A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
A Fisiologia da
Alma
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Índice
1 – Introdução
Iº Parte – Os Corpos do Homem
2 - Deus
3 – O Homem e a Dualidade
4 – O Corpo Físico
5 – O Duplo Etérico
Função
Tela Etérica
Flora Microbiana Espiritual
6 – Energia Vital ou “Sopro da Vida”
7 – Corpo Astral e Corpo Mental
8 – O Corpo Astral
Função
Células-Tronco e Transplantes
9 – O Corpo Mental - Corpo Causal
10 – A Aura Humana
IIº Parte – O Homem e suas Relações com o Universo
11 – Centros de Forças ou Chakras – Linhas de Energias ou Nadis
Ida – Pingala – Shushuma
Chakras
12 – A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
13 – Evolução em Dois Mundos – Uma Contribuição para o Estudo
do Desenvolvimento Psiconeurológico
14 – As Sete Energias Cósmicas, Sete Raios ou Sete Alentos
15 – A Gênese dos Diferentes Corpos – do Espírito à Matéria
A Criação do Espírito
Planos de Evolução
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A Mônada na Matéria
Allan Kardec e a Evolução dos Espíritos a partir dos Reinos Inferiores
Proposta do Átomo Ultérrimo
16 – A Encarnação
“Descida” do Espírito à Matéria
Da Alma ao Corpo Físico
A Energia Divina
Padrão Vibratório x Evolução
Lei de Causa e Efeito, uma Lei Justa e Perfeita.
17 – Doenças – Visão Transcendente
Heranças Vibratórias
Doenças do Corpo Etérico
Doenças do Corpo Astral
Doenças do Corpo Mental
Doenças Cármicas.
IIIº Parte – O Homem Bioenergético
18 – Do Espírito à Matéria
O Sistema Nervoso
O Corpo Mental e suas Divisões
Reinos Elementais
Formas-Pensamento
Glândula Pineal, ou Epífise, e Hipófise, ou Pituitária.
19 – Processo Reencarnatório pela Visão Espiritual
Vias Reencarnatórias
A Escolha dos Genitores
Período Pré-Fecundação
A Fecundação
A Evolução da Gestação
O Nascimento
Uma Gestação Rejeitada.
20 – A Morte
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Processo de Restituição
Processo de Eliminação
Processo de Absorção
Estado de Coma.
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Introdução
Poderão perguntar a finalidade deste estudo?
Bem, entendemos que o Homem é essencialmente um livre pensador e, a partir
daí, todo pensamento nos é permitido.
Adepto que somos da proposta da sobrevivência da alma e da reencarnação
como instrumento de evolução, satisfizemos, há muito tempo, os anseios de nossa alma
nos princípios codificados pelo insigne mestre lionês Allan Kardec. E foi no exercício
dessa Doutrina que tivemos a oportunidade de conviver com autênticos arautos da Boa
Nova, que nos iniciaram na arte do conhecimento e prática verdadeiramente cristã
desses princípios, princípios estes que se tornaram a bússola de nossa vida.
Por outro lado, foi na Medicina que alcançamos a oportunidade profissional e
quis o destino que fossemos agraciados com o convívio de dignos pesquisadores que
nos iniciaram nos caminhos da ciência humana, permitindo-nos galgar alguns degraus
na graduação acadêmica.
Kardec nos apresentou o Espírito e a Medicina a Matéria. Enquanto
individualidade, não conhecemos conflitos em conviver com estas duas realidades
aparentemente opostas. Mas, para o raciocínio ocidental de pesquisadores sinceros e
autênticos, estruturado em rígidos protocolos científicos, ainda que propuséssemos uma
modalidade diferente de pesquisa, não alcançávamos consistência suficiente nos
argumentos que apresentávamos para motivá-los.
O Espírito, substrato fundamental e antítese da Matéria, não permitia a
reprodutividade que a ciência solicitava. Optamos por esperar e coube ao Tempo, o
artífice do amadurecimento, apresentar novas alternativas.
Com o correr dos anos, práticas terapêuticas até então questionáveis tornaram-se
especialidades médicas reconhecidas, como a Homeopatia e a Acupuntura. A
globalização apresentou ao Ocidente a Medicina Tradicional Chinesa com seus
conceitos do Homem Bioenergético, além de complementar a Acupuntura em novos
conceitos de manipulação de energias; trouxe, também, a Fitoterapia, o uso de ervas
medicinais, além de outras propostas terapêuticas de prática milenar oriental, até então
pouco conhecidas neste lado do mundo.
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A Ciência ocidental começa a pesquisar diferentes tipos de energia em graus
nunca antes imagináveis, e já começa a aceitar a possibilidade de outras dimensões
vibratórias além da física.
Abriu-se, a partir daí, ainda que forma incipiente, novos campos de pesquisas
com novos e ousados conceitos. A presença de uma energia, além da constituição física
do homem começou a germinar no raciocínio ocidental, e a idéia da dualidade começou
a ser aceita de uma forma mais racional.
Por essa razão a Dualidade é o objetivo deste ensaio, e ele é destinado aos
verdadeiros pesquisadores da Verdade para os quais o pensamento é livre e o desejo de
saber uma constância. Destinamo-lo àqueles para quem o Conhecimento não tem
limites definidos e a sua “conquista” é uma busca perene.
Entendemos, portanto, oportuno apresentá-lo, buscando demonstrar que os
conceitos racionais, ou exotéricos, do Ocidente podem perfeitamente conviver com os
conceitos esotéricos do Oriente, uma vez que seus princípios são os mesmos, ainda que
de aparentes posições opostas. Com isso, pretende-se evidenciar que a dualidade
Espírito e Matéria podem se tornar o objeto de novas pesquisas, com novos protocolos
que satisfaçam as exigências da Ciência.
Há que se levar em conta que na Ciência Esotérica, ou Oriental, os conceitos
Espírito e Matéria são objetos da análise e pesquisa há milênios com uma riqueza de
informações ainda de difícil digestão. É de se esperar, conseqüentemente, que nesse
campo tenhamos muito mais a receber do que a oferecer.
A Ciência Ocidental desenvolveu mais acentuadamente o uso do Hemisfério
Cerebral Esquerdo, o hemisfério ligado ao conhecimento verbal e ao raciocínio lógicoformal. Na Oriental, por sua vez, predominou o uso do Hemisfério Cerebral Direito,
vinculado à Intuição, à criatividade, à musicalidade, à habilidade manual e à orientação
espacial, o que lhe permitiu a intuição e identificação com o objeto em estudo.
Podemos, em contrapartida, orientá-los no exercício da razão, aspecto que
aprendemos a desenvolver intensamente no estudo da Matéria. Enquanto o Ocidente
dedicou-se ao estudo do corpo, o Oriente dedicou-se ao da alma e acreditamos que a
ligação, a ponte entre ambos, já possui substratos suficientes para ser edificada.
Acreditamos também que, quando esta dualidade e sua inter-relação for o objeto
das pesquisas para a saúde do Homem, quando a Fisiologia do Espírito for devidamente
estudada e compreendida, a humanidade entrará em uma nova era na arte de curar.
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Este é a nossa proposta. Sugerir alternativas para novos estudos e motivar
pesquisadores idôneos a cruzar o abismo existente entre os opostos. Com certeza deverse-á buscar o desenvolvimento de novos métodos e instrumentos de pesquisa,
renovando e ampliando conceitos e redefinindo terapêuticas.
O Homem inicia sua escalada na montanha do Conhecimento e, enquanto não
alcançar seu ápice, não poderá afirmar que possui a visão completa que ela o permite.
Mas qual é o limite deste Conhecimento? Quem pode defini-lo?
Aprendemos que a Ciência busca a Verdade e é livre, tal qual o pensamento
filosófico; ela não privilegia e tão pouco é estática. A verdade conceitual de hoje pode
não o ser amanhã, cabendo a nós estuda-la e desvenda-la até alcançarmos a sua origem;
conceitos científicos serão mutáveis até alcançarmos “a causa primária de todas as
coisas”.
Para tanto, como em qualquer pesquisa, temos que definir uma proposta, um
projeto e buscar demonstrar, ou não, sua veracidade. A nossa proposição é o Homem
Bioenergético, a composição de seus corpos e suas inter-relações. A Fisiologia da Alma.
Não pretendemos inovar, mas sim compilar e interligar informações. Não
apontamos erros, mas buscamos demonstrar a similaridade de informações entre
diferentes formas de se pensar que aparentemente se contrapõem.
Buscamos demonstrar que conceitos de diferentes origens expressam a mesma
verdade ou, pelo menos uma parte dela. Não defendemos idéias, apenas as
apresentamos; não lutamos para defender posições, mas apenas as confrontamos.
Temos consciência de que somos responsáveis por aquilo que escrevemos. O
que aqui será exposto é resultado de nosso próprio estudo. Cabe a todos, pesquisadores
ou não, usar seu próprio intelecto, seu próprio julgamento, sua própria consciência na
ponderação de cada asserção que fizermos. O painel de investigação está aberto a todos
e não devemos tomá-las como realidades prontas.
Se o que aqui for proposto é a expressão da Verdade, somente o tempo o dirá,
pois, o campo de pesquisa na esfera do Espírito, das energias, estende-se ao infinito.
Caberá aos pesquisadores do futuro demonstrar sua veracidade e com certeza
desenvolvê-la, ou não.
Concluímos plagiando o ensinamento de antiga parábola, onde pequeno beijaflor, diante do violento incêndio que assolava sua floresta, voava repetidamente ao rio e
jogava o conteúdo de seu pequeno bico no fogo enquanto os outros animais fugiam; ao
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ser inquirido se acreditava realmente estar dominando o fogo, satisfez-se em responder:
Isto não importa! Pelo menos estou fazendo a minha parte.
Cada ser busca a “água” que sacia sua sede.
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Ia Parte – Os Corpos do Homem
Deus
Inicialmente faz-se necessário definir conceitos, conceitos estes que servirão de
“ponto de partida” para o estudo que se objetiva.
A aceitação da existência de Deus, ou Consciência Cósmica, ou Grande
Arquiteto do Universo, ou outra qualquer denominação que se deseje dar, é uma
premissa básica sem a qual a Dualidade não tem razão em existir.
A negação de qualquer outro viés além da matéria impossibilita toda e qualquer
proposta de estudo que se afaste do materialismo. Por outro lado, não é pretensão do
presente ensaio fundamentar-se em ilações filosóficas que só encontram eco em mentes
predispostas a tanto. É-nos possível, no entanto, com um raciocínio científico,
demonstrar a possibilidade de Sua existência, ainda que se respeitem opiniões
contrárias.
Em um axioma muito aplicado à Ciência, afirma-se que “não há efeito sem
causa, e todo efeito inteligente tem uma causa inteligente”.
Partindo-se deste raciocínio e com todo o conhecimento adquirido até os dias de
hoje nas diferentes modalidades de pesquisa, perguntar-se-á sobre a origem do Homem?
Será ele um produto final de uma série de processos biológicos naturais
efetivados no correr dos milênios?
Se a resposta for “sim”, estamos aceitando que o Homem é um produto final de
inteligentes processos da Natureza.
Se o corpo humano, essa máquina maravilhosa auto-suficiente com milhares de
processos metabólico-fisiológicos e sistemas auto-suficientes, com uma fantástica rede
neuro-cerebral que o permite raciocinar e se relacionar com seu meio ambiente, é mero
produto final do “laboratório” da Natureza, quem a capacitou a esses processos?
E o raciocínio, a Razão? Será apenas um produto final de reações eletroquímicas ocorridas entre as sinapses de alguma área do córtex cerebral?
E qual o processo da Natureza que despertou no Homem o uso da Razão,
diferenciando-o de seus irmãos animais?
E o amor e o ódio, a alegria e a tristeza, a dor de uma saudade, enfim, serão
também os sentimentos meros processos eletro-químicos?
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Pode-se listar um número sem fim de questões similares e, extrapolando ao
Homem, estendê-las ao nosso planeta, ao sistema solar, ao universo em si, sem
alcançarmos as necessárias respostas. Talvez, por não encontrá-las de forma que nos
satisfaça, mais fácil seja responsabilizar o “acaso”.
Mas, em contrapartida, em nosso cérebro, apesar da frustrante ausência do
“saber” no Hemisfério Cerebral Esquerdo, na consciência, no fundo de cada ser, no seu
Hemisfério Cerebral Direito fala uma intuição: Deus!
Mas... Deus existe? Como provar Sua existência? Como racionalizar esta
intuição?
“Utilizando-se do axioma acima citado: pelos efeitos de Sua inteligência”.
“Se Deus, a causa primária de todas as coisas não existe, ter-se-ia de acreditar
que o “nada” pôde fazer alguma coisa. Que homem de bom senso pode considerar o
“acaso” como um ser inteligente?” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Livro I –
Capitulo I – Questões nº. 4 e 8)
Se não existe como “materializar” Sua existência, também não se pode negá-Lo;
pode-se, no entanto, senti-Lo, tal como se faz com muitos gases e elementos existentes
em nosso meio: pelos Seus efeitos. E quais os efeitos de Sua ação?
O Homem, a Natureza, o Universo. O macro e o microcosmo.
Senão vejamos: com os avanços tecnológicos já alcançados e pelo raciocínio das
correlações, podemos deduzir a existência de uma Inteligência Superior com o axioma
dos efeitos inteligentes.
É, sem dúvida, o Sistema Solar do qual participamos, uma espetacular expressão
da “Natureza”, e é nele que buscaremos demonstrar nosso raciocínio.
Ao examinarmos, por exemplo, uma foto do planeta Terra obtida por uma nave
que a Astronáutica moderna concebeu, tirada a uma distância de algumas centenas de
quilômetros, poder-se-á distinguir perfeitamente os diferentes continentes e oceanos.
Sabe-se que milhões de seres humanos estão dispersos pelo seu solo; no entanto, não é
possível vê-los, tampouco suas grandes cidades e edifícios. A certa distância, o homem
é imperceptível em seu próprio mundo. Qualquer ser em uma nave, que cruzasse o
espaço pela primeira vez e nos observasse a esta distância, utilizando-se apenas de sua
capacidade visual, poderia afirmar, com relativa segurança, não existir vida inteligente
sobre a face da Terra. Porém, se esta mesma nave permanecesse na órbita terrestre por
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determinado período, logo no primeiro giro do planeta teria elementos para alterar suas
conclusões.
A presença desta vida seria registrada pela iluminação que suas cidades
exibiriam na escuridão da noite. Apenas seres dotados de certo grau de inteligência
podem gerar iluminação artificial que se expresse no período noturno. É um efeito
inteligente do Homem pelo qual, ainda que não visível, demonstra sua presença sobre o
solo.
Com o mesmo raciocínio, com a analogia das
correlações, comparemos agora as dimensões dos
diferentes planetas que compõem o Sistema Solar e
observemos as diferentes proporções existentes entre
eles. Estas medidas e proporções são possíveis graças aos
avanços da tecnologia espacial, com os instrumentos e
naves criadas pelo Homem, além da física e matemática
avançadas.
Do menor planeta – Plutão - ao gigantesco
Júpiter, todos gravitam em torno do Sol em perfeita
harmonia e equilíbrio há milhares de anos. Existem leis
naturais no Universo que são obedecidas por todos os
planetas e estrelas, seja no Sistema Solar, na Galáxia em
que se situa, ou nas demais que compõem o Universo.
Que fantástica Inteligência definiu estas Leis e coordenou
a formação destes diferentes mundos?
Observemos agora a dimensão da Terra em
proporção à dimensão do Sol, Astro-Rei que sustenta
toda a vida existente em nosso planeta e de todo o
sistema onde ele se situa. A Terra é praticamente um grão
de areia diante do grande astro solar. Vale recordar que o
Homem em seu mundo já não era visível há algumas centenas de quilômetros, tal qual
um microrganismo no corpo humano. Como considerá-lo agora nestas proporções?
E o tamanho do Sol, em relação a algumas estrelas estudadas pela Astronomia?
Nesta proporção, em relação a elas agora a Terra corresponde ao tamanho de vírus
existente no corpo humano.
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Poderíamos estender este raciocínio de proporções à nossa Galáxia, e ela a
outras maiores, e assim até ao infinito. Não tratamos aqui de ficção, ou de projeções
imaginárias. Estes dados são cientificamente provados, adquiridos pelo progresso atual,
efeitos da inteligência humana.
Impossível aceitar a harmonia universal como obra do acaso.
E, retornando ao raciocínio inicial, afirmamos que se julga o poder de uma
inteligência pelas suas obras. “Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza
produz, a causa primeira que a capacitou é, portanto, uma inteligência superior à
humanidade. Quaisquer que sejam os prodígios realizados pela inteligência humana,
ela própria tem uma causa. Essa Inteligência Superior é que é a causa de todas as
coisas, seja qual for o nome pelo qual o homem a designe.” (Allan Kardec - O Livro
dos Espíritos – pergunta 9)
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O Homem e a Dualidade
A primeira informação sobre a dualidade Homem-Espírito a obtivemos na
Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, onde se definem o Espírito e a
Matéria como os dois elementos gerais do Universo, interligados por corpo fluídico que
desempenha o papel de intermediário entre ambos, uma vez que a matéria é grosseira
demais para sua atuação sobre a mesma.
Apesar da afirmação acima, manifesta-se, no entanto, Allan Kardec diante das
respostas dos Espíritos aos questionamentos sobre a realidade do corpo espiritual: “Um
fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria que não é inteligente e vemos
um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a conexão destas duas
coisas nos são desconhecidas (o grifo é nosso). Querem elas tenham ou não uma fonte
comum e os necessários pontos de contato; quer a inteligência tenha existência própria,
ou seja, uma propriedade, um efeito; quer seja mesmo, segundo a opinião de alguns,
uma emanação da Divindade, ignoramos (ibidem). Elas se nos revelam distintas, razão
por que a admitimos formando dois princípios constitutivos do Universo.” (O Livro dos
Espíritos – Livro I – Capitulo II – questão 28)
É, portanto, uma definição doutrinária espírita que o ser humano seja a união de
três elementos: Espírito, Perispírito e Corpo. No entanto, como podemos observar no
texto que acima transcrevemos, Allan Kardec deixa em aberto suas conclusões a
respeito da constituição espiritual do Homem, ainda que, no correr dos anos, tenha feito
várias revisões no texto original. E por que agiria desta forma?
Entendemos que a sua formação cultural e científica, e acima de tudo seu bom
senso, lhe permitiu vislumbrar a dimensão do assunto. Para a humanidade ocidental,
iniciante nesta inovação conceitual era fundamental que absorvessem seus princípios
básicos. Deixa-os, no entanto, em aberto para que estudos e pesquisas futuras se
incumbissem de ampliá-los de acordo com o desenvolvimento e maturidade das novas
gerações.
Poucas décadas após o advento do Espiritismo, nova linhagem espiritualista
surge no Ocidente, denominada Teosofia ou Esoterismo Teosófico, doutrina esta que
teve maior expressão na pessoa de Helena Petrovna Blavatsky. Trouxe em seu bojo
novas e mais amplas informações sobre a dualidade Espírito e Matéria, baseadas em
antigos ensinamentos indiano-oriental, agora mais adequado à mente ocidental.
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Nas primeiras décadas do século 20, outra linhagem espiritualista esotérica vem
a público, denominando-se apenas de Esoterismo e tendo como sua representante
principal Alice A. Bailey, sob a orientação de um Mestre Tibetano – Djwhal Kull.
Apresenta-nos uma nova visão do cristianismo e do próprio Cristo, dentro do contexto
milenar oriental, em linguagem de fácil acesso, com farta informação sobre a dualidade
em estudo.
Com a globalização, o intercambio cultural entre o Oriente e o Ocidente se
efetivou, permitindo-nos conhecer mais amiúde a Medicina Oriental Chinesa, e outras
terapias que se utilizam e trabalham com a energia do ser.
Desta forma, evidenciaram-se inúmeras correntes tidas como esotéricas,
descrevendo a complexidade do agregado espiritual e trazendo-a ao nosso
conhecimento. Vale lembrar que o termo “esotérico” refere-se ao que está “dentro”, em
oposição ao que está “fora”, designado como “exotérico”.
Não é o objetivo deste ensaio, como já expusemos anteriormente, confrontar
doutrinas, mas delas extrair pontos comuns que nos permitam melhor compreender o
Homem e o corpo humano, e apresentar o “Homem Bioenergético”, o objeto de nossa
atenção, buscando romper o paradigma da materialidade.
Na óptica espírita o Homem é composto de:
1 - O corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo
princípio;
2 - A alma, o Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3 - O princípio intermediário, ou perispírito, substância semi-material que serve
de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo. Tais é, num fruto, a semente,
a polpa e a casca3. (O Livro dos Espíritos - Livro II – Capítulo II – Pergunta 135a)
Em contrapartida afirma a doutrina teosófica e a esotérica, assim como as outras
doutrinas orientais, que o Espírito, como individualidade materializada, é composto de
vários corpos situados em diferentes planos vibratórios, interligados entre si.
De acordo com ensinos destas linhagens, o Homem é um ser sétuplo, ou, na
terminologia usual, tem uma constituição setenária. As escolas esotéricas consideram o
agregado humano com constituído por sete corpos. Colocando de outra forma, a
natureza do Homem tem sete aspectos, pode ser estudada de sete diferentes pontos de
vista, e é composta de “Sete Princípios”. Estes sete princípios será o roteiro de nossa
proposta em estudo.
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O melhor modo e o mais claro de todos pelo qual imaginar o Homem, é
considerá-lo como uno, o Espírito ou o “Eu”; este pertence a mais alta região do
universo; é um raio de Deus, uma centelha do Fogo Divino, a se tornar um indivíduo,
refletindo a perfeição divina, um filho que cresce à semelhança de Seu pai.
Para este propósito, segundo os conceitos orientais, o Espírito, veste-se com
roupa após roupa, cada uma pertencendo a uma região definida do universo, e
capacitando-o a entrar em contato com aquela região, ganhar seu conhecimento e nela
trabalhar. Assim ele ganha experiência, e todas as potencialidades latentes são
gradualmente transformadas em poderes ativos. (Os Sete Princípios - Annie Besant)
Portanto, ao estudarmos o Homem, o que chamamos de corpos espirituais são os
complexos instrumentos de que se utiliza o Espírito para manifestar-se tanto no plano
material como nos diversos níveis imateriais.
Afirmam que se o Homem for observado pela clarividência, ou por instrumentos
idealizados para alcançar estes níveis vibratórios, cada invólucro pode ser distinguido, e
são separáveis entre si durante a vida física ou na morte, de acordo com cada um em
particular. A consciência do Homem é capaz de funcionar através da tantos aspectos
quantos tiverem nele já evoluídos até a atividade.
Nosso estudo se baseará na proposta oriental que se evidencia mais completa e
em diferentes momentos buscaremos demonstrar o “por quê?”.
No presente ensaio, estudaremos o Homem em seus quatro primeiros corpos
propostos na visão oriental:
1. O Corpo Físico;
2. O Corpo Etérico (ou Duplo Etérico);
3. O Corpo Emocional (ou Astral) e
4.
O Corpo Mental (ou Causal).
Definem o Homem como o “todo” composto por estes corpos, através do qual a
Alma, ou Espírito encarnado, se manifesta e se relaciona com ambiente físico. Eles
correspondem ao elo entre a dualidade que Allan Kardec denominou simplesmente
como “Perispírito”. A expressão vibratória da união destes corpos é a chamada Aura
Humana ou Ovo Áurico.
Para a finalidade de nosso estudo, restringiremos estes conceitos ao plano físico,
e ao material etérico, uma vez que a conceituação de um estado individualizado além da
matéria foge do escopo deste trabalho. Estudaremos os diferentes corpos em separado
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por exigência didática, mas devemos entendê-los com uma única unidade, funcionando
e interagindo reciprocamente, como o fazem os diferentes sistemas do corpo físico, com
funções específicas, mas harmônicos com o todo.
Eles se circunscrevem e se inter-relacionam através de Vórtices de Energia ou
Centros de Força, também conhecidos sob a denominação de Chakras.
Espírito
Doutrinas
Espiritualistas
Allan Kardec
Alma
Corpo
Mental
Corpos
Espirituais
Perispírito
ou
Alma Humana
Corpo
Astral
Corpo
Etérico
Corpos
Materiais
Corpo
Físico
A Dualidade segundo Allan Kardec e as Doutrinas Orientais
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O Corpo Físico
O Corpo Físico ou Material que conhecemos é, segundo a totalidade dos autores
que abordam a dualidade, o corpo mais grosseiro da constituição do ser.
