CONTROLE DE
QUALIDADE
Prof. Barbosa
2011
1. INTRODUÇÃO

Falsificação, adulteração e não-conformidades
são manchetes nos noticiários nacionais. Em
resposta a essa situação, surgiu uma nova
legislação sanitária para as farmácias
magistrais, a RDC-33, mais rigorosa em relação
às instalações físicas da farmácia e na
exigência de uma política de qualidade similar
às indústrias farmacêuticas, com
obrigatoriedade, inclusive, da confecção de um
Manual de Boas Práticas de Manipulação.
O
“Check list” de conformidades e nãoconformidades adotado pela fiscalização
sanitária é maior e mais criterioso,
abordando, a existência ou não de
sistemas de garantia de qualidade e,
conseqüentemente, do Laboratório de
controle de qualidade.

Dentre as diversas funções do Laboratório de
Controle de Qualidade destaca-se: a
qualificação dos fornecedores e funcionários,
controle de qualidade das matérias-primas,
embalagens e produtos acabados, controle dos
processos de produção, armazenamento de
matérias primas e das não-conformidades. A
credibilidade e a sobrevivência da farmácia
magistral dependem da garantia da qualidade
que a empresa oferece ao seu consumidor,
sendo portanto, um setor de máxima
importância.
2. CONTROLE DE QUALIDADE DE
MATÉRIAS PRIMAS
2.1 RECEPÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E
AMOSTRAGEM DE MATÉRIAS
PRIMAS
2.2 RECEPÇÃO DAS MATÉRIAS
PRIMAS
 Quando
a matéria prima chegar ao
almoxarifado, sua embalagem deve ser
examinada visualmente, observada sua
integridade, sua conformidade com o
declarado na Nota Fiscal e Laudo
analítico, confirmação do peso ou volume
ainda na presença da transportadora,
necessidade de estocagem especial e
validade.
2.2.2 IDENTIFICAÇÃO

Todas as matérias primas recém-chegadas
devem ser conservadas em uma área isolada
considerada quarentena até que o Laboratório
de Controle de Qualidade determine a sua
aceitabilidade.
 A área de quarentena deve ter acesso restrito
para evitar a utilização de maneira inadvertida
de matéria prima não analisada. O resultado do
Controle de Qualidade ou o tempo de
quarentena devem ser identificados nas
embalagens das matérias primas através de
etiquetas:
 Quarentena:
etiqueta amarela com a
identificação completa da matéria prima;
 Aprovação:
etiqueta verde com a
identificação completa da matéria prima;
 Reprovação:
etiqueta vermelha com a
identificação completa da matéria prima.
2.2.3 AMOSTRAGEM

Devem ser recolhidas amostras representativas
de cada embalagem de cada lote. Caso a
matéria prima pertença a lotes diferentes,
devem ser amostrados cada lote. A amostragem
deverá ser tomada em local limpo e apropriado,
para que não haja possibilidade de
contaminação cruzada. A amostra deverá ser
homogeneizada antes de se retirar uma alíquota
para análise e para armazenamento na
amostrateca
2.3 ANÁLISE DAS MATÉRIAS
PRIMAS
 Testes
qualitativos ou quantitativos são de
grande valia para detectar alterações,
adulterações ou erros grosseiros dos
fornecedores na separação da matéria
prima. Deve-se preparar fichas de
identificação com os dados e
procedimentos analíticos da matéria
prima.
Critérios analíticos empregados
para determinação da qualidade
dos medicamentos:
 Propriedades
organolépticas e
sensoriais: aspectos gerais, cor, odor,
sabor.
 Normas e ensaios de identidade:
solubilidade, ponto de fusão,
espectrofotometria UV e IV, cromatografia,
reações de coloração, reações de
precipitação, etc.

