Ano VIII • nº 173
12 de novembro de 2009
R$ 5,90
Sem título, 1942, acervo do artista
empoucaspalavras
Quem, nos idos de 1990, escolhia morar no
recém-fundado Sudoeste era logo motivo de chacota
dos amigos: “Você vai se mudar para o Barroeste?”.
Afinal, o novo bairro – fundado com apenas quatro
quadras residenciais e oito comerciais – estava em
fase de implantação e o asfalto ainda não havia
chegado a todas elas.
Com o tempo, e muita poeira depois, novas
quadras foram criadas e o Sudoeste ficou com cara
de bairro, com tudo o que isso implica, inclusive o
trânsito caótico. Mas isso já é outra história...
Naquela época, e até há bem pouco tempo,
podia-se contar nos dedos de uma mão as opções de
bares e restaurantes, o que “obrigava” o morador da
região a ir buscar diversão de fim de semana na Asa
Sul ou na Asa Norte. Mais recentemente, e com uma
ajudinha da Lei Seca, muitos comerciantes do ramo
decidiram investir na região. Em pouco tempo, novos
bares e restaurantes foram se instalando no bairro,
principalmente na quadra 101. Nasceu, assim,
o Baixo Sudoeste, região visitada pelo repórter
Vicente Sá numa animada sexta-feira (página 60).
Nem bem terminou o Festival Internacional de
Cinema, o FIC Brasília, e já vem aí a 42ª edição do
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de 17 a 24
deste mês. Infelizmente, sem o glamour e as grandes
estrelas do passado, como lamenta o crítico Sérgio
Moriconi (página 30), que vê o festival assumir uma
cara cada vez mais provinciana.
Se preferir assistir a um clássico do cinema
francês, então a pedida é aproveitar a mostra
O cinema de Claude Lelouch, que apresenta dez
filmes do diretor (inclusive Um homem, uma mulher)
entre 19 e 29 de novembro, no Museu da República.
Opções, portanto, não faltam para sua agenda
cultural.
Boa leitura e até a próxima quinzena.
Maria Teresa Fernandes
Editora
28 galeriadearte
Livro sobre a obra do artista plástico Athos Bulcão
revela sua forte presença no dia a dia da cidade
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águanaboca
picadinho
garfadas&goles
pão&vinho
espaçocidadão
palavradochef
roteirogastronômico
queespetáculo
dia&noite
caianagandaia
graves&agudos
culturapopular
objetosdodesejo
galeriadearte
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ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 1208 – CEP 70322-915 – Tel: 3964.0207
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Luis Turiba, Luiz Recena, Quentin Geenen de Saint Maur, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria
e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Contato Comercial Giselma Nascimento (9985.5881) | Administrativo/
Financeiro Daniel Viana | Assinaturas (3964.0207) | Impressão Gráfica Coronário.
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águanaboca
Baixo Sudoeste
Com ajuda da lei seca, a quadra 101 do bairro tornou-se um
dos mais badalados points etílico/gastronômicos da cidade
Por Vicente Sá
Fotos Rodrigo Oliveira
O
Baixo Leblon foi uma feliz coincidência geográfica que ocorreu
na parte efetivamente mais baixa
do bairro carioca, em que charmosos barzinhos, restaurantes e até uma antiga piz­
zaria formavam um virtuoso “triângulo
das bermudas” que virou point de intelectuais, artistas e gente bonita no final dos
anos 70 e começo dos 80. Lá, a partir das
dez da noite, tudo acontecia e todo mundo se encontrava. Ou, como dizia Caetano Veloso, “deixa ao destino, deixa ao
acaso, quem sabe eu te encontre de noite
no Baixo”.
Depois disso, “baixo” virou sinônimo
de concentração de bares e restaurantes de
sucesso. E assim vieram o Baixo Gávea, o
Baixo Laranjeiras e, aqui em Brasília, o
Baixo Jorjão (os bares do empresário Jorge
Ferreira, na 202 Norte). Agora, começa a
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destacar-se no mapa arquétipo da cidade o
Baixo Sudoeste. Localizado na quadra 101
do bairro, o point reúne desde um charmoso botequim de esquina até pizzarias,
barzões, restaurantes bem comportados
ou agitadinhos, com clipes e músicas baianas, bares com garçons caracterizados, cafés e choperias. De tudo um tanto.
Se você não teve ainda a oportunidade
de conhecer o Baixo Sudoeste, que tal nos
acompanhar num passeio etílico/gastronômico por uma dúzia da estabelecimentos sempre lotados de gente bonita, que se
diverte à vontade em meio ao burburinho
e ao movimento dos garçons? Logo na primeira esquina encontramos o Buteko
101, aberto há menos de dois meses, que
trouxe como contribuição ao bairro seu
caneco super gelado, que conserva por
mais tempo a temperatura do chope ou da
cerveja, e a linguiça de Formiga, tradicional petisco mineiro. Para quem quiser jantar, aconselhamos o filé ao molho rôti
com gorgonzola (custa R$ 29,90 e serve
bem duas pessoas). Justamente por ser de
esquina, o boteco é bem arejado, permite
que os clientes fumem e tem um bom estacionamento ao lado.
O Cocoricó é o irmão mais velho da
turma. Na quadra há mais de dez anos,
tem como um de seus segredos a “máqui-
O chope estupidamente gelado do Buteko 101
na de fritar frango”, equipamento que garante um petisco sequinho e bem temperado que é marca da casa, querido por
adultos e crianças. O “frango ao curica”,
outra especialidade do boteco, é um filé
grelhado (de frango, claro) que vem acompanhado de arroz com brócolis, batata frita e feijão tropeiro (R$ 38,60, também para duas pessoas).
Fernando Barini, engenheiro civil, 45
anos, é um dos mais antigos fregueses.
Morador do Sudoeste, como a grande
maioria dos frequentadores, ele adora passar os finais de tarde no Cocoricó com suas duas cadelinhas, Pichuta e Mel. Diz
que o atendimento é nota 10 e a cordialidade é o logotipo da casa: “Aqui a cerveja
também está sempre gelada, no ponto certo. Não dá para não beber”.
O Sweet Gift é um café – localizado
também numa esquina – que detém a representação dos produtos do Empório do
Café, do sul de Minas, nas seis variedades
de grãos mais conhecidas. Pequeno e
aconchegante, em apenas sete meses conquistou uma clientela fiel tanto para os
chocolates belgas quanto para os presentes descolados que oferece. Nos finais de
semana, uma boa pedida para quem mora
ou está passeando no Sudoeste é o seu café da manhã, com grande variedade de salgados, croissants, pão de queijo caseiro e
doces especiais, como o bem-casado de
castanha com recheio de nozes.
Fausto & Manoel: casa cheia todas as noites. Abaixo, o bufê de frios do Café São Jorge
Ao lado da lei
Mais abaixo, na outra esquina do Bloco A, encontramos a Choperia Sudoeste,
que, com sete anos de existência, já virou
tradição na quadra. Em seus 400 lugares,
jovens e coroas se misturam em animadas
conversas regadas a muito chope, servido
em tulipas de vidro fino, “que reforçam o
sabor da bebida”, garante o gerente, Sebastião Torres. Entre os tira-gostos da casa, o escondidinho de bacalhau é um dos
mais pedidos, assim como a carne de sol
com mandioca. Recomendamos o “amigo
do peito”, um peito de frango com queijo
na chapa e batatas fritas que sai por
R$ 23,50 e serve bem, como petisco, até
quatro pessoas.
Sebastião Torres afirma que sua freguesia é, na grande maioria, composta por
moradores do próprio Sudoeste que temem a lei seca. “Para mim, os restauran-
tes e bares fora das duas asas do Plano Piloto ganharam muito com essa lei. Poucos
vinham de lá para cá, e muitos iam daqui
para lá. Houve um aumento considerável
no número de clientes para todo mundo,
aqui no Sudoeste”.
Na esquina em frente, já no Bloco B,
fica o Café São Jorge, com dois ambientes
– bar e cachaçaria – e tendo como destaque, entre os drinks, as caipiroskas de frutas da época, por R$ 9,90 (com promoção
de dose dupla de domingo a terça-feira).
Oferecido todos os dias das 17 horas até o
encerramento, o bufê de frios (R$ 5,60 cada 100 gramas) é outra atração do São Jorge que, aos sábados, serve também uma fei-
joada self-service, cozida no estilo tradicional, por R$ 24,90 – a caipirinha é por conta da casa. A descontração é a marca forte
do São Jorge: à noite, os garçons trabalham
com exóticos chapéus, que podem ser emprestados aos fregueses mais animados.
Logo em seguida vem o Fausto & Manoel, casa cheia toda noite, há cinco anos.
Qual seria o segredo? Para o gerente Oscar Korb, é o atendimento caprichadíssimo e o som ambiente bem baixinho, que
permite uma prosa tranquila e sem exaltação. Em suas dezenas de mesas, os destaques são os bolinhos de bacalhau e a picanha na tábua.
O aeroportuário Miguel Martinho,
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águanaboca
um pequeno espaço de comida tipicamente mexicana. Em suas oito mesas, o proprietário Alexandre Amorim serve das 17
às 24 horas cinco versões do burrito, o tradicional prato da culinária do México, espécie de tortilla de farinha geralmente recheada com carne bovina, suína ou frango
(no Ramirez há também uma versão vegetariana). Para beber, a casa oferece sucos,
refrigerantes, cervejas mexicanas e, é claro, tequila.
Ambientes familiares
O casal Felipe e Yasmine no Nana Bar
um dos fregueses mais fiéis, acha que “o
bom da casa, além do atendimento, é a
oportunidade de ver muita gente bonita”.
E a freguesia do Fausto & Manoel é mesmo assim, uma mistura de mulheres bonitas, casais jovens e homens de todas as
idades. Eclético, o bar agrada ao estagiário
de jornalismo Vitor de Moraes “porque
está sempre cheio e com muita animação”. Para o jovem de 24 anos, o almoço
em família nos fins de semana é uma ótima pedida.
Torres de cerveja
De cima já dá para ver a animação do
subsolo, mas somente descendo uma pequena escada conseguimos chegar ao Nana Bar, que homenageia a banda Chiclete
com Banana e seus fãs e em apenas cinco
meses criou uma clientela fiel e numerosa
que se amarra no bobó de camarão (R$
9,90) e no acarajé (R$ 7). No telão, rola o
tempo inteiro música baiana, e a jovem
clientela um pouco ouve e um pouco conversa enquanto bebe a “torre de cerveja” de
3,5 litros. Tal qual uma pequena chopeira,
ela enfeita diversas mesas do Nana Bar.
“É uma das nossas atrações. Os clientes adoram porque a cerveja fica sempre
bem gelada”, afirma Eliane Aguiar, gerente da casa. Para o casal Felipe e Yasmine,
o Nana Bar tem um ambiente descontraído, agradável para os jovens, “um bom lugar para encontrar a turma e assistir a jogos e clipes”.
Saindo do ambiente baiano, logo ao
lado temos o Ramirez Mexican Foods,
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Na galeria ao lado, também no subsolo, mas com parte de suas mesas ao ar livre, a Pizza à Bessa recebe, noite após noite, uma gigantesca clientela. Entre os frequentadores, é comum encontrar famílias
inteiras – quase sempre com muitas crianças – comemorando aniversários, ou grupos de jovens atraídos pelo afamado rodízio da pizzas da casa. “Faço questão de
que os clientes encontrem aqui um ambiente bem familiar, em que se sintam inteiramente à vontade”, diz o proprietário,
Paulo Bessa.
Alguns metros adiante, na mesma galeria, uma novidade: a Escondederia, especializada, como não poderia deixar de
ser, num dos pratos mais populares dos
Estados de Pernambuco, Bahia e Minas
Gerais: o escondidinho. O freguês pode
escolher entre dez tipos de recheios (os
mais procurados são os de carne seca, camarão e filé acebolado) e três tipos de purê
– mandioca, batata ou abóbora.