O Corpo Físico denso do homem é chamado o “primeiro” de seus sete
princípios. Construído de moléculas materiais – com seus cinco órgãos sensoriais – os
cinco sentidos – seus sistemas muscular, circulatório, endócrino, digestivo, seu cérebro
e sistema nervoso, etc., para desempenhar as várias funções necessárias para a
continuidade de sua existência.
Entende-se como desnecessário transcrever o que diferentes compêndios de
anatomia e fisiologia o fazem, e de maneira mais completa, sobre o corpo físico e suas
funções. Abordaremos, no correr dos textos, apenas os sistemas que se relacionarem
com as propostas a serem apresentadas.
Para melhor compreender a Ciência Oriental, deve-se aceitar como hipótese de
raciocínio a visão de que o corpo humano consiste de inumeráveis “vidas”, que
constituem as células, e não apenas um substrato orgânico. São seres independentes,
momentaneamente organizados e estruturados para compor um ser mais complexo.
“Sendo os constituintes físicos e químicos idênticos em todos os seres, a química
pode bem dizer que não existe diferença alguma entre a matéria que compõe os animais
e o homem; não só os componentes químicos são os mesmos, como também as mesmas
vidas infinitesimais invisíveis compõem os átomos dos corpos dos minerais, dos
vegetais, dos animais e do homem. Cada partícula – seja chamada orgânica ou
inorgânica – é uma vida, uma vez que têm sua origem na Vida Universal.” (Os Sete
Princípios – Annie Besant)
A Ciência Esotérica propõe que a consciência puramente física é a consciência
das células e das moléculas. A ação seletiva das células, extraindo do sangue o que
precisam, rejeitando o que não precisam, é um exemplo de sua autoconsciência. O
processo continua sem a ajuda de nossa consciência ou volição. Assim o que é chamado
pelos fisiologistas de “memória celular” é a memória da consciência física, na verdade
inconsciente para nós.
A dor que eventualmente sentimos não é o que as células sentem. A dor de um
ferimento é sentida pela consciência cerebral, agindo no plano físico, por vias
energéticas que estudaremos mais a frente; a consciência material da molécula, assim
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como a do agregado de moléculas que chamamos células, tem a função, a título de
exemplo, de levá-las rapidamente a reparar os tecidos danificados – ação de que o
cérebro é inconsciente – e sua memória as faz repetir a mesma atividade inúmeras
vezes, tanto quanto necessárias. A eficácia dos processos de imunização (vacinas) pode
ser outro exemplo da memória celular.
Orienta-nos o Mestre Tibetano que a Alma anima o corpo de duas maneiras e
por meio de dois pontos de contato:
A. “O ‘Fio da Vida’ se acha ancorado no coração. O princípio da vida
encontra-se ali, de onde se difunde por todo o corpo físico, por meio do fluxo
sangüíneo, porque ‘o sangue é vida’”.
B. “O ‘Fio da Consciência’ ou da inteligência se acha ancorado na cabeça, na
região da glândula pineal e, dessa estação de percepção, ordena e dirige as atividades
do plano físico, por meio do cérebro e do sistema nervoso”.
“Assim se torna possível funcionar no plano físico e a existência objetiva se
torna um modo temporário de expressão”. (Alice Bailey – Um Tratado sobre Magia
Branca – Tomo II – itens 62 e 495/6)
Ele nos orienta desta forma, que a Alma estando ligada ao cérebro, nos torna
seres racionais inteligentes, autoconscientes e autodiretivos, mais ou menos intenso,
dependendo da evolução de cada um e de seu instrumento de trabalho.
“A morte do Corpo Físico denso ocorre quando a retirada da Energia Vital
controladora deixa os seres microscópicos seguirem seu próprio rumo, e as muitas
vidas, já não mais coordenadas, separam-se e fragmentam as partículas das células do
“homem de barro”; é o que chamamos de decomposição. O corpo se torna um
torvelinho de vidas sem controle, sem regulação, e sua forma, que resultava de sua
correlação, é destruída pela exuberante energia das suas vidas individuais. A morte é
só um aspecto da vida.” (Os Sete Princípios – Annie Besant)
Alguns sistemas orgânicos, no entanto, são importantes visto suas íntimas
relações com a Alma, como o Sistema Nervoso em suas três divisões – cérebro
espinhal, autônomo e periférico - o Endócrino, que pode ser considerado como o
aspecto mais denso ou exteriorização de ambos - através da atuação dos Sete Centros de
Forças ou Chakras, interligados por um complexo de vias energéticas denominadas
Nadis -, e o Circulatório, que carreia não somente o sangue e seus componentes, mas
também a energia vital a todos os campos celulares.
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A medicina demonstra que o corpo físico exerce suas funções por dois sistemas
ou complexos nervosos, um voluntário e um independente, ambos se expressando por
uma vasta rede de condutos nervosos.
O Sistema Simpático e Parassimpático são os sistemas independentes que
presidem as funções do corpo como a respiração, freqüência cardíaca, função renal e
gástrica, etc. Podem ser subjugados pela vontade através de treinamentos específicos.
O sistema voluntário é o grande sistema que serve de instrumento ao
pensamento, graças ao qual nos movemos e experimentamos sensações no plano físico.
É constituído pelo axis cérebro-espinal (cérebro e medula), ramificando-se por todas as
partes do corpo por feixes nervosos, denominados motores e sensitivos. Os primeiros
(os motores) dirigem-se do centro para a periferia, e os segundos (os sensitivos) da
periferia para o centro.
O cérebro e a rede de neural distribuída pelo corpo, é o sistema graças ao qual o
Homem eterno exprime sua vontade, sede de todas as sensações e movimentos
intencionais; sem estes nada pode fazer no plano físico; uma vez danificados, o homem
se vê impossibilitado de exprimir-se com método.
O sistema Endócrino, ou hormonal, é outra via importantíssima para as interrelações da Dualidade, assim como a circulatória, como o veremos mais a frente quando
estudarmos os Chakras e as Nadis.
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Alfredo Roberto Netto
O Duplo Etérico
Allan Kardec informa que o Perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um
dos mais importantes produtos do fluído cósmico; é uma condensação deste fluído em
torno de um foco de Inteligência. Informa-nos que tanto o Corpo Carnal quanto o
Perispírito, têm seu princípio de origem nesse mesmo fluído, agora condensado e
transformado em matéria tangível. Segundo ele, no “Perispírito a transformação
molecular se opera diferentemente, porquanto o fluído conserva sua imponderabilidade
e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm, pois, origem no
mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes”,
é sua conclusão.
Na proposta oriental, similar à espírita, os corpos têm sua origem em um mesmo
elemento primário ou universal, porém, com uma composição mais complexa:
- O Corpo Denso – Sólido;
Líquido e
Gasoso;
- O Duplo Etérico – quatro subdivisões do Éter –
Éter I, ou Etérico;
Éter II, ou Super-Etérico;
Éter III, ou Sub-Atômico e
Éter IV, ou Atômico (Átomo Ultérrimo).
A matéria ou éter do Corpo Etérico existe em quatro estados, dos quais o mais
sutil é formado pelos últimos átomos físicos – não se trata do chamado átomo químico
que, na realidade é um corpo composto, mas sim do último átomo do plano físico -, cuja
decomposição dará a substância astral.
“Éter”, ou “Nível Etérico”, corresponde ao um determinado espaço vibratório
dominado pela influência de uma partícula de massa, de acordo com o médico
espiritual André Luiz (Mecanismos da Mediunidade – Capítulo III).
A Química moderna já admite a existência de um campo energético além do
átomo, gerado por uma partícula ainda não identificada, demonstrando, com isso, que a
Ciência já começa a alcançar os planos além da matéria gasosa que se conhece.
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À medida que seguimos o método introspectivo e que estudamos o ser humano,
descobrimos que subjacentes a todas as partes do corpo denso, e constituindo uma parte
bem definida do seu mecanismo, há um veículo que foi designado por Corpo Etérico,
composto inteiramente por linhas de força que, por sua vez, formam canais ao longo dos
quais fluem tipos de energias ainda mais sutis e variadas – as Nadis.
O Duplo Etérico, o “segundo” princípio do Homem na conceituação oriental,
compõe-se destas quatro espécies de Éter que penetram todos os constituintes sólidos,
líquidos e gasosos do corpo grosseiro, rodeando cada partícula ou célula com um
invólucro etérico, apresentando-se assim como uma duplicata exata da forma física.
É descrito por algumas escolas com uma cor cinza-azulada pálida ou cinzavioleta, levemente luminoso e tremeluzente, e sua textura é fina ou grosseira conforme
for a do corpo denso. As quatro espécies de Éter fazem parte de sua constituição, do
mesmo modo como os sólidos, líquidos e gases o fazem do corpo denso. Na pessoa
normal se projeta de poucos a muitos centímetros além da epiderme, dependendo de sua
evolução, desaparecendo gradualmente no oceano circundante de energia etérica que
envolve o corpo. É a “Aura de Saúde” ou “Aura Etérica”, composta pelos quatro éteres.
O Corpo Astral e ele fornecem o padrão básico segundo o qual o corpo físico é
construído. Essa energia etérica é importante uma vez que esta diretamente relacionada
com o estado de saúde do indivíduo, pois a qualidade e a capacidade de recuperação do
corpo físico estão diretamente relacionadas com o caráter e a qualidade do Corpo
Etérico.
O Duplo Etérico é a reprodução exata, célula por célula, do corpo visível; é
igualmente o intermediário que põe em movimento todas as correntes elétricas e vitais
das quais depende a atividade do corpo denso.
O Corpo Etérico formado a cada nova reencarnação do ser humano, se dissolve
em algumas horas após a morte por diferentes autores. Segundo o Espírito de
Emmanuel, devemos aguardar pelo menos um período mínimo de 72 horas para a
cremação dos despojos, provavelmente em função da decomposição do Duplo.
(Francisco Cândido Xavier - Pinga Fogo I) O Mestre Tibetano informa que um prazo
mínimo de 12h é suficiente para a cremação. (Alice A. Bailey – Cura Esotérica – Tomo
II)
“São os dois princípios inferiores do homem, o Corpo Material e o Corpo
Etérico. Ambos funcionam no plano físico; ambos são compostos de matéria física e
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formados para um período de vida física; ambos são abandonados pelo homem quando
este morre, e desintegram-se no mundo físico enquanto o homem segue para o astral.
Ambos pertencem ao plano físico devido à matéria de que são formados e, por esta
razão, nunca podem dele sair. (Annie Besant – O Homem e Seus Corpos), e não são
veículos independentes”. (Major Artur E. Powell – O Duplo Etérico)
A consciência que neles trabalha acha-se escravizada pelas suas limitações
físicas e sujeita às Leis ordinárias de tempo e espaço. O espírito de André Luiz relata
que, ao nascermos, trazemos um “quantum” pré-determinado de energia vital
incorporado em nossa estrutura celular, que nos concede determinado número de anos
no corpo físico. (Missionários da Luz – capítulo X). Os Corpos Astral e Mental
continuam a existir após a morte física.
Função – No nível etérico, o campo individual é condicionado e vitalizado pela
Força Vital, ou Etérica, ou Prana que penetram através de seus centros de forças
principais ou Chakras e de uma rede de condutos energéticos denominados Nadis (que
estudaremos mais adiante).
“É graças ao Duplo Etérico que estas energias percorrem os nervos do corpo,
permitindo-lhes que transmitam força motriz e sensibilidade às impressões externas. É
o primeiro contato com o oceano energético que sustenta toda a natureza” (Shafica
Karagulla, M.D. & Dora vans Gelder Kunz - Os Chakras e os Campos de Energia
Humana); é quem absorve o Prana e o envia às todas as regiões do corpo físico.
Ao mesmo tempo em que se inter-relacionam, os centros de forças nos níveis
emocional e mental estão processando energias oriundas dos mesmos, uma vez que
existe uma correspondência desses centros de forças entre os diferentes corpos. Essas
energias condicionam e modificam a energia etérica à medida que ela flui através da
rede de canais energéticos (ou Nadis) do Corpo Etérico. É um processo muito
complexo.
O Corpo Etérico é quem vitaliza o Corpo Físico e como os canais etéricos
correm paralelos ao sistema nervoso físico, parece ocorrer um processo de indução,
segundo alguns autores. Dr. Hiroshi Motoyama (Teoria dos Chakras – Ponte para a
Consciência Superior), por outro lado, propõem segundo suas pesquisas, que a energia
vital se difunde pelo Corpo Físico por uma rede energética similar aos dos meridianos
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utilizados pela Acupuntura, mas sem confirmação nos diferentes estudiosos esotéricos
do assunto.
É do Mestre Djwhal Khul a afirmação: “No corpo humano, como sabem, nós
temos um corpo vital subjacente interpenetrante que é a contraparte do físico, que é
maior do que este e ao qual nós chamamos de Corpo ou Duplo Etérico. É um corpo de
energia e é composto de Centros de Força e Nadis, ou condutores de força. Estes são
subjacentes ou é a contraparte do sistema nervoso”. (Alice Bailey – Um Tratado sobre
Magia Branca – Tomo II – item 501)
A estrutura dos centros de força nos veículos Etérico, Astral e Mental permanece
constante durante toda a vida do indivíduo, mesmo quando eles estão sendo
continuamente recarregados pelas energias que entram e saem dos três campos
correspondentes.
Os poderes do pensamento, dos movimentos e da sensibilidade não residem na
substância Física ou Etérica; constituem atividade do Espírito que operam nos seus
corpos mais internos, Astral e Mental, e sua expressão no plano físico torna-se possível
graças à Força Vital ou Prana que percorrem os feixes nervosos e envolvem as células
nervosas.
Serve de intermediário ou ponte entre o Corpo Físico e o Corpo Astral, por um
lado transmitindo a este à consciência dos contatos sensoriais físicos e, por outro,
permitindo a descida ao cérebro físico e ao sistema nervoso os contatos com o plano
astral e dos superiores ao astral sendo, portanto, o Duplo Etérico o intermediário físico
para a manifestação do Espírito. Essas duas formas de energia cuidam do equilíbrio
vital das células corporais.
“Quando repleto de Prana, a energia excessiva é irradiada para fora, pelo
Corpo Etérico, através dos centros de forças (ou chakras) e dos poros. Ela sai dos
poros em forma de fios retos, com cerca de cinco centímetros, formando a Aura de
Saúde. Esses raios cobrem o Corpo Físico como um manto de proteção, segundo os
autores orientais, impedindo que micróbios patogênicos e corpos estranhos se infiltrem
na estrutura física, e irradiam, simultaneamente, um fluxo constante de energia vital no
meio ambiente”. (Annie Besant – O Homem e Seus Corpos)
Essa proteção natural nos permite pensar que uma pessoa não deve adoecer por
causas de origens externas, exclusivamente. Os motivos da doença estão, na maior parte
das vezes, no seu interior. Pensamentos e emoções negativas, bem como o modo de vida
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que não estejam em harmonia com as necessidades naturais do corpo (sobrecarga de
trabalho, alimentação inadequada, álcool, tabaco, drogas, etc.) podem consumir a força
etérica, com o que a irradiação de energia natural perde em força e intensidade. Desse
modo, surgem pontos fracos na aura. Os fios de energia, já mencionados, aparecem
agora curvados ou se cruzam de forma desordenada. Criam-se “fendas ou buracos” na
aura através das quais vibrações negativas e corpúsculos infecciosos podem penetrar no
corpo. Além do mais, a energia vital, devido a essas soluções de continuidade, pode
“desgastar-se” em seu âmbito geral reduzindo o tempo de vida que o “quantum”
recebido lhe permitiria.
Baseado neste estreito relacionamento entre a condição do Corpo Físico e à
irradiação de energia do corpo etérico, fala-se também, e com freqüência, na saúde da
aura, o que nos permite deduzir que as doenças devem se mostrar, primeiramente, na
Aura Etérica antes de se manifestarem no físico.
Estes desgastes sempre foram relatados por pessoas com dons psíquicos
(Clarividência), porém, já existem alguns instrumentos projetados por pesquisadores
que permitem captar e analisar estas alterações vibratórias, assunto este que
abordaremos mais a frente.
“Quando sobrevém a morte, o Espírito abandona o Corpo Material arrastando
consigo o Duplo Etérico que, ao separar-se do corpo, lhe rouba o “sopro da vida” e o
inibe para sempre de funcionar como um “todo” orgânico. Em seguida, o Espírito
liberta-se por sua vez do Corpo Etérico, uma vez que, por ser de constituição material,
não pode passar para o plano astral, deixando-o entregue ao processo de
desintegração em companhia do sócio que fielmente o acompanhou por toda a vida
física”. (Os Sete Princípios – Annie Besant)
No homem normal esta separação só se dá na ocasião da morte, mas em algumas
pessoas pode acontecer uma divisão parcial do corpo físico mesmo em vida. Isto produz
grande fadiga e pode acarretar graves perturbações nervosas, o que é perfeitamente
compreensível, pois, entendendo-se que o Duplo Etérico é o veículo da vitalidade no
Corpo Físico, a sua saída parcial deve diminuir a energia que com este princípio atua
nas moléculas mais densas.
Nas pessoas normais e de boa saúde, é difícil a separação do Duplo Etérico do
Corpo Físico; pode, no entanto, ocorrer afastamento do mesmo em casos de acidentes
violentos, pela anestesia e pelo magnetismo.
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No caso de anestésicos, informam os esotéricos, a insensibilidade é
conseqüência da forçada expulsão do Duplo Etérico do Corpo Físico, pois ele é o traço
de união entre o cérebro e a consciência superior. Além do que, quando a matéria
Etérica é assim expulsa, acompanha-a o Corpo Astral, o corpo das sensações e emoções
do indivíduo, amortecendo igualmente a consciência neste veículo; assim, quando o
efeito anestésico cessar, não subsiste, em geral, na consciência cerebral, nenhuma
recordação do tempo que passou no veículo astral.
Vale lembrar que a matéria etérica, embora invisível à vista ordinária, é,
entretanto, puramente física e pode, portanto, e segundo os autores esotéricos, ser
afetada pelo frio e pelo calor, bem como por ácidos fortes. Esta propriedade pode ser a
responsável pela sensação do “membro fantasma”, fenômeno comum que ocorre em
amputações ou perda de membros físicos, além das já conhecidas pela Neurologia na
sua contraparte material.
Um precário estado de saúde ou uma excitação nervosa aguda, segundo
informações compiladas, podem também determinar a separação quase completa do
Duplo Etérico, ficando a contraparte densa fracamente consciente (“estado de choque”),
segundo a quantidade maior ou menor de matéria etérica expulsa.
Quando ele se exterioriza, tem que se dividir em duas partes; não pode se separar
completamente do corpo denso sem causar sua morte, visto sua presença ser necessária
para a circulação das correntes de energia vital. Quando isto ocorre, acarreta
extraordinária prostração ao indivíduo.
Outra função importante deste corpo é atuar como elo entre os corpos de energia
mais elevados, o Corpo Astral e o Corpo Mental, transmitindo-lhes as informações que
captamos através dos sentidos corporais, ao mesmo tempo em que retransmite as
respostas energéticas e informações desses corpos mais elevados ao Corpo Físico. Esses
corpos se interpenetram e estão em sincronia, constituindo com o físico, o instrumento
do “eu consciente” durante toda a vida, pois o Duplo Etérico, como o Corpo Denso,
possui somente uma consciência difusa pertencente às suas partes, e não dispõe de
nenhuma mentalidade. Tampouco serve como veículo de mentalidade, quando
desvinculado de sua contraparte física.
Os centros da sensação estão localizados no Corpo Astral que pode ser
compreendido como ponte entre os órgãos físicos e as percepções mentais. As vibrações
colocam em movimento as moléculas materiais mais rarefeitas do Duplo Etérico, e
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destes, as vibrações passam para o Corpo Astral (que estudaremos mais a frente) onde
estão os centros de sensação correspondentes. Daí estas sensações são propagadas à
matéria do plano Mental, de onde são refletidas de volta às moléculas materiais dos
hemisférios cerebrais, tornando-se nossa “consciência cerebral”. Esta sucessão interrelacionada e inconsciente é necessária para a atuação normal da consciência como a
conhecemos. Vale lembrar, como já o dissemos, que as divisões dos diferentes corpos é
didática, funcionando o Homem como um “todo” físico-espiritual.
Caso o veículo Etérico esteja enfraquecido, esse fluxo de informações e energias
é prejudicado, deixando a pessoa emocional e mentalmente apática. Do mesmo modo,
quando ocorrem perturbações crônicas no nível emocional como hostilidade ou
ansiedades permanentes, o fluxo de energia torna-se desordenado, o que pode,
eventualmente, danificar o equilíbrio de uma parte ou de todo o sistema. Conclui-se
deste fato, que as emoções descontroladas e constantes oriundas dos planos mais sutis,
afetam intensamente os Corpos Etérico e Físico.
Nas pessoas a quem chamamos de “Médiuns de Efeitos Físicos” ou de
“Materializações”, o duplo se destaca muito facilmente e a matéria etérica constitui,
então, a base de numerosos fenômenos de materialização, muito conhecidos pelos
espíritas e orientais em geral.
Interessantes relatos sobre os processos que regem os fenômenos de
materialização podem se estudados nos livros “Missionários da Luz” e “Mecanismos da
Mediunidade”, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, descritos pelo espírito de
André Luiz.
Conclui-se, portanto, que para melhor atender às necessidades de trabalho do
Espírito encarnado faz-se necessário, em primeiro lugar, um corpo saudável. Um corpo
doentio prejudica e deforma tanta as impressões recebidas de fora, como às impressões
oriundas de dentro. É preciso examinar as necessidades fisiológicas ao lado das
exigências de ordem psíquica. Por exemplo, “a fiscalização dos elementos destinados
aos armazéns celulares é indispensável. O excesso de alimentação prejudica as
faculdades radiantes, provocando alterações expressivas no aparelho gastrintestinal,
interessando intimamente as células”. (André Luiz - Missionários da Luz – Passes)
É, portanto, o Corpo Denso e o Duplo Etérico, o vestuário material do Espírito
para realizar o seu trabalho no plano físico. Dependendo da evolução de seu habitante,
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pode ser seu “atelier” de trabalho ou seu cárcere temporário que somente a morte possui
a chave.
Outros aspectos importantes do Corpo Etérico serão avaliados oportunamente no
decorrer de nosso estudo.
Tela Etérica - É mencionada pelos autores orientais, a existência de uma tela
natural de constituição similar ao duplo, denominada “Tela Etérica”, de textura
extremamente delicada, que atua como uma barreira natural entre os Corpos Etérico,
Astral e os Chakras, e protege o indivíduo quanto à abertura prematura da comunicação
entre esses dois níveis. É esse filtro que impede a visão e contato com os planos
paralelos pelo ser humano, assim como a penetração de outras energias estranhas ao
mesmo. É o “véu” que limita nossos sentidos ao plano físico. A sua existência não inibe
de modo algum a interação normal entre o campo emocional e o etérico. Num indivíduo
saudável, existe um relacionamento ordenado e um fluxo ritmado entre todos os campos
de energia.
Descrevem-na como um dispositivo de proteção que, quando danificado,
apresenta sérias conseqüências uma vez que este fato propicia o contato e entrada de
forças ou energias que estão fora do controle do ser humano comum.
Charles W. Leadbeater (Os Chakras – Os Centros Magnéticos Vitais do Ser
Humano) e o Major Artur E. Powell (O Duplo Etérico) são quem maiores informações
nos oferecem sobre a mesma. Descrevem-na como uma cobertura ou tela de textura
compacta, constituída por uma camada de átomos físicos ultérrimos muito comprimidos
e banhados por uma especial modalidade de energia.
Sua função é impedir a comunicação prematura entre os diferentes planos
vibratórios para o Homem ainda não preparado para tal, sem interferir, no entanto, no
fluxo e refluxo natural e constante das energias dos demais corpos do ser.
O Mestre Tibetano faz inúmeras referências a esta Tela em vários de seus livros
relatando suas funções e finalidades no desenvolvimento do Homem que busca a
Sabedoria. Como nosso objetivo se restringe ao estudo dos corpos, deixamos aos
pesquisadores a liberdade de buscá-los.
Podem danificá-la um acidente, violentos ímpetos de cólera ou outra emoção
intensa de índole negativa, e é seu rompimento que permite a saída da Alma do aparato
físico no momento da morte.