Normas e provas de pureza: métodos
quantitativos como perda por dessecação, grau
de umidade, cromatografia líquida e gasosa,
espectrometria de massa (para determinação da
concentração de impureza tóxica), , ensaios de
metais tóxicos, provas de esterilidade e
pirogenicidade.
 Normas e ensaios de atividade: métodos
quantitativos como espectrofotometria, titulação,
gravimetria e os métodos baseados em reações
elétricas, térmicas e biológicas.
2.3.1 PROPRIEDADES
ORGANOLÉPTICAS
2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO
FÍSICO
Descreve as características físicas da
substância, este ensaio é aplicável à todas
as matérias primas. Classificam-se em:
cristalinos – são pós que
apresentam estrutura cristalina definida.
Muitas das substâncias passam por
processos de refino, por isso é
recomendado o uso de lupas para uma
melhor visualização das estruturas
cristalinas do composto. Ex: cloreto de
sódio, ácido acetil-salicílico, iodeto de
potássio, hidróxido de ferro, etc;
 Sólidos
2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO
FÍSICO
amorfos – são pós que não
apresentam estrutura cristalina definida e
ao serem analisadas percebe-se o
agrupamento desordenado das moléculas
do composto. Os líquidos, gases e
substâncias semi-sólidas também
possuem estrutura amorfa. Ex: amido,
talco, etc;
 Sólidos
2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO FÍSICO
pastosas – são substâncias
em estado intermediário em ter o sólido e
o líquido. Ex: lanolina, vaselina, etc;
 Substâncias
2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO FÍSICO
transparentes – são compostos
líquidos que permitem a passagem da luz
por eles sem atrapalhar a visão de um
objeto através de um frasco de vidro
incolor com ele contido. Ex. água, álcool,
acetona, etc;
 Líquidos
2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO FÍSICO
translúcidos – são compostos
líquidos que permitem a passagem de luz
por eles, impedindo porém a perfeita
visualização de objetos através de um
frasco de vidro incolor com ele contido.
Ex: solução comercial de elastina e
colágeno;
 Líquidos
2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO FÍSICO
translúcidos – são compostos
líquidos que permitem a passagem de luz
por eles, impedindo porém a perfeita
visualização de objetos através de um
frasco de vidro incolor com ele contido.
Ex: solução comercial de elastina e
colágeno;
 Líquidos
2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO FÍSICO
opacos – são compostos
líquidos que não permitem a passagem de
luz através deles e nem a visualização de
objetos através deles. Ex: emulsões,
suspensões, lipossomas, etc.
 Líquidos
2.3.1.1 COR E BRILHO
 Descreve
a coloração e brilho dos
compostos, este ensaio é aplicável à
todas as matérias primas. Quanto à cor
classificam-se em:
2.3.1.1 COR E BRILHO
Incolores – são compostos que não possuem
coloração. Ex: água, álcool, peróxido de
carbamida, etc;
 Coloridos – são compostos que possuem uma
coloração específica. A alteração da cor
específica de um produto pode identificar a
degradação ou adulteração do mesmo. Ex:
enxofre (amarelo claro à amarelo escuro),
coenzima B12 (vermelho escuro), sulfato de
cobre II (azul claro à azul escuro), peróxido de
benzoíla (branco à branco-amarelado), etc.

2.3.1.2 COR E BRILHO
Quanto ao brilho são classificados em:
Vítreo – são compostos que possuem brilho
semelhante ao do vidro. Ex: sílica, água, etc;
 Metálico – são compostos que possuem o
mesmo brilho dos metais puros. Ex: iodo sólido,
selênio, límalha de ferro, raspas de magnésio,
etc.
 Opaco – são compostos que não possuem
brilho. Ex: talco, amido, óxido de zinco, etc.