Para quem prefere ambientes mais
tranquilos, outras boas opções são o Café
Contemporâneo Creperia, com seu rodízio de crepes, e a Tratoria 101 Ristorante,
de comida italiana. A elas vai se juntar em
breve, o Mokay Sushi, mais um japonês
no Baixo Sudoeste, onde já fazem sucesso, principalmente entre o público jovem,
nada menos do que quatro temakerias.
Buteko 101
Bloco A – Loja 2 (3341.2082). De 2ª a 6ª, das
16 à 1h; sábado e domingo, das 11h30 à 1h.
Cocoricó
Bloco A – Loja 28 (3344.1177). De 3ª a
domingo, das 16h30 às 2h.
Café Sweet Gift
Bloco A – Loja 44 (3257.9296). De 3ª a sábado,
das 9 às 20h; domingo, das 10 às 16h.
Choperia Sudoeste
Bloco B – Loja 48 (3344.8424). De 2ª a 4ª,
das 16h30 à 1h; de 5ª a 6ª, das 16h30 às 2h;
sábado, das 11h30 às 2h; domingo,
das 11h30 à 1h.
Café São Jorge
Bloco C – Lojas 2/80 (3344.1549). De 3ª a
domingo, das 9 à 1h.
Fausto & Manoel
Bloco C – Lojas 8/10/12 (3039.6407). De
domingo a 4ª, das 10 às 2h; de 5ª a sábado,
das 10 às 3h.
Nana Bar
Bloco C – Loja 75 (3032.8989). Diariamente,
das 17 às 2h.
Ramirez Mexican Foods
Bloco B (subsolo) – Loja 94 (3344.4860). De
3ª a sábado, das 17h até o último cliente.
Pizza à Bessa
Bloco B, subsolo (3344.0990). Diariamente,
das 18 às 24h.
Tratoria 101 Ristorante
Bloco C – Lojas 38/42 (3344.8866). De 2ª a
domingo, das 12 às 15h e das 19 às 24h (2ª,
só jantar; domingo, só almoço).
Escondederia
Bloco B (subsolo) – Loja 34 (3344.1763). De
3ª a sábado, das 12 às 23h; domingo, das
12 às 16h.
Café Contemporâneo Creperia
Bloco B – Loja 142 (3341.5475). De 3ª a
domingo, das 18 às 24h.
Os garçons do Café São Jorge, com seus exóticos chapéus, ajudam a descontrair o ambiente
picadinho
Entrada: consomé com pãozinho crocante
de alho. Prato principal: filé ao molho
de gorgonzola com arroz piemontese e
farofinha crocante. Sobremesa: parfait de
queijo Minas com calda quente de goiabada.
Preço: R$ 29,90. Será possível? Isso mesmo.
É a promoção deste mês de novembro
no Villa Borghese, da chef Ana Toscano.
O cliente ainda pode trocar o prato principal
por um filé ao molho mediterrâneo,
acompanhado de linguini com ervas,
e a sobremesa por um abacaxi caramelado
com merengue. No cardápio normal também
há boas novidades: camarões de Taormina
e abadejo com pesto mediterrâneo.
Natal do Pontão
Outra boa promoção, já com foco nos
festejos de Natal, é a que prepararam os
cinco restaurantes do Pontão do Lago Sul.
De 20 de novembro a 25 de dezembro, os
clientes encontrarão nessas casas menus
compostos por entrada, prato principal e
sobremesa a um preço único de R$ 39 (por
mais um real pode-se ajudar instituições de
caridade). O especial do Bargaço, por exemplo,
será a casquinha de siri, de entrada, seguido
do peixe ao alecrim com arroz de brócolis e
batata sauté e, de sobremesa, a tradicional
cocada. A lista completa dos pratos está em
www.pontaodolagosul.com.br.
lascas de tangerina, escarola refogada e
salada de legumes assados.
Italiano
Feijoada diferente
Divulgação
Trio gourmet
O Carpe Diem rebatizou sua casa do Terraço
Shopping de La Cuccina Carpe Diem D’Italia,
transformando-a em restaurante especializado em comida italiana. A proposta é de
pratos fartos e saborosos a preços acessíveis,
com muitas opções de saladas, massas,
risotos, carnes, peixes e frutos do mar.
Happy hour imperial
Já o chef Dudu Camargo acaba de lançar
uma feijoada branca com frutos do mar no
restaurante Fatto (QI 9 do Lago Sul). Todos
os sábados, das 12 às 17h, a iguaria estará
no bufê (R$ 70 por pessoa) junto com outras
invenções mediterrâneas como caldo de
peixe, caldo de frutos do mar, sushi de
salmão com atum, farofa de lula, salada de
risone, peixe assado com molho de ervas,
O fim de tarde da recém-inaugurada
choperia Villa Imperial (210 Sul) já está
fazendo o maior sucesso. Além de chope
dose dupla das 17 às 20 horas, o cliente
pode aproveitar o bufê de queijos e frios
ou – se estiver em grupo – pedir uma das
versões de 650 gramas de carne que vem à
mesa numa chapa, para ser grelhada na hora.
Festival de camarão
Enquanto isso, nos restaurantes Dom
Francisco do ParkShopping e do Pátio Brasil o
que rola, até 9 de dezembro, é o Festival de
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Francisco ensina
Começa no dia 16 mais uma turma do curso
Cozinhando com Francisco, a última do ano.
Durante cinco segundas-feiras consecutivas
o chef Francisco Ansiliero orientará os alunos
no preparo de pelo menos três pratos por
aula. Inscrições: 3224.5679 / 3224.8429.
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A vinícola Miolo acaba de lançar um vinho
elaborado especialmente para exportação.
O Alísios, que acaba de desembarcar na
Inglaterra, é resultado de um ano de
pesquisa de tendências que resultou num
vinho despojado e elegante, segundo
o produtor. As pesquisas apontaram que
o ritmo de vida acelerado provocou no
Velho Mundo uma mudança no consumo
de vinhos, antes dominado pelos produtos
mais encorpados e com bastante tanino.
Iogurte congelado
Chega a Brasília mais uma franquia da
Yogoberry, rede especializada em iogurte
congelado de diversos sabores e com
deliciosas opções de coberturas, como frutas
frescas ou em calda, granola, castanhas,
nozes, mel e vários tipos de chocolate.
A nova loja fica no Conjunto Nacional.
Aniversário Zuu
O Zuu a.Z.d.Z. comemora seu quinto
aniversário em novembro com um menu
especial no almoço, a R$ 39,90. O prato
principal mudará toda semana, mas a
entrada será sempre a meia salada mediterrânea (folhas, burrata, tomates, azeite, limão
siciliano, manjericão, grana padano, parma
San Danielle e favo de mel) e a sobremesa
o suflê de doce de leite.
Varanda nova
Quem já considerava o ambiente do Outback
(ParkShopping) um dos grandes atrativos
da steak house vai se surpreender com
a varanda, que acaba de ser reformada.
O espaço ganhou mais 30 lugares, colunas
de pedra, mesas de madeira e árvores
decorativas. Um ótimo lugar para aproveitarem a Billabong Hour, em que diversos drinks
da casa são servidos em dose dupla.
Divulgação
Faro Fotografia
Camarão. Serão servidas quatro opções de
entrada e seis de pratos principais, entre os
quais se destaca a lasanha de camarão (R$
88 para duas pessoas). Durante o festival,
o cliente que pedir um dos vinhos recomendados para harmonizar com os pratos – Santa Digna Sauvignon Blanc Reserva (R$ 63,90)
e Santa Digna Rosado (R$ 69) – ganha meia
garrafa deste último.
Tipo exportação
Aos amigos,
Luiz Recena
garfadas&goles
[email protected]
11
F
quase tudo
eriadões ou fins de ano são vésperas de casa cheia, ou com gente nova, ou habitués, no pedaço.
Foi assim no final de outubro, começo de novembro, passados. Primeiro chegaram Márcia, Laerte
e Fernandinho, o “fofo”, filho do casal, próximo dos cinco anos de idade. Depois agregou-se Sonia,
“Soninha”, com inusitada silhueta, mais esbelta, a ressaltar-lhe as costumeiras gargalhada e simpatia.
Por fim, ou por sempre, posto que é tio da criança, ajuntamos o tio “Jacaré”, um trepidante que atende
pelo nome de Zé Henrique. Aos marinheiros de primeira viagem é tempo de mostrar o que já foi descoberto e conhecido. Assim,
e pela ordem, Barraca do Francês, na Pedra do Sal, pastel de camarão e peixinho pititinga frito (as entradas),
vermelho frito com acompanhamentos e risoto de camarão e palmito (os pratos fortes). Ótimos. A mão
de Rozilda está cada vez melhor nas artes de encantar quem gosta de comer. Próxima parada, Praia de
Interlagos, para visitar a forte aliança Falcão-Tapioca. Cervejas de vários calibres e rótulos, com comidinhas
baianas no aperitivo. Gostosos filés de peixe e carne, na surpreendente (por boa) cozinha do clube do
condomínio, fecharam o sábado.
Domingo, depois da piscina do garoto e da incansável máquina de fazer rir, esgrimida pelo tio Jacaré,
parada obrigatória na Toca do Dinho, em Stella Maris. Pititinga, vermelho frito com acompanhamentos
e a já famosa salada mista de polvo e camarão. Com geladas, é claro. Fome noturna saciada com fusilli
al pesto (caseiro, com manjericão da hortinha do jardim). Despedidas rápidas, cervejas lentas e lágrimas
marcaram a segunda-feira. Os amigos vão, as saudades ficam...
Jorjão, o furacão
Poucos dias antes do feriadão, um telefonema
anunciou que Jorge Ferreira, nosso querido Jorjão
dos bares, estava na capital baiana. Era um dia útil,
previamente destinado ao ofício de escrever. Mas
quis o destino que assim não fosse. Um peremptório
“quero ver vocês!” ecoou pelo fio do “grambél”.
Jorjão é assim, voz poderosa, tonitroante. O amigo
é mais do que isso, é carinhosamente mandão mesmo. Deixemos claro: a cumplicidade do escriba só
precisava de um bom motivo, e ele estava ali. Tínhamos pouco mais de três horas, o que requeria um
plano rápido. E eficiente. A caminho do aeroporto,
primeira parada, obrigatória, conhecer a casa e abrir
os trabalhos. Louras rápidas. Em seguida, A Brasa,
que mesmo com esse nome é um restaurante alemão. Tem cardápio variado, mas sua especialidade é
mesmo a cozinha germânica. E tem chope. O menino não acertou a mão no colarinho e o creme, desta
vez, não compensou. Nosso herói até um poeminha
declamou, mas, não surtindo o efeito desejado, voltamos às louras. Essas sim, estavam geladas. E galhardamente acompanharam os anéis de lulas, fritos
no estilo milanesa, e as salsichas com mostarda alemã. Um aperitivo desses requer, exige um complemento, e ele estava ali perto, o steinhaeger com cara
de pidão. Foi feita a sua vontade. No final, encontro e papo rápido e saudações ao dono, herr Probucka, com direito, ao sair, a um solene auf widersehen!
(aufiderzein, adeus em alemão), declamado com pronúncia perfeita. Conclusão: o Jorjão sabe alemão!...
As rimas, segundo ele, são para “matar a galera”.
E requereu: “Manda essa pro Luizinho”. Está
mandada, mestre e amigo. Aufiderzein!
Pelo telefone Poucas notícias de novos bares, novas garfadas e goles chegam daí. Parece que vou ficando aqui para sempre. Mas os fiéis de sempre informam: abriu o Heat, um novo conceito, misto de restô e
casa de baladas, com grandes ideias, cores, sabores e som. Longa vida! E o Claude Capdeville, agora com
a parceria do Wanir Júnior, volta a barbarizar no Toca do Chopp, agora nas Águas Claras, que, no dizer
de Vicente Sá, é “o novo eldorado, a cidade mais vertical do DF”. Vamos em frente!
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Viva Porto Alegre!
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a novidade em espumante nacional, também
oferecida pela Vinhos do Mundo, foi o Fabian,
nas versões branca e rosé, por preço extremamente atraente, na casa dos R$ 30.