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Também são apontados como modificadores ou destrutores dessa teia, o
alcoolismo, o tabaco e o uso constante de narcóticos de toda a ordem. O álcool, o
cigarro e certos alcalóides, contêm substâncias que, ao serem decompostas, se
volatilizam passando aos corpos superiores através do Chakras em direção oposta ao
normal. O uso contínuo e prolongado desses agentes deteriora gravemente, podendo
mesmo destruí-la.
Segundo os autores, podem ocorrer duas maneiras distintas de deteriorização
progressiva ou destruição desta tela protetora, seja pelo “endurecimento” dos últimos
átomos etéricos que impede suas pulsações e natural vitalização dos mesmos pela
energia que os entrelaçam, ou “queima” da Tela com conseqüente exposição do ser a
todo tipo de vibrações densas ou influências negativas.
Isto explica por que alcoólatras ou dependentes de drogas, muitas vezes são
observados em diálogos ou debates com seres apenas por eles vistos. São interpretados
como delírios ou visões decorrentes da embriagues ou estado de toxicidade. Na verdade,
com a deteriorização da teia etérica pelo uso contínuo dos agentes tóxicos, ficam a
mercê de seres afins e obsessores que com eles compartilham do vício, vivendo em uma
triste simbiose que pode levá-los à loucura ou mesmo a morte. Felizmente são os casos
menos freqüentes.
Mais comum, por outro lado, são os casos de deteriorização por obstrução, que
debilita suas faculdades, levando-o a um grosseiro sensualismo, agressividade sem
domínio, dificuldades afetivas e perda da noção da responsabilidade, com sérios
prejuízos à sociedade e à família.
Flora Microbiana Espiritual - Segundo antigo conhecimento esotérico, cada
átomo químico constitui um ser vivo, capaz de viver uma vida independente; a
combinação destes átomos forma um ser mais complexo, constituindo um novo ser
vivo. Cada célula também tem vida própria, porém, se unem e se organiza para formar
um “todo” orgânico, um corpo, que servirá de veículo a uma forma mais elevada de
consciência,
Sábios ocultistas antigos ensinavam, também, que existem em nossos corpos
microrganismos não agregados à estrutura celular, amigos e inimigos; os “inimigos” nos
prejudicam, outros, os “amigos”, nos protegem e se precipitam sobre esses e os
exterminam, devorando vorazmente todos os nocivos intrusos e toda matéria afetada.
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Fazem parte do nosso corpo por algum tempo, depois o abandonam para entrar em
outros dando lugar a uma troca contínua, a um constante vai-e-vem.
É nossa dedução, a existência de uma flora microscópica etérica, com origem
nos diferentes planos dos corpos que compõem o Homem que, quando amigos, estariam
em função similar às das células orgânicas de defesa (glóbulos brancos), produzindo em
nossos corpos benefícios semelhantes; quando inimigos, poderíamos compará-los aos
vírus ou outros microrganismos que nos agridem eventualmente. Este “vai-e-vem” de
minúsculos seres vivos, amigos ou não, é que nos garante a possibilidade de um corpo
mais saudável e mais puro. Podem ter origem nos corpos do “Ego encarcerado”, ou nos
ambientes de que participe.
Trata-se, no entanto, de vidas microscópicas ainda não estudadas ou
identificadas pelo Homem, visto estarem em plano vibratório onde sua visão e seus
aparelhos atuais não alcançam.
Os autores esotéricos informam que o homem vulgar dá toda a liberdade ao
corpo, em alimentação e hábitos sociais; edifica-se ao acaso, com a ajuda dos materiais
de que dispõe e a natureza desses materiais é para ele indiferente. Se corresponderem ao
seu desejo, está satisfeito e não lhe importa saber se prejudicam. Não exerce qualquer
vigilância sobre estas partículas errantes; não as escolhe, nem as rejeita. Numa palavra,
o homem comum edifica o seu corpo sem a menor noção do que esta fazendo. Mas qual
a importância desta informação em relação à saúde do Homem?
Apesar de se tratar de uma proposta esotérica, nas obras espíritas do médium
Francisco Cândido Xavier, o médico espiritual André Luiz nos traz relatos semelhantes
sobre esta “flora espiritual”, agora em uma lavra mais acadêmica.
Descreve, ao estudar um organismo de pessoa com descontrole alimentar, a
presença de “corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em
grandes colônias, desde os músculos e fibras do estômago, até a válvula ileocecal.
Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de
destruição” (Missionários da Luz – Capítulo 3 – Desenvolvimento Mediúnico).
Entendemos estas “lesmas voracíssimas” como parasitas etéricos.
Informam os escritores orientais outros aspectos nocivos do uso habitual do
álcool, do tabagismo, e de drogas sem geral, além daqueles já relatados na Tela Etérica.
O corpo de um usuário habitual de álcool, por exemplo, atrai partículas grosseiras
independentes afins – os “inimigos” - expelidos de outros corpos ébrios, ou esparsos na
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atmosfera de locais de vendas e consumo de bebidas, e que prontamente se infiltram no
corpo, tornando-o mais denso e grosseiro, solapando lentamente sua saúde.
Em outro momento, confirmando esta assertiva, novamente descreve André
Luiz, durante a análise do corpo de usuário habitual de álcool, a presença de
“pequeninas figuras horripilantes que se postavam, vorazes, ao longo da veia porta,
lutando desesperadamente com os elementos sangüíneos novos”. (Ibidem)
Outra descrição sobre estes seres microscópicos é relatada, agora quanto ao mau
uso da capacidade genésica de ser humano em estudo: “Após observar um aluvião de
corpúsculos negros envolvendo as glândulas testiculares e toda a árvore reprodutiva do
rapaz que absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica.” (Ibidem)
Seguramente todos estes microrganismos descritos não constam de quaisquer
compêndios de Microbiologia e merecem um estudo específico. Os escritos relatam a
presença de uma micro-flora, sejam independentes ou oriundas de diferentes fontes,
Etérica, Astral e Mental, dependendo do corpo em expressão, mas que agridem o físico.
Seriam corpúsculos pertencentes a diferentes dimensões vibratórias, afinadas aos
hábitos impuros ou inferiores do Homem.
Depreende-se, portanto, que a purificação do corpo grosseiro deve constituir em
um processo de seleção das partículas que se deixa entrar na sua constituição. O homem
deve introduzir em seu corpo, sob a forma de alimentos, os elementos constituintes mais
puros que conseguir obter, rejeitando, simultaneamente, tudo o que for impuro ou
grosseiro, além de eleger determinados hábitos sociais e mentais, o que se refletirá,
naturalmente, em seu estado de saúde.
“O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos,
modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão
de elementos regeneradores e salutares”, é afirmação do espírito de André Luiz.
Em contrapartida, à medida que aumenta o número de elementos puros vai se
formando em seu corpo um exército de defensores que se encarregam de destruir todas
as partículas nocivas que o atacam provenientes do exterior, ou que nele penetram sem
o seu consentimento.
É pelo exercício de uma vontade ativa de conservar a pureza do corpo, que esta
mais o protegera, pois esta vontade atuando como uma força magnética afasta,
implacavelmente, todas as criaturas densas que porventura em seu corpo penetrassem,
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defendendo-o assim contra todas as incursões a que estará sujeito enquanto viver numa
atmosfera impregnada de todo o tipo de vicissitude e impurezas.
Estes conceitos aqui expostos, sejam de cunho esotérico ou espírita, nos levam a
pensar em uma nova e mais ampla conceituação sobre o que é o “estado de saúde”.
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Energia Vital ou “Sopro da Vida”
Allan Kardec escreveu: “Princípio Vital, o princípio da vida material e
orgânica, seja qual for a sua fonte, e que é comum a todos os seres vivos, desde plantas
até o Homem. O Princípio Vital é coisa distinta e independente, já que pode haver vida
com exclusão da faculdade de pensar. A palavra vitalidade não daria a mesma idéia.
Para uns, o Princípio Vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz
quando a matéria se encontra em certas circunstâncias. Segundo outros, e esta é a
idéia mais comum, ele reside num fluído especial, universalmente espalhado e do qual
cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos seres inertes
absorverem a luz. Esse seria, então, o Fluído Vital que, na opinião de alguns, não seria
outro que o fluído elétrico animalizado, também designado por fluído magnético, fluído
nervoso, etc.”
“Seja como for, há um fato que não se poderia contestar, pois que resulta da
observação: é que os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o
fenômeno da vida, enquanto essa força existe; que a vida material é comum a todos os
seres orgânicos e que ela independe da inteligência e do pensamento; que a
inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies orgânicas;
finalmente, que entre as espécies dotadas de inteligência e de pensamento há uma,
dotada de um senso moral especial que lhe dá incontestável superioridade sobre as
outras: a espécie humana.” (O Livro dos Espíritos – Introdução - II)
É de André Luiz o relato de que, no Universo, existe um elemento primordial
que nele “vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano”.
(Evolução em Dois Mundos – Fluído Cósmico)
Helena Blavatsky escreveu que “da Vida Única, informe e incriada procede ao
universo de vidas”. (Doutrina Secreta, vol. I)
É de Paulo a afirmação: “Em Deus nos movemos e existimos” (Atos – 17: 28).
Os orientais informam que, analogamente, à maneira como um feto flutua no
líquido amniótico, os seres humanos são mantidos por um oceano de energias nutritivas.
Todo o universo, todos os mundos, todos os homens, todos os animais, todos os
vegetais, todos os minerais, todas as moléculas e átomos, tudo o que existe, estão
mergulhados em um grande oceano de vida, vida eterna, vida infinita. O universo é
apenas vida em manifestação, vida feita objetiva e diferenciada.
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É de André Luiz a síntese: “o fluído cósmico é o plasma Divino, hausto do
Criador ou força nervosa do Todo-Sábio”.
O que se depreende destas afirmações, é que cada organismo, seja minúsculo
como uma molécula ou vasto como um universo, pode ser pensado como se
apropriando para si mesmo um pouco da Vida Una, encarnando em si mesmo como sua
própria vida algo desta Vida universal.
Por esse ângulo, cada organismo é uma esponja banhando-se no oceano da Vida
universal, e contendo dentro de si um pouco daquele oceano como seu próprio “alento
vital”.
Esse “alento vital” é o “terceiro” princípio esotérico na constituição do homem.
Helena Blavatsky o conceitua como o “alento da vida” – o que os hebreus
denominavam Nephesh, ou a vida soprada nas narinas de Adão – não é só Prana, mas
Prana e o terceiro princípio conjuntos (o grifo é nosso). São estes dois juntos que
fazem a “centelha vital” (Doutrina Secreta, vol. I), e são o “alento de vida no homem,
assim como no animal ou no inseto, ou na vida física material” (ibidem, nota da p.
263).
Informando com mais precisão o Mestre Djwahl Khul nos ensina que a energia
que origina e sustenta a humanidade é proveniente do cosmos, apresentando três
origens:
1. A energia da “Vida Espiritual”, emanante de Deus, o Pai, da Vida Uma AutoExistente, ou Ser Absoluto.
2. A energia da “Consciência Sensorial” que faz do Homem uma Alma, que o torna
um ser pensante. “É o princípio da percepção consciente, aquele algo inerente à
matéria (quando trazida à relação com o Espírito), que desperta a capacidade de
resposta a um campo de contatos externos e de longo alcance. É aquilo que finalmente
desenvolve no Homem um reconhecimento do todo, do eu, e que o conduz à
autodeterminação e à auto-realização. Quando estas estão desenvolvidas, uma vez que
não estão nos reinos subumanos, um Homem pode tornar-se consciente do primeiro
tipo de energia, mencionada acima”. (Alice Bailey – Um Tratado sobre Magia Branca
– Volume II – item 525/6)
3. A energia “Prânica ou Vital” oriunda do Sol físico, que trabalha ativamente nos
corpos vitais de toda forma no mundo material, inclusive na forma física da própria
humanidade.
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Estas três energias são denominadas, na terminologia ocultista, de energia do
Fogo Elétrico, do Fogo Solar e do Fogo por Fricção.
Helena Blavatsky nos apresenta a síntese destas energias: “A matéria é o veículo
para a manifestação da Alma neste plano de existência, e a Alma é o veículo num plano
mais elevado de manifestação do Espírito, e estes três são uma Trindade, sintetizada
pela Vida que os penetra a todos” (Doutrina Secreta – Volume I – 80).
Informa-nos ainda o Mestre Tibetano que a Energia Vital se ancora no Chakra
ou Centro de Força do Coração e sua manutenção e vitalização se faz através da energia
prânica, habitualmente absorvida pelo Centro do Baço e um outro menor situado entre
as escápulas, na região posterior do tronco, próximo ao Centro do Coração.
Vejamos ainda outras considerações sobre o Prana: “A palavra ‘Prana’ também
é, geralmente, tão mal interpretada como o são os termos ‘Etérico’ e ‘Astral’. É essa
conotação vaga que é responsável pela incrível dissonância que prevalece nos meios
esotérico. O Prana poderia ser definido como a essência da vida de cada plano na
sétupla zona a que chamamos plano físico cósmico”. (Alice Bailey – Telepatia e o
Veículo Etérico – 155)
Informações mais completas sobre esta modalidade de energia encontram-se no
livro Luz na Alma (Alice Bailey – item 330), que parte transcreve-se: “Prana no
sistema solar se exterioriza como os cinco grandes estados de energia aos quais nós
chamamos de planos, ou meio da consciência... As cinco diferenciações de prana no
corpo humano são”:
1. “Prana - estendendo-se do nariz ao coração e tendo especial relação com a
boca e fala, o coração e os pulmões”;
2. “Samana - estende-se do coração ao plexo solar; relaciona-se com o
alimento e a nutrição do corpo por intermédio do alimento e da bebida e tem
especial relação com o estômago”;
3. “Apana – controla o plexo solar até a planta dos pés; diz respeito aos
órgãos de eliminação, de rejeição e do nascimento, assim tendo especial
relação com os órgãos da geração e de eliminação”;
4. “Upana – se acha entre o nariz e o alto da cabeça; têm uma especial
relação com o cérebro, o nariz e os olhos e, quando controlado de maneira
apropriada, produz uma coordenação dos ares vitais e sua correta
manipulação”;
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5. “Vyana – é o termo aplicado à totalidade da energia prânica em sua
distribuição uniforme através de todo o corpo. Seus instrumentos são os
milhares de Nadis ou nervos encontrados no corpo e têm uma conexão
peculiar e definida com os canais sangüíneos, as veias e artérias.”
Pelo exposto, observa-se que há uma tendência errônea em se generalizar o
termo “Prana” para os cinco tipos de energias acima descritas, visto cada uma delas
possuir uma função específica.
Poucas são as informações explícitas encontradas sobre a energia que permite a
vida física do homem e seu tempo de existência. Teremos a oportunidade de voltar ao
assunto mais a frente.
Seja a “Alento de Vida” citada por Blavatsky, ou “Essência da Vida” do Mestre
Tibetano, ou ainda o “Quantum” de energia citado por André Luiz, é evidente a sua
existência. Somos prova viva deste fato.
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Corpo Astral e Corpo Mental
Não devemos esquecer que o Homem, como entidade viva e consciente
materialmente falando, em seu estado de vigília só pode exprimir-se através de seu
corpo físico. É o seu veículo de contato com seus semelhantes e com os estímulos do
seu habitat, mas não o único.
Quando ultrapassamos o sétimo nível etérico dos corpos materiais, alcançamos o
segundo plano vibratório que circunda nosso mundo, o chamado mundo Astral, que
constitui uma região definida do universo que rodeia e interpenetra o mundo físico. É,
contudo, imperceptível aos nossos meios vulgares de observação. É dele que se origina
o Corpo Astral.
Definido como o “quarto” princípio do Homem, o Corpo Astral, também
possui, na óptica esotérica, uma constituição sétupla com graduação vibratória
progressiva. Ao se degradar o último e o mais sutil Éter do Corpo Etérico, alcança-se o
primeiro Éter Astral, o mais denso deles.
Por sua vez, quando ultrapassamos o sétimo nível etérico do Corpo Astral,
alcançamos o terceiro plano vibratório que nos circunda, o mundo Mental, que constitui
outra região definida do universo que rodeia e interpenetra o mundo físico, também
imperceptível à nossa observação.
O “quinto” princípio do Homem, o Corpo Mental, de forma similar, possui uma
constituição vibratória sétupla, e alcançamos o primeiro Éter Mental ao ultrapassarmos
o último Éter Astral.
Cada um deles, ainda que interligados entre si, tanto quanto o Etérico tem uma
função específica no “todo” materializado do ser bioenergético.
Em uma leitura mais atenta na literatura espírita, podemos encontrar referências
aleatórias sobre estes corpos, onde, uma vez mais, André Luiz destaca; “Com o auxílio
de supervisor, o médium foi devidamente exteriorizado. A princípio, seu perispírito ou
Corpo Astral (o grifo é nosso) estava revestido com eflúvios vitais que asseguram o
equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto, como
sendo o Duplo Etérico (ibidem), formado por emanações neuropsíquicas que
pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior
afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto
ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora”. (Nos Domínios da
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Mediunidade – Capitulo 11) Recordemos a desintegração do Duplo Etérico já estudado
anteriormente.
Em outro momento, em outro livro, destaca: “Para definirmos, de alguma sorte,
o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo
físico, porque, na realidade é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o
corpo espiritual, retrata em si o Corpo Mental, que lhe preside a formação.” Ainda em
nota de rodapé: “O Corpo Mental, assinalado experimentalmente por diversos
estudiosos, é o envoltório sutil da mente, e que por agora, não podemos definir com
mais amplitude de conceituação, além daquela com que tem sido apresentada pelos
pesquisadores encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário
terrestre.” (Evolução em Dois Mundos – Capitulo II)
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O Corpo Astral
Graças a este corpo as correntes vitais envolvem, sustentam e alimentam todas
as partículas de matéria física. É ele que permite que o “Sopro da Vida”, proveniente da
Alma, alcance e sustente a vida celular. Em comunhão com o Corpo Etérico, que
absorve o Prana, são os responsáveis pela estrutura saudável do organismo humano.
“Todos os átomos físicos têm invólucros astrais; a matéria astral forma o que
poderíamos chamar de ‘matriz’ da matéria física” é afirmação dos Teosofistas. (O
Homem e seus Corpos – Annie Besant)
Função – Além de veicular a energia vital e garantir a organização celular física,
é sua função a ligação entre o mundo externo e a inteligência do Homem, o Corpo
Mental, ou seja, a ligação entre as impressões recebidas pelos sentidos físicos e a
percepção destas pela inteligência.
Em outras palavras, os centros da sensação estão localizados no corpo Astral, e
estes permitem a conexão entre os órgãos físicos e as percepções mentais.
Os estímulos ambientais agem sobre as moléculas materiais fazendo-as vibrar
em nossos órgãos sensoriais. Estas vibrações, por sua vez, estimulam a sua contraparte
etérica que, seqüencialmente, vai transmiti-las aos correspondentes sensitivos do Corpo
Astral. Ocorrido o registro sensorial, as moléculas astrais o propagam ao Corpo Mental
para a devida resposta que deverá retornar pela mesma via até os hemisférios cerebrais,
para que o Corpo Denso torne-se consciente do fato.
Portanto, a impressão que é registrada pela rede nervosa sensitiva, se transforma
realmente em “sensação” ao chegar ao Corpo Astral que, depois de transmitida para o
Mental, é percebida pela inteligência. Esta, por sua vez codifica-a, elabora a açãoresposta em harmonia com o axis cérebro-espinal e a emite através do sistema motor, se
necessário. Este processo parece se repetir no aprendizado, pois quem realmente
aprende é o Espírito, sendo o cérebro, apesar de sua importância e complexidade,
apenas seu instrumento de manifestação.
Quando os conhecimentos anatômicos neurológicos adquiridos pela Ciência
forem correlacionados aos demais Corpos, com seus pontos de contato e inter-relações,
interessante universo deverá ser desvendado ao Homem.
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As características sensitivas do Corpo Astral em estudo não se restringem apenas
aos estímulos físicos, segundo os autores orientais e esotéricos. Nele também se situam
os instintos, sentimentos, emoções e sensações fortemente vinculadas às coisas
materiais. Por essa razão o Corpo Astral é também denominado como o “Corpo do
Desejo”.
Os instintos de sobrevivência, preservação e perpetuação da raça e outros, são
referidos como oriundos deste corpo, muito importantes na fase animal do homem onde
o Corpo Mental é rudimentar, quase inexistente. Também as paixões mais humanas
como a sensualidade e o erotismo, sentimentos como ódio, inveja, ciúmes, o apego às
coisas materiais, são a ele responsabilizados. Segundo H. Blavatsky, ele “não é matéria
molecularmente constituída, pelo menos não como o corpo humano, o mais grosseiro
de todos nossos princípios, mas na verdade é o princípio médio, o verdadeiro centro
animal” do qual o nosso corpo é apenas sua concha. (Helena Blavatsky - Doutrina
Secreta - Volume I)
Seu aspecto é variado e depende diretamente da condição evolutiva de seu
portador.
Um homem pouco evoluído apresenta seu Corpo Astral com contornos
indefinidos; seus elementos estão inertes e apresentam-se como uma nuvem tênue ou
indefinida. Segundo os teosofistas, quando desligado do Corpo Denso, constitui uma
massa astral de aspecto amebóide e é incapaz de servir de veículo independente de
consciência, pois o Corpo Mental é mero esboço. Esta informação teosófica da
existência do “Corpo Astral amebóide” é além da periferia do corpo físico, é
coincidente com os relatos oferecidos pelo médico espiritual André Luiz, fruto de suas
observações transcritas nos livros “Libertação” e “Evolução em Dois Mundos”, pela
psicografia de Francisco Cândido Xavier.
No Homem de desenvolvimento intelectual mediano, já se apresenta mais
organizado e quando fora do Corpo Material, assemelha-se em sua forma e
características. O Mental já se encontra em plena atividade, porém ainda enclausurado
no envoltório astral. A nitidez dos seus contornos, a luminosidade dos seus elementos e
a perfeição de sua organização nos permite avaliar o estágio evolutivo alcançado pelo
Ego que dele faz uso.
Segundo diferentes autores, o Corpo Astral, devido sua plasticidade, tem como
característica representar com indefinível clareza o nível evolutivo e o mundo mental
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ativo do Ego que representa. A sua propriedade de refletir os efeitos da vontade e da
constância de determinados pensamentos, imprime-lhe características próprias e define
o plano etérico em que se situa.
Por estar intimamente ligado ao Etérico e ao Mental, os hábitos e alimentação
materiais, assim como a atividade mental e intelectual do indivíduo, refletem
diretamente em seu aspecto vibratório pela agregação ou expulsão de moléculas densas
ou mais puras. Será diáfano e irradiante, ou denso e opaco, quase material, refletindo o
mundo íntimo e hábitos de seu inquilino. Poderá ter aspecto astral repulsivo ou
angelical, dependendo do domínio dos desejos ou do equilíbrio mental do ser.
André Luiz nos referenda a assertiva: “Não nos esqueçamos que temos diante de
nós o veículo espiritual, por excelência vibrátil. O corpo da alma modifica-se
profundamente, segundo o tipo da emoção que lhe flui do âmago. Na própria Terra a
máscara física altera-se na alegria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão. Em
nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exteriorizam aspectos
íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do perispírito giram
em mais alto padrão vibratório, com movimentos mais intensivos que as moléculas do
corpo carnal”. (Entre a Terra e o Céu – cap. 20 – Conflitos da Alma)
As mesmas ponderações expostas ao se estudar o Corpo Etérico, sobre a
absorção de elementos puros e a eliminação de hábitos sociais perniciosos também se
aplicam ao Corpo Astral devido à simbiose vibratória entre eles existente.
Por outro lado, pela sua constituição, é sede dos instintos e dos sentimentos
materiais, e se não sofrer a devida ação e controle do Corpo Mental, buscará induzir o
Ego nele residente a buscar comportamentos e hábitos perniciosos, próprios da matéria,
refletindo diretamente em seu estado de saúde.
Afirmações similares são observadas nos informes do médico espiritual André
Luiz, agora na óptica Espírita, que reúne todos os corpos em um só – Perispírito.
Descreve a influência de hábitos e alimentação, assim como de nossos pensamentos
sobre o organismo denso, relatando: “tanto quanto o Corpo Físico pode ingerir
alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual
pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com
reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu
a disciplina das emoções, se alimenta de paixões (o grifo é nosso) que a desarmonizam
com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as vibrações mentais
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(Ibidem) daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de
desequilíbrio. Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômenos sem
maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de organizar perigosos
desastres orgânicos” (Missionário da Luz – Passes). Recordemos o antigo conceito
ocultista que fala de corpúsculos espirituais.