2.3.1.3 ODOR

Descreve o dor característico dos compostos. A
alteração de odor pode identificar degradação
ou adulteração de um produto e por isso deve
ser analisado em todos os produtos colocando o
produto próximo às narinas e levando o odor
com as mãos para as mesmas. No caso de
essências, mergulhar papel filtro nas mesmas,
deixar secar e analisar o odor desprendido.
Quanto ao odor, os compostos classificam-se
em:
– são compostos que não
possuem odor. Ex: água.
 Odor característico – são compostos que
apresentam odor próprio. Ex: hipoclorito
de sódio (odor sufocante de cloro),
acetona (odor sufocante característico),
acetato de amila (odor característico que
lembra à banana), etc.
 Inodoros
2.3.1.4 SABOR

Descreve a sensação captada pelas papilas
gustativas da língua. Uma alteração do sabor
pode identificar degradação ou adulteração do
composto. Para analisá-lo dissolve-se pequena
quantidade da amostra em água ou xarope e
promove-se a experimentação, geralmente
realiza-se esta análise para essências e
extratos vegetais. É um ensaio aplicado em
aromatizantes, diluindo-os em xarope na
concentração padrão de uso e experimentandoos após a lavagem bucal. Quanto ao sabor, os
compostos podem ser classificados em:





Insípidas – são compostos que não possuem
sabor. Ex: água.
Ácidos – provêm de substâncias ácidas e são
azedos.Ex: ác.cítrico, vinagre,etc;
Salgados – provêm da presença simultânea de
cátions e ânions formando sais. Ex: cloreto de
sódio, iodeto de potássio.
Amargos – provêm de sais de alto peso
molecular. Ex: café, chocolate, etc.
Doces – provêm de compostos orgânicos
polihidroxilados, polihidrogenados, alfaaminoácidos. Ex: sacarose, aspartame,
fenilalanina, glicerina, etc.
2.3.2. PROPRIEDADES FÍSICOQUÍMICAS
2.3.2.1. SOLUBILIDADE

Propriedade que a matéria tem de dissolver-se
em solventes e concentrações específicos
formando soluções. A fase da solução presente
em maior quantidade é denominada solvente e
a presente em menor quantidade é denominada
soluto.

A capacidade de solubilização que cada
composto possue é classificada de acordo com
seu coeficiente de solubilidade (CS).
Coeficiente de solubilidade

Coeficiente de solubilidade é a máxima
quantidade de soluto capaz de dissolver-se
totalmente numa determinada quantidade de
solvente, sempre em uma temperatura
específica. Para uma análise físico-química,
quando não houver uma referência de
temperatura, considerar a temperatura para a
análise de 20ºC. Os principais solventes
utilizados são água, etanol, metanol, acetona,
éter etílico, fenol, clorofórmio, cloreto de
metileno, acetato de etila, dimetilformamida,
óleo mineral, óleos vegetais, soluções ácidas
diluídas, soluções alcalinas diluídas,
propilenoglicol e glicerina.
TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE COMPOSTOS
QUANTO À SOLUBILIDADE
Classificação
Quantidade de Solvente para Dissolver 1
Parte de Soluto
Muito solúvel
Menos de 1 parte de solvente
Facilmente solúvel
De 1 à 10 partes de solvente
Solúvel
De 10 à 30 partes de solvente
Pouco solúvel
De 30 à 100 partes de solvente
Levemente/Fracame De 100 à 1.000 partes de solvente
nte solúvel
Muito pouco solúvel
De 1.000 à 10.000 partes de solvente
Praticamente
insolúvel
Mais de 10.000 partes de solvente
2.3.2.2. GRANULOMETRIA
É
a descrição do tamanho das partículas
dos compostos sólidos. Sua determinação
é feita a partir da quantificação de matéria
que consegue ultrapassar as malhas de
tamizes diferentes.
TABELA DE CLASSIFICAÇÃO
QUANTO À GRANULOMETRIA
Classificação Quantidade de Matéria que
Passa a Malha Especificada
Grosso
100% (1,7mm – mesh 10) e 40% (335m –
mesh 44)
Moderado
100% (710m – mesh 22) e 40% (250m –
mesh 60)
Semifino
100% (335m – mesh 44) e 40% (180m –
mesh 85)
Fino
100% (180m – mesh 85)
Finíssimo
100% (125m – mesh 120)
2.3.2.3. DETERMINAÇÃO DE pH
 Tecnicamente,
pH é o logaritmo da
concentração hidrogeniônica com sinal
negativo ou o logaritmo do inverso da
concentração hidrogeniônica. É
conveniente expressar a acidez ou
alcalinidade de uma solução por seu pH.
pH = - log[nº H+] = log 1/H+ ou [H+] = 10-pH
O
pH pode ser medido por indicadores
químicos ou através de um pHmetro
digital, que fornece resultados precisos
enquanto o método dos indicadores
químicos indica um valor de pH
aproximado.
Solução Indicadora Universal De pH