Entre as visitas gastronômicas comuns à
maioria das minhas viagens a Porto Alegre,
tais como a Usina das Massas, a Na Brasa e o
Marco, sobressaiu-se novamente o fantástico
Le Bateau Ivre, que continua sendo, na minha
opinião, o melhor restaurante do sul do país.
O proprietário, Gerard, que já havia passado
pela Bahia, esteve em terras brasilienses por
um bom período e acabou se estabelecendo
em definitivo na gaúcha Porto Alegre, onde
vem desenvolvendo uma alta gastronomia
cada vez mais sólida e maravilhosa. Recebeume com sua tradicional simpatia e com novos
e sensacionais pratos.
De entrada, ostras gratinadas ao champanhe, que fiz acompanhar por duas taças do
espumante Adolfo Lona, sempre muito correto,
com leves aromas de fermento e torrada. Como
prato principal, uma boa surpresa: confit de
canard à redução de vinho tinto com emulsão
de foie gras. Apresentação impecável, nota 10.
Macio, o molho sedoso e saboroso, levemente
picante. Acompanhando, uma batata assada
ao creme de queijos, muito suave e ao mesmo
tempo marcante, e uma garrafa de Château
Tarreyrots 2006, bordeaux de categoria superior, com fruta madura e apimentada, corpo
de médio a bom, madeira bem integrada,
traduzindo-se em vinho charmoso e elegante.
Fazia tanto tempo que eu não tinha uma refeição como essa que me senti propenso, ao final, a ajoelhar para uma reza em agradecimento. Na impossibilidade, optei ao menos por dispensar a sobremesa para curtir por mais tempo
toda a impressão gustativa do jantar. Imperdível para quem passar por aquelas bandas!
ALEXANDRE
DOS SANTOS
FRANCO
paoevinho
@alo.com.br
pão&vinho
M
ais uma vez em viagem, passei uma
semana em terras gaúchas. Cinco
dias trabalhando em Porto Alegre
me permitiram reviver um pouco da gastronomia local e do vinho, não só o nacional, confesso, mas também alguns bons importados.
Como sempre, o que mais me impressiona
na nossa produção de vinhos do sul do país é
o espumante, que não apenas continua sendo
ótimo, mas, creio, vem melhorando cada vez
mais, inclusive pela diversidade de produtores.
Estando em Porto Alegre, eu não poderia
deixar de visitar a importadora Vinhos do Mundo, que sempre considerei e vem comprovando
ser uma das melhores do país. Seus rótulos de
importação exclusiva nos oferecem algumas
preciosidades – e, como sempre, eu dou mais
importância às que representam grandes oportunidades em termos de custo/benefício.
O Riesling Spatlese Troken da Anselman,
com seus atuais 13% de álcool (já foram 14%),
continua exuberante, uma surpresa em termos
de alcolicidade em brancos, e sempre preservando seu equilíbrio e sabor. Está na faixa
do R$ 60 e, por esse preço, talvez seja hoje
o branco mais interessante do mercado.
Ainda no campo dos brancos: um exemplar
de Semillion, da Austrália, o Stevens da Tyrrels,
altamente premiado e também de qualidade
exuberante, encontrava-se em promoção, com
50% de desconto, na casa do R$ 50, tornando-se outra grande opção para o verão que
se aproxima.
Entre os tintos, a excepcional oferta,
diria até imperdível, foi o
Quinta Generación, vinho
premium da Casa Silva
Chilena, de qualidade
muito superior a seu
preço. Finalmente,
com
Santa Felicidade
em Brasília
raimundo
ribeiro
espaçocidadão
municacaoraimundoribeiro
@gmail.com
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L
ei seca do trânsito, horários rígidos
novidades interessantes estejam surgindo,
de fechamento, protestos contra
como o polo gastronômico em instalação
os decibéis, punição à fila dupla...
na cabeceira da Ponte JK, onde haverá cerca
Nos últimos tempos, uma carga negativa de
de 45 estabelecimentos em funcionamento
notícias, em Brasília, cercou o setor de bares
dentro de pouco tempo (alguns muito
e restaurantes, que na maioria das grandes ci-
interessantes já estão funcionando e vale
dades assume o papel de reduto da felicidade
a pena frequentá-los).
(em Curitiba, por sinal, ficou famosa a região
A questão dos bares e restaurantes que
muito apropriadamente chamada de Santa
funcionam nas comerciais locais me preocupa
Felicidade).
e eu defendo a retomada da discussão sobre
No Distrito Federal, é como se estivéssemos
os estacionamentos subterrâneos. Creio que a
vilanizando esse setor que tanto prazer nos
Polícia Militar deve manter a fiscalização con-
proporciona, nos alegres encontros com
tra os abusos na chamada fila dupla, punindo
a família e com os amigos. Estaremos
os exageros e principalmente os motoristas
transformando Brasília numa comunidade
que param seus carros nas esquinas.
mal-humorada?
A Capital Federal progrediu mais do que
No Plano Piloto, principalmente, está passando da hora de se reunir todos os interessa-
o previsto, com 2,6 milhões de habitantes
dos num amplo seminário, estabelecendo-se
e mais de 1,1 milhão de carros. De repente,
regras de convivência dos bares e restaurantes
aquele barzinho que você via de longe, da ja-
com a cidade, mas sem impedir que Beirute,
nela do seu prédio, realmente cresceu e che-
Libanus, Xique Xique, Camarão 206 e muitos
gou perto do playground. Mas nada impede
outros patrimônios históricos possam receber
que passemos a discutir essas questões com o
seus clientes.
reconhecimento de que os estabelecimentos
são vitais para o nosso bem-estar.
Como cidadão, constato esse tipo de cho-
Volto ao apelo original: não vamos deixar
que o mau humor tome conta da gente quando formos abordar diariamente essa questão.
que que envolve o serviço de bares e restau-
Bares e restaurantes nos fazem felizes e mere-
rantes. Reconheço que não existe uma política
cem ser tratados com bom senso na hora da
pública voltada para o setor, embora algumas
aplicação das regras e das leis.
13
Galos e galinhas
variedade de produtos sofisticados, como
vizinho do Pouso da Chica acorda
linguiça de cordeiro, queijos variados, cervejas
a turma do quintal. Estou de férias.
artesanais e uma adega com vinhos nacionais
Retomo meu sono, deixando ao galo o difícil
e importados muito bem escolhidos. A própria
labor de acordar o sol nessa época chuvosa
dona aconselhava os compradores indecisos –
em Diamantina. Cot-cot-cot... São oito horas
no meu caso, ela me comprovou, com uma
e as frenéticas galinhas festejam o amanhecer
degustação de cachaças de alambiques reno-
botando ovos.
mados e de pequenos produtores, a fama dos
No sobe e desce pelas ruelas e becos de
destilados mineiros. Na despedida, sugeriu-me
Diamantina, procuro o antigo Mercado dos
ir ao IV Festival de Frango Caipira, no distrito
Tropeiros, um galpão com toda a estrutura
de São Gonçalo do Rio das Pedras.
em madeira que inspirou o arquiteto Oscar
No dia seguinte fui, debaixo de chuva, com
Niemeyer nos esboços de seu projeto para o
duas amigas de Caruaru, até o pequeno povoa-
Palácio da Alvorada. Hoje Mercado Municipal,
do, situado a 34 km da cidade, para descobrir
ele abriga aos sábados uma feira de pequenos
a origem do festival e experimentar alguns dos
produtores e quituteiras da cidade e dos
pratos. A estrada de terra que leva até São Gon-
arredores. Uma grande miscelânea que vai
çalo do Rio das Pedras é um regalo para a vista:
de produtos da horta a comidinhas, doces,
cadeias de rochas negras, jardins de pedras bro-
cristais e artesanato.
tadas, fachadas de palácios góticos esculpidos
Saindo da feira, eu já levava na minha cesta
alguns ingredientes regionais como o maxixe
fofo, em formato de pimentão verde alongado,
pelas águas e ventos, mata nativa e pastos verdes banhados por pequenos riachos e cachoeiras.
A escolha do ingrediente de base para ca-
bem diferente do maxixe bojudo e espinhoso
racterizar o festival é a carne de frango caipira,
que nas receitas tradicionais, após escaldado,
por ser a mais utilizada nas refeições dos 834
é servido recheado com carne moída, brotos
moradores do povoado, explicou-me o dono
de samambaias a serem fervidos para tirar
do restaurante Angu Duro. As receitas são ela-
o amargo e depois picados e refogados na
boradas nos fogões a lenha, que têm a particu-
manteiga, um punhado de jambo branco
laridade, nessa região, de serem construídos
com seu delicado sabor de rosa.
A Praça do Velho Mercado estava toda
sobre pés de madeira. Nos cardápios dos
restaurantes e pousadas, frango com
enfeitada por estandartes com imagens de
ora-pro-nobis, frango ao molho pardo,
santos e instrumentos musicais. Lá estava o
frango com creme de milho, frango com
retrato de um galo, nas portas e balcões das
quiabo, ensopado de frango com vinho,
lojas, nos postes, nos caminhões, anunciando
frango afro-mineiro.
as “Bandas de Cá”, convidando todos a assistir
ao festival de bandas tradicionais do interior
de Minas no domingo, na praça.
Nos arredores, deparei-me com uma delicatessen, a Athenas do Norte. Lá encontrei uma
14
No dia seguinte, na pousada, o canto
do galo despertou em mim a memória
dos sabores dos pratos experimentados
no festival. E pedi dois ovos fritos na
Quentin
Geenen de
Saint Maur
palavradochef
@alo.com.br
palavradochef
C
inco da manhã, o có-có-ró-có do galo
manteiga no café da manhã.
14
roteirogastronômico
MÚSICA AO VIVO
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
DELIVERY
FRALDÁRIO
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Armazém do Ferreira
QI 21 do Lago Sul (3366.3531)
412 Sul (3345.3531)
Cardápio variado, sabor e qualidade.
Buffet no almoço é o carro-chefe,
com mais de 10 pratos quentes,
diversos tipos de saladas e várias
opções de sobremesa, a R$ 39,90
( 2ª a 6ª) e R$ 44,90 (sáb, dom e
feriados) por pessoa.
506 Sul Bloco A (3443.4323)
CC: Todos
Bar do Mercado
buffet de restaurante
Camarão 206
Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem
decoração caprichada, com móveis e
objetos da primeira metade do século
XX. Destaques para os pasteizinhos.
Sugestão de gourmet: Cordeiro
ensopado com ingredientes
especiais, que realçam seu sabor.
Em ambiente aconchegante,
com decoração pontuada por
arte e história, pode-se tomar
um cafezinho ou um chope para
acompanhar o pastel de bacalhau,
o sanduíche de mortadela ou
o autêntico Bauru. No almoço,
cardápio paulistano.
206 Sul (3443.4841), Liberty Mall
e Brasília Shopping cc: todos
Scenarius Grill
De segunda a sexta-feira serve
executivos e servidores públicos
do centro da cidade. Aos domingos,
o público se transforma: são famílias
inteiras que vão saborear delícias
como a anchova negra e o bife
ancho.
509 Sul (3244.7999)
CC: todos
SCS Q. 3 Bl. A - Ed. Paranoá
(3224.0585 / 3039.1234)
CC: Todos
Bar Brahma
Café das 5 Revistaria
A casa de Brasília segue a proposta das
outras filiais, com shows, ótima comida e
o tradicional chope cremoso. Frequentado
por grandes personalidades da política
e da música. A decoração é inspirada
nas décadas de 50 a 70. Aos sábdos,
a tradicional feijoada acompanhada de
chorinho, samba de raiz e outras atrações. O
cardápio assinado pelo chef Olivier Anquier.
Neste charmoso Café, você encontra
deliciosos sanduíches, snacks,
saladas, milk shakes, chás...Tudo
para uma estadia aconchegante em
companhia de suas leituras favoritas.
Happy Wine Hour, todas as quintas
a partir das 17h, com selecionados
vinhos da parceira Zahil. 3ª a sáb. 11h
à 0h / Dom. 11h à 16h.