Na seqüência, ainda relata que determinada senhora que havia tido sérios atritos
com o esposo, entrando em grave desarmonia com o esposo, devido à intensa
perturbação criara “pequena nuvem” que lhe cercava o “órgão vital” [coração],
“representando matéria mental fulminatória”, explicando que a presença e
permanência de semelhantes resíduos poderiam trazer-lhe graves doenças (Missionário
da Luz – Passes).
Células -Tronco e Transplantes - Com as informações obtidas no estudo dos
diferentes corpos, pode-se deduzir, que a ação conjunta do Corpo Astral e do Duplo
Etérico explicariam o mecanismo que impõe às “células-tronco” a sua especialização
segundo as características de cada sistema orgânico em que se localize. É de
conhecimento da ciência médica que a mesma célula que compõe o fígado, por
exemplo, tem em si o potencial biológico necessário para formar um tecido ósseo ou
outro qualquer do corpo humano, segundo a especificidade do local onde deva se
estabelecer.
Poder-se-ia concluir que, na edificação de um corpo, é o Astral que determina e
o Etérico que define a célula toti-potente, conhecida como “célula-tronco”, o tipo
celular que deva assumir. Isto nos leva a diferentes ponderações:
Pergunta-se: Traz esta célula uma mensagem cromossomal codificada a ser
despertada apenas por determinada imposição energética específica de seu criador, ou
pode responder a qualquer impulso semelhante, independente da sua criação? Seria algo
semelhante a um veículo motorizado que responde a qualquer motorista, desde que o
mesmo saiba como conduzi-lo? Ou não? São questões a serem respondidas.
Talvez, também, seja esta a “chave” para os problemas de rejeição nos
transplantes. Cada ser possui uma constituição vibratória específica que organiza seus
diferentes corpos. A inclusão de elementos exógenos, de origem vibratória distinta,
deve gerar um antagonismo vibratório localizado, além de acionar o mecanismo de
reparação da memória celular reparativa.
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É possível que, no futuro, quando a Ciência dominar os campos energéticos
humanos e melhor conhecer as leis universais que regem a interligação da Dualidade,
possamos transplantar órgãos sem a necessidade de se abolir o Sistema Imunitário como
o fazemos hoje, ou recuperar o órgão deteriorado seja pelas “células-tronco”, seja com a
correção do distúrbio energético nele estabelecido. São hipóteses a se investigar.
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O Corpo Mental – Corpo Causal
Como já exposto, apresenta-se com uma constituição setenária como os demais
estudados. É com a conquista do Corpo Mental que o Espírito em evolução abandona o
plano animal e adquire a Razão, tornando-se o Homem.
É o veículo do Ego, do Pensador, para todo o seu trabalho de raciocínio. A
matéria de que se compõe é extremamente sutil e tênue e, tanto quanto o Corpo Astral
se desenvolve com o aperfeiçoamento do Homem. Segundo os orientais, à medida que
se desenvolve através das reencarnações, o Corpo Mental cresce, aumenta de volume e
intensidade vibratória.
Neste tipo de matéria o Homem manifesta-se como inteligência, enquanto que
no Astral como sensação. Em sua evolução, organiza seu Astral e expande, literalmente,
o volume de seu Mental. Por essa razão, é natural esperar que no ser pouco evoluído,
seu aspecto seja pouco definido e quase inexpressivo, enquanto que, no oposto seja
radiante e de dimensão proporcional ao grau de desenvolvimento do intelecto.
No princípio de sua evolução o ser é pobre em qualidades mentais e manifesta-se
por paixões e apetites; só deseja só procura sensações. A matéria mental é muito
pequena e se prolonga até o Corpo Astral, permanecendo em contato com o mesmo
através de tênue ligação vibratória, através da qual envia seus pensamentos para os
planos mais densos onde acabam sendo confundidos com as paixões e emoções animais.
Aos poucos, no entanto, com a necessidade de superar as dificuldades, as lutas, somadas
às experiências sociais e afetivas, o pensamento começa a se desenvolver e equilibrar-se
diante dos estímulos da sensação, fortalecendo, assim, a matéria mental.
(...) “Atentos a semelhante realidade, é fácil compreender que sublimamos ou
desequilibramos o delicado agente de nossas manifestações, conforme o tipo de
pensamento que nos fluí na vida íntima. Quanto mais nos avizinhamos da esfera
animal, maior é a condensação obscurecente de nossa organização, e quanto mais nos
elevamos, ao preço de esforço próprio, no rumo das gloriosas construções do Espírito,
maior é a sutileza de nosso envoltório, que passa a combinar-se facilmente com a
beleza, com a harmonia e com a luz reinantes na Criação Divina”. (André Luiz - Entre
a Terra e o Céu – cap. 20 – Conflitos da Alma)
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O Corpo Mental desenvolve-se graças ao pensamento, que é o material de que
nos servimos para edificá-lo. As articulações e associações de idéias, o enriquecimento
através do estudo, do esforço das analogias, do exercício filosófico, dos sentimentos
elevados e do amor, corresponde ao trabalho das faculdades mentais que o
desenvolvem. É o corpo da Alma, o Espírito encarnado.
Diferente dos corpos já estudados, ele não constitui uma cópia exata do Homem;
sua forma é ovóide interpenetrando, obviamente, os Corpos Astral e Físico, formando a
Aura completa do ser material. Uma vez mais destacamos que o estudo individualizado
de cada corpo é proposta didática, pois que estes funcionam simultaneamente, em
harmonia e interligados entre si, como os diferentes sistemas orgânicos do corpo
humano.
Uma informação interessante a se destacar, é que o Homem, como acontece com
a grande maioria dos seres da atualidade, enquanto não desenvolver a visão astral, nada
verá além do mundo físico e, da mesma forma, enquanto não desenvolver a visão
mental, nada verá além do plano astral e físico. Isto também explica a limitação de
nossos sentidos.
Temos convicção de que com a generalização destes conhecimentos,
desenvolvendo-se uma visão holística do Homem, e instrumentos capazes, esta
limitação será suplantada. “Em todos os planos do Universo, somos Espíritos e
manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, há de se
considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da
arte de curar” é a assertiva de André Luiz (Ação e Reação – cap. 19 - Sanções e
Auxílio).
No entanto, quanto a essa tendência materialista, parece que nem sempre foi
assim. Existem relatos de que, na antiguidade, candidatos a “curadores” somente eram
aceitos pelos mestres da arte após severa seleção, e iniciados no desenvolvimento de
suas faculdades psíquicas exatamente para alcançarem os sentidos superiores que lhe
permitiriam um correto diagnóstico das doenças ou distúrbios energéticos e sua
correção. Os candidatos eram conduzidos a uma verdadeira iniciação, de caráter
hermético, com intenso adestramento moral e espiritual, e apenas quando alcançassem o
desenvolvimento interior necessários, conseqüentes ao treinamento, eram instruídos no
ofício. Este processo esotérico parece haver ter sido adotado e orientado o
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desenvolvimento de várias e antigas ciências curativas orientais, sendo sua última
expressão no século passado, a medicina tibetana, antes da invasão chinesa.
Com referência ao Corpo Mental, ainda, é informada uma composição algo
diferente na sua constituição sétupla em relação aos demais corpos já estudados. São
considerados os primeiros quatro planos como ainda de matéria etérica, e os três últimos
como pertencentes exclusivamente ao plano do Espírito, isentos de qualquer molécula
material, por mais sutil que seja. O “ternário” mais elevado corresponderia ao “Eu
Maior” e o “quaternário” inferior ao “Eu Menor”. (Os Sete Princípios – Annie
Besant)
O “Eu Maior”, também chamado de Corpo Causal, é a representação do Espírito
eterno, sede da memória milenar que traz em si todas as conquistas do Ser em suas
diferentes encarnações, morais e intelectuais, sejam positivas ou negativas. O “Eu
Menor” ou Corpo Mental corresponderia a uma parcela da Inteligência, necessária em
uma nova jornada física, constituindo a Alma do Homem.
Explica-nos Annie Besant (Os Sete Princípios do Homem), “que ao o Espírito
buscar a edificação de um novo corpo, sendo ele mesmo uma entidade espiritual
vivendo em um plano diferente da matéria, não pode influenciar de forma direta as
moléculas densas de que será constituída sua nova moradia. Desse modo ele projeta
parte de sua própria substância, que se reveste de matéria astral, e então, com a ajuda
da matéria etérica, penetra todo o sistema nervoso do ser ainda “não-nascido” para
formar, à medida que o aparato físico amadurece o princípio pensante no Homem”.
Essa parte projetada virá a constituir a Alma enclausurada.
Como nossa proposta de trabalho se restringe ao Homem Bioenergético, limitarnos-emos ao plano da Alma, referindo-nos aos superiores eventualmente, se necessário.
Neles estão contidos o “sexto” e “sétimo” princípios.
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A Aura Humana
Os autores de todas as correntes estudadas são uníssonos em relatar a presença
da Aura Humana, obviamente cada qual em sua óptica.
É de Allan Kardec a informação: (...) “Mas esse Perispírito não é confinado no
corpo como numa caixa. Por sua natureza fluídica, ele irradia exteriormente e forma
em torno do corpo uma espécie de atmosfera, como o vapor que dele se desprende”.
“Mas o vapor que se despende de um corpo malsão,
acre e nauseabundo é o que infecta o ar dos lugares onde se
reúnem muitas pessoas malsãs. Assim como esse vapor é
impregnado das qualidades do corpo, o Perispírito é
impregnado das qualidades, ou seja, do pensamento do
Espírito e irradia tais qualidades em torno do corpo”.
(Revista Espírita – Dezembro de 1862 – Mediunidade e
Corpo Espiritual)
André
Luiz
já
nos
traz
informações
mais
substanciosas e, ainda que se observe um leque de
informações maior com elementos coincidentes com os das propostas orientais, ainda
que fiel ao princípio perispirítico do Espiritismo.
“Considerando-se toda célula em ação por unidade viva qual motor
microscópio, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as
agregações celulares emitam radiações e que estas radiações se articulem, através de
sinergias funcionais, de se constituírem de recursos que podemos nomear por “tecidos
de força”, em torno dos corpos que a exteriorizem”.
“Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos, se
revestem de um “Halo Energético” que lhes corresponde à natureza”.
“No Homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e
modificada pelo pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do corpo
celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo
etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da
criatura.”
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“Nas reentrâncias e ligação sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem
se entraja, circula o pensamento, colorindo-o com vibrações e os quadros que
improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda.”
“Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a Aura
Humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo em que parece
emergir dele, à maneira de campo ovóide, não obstante a feição irregular em que se
figura, valendo por espelho sensível em que todas as idéias se evidenciam, plasmando
telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança, como no cinematógrafo comum.”
“A fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática
variada, segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em
cores e imagens que nos respondem aos objetivos e escolhas enobrecedoras ou
deprimentes.” (André Luis - Evolução em Dois Mundos – Aura)
As escolas orientais ou esotéricas definem que o Corpo Físico é circundado por
uma emanação oval. É formada por diferentes faixas de energias que refletem,
individualmente, um aspecto do ser, a saber:
1. Duplo Etérico – faixa mais interior que segue o contorno do corpo;
2. Corpo Astral – além do Etérico, uma faixa de substância mais sutil que
reflete a natureza emocional;
3. Corpo Mental – além do Astral, é um nível de emanação que reflete a
natureza mental do ser.
Aura Humana é, portanto, a somatória vibratória de todos os corpos que
compõem o Homem Bioenergético, o objeto de nosso estudo. Já existem pesquisas
realizadas neste sentido, assunto que procuraremos desenvolver mais adiante.
Há que se considerar ainda que, esotericamente falando, o éter do espaço, onde
necessariamente se inclui as formas etéricas de todos os corpos do Homem – Etérico,
Astral e Mental-Causal - são diferentes formas de expressão de um mesmo elemento
material ou energia, o Fluído Cósmico Universal. Habituados com a visão exclusiva da
matéria, esquecemo-nos que esta é uma forma de energia condensada e que
consideramos as Energias Vitais como imateriais por serem intangíveis.
...ooo000ooo...
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Com o acima exposto, completamos a descrição da composição “corpórea
integral” do Homem. Esta visão global é de suma importância para a compreensão da
gênese de múltiplas e diferentes doenças, como buscaremos demonstrar na seqüência de
nosso ensaio.
Esses corpos, como já referido, se inter-relacionam por uma rede de linhas
energéticas ou Nadis, interligando-se através de Vórtices de Energia, ou Centros de
Força, ou Chakras.
A definição de corpos múltiplos e de campos energéticos com certeza acarretará
inúmeras críticas e questionamentos por parte dos mais céticos, principalmente pela
ausência de protocolos definidos que possam ser repetidos por instrumentos específicos.
Nossa proposta, no entanto, vem de encontro a esses questionamentos. Há, a
esse respeito, o Homem Bioenergético, um grande número de informações que foram
trazidas por pessoas idôneas e muito mais desenvolvidas do que nós. Entretanto, quando
passamos a tratar das declarações da ciência espiritual, conhecidas e praticadas há
séculos no mundo oriental, de um dualismo milenar, existe um grande e injusto
ceticismo entre os pensadores modernos.
A opção materialista não pode invalidar a opção oriental.
A maioria de nós fala com naturalidade sobre muitos fatos da ciência material
que não somos capazes de verificar, aceitando naturalmente o fruto de observações que
respeitáveis pesquisadores oferecem. Ao tratarmos dos chamados estudos que
transcendem a matéria, porque não assumir posição similar? O que vale para a pesquisa
material, assim deve ser para as pesquisas de origem espiritual.
O mesmo estímulo que leva a esses pesquisadores da matéria a buscarem
desenvolver métodos e instrumentos que lhes permitem alcançar seus objetivos, deve
ser o veículo de motivação para as pesquisas transcendentes.
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IIa Parte – O Homem e sua relação com o Universo
Centros de Força ou Chakras - Linhas de Energias ou Nadis
Para melhor compreendermos os Vórtices de Energias, ou Chakras, importante é
conhecermos sua gênese e sua correlação com as Nadis.
O Corpo Vital é composto por incontáveis linhas de energias conhecidas
esotericamente como Nadis, ou “Tubos de Luz” que, na sua disposição, acabam por
formar os Chakras. Não encontramos, até o momento, na literatura ocidental referências
objetivas sobre as mesmas. O Mestre Tibetano, pelo contrário, as apresenta com
detalhes precisos no livro Psicologia Esotérica (Alice
Bailey -Volume II – Tomo II – Item 592):
“A energia Prânica atua através do Corpo Vital
e tem seu curso através dos inúmeros ‘Nadis’ que se
encontram nele. Estes ‘Nadis’ existem aos milhões e são
diminutos canais de força, subjacentes a todo o sistema
Nervoso. Constituem a contraparte e o fator animador
deste sistema, tornando possível a sensibilidade e
produzindo a ação e reação que converte o mecanismo
do Homem num complicado ‘receptor’ de energia e
‘diretor’ de força. Cada uma destas minúsculas linhas
de energia é de natureza quíntupla e assemelha-se a
cinco linhas ou fibras de força estreitamente ligadas no
interior de uma bainha protetora constituída de uma
força diferente. Estas forças estão unidas umas às
outras numa relação transversal”.
David V. Tansley - Amabilíssimo
Corpo – Essence e Shadow - Nádis
“Deve-se igualmente notar que estes cinco tipos de energia formam, no seu
conjunto, uma unidade estreitamente ligada e que estas unidades formam, na sua
totalidade, o próprio invólucro Etérico. Através destes cinco canais fluem os cinco
Prânas principais (já citados anteriormente no capítulo da Energia Vital) –
energetizando, galvanizando e controlando todo o organismo humano... Não há parte
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alguma do Corpo Físico em que não se encontre ou ‘subsista’ esta rede de energia.
Esta é a verdadeira forma ou substância”.
Por outro lado, interessante relato encontra-se na literatura espírita, mais
objetivamente no livro “Recordações da Mediunidade”, da médium Yvone Pereira que,
com os conceitos acima transcritos, podemos entendê-lo como uma referência às Nadis.
Restrita aos conceitos perispiríticos
de Allan Kardec, a médium escreve que, após
sofrer
intenso
problema
moral,
viu-se
adoentada e, retirando-se do Corpo Físico, foi
socorrida por médicos espirituais que a
submeteram a uma “cirurgia espiritual”.
Acompanhando
as
explicações
e
procedimentos do Espírito assistente, é seu
relato:
“Vê!
São
fibras
luminosas,
impressionáveis e delicadas ao inconcebível
pelo teu pensamento... e por isso algumas
foram rompidas pela intensidade da dor
moral que te atingiu... advindo, então, o estado de depressão nervosa, incompatível
com o sistema de vibrações necessárias à existência. Em tais condições o Perispírito
não suportará o contato carnal...”.
“Em seguida mostrou-me as tais fibras, e então tive a possibilidade de ver a
mim mesma, à altura do coração, como num espelho mágico e muito eficiente (a
médium estaria em seu Corpo Astral). Com efeito, muito luminosas, como se fossem
raios de Sol, concretizados, as fibras dir-se-iam também tenuíssimos fios elétricos que
se tivessem partido (as partidas encolhiam-se, tais como fios elétricos arrebentados).
Eram apenas três assim danificadas, e despendiam chispas ainda mais luminosas,
exatamente como fagulhas de força elétrica de um cabo que se arrebentasse”.
“Seria o nosso Perispírito então um composto de fibras de luz?” - conclui a
médium.
Nas diferentes fontes indianas encontramos referências a um número de 72.000,
550.000, 720.000, etc, de Nadis compondo o veículo etérico. Desconhecemos a razão de
A Fisiologia da Alma
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quantidades tão dispares, porém, há indicações de diferentes formas esotéricas de estudo
para justificá-las.
Há, no entanto, consenso, quanto às três mais importantes: Ida, Pingala e
Sushuma. Encontramos citações a outras de menor importância, como Gandhara,
Hastajihva, Kuku, Sarasvati, Pusha, Sankhini, Payaswini, Varuni, Alambhusha,
Vishvodhara, Yasasvíni. Maiores detalhes poderão ser encontrados na farta literatura
indiana e esotérica pelos estudiosos interessados.
IDA, PINGALA, SUSHUMA – A Nadi Ida localiza-se a esquerda da coluna
vertebral, e à direita a Pingala. Entre elas corre um canal, exatamente onde se localiza a
medula espinhal, e também a Nadi Sushuma.
Ida e Pingala, sempre ativas, sobem ao cérebro não em paralelo, mas em
ziguezague, entrecruzando-se por entre os Chakras, parecendo desembocar no Chakra
Frontal, enquanto Sushuma permanece inativa, adormecida na base da coluna, pois o
prana não circula, ainda, por esta via.
Sushuma é considerada a sede do Kundalini, o Fogo Serpentino, sediado no
Chakra Raiz, a ser despertado quando se alcançar um elevado estado iniciático.
Descrevem-se no seu interior, três outras Nadis: o Vajna, o Chitrini, dentro do qual se
encontra o Brahma-Nadi, ao longo do qual se elevará a energia Kundalini, até alcançar o
Chakra Coronário. Todas as escolas orientais que ensinam a libertação do Homem
espiritual recluso na matéria, desenvolvimento este orientado e acompanhado por um
Mestre, não recomendam a busca do Fogo Serpentino, por quem não esteja preparado,
moral e espiritualmente, para conviver e dominar tal energia, devido às graves
conseqüências físicas e mentais que podem
acarretar.
Alguns
estudiosos
sugerem
que
o
Caduceu de Mercúrio, com suas serpentes
ondulantes, representariam as duas Nadis, Ida e
Pingala,
erguendo-se
em
um
bastão,
a
representação da Sushuma, e terminando em
duas asas, a representação dos dois hemisférios
cerebrais, alcançando o Sol, a representação do
Chakra Coronário.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
CHAKRAS - Segundo o Mestre Tibetano, onde as Nadis se cruzam e recruzam
formam-se cinco áreas ao longo da coluna, e duas na cabeça onde as energias são mais
poderosas do que em qualquer outro ponto, formando, assim, os Sete Centros principais,
ou Chakras principais. Os centros são formados pelo cruzamento das Nadis, do mesmo
modo que os plexos, no corpo físico, são formados pelo encontro de nervos.
Onde as Linhas de Força se cruzam 21 vezes, forma-se um Centro Maior; onde
se cruzam 14 vezes temos os Centros Secundários, e onde se apenas sete vezes temos
minúsculos centros.
Salvo informação contrária, não observamos referências ocidentais mais
objetivas aos Centros de Força que administram o fluxo e refluxo de energias que
circulam entre os diferentes corpos do Homem, como ocorre na literatura esotérica
oriental, ou que não sejam baseadas na mesma.
Por outro lado, na obra psicografada de Francisco Cândido Xavier – “Entre a
Terra e o Céu”, e no livro “Evolução em Dois Mundos” de Francisco Cândido Xavier e
Waldo Vieira, o médico espiritual André Luiz, por sua vez, nos oferece informações
objetivas sobre os mesmos, consubstanciadas de vários e interessantes detalhes. Vale
destacar que as citações, as descrições e as funções explicitadas aos “Centros Vitais”
correspondem exatamente aos “Chakras”, muito estudados e conhecidos nas ciências
orientais.
O termo Chakra, de origem sânscrita, significa “roda” ou “roda de luz” e referese a uma série de “Vórtices de Energia” semelhantes a “rodas” que existem na
superfície físico-espiritual do Homem. Os orientais, muito mais antigos na crença
espiritualista, já de longa data se dedicam à pesquisa da alma permitindo-nos acesso a
informações mais substanciais sobre estes vórtices energéticos.
A literatura ocultista é rica em informações sobre estes centros de forças, e
inúmeras obras estão ao alcance dos pesquisadores. Muitas, no entanto, apresentam-se
limitadas aos conceitos de seus autores ou das doutrinas que abraçaram, destacando
apenas aspectos específicos aos seus interesses, fato este que deve ser analisado com
cautela. Observamos, também, que a generalização destas informações e o estímulo de
sua prática, com esclarecimentos incompletos ou direcionados a objetivos parciais,
podem levar os estudiosos menos preparados a se envolverem perigosamente com
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
campos de energias que desconhecem, levando-os a sérios desequilíbrios que podem
induzir à doença de ordem psíquica, emocional ou física.
O médico espiritual André Luiz qualifica-os e enumera-os em Sete, à
semelhança de algumas escolas orientais:
André Luis
Djwahl Khul
1 - Centro Coronário –parte superior do cérebro;
1. C. Coronário - idem
2 - Centro Cerebral – região frontal;
2. C. Cerebral - idem
3 - Centro Laríngeo – garganta;
3. C. Laríngeo - idem
4 - Centro Cardíaco – região do tórax;
4. C. Cardíaco - idem
5 - Centro Esplênico – região do Baço;
5. C. Gástrico - idem
6 - Centro Gástrico – região umbilical;
6. C. Genésico - idem
7 - Centro Genésico – região dos genitais.
7. C. Raiz - na base da coluna
Em pesquisas nas diferentes escolas esotéricas, a título de ilustração,
observamos divergência quanto aos chamados “Sete Centros Principais” que regem o
Homem Bioenergético em estudo. Na escola japonesa Shingon, por exemplo, ela omite
o Chakra Coronário, mas menciona o Chakra secundário entre as escápulas, e dois
outros dos joelhos; nos “Fundamentos do Misticismo Tibetano” o Chakra Coronário é
ligado ao Chakra Raiz, formando apenas um; na Ioga Tibetana o Chakra Coronário e o
Chakra frontal são considerados como um único.
No nosso entender, o estudo dos Chakras e suas descrições, nas diferentes
escolas, estavam vinculados à capacidade sensitiva do observador, do grau de seu
conhecimento esotérico, de seu desenvolvimento espiritual e da finalidade a que se
destinava seu desenvolvimento.
Várias escolas doutrinárias destacam o Centro do Baço como um deles, outras o
Centro do Sacro como um dos Sete mais importantes.
Foi com o Mestre Djwahl Khul, entretanto, que encontramos as informações
mais completas que, além de esclarecerem a divergência, se tornaram nossa orientação
de estudo.
“Já me referi anteriormente ao canal principal de comunicação entre a Alma e
seu mecanismo que se situa:”
a. “No Centro da base da coluna vertebral”.