Fenolftaleína
Vermelho de metila
Para-dimetilamino-azo-benzol
Azul de bromotimol
Azul de timol
Álcool absoluto
0,02%
0,04%
0,06%
0,08%
0,10%
99,7%
Indicação das cores
Vermelha
Laranja
Amarela
Verde
Azul
pH 2,0
pH 4,0
pH 6,0
pH 8,0
pH 10,0
2.3.2.4. DENSIDADE


É a medida da densidade dos compostos. Densidade é
a relação entre a massa (em gramas) e volume (em
mililitros). Existem várias formas de medição de
densidade.
Densidade aparente: é a medida direta da massa de
volume específico do composto medido em uma proveta
graduada. Nesse procedimento, deve-se introduzir o
composto na proveta e eliminar os espaços preenchidos
com ar contidos dentre a amostra. A densidade aparente
é calculada pela fórmula:
Daparente = massa (m) / volume (V)

Densidade relativa: é utilizada para medir a
densidade de líquidos utilizando como
referência a densidade da água. Para
determiná-la, utiliza-se do picnômetro, pequeno
balão volumétrico com uma espécie de bico
adaptado em sua tampa para garantir que o
volume de líquidos medidos seja sempre igual.
Para a determinação, primeiro mede-se a
massa do picnômetro vazio (MP), depois se
completa o picnômetro com água à 20ºC e
mede-se a massa (MA). Por último, mede-se a
massa do picnômetro cheio com a amostra do
composto à 20ºC(MX) e aplica-se a seguinte
equação:
Drelativa = MX - MP
MA - MP
 Densidade
específica: é utilizada para
medir a densidade de líquidos à 20ºC, é
calculada a partir de sua densidade
relativa.Utiliza-se para isso a seguinte
equação:
Despecífica = 0,99703 x Drelativa + 0,0012
2.3.2.5. DENSITROMETRIA
É a utilização de densímetros e areômetros para
determinação de densidade. Verte-se a amostra
líquida em uma proveta e introduzir um
termômetro, deixando-o fixo na parede da
proveta e quando a temperatura estiver estável
colocar o densímetro previamente molhado no
líquido e enxugado cuidadosamente. O
densímetro deverá flutuar livremente na proveta
e o líquido não deverá atingir os bordos da
mesma. Anotar o resultado quando o
densímetro parar de oscilar.
2.3.2.6. ALCOOMETRIA

É a medida do teor alcoólico de misturas ou do
próprio álcool etílico. Essa medição está
relacionada com a densidade da mistura
alcoólica. O teor alcoólico em volume (X) pode
ser determinado pela equação abaixo que
relaciona a porcentagem alcoólica em peso (p),
a densidade da mistura alcoólica à dada
temperatura (D) e a densidade do álcool
absoluto à dada temperatura (Densidade 20ºC =
0,78506)
X=pxD
D
2.3.2.7.VISCOSIMETRIA
É
a medida da viscosidade de compostos
líquidos, emulsões e colóides.
Viscosidade é a resistência que esses
fluidos possuem ao deslizamento de suas
partículas. Existem vários tipos de
viscosímetros, sendo os principais:

- Brookfield: consiste em um agitador rotativo
que mede a viscosidade do fluido
com base na resistência por ele oferecida à
agitação.
 - Ostwald: consiste em um sistema de
mangueiras onde é cronometrado o tempo de
escoamento do fluido do traço de referência
superior até o menisco inferior, sendo esse
resultado comparado com o da água feito nas
mesmas condições.
 - Copo de Ford: consiste em um copo metálico
com um orifício na parte inferior por onde escoa
o fluido. Cronometra-se o tempo que o fluido
leva para escoar totalmente e compara-se com
a água.
 Equação
para determinar a viscosidade
do composto (nx) em centipoises em
função do tempo de escoamento do
composto (tx) em segundos e densidade
do composto (dx) e as mesmas condições
para a água:
nx = tx x dx x (nágua / tágua x dágua )