SHIS QI 5 Cj. 9 Bl. D - Espaço
Maria Tereza (3248.0124)
CC: V e M
confeitarias
201 Sul (3224.9313)
CC: todos
brasileiros
É um dos mais renomados buffets de
festa da cidade, com mais de dez anos
de experiência. Além dos salgados
e doces finos oferecidos no buffet,
destaque para o Risoto de Foie-Gras, o
Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim
e o Filé ao Molho de Tâmaras.
Bar Brasília
cafés
BARes
202 Norte (3327.8342)
CC: Todos
Sweet Cake
buffet de festa
Restaurante inspirado no Rio de
Janeiro dos anos 40. O buffet,
com cerca de 20 tipos de frios,
sanduíches e rodadas de empadas
e quibes, com a performance do
garçom Tampinha, são boas opções
para os frequentadores.
Praliné
O cardápio é bastante variado, com
tortas doces e salgadas, bolos,
geleias, quiches, tarteletes, chás,
cafés e sucos naturais. Promoção:
Café da manhã, de segunda a sexta
por R$ 12,90 e Chá da tarde às terças
por R$ 20,50 (Buffet por pessoa).
205 Sul Bl. A lj. 3
(3443.7490)
CC: V
15
BSB Grill
San Marino
O Rodízio de massas e galetos
está com preços especiais: de
domingo a quarta por R$ 15,80 e
de quinta a sábado por R$ 17,80.
No almoço, Buffet com saladas,
pratos executivos e grelhados
209 Sul (3443.5050)
CC: Todos
Villa Borghese
Desde 1998 oferece as melhores e os
mais diversos cortes nobres de carne:
Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe,
Picanha, além de peixe na brasa, esfirras,
quibes e outras especialidades árabes.
Adega climatizada e espaço reservado
completam os ambientes das casas.
O charme da decoração e a
iluminação à luz de velas dão
o clima romântico. Aberto
diariamente para almoço e jantar.
Sugestão: Tagliatelle Del Mare
(Tagliatelle em saboroso molho de
azeite extra virgem, tomate, alho,
manjericão e camarões grandes),
por R$ 45,00.
304 Norte (3326.0976)
413 Sul (3346.0036) CC: A, V
ITALIANOS
Pontão do Lago Sul
(3248.7755) CC: Todos
contemporâneos
Café Antiquário
À beira do lago, diante da vista mais bela de
Brasília, a casa atrai todos que desejam unir
ambiente agradável, boa cozinha e música.
Almoçar um rico grelhado e tomar café
ao fim da tarde são apenas algumas das
ecléticas delícias do restaurante. O piano
sofistica o ambiente de 18h às 20h30 todos
os dias. As noites são de jazz e blues ao vivo.
201 Sul (3226.5650) CC: Todos
Fast food de comida mexicana com
mais de 20 opções no cardápio.
Nachos (a partir de R$ 3,90), tacos,
burritos, quesadillas e molhos que
podem ser combinados em combos
pequenos ou grandes e ainda pratos
executivos (a partir de R$ 9,90). Para
a sobremesa, churros, casquinhas,
sundaes e milk shakes. Dom. a 4ª de
12h à 0h. 5ª a sáb. de 12h às 5h.
MEXICANOS
GRELHADOS
Tacolino Mexican Fast Food
405 Sul
CC: V, R, VR, Sodexho
Roadhouse Grill
Oliver
Próximo ao Eixo Monumental, apresenta
espetacular vista para um tranquilo campo
de golfe, sem prédios ao redor. O ambiente
composto por piso de pedras vindas
de Pirenópolis e móveis de Tiradentes
(MG) conferem ainda mais rusticidade
ao restaurante. Elaboradas pelo gourmet
Carlos Guerra, as receitas internacionais
têm base na culinária mediterrânea.
Brasília Golfe Center - SCES
Trecho 2 (3323.5961) CC: Todos
www.restauranteoliver.com.br
16
INTERNACIONAIS
­ .Clubes Sul Tr. 2 ao lado do
S
Pier 21 (3321.8535)
Terraço Shopping (3034.8535)
Oca da Tribo
naturais
Criado nos EUA, foi eleito por três anos
consecutivos o preferido da família
americana. Com mais de 100 lojas,
seus generosos pratos foram criados,
pesquisados e inspirados nas raízes da
América. Conheça tais delícias: ribs,
steaks, pasta, hambúrgueres.
Saboroso e diversificado buffet,
com produtos orgânicos e carnes
exóticas. No domingo, pratos
especiais, como o bacalhau de
natas e o arroz de pequi. Horário: de
segunda à sexta, das 11:30 às 15h
e sábados, domingos e feriados, das
12 às 16h.
SCS trecho 2 (3226.9880)
CC: Todos
MÚSICA AO VIVO
roteirogastronômico
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
DELIVERY
FRALDÁRIO
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
Mitzu
O maior restaurante japonês de
Brasília, com capacidade para atender
até 240 pessoas em seus cinco salões
e dez tatames. Serve buffet de 3ª a
domingo, com mais de 50 deliciosas
sugestões, entre sushi, sashimi e
pratos quentes, além de cardápio
á la carte.
Restaurante Badejo
A tradicional moqueca capixaba leva o
tempero mineiro no Restaurante Badejo,
com 19 anos de história em Belo
Horizonte e 15 em São Paulo. Agora
é a vez de Brasília conhecer o autêntico
sabor da cozinha capixaba.
SCES - Trecho 4 - Lote 1B
Academia de Tênis
Setor de Clubes Sul
(3316.6866) CC: V e M
Nippon
Baco
Tradicional e inovador. Sushis e
sashimis ganham toques inusitados.
Exemplo disso é o sushi de atum
picado, temperado com gengibre e
cebolinha envolto em fina camada de
salmão. As novidades são fruto de
muita pesquisa do proprietário Jun Ito.
Premiada por todas as revistas.
Massas originais da Itália, vinhos
e ambiente. No cardápio, pizzas
tradicionais e exóticas. Novidades são
uma constante. Opção de rodízio em
dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª
e domingo, e na 408 Sul, às 2as.
403 Sul (3224.0430 /
3323.5213) CC: Todos
309 Norte (3274.8600), 408 Sul
(3244.2292) CC: Todos
Baco Delivery (3223.0323)
PIZZARIAS
ORIENTAIS
116 Sul (3245.1780)
CC: Todos
Peixes e frutos do mar
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Gordeixo
Ambiente agradável, comida boa e
área de lazer para as crianças fazem
o sucesso da casa desde 1987. No
almoço, além das pizzas, o buffet de
massas preparadas na hora, onde
o cliente escolhe os molhos e os
ingredientes para compor seu prato.
Belini
Feitiço Mineiro
A casa premiada é um misto de
padaria, delikatessen, confeitaria
e restaurante. O restaurante serve
risotos, massas e carnes. Destaque
para o café gourmet, único torrado na
própria loja, para as pizzas especiais
e os buffets servidos na varanda.
A culinária de raiz das Minas Gerais
e uma programação cultural que
inclui músicos de renome nacional e
eventos literários. Diariamente, buffet
com oito a nove tipos de carnes.
Destaque para a leitoa e o pernil à
pururuca, servidos às 6as e domingos.
Peixes e frutos do mar
113 Sul (3345.0777)
CC: Todos
Peixe na Rede
A vedete do cardápio é a tilápia, servida
de 30 maneiras. O frescor é garantido
pela criteriosa criação em cativeiro na
fazenda exclusiva do restaurante, a
100 Km de Bsb. Há também pratos de
camarão e bacalhau.
405 Sul (3242.1938)
309 Norte (3340.6937)
CC: Todos
Regionais
Padaria
306 Norte (3273.8525)
CC: V, M e D
306 Norte (3272.3032)
CC: Todos
Fulô do Sertão
Ambiente colorido e acolchegante. No
cardápio, pratos tradicionais como
escondidinho, arrumadinho, galinha
cabidela, tapiocas e cuscuz, além
das exclusividades da casa como
o acarajé paraibano e nhoque do
sertão. À noite, música de qualidade
com clima romântico à luz de velas,
perfeito para momentos especiais.
404 NORTE – Bloco B
(3201-0129) CC: V, M, D
17
queespetáculo
Era uma vez...
No teatro do CCBB, clássicos da literatura infantil brasileira
N
ão fosse a versão de Walt Disney,
talvez Pinóquio não teria ficado
conhecido como é até hoje, e as
histórias dos Três Porquinhos e da Branca de Neve também poderiam ter caído no
esquecimento. No Brasil, as adaptações
para a TV do Sítio do picapau amarelo
mantiveram vivos por várias gerações os
personagens que nasceram da imaginação
de Monteiro Lobato. Essas e outras experiências mostram que qualquer recurso
é válido para introduzir as crianças no
mundo fantástico criado pelos mestres da
literatura.
É com o objetivo de aproximar as novas gerações dos clássicos da nossa literatura que o CCBB recebe, de 20 de novembro
a 6 de dezembro, o projeto Contos clássicos
brasileiros. Ao longo de três finais de semana, obras de Câmara Cascudo, Graciliano
Ramos e Manoel de Barros serão apresentadas com roupagem bem atraente para o
público infanto-juvenil, e embaladas pela
rica música instrumental brasileira.
No primeiro espetáculo, de 20 a 22 de
novembro, os atores Antonio Karnevale e Marcê Porena protagonizam o musical Histórias de Alexandre, de Graciliano
Ramos. Alexandre é um contador de causos do sertão nordestino, meio caçador,
meio vaqueiro, alto, já velho e com um
olho torto. Ele transforma a realidade e
reinventa o mundo com histórias mirabolantes, sempre confirmadas pela mulher,
Cesária. O roteiro é de Heloisa Pinheiro e
a trilha sonora, executada ao vivo, foi desenvolvida especialmente para o projeto
pelo grupo Pedra Lispe.
No fim de semana seguinte, os contos
Histórias pintadas, do historiador, folclorista, antropólogo e jornalista Câmara
Cascudo, ganham uma versão teatral
adaptada por Rebeca Queiroz, que também protagoniza a peça. As histórias se
desenrolam ao mesmo tempo em que o
18
cenário vai sendo construído, pouco a
pouco, com pinturas de Rebeca, enquanto o músico Ranier Oliveira apresenta ao
vivo música instrumental e cantigas populares, sob a direção de Itiberê Zwarg.
No terceiro e último fim de semana, o
grupo Os Tapetes Contadores de Histórias apresenta de forma lúdica a poesia de
Manoel de Barros, no espetáculo Passarinho à toa. A peça traz poemas e fragmentos
de textos de Cantigas para passarinhos à
toa, Exercícios de ser criança e Poeminha em
língua de brincar. Enquanto os atores cantam, narram e recitam a poesia de Manoel
de Barros, o violeiro Luciano Câmara executa ao vivo a trilha sonora, desenvolvida
pelo grupo Água Viva. No cenário, objetos
de tecido remetem a uma praça com árvores, luzes, plantas, bancos e brinquedos.
Cada um dos três espetáculos apresen-
ta uma linguagem teatral diferente, mas todos têm um objetivo comum: “Buscamos
apagar as fronteiras entre as diversas manifestações artísticas e culturais do nosso
país, por meio do regionalismo e do diálogo entre o tradicional e o contemporâneo”,
explica Isabel Seixas, coordenadora do projeto ao lado de Mariane Moraes. Assim,
ao mesmo tempo em que mostra a variedade de linguagens, representações, estilos e
gêneros presentes em nossa cultura, o projeto procura diminuir o distanciamento
entre o público infanto-juvenil e a literatura, desenvolvendo nas crianças uma nova
percepção do olhar para as artes.
Contos clássicos brasileiros
De 20/11 a 6/12, no CCBB. Sextas, às 16h;
sábados e domingos, às 15h30 e 18h.
Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50. Bilheteria:
3310.7087.
O grupo Os Tapetes Contadores de Histórias vai apresentar o espetáculo Passarinho à toa.
Nana Morais
dia&noite
luizapossi
somdenatal
Músicas de Bach, Mozart,
Haydn, Haendel, Vivaldi
e dos russos Bortniansky,
Kalinnikov e Shnittke
fazem parte do repertório
da Siberian Virtuosi, a
orquestra de câmara russa
que se apresenta dia 15,
às 17 h, no Parkshopping.