A Fisiologia da Alma
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b. “No Centro no alto da cabeça, onde se situa o centro mais importante do corpo,
sob o ponto de vista da Alma. Aí se encontra o ponto de entrada e saída; aí está
a grande estação de rádio de recepção e o centro diretor de distribuição”.
c. “No Baço. É um Centro secundário (o grifo é nosso) e um órgão que se vincula
com o Centro do Coração”.
“É por meio do Baço que se estabelece a ligação entre o princípio de vida
(situado no coração) e o sistema de consciência, que inter-relaciona todos os órgãos
materiais e a substância atômica do corpo físico. Isto indica que no local do corpo
humano onde se aloja o Baço, juntamente com seu correspondente Centro de Força
subjetivo, se cruzam duas grandes correntes de energia: a corrente de vitalidade física,
e a corrente da consciência dos átomos que constroem a forma. Observar-se-á que
examinamos aqui o grupo de vida subconsciente e não a vida consciente, e nem a
autoconsciência”.
“O Baço é o órgão por meio do qual é recebido e redistribuído o Prana
Planetário ou Vitalidade. Este penetra pela ‘porta aberta’ do Centro de Força do Baço
e depois passa para o Coração. Ali se reúne com o princípio individual de vida”.
“Pelo Centro do Baço passa também a vida consciente da totalidade das células
do corpo que, por sua vez, são os receptáculos da energia do aspecto consciência ou
princípios de todos os átomos e de todas as formas no quarto reino da Natureza”.
(Alice Bailey – Psicologia Esotérica – Volume II – Tomo I – itens 64/5)
Sua valorização, como se busca demonstrar, é compreensível uma vez que o
Centro de Força do Baço é o maior responsável, ainda que não o único, pela
manutenção do fluxo e refluxo da Energia Prânica durante a vida física do Ego
encarnado. A Medicina sabe da importância desta glândula na formação dos elementos
constituintes do sangue, e estes, pode-se deduzir, se revestem da “energia de
manutenção” que é levada a todos os campos celulares pela corrente sangüínea.
“Com base na compreensão correta, deve-se registrar que a vida celular é
coordenada, influenciada e vitalizada pela corrente sangüínea, aquele sistema
complicado que interpenetra toda parte do corpo, é responsável por seu bem estar e
demonstra de uma forma ainda não verdadeiramente compreendida, o fato de que ‘o
sangue é vida’. O sangue é um aspecto da energia, como é a seiva no reino vegetal”.
(Alice Bailey – Um Tratado sobre Magia Branca – Tomo II – item 284) Destaques
A Fisiologia da Alma
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semelhantes sobre a importância esotérica do sangue, são observados nas obras já
citadas de André Luis.
Informa-nos o Mestre Tibetano, a existência dos Sete grandes centros, Vinte e
Um secundários, Quarenta e Um menores ainda, e centenas de pequenos pontos de
cruzamentos. É sua a orientação sobre a gênese dos mesmos:
“O Corpo Etérico é um corpo composto inteiramente de linhas de força e de
pontos onde estas linhas se entrecruzam formando, assim, centros de energia. Onde
muitas destas linhas de força se cruzam, temos um centro maior de energia e, onde
grandes correntes de energia se encontram e se cruzam, como o fazem na cabeça e ao
longo da Espinha, temos sete grandes centros.” (Alice Bailey – Cura Esotérica – Itens
72/73)
É sua definição sobre os centros principais e secundários:
Principais
Nome Sânscrito
1. Centro da Cabeça, ou Coronário
Sahasrara
2. Centro Frontal, ou Cerebral
Ajna
3. Centro da Garganta, ou Laríngeo
Vishuddi
4. Centro do Coração, ou Cardíaco
Anahata.
5. Centro do Plexo Solar, ou Gástrico
Manipura
6. Centro Sacro, ou Genésico
Svadhisthana
7. Centro da Base da Coluna ou Raiz
Muhadhara
Estão relacionados com os seguintes órgãos:
a. Centro Coronário (Sahasrara) – não está relacionado a uma parte específica do
corpo, e sim a todo o ser;
b. Centro Cerebral, também chamado Frontal (Ajna) – relaciona-se com o
cérebro;
c. Centro da Garganta, ou Laríngeo (Vishuddi) – está relacionado com os
pulmões e garganta;
d. Centro do Coração ou Cardíaco (Anahata) – está relacionado com o coração,
vias circulatórias e braços;
e. Centro do Plexo Solar ou Gástrico (Manipura) – está relacionado com o
fígado, à vesícula, ao estômago e ao intestino delgado;
A Fisiologia da Alma
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f. Centro do Sacro ou Genésico (Svadhisthana) – está relacionado com o sistema
reprodutor, os ovários e os testículos, a bexiga e os rins;
g. Centro da Base ou Raiz (Muhadhara) – está relacionado com o intestino grosso
e o reto. É também responsável, em parte pelos rins (eliminação de resíduos).
Há uma relação direta entre as condições dos vórtices de energias e os órgãos
físicos correspondentes. Eles podem estar com excesso de vitalidade, com pouca
vitalidade, ou em equilíbrio; podem estar abertos ou bloqueados.
Centros de Forças Secundários - Vinte e Um
1. Dois: um para cada ouvido (próximos da articulação têmporo-mandibular);
2. Dois: um para cada região mamilar;
3. Um: na junção manúbrio-esternal;
4. Dois: um para cada região palmar;
5. Dois: um para cada região plantar;
6. Dois: atrás de cada globo ocular;
7. Dois: um para cada gônada (ovários ou testículos);
8. Um: na região do fígado;
9. Um: relacionado com o estômago e, portanto, relacionado com o plexo solar, mas
não é idêntico a ele;
10. Dois: relacionados com o baço. Estes formam um centro que, na realidade, é
formado pela superposição dos dois centros;
11. Dois: um em cada região posterior dos joelhos;
12. Um: poderoso centro estreitamente ligado ao nervo vago. Dado sua potência,
algumas escolas consideram-no um centro maior. Não está, no entanto, localizado
na coluna, mas junto ao Timo;
13. Um: próximo ao plexo solar e relaciona-se com o centro da base da coluna.
Do exposto, podemos concluir que a totalidade dos nervos, com os milhares de
Nadis, ou “contrapartes dos fios” do Corpo Etérico, formam uma unidade, e esta, de
acordo com a Sabedoria Eterna, possui pontos focais para cada tipo de energia,
chamados Centros de Forças, ou Vórtices de Energias ou Chakras. Deles depende a
experiência de vida da Alma e a sua expressão, e não a do corpo. Estes fatores
condicionam o Sistema Glandular do corpo.
A Fisiologia da Alma
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Todos os centros e os muitos pontos focais de
contato
existentes
no
Corpo
Etérico,
são
responsáveis pela criação e preservação do sistema
glandular endócrino. Este Sistema é a expressão
tangível e exotérica da atividade do Corpo Vital e
seus Sete Centros. Estes se encontram na mesma
região em que estão localizadas as Sete Glândulas
Principais e cada centro provê, segundo ensinamento
esotérico,
o
poder
e
a
vida
da
glândula
correspondente que, na realidade, é sua expressão.
Os Centros funcionam como transmutadores de
energia de um nível para outro, distribuindo a
Energia Prânica ao corpo físico. Isto é feito através
das glândulas, que regulam os diferentes sistemas do corpo, via corrente sangüínea.
Para os ocultistas, o valor do Sistema endócrino é inestimável, pois, é uma
réplica da constituição Setenária do Universo e o meio de expressão e instrumento de
contato para as forças dos Sete tipos de energias que o compõem. Além de permitirem a
relação de todas as partes do veículo físico entre si através da corrente sangüínea, a
portadora do princípio da vida, também relacionam o Homem com o veículo etérico.
Centros de Força
Glândulas
Coronário
Pineal ou Epífise
Centro Frontal
Hipófise ou Pituitária
Centro Laríngeo
Tireóide/ Paratireóide
Centro Cardíaco
Timo
Centro Plexo Solar
Pâncreas
Centro Sacro
Gônadas
Centro B. Coluna
Supra-Renais
Portanto, podem-se definir esotericamente os pontos de inter-relação dos
diferentes Corpos:
I. O Corpo Físico: como resposta aos estímulos do meio exterior e dos domínios
subjetivos internos, utiliza as seguintes vias:
A Fisiologia da Alma
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A. O Cérebro: certas áreas do Sistema Nervoso são dirigidas e controladas
inicialmente pela influência mental e depois pela direção consciente da Alma;
B. O Sistema Endócrino: estimulado pelos impulsos que chegam ao Corpo
Físico através dos Sete Centros do Corpo Etérico;
C. O Centro Gástrico, ou Plexo Solar: que dirige e controla certos aspectos do
Sistema Nervoso e que é, em grande parte, o cérebro instintivo ou animal;
D. O Coração: o centro da vida, com o Sistema Circulatório.
II. O Etérico ou Vital: o verdadeiro intermediário entre os mundos internos e o
Homem externo. Os Nadis subjazem a cada nervo do corpo físico e os centros que eles
formam em certos pontos de intercepção são os agentes motivadores de cada gânglio ou
plexo nervoso que se encontram no corpo humano. Alguns destes centros devem ser
destacados:
A. Centro Coronário: é a sede da energia da Alma, ou Centro através do qual o
Homem consciente, espiritual, funciona.
B. Centro Cardíaco; é a sede da vida, do terceiro princípio.
C. Centro Gástrico: é a sede da vida instintiva, da alma animal e da natureza
emocional altamente desenvolvida.
D. Centro Sacro ou da Base da Coluna: é o maior centro integrador. Sua
atividade se inicia depois de ocorrido as duas fusões principais: a fusão dos três
corpos numa personalidade coordenada e a unificação da Alma com o Corpo.
III. O Astral, ou Emocional ou Sensorial: Deste veículo emanam os desejos, os
impulsos, as aspirações e os conflitos da Dualidade. Também é a sede da vida criativa e
imaginativa do Homem. É energizado pelo mundo da ilusão e pelo Plano Astral. Possui
também os centros de Força, que são a contraparte dos que se encontram no Corpo
Etérico, mas costuma predominar sobre os Centros abaixo do Diafragma, também
rotulados de Centros Inferiores.
IV. O Corpo Mental: Atua pelos Centros acima do diafragma, ou Superiores, e
apenas por estes.
Os Chakras Inferiores preservam a potencialidade geradora material e detêm o
Homem na vida animal; quando predominam, representam o Ego em uma vida de
instintos e de sentimentos inferiores e egocêntricos, de predominância material, com
pouco domínio da razão. Os Superiores representam o Ego em busca de sua evolução
espiritual, expressando os sentimentos superiores e a razão universal; podem estar com
A Fisiologia da Alma
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pouca atividade ou inativos, quando há predominância dos Corpos Físico e/ou Astral,
porém, à medida que o campo emocional evolui para sentimentos altruístas e o amor,
com o intelecto mais ativo, ocorre a natural ativação e/ou desenvolvimento dos Chakras
Superiores, com conseqüente domínio dos Inferiores e de suas influências
características.
Por essa razão, pode-se dizer que, com a predominância da ação de
determinados Chakras, são eles a expressão da evolução e da “Consciência” do
indivíduo, fenômeno este que nos permite rotulá-los como “Centros de Consciência”.
No livro “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, encontram-se algumas
citações de “Centros de Consciência”, que nos permitem entender como referências aos
Chakras.
Na pergunta 146, Allan Kardec questiona: A Alma tem, no corpo, sede
determinada e circunscrita? Resposta: Não; porém, nos grandes gênios, em todos os
que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça, ao passo que ocupa
principalmente o coração naqueles que muito sentem e cujas ações têm por objeto a
Humanidade.
146a – Que se deve pensar da opinião dos que situam a alma num centro vital?
Resposta: Quer isso dizer que o Espírito habita de preferência essa parte do
organismo, por ser aí o ponto de convergência de todas as sensações. Os que a situam
no que consideram o centro da vitalidade, esses a confundem com o fluído ou princípio
vital. Pode, todavia, dizer-se que a sede da Alma se encontra especialmente nos órgãos
que servem para as manifestações intelectuais e morais.
Na época de Allan Kardec, já se considerava o cérebro como a sede do
pensamento, do ponto de vista físico. Por que razão, então, a referência ao coração, ou
outra parte do organismo, como sede da Alma? Pode-se deduzir que as referências sobre
“mais particularmente ao cérebro” e “principalmente ao coração”, ou outra parte do
corpo, sejam referências aos Chakras dominantes, correspondentes a estas localizações.
Poder-se-á perguntar o porquê destes destaques sobre os Centros de Força e os
diferentes Corpos do Homem? Na seqüência de nosso ensaio, principalmente no estudo
da gênese das doenças e do momento da Morte, estes princípios demonstrarão sua
importância.
A Fisiologia da Alma
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A Reencarnação e a Lei de Causa de Efeito
Nos primeiros capítulos deste estudo, foram apresentados os diferentes corpos
que compõe o Homem, buscando-se demonstrar suas funções, inter-relações,
características e atividades no “todo” intitulado Bioenergético.
Ao pesquisador mais atento restará perguntar sobre a gênese dos mesmos.
Qual é a origem destes corpos? Como são formados? Por que apresentam
aspectos evolutivos e/ou de aprimoramento? Qual a finalidade de suas existências?
Porque podem influir na origem de doenças?
Para responder as essa questões, e a tantas outras congêneres, necessário se faz
uma abordagem preambular mais ampla dos conceitos transcendentes a fim de que o
raciocínio possa se estabelecer. A grande dificuldade para humanidade em geral, em sua
mente finita, é compreender a Verdade abstrata infinita. Somente com a capacitação de
sua inteligência haverá a necessária compreensão.
Para o pesquisador idôneo, por outro lado, a sua dificuldade maior em se
relacionar com o Etéreo está na sua aparente imateriabilidade. No entanto, a tentativa de
alcançar e compreender a Alma – cósmica, universal, planetária e individual – o
conduzirá, inevitavelmente, ao desenvolvimento do equipamento mental e instrumental
que lhe permitirá uma coordenação da faculdade de pensar diante dos resultados
obtidos. Deste processo resultará a compreensão.
Busquemos o princípio. Nas ciências esotéricas, como foi citado em capítulos
anteriores, ensina-se que o Universo é Setenário, e este conceito estende-se à sua
origem.
Como entender este aspecto Setenário?
O raciocínio é lógico e simples, e em um esforço de síntese buscaremos
interpretá-lo.
O princípio é Deus.
Citado desde os tempos idos, pode-se identificá-lo em diferentes épocas e
culturas, ainda que com diferentes denominações: a Divina Pymander de Hermes
Trimegisto; a Grande Mônada de Pitágoras na Grécia antiga; para os budistas é Brahma,
o criador, e Atma, a realidade perene; é Parabrahma para os hindus; no Vedanta, é
chamado de “o Um sem segundo, Eterno, Imutável, Imaculado e Puro, o Ser mais
profundo”; na mitologia grega, o Pai de todos os deuses; é Mitras para os persas; para os
A Fisiologia da Alma
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caldeus é Bel. São outras referências: “Existência Absoluta”, “Suprema Perfeição”, “A
Primeira Afirmação”, “Causa de todas as Causas”, “O Começo dos Começos”, “O
Santíssimo”, “O Patriarca dos Patriarcas”, “O Senhor dos Senhores”, “O Grande
Arquiteto do Universo”.
Deus, o Absoluto, é representado pelo Zero em sua forma passiva e estática. Ao
manifestar Sua Vontade, torna-se a fonte ativa de toda a vida e de toda a forma e ela, a
Vontade, é representada pelo número Um.
Segundo os ensinamentos ocultistas, com esta manifestação, ocorre o segundo
estágio do processo criativo que é a manifestação dos Seus inerentes aspectos negativo e
positivo, ou potenciais masculino e feminino, ou o Amor. O Um torna-se o Dois.
Estes aspectos interagem entre Si para produzir uma terceira manifestação – o
Três – produzindo a Inteligência ativa, que completa a presença da Divindade.
Temos, portanto, expressos a Vontade, o Amor e a Inteligência.
Quando temos estes três princípios presentes, temos a manifestação da
Divindade que expressa a “Palavra Criadora” pela qual o Universo desabrocha em ser, e
a vida se torna a expressão visível. São as três Energias básicas que representam a
manifestação do Pai, e delas tudo mais se originou. Esta Divindade manifesta é
denominada por alguns estudiosos ocultistas como “Logos”.
Elas, as Energias, por sua vez, unem-se entre si para compor outras quatro, com
funções específicas, completando o número de Sete. São Sete Energias, ou Sete Raios
de Energia que, em diferentes combinações, são responsáveis por toda a obra Universal,
em todos os seus níveis de evolução, do macro ao microcosmo.
A Sabedoria Antiga nos informa que todo o Poder, Vida e Consciência divina,
assim como todos os Espíritos, emanam do “Um”, atravessando os “Três” e os “Sete”
tipos de Energias, processo que se reproduz em todos os níveis da escala universal,
planetária ou individual. Desta forma, explica-se o “porque” dos Sete planos Físicos
(Denso e Etérico), Sete Astrais e Sete Mentais e os Sete Princípios que compõem o
Homem.
Ensinam, também, que cada uma delas tem uma coloração específica (tema que
ainda estudaremos com mais detalhes) que as caracterizam, as mesmas cores
encontradas na divisão da luz em um prisma ou em um arco-íris, a saber:
A Fisiologia da Alma
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I - Energias ou Raios Principais: 1. Vermelho (Energia ou Raio da Vontade ou
Poder), 2. Azul (Energia ou Raio do Amor-Sabedoria) e 3. Amarelo (Energia ou Raio
da Inteligência Ativa).
II - Energias ou Raios Subsidiários: 4. Laranja, 5. Verde e 6. Violeta.
III - Energia ou Raio Sintetizador: 7. Índigo.
Resumidamente, os Sete diferentes tipos de Energia representam os poderes
divinos, ou virtudes, a serem desenvolvidos pelo Ego em evolução, pois, cada tipo de
energia possui características próprias e conduz o “viajante da eternidade”, quando sob
sua influência, a adquirir ou desenvolver determinados valores latentes.
Esta conceituação Setenária pode ser identificada em diferentes doutrinas, como
por exemplo, na Judaica onde de Três energias, consideradas como a Trindade Sagrada,
surgem os Sete Espíritos representados pelas Sephiroths com suas funções específicas;
na Teosofia, correspondem aos Sete Logos; no simbolismo cristão temos a Trindade e
os “Sete Espíritos diante do trono” e no Zoroastrismo, Ahura-Mazda e os Sete
Ameshaspentas. Como se vê, é comum encontrar um mesmo conceito expresso em
linguagens diferentes. É, na realidade, a mesma Verdade travestida dos aspectos de
determinada doutrina.
O Homem na sua criação é um Ego “simples e ignorante” (Allan kardec – O
Livro dos Espíritos - pergunta 133), possui apenas a sua individualidade. É, contudo,
um ser divino devido Sua origem e nele estão ocultos todos os poderes do Pai, latentes,
em vez de manifestos e ativos. Cabe-lhe, dentro da senda da evolução estabelecida pela
Onisciência, despertá-los gradualmente. A princípio, sua evolução é conduzida de forma
inconsciente por Irmãos mais velhos, cuja perfeição já os permite a tanto, até alcançar a
maturidade necessária que o leve a caminhar, se assim podemos nos expressar, “com as
próprias pernas”.
Neste processo, os poderes ocultos serão despertados gradualmente por uma
sucessão de impactos externos, uma vez que é da vida vibrar em resposta a vibrações
que agem sobre ela. Como todas as possibilidades de vibrações existem no ser,
quaisquer vibrações que o afetem, despertar-lhe-á o poder vibratório correspondente.
Assim, uma força após outra passará do estado latente ao ativo, e este processo
também é conhecido como “Evolução”.
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Allan Kardec preceitua a evolução da Matéria, com um princípio “Vital” a partir
do reino vegetal, passando pelo reino animal, até atingir o hominal, acompanhando, em
essência, a linha Darwiniana de evolução.
Quanto à “origem” do Espírito, deixa em aberto a questão: “Quando a Terra se
encontrou em condições climatéricas apropriadas à existência da espécie humana,
encarnaram nela Espíritos humanos. Donde vinham? Quer eles tenham sido criados
naquele momento; quer tenham procedido, completamente formados, do espaço, de
outros mundos, ou da própria Terra, a presença deles nesta, a partir de certa época, é
um fato, pois que antes deles só animais havia. Revestiram-se de corpos adequados às
suas necessidades especiais. Às suas aptidões e que, fisiologicamente, tinham as
características da animalidade. Sob a influência deles e por meio do exercício de suas
faculdades, esses corpos se modificaram e aperfeiçoaram: é o que a observação
comprova”.
“Deixemos, então, de lado a questão da origem, insolúvel por enquanto;
consideremos o Espírito, não em seu ponto de partida, mas no momento em que,
manifestando-se nele os primeiros germes do Livre arbítrio e do Senso Moral, o vemos
a desempenhar o seu papel humanitário, sem cogitarmos do meio onde haja
transcorrido o período de sua infância, ou, se preferirem, de sua incubação”. (Gênese capítulo XI - Encarnação dos Espíritos) Nos livros “O Livro dos Espíritos” e “A
Gênese”, expõem seus estudos transcendentes e define suas conclusões.
André Luis, o médico espiritual, apresenta interessante estudo sobre o tema em
uma dissertação mais acadêmica, no livro “Evolução em Dois Mundos”, assim como
outros apontamentos são encontrados nas obras psicografadas por Francisco Candido
Xavier, expressos pelo espírito de Emmanuel, obviamente dentro dos limites da óptica
espírita.
Já os esotéricos e ocultistas propõem o princípio da evolução a partir do reino
mineral, como Helena Blavatsky – Doutrina Secreta – Livro I - Cosmogênese – e
outros. Diversos autores dissertam sobre o assunto, mas foi em Annie Besant, dentre
diferentes autores consultados, em seu livro “A Sabedoria Antiga”, que encontramos a
exposição de motivos mais simples e acessível ao estudioso iniciante.
Persistindo na tentativa de síntese, e utilizando o raciocínio ocultista novamente,
podemos dizer que a Alma do Homem, ou seu Ego, inicia seu processo evolutivo na
construção de seus corpos nos Duplos Etéricos de futuros minerais do mundo físico,
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
partindo das composições mais simples aos produtos mais complexos da vida mineral,
cuja característica espiritual é a Irradiação.
No capítulo “O Corpo Físico” afirmou-se que são “as mesmas vidas
infinitesimais que compõem os átomos dos corpos minerais, dos vegetais, dos animais e
do Homem” e é no mundo mineral que o Ego inicia seu desenvolvimento, o primeiro
passo de sua evolução, aprendendo agregar as vidas infinitesimais nos corpos físicos
mais simples e rudimentares para que, com eles, possa desenvolver seus dons latentes.
Ali, nestes corpos aparentemente inertes, pois seu tempo de evolução se
expressa em medidas diferentes da conhecida pelo Homem, seus mínimos poderes
divinos podem se manifestar e, ativados, passam a exercer uma influência distintamente
modeladora nas formas que os aprisionam. Este processo pode explicar a existência de
pedras comuns, semi-preciosas e preciosas, além dos diferentes minerais encontrados na
Natureza.
A Ciência que estuda os minerais demonstra que os mesmos apresentam uma
tendência rumo à organização definida de forma, através do delineamento de certas
linhas, através das quais se processa o crescimento. Isto é perfeitamente demonstrável
nos cristais.
À medida que a Alma se torna por demais ativa para a sua incorporação no reino
mineral, manifestam-se os embriões das formas plásticas do reino vegetal e, assim,
agora sob novas e diferentes condições vibratórias, avança em seu desenvolvimento nas
múltiplas formas dos gêneros do mundo vegetal. Nesse reino, quando nas espécies mais
superiores, cuja característica é a longevidade, alcança um acúmulo maior de
experiências através dos choques sofridos durantes as diferentes estações, alterações
climáticas e de ambiente. Conquista o desenvolvimento da memória e da sensação e,
manifestando cada vez mais seu potencial de adaptação, aumenta a complexidade de seu
Corpo Físico, Etérico e agora o Astral.
Na Ciência atual, pesquisadores já demonstram, através de aparelhos
específicos, registros vibratórios semelhantes à alegria ou medo em plantas em estudo,
quando expostas a água que as alimenta ou ao fogo que as destrói. Relatam
desenvolvimento diferenciado em grupos de vegetais submetidos às músicas chamadas
clássicas, comparados com os expostos a barulhos aterrorizantes, além de outros
interessantes detalhes que sugerem uma vida ativa, sensível e até emocional no reino
vegetal.
