
C
D
12
A
B
C
D
13
A
B
C
D
14
A
B
C
D
15
A
B
C
D
16
A
B
C
D
17
A
B
C
D
18
A
B
C
D
19
A
B
C
D
20
A
B
C
D
Número de acertos: ________
Nota da prova objetiva: __________
Nota da redação: __________
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PROPOSTA DE REDAÇÃO
http://gopemaconariacontraasdrogas.blogspot.com/2009_11_01_archive.html
Vivemos em uma sociedade onde a corrupção, guerra, desamor, desunião e a violência estão muito
presentes, a ponto de ouvirmos e lermos noticiários de jovens envolvidos com bullying, álcool e drogas ilícitas.
Isso nos leva a questionar: o que está acontecendo com a juventude brasileira?
Uma organização não-governamental (Ser Livre) tem uma resposta para esse questionamento. Ela
afirma que os jovens perderam a consciência crítico-analítica e o equilíbrio emocional, deixando-se por isso
conduzir por qualquer grupo oportunista e explorador, o qual incitando-os, induz esses adolescentes a
praticarem atos dos mais irracionais, sem questionarem seus meios e finalidades.
Sabendo disso, redija um artigo – para ser publicado no Jornal Tribuna de Hoje – no qual você se
posicione sobre essa opinião da ONG Ser Livre. Seu texto deverá, obrigatoriamente, atender às seguintes
normas:

ser redigido no espaço destinado à versão definitiva;

ter um título;

apresentar explicitamente um ponto de vista total ou parcial, fundamentado em, no mínimo, dois argumentos;

ser redigido na variedade padrão da língua portuguesa;

não ser escrito em versos;

conter, no mínimo, 20 linhas;

ser assinado. Use o pseudônimo Juventus Creditale.
Observação:
a coletânea a seguir é para pesquisa, mas pode ser usada em sua produção textual.
CALL – CENTRO DE APERFEIÇOAMENTO DE LÍNGUA E LINGUAGEM - I PRÉ-SIMULADO DE PORTUGUÊS E LITERATURA - 2011
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Texto 01
Entre outras singularidades trágicas, o massacre de Realengo escancarou um fenômeno mais geral que atormenta
milhões de estudantes em todo o país. Para as vítimas de agressões físicas e xingamentos, as marcas podem se
perpetuar por toda a vida.
(Veja: 20/04/2011).
Texto 02
[...]48,3% dos jovens de 12-17 anos já fizeram uso na vida de álcool ou entorpecentes, ao passo que esse
número atinge 73,2% dos jovens de 18-24 anos. Segundo o mesmo estudo, 5,2% e 15,5 % dos jovens de 12-17
anos e 18-24 anos, respectivamente, são dependentes de álcool. No ano de 2005, com a realização do II
Levantamento Domiciliar no Brasil, os autores constataram que o uso na vida de álcool ou entorpecentes por jovens
de 12-17 anos e de 18-24 anos foi de, respectivamente, 54,3% e 78,6% ao passo que a dependência dessa
substância nesses mesmos grupos etários foi de 7,0% e de 19,2%, respectivamente.
(Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil – 2011).
Texto 03
(...) Porém,acredito que o enigma dos adolescentes pode ser decifrado se estudarmos o comportamento
social das maritacas...
Sim, as maritacas,mesmo sob exame superficial as semelhanças saltam aos olhos. Para começar,andam
em bandos.Depois,são todas iguais.(Você já viu um adolescente se vestir diferente dos outros do seu grupo?Tênis
da mesma marca,jeans da mesma grife).
As maritacas gritam todas ao mesmo tempo. Os adolescentes se comportam desta mesma maneira.È
como se gritassem:_"me vejam,me vejam"!
Longe dos olhos dos outros, agarram o telefone, porque longe dos olhos dos outros eles se sentem
perdidos.E para essa doença não há remédio.Ela se cura com o tempo.E,finalmente, maritacas e adolescentes não
se importam com a direção em que estão indo.Importam-se,sim,com o "agito" enquanto vão.
Adolescentes parecem não ter medo de nada. Mas eles têm um medo medonho da solidão. Por isso, estão
sempre em grupos. Mas essa sociabilidade de que é feito o grupo é o oposto da amizade. Porque ela é feita de
igualdades. Quem é diferente do grupo está fora.
A amizade começa quando a gente não pertence a grupo algum. Amigo é a pessoa com quem a gente
pode estar triste sem que ele faça coisas para nos alegrar. Porque a tristeza também é parte da vida.É para ser
amigo dela.
(Cartas Aos Pais Dos Adolescentes - Rubem Alves)
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E S P AÇ O D E ST IN AD O À R ED AÇ ÃO
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(Título)
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(CONTINUAÇÃO DO ESPAÇO DESTINADO À REDAÇÃO)
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Brasileiro fuma menos, mas bebe mais, diz Ministério