Trazida pelo Projeto Bancorbrás Cultural, a Siberian Virtuosi é dirigida por Fabio
Mastrangelo e tem 12 integrantes. Nos últimos 14 anos, já fez turnês por toda a
Europa e pelo Japão. Entrada franca.
Cadu Cinelli
filarmônicademinas
Divulgação
Pela primeira vez em Brasília, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se apresenta dia 26, às 20h30, na Sala Villa-Lobos, com participação especial do pianista
Arnaldo Cohen. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, a orquestra foi criada
em fevereiro de 2008 e vem se apresentando nos concertos regulares no Palácio
das Artes, em outras cidades mineiras, em praças e em parques. O pianista
Arnaldo Cohen apresentará solo de concerto de Franz Liszt.
malandromorengueira
steelpulse
A banda inglesa de reggae
com mais de 30 anos de estrada
estará em Brasília, dia 22, para
participar da Semana da Consciência Negra. Considerada
um exemplo de luta contra o
racismo, a Steel Pulse já viajou
por mais de 40 países e coleciona 12 discos, um deles
premiado com o Grammy
(Babylon the bandit). A turnê
começa em Porto Alegre, dia 18,
passa pelo Rio, Salvador e
termina aqui na cidade com o
show que acontece no Centro
Comunitário da UnB. Ingressos
a R$ 30 à venda no Bar Raízes
(408 Norte), e na Pizza Dom
Bosco (306 Norte / Sudoeste /
CNB1 Taguatinga).
Divulgação
Divulgação
Depois do sucesso conquistado na turnê do DVD ao vivo A vida é
mesmo agora, a cantora começa agora a divulgação do novo Bons ventos
sempre chegam. No repertório, as novas Vou adiante, Tudo certo e
Queixo caído, de sua autoria. No show que fará dia 14 na Sala VillaLobos, às 21h, Luiza virá acompanhada de sua banda: Ramon
Montagner (percussão), Alexandre Cavallo (baixo), Zeppa (violão,
guitarra e vocais), Pedro Braga (violões, guitarra e bouzouki) e Renato
Fonseca (teclados). Ingressos a R$ 80 e R$ 40.
Quem melhor do que Jards Macalé e Maria Alcina
para homenagear o inesquecível Moreira da Silva,
ou Kid Morengueira (1902/2000), para os íntimos?
Pois é essa a proposta do show Homenagem ao
malandro, de 13 a 15 de novembro, na Caixa
Cultural. Juntos no palco pela primeira vez,
Macalé e Maria Alcina vão relembrar os sucessos
do compositor que imortalizou o chamado sambade-breque. Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às
19h. Ingressos a R$10 e R$ 5.
19
Divulgação
n.a.s.a
Valéria Carvalho
O ex-DJ do Planet Hemp Zé Gonzáles, o Zegon, conheceu o americano Squeak E. Clean numa festa em 2003, e no dia seguinte os dois
já estavam fazendo música juntos. A dupla precisou de pouco tempo
para já ter músicas suficientes para lançar seu primeiro disco, sob a
alcunha de N.A.S.A (North America/South America). A música dos
DJs coloca no mesmo caldeirão Tom Waits, MIA, George Clinton,
John Frusciante (Red Hot Chili Peppers), David Byrne e Seu Jorge,
entre outros. Depois de uma turnê pelos Estados Unidos, o N.A.S.A
faz um giro pelo Brasil, passando em Brasília no dia 14. A festa será
no Arena Futebol Clube a partir das 22h, com ingressos a R$ 30.
averara
Divulgação
Rosa Passos, sua madrinha musical, costuma chamá-lo de “Chet Baker brasileiro”, pela maneira mansa “de carregar a música no colo”. Desta vez, o cantor
Leonel Laterza escolheu o compositor Edu Lobo para homenagear em seu
próximo show, dia 21, às 21h, na Sala Cássia Eller da Funarte. Laterza afirma
que não tem a pretensão de traçar um histórico, nem tão pouco uma cronologia
focada na carreira de Edu, mas sim de trazer para o palco uma pequena amostra
da obra desse mestre da MPB. No repertório, Beatriz, Ponteio e Ave Rara,
música que dá nome ao show. Ingressos a R$ 10 e R$ 5.
elevoltou
Bento Viana
O Clube da Bossa Nova de Brasília tem agora novo endereço: o
Teatro Sílvio Barbato, do Sesc (SCS, Edifício Presidente Dutra).
A proposta continua a mesma, ou seja, divulgar o trabalho de
artistas da cidade ligados à MPB e à Bossa Nova, claro.
Presenças constantes nas “reuniões” desse clube são as cantoras
Sandra Duailibe, Cely Curado, Célia Rabelo, Anna Donizete,
Paula Nunes e Marabeau (na foto, a partir da esquerda). Todo
sábado, das 10h30 às 13h30, com entrada franca.
matricó
Esse pernambucano chegou ao Planalto Central há pouco
mais de sete anos e já declara seu amor pela região em
forma de música que fala dos pássaros e rios do Cerrado.
Dias 18 e 19, Paulo Matricó estará no mesmo Teatro Sílvio
Barbatto, no Setor Comercial Sul, para gravar Coração
no Cerrado (CD e DVD). No repertório, a música Fogo
no Mato, que pede: “Apague essa chama, acabe esse terror,
apague esse fogo cruzado, se não o cerrado não dá flor”.
Às 20h30. Informações: 9908.4963.
20
dia&noite
Marvel Entertainment
homem-aranha
Em outubro, ele escalou as paredes do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
No começo deste mês, preferiu se exibir no Maracanãzinho, no Rio. Nos dias 21 e 22,
o Homem-Aranha promete encantar os brasilienses pequenos e grandes que forem
conhecê-lo no Ginásio Nilson Nelson. Vem aí o herói de 47 anos que não envelhece
nunca e continua ágil na sua missão de escalar altos edifícios. Realizado pelas produtores Aines e W/Eller, O Homem-Aranha ação e aventura trará as acrobacias e voos
espetaculares do jovem órfão Peter Parker. Com direito a efeitos especiais de última
geração, 40 toneladas de equipamentos, diversas projeções de vídeo em alta resolução
e tirolesa com 60 metros de altura. Antes de chegar ao Brasil, a superprodução
passou pelo Chile e pela Argentina, com sua equipe de 100 profissionais, entre eles
23 atores, nove deles brasileiros. Sábado e domingo, às 15 e às 19h. Ingressos entre
R$30 e R$ 200, à venda no Brasília Shopping. Quem assinar a Roteiro por um ano
(R$ 96 à vista) leva de presente dois ingressos na cadeira de setor (3964.0207).
estreianacional
arteinconsciente
O compositor Jorge Mautner e a cantora e psicóloga Cida Moreira são os
convidados do CCBB para a próxima rodada do projeto Arte/Inconsciente, dia
18, às 19h30. No debate, os dois devem falar sobre seus processos de trabalho
e os temas que orientam suas carreiras, bem como a relação entre criação
artística e inconsciente, claro. Entrada gratuita mediante retirada de senha,
distribuída meia hora antes do início do debate. Informações: 3310.7087.
carretéis
Divulgação
“Elas trabalham num bordel decadente
onde quase não entram mais homens.
Fisicamente, são apenas elas em cena,
mas, ao abrirem as memórias, o palco
é povoado de tipos”, conta o jornalista
e dramaturgo Sérgio Maggio, autor de
Cabaré das donzelas inocentes, peça
em cartaz no CCBB até 6 de dezembro
que discute a condição feminina por
meio da história de quatro prostitutas.
“O texto não explora o fato de serem
prostitutas, mas de serem mulheres,
com seus dramas pessoais”, explica
Murilo Grossi, que assina a direção
junto com William Ferreira. No
elenco, Adriana Lodi, Bidô Galvão,
Carmem Moretzsohn e Catarina
Accioly. De quinta a sábado, às 21h,
e domingo, às 20h. Ingressos a R$ 15
e R$ 7,50.
A proposta é valorizar os autores da cidade e fazer com
que o público conheça o trabalho de quatro deles: Marcelo
Saback, Maurício Witzack, Áurea Liz e Marcos Pacheco.
Assim é a peça Carretéis, quatro esquetes, quatro
textos, interpretados por quatro atrizes e um só ator,
sob direção de Áurea Liz. Dias 20, 21, 22, 27, 28 e 29,
no recém-inaugurado Espaço Cultural Gê Martu
(Escola Parque 210/211 Norte). Ingressos: R$ 20 R$ 10.
21
Guto Muniz
Anderson Brasil
batman
O grupo de dança mineiro traz a Brasília o espetáculo Isso aqui não é Gotham
City, uma recriação de personagens inesquecíveis das histórias em quadrinhos,
“numa leitura contemporânea dos vilões e heróis que povoam a memória de diferentes gerações”. Com direção artística de Suely Machado e direção teatral de Paulinho Polika,
o Grupo de Dança Primeiro Ato transporta para
o palco do Teatro Brasília quadros e takes dançados, inspirados nos desenhos animados, em
especial no homem morcego Batman. Dias 13,
14 e 15 de novembro, com ingressos a R$ 30 e
R$ 15. Informações: 34247169.
Igo Estrela
galeno
Dezoito obras inéditas de Galeno estão expostas até dia 29 na Referência Galeria
de Arte (CasaPark). Segundo definição do próprio artista plástico, Pintando e
Bordando é uma mostra intimista, “baseada em coisas que fui buscar lá atrás, no
passado, e que eu achava que não tinha desenvolvido direito”. É nesse passado
que estão as referências artísticas de Galeno, mais exatamente na infância vivida
em Parnaíba, no Piauí, observando a mãe, que era rendeira. Vêm daí os carretéis,
linhas e rendas recorrentes em seus trabalhos. O artista mora em Brasília desde
os oito anos e atualmente prepara uma mostra com a qual pretende homenagear
os 50 anos da cidade. De segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingos,
das 14h às 20h. Entrada franca.
Marcelo Prates
artechilena
ospássarosdemarcelo
Cleiton Torres
Há doze anos, Marcelo Prates causou comoção ao fotografar um casal de canários em plena Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. A partir daí, e com a
mesma sensibilidade, o repórter jornalístico passou a buscar em outras praças
e avenidas belas imagens de pardais, pintassilgos, periquitos e outros pássaros
incorporados ao cotidiano da cidade grande. Agora seu trabalho está registrado
no recém lançado Pássaros da liberdade, livro com textos de Nilseu Martins e
Roberto Mendonça que Marcelo vem lançar em Brasília dia 18, a partir das
19h, no Bar Brama (201 Sul).
artedesucata
Trapos de pano, brinquedos, sobras de bijuteria, latas, papelões, tudo serviu
de matéria prima para os 300 trabalhos realizados por estudantes de escolas
públicas de cidades satélites de Brasília para o 5° Concurso Meliá Arte Brasília
Ambiental. Dias 14 e 15, os 16 melhores trabalhos estarão expostos no lobby
do Meliá Brasil 21 (SHS), hotel que hospedará, durante esse fim de semana,
os estudantes vencedores. Para muitas crianças, será o primeiro contato com
o Plano Piloto, mesmo morando a alguns quilômetros da cidade.
22
Divulgação
Carlos Maturana, mais conhecido como
Bororo, Samy Benmayor e Matías Pinto
D’Aguiar são o que se pode chamar de
legítimos representantes da Nova Pintura
Chilena. Fundadores da Geração de 80,
seu enfoque não era a polêmica, mas o
desejo de fazer do pintar algo tão urgente
e vital como é o comer e o dormir. Até 12
de dezembro o brasiliense terá oportunidade de conhecer o trabalho do trio,
reunido na mostra Pintura em el camino,
no Instituto Cervantes (707/907 Sul),
com entrada franca.