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Neste plano de desenvolvimento, a característica espiritual é a da Harmonização
através das formas e cores que desenvolvem. Os orientais, conhecedores dessa realidade
e das qualidades vibratórias de determinados grupos vegetais, deles se utilizam em
arranjos ornamentais – Ikebana – para harmonização de seus ambientes.
Assim, através de inúmeras encarnações no mundo vegetal, inclusive em seus
membros mais elevados, a Alma está pronta para o próximo passo: o reino animal.
É um período onde há o desenvolvimento de um corpo físico de composição
celular mais complexa, combinado a um Corpo Astral e Etérico capacitado a formar e
conduzir formas livres. Desenvolve comportamentos mais nobres e diferenciados como
o da liberdade de movimentos, sobrevivência através da busca do alimento e de sua
digestão, da proteção da própria vida, da perpetuação da raça através de processos mais
elaborados de reprodução, quando o sentido de vida grupal começa a se estabelecer.
Rudimentos de sentimentos e de inteligência despontam em manifestação.
E assim, através de múltiplas vidas em diferentes espécies, ativando alguns dons
latentes e/ou aprimorando outros para conviver com os impactos que a vida lhe
proporciona, inicia-se o desenvolvimento de uma inteligência e de uma afetividade que
lhe permite um novo passo, a aquisição da Razão. Surge então, o Homem.
Até este ponto, o Princípio Inteligente é conduzido e amparado por Sábios
Espíritos responsáveis pela evolução e adequação das formas. Em uma imagem de
comparação, é o rebento caçula amparado por irmãos mais velhos em suas etapas
iniciais da vida até sua fase juvenil. Todas as suas necessidades são supridas para seu
desenvolvimento, até que seja auto-suficiente em suas ações.
Estes Sábios Tutelares da Evolução, também chamados de “Construtores das
Formas” ou “Elementais”, são os responsáveis pela chamada “Seleção Natural”
observada na Natureza, auxiliando na adequação das diferentes formas materiais, dos
diferentes reinos, às realidades do planeta, assunto vasto que não pertence ao escopo do
presente estudo. Talvez tenha faltado a Darwin a visão da eternidade espiritual que lhe
permitiria estabelecer o “elo” da Dualidade na sua teoria evolutiva.
Retornando ao raciocínio inicial, o Homem, primitivo a princípio, já traz consigo
seu Corpo Mental embrionário e o Astral pouco desenvolvido, mas ainda prevalece o
domínio de seu Corpo Denso, o corpo do instinto e da perpetuação da raça. É o
Homem-animal, o Homem primitivo que disputa com seus irmãos menores da Natureza
a própria sobrevivência. É uma realidade de fácil constatação, observando-se algumas
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coletividades indígenas ainda existentes no planeta, que podem representar
perfeitamente a infância do Homem racional.
Por outro lado, em uma sociedade estabelecida e moderna, as diferenças
evolutivas de seus membros se expressam na realidade dos grandes contrastes
comportamentais onde se observam os extremos, desde condutas criminosas beirando a
animalidade, a gestos humanitários e fraternos beirando a angelitude. E estes contrastes
são comuns tanto em comportamentos individuais como em grandes coletividades ou
nações.
Nesse novo ciclo, com novas experiências e impactos que proporcionam o
crescimento de seus dons divinos latentes em uma escala muito maior, o Ego não é mais
conduzido de forma quase que inconsciente como ocorria nos reinos mineral, vegetal e
animal. Racional e capaz de ingerir em sua ascensão à Espiritualidade Maior, porém
longe da perfeição, ainda é amparado devido à sua infantilidade e inexperiência.
O Ego, iniciante no domínio da Razão e com o Corpo Astral agora
predominando, pode, eventualmente, desorientar-se ou rebelar-se diante das
experiências a que é submetido para seu próprio desenvolvimento. O aprendizado
inadequado ou o comportamento indevido pode representar a necessidade da repetição
de alguns eventos importantes para seu processo evolutivo.
Durante esta fase, fica sob a ação de uma Lei Cósmica conhecida da “Ação e
Reação”, ou “Causa e Efeito”, ou “Lei do Karma”, que acompanha seus passos, acertos
ou enganos durante os períodos físicos, definindo as necessárias experiências e
conquistas de etapas futuras dentro dos princípios da Justiça Universal.
A alegação da ignorância do correto proceder é contestada pela presença dos
Irmãos mais antigos em seus campos de provas, Egos já evoluídos que nos trazem com
seu saber, às vezes a custas de grandes sacrifícios, as orientações necessárias e o
caminho correto a se trilhar.
Há um consenso em todas as doutrinas transcendentes, antigas ou modernas, da
existência de uma Fraternidade de Grandes Instrutores Espirituais, sendo eles mesmos o
resultado de ciclos passados de evolução. Agem como orientadores ou guias de nossa
humanidade planetária infantil, transmitindo às raças e nações as verdades fundamentais
necessárias à sua evolução. Através de seus missionários ou discípulos trouxeram ao
seio da humanidade os grandes iniciados e filósofos, os grandes líderes religiosos e
A Fisiologia da Alma
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cientistas, cuja tarefa foi promover o progresso moral, social e científico de seus irmãos
menores.
É ponto em comum em todas as doutrinas transcendentes é a necessidade do
aprendizado no plano físico como meio de evolução para o Homem desde a sua criação.
Com o auxílio dos Irmãos mais evoluídos, caminha na senda da evolução aprendendo a
anular o seu “eu” em prol do “nós”, até que alcance a Luz necessária para ultrapassar o
estágio de “assistido” para o de “assistente”, e assim colaborar com o Pai no trabalho
universal, agora com seus irmãos iniciantes. E é pelo uso da Razão que o Ego deve
conhecer e adequar-se às Leis do Criador, utilizando-se dos Princípios Divinos que traz
em sua essência: a Vontade, o Amor e a Inteligência Ativa.
Concluindo, no ser racional, ou seja, no Ego em que seu corpo mental está em
efetivo funcionamento, o processo do aprendizado e desenvolvimento de seus princípios
divinos ainda se efetiva através de sua expressão consciente no Corpo Físico por
inúmeras vezes, até alcançar o desenvolvimento pleno do Ser Divino que traz dentro de
si, encerrando seu ciclo de vidas materiais.
Todo o processo descrito, das inúmeras experiências adquiridas em expressões
físicas do Ego, é conhecido como “Lei do Renascimento” ou “Reencarnação”.
Existe um rico material sobre o assunto, acessível a quem dele se interesse, seja
em coletâneas publicadas ou mesmo oculto em velhos manuscritos que tratam do
assunto.
A Ciência dos tempos modernos já tem a “Reencarnação” como objeto de suas
pesquisas, ainda que poucos sejam os seus vanguardeiros. Podemos citar alguns de
maior destaque, como Dr. Ian Stevenson, que comandou a Divisão de Parapsicologia do
Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia onde durante quarenta anos
estudou mais de 2.600 casos sugestivos de reencarnação, sob rígidos protocolos
científicos e com diversas publicações a respeito; sua publicação mais conhecida data
de 1970, com o título “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”. O Professor
Hemendra Nath Banerje, Diretor do Departamento de Parapsicologia da Universidade
de Rajasthan, Índia, publica em 1979 o livro “Vida Pretérita e Futura” onde relata o
fruto de vinte e cinco anos de pesquisas sobre o tema. No Brasil, o Professor Hernani
Guimarães de Andrade, com a publicação, entre tantos outros, “Você e a
Reencarnação”, publicada em 2002.
A Fisiologia da Alma
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Importante destacar aqui, uma vez mais, que não é o propósito de nosso estudo
confrontar doutrinas, mas sim extrair delas pontos comuns ou afins, para a compreensão
do Homem Bioenergético, o alvo de nossas apreciações, deixando a cada um a liberdade
de elaborar seus próprios princípios de conceito e opinião.
Considerando-se o Grande Arquiteto do Universo absoluto em Sua Justiça e
Perfeição, torna-se difícil, a título de exemplo, explicar determinadas afecções ou
deformações, muitas vezes congênitas, que acometem determinadas pessoas sem o
amparo da origem da Alma e da Reencarnação. Como entender a Justiça Divina diante
de um Mozart que com quatro anos dedilhava lindas melodias ao piano, ao lado de uma
criança com paralisia cerebral de nascimento? A “saúde perfeita” em um delinqüente
homicida e um “tumor maligno” em uma inocente criança impúbere?
No presente estudo será apresentado alguns conceitos sobre doenças congênitas,
ou “predisposição a”, de caráter físico, emocional ou mental que, sem as
fundamentações expostas sobre a origem da Alma e seus ciclos de evolução, tornar-seão de difícil compreensão ou mesmo aceitação. Além do mais, os conceitos expostos
nos permitem uma visão mais abrangente e racional sobre a constituição universal e do
próprio Homem.
A Fisiologia da Alma
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“EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS”
UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO
PSICONEUROLÓGICO
*
Paulo Bearzoti
O trabalho aqui transcrito é de autoria do Médico Neuropediatra, Psicólogo e
espírita, Dr. Paulo Bearzoti, que se propôs a apresentar um resumo do livro “Evolução
em Dois Mundos”, acrescido de seu saber científico. Ele se tornou, no nosso entender,
em importante peça de instrução para os estudiosos da evolução humana. Ao observador
atento, é possível observar que sob a óptica espírita e científica mais atual, e ainda
partindo apenas do reino vegetal, as informações nele contidas, refletem a mesma
“Verdade Eterna” expressa pelos textos orientais.
... ooo 000 ooo ...
Os cientistas, de um modo geral, aceitam que há 18 bilhões de anos,
aproximadamente, a energia cósmica estava extremamente concentrada, cabendo,
segundo eles, na ponta de uma agulha. A temperatura dessa energia era tão elevada que
não dá para ser imaginada. Nesse instante, teria ocorrido uma grande explosão (bigbang). Após frações de segundo, ocorreram grandes transformações e começaram a ser
formadas os 100 bilhões de galáxias. Esta teoria sobre a origem do universo é conhecida
como “BIG-BANG”. Neste universo tão vasto, formou-se o nosso modesto sistema
solar e, nele, o nosso planeta 9, 12.
Jesus, em co-criação maior, presidiu a formação da Terra uma vez que é seu
governador15.
Inicialmente, a terra foi submetida às grandes convulsões telúricas, tais como,
tempestades, erupções vulcânicas, até que teve condições adequadas para receber os
princípios inteligentes (Mônadas).
As Mônadas chegaram dotadas de capacidades adaptativas, isto é, inteligência e
destinadas à evolução.
 Paulo Bearzoti
 FEESP: Congresso de Espiritismo; Águas de São Pedro
 GÊNESE: 120 Anos - Allan Kardec
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A evolução seria processada tanto no campo físico (somático) como no
extrafísico (espiritual). Bilhões de anos seriam consumidos no processo evolutivo.
A reencarnação foi eleita o processo mediante o qual a evolução se processaria
de maneira contínua e sucessiva nos dois planos, o físico e o extrafísico.
No plano espiritual, o perispírito ou corpo espiritual era trabalhado pelos
Arquitetos da Vida Maior. No plano terreno, o corpo físico também iria desenvolver-se,
mas sempre refletindo o corpo espiritual. Em outras palavras: o perispírito plasma o
corpo físico. O espírito André Luiz informa-nos que o corpo espiritual é formado por
células. Allan Kardec, ao codificar a doutrina, já havia dado a informação de que o
perispírito possui um funcionamento, isto é, uma fisiologia, e André Luiz, no livro
“Evolução em Dois Mundos”, amplia essas informações e discorre sobre o
funcionamento do corpo espiritual.
A vida manifesta-se inicialmente nos mares mornos que funcionaram como
caldos ou meios de cultura.
No início, somente os seres autótrofos, isto é, que sintetizam as substâncias de
que necessitam para sua existência, puderam existir.
Aos poucos, a célula foi dominando todos os processos vitais que ocorriam em
seu interior; dessa maneira, acabou adquirindo o controle da quimiossíntese e, de posse
dela, pode ingressar no mundo das enzimas. Dominando a oxidação e a redução,
estabilizou os processos bioquímicos celulares ligados à respiração. Pouco a pouco, as
células se capacitaram para realizar funções mais complexas como a produção de
hormônios, por exemplo.
Tudo o que era exercitado e aprendido pelas células físicas era transferido para
as células do corpo espiritual, tornando-se patrimônio evolutivo do espírito. Esta
informação permite que se entenda porque, em cada reencarnação, os resultados
funcionais e morfológicos celulares se reproduzem corretamente. Em outras palavras,
diante de uma nova reencarnação, a célula não tinha que recomeçar do ponto zero, mas
sim continuar sua trajetória evolutiva nos planos físico e extrafísico.
Conseqüentemente, a célula física adquiriu certa cota de vida, uma espécie de
autonomia vital embora limitada. Essas informações demonstram que não há
incompatibilidade entre os conceitos emitidos no livro e alguns eventos que ocorrem em
nosso plano como, por exemplo, as culturas de tecido, os transplantes, as transfusões de
sangue, etc. Essas explicações ajudam também a entender melhor o capítulo VII do “O
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Livro dos Espíritos“7 e, em especial, explica a pergunta 356: “Entre os natimortos alguns
haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos?“ Isto significa que
somente as células e tecidos físicos chegaram até aquele ponto da gravidez no uso da
sua cota vital, de sua autonomia limitada mas suficiente para tanto. “Tais crianças então
só vêm por seus pais”. Embora maravilhoso, o corpo físico é continente transitório para
o Espírito, pois, só ele, por ser imortal, pode ser o conteúdo que vivifica e progride.
No momento oportuno, a molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) foi
eleita a sede da memória genética. A célula somática humana possui 46 cromossomos e
neles, a molécula de DNA se dispõe como uma dupla espiral e, por estar enrolada,
ocupa o espaço de seis milionésimos de metro; contudo, desenrolada, atingiria o
comprimento de 1,80 m. Grosseiramente, a molécula do DNA pode ser comparada a
uma escada em caracol.
Os degraus desta escada são formados por pares de substâncias denominadas
bases. Existem quatro bases na constituição da molécula de DNA: adenina (A), timina
(T), citosina, (C) e guanina (G). Contudo, na constituição da molécula de DNA, elas se
ligam de maneira específica, fixa, a saber: A - T e C - G. A seqüência de três degraus
(tripleto) forma uma ”palavra genética“, isto é, contém uma informação que encerra um
significado definido. Por outro lado, o arranjo de quatro elementos (A - T - C - G)
reunidos 3 a 3, dá 64 possibilidades que, em nosso caso, significam 64 “palavras
genéticas “. As informações contidas nessas “palavras“ orientam a síntese das proteínas
que, por sua vez, são constituídas, à semelhança dos polipeptídios, por cadeias de
aminoácidos.
Ora, como existem somente 20 aminoácidos no organismo, fica ”sobrando“ 44
informações que ainda não têm suas funções conhecidas, que servem para iniciar ou
terminar uma reação, que modulam a intensidade de uma determinada reação, etc.
Entende-se, pois, que o alfabeto da linguagem genética é formado por quatro letras e,
embora não seja simples, foi muito simplificado, levando-se em conta a quantidade e a
complexidade das funções geneticamente controladas. O conjunto dos cromossomos
pode ser comparado a uma biblioteca na qual cada cromossomo seria um livro e cada
tripleto uma palavra2, 13.
Dá-se o nome de genoma à totalidade dos genes que dão configuração à
constituição genética. Segundo a empresa Celera, o homem possui de 26000 a 39000
genes e segundo o Consórcio Publicado, o homem teria no máximo 31000 genes.
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Somente quando o princípio inteligente passou a contar com um cérebro
capaz de conter mais informações do que o código genético é que a evolução saiu das
fronteiras puramente biológicas e ingressou no campo do progresso espiritual e, assim
mesmo, isto só foi possível por causa do aparecimento do neocórtex a partir dos
répteis8. Em parte, por causa desta capacidade do cérebro conter mais informações
extra-genéticas do que as genéticas, quanto mais evoluído for o animal, mais
prolongada deverá ser sua infância. Neste aspecto, nós, homens, pagamos o maior
tributo8, 10.
O DNA preside a transmissibilidade genética garantindo o funcionamento
harmônico e padronizado das células. O DNA, formando os genes, firmou-se
definitivamente nos cromossomos.
Retornando às primeiras manifestações da vida aqui na terra, vamos encontrar as
bactérias lavrando o solo que, por causa deste trabalho, tornou-se fértil e apto a receber
os vegetais. Com o surgimento dos vegetais, os animais puderam fazer seu
aparecimento no palco evolutivo uma vez que sua alimentação (vegetais) estava
assegurada, pois, como se sabe, eles são seres heterótrofos, isto é, dependem de outros
seres para se alimentarem uma vez que são incapazes de sintetizar seu próprio alimento.
As células, uma vez vencida a etapa evolutiva inicial, embora prolongada,
puderam ser organizadas em seres pluricelulares, em organismos mais complexos.
Simultaneamente, o corpo espiritual também evoluía, tornando-se também cada vez
mais complexo. O princípio inteligente absorvia e automatizava todos os conhecimentos
adquiridos permitindo, dessa maneira, que o corpo espiritual continuasse a plasmar, a
modelar, o corpo físico. Em outras palavras, o corpo físico, desde o início e como é até
hoje, reflete o corpo espiritual.
Era chegado o momento do aparecimento do sexo. Nesta altura, os Arquitetos da
Vida Maior induziram, como expressão inaugural do sexo, as atrações eletromagnéticas
nas bactérias leptótrix. Elas possuem uma carapaça de ferro e quando a perdem, saem à
procura de outra; foi esta necessidade de possuir uma carapaça e de procurá-la quando a
perde é que foi utilizado pelos Mentores Maiores para a iniciação da função sexual15.
No início, consolidam-se as cristalizações atômicas e minerais; a seguir, surgem
os vírus e, posteriormente, o protoplasma faz seu aparecimento no cenário evolutivo. Na
seqüência, surgem as algas. Quando o princípio espiritual atingiu os espongiários
(esponja marinha) e os celenterados (medusas do mar, corais) esboçou a estrutura
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esquelética. Quando chegou aos equinodermos e crustáceos, ensaiou durante milênios o
sistema vascular e o sistema nervoso. Na passagem dos répteis para os mamíferos e nos
mamíferos primitivos, o princípio inteligente inaugura os rudimentos das reações
psicológicas superiores e incorpora as conquistas do instinto e da inteligência.
O cérebro é eleito a sede da mente. À medida que a evolução progride, as
grandes transformações se sucedem; assim, ao chegar ao estágio de répteis (ex. cobra),
o córtex cerebral passa por uma importante inovação, surgindo o neocórtex que é uma
modalidade mais evoluída e mais recente do córtex cerebral. Ao neocórtex caberiam
funções altamente evoluídas como pensar, criar, falar, deduzir, etc.
É aceito que os animais se comunicam embora o façam de maneira fragmentada,
episódica, a partir do que está sendo percebido. Além disto, é colocado que o
pensamento deles está centrado neles mesmo, ou seja, é egocêntrico 11. Ao chegar à fase
hominal, o princípio inteligente passa por uma grande transformação, pois deixa para
trás o pensamento egocêntrico e adquire o pensamento contínuo e, por ser contínuo,
podem ser estabelecidas relações entre o passado, o presente e o futuro. O pensamento
contínuo é um dos grandes marcos da evolução e somente depois de estabelecido é que
muitas transformações evolutivas puderam ocorrer. Por causa dele, surgiram as
seguintes transformações:
A energia mental amplia - se.
Surge a mentalização.
O homem adquire a capacidade de lembrar-se de sua família, de seu
trabalho, de todas as suas atividades, isto é, pode evocar fatos, pessoas e situações.
Suas capacidades cognitivas evoluem ao mesmo tempo em que as
emoções tornam-se mais fortes e contínuas. Passa a existir a possibilidade de previsão e
de planejamento do futuro. Embora a possibilidade de previsão seja um avanço
evolutivo enorme, existe um preço a ser pago, pois surge, conseqüentemente, a
possibilidade de sentir-se ansiedade antecipadamente, ou seja, antes que o fato ocorra
realmente10.
O homem sente necessidade de comunicar-se com seu semelhante; é o
início do descongelamento do egocentrismo.
Por outro lado, no campo extrafísico, os Mentores da Vida Maior
promovem modificações no corpo espiritual e, a partir delas, o homem adquire a fala.
Agora, os mais adiantados espiritualmente ensinam os mais atrasados.
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Surge a noção de responsabilidade que traz consigo a consciência do
dever a ser cumprido.
Amparado nas idéias de família e propriedade, adquire a noção de
direito.
Por causa do pensamento contínuo, a aura do homem torna-se passível
de grandes transformações e sua aparência passa a refletir seus estados interiores.
O homem se entrega a indagações e a reflexões procurando entender o
significado da vida. Dessa angústia nasce a transcendência.
Diante da morte, entrega-se a questionamentos; ao perder entes queridos,
sofre amargamente. Sofrendo e questionando, acaba concebendo que existe
sobrevivência após a morte física.
A idéia de Deus germina em seu espírito e surgem as práticas religiosas.
Procura comunicar-se com os espíritos desencarnados.
Enquanto dorme, já pode ser instruído pelos Espíritos Amigos durante os
desprendimentos noturnos.
Encarnados e desencarnados podem agora aprender uns com os outros.
Entende cada vez mais que está sujeito à lei de causa e efeito quer esteja
no plano físico ou no extrafísico.
Somente após o aparecimento do pensamento contínuo é que o homem,
por mais simples e ignorante que seja, tem condições de passar pela histogênese
espiritual a qual compreende o conjunto de transformações que ocorrem nas células do
corpo espiritual depois que o espírito desencarna.
O pensamento contínuo é o fio condutor a ligar as várias encarnações,
firmando cada vez mais a individualidade.
Todos os erros cometidos até aqui foram debitados na conta da evolução.
Neste momento, desfaz-se a tutela irrestrita que vinha sendo mantida
pelos Mentores Maiores e o homem, no exercício do livre arbítrio, assume sua trajetória
evolutiva individual, embora ao lado de outros companheiros de viagem.
O corpo espiritual, acompanhando e refletindo a evolução do espírito, tornou-se
dinâmico e plástico no que diz respeito a sua forma e muito complexo em seu
funcionamento. Possui recursos e condições para atender às necessidades do Espírito,
quer ele esteja encarnado ou desencarnado. Em parte, esta adaptabilidade é possível
graças aos centros vitais do perispírito; esses centros são em número de sete e são
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conhecidos pelas seguintes denominações: coronário, cerebral, laríngeo, cardíaco,
gástrico, esplênico e genésico. Crer na existência do corpo espiritual e conhecer melhor
seu funcionamento permite que o homem possa mobilizar recursos e auxílios
energéticos em benefício de seus semelhantes; quando esses auxílios são feitos em
nome de Deus, suas fronteiras e eficácia atingem limites que ficam muito além do nosso
entendimento.
Agora, permanecendo dentro de uma visão puramente terrena, é sabido que, de
um modo geral, as várias escolas psicológicas não levam em conta a reencarnação ou a
sobrevivência após a morte física. Contudo, a herança evolutiva comum a toda
humanidade, ainda que muito contestada e considerada assunto polêmico, foi
reconhecida por Freud
4, 5
e Jung6. Freud, por meio de seus estudos e observações,
chegou à conclusão de que o núcleo do inconsciente era filogenético 1. Já Jung fala do
inconsciente coletivo e dos arquétipos.
Levando-se em conta a humanidade como um todo, isto é, coletivamente,
sabemos por meio de informações provenientes de Espíritos amigos 14 que a raça
humana recebeu enxerto revitalizante procedente de outras moradas do Pai.
Na Antigüidade, o monoteísmo já era praticado nos templos; quando chegou o
momento oportuno para levá-lo dos templos para a praça pública, isto é, para o povo,
coube a Moisés executar esta tarefa. Iniciava-se assim o reinado da lei que, de fora para
dentro, disciplina o homem impelindo-o para a evolução espiritual.
Com Jesus, inicia-se o reinado do Amor que, de dentro para fora, conduz o
homem à transformação, à evolução.
Coube ao Espiritismo resgatar o Evangelho do Amor que o Mestre trouxe até
nós. Em sua codificação estrutura-se a doutrina evangélica da esperança, da consolação
e, acima de tudo, do amor.
REFERÊNCIAS
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1976, 33.