Equação para determinar a viscosidade do
composto (nvx) em centistokes em função da
viscosidade do composto (nx) em centipoises e
densidade do composto (dx):
nvx = nx / dx
Dados importantes: 1poise = 100 centipoises (cps)
1 stoke = 100 centistokes (cst)
TABELA DE VISCOSIDADE DA ÁGUA
(NÁGUA)
TEMPERATURA (ºC)
VISCOSIDADE (cps)
15
1,140
16
1,110
17
1,082
18
1,055
19
1,029
20
1,004
21
0,980
22
0,957
23
0,936
24
0,915
25
0,895
2.3.2.8. TEOR DE UMIDADE OU
PERDA POR DESSECAÇÃO
É
a quantidade de água existente em
determinada amostra de matéria prima.
Existem 2 formas de água contida nas
substâncias:


Água de absorção: é a água absorvida do meio
ambiente, livre da molécula do composto, ocupando
os seus espaços intermoleculares. É facilmente
retirada do meio através de aquecimento ou
substâncias dessecantes, para a maioria das
substâncias, o máximo de água permitida é de 0,5 à
1,0%;
Água de cristalização: é a água ligada quimicamente
à molécula do composto. Dificilmente consegue ser
separada da molécula sem haver degradação do
composto. Quando presente, acrescenta-se no nome
dos compostos as partículas hemihidratada (quando
existe meia molécula de água ligada a uma do
composto), monohidratada (quando existe uma
molécula de água ligada à uma molécula do
composto), dihidratada (quando existem duas
moléculas de água ligadas à uma molécula do
composto), e assim por diante.
Métodos para se quantificar a água
de absorção dos compostos:


Dessecação em estufa: pesa-se amostra do
composto sólido e coloca-se em dessecação por 1h
em estufa pré-aquecida. A temperatura da estufa
deve ser ajustada abaixo da temperatura de fusão e
ebulição. Se a temperatura for muito baixa, deixar a
amostra por 90min. como no caso dos fitoterápicos,
vitaminas, carboidratos, proteínas e outros bioativos
cuja temperatura máxima deve ser de 55ºC (a menos
que na literatura esteja especificado diferente). As
cápsulas podem ser deixadas à 60ºC por 25 minutos.
Caso a substância possua alto ponto de fusão e não
degrade facilmente, pode-se deixar por 1h à 105ºC. A
equação para cálculo do teor é a seguinte:
TU% = [(massa final x 100) / massa inicial] - 100

Dessecação em infravermelho: dessecação feita em
balança com equipo de raios infravermelho e
temperatura controlada. Segue os mesmos conceitos
técnicos da dessecação em estufa;
Destilação azeotrópica: dessecação baseada no
processo de destilação fracionada de substâncias
azeotrópicas usada para medir o teor de umidade de
líquidos. Utiliza-se como solvente o tolueno (PE =
110ºC).

Primeiro realiza-se uma destilação padrão de 200ml de
tolueno e 2ml de água destilada por 2h e anotar o
volume de destilado obtido (N1). Depois se realiza uma
destilação com 200ml de tolueno e 2ml da amostra por
2h e anotar o volume de destilado obtido (N2).
Calcular o teor de umidade a partir da seguinte equação:
TU% = [100 x (N2 – N1)] / massa da amostra
 Método
para quantificar a água total do
composto sólido e líquido:

Método analítico de Karl Fischer: consiste na
titulação determinada eletronicamente em
local fechado de amostra do composto com o
Reagente de Karl Fischer onde 1 mol de água
reage com 1 mol de iodo.
Reação de Karl Fischer:

H2O + I2 + SO2 + 3C5H5N + CH30H  2C5H5N.HI
+ C5H5NH.SO4CH3
Reagente Karl Fischer: Iodo metalóide
Dióxido de enxofre
Piridina anidra
Metanol anidro
8,47g
6,40g
26,9ml
66,7ml
2.3.2.9. PONTO DE EBULIÇÃO
 Ponto
de ebulição de uma substância é a
temperatura onde a substância passa do
estado líquido para o estado gasoso pois
a pressão de vapor desta substância se
torna igual à pressão atmosférica.
Método de Sywollobof:

Em um béquer de 500ml, adicionar cerca de 400ml de
glicerina. Em um micro-tubo de ensaio, adicionar o
líquido problema e, por meio de um anel de látex, fixar
este micro-tubo em um termômetro de precisão preso
num suporte.
 Com o auxílio de um bico de Bunsen, vedar uma das
extremidades de um tubo capilar e mergulhá-lo no
líquido-problema, de modo que a extremidade vedada
fique voltada para cima. Imergir o termômetro junto com
o micro-tubo na glicerina (com o cuidado de não deixar
que entre glicerina no tubo) e aquecer o conjunto
lentamente por meio de um bico de Bunsen.
Homogeneizar a temperatura no interior do béquer,
fazendo movimentos verticais com um anel de vidro.

Quando a pressão de vapor do líquido-problema
se tornar superior à pressão atmosférica; o
líquido começará a tomar o lugar do ar no tubo
capilar, sendo evidenciado pela saída de
pequenas bolhas de ar do capilar. Anotar o valor
da temperatura quando as bolhas de ar
começarem a sair e quando estiverem saindo
continuamente. Achar a média aritmética e
procure identificar a substância através do ponto
de ebulição que encontrou.
ESQUEMA:
Termômetro
Micro-tubo com líquido-problema
Glicerina
Bico de Bunsen
2.3.2.10.PONTO DE FUSÃO


Ponto de fusão é a temperatura na qual uma substância
cristalizada ou sólida passa para o estado líquido. Nas
substâncias puras, o ponto de fusão e de solidificação
são idênticos. O ponto de fusão, assim como o ponto de
ebulição, serve para caracterizar determinadas
substâncias.
Método de Thielle: tomar um tubo de Thielle, prendê-lo
num suporte e enchê-lo com glicerina até próximo da
borda. Em seguida, pegar um tubo capilar e, com o
auxílio de um bico de Bunsen, vedar uma de suas
extremidades. Introduzir o sólido pulverizado no capilar
até cerca de 2/3 do mesmo.



Fixar o capilar, por meio de um anel de látex, em um
termômetro de precisão e mergulhar o conjunto na
glicerina, de modo a não permitir que esta não penetre
no capilar.
Com o bico de Bunsen, aquecer lentamente o
prolongamento do tubo de Thielle (conforme o esquema
abaixo), de modo a fazer com que a glicerina circule no
interior do tubo, promovendo um aquecimento mais
homogêneo, diminuindo assim um possível erro na
visualização da temperatura. Anotar a temperatura em
que começa a haver a fusão, bem como a temperatura à
qual se finaliza a mesma, tirando a média aritmética
entre as duas temperaturas. A diferença entre as duas
temperaturas não deve exceder a 1oC, pois se isso
ocorrer o sólido-problema estará impuro.
ESQUEMA :
Tubo capilar com sólido-problema
Tubo de Thielle com glicerina

-Método capilar: tomar amostra do composto a ser
analisado e colocar em dessecador com anidrido silícico
por 24h. Adicionar pequena porção da amostra em 2
tubos capilares com 1 de suas extremidades fechadas
até atingir a marca de 2 ou 3 mm do capilar. Colocar os
capilares em determinador de ponto de fusão com
termômetro e iniciar o aquecimento. Marcar a
temperatura em que inicia-se a fusão e a temperatura de
término da fusão observando com uma lupa as
alterações ocorridas. Esse intervalo de tempo é o
intervalo da temperatura de fusão e o ponto de fusão é a
média da temperatura maior e menor obtidas .
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