Rodrigo Oliveira
caianagandaia
Samba, futebol e cerveja
Gafieira Esporte Clube anima as noites de quarta-feira no Calaf
Por Guilherme Guedes
Q
ue quarta-feira é dia de futebol,
todo mundo está cansado de saber. Sejam do Campeonato Brasileiro, dos estaduais ou de competições
internacionais, os jogos das noites de
quarta têm espaço cativo na agenda dos
apaixonados por futebol, que muitas vezes enfrentam o dilema de escolher entre
ficar em casa, para ver o jogo de seu time
do coração, ou sair para se divertir na noite brasiliense.
Pensando nisso, os produtores da festa apropriadamente batizada de Gafieira
Esporte Clube resolveram juntar as duas
coisas. Todas as quartas, fãs de música e
de futebol podem desfrutar do melhor da
gafieira enquanto assistem a partidas
transmitidas ao vivo num telão instalado
do lado do palco.
A festa acontece no Calaf, apelidado
carinhosamente de “oásis do Setor Bancário Sul”, com capacidade para mais de
800 pessoas. O bar/restaurante é conhecido dos festeiros da cidade por oferecer
uma programação diversificada durante
toda a semana. Faltava a noite de quartafeira.
Para Chico Gorman, produtor da festa junto com Flávio Rubens, a quarta sempre foi um dia complicado para fazer festas, justamente por causa do futebol:
“Muita gente acaba demorando pra sair
de casa, para assistir aos jogos, ou às vezes
nem sai. Mas, como todos os envolvidos
na nossa produção são fãs de futebol, não
foi difícil unir as duas coisas”.
A música fica sempre a cargo da banda Santo Sem Dia, formada por experientes músicos da cidade. Os oito integrantes
fazem parte de outros projetos musicais, e
se uniram em prol do bom e velho samba.
“A gente gosta de fazer aquele samba sincopado, com mais ritmo, não o do tipo
samba-enredo”, explica o violonista Lucas
Campos.
Tocando obras compostas por mes-
tres como Geraldo Pereira, Ary Barroso,
Chico Buarque, Cartola e João Nogueira,
a banda não perde a animação nem quando o foco é o jogo que rola no telão ao lado. Nos intervalos do show, a música não
para. “Toda semana homenageamos um
compositor diferente na discotecagem”,
informa Chico Gorman, ao som de Jorge
Ben Jor, autor de canções que exaltam craques de futebol, como Fio maravilha e O
camisa 10 da Gávea.
Os namorados Douglas e Carolina
Mesquita, fãs incondicionais da música
brasileira, são frequentadores assíduos da
festa. “Já é a terceira vez que a gente vem
aqui”, conta Douglas. Enquanto bebiam
uma cerveja gelada, os dois aprovaram o
ambiente, que consideram ideal para dançar e curtir uma boa música. “Esse negócio
de pop-rock já enjoou”, decreta Carolina.
Gafieira Esporte Clube
Todas as quartas-feiras, a partir das 21h, no
Calaf – Setor Bancário Sul, Edifício Empire
Center (3325.7408). Ingresso: R$10.
23
graves&agudos
Dois na estrada
Por Heitor Menezes
P
rimeiro de tudo: se o leitor ainda
tem o hábito de adquirir música em
CD, pode procurar, encontrar e colocar Na estrada ao lado dos grandes discos de jazz que tiver em casa. Pode baixar
também, não tem jeito.
Na estrada pode ficar ao lado do memorável Beyond the Missouri sky (1997), de
Pat Metheny & Charlie Haden; do clássico Alone together (1973), de Jim Hall &
Ron Carter; ou de alguma outra raridade,
tipo Joe Pass & Niels-Henning Orsted Pedersen ou Ralph Towner & Gary Peacock, jazz cabeção do selo ECM.
Discos de duos de guitarra/violão e
baixo são difíceis de achar e, por isso, Na
estrada, da dupla Paulo André Tavares e
Oswaldo Amorim, lançado há poucos
meses, merece a reverência do ouvinte,
que será brindado com música das mais
prazerosas, digna de ser igualada à dos artistas citados.
P.A. Tavares (violões de nylon e aço,
guitarra) e Oswaldo Amorim (baixos acústico e elétrico sem trastes) dão sequência aos
shows de lançamento do CD e também celebram a parceria de 15 anos, com quatro
apresentações ao longo de novembro.
A partir desta quinta-feira, 12, o brasiliense terá a chance de conferir ao vivo os
sons reunidos no primeiro trabalho do
duo, na creperia C’est si bon. Gravado no
ano passado no estúdio Beco da Coruja,
no Colorado, com direção de Ricardo
Nakamura (a quem os dois tecem muitos
elogios pelo controle de qualidade da gravação e mixagem), o disco tem 12 composições instrumentais autorais (seis de cada) e nenhum standard ou cover.
Às vezes lembra as obras mencionadas, às vezes lembra as paisagens sonoras
de New Chautauqua, de Pat Metheny, ou
o fino violão brasileiro de Baden Powell.
24
Débora Amorim
Paulo André Tavares e Oswaldo Amorim cantam em
Brasília as músicas de seu primeiro CD, 100% autoral
Mas o certo é que Na estrada reúne muito
bem as influências e o desenvolvimento
musical de P.A. e Amorim num caminho
pavimentado com muitas histórias, jazz,
samba, forró, pop, música brasileira, a nata, enfim.
Os dois têm muito em comum: são
amigos de longa data, músicos requisitadíssimos e professores do Centro de Ensino Profissional/Escola de Música de Brasília, igualmente graduados em Música
pela Universidade de Brasília (UnB) e
com mestrado em Jazz Performance nos
EUA. Entre 1997 e 2003, cada um, a seu
modo, passou por uma conexão em Nova
York, que tanto serviu de aprendizado
quanto de orientação profissional nessa
vida estradeira.
P.A. garante que o disco foi realizado
muito mais como forma de celebrar a amizade musical com Amorim do que com
intenções comerciais. Os dois pretendem
continuar os projetos pessoais, mas não
excluem a possibilidade de carreira como
duo.Tanto que estudam o lançamento de
Na estrada no mercado americano.
Dedos cruzados, pois qualidade não
falta. Pule para a faixa 3 do CD e ouça, como exemplo: Na horta do Ton, oportuna
homenagem a Toninho Horta, com balanço brazilian jazz irresistível, e parece
ter uma bateria, uma seção de percussão,
um piano, mas na verdade são só os dois
e seus truques. O ouvinte que limpa o ouvido com boa música agradece.
Oswaldo Amorim &
Paulo André Tavares Duo
12/11 – Creperia C’est si bon (408 Sul).
19/11 – Sala Funarte Cássia Eller (Eixo
Monumental, próximo à Torre de TV).
26/11 – Pocket show na Livraria FNAC
(ParkShopping).
27/11 – Casa Thomas Jefferson (906 Sul).
culturapopular
pisado
Por Akemi Nitahara
P
Alvaro Villela
restes a completar 50 anos, Brasília
tem tradição cultural, ninguém duvida. E muita. Seja o rock das quadras dos anos 80, o choro que se intensificou nos anos 90 ou os que desafiaram a
ditadura e foram fazer arte nas ruas na década de 70. Embora criado há apenas cinco anos, já pode também ser considerado
como tal o Calango Voador, brincadeira
da cultura popular que se pretende transmitir de uma geração para outra.
O responsável pela ideia, e também
por sua apresentação à cidade, é o grupo
Seu Estrelo e Fuá de Terreiro, criado na
mesma época. Misturando dança, música,
teatro e circo, o grupo bebeu na fonte cultural de outros Estados e da própria cidade
mestiça (como é chamada Brasília em outro projeto do grupo, Caravana Seu Estrelo
rumo à cidade mestiça). Juntando as alfaias
Mariene de Castro
do maracatu nação, o gonguê e a caixa do
maracatu rural, os abês dos afoxés e o caracaxá do caboclinho, nasceu o samba pisado, para ser um ritmo típico de Brasília.
Nesses cinco anos, o grupo apresentou-se sempre no Festival de Cultura Popular. “O primeiro foi na Torre de TV,
durou um dia e participaram mil pessoas.
No segundo ano foram quatro dias na Funarte, com a participação de mais de 30
mil pessoas”, orgulha-se o coordenador
do festival, Tico Magalhães, pernambucano radicado em Brasília e fundador do
Seu Estrelo.
O festival, já realizado também no
Museu da República, volta este ano ao
gramado da Funarte. Entre as atrações, o
Maracatu Piaba de Ouro, do saudoso
Mestre Salustiano, Samba de Coco Raízes
de Arcoverde, Mambembrincantes, Carimbó Quente da Madrugada e Ilê Aiyê.
Estão programadas também oficinas de
dança e percussão, a Mostra Brasis (acessórios e figurinos do Maracatu Rural e do
Maracatu Nação) e a Tenderê, espaço para as crianças despertarem sua criatividade
e conhecerem melhor a cultura popular
do país.
O grupo Seu Estrelo e Fuá de Terreiro
vai aproveitar o festival para lançar seu primeiro CD. O samba pisado, com suas viradas, melodias e ritmos inovadores, ganha letra para apresentar a nova brincadeira da cidade. Tico Magalhães explica que
cada figura tem seu toque, seu figurino e
sua fala. “São figuras sagradas que vêm para brincar, o terreiro é ao mesmo tempo
um picadeiro”. Hoje, a brincadeira do Calango Voador tem 25 figuras, como a Caliandra, Seu Estrelo, a Tromba D’água, os
Candangos e o Gavião. Participaram também da gravação do CD Petit Mamady
Keita, da Guiné, Dinda Salustiano, seu Zé
do Pife e a orquestra Marafreboi.
José Magalhães
Samba
Calango Voador
apresenta na
Funarte, dias 20,
21 e 22, o ritmo
típico de Brasília
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro
V Festival Brasília de Cultura Popular
De 20 a 22/11, no gramado da Funarte.
20/11 – 20h, Maracatu Piaba de Ouro (PE);
21h, Seu Estrelo e Fuá do Terreiro (DF); 23h,
Samba de Coco Raízes de Arcoverde (PE)
21/11 – 16h, Roda de Palhaço; 17h,
Mambembrincantes (DF); 18h, Cacuriá Filha
Herdeira (DF); 19h, Passarinho do Cerrado
(GO); 20h, Vozes da Mussuca (SE); 21h,
Maciel Salú (PE); 23h, Carimbó Quente da
Madrugada (PA); 24h, Mariene de Castro
(BA). Palco Alternativo: Pé de Cerrado (DF).
22/11 – 16h, Roda de Mamulengo; 17h,
Baianas do Coqueiro Seco (AL); 18h, Seu
Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF); 19h, Paito e
Los Gaiteros de Punta Brava (COL); 20h, Ilê
Aiyê (BA). Palco Alternativo: Mestre Zé do
Pife e as Juvelinas (DF).
Classificação indicativa: livre.
25
objetosdodesejo
Arte
pré-histórica
Por Luciano Milhomem
Fotos Rodrigo Oliveira
A
530 quilômetros de Teresina, capital do Piauí, esparrama-se, por
quase 130 mil hectares, o Parque
Nacional Serra da Capivara. Trata-se do
mais importante patrimônio cultural préhistórico brasileiro. Ali se concentram
centenas de sítios arqueológicos, ricos em
pinturas e gravuras rupestres. O trabalho
arqueológico realizado no local comprova
que seres humanos habitaram aquela área
há pelo menos 50 mil anos. Há vestígios
de aldeias do período Holoceno, por volta
de 8.900 anos atrás, que denunciam a pre-
26
sença dos primeiros ceramistas da região.
Um lugar assim, com essa história,
tem servido de inspiração à publicitária e
designer brasiliense Cristiane Dias, que
acaba de lançar mais uma linha de cerâmica, a Koripó, em homenagem ao grupo
indígena homônimo, já extinto, que viveu no sul do Piauí. Em seu trabalho anterior, a linha de cerâmica Rupestra, ela já
havia chamado a atenção para a arte rupestre brasileira. Lançadas na semana
passada em Brasília, as peças da Koripó
estão à venda em todas as lojas Tok &
Stok do país.