2. Amabis J M, Martho G R, Mizuguchi Y. Biologia. São Paulo: Editora
Moderna Ltda., 1979, 1, 221 - 227.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
3. Bearzoti P. Ciclo de estudos sobre a obra: “Evolução em Dois Mundos”.
Boletim Médico Espírita, ano IV, n. 5, 48 - 216. São Paulo: 1987.
4. Freud S. Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud
A interpretação de sonhos. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1977, 4, 585.
5. Freud S. Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud.
Moisés e o monoteísmo. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda. 1977, 112 - 123.
6. Jung C G. O homem e seus símbolos. Editora Nova Fronteira, ed. 7, 18 103.
7. Kardec ª O livro dos espíritos, ed. 45. Ribeiro G (trad.). Rio de Janeiro,
Federação Espírita Brasileira, 1978, 195 - 203.
8. Machado A. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Livraria Atheneu,
1980, 54.
9. Mourão R F. Buracos negros. Petrópolis: Editora Vozes.
10. Sagan C. Os dragões do éden. Rio Ed. 5 de Janeiro: Livraria Francisco Alves
Editora SA.
11.Spitz R. O não e o sim. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda.
1984, 21.
12.Super Interessante. Big - Bang - O universo começou com uma grande
explosão. Editora Abril, 2, nov./ 1987, 40 - 44.
13. Super Interessante. Em busca do mapa genético do homem. Editora Abril, 2
(6), jun./ 1988, 30 - 36.
14. Xavier F C (médium psicógrafo). A caminho da luz: história da humanidade
à luz do espiritismo. Obra mediúnica ditada pelo Espírito Emmanuel, ed. 15. Rio de
Janeiro: Federação Espírita Brasileira.
15.Xavier F C, Vieira W (médiuns psicógrafos). Evolução em dois mundos.
Obra mediúnica ditada pelo Espírito André Luiz, ed. 4. Rio de Janeiro: Federação
Espírita Brasileira.
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Alfredo Roberto Netto
As Sete Energias Cósmicas, Sete Raios ou Sete Alentos
Pode-se concluir, pelo já exposto, que a constituição do Homem resume-se em:
1 – Espírito – a energia da própria vida, que anima e impele a Alma e o Corpo
ou Personalidade;
2 – Alma – que informa e reside no interior do Homem, buscando impressionar,
impelir e motivar a Personalidade;
3 – Corpo ou “Personalidade” – em seus quatro aspectos:
A - Corpo Mental – responsável pelo poder de descriminação ou raciocínio;
B - Corpo Emocional – responsável pela capacidade de sentir, desejar, aspirar e
atrair;
C - Corpo Etérico – responsável pelo poder de agir e energizar;
D - Corpo Material ou Físico – responsável pela expressão do Espírito na
matéria, controlado pelos três aspectos anteriores.
Utilizaremos o termo “Personalidade” com mais freqüência, por se tratar de
nomina comum nos textos orientais e esotéricos para identificação do Homem e seus
corpos como um “todo”.
Como o escopo deste estudo se resume ao Homem Bioenergético, ou seja, à
pesquisa e conhecimento da “Personalidade”, uma vez ser o aspecto acessível aos
modernos métodos de pesquisa, deixamos os conceitos de Espírito (o Sexto e Sétimo
Princípios do Homem) para trabalhos ulteriores. No entanto, necessário se faz à
compreensão de alguns determinantes universais, de caráter esotérico, que permitam ao
pesquisador uma análise e entendimento mais consistente do que se propõe.
Um destes determinantes são as Energias Cósmicas ou Raios de Energia,
Helena Blavatsky, salvo informação contrária, foi a primeira a usar a expressão
“Sete Raios” em “A Doutrina Secreta”, para identificar a presença destas Energias
reconhecíveis e identificáveis em diversas religiões responsáveis pela presença dos Sete
Raios Primevos, como os exemplos já citados anteriormente (Capítulo - Reencarnação e
Lei de Causa e Efeito): na Judaica onde de Três energias, consideradas como a Trindade
Sagrada, surgem os Sete Espíritos representados pelas Sephiroths; na Teosofia,
correspondem aos Sete Logos; no simbolismo cristão temos a Trindade “Pai – Filho –
A Fisiologia da Alma
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Espírito Santo” e os “Sete Espíritos diante do trono” e no Zoroastrismo, Ahura-Mazda e
os Sete Ameshaspentas.
Conforme também se afirmou no capítulo citado, Deus, o Absoluto, é
representado pelo Zero em sua forma passiva e estática. Ao manifestar Sua Vontade,
torna-se a fonte ativa de toda a vida e de toda a forma, e ela, a Vontade, é representada
pelo número Um. Com esta manifestação, ocorre o segundo estágio do processo criativo
que é a manifestação dos Seus inerentes aspectos negativo e positivo, ou potenciais
masculino e feminino, ou o Amor. O Um torna-se o Dois. Estes aspectos interagem
entre Si para produzir uma terceira manifestação – o Três – produzindo a InteligênciaAtiva, que completa a presença da Divindade.
Todas essas divisões são meramente didáticas, irreais; existem apenas com o
propósito de permitir uma compreensão inteligente.
Temos, portanto, a Divindade manifesta na Vontade, no Amor e na Inteligência.
Essas Três Energias constituem a soma total de toda a Manifestação Divina.
Deus, manifesto, é o Três em Um e o Um em Três. São correntes de energias
que se diferenciam em um “Três” principal e, contudo, permanecem uma só corrente.
Esta atividade inicial precede o processo criativo da matéria, e o exercício da
Vontade Divina no oceano infinito do espaço, de matéria ou substância etérica,
produziu a primeira manifestação nas Três correntes principais que, de sua inter-relação,
sintetizou as quatro correntes menores, os Raios auxiliares de Sua manifestação Sétupla.
São os Sete Alentos da Vida “Una”, as Sete Energias Básicas, ou Sete Raios.
Mas o que é um Raio? É apenas uma denominação para uma energia, um tipo de
força particular, com ênfase na “qualidade” que esta energia demonstra, e não na forma
ou aspecto que ela cria.
As Correntes Vibratórias básicas e as subsidiárias se movimentam em vibrações
contínuas de rotação, em sentido inverso, imprimindo-se assim, uma nas outras, pela
faculdade de movimento, com as essências de cada uma, a fim de que se completem nas
Sete que formam a Perfeição, conjugadas nas Três que mantêm a força. Cada uma
dessas energias emite uma cor e um som.
Sendo Sete o número que concentra a Perfeição, temos as Sete Essências
Divinas.
Cada Corrente Vibratória, por sua vez, se compõe das Sete Essências para que
também sejam perfeitas e para que o cumprimento de seus objetivos seja perfeito.
A Fisiologia da Alma
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Assim, cada uma das Sete energias reproduz outras Sete novas de colorações
semelhantes às anteriores, mas que ficam sob sua regência específica. Com isso,
completa-se um total de Quarenta e Nove correntes de Energias (Sete x Sete).
Quarenta e Nove grupos de Energias às quais todas as formas respondem, e que
constituem o “corpo de expressão” para Sete Energias básicas – que, por sua vez, são
reflexos das três qualidades divinas. É a organização Universal Divina em seus
diferentes planos vibratórios.
Desta forma, Universo é “administrado”, se assim podemos dizer, por Sete
Seres Universais, cada um responsável por uma das Linhas ou Correntes Vibratórias,
ou Raios de Luz, ou Energias Espirituais, a denominação não importa, e são
representadas por cores e funções específicas.
São Seres de uma avançada evolução espiritual e de abrangência cósmica, muito
além da capacidade de compreensão humana. São estes Irmãos que coordenam a
evolução dos seres, do macro ao microcosmo, em todos os níveis vibratórios,
dimensionais ou materiais.
Em perfeita harmonia e integração com o Um, são Eles que dão a manutenção às
Sete linhas de evolução do Espírito. E cada um Deles possui em si os Sete Princípios da
Perfeição, o que não poderia ser diferente diante do já exposto.
Os Três primeiros Raios são denominados, esotericamente, de os Raios de
Aspecto, e os quatro restantes de Raios de Atributo.
O Mestre Djwhal Khul, (Alice A. Bailey - Psicologia Esotérica – Tomo I) nos
traz, com detalhes, as características de cada uma destas Energias e Seres por elas
responsáveis:
Nos textos estudados, essas energias são definidas pelas cores e denominações:
I - Energias Principais ou Raios de Aspecto:
1. Vermelho..............................Energia ou Raio da Vontade ou Poder;
2. Azul.......................................Energia ou Raio do Amor-Sabedoria;
3. Amarelo................................Energia ou Raio da Inteligência Ativa.
II - Energias Subsidiárias ou Raios de Atributo:
4. Laranja.................................Energia ou Raio da Harmonia e Beleza;
5. Verde.....................................Energia ou Raio do Conhecimento Concreto;
6. Violeta.................................. Energia ou Raio da Devoção.
7. Índigo....................................Energia ou Raio da Organização e Ritual.
A Fisiologia da Alma
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0
II
I
III
IIII
I II III
I
II
III
IV
V
VI
VII
Diagrama da Manifestação Divina e dos Sete Raios ou Correntes de Energia
Energias ou Raios de Aspecto:
1º Raio – Senhor da Vontade ou do Poder (Vermelho): simbolicamente,
encarna a idéia da Vontade de Deus e por onde inicia a obra da Criação; também
denominado de “Destruidor”, pois é o controlador da morte em todos os reinos, onde
realiza a tarefa de destruição das formas para a manifestação da vida; é uma energia que
deseja amar e usa o poder como expressão da beneficência divina.
2º Raio – Senhor do Amor-Sabedoria (Azul): é a expressão do amor puro,
qualidade que procura instilar em todas as formas, sendo a sua manifestação mais densa
ou material, o desejo; é o princípio atrativo da natureza e o Guardião da Lei da Atração.
É o Mestre Construtor, a idéia dinâmica de Deus idealizando como as futuras formas
devem ser constituídas, cuidadosamente planejada por Ele; é a mais potente das Sete
Energias no nosso Sistema Solar.
3º Raio – Senhor da Inteligência Ativa (Amarelo): é a expressão da ação
Divina, materializando a Vontade e o Projeto de Deus. É o Mestre da Atividade, e Seu
trabalho está mais intimamente ligado à Matéria, que trabalha em comunhão com
Senhor do 2º Raio, se constituindo na força executora que inicia e materializa a idéia e o
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propósito de Deus. É o impulso motivador no trabalho da Criação, e prove a
Humanidade com um vasto campo de experiências e experimentos.
Esta “Trindade” representa a Vontade, o Amor e a Atividade do Criador em ação
em todo o Universo criado.
Senhores das Energias ou Raios de Atributo: Eles são os instrumentos pelos
quais as Três Energias principais expressam suas qualidades Divinas.
4º Raio – Senhor da Harmonia, Beleza e Arte (Laranja): com a função de
criar beleza por meio da ação recíproca entre a vida e a forma, entre o Espírito e a
Matéria, refletindo o plano inicial da Criação Divina. É o responsável pela Harmonia e o
Conflito, pela luta entre os desejos da Matéria e os da Vida Interna Espiritual. De sua
atividade emana a combinação de sons, cores e partituras musicais que buscam o ideal,
expresso na idéia original.
É uma força curativa, pois, pela harmonização leva todas as formas a uma
perfeição máxima pelo poder da vida interior. Seu propósito: produzir unidade,
harmonia e beleza em sintonia com o Intento Divino.
5º Raio – Senhor do Conhecimento Concreto e da Ciência (Verde): está em
contato íntimo com o aspecto criativo da Manifestação Una, razão pela qual é um Ser da
mais intensa luz espiritual, devido à Sua mente superior. Com essa Energia, o Amor e a
Razão devem, finalmente, revelar-se mutuamente através do raciocínio e da Ciência. As
energias e as forças iluminam as formas, revelando seu propósito interior, e tudo é visto
como Ritmo.
6º Raio – Senhor da Devoção e do Idealismo (Violeta): é a Energia que
determina um concentrado ideal e uma devoção totalmente voltada para o intento do
impulso da vida, expressos com uma sinceridade divina. Uma focalização extremada
sobre o ideal, uma devoção direcionada para as exigências da vida e uma sinceridade
Divina, são as qualidades desta Luz.
7º Raio – Senhor da Ordem e Magia Cerimonial (Índigo): Sua influência é
mais potente no Plano Físico, atuando diretamente na completa adequação e
conformidade da lei e da ordem e suas perfeita expressão.
Deve-se destacar que, entretanto, o que se busca traduzir em poucas palavras dos
trabalhos destas Energias, é uma mínima fração do trabalho assumido por esses Seres
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Universais. Fala-se de Entidades, de Seres Puros, verdadeiros Deuses, muito distantes
da diminuta concepção humana.
A simplicidade da exposição não expressa a grandeza de cada uma delas,
tampouco à dimensão de suas ações. Mas, mesmo nos restringindo aos limites do
raciocínio humano, a sua compreensão é intuitiva e acessível.
Essas Sete Linhas, ou Sete Correntes Vibratórias, ou Sete Raios de Luz, ou Sete
Essências
(diferentes
denominações
encontradas)
possuem
cor
e
vibração
individualizadas. E cada vibração possui seu som específico, que podem ser
relacionadas com as Sete notas musicais.
Segundo o Mestre Tibetano, cada Corrente de Energia, ou Raio, predominante
em uma vida, “ancora-se” em um Centro de Força ou Chakra, e influencia os demais:
I Raio (Vontade) – Centro da Cabeça,
I
ou Coronário (Sahasrara);
II Raio (Amor-Sabedoria) – Centro do
Coração, ou Cardíaco (Anahata);
V
III Raio (Inteligência) - Centro da
Garganta, ou Laríngeo (Vishuddi);
III
IV Raio (Harmonia e Beleza) - Centro
da
Base
da
Coluna
ou
Raiz
II
(Muhadhara);
V Raio (Conhecimento Concreto) –
VI
Centro Frontal, ou Cerebral (Ajna);
VI Raio (da Devoção) - Centro Sacro,
ou Genésico (Svadhisthana), com
VII
IV
reflexo no Centro da Garganta;
VII Raio (Organização e Ritual) Centro Sacro, ou Genésico (Svadhisthana), com reflexo no Centro da Garganta.
Como as energias são de diferentes ritmos vibratórios, cada qual governa um
Centro de Força ou Chakra específico, através do qual administra a distribuição de
energia para os demais.
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Vale destacar que as cores que representam as Energias de origem, em nada
interferem na coloração natural dos Centros de Forças ou Chakras do Ego encarnado.
Todo Espírito, ou Mônada, na sua criação, origina-se da inter-relação das Três
correntes de Energias principais (processo que estudaremos mais a frente) e manifestase através de uma das Sete Energias da Perfeição.
Mas, quando como Alma ou Ego, poderá estar sob a custódia de outra das Sete
existentes, diferente da original, assim como a Personalidade estará sob a ação de uma
terceira energia, de acordo com seu momento evolutivo.
Assim, há Sete tipos principais de seres humanos, cada um com seus evidentes
atributos e qualidades naturais. Como já o exposto anteriormente, cada Espírito traz em
si os “germes” que deve desenvolver para conquistar a Perfeição; é um ser divino
devido Sua origem, e nele estão ocultos todos os poderes do Pai, latentes, em vez de
manifestos e ativos.
Cabe-lhe, dentro da senda da evolução estabelecida pela Onisciência, despertálos gradualmente, através das diferentes correntes de energia, até que alcance grau de
evolução tal, que retorne à sua Energia original, completando sua Perfeição.
Neste processo, os poderes ocultos serão despertados gradualmente por uma
sucessão de impactos externos, uma vez que é da vida vibrar em resposta a vibrações
que agem sobre ela. Como todas as possibilidades de vibrações existem no ser,
quaisquer vibrações que o afetem, despertar-lhe-á o poder vibratório correspondente.
Toda unidade da raça humana está, quando na matéria, sob a regência de algum
dos Sete Raios; portanto, alguma cor predominará e algum som será emitido, em
diferentes matizes e sonoridade. Logo, toda matéria soa, pulsa e tem sua própria cor
particular. Conseqüentemente, cada ser emitindo seu som específico e expressando sua
coloração, a somatória de ambos, cor e som, é a indicação de uma medida que é
especificamente seu.
Outro aspecto a se considerar, é que cada corrente de energia define
determinadas características físicas (Corpos Etérico e Físico) e induz a determinadas
qualidades dos Corpos Emocional e Mental que predominarão durante uma existência.
Por essa razão, algumas pessoas têm facilidade para determinadas áreas do
raciocínio e atitudes mentais, quando sob a influência de determinada corrente de
energia que, para outras sob a ação de outra corrente, são difíceis.
A Fisiologia da Alma
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Uma determinada energia predispõe o homem a determinadas tendências
virtuosas e fraquezas, constituindo seu princípio de limitação. A forma de se relacionar
com seus semelhantes, assim como suas reações diante dos acontecimentos da vida é
governada pela energia atuante.
1º Raio – Da Vontade ou Poder – Devido à sua potência, se atuasse sozinha,
sem Sabedoria e Amor, seria uma Energia desintegradora, porém, pela sua inter-relação
com as outras duas, torna-se uma Energia criativa e governante. Quando de sua criação,
caracteriza um homem de vontade muito forte, um líder nato em qualquer esfera de
atuação. Quando esta característica é direcionada para o Bem, observamos uma pessoa
extremamente confiável, protetora dos fracos e oprimidos, independente das
conseqüências ou repercussões. Em caso contrário, produzirá um homem de imensa
crueldade e frieza. É cauteloso na expressão de seus sentimentos, e apaixonado por
fortes contrastes, seja de cores, tons, ou outras formas de expressão.
2º Raio – Amor e Sabedoria – é chamado de Sabedoria, pelo seu desejo ímpar
do Conhecimento puro e da Verdade absoluta, um sentimento frio e egoísta quando sem
Amor, e inativo quando sem Poder. Quando ambos estão presentes, tem-se a Energia de
todos os grandes instrutores da humanidade, como o Buda, por exemplo; é o Raio dos
que se consomem em distribuir a Sabedoria adquirida em prol de seus irmãos.
Um homem de sua origem está sempre insatisfeito com suas conquista,
independente do conhecimento já alcançado; extremamente perspicaz, apresenta grande
sensibilidade em relacionamentos e antevisão dos fatos. Mais lento que a Energia da
Vontade que se atira aos empreendimentos de qualquer natureza pelo impulso que lhe
caracteriza, é prudente e planejador, além de grande Instrutor, desenvolvendo-se muito
bem em todas as áreas que envolvem ensino e relacionamentos.
Seu aspecto negativo se expressa pelo egocentrismo, buscando o Conhecimento
para si próprio, indiferente das necessidades de seus irmãos; extremamente desconfiado,
conduz-se com extrema frieza e calma diante de qualquer fato que possa envolver os
demais e não a si próprio.
3º Raio – Inteligência Ativa – caracteriza o homem que busca o pensamento
abstrato, do filósofo e do metafísico; sua capacidade de elevar seus pensamentos a
esferas incomuns, é capaz de captar a essência da Verdade. É um sonhador e um teórico,
mas, pela sua amplitude de visão, abarca todos os aspectos de uma questão com igual
A Fisiologia da Alma
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clareza. Sem a ação sinérgica de outras energias tende a ser muito teórico e pouco
prático.
4º Raio – Da Harmonia e Beleza – é a “Energia ou Raio da luta”, devido à
presença dos opostos, dos contrastes, da atividade e inércia (Rajas e Tamas), em
igualdade de forças, gerando conflito e dor.
Inércia, ou Tamas, induz o homem a buscar o lazer e o prazer, a uma indolência
e procrastinação, de não pensar no dia de amanhã e deixar as coisas seguirem seu curso,
sem qualquer intervenção, a uma sensibilidade imoral.
Atividade, ou Rajas, é uma vibração ardente, agitada e impaciente, sempre
apressada na ação. É a energia dos ímpetos audazes, indiferentes aos riscos que possam
advir para si e seus semelhantes.
Este Raio caracteriza o sofista ou o herói. Essas características tornam a vida do
homem uma luta perene e sem descanso. De infortúnios e fracassos, superados pela
recuperação brilhante dos reveses e quedas, é o que lhe permite uma evolução bela e
rápida, comparada com os demais, desde que alcance o devido equilíbrio.
É a Energia das cores, a se expressar nas Artes, roupas ou decorações; na música
suas composições são cheias de melodia e, na literatura, costuma apresentar escritores
ou poetas brilhantes, com laivos de tristeza e pessimismo. Caracteriza um homem
agradável, mas de difícil convívio por suas contradições; costuma ser eloqüente e
alegra, associado a períodos de introspecção sombrias, decorrentes de seu humor lábil.
5º Raio – Do Conhecimento Concreto – também conhecido como o Raio da
Mente Inferior, é a Energia da Ciência e da pesquisa.
O homem sob sua influência é de intelecto apurado, de incansáveis esforços para
alcançar seu objetivo, baseado na teoria estipulada. Avesso aos elogios, é um
profissional organizado e pontual. É a Energia do grande químico, físico, engenheiro ou
cirurgião e, no futuro, dos pesquisadores da eletricidade e suas aplicações.
6º Raio – Da Devoção – o homem sob sua influência é cheio impulsos
emocionais ou de religiosidade, porém, inconstantes e não uniformes. Em sua
afetividade, caminha pelos extremos, levando seus afetos a mais alta conceituação,
assim como seus desafetos. Apaixona-se não pelos méritos da pessoa, mas
exclusivamente pela empatia, transformando seus afetos em ídolos e objetos de
adoração, e seus antipáticos em inimigos mortais. Seu afeto devocional se estende as
pessoas, objetos concretos ou abstratos, ou mesmo uma causa qualquer.
A Fisiologia da Alma
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Esse tipo de homem necessita de algo, ou uma Deidade, para adorar e se
espelhar. Em sua expressão positiva, encontramos os “Santos” ou os mártires, porém, na
negativa, os fanáticos e obstinados, ou mesmo inquisidores típicos. Apresenta uma
labilidade emocional que vai da ternura e gentileza à fúria e ódio ardente. Dá sua vida
por aquilo que devota, mas é totalmente insensível à dor de quem não participa de
círculo de afetos. Costuma ser um grande orador ou pregador.
7º Raio – Da Organização e Ritual – é a Energia da Perfeição e da Ordem. O
homem sob sua influência costuma ser extremamente zeloso, até ao extremo dos
menores detalhes; é o Raio da forma, gerando grandes escultores ou desenhistas. Induz
uma polidez e cautela extrema, criando pessoas que buscam a fazer a coisa certa e dizer
a palavra certa no momento certo, o que lhe traduz grande sucesso social.
Sua influência negativa se expressa pela superstição, profundo interesse em
sonhos e em práticas ocultistas escusas, ou mesmo fenomenologias espiritualistas
suspeitas.
Qual a importância destas informações?
Todo ser em evolução deverá desenvolver as qualidades pertinentes a cada corrente
de energia para alcançar a Perfeição, conceituadas como as Sete Virtudes. Obviamente,
cada corrente também o predispõe a determinada fraqueza, ou os Sete Pecados, que o
obriga a desenvolver-se nos diferentes Corpos da Personalidade para sua neutralização.
(vide resumo - Virtudes e Defeitos das Sete Correntes de Energia ou Sete Raios)
É nesta luta, diante das dificuldades que lhe são interpostas, estimulados pelas
qualidades de cada linha de energia, assim como superando as fraquezas que lhes
caracterizam, que o Ego, entre acertos e erros, conquista sua evolução. Nos momentos
de sucumbência ou de prevalência das fraquezas, é que as distonias ou distúrbios
vibratórios se apresentam, gerando os desequilíbrios de energia e seus reflexos doentios
no Corpo Físico.
Quando a Ciência aprender a identificar e codificar a freqüência das correntes
vibratórias universais, assim como a própria de cada Espírito e de sua Alma, a se
expressar no Homem Bioenergético, poderá, desde que desenvolva terapias com
condições para tal, corrigir as dissonâncias vibratórias expressas no Corpo Físico como
Doenças, além de uma nova visão psicológica e/ou psiquiátrica.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Virtudes e Defeitos das Sete Correntes de Energia ou Sete Raios
Adaptado de Alice A. Bailey – Psicologia Esotérica – Volume I
Raio ou
Corrente de
Energia
I
Vontade
II
Amor/Sabedoria
III
Inteligência
IV
Harmonia/Beleza
V
Conhecimento
VI
Devoção
VII
Organização/Ritual
Virtudes
Defeitos
Virtudes a Adquirir
Força, coragem, tenacidade,
Veracidade originada de absoluto
destemor, Poder de Governar,
Capacidade de assimilar grandes
questões com amplitude mental e
de manipular homens e medidas.