Jogo de jantar, de sobremesa, tigelas
média e grande, copos e vasos decorativos
compõem a linha Koripó. Os motivos gravados em baixo relevo nas peças são inspirados em grafismos encontrados na Serra
da Capivara, que remetem a grafismos indígenas atuais. A ideia da designer é apresentar inicialmente seis desenhos e ir ampliando a coleção. “Minha intenção é fazer uma homenagem à estética indígena
em geral, pois os Koripó se foram sem deixar vestígios visuais. Quero chamar a atenção para as expressões dos índios”, afirma
Cristiane.
Tal como a linha Rupestra, a produção da Koripó se dá na Oficina de Cerâ-
Achados arqueológicos
da Serra da Capivara
inspiram nova linha
de cerâmicas
mica Serra da Capivara. “A proposta é
mesmo estimular o desenvolvimento socioeconômico da região”, explica Cristiane, uma apaixonada pela cultura e patrimônio históricos nacionais, especialmente os achados arqueológicos da região da
Serra da Capivara, que ela visita com frequência e onde descobriu que antigos habitantes do Piauí foram dizimados sem
deixar vestígios, exceto por alguns hábitos
alimentares ainda presentes no cotidiano
da população local.
A designer inspirou-se no trabalho de
pesquisadores da região, segundo os
quais, provavelmente, dois grupos provenientes da área do Rio São Francisco – os
Koripó e os Prassaniú – deram origem aos
índios Pimenteira (o nome do grupo é
obra dos colonizadores e está relacionado
à região onde eles se estabeleceram, no
Piauí).
“Com esse trabalho, gostaria também
de poder fazer um alerta para a importância de se preservar a cultura indígena.
Com essa nova linha de cerâmica, busco
homenagear os primeiros ceramistas brasileiros, dos quais nem sempre temos remanescentes. De alguma forma, eles agora podem estar presentes na nossa sala, na
nossa mesa”, diz Cristiane.
Tuca Reinés
galeriadearte
O artista
ao nosso lado
Por Alexandre Marino
O
artista plástico Athos Bulcão
morreu no dia 31 de julho de
2008, mas, ao contrário do que
se possa imaginar, esta história não começa pelo fim. Sua marca já estava cravada
no pavilhão dos grandes artistas brasileiros, o que significa dizer que, se a obra foi
concluída, ele, na verdade, permanece vivo. A presença
da obra de
Athos é perceptível
em
Brasília e outras cidades do
Brasil e do exterior, como
comprova o livro intitulado
simplesmente Athos Bulcão, lançado em
setembro pela fundação que leva seu nome.
O trabalho de Athos identifica-se com
Brasília tanto quanto as formas de Oscar
Niemeyer, não por acaso o grande responsável pelo perfeito casamento entre sua arte
e a arquitetura. Os azulejos da Igrejinha de
Nossa Senhora de Fátima, os relevos do
Teatro Nacional e os desenhos nas paredes
laterais do interior do Cine Brasília são alguns de seus trabalhos mais vistos e conhecidos. Athos Bulcão fez parte do grupo de
artistas que deu forma e personalidade a
Brasília antes mesmo de sua inauguração.
Ao observar com vagar e atenção as
inúmeras fotografias de suas obras, reunidas no livro de 404 páginas impresso em
papel couché, no formato de 30 x 30cm,
percebe-se como a integração do artista
Livro sobre a obra
de Athos Bulcão
revela sua forte
presença no dia
a dia de Brasília
com a cidade foi suave e fluente. Quem já
frequentou o Congresso Nacional, fez caminhadas no Parque da Cidade, utilizou a
Rodoferroviária, rezou na Catedral Metropolitana ou entrou no Hospital das Forças
Armadas certamente se deparou com sua
criação.
Não foi à toa que, de todos aqueles
que pensaram Brasília e contribuíram para enriquecê-la artisticamente, Athos Bulcão foi o único a adotá-la para viver. Aqui
ele integrou as cores e a luminosidade da
natureza à arquitetura de parceiros como
Niemeyer e João Filgueiras Lima, o Lelé.
A partir de 1991, ele passou a travar intensa luta contra o Mal de Parkinson, e
nos últimos anos de vida perdeu o controle motor e a percepção das cores. É irônico que tenha vivido seus últimos momentos no Hospital Sarah Kubitschek, onde
27
Athos Bulcão
Valéria Cabral (organizadora)
404 páginas, R$ 200.
Venda: Fundação Athos Bulcão (SAN Q1
Bl. E) ou no site www.fundathos.org.br
(com acréscimo de tarifa postal)
Informações: 3322.7801
28
Tuca Reinés
Edgar César Filho
Edgar César Filho
Tuca Reinés
lançou a revolucionária proposta de acalmar os doentes
com a exuberância das cores, trocando a neutralidade
do branco pela cromoterapia.
Foi com o artista plástico Cândido
Portinari que Athos aprendeu os segredos
das cores. Depois, conviveu com o paisagista Burle Marx, quando conheceu Oscar Niemeyer, que o trouxe para Brasília.
Outro grande parceiro foi João Filgueiras
Lima, autor das sedes dos tribunais de
contas de Minas Gerais, Mato Grosso,
Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e
Espírito Santo, que possuem obras de
Athos – relevos, azulejos, divisórias. Lelé
também projetou vários hospitais da Rede
Sarah, em Belo Horizonte, Salvador, São
Luís e Brasília, onde Athos também deixou sua marca. Para ele, Athos Bulcão é o
artista que melhor integrou as artes plásticas e a arquitetura.
No livro, há uma entrevista de Filgueiras, concedida menos de um mês antes da
morte de Athos, e outra do próprio Athos,
à jornalista Carmen Moretzsohn, em que
ele recorda sua trajetória desde a infância.
E há um material iconográfico precioso,
que mostra a parte de sua obra inacessível
para o espectador comum, como a pintura do teto da capela do Palácio da Alvorada e os azulejos que decoram residências
particulares.
Outro grande mérito do livro é mostrar em detalhes as obras menos conhecidas de Athos Bulcão, como uma série de
fotomontagens que ele desenvolveu na
década de 1950, os delicados desenhos
em nankim, aquarela ou hidrocor e as miniesculturas em durepoxi com pintura
acrílica. Na parte final do livro, revela-se o
lado oculto do artista, porém tão iluminado e colorido quanto aquele que criou os
azulejos que parecem ter o poder de tirar
nossos pés do chão. Com o livro nas
mãos e revendo os sinais de Athos Bulcão, é impossível não ocorrer a pergunta:
por que o Governo do Distrito Federal
demora tanto a repor os relevos do Tea-
luzcâmeraação
Marcos Camargo
É proibido fumar, de Anna Muylaert
É hora de mudar
Por Sérgio Moriconi
nada menos que duas produções daqui da
cidade, O homem mau dorme bem, de Geepois de quatro décadas e meia, o
raldo Moraes, e Perdão Mister Fiel, de JorFestival de Brasília do Cinema
ge Oliveira. Geraldo volta aos longas quaBrasileiro resiste como uma das
se uma década depois. Autor de A difícil
principais datas do calendário cultural da
viagem, O círculo de fogo e No coração dos
cidade, mesmo deixando a impressão de
deuses, o diretor se debruça agora sobre
ter chegado a um impasse conceitual. Aintrês personagens cujos dramas vão se deda que nenhuma grande crise tenha se
senvolver a partir de um encontro casual
abatido sobre ele, existe um consenso tácinum posto de gasolina. Já Perdão Mister
to de que o mundo e o país mudaram e o
Fiel é um documentário, com algumas cefestival permaneceu no mesmo lugar. Dinas dramatizadas, enfocando a morte sob
ferentemente, outros eventos cinematotortura do operário Manuel Fiel Filho na
gráficos do mesmo porte – o de Gramado
década de 70, durante os anos negros da
e o Festival Internacional do Rio de Janeiditadura militar. É a estreia do jornalista
ro, por exemplo – cresceram e se adequaJorge Oliveira em longas.
ram melhor aos novos tempos. Afora esIndependentemente de sua qualidade,
sas e outras questões, a 42ª edição do Fesos dois filmes devem reacender a eterna
tival de Brasília, de 17 a 24 deste mês, traz
polêmica de que o Festival de Brasília vem
mais uma vez, como marca registrada de
se tornando cada vez mais provinciano à
sua programação competitiva, a diversidamedida que diminui sua importância e
de da produção. impacto no plano nacional. Vários profisNa mostra de longas em 35mm há filsionais de cinema, especialmente produGarapa tores com ambições de grandes lançamenmes de várias regiões do país, entre eles
D
tos nas salas de exibição convencionais,
acreditam não ser conveniente submeter
seus filmes a plateias e críticos muito mais
voltados para um tipo de cinema “menos
comercial”, se é que se pode colocar a
questão desta maneira. O Festival de Brasília acabou se consolidando e notabilizando por ser o espaço para as chamadas
produções independentes, para um cinema cultural, de “arte”, herdeiro do Cinema Novo.
O festival, ninguém pode negar, mantém a característica de abrir espaço para
produções menores, de muito menor apelo midiático, realizadas nas mais diferentes regiões do país. Uma prova disso é a
ausência, para muitos impensável (!), entre os longas 35mm, de produções do Rio
de Janeiro. Os outros selecionados deste
ano são A falta que me faz, de Marília Rocha, de Minas Gerais, o paulista É proibido fumar, de Anna Muylaert, o baiano Filhos de João, admirável mundo novo baiano,
de Henrique Dantas, e Quebradeiras, de
29
Divulgação
Divulgação
Perdão Mister Fiel, de Jorge Oliveira
Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel
Ausência de cineastas do Rio de Janeiro e inclusão de
duas produções locais na mostra de longas em 35mm
acentuam caráter provinciano do Festival de Brasília
Evaldo Mocarzel, também de São Paulo.
Entre os curtas 35mm e entre as mídias digitais, prevalece a mesma diversificação regional, com o Rio de Janeiro incluído e com presença marcante. Fazem
parte da seleção quatro filmes de Brasília:
Verdadeiro ou falso, de Jimi Figueiredo,
Dias de greve, de Adirley Queirós, A noite
por testemunha, de Bruno Torres, filho de
Geraldo Moraes, e Vladimir Palmeira – a
história sem mitos, de Roberto Stefanelli.
Talvez o impasse conceitual do festival
esteja emblematicamente metaforizado
nas ruínas de seu templo sagrado, o Cine
Brasília. Fisicamente degradado, a magnífica e incomparável sala de cinema projetada por Oscar Niemeyer, e que abriga numa de suas paredes interiores painel de
Athos Bulcão, foi palco de edições memoráveis do primeiro festival de cinema brasileiro deste país. Isso mesmo! O Festival
de Brasília é o primeiro do gênero no Brasil. Para quem não conhece a história, o
festival e o espírito que o norteou só po30
dem ser inteiramente compreendidos se
historicamente contextualizado. Em pleno ano do golpe militar (1964), o professor Pompeu de Souza pediu que Paulo
Emílio Salles Gomes, o maior teórico do
cinema brasileiro, desse um curso de
“apreciação cinematográfica”, com exibições de clássicos nacionais na Escola Parque da 307/308 Sul.
Entusiasmado com o sucesso, Paulo
Emílio propôs à Fundação Cultural do
DF a realização de uma Semana do Cinema Brasileiro, que aconteceu no ano seguinte e contou, em sua programação,
com filmes como A falecida, de Leon Hirzman, O menino de engenho, de Walter Lima Jr., A hora e a vez de Augusto Matraga,
de Roberto Santos, São Paulo S.A., de Luis
Sérgio Person, Veredas da salvação, de Anselmo Duarte, e O desafio, de Paulo Cezar
Saraceni. Um incauto que se depare com
essa programação hoje pensará tratar-se
de um pequena retrospectiva de alguns
dos melhores filmes brasileiros de todos
os tempos. Estávamos, isto sim, em plena
ebulição do Cinema Novo.
A segunda Semana do Cinema Brasileiro, em 1966, tinha o mesmo nível, com
obras-primas como O padre e a moça, de
Joaquim Pedro de Andrade, Todas as mulheres do mundo, de Domingos de Oliveira, e A grande cidade, de Cacá Diegues.
Mas foi no ano seguinte, 1967, que a Semana ganhou o status de festival, abrindo
espaço não só para a produção mais engajada dos cinemanovistas como para a dissidência igualmente radical, mas à sua maneira, dos chamados marginais. Cara a cara, de Júlio Bressane, e A margem, de
Ozualdo Candeias, foram duas das obras
presentes na programação oficial.
Até o fim dos anos 70, o Festival de
Brasília continuou abrigando o melhor da
produção nacional da época. Continuou
sendo o principal fórum de contestação à
ditadura militar. O festival era político.
Imaginem: em suas primeiras edições, o
festival acontecia em meio ao barro e aos
42º Festival de Brasília
do Cinema Brasileiro
De 17 a 24/11 no Cine Brasília, com reprise
nos dias seguintes em várias outras salas de
exibição da cidade. Abertura dia 17/11, às
20h, na Sala Villa-Lobos, com apresentação
da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional
e exibição do filme Lula, o filho do Brasil,
de Fábio Barreto, apenas para convidados.
Encerramento dia 24/11, no Cine Brasília,
com entrega dos prêmios Candango e
exibição de Brasília, a última utopia, de
Pedro Anísio, Geraldo Moraes, Vladimir
Carvalho, Pedro Jorge de Castro, Moacir
de Oliveira e Roberto Pires.
Longas
A falta que me faz – Marília Rocha
É proibido fumar – Anna Muylaert
Filhos de João, admirável mundo novo
baiano – Henrique Dantas
O homem mau dorme bem – Gerald
Moraes
Perdão Mister Fiel – Jorge Oliveira
Quebradeiras – Evaldo Mocarzel
Curtas
A noite por testemunha – Bruno Torres
Água viva – Raul Maciel
Amigos bizzaros do Ricardinho – Augusto
Canani
Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos –
Camilo Cavalcante
Azul – Eric Laurence
Bailão – Marcelo Caetano
Carreto – Marilia Hughes E Claudio
Marques
Dias de greve – Adirley Queirós
Faço de mim o que quero – Sergio
Oliveira e Petronio Lorena
Homem-bomba – Tarcísio Lara Puiati
Recife frio – Kleber Mendonça Filho
Verdadeiro ou falso – Jimi Figueiredo
Digital
A última quinta – Fernando Arze
Apreço – Gabriel Trajano
Cerol – Bruno Mello Castanho
De muro a muro – Marina Watanabe
e Rebeca Damian
Dois Mundos – Thereza Jessouroun
Dois pra lá, dois pra cá – Marcela
Bertoletti
Ensaio de cinema – Allan Ribeiro
Inexorável – Juliano Coacci Silva
Lembrança – Maurício Osaki
Mas na verdade uma história só –
Francisco Craesmeyer
O canalha – Latege Romro Filho
e Rodrigo Luiz Martins
Obra prima – Andréa Midori Simão
e Thiago Faelli
Os pais – Lello Kosby
Quase de verdade – Jimi Figueiredo
Roteiro para minha morte – Pablo
Gonçalo
Sala de Montagem – Umberto Martins
Santa Bárbara do Oeste – Tato Carvalho
Vladimir Palmeira - A história sem mitos –
Roberto Stefanelli
A falta que me faz, de Marília Rocha
Divulgação
MOSTRA COMPETITIVA
O homem mau dorme bem, de Gerald Moraes
Paulo Acântara
esqueletos de prédios ainda em construção na cidade nova. Se você viu no YouTube as cenas de Jean-Paul Belmondo em
O homem do Rio, de Philippe de Broca, rodado aqui na cidade em 1964, pode ter
uma idéia do que era Brasília em seus
tempos pioneiros. Com o fim dos governos autoritários,
com o processo de redemocratização, o
festival ficou meio que órfão, bezerro desmamado, refém de si mesmo. A mentalidade pragmática e neoliberal dos dias de
hoje, o amortecimento dos questionamentos políticos, existenciais, o incremento do consumismo, transformaram o
festival numa tia velha. Não há dúvida de
que ele precisa mudar. As mentalidades
também precisam mudar. Um novo, dinâmico, culturalmente relevante e vital
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
não vai ser nem um fênix renascido das
cinzas com as mesmas características do
passado, nem tampouco um sucedâneo
dos modelos que estão por aí, balcões de
venda a serviço da frivolidade e inexpressividade midiática.
Marília Rocha
luzcâmeraação
Filhos de João, admirável mundo novo
baiano, de Henrique Dantas
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Cinema e romance
No Museu Nacional, a obra do cineasta mais popular da França
C
que move boa parte das histórias. A trilha
sonora tem vida própria. Em Retratos da
vida (1981), por exemplo, o Bolero de Ravel foi popularizado. A cena em que o bailarino Jorge Donn executa coreografia de
Maurice Béjart em frente à Torre Eiffel entrou para a história do cinema.
Os títulos selecionados pelo crítico de
cinema Sérgio Moriconi, colaborador da
Roteiro, oferecem uma imersão nesse cinema regido pelo espírito da vontade e da
curiosidade. Estão na programação dez filmes fundamentais da cinematografia de
Lelouch e vários títulos inéditos no circuito comercial brasileiro, como Mulheres e
homens: modo de usar, de 1996. O público
poderá (re)ver clássicos como Um homem,
uma mulher, de 1966, que consagrou Claude Lelouch no universo cinematográfico
mundial, e produções recentes, como A
coragem de amar, de 2005, que voltou a
acender o interesse do público e da crítica
por seu trabalho.
A grade de programação percorre todas as décadas de produção de Lelouch,
que assina a direção de mais de 50 filmes
– e o roteiro de 42. Assim, serão exibidos
ainda Itinerário de um aventureiro (1988),
com Jean-Paul Belmondo no papel de um
empresário que joga tudo para o alto e some na África; Tem dias de lua cheia (1990)
e Tudo isso... pra isso?! (1993), dois filmes
que constroem um mosaico humano; O
bom e os maus (1976), no qual o diretor
aborda a resistência francesa durante a Segunda Guerra; Atenção bandidos! e Sorte ou
coincidência, inéditos no circuito comercial brasileiro.
Esta é a terceira mostra realizada pelo
projeto Cinema da República – as anteriores
foram A Escola de Lodz (filmes de diretores
poloneses que passaram pela famosa escola) e Cinema Experimental em Perspectiva (filmes inéditos que fazem parte da história
história do cinema de experimentação).
O Cinema de Claude Lelouch
De 19 a 29/12 no Museu Nacional do
Conjunto Cultural da República. De 3ª feira
a sábado, às 19h; domingo, às 18h. Entrada
franca.
Fotos: divulgação
laude Lelouch é um fenômeno.
Embora grande parte da crítica internacional trate seu cinema de
forma indiferente e outra parte costume
ser cruel com seus filmes, ele foi eleito, em
pesquisa realizada em 1989, o diretor de
cinema mais popular da França. De 19 a
29 deste mês, sua obra estará ao alcance
do público brasiliense na mostra O Cinema de Claude Lelouch, que tem curadoria
de Sérgio Moriconi e patrocínio dos Correios.
Ao longo de dez dias será possível
apreciar, gratuitamente, os grandes sucessos da carreira de Lelouch, como A Dama
e o gângster, que será exibido na abertura
da mostra, dia 19, às 19h. Com roteiro
ágil e trilha sonora de Farnis Lai, o filme
tem um charmoso elenco e uma trama inteligente, bem típica da escola de cinema
europeia.
A obra de Lelouch tem características
inconfundíveis: o próprio diretor manipula a câmera e se mostra fascinado pela música e pelos enredos amorosos. É a paixão
Um homem, uma mulher, de 1966
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Mulheres e homens: modo de usar, de 1966
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luzcâmeraação
Verão e outono
Por Reynaldo Domingos Ferreira
C
om referências a filmes, músicas
e quadros famosos, o estreante
Mark Webb, egresso da produção
de vídeoclipes, faz, em 500 dias com ela,
uma comédia romântica, poética e bem
humorada, de uma corriqueira conquista
amorosa narrada num formato original,
não-cronológico, e com a utilização de variados recursos estéticos e fantasiosos.
O roteiro de Scott Neustadter e Michael Weber se apoia num narrador (Richard McGonagle) para expor o período
de 500 dias em que transcorre o envolvimento dos protagonistas – Tom Hanson
(Joseph Gordon-Lewitt) e Summer Finn
(Zooey Deschanel). Mas, se a primeira cena acontece no 488º dia, quando ambos
aparecem numa audiência judicial, a seguinte já não obedece à cronologia, pois
nela Tom está reunido com seu chefe,
Vance (Clark Gregg), quando este lhe
apresenta Summer, sua nova assistente.
Tom se encanta com a beleza de Summer e sobre isso comenta com os colegas.
O narrador explica que ele cresceu ouvindo a história de que existem almas gêmeas
que, um dia, podem se encontrar. E outras lorotas que tais!... E, pior, na adolescência, nos anos 60, ele entendeu de maneira errônea a mensagem de A primeira
noite de um homem, de Mike Nickols, símbolo da contracultura da época.
Embalado por essa sua convicção,
Tom se mostra ansioso por uma oportunidade para conversar, com mais vagar,
com Summer, sem as atribulações do dia
a dia no trabalho. Isso acontece, certa noite, quando a encontra no karaokê que ele
frequenta com os amigos. Então, mais seduzido fica ainda ao vê-la cantar com um
sorriso insinuante, que atribui ser para
ele... E de fato é, pois logo depois, aceitando sentar-se à mesa, com ele e com os amigos, Summer lhe dá bem noção disso.
Mas ressalva que a ela interessa apenas a
amizade, já que, em sua opinião, não há
sentimento que sempre dure. Todo o castelo de sonhos de Tom, ao final daquela
noite, despenca, vem abaixo.
A Summer, que desde o colégio tivera
algumas “amizades”, não custa testar até
aonde vai a resistência de Tom. Ele é um
apaixonado por arquitetura, mas trabalha
como simples ilustrador de cartões de saudações de nascimento, aniversário, casamento e até de morte. Quando ele sai, em
companhia dela, pelas ruas de Los Angeles, admirando a linha arquitetônica de
edifícios construídos ao início do século
XX, revela o seu conservadorismo.
Mas o teste maior a que Tom se submete acontece na noite em que Summer o
convida a ir ao seu apartamento (decorado
com a reprodução de um quadro de
Cézanne) para passar a noite com ela. Então, na manhã seguinte, opera-se repentina alteração no comportamento de Tom,
que, julgando-se previamente vencedor e
divagando pelas ruas e avenidas, em contato com os transeuntes, passa a ver a vida
como se fora um verdadeiro musical.
É a partir daí que a linguagem de
Webb ganha intenso brilho, auxiliada não
só por uma trilha sonora de excepcional
qualidade, de Mychael Danna e Rob Simonsen, como também por dois intérpretes que se ajustam cabalmente à linha de
sua direção. Esta abrange, além de outras
especificidades de mise-en-scène e do esmero na composição de planos captados pela
fotografia de Eric Steelberg, a repartição da
tela em quadros – expectativa/realidade –,
a coreografia, o grafismo e a animação. A
par disso, Webb expõe, en passant, suas
preferências por filmes suecos e franceses
e por Guerra nas estrelas, de George Lucas.
Mas, como advertira o narrador, a película não conta uma história de amor.
Por isso, Tom, vendo-se forçado a esquecer Summer, e não tendo condições de se
entregar à literatura, como Henry Miller,
volta a ficar na expectativa de que outra
criatura, próxima de seus sonhos, um dia
lhe apareça. E não é que ela vai surgir?...
Justo num ambiente de arquitetura tradicionalista, e com que nome?... Autumn,
que sugere, afinal, o sentido da maturidade, de que Tom precisa. Uma joia.
500 dias com ela (500 days of Summer)
EUA/2009, 95min. Direção: Mark Webb.
Roteiro: Scott Neustadter e Michael
Weber. Com Joseph Gordon-Lewitt, Zooey
Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz,
Clark Gregg, Patricia Belcher e Rachel Boston.
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R$ 5,90 - Roteiro Brasília