Orgulho, Ambição,
Obstinação, Dureza,
Arrogância, Desejo de
controlar os outros, Teimosia,
Raiva.
Ternura, Humildade,
Simpatia, Tolerância,
Paciência.
Calma, Força, Paciência e
Resistência, Amor à Verdade,
Fidelidade, Intuição, Inteligência
Clara e Temperamento Sereno.
Absorção excessiva no
estudo, Frieza, Indiferença
em relação aos outros, Rancor
pelas limitações mentais
alheias.
Visão ampla em relação a todas as
questões abstratas, Sinceridade de
propósitos, Intelecto claro,
Capacidade de concentração em
estudos filosóficos, Paciência,
Cuidado, Ausência de tendência
de incomodar a si mesmo e aos
outros por ninharias.
Orgulho intelectual, Frieza,
Isolamento, Incúria nos
detalhes, Distração,
Obstinação, Egoísmo,
Espírito Crítico exagerado em
relação aos outros.
Afeições fortes, Simpatia,
Coragem Física, Generosidade,
Devoção, Rapidez de Intelecto e
de percepção.
Egocentrismo, Preocupação,
Incúria, Falta de coragem
Moral, Paixões fortes,
Indolência, Extravagância.
Afirmações absolutamente
acuradas, Justiça (sem clemência),
Perseverança, Senso Comum,
Probidade, Independência,
Intelecto Agudo.
Devoção, Simplicidade, Amor,
Ternura, Intuição, Lealdade,
Reverência.
Força, Perseverança, Coragem,
Cuidado extremo com detalhes,
Auto-suficiência, Cortesia.
Espírito crítico grosseiro,
Arrogância, Temperamento
implacável, Falta de
Simpatia, Irreverência,
Preconceito.
Amor, Compaixão,
Altruísmo, Energia.
Simpatia, Tolerância,
Devoção, Acurácia,
Energia e Senso
Comum.
Serenidade, Confiança,
Autocontrole, Pureza,
Altruísmo, Acurácia,
Equilíbrio Mental e
Moral.
Reverência, Devoção,
Simpatia, Amor,
Amplitude Mental.
Amor possessivo, Ciúmes,
Dependência excessiva dos
outros, Parcialidade,
Sectarismo, Superstição,
Preconceito, Conclusões
rápidas, Raiva feroz.
Força, Auto-Sacrifício,
Pureza, Veracidade,
Tolerância, Serenidade,
Equilíbrio, e Senso
Comum.
Formalismo, Fanatismo,
Orgulho, Julgamentos
superficiais, Indulgência
excessiva com si mesmo.
Percepção da Unidade,
Amplitude Mental,
Tolerância, Suavidade e
Amor.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Observou-se até o momento que, na proposta esotérica, a Tríplice Manifestação
Divina produz, naturalmente, um Setenário, graças às suas próprias relações internas,
porquanto Três fatores podem agrupar-se de Sete maneiras, e não mais.
Existe no Universo um elemento primordial esparso pelo Éter, a partícula
“primeva” (que estudaremos mais a frente) que, sob a ação do Criador, permite toda e
qualquer expressão da matéria, seja em qual densidade ou dimensão for.
Esta partícula apresenta em si, três qualidades: inércia, mobilidade e ritmo.
Quando sob a ação Divina, temos, de imediato, a possibilidade da formação de
Sete grupos, pois, em qualquer átomo, ou grupo de átomos, uma destas qualidades pode
estar mais energizada que as demais, predominando. Portanto, em um grupo
predominará a inércia, em outro a mobilidade, e no terceiro o ritmo.
Ao todo, obtêm-se Sete grupos: seis subdivisões dos três e uma sétima (a
Energia ou Raio Sintetizador), onde as três qualidades agem igualmente e, na verdade,
estas variedades servem simplesmente para assinalar, em cada tríade, a predominância
de uma qualidade.
Destas qualidades surgem os conhecidos “tipos” classificados segundo a
qualidade predominante: o grupo rítmico, móvel ou inerte (em sânscrito: “sátvico”,
“rajásico” e “tamásico”). Desta forma teremos alimentos, animais, homens, etc, com
qualidades - “sátivicas”, “rajásicas” ou “tamásicas” – rítmicas, móveis ou inertes.
Os ocultistas consideram que todas as coisas do universo podem ser
consideradas como agrupamentos destes Sete tópicos. Em cada corrente haveria Sete
subdivisões primárias, conforme o tipo de matéria em questão e, nestas, outras
subdivisões secundárias, conforme as proporções das qualidades presentes em cada tipo,
e assim por diante, em inumeráveis variações.
É suficiente saber, no entanto, que há Sete tipos de consciência e, em cada uma
delas, encontramos Sete tipos de combinações materiais. Daí deriva os diferentes
“Temperamentos” acima assinalados.
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A Gênese dos Diferentes Corpos – do Espírito à Matéria
Outra pergunta a ser respondida, é como o Espírito edifica seus corpos?
Nos estudos esotérico-orientais podem-se encontrar inúmeras referências sobre o
assunto em diferentes fontes, seja em Tratados antigos ou mesmo na literatura mais
atual. Podemos estudá-lo nos textos indianos, budistas e Iogues, com diferentes
abordagens, porém todos com a mesma essência.
Helena Blavatsky, Charles Leadbeater, Alice Bailey e outros autores, próximos à
época atual, expressam as mesmas verdades indiano-orientais em uma linguagem mais
atualizada e ocidental. Buscar-se-á demonstrar também, textos similares encontrados
nas obras de Allan Kardec e nas psicografadas por Francisco Candido Xavier.
Na bibliografia esotérica referida, o livro que aborda o tema de forma mais
simples e acessível aos iniciantes, é o “A Gnose Cristã”, de Charles W. Leadbeater.
Necessário se faz destacar que o tema da “Criação” que se buscará demonstrar, é
uma síntese que, por si só, não pode representar todos os detalhes que o assunto
abrange, e tampouco existe a pretensão de se esgotar o assunto.
Deixa-se aos estudiosos a liberdade á pesquisa pessoal, com a finalidade de
ampliá-lo e auxiliá-los na edificação de suas próprias conclusões.
Criação do Espírito - A proposta da criação do Espírito, ou Mônada, é comum
em todas as fontes, com sua origem no Criador. São, no entanto, os esotéricos, mais
ricos em informações.
São os Filhos, voltados à perpetuidade, oriundos dos primórdios de uma idade
criadora e do Seio do Pai e que ainda não foram “aperfeiçoadas pelo sofrimento”
[Hebreus, II: 10]; cada um deles é, verdadeiramente, “igual ao Pai no tocante à
Divindade, mas inferior a Ele, no tocante à sua humanidade” [Credo Atanasiano] e
todos se projetarão na matéria para que todas as coisas lhes sejam sujeitas; serão
“semeados na fraqueza” [Coríntios I, XV: 28] para “ressuscitarem com vigor”
[Coríntios I, XV: 43], de Deuses estáticos, encobrindo todas as potencialidades divinas,
tornar-se-ão Deuses dinâmicos, revelando todos os poderes divinos; onisciente e
onipresente em seu próprio Segundo Plano, mas inconsciente e insensível nos demais,
velará sua glória na Matéria que o cega para tornar-se onisciente e onipresente em
todos os planos, apto a responder a todas as vibrações divinas do universo, em lugar de
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responder apenas às que existe no Plano mais elevado. (Annie Besant - “Um Estudo
sobre a Consciência – Uma Contribuição à Psicologia” – capítulo 2 – As Mônadas)
Esotericamente, têm os Espíritos sua origem na Primeira manifestação do seu
Criador, do Um, da Sua Vontade, como pequenas fagulhas de uma Grande Chama; são
individuais e envoltas por uma delgadíssima película de matéria etérica, tão sutil que,
embora dê uma forma separada a cada vida, nem por isso impede a livre
intercomunicação com as vidas similares que a cercam. A vontade do Um é também a
vontade de todas elas, mas essa vontade somente terá vida separada no Seu universo
futuro.
Imagem semelhante sobre a forma das Mônadas é encontrada na questão 88 de
“O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec: “Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é,
se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea”. No entanto, sobre sua
origem, não há outros detalhes.
Em um novo momento, agora sob a ação da energia da Segunda manifestação
do seu Criador, da Energia do Amor e Sabedoria, agora Dois, sofrem uma mutação,
individualizando-se de forma mais ostensiva, ainda que não totalmente, das demais
fagulhas que com ela surgiram.
Com o trabalho da Terceira energia do Pai, da Inteligência Ativa, agora o Três,
advêm-lhe a individualidade espiritual ou separatividade definitiva.
No entanto, em capítulo anterior, demonstrou-se que o Criador, após a
manifestação inicial das Três Energias principais, elas se desdobram em outras Quatro,
completando-se, assim, as Sete correntes de Energias Divinas.
Cada Corrente Vibratória, por sua vez, se compõe das Sete Essências para que
também sejam perfeitas e para que o cumprimento de seus objetivos seja perfeito.
Assim, cada uma das Sete energias reproduz outras Sete novas de colorações
semelhantes às anteriores, mas que ficam sob sua regência específica. Com isso,
completa-se um total de Quarenta e Nove correntes de Energias (Sete x Sete), que
trabalham na organização Universal em seus diferentes planos vibratórios.
Na verdade, as Sete Energias são simples manifestações de um Deus único, e as
Mônadas podem ter sua evolução em qualquer um dos Sete Raios, razão pela qual se
pode afirmar com segurança que somos todos Seus filhos, criados à Sua imagem.
Nesse período, não há, ainda, consciência plena desta individualidade, mas sob a
ação de Grandes Seres, denominados nos textos antigos como Ordens Criadoras, a
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Mônada desperta deste “sono introspectivo”, surgindo para a vida exterior com noção
do “Eu” e dos “Outros”, e também para sua evolução. Inicia-se a “Consciência” de sua
existência.
Planos de Evolução – Também é uníssona a informação de que a Matéria é um
caminho de evolução, e será neste campo que o Espírito que assim optar, deverá
desenvolver-se a caminho da Luz.
Na visão esotérica a Matéria, no Universo e/ou nos diferentes sistemas solares,
existe em Sete planos, a saber:
1. Divino ou Adi
Planos Espirituais
Planos onde ocorre apenas a Manifestação Divina
2. Monádico ou Anupadaka
3. Do Poder ou Átmico;
Planos Espirituais
Prossegue a evolução do Homem após a
4. Sabedoria ou Budico;
5. Mental ou Manásico (Causal)
6. Astral ou Emocional;
7. Físico – Físico e Etérico;
Ia Grande Iniciação
Planos Físicos
Onde se processa a evolução normal da Humanidade
Mineral, Vegetal, Animal e Homem
Existem, Sete diferentes Planos na Natureza, que são conhecidos, também, como
“Mundos” ou “Céus”. Encontram-se referências bíblicas a estes mundos superiores,
como a de Paulo, por exemplo, em Coríntios II 12:2, que refere ter sido arrebatado ao
Terceiro Céu, demonstrando, desta forma, pelo apóstolo, o conhecimento de três
estados mais elevados que o Físico.
Dos Sete, os três últimos planos, o Físico (Fisco e Etérico), o Astral e o Mental,
são os objetos do presente estudo em função do Homem Bioenergético, mas, na
verdade, é nos cinco planos iniciais onde ocorre a evolução plena da “Consciência”,
ponto em que o Homem rompe o ciclo das encarnações, libertando-se da “carne”.
A Fisiologia da Alma
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O Primeiro e o Segundo plano, os mais elevados, representam a esfera de
atividade Divina, que cerca e envolve tudo, e de onde promanam todas as energias que
dão vida e amparo ao sistema inteiro.
Segundo as Antigas Escrituras, Adi ou Plano do Criador, é onde tudo se inicia
desde um Sistema Solar a um Universo, e o Plano Anupadaka é o plano da origem das
Mônadas.
Ainda que este ensaio se restrinja aos três Planos Materiais ou Físicos, faz-se
necessário uma rápida abordagem dos demais para a ideal compreensão da manifestação
do Espírito no Homem-Matéria que conhecemos, e de sua constituição Setenária já
exposta nos capítulos anteriores. Desta forma, poder-se-á melhor compreender as causas
transcendentais das Doenças.
O grande espaço existente entre todas as galáxias, sistemas solares, ou no
Universo em si, é conhecido como Éter, ou o “Grande Vazio”. Este vazio, já
questionado pela Ciência atual como tal, é, na proposta esotérica, o grande depósito de
matéria original, da partícula primeva, matéria inerte da qual tudo se constitui no
Universo em diferentes combinações moleculares. É o grande mar de matéria virgem,
intocada, sobre a qual a terceira Energia Divina – da Inteligência Ativa - edifica o
mundo material que conhecemos, assim como todos os demais planos acima citados.
Vida é movimento, e a vida do Logos Solar [Criador] - Seu Sopro, como é
chamado poeticamente -, tocando a matéria quiescente, imprime às qualidades uma
condição de equilíbrio instável e, portanto, de contínua mobilidade mútua. Durante o
período de vida de um Universo, a matéria vive em perpétua mobilidade interna. Diz
Helena Blavatsky [Doutrina Secreta – Cosmogênese]: “Fohat fortalece e dispersa os
Sete Irmãos... dota de carga elétrica vital e separa em átomos a substância primordial,
ou matéria pré-genética”. (Annie Besant – ibidem – A Preparação do Campo)
Sob a ação desta Energia criam-se os diferentes “átomos” que irão compor os
diferentes planos espirituais e materiais, de forma descendente, com suas características
e energias peculiares. Dimensiona-os e os limita em seus níveis vibratórios e eixos de
crescimento, ou “medidas”, e em suas respectivas subdivisões, de acordo com Sua
Sabedoria.
Cada Plano, com suas subdivisões, se compõem de Sete subníveis vibratórios,
sendo, como já expresso em capítulo anterior, o “átomo” mais etérico do Plano Físico
A Fisiologia da Alma
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ou Material, é o mais denso do Plano Astral, e assim, sucessivamente até o Plano
Divino.
Através de Sua vitalidade, os “átomos”, que eram todos similares e
eqüidistantes, são despertos para novos poderes de atração e repulsão, formando
agregações e combinações de todos os tipos e permitindo a existência das subdivisões
inferiores de cada nível, até obter-se, em plena atividade, toda a complexidade dos
Quarenta e Nove subplanos de nosso sistema.
Estes “átomos” elementares não são os átomos da química moderna; os
“átomos” elementares se agregam em grupos típicos sucessivos, sob o impulso da
Vontade Divina, formando diferentes estados de matéria, e o átomo químico que
conhecemos, é um composto mais complexo deste “átomo” elementar, expresso no
plano material em que vivemos. Não há uma denominação específica para esta partícula
na Ciência atual, ainda.
Resposta semelhante obteve Allan Kardec em seu questionamento sobre a
formação da matéria: De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples
não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva. São
modificações que as moléculas elementares sofrem, por efeito de sua união, em certas
circunstâncias. (O Livro dos Espíritos – perguntas 30 e 31)
A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais
de todos os universos que estadeiam suas magnificências diante da eternidade. Ela é a
mãe fecunda de todas as coisas, a primeira avó e, sobretudo, a eterna geratriz.
Absolutamente não desapareceu essa substância donde provêm as esferas siderais; não
morreu essa potência, pois que, ainda, incessantemente, dá a luz novas criações dos
mundos que se apagam no livro eterno.
A substância etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde pelos espaços
interplanetários; esse fluído cósmico que enche o mundo, mais ou menos rarefeito, nas
regiões imensas, opulentas de aglomerações de estrelas; mais ou menos condensados
onde o céu astral ainda não brilha; mais ou menos modificado por diversas
combinações, de acordo com as localidades da extensão, nada mais é do que a
substância primitiva onde residem as forças universais, donde a Natureza há tirado
todas as coisas. (Gênese – capítulo VI – A Criação Universal)
A Fisiologia da Alma
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Os pesquisadores teosofistas descrevem esta molécula ou átomo elementar como
minúsculas bolhas de pequenez infinitesimal, e que quatorze bilhões deles compõe um
“átomo” físico ultérrimo.
Na proposta esotérica, o Criador, cercando-se de matéria primeva inerte, insuflalhe Sua própria vida, assim como determina seus limites de Seu Universo, ou Galáxia,
ou Sistema Solar, criando o Primeiro Plano, o Plano Divino ou Adi.
Alguns deles continuam “átomos”; outros se juntam para formar “moléculas”;
as “moléculas” se associam em combinações mais complexas, e assim por diante, até
que seis subplanos abaixo do “atômico” sejam formados. Agora, é a vez da formação
dos “átomos” do segundo plano. Fixados sua medida e eixos de crescimento, como
descrito acima, alguns “átomos” de Adi, ou Primeiro Plano, se revestem de uma
combinação de seu próprio plano inferior (Ibidem – Espírito-Matéria), dando a origem
ao Segundo Plano, Plano Monádico ou Anupadaka. E assim, desta forma,
sucessivamente, em composições “atômicas” ou moleculares progressivas, os demais
Planos são formados.
Ao alcançar o Plano Físico que se conhece, o Criador tendo vitalizado a Matéria
nas diferentes dimensões, através da Energia da Inteligência Ativa, concluiu o campo de
provas onde o Espírito, deverá efetivar sua evolução, dentro da Lei do Renascimento,
ou Reencarnação. Essa ação vivificante exercida da Matéria pela Terceira Energia, do
Plano Divino ao Físico, é conhecida pelos esotéricos como Primeira Ronda ou Primeira
Efusão.
Ao alcançar o plano mais denso da matéria, em um caminho linear de descida,
esta energia, que também é conhecida como Kundalini - a “Serpente Adormecida”, Ela
deverá retornar de forma similar ao plano superior de origem, auxiliando o “Viajante do
Tempo” em diferentes momentos e de diferentes formas na sua libertação do “Ciclo do
Renascimento”.
Importante lembrar que a disposição dos diferentes Planos é didática, pois eles
se interpenetram, e que os subplanos correspondentes se relacionam diretamente entre
si, não estando, de fato, mutuamente separados por camadas intermediárias das mais
densas. São apenas diferentes faixas de Uma mesma fonte vibratória. Tomemos como
exemplo uma bebida gaseificada: nela temos a forma líquida e gasosa ocupando o
mesmo espaço. Se adicionarmos açúcar, teremos substância sólida, líquida e gasosa
ocupando o mesmo espaço.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Allan Kardec, por sua vez, também identifica a ação da Energia Divina, ou
Primeira Efusão, mas sob a óptica espírita:
Dizemos que as plantas e os animais são formados dos mesmos princípios
constituintes dos minerais, falando em sentido exclusivamente material, pois que aqui
apenas do corpo se trata.
Sem falar do princípio inteligente, que é a questão à parte, há, na matéria
orgânica, um princípio especial, inapreensível e que ainda não pode ser definido: o
Princípio Vital. Ativo nos ser vivente, esse princípio se acha extinto nos ser morto;
mas, nem por isso deixa de dar à substância propriedades que a distinguem das
substâncias inorgânicas. A Química, que decompõe e recompõe a maior parte dos
corpos inorgânicos, também conseguiu decompor os corpos orgânicos, porém jamais
chegou a reconstituir, sequer, uma folha morta, prova evidente de que há nestes
últimos, o que quer que seja, inexistente nos outros. (...) Seja, porém, qual for a opinião
que se tenha sobre a natureza do Princípio Vital, o certo é que ele existe, pois que se
lhe apreciam os efeitos. (Gênese - Capítulo X - Princípio Vital)
A Mônada na Matéria – Quando o campo quíntuplo está pronto, quando os
cinco Planos [abaixo do Monádico], cada qual com seus Sete subplanos, têm sua
constituição primária completada, então começa a atividade do Segundo Logos [a
Segunda Energia do Criador manifesta], o construtor e Preservador das formas. Diz-se
dessa atividade que é a Segunda Onda de Vida, o derrame da Sabedoria e do Amor:
Sabedoria, força direta, necessária à organização e à evolução das formas; Amor,
força de atração, necessária à coesão estável de todos esses complexos. Quando o
grande fluxo de vida Logóica [Criadora] se despeja sobre o quíntuplo campo de
manifestação, faz avançar as Mônadas, as Unidades de Consciência, prontas para
encetar sua tarefa evolutiva, a se revestir de Matéria. (Annie Besant – Um Estudo
sobre a Consciência – capítulo III – O Povoamento do Campo)
O trabalho desta Segunda energia é também denominado de Segunda Ronda ou
Segunda Efusão Divina.
Lenta e firmemente, esta poderosa força jorra em grandes ondas descendentes
para os diversos Planos, dando à matéria vitalizada poderes adicionais de combinação,
extraindo para si formas ou corpos a partir dessa matéria. O tempo aqui é imensurável,
mas sabe-se que estas ondas alcançam os Sete reinos da Natureza.
A Fisiologia da Alma
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Ao alcançar o nível mais inferior de seu curso, em trajetória elíptica, volta-se
para iniciar seu grande retorno ascendente em direção à Divindade, infiltrando-se,
progressivamente, no Reino Mineral, Vegetal e Animal, até alcançar o Reino Hominal,
onde, então, em determinado momento, se encontrará com a ação da Primeira Energia
Divina, ou da Vontade.
A explicação usada para a devida compreensão da ação destas Energias Divinas,
ou Raios, também é didática, pois Elas correspondem a diferentes ações do Criador que
ocorrem simultâneas. Em um ser humano, por exemplo, enquanto o Homem pensa e
trabalha, neste mesmo instante seu coração bomba sangue para as diferentes regiões
corpóreas e os pulmões trabalha na oxigenação do sangue. São diferentes funções, com
ações distintas e simultâneas, de um mesmo corpo em atividade, em harmonia com o
todo.
Quando o Espírito anima a Matéria, ele atravessa primeiro as camadas mais
refinadas dos Planos Superiores, e vai, gradualmente, energizando a Matéria de
densidade maior, nos níveis mais inferiores. A este processo, denomina-se de “descida”
da Mônada, porque se trata de sua aproximação à Matéria do Plano Físico. Neste
caminho descendente, ele imerge até alcançar o Reino Mineral.
O caminho de retorno, ou ascendente, se inicia nos minerais, onde o Espírito
aprende seus primeiros passos no domínio dos elementos, iniciando uma longa jornada
em busca da independência plena, onde eras deverão passar. Como o vimos em capítulo
anterior “A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito”, segue sua evolução galgando
lentamente o reino vegetal e animal, desenvolvendo seus Corpos de Matéria mais densa
e despertando seus poderes latentes nas diferentes experiências físicas, buscando a
conquista da Razão.
Quando o Espírito armazenou experiência suficiente e encontra-se preparado
para sua elevação ao reino hominal, e conseqüente desenvolvimento de seu Corpo
Mental, faz-se necessária a presença da Primeira Energia Divina Criadora, ou da
Vontade, para que o processo se conclua. Neste momento têm início a Terceira Ronda
ou Terceira Grande Efusão Divina, e o Espírito, ou Mônada, plenamente independente e
“consciente”, passa, lentamente, a assumir a gerência de seu próprio destino.
Allan Kardec e a Evolução do Espírito a partir dos Reinos Inferiores – No
Livro “A Gênese”, no capítulo XI “Gênese Espiritual”, discorrendo sobre a
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possibilidade da origem evolutiva do Espírito através dos Reinos Vegetal e Animal, o
Codificador Espírita deixa o assunto em aberto, com o seguinte posicionamento, já
referido anteriormente:
Tomando-se a Humanidade no grau mais ínfimo da escala espiritual, como se
encontra entre nós os mais atrasados selvagens, perguntar-se-á se é aí o ponto inicial
da Alma humana?
Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do
princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da
animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas
primeiras faculdades. Esse seria para ela, por assim dizer, o período de incubação.
Chegado ao grau de desenvolvimento que esse estado comporta, ela recebe as
faculdades especiais que constituem a Alma humana. Haveria assim, filiação espiritual
do animal para o Homem, como há filiação corporal.
E, após tecer considerações positivas a esta proposição, conclui suas
ponderações: Mas, este sistema levanta múltiplas questões, cujos prós e contras não são
oportunos discutir aqui, como não o é o exame das diferentes hipóteses que se tem
formulado sobre o assunto. Sem, pois, pesquisarmos a origem do Espírito, sem
procurarmos conhecer as fieiras pelas quais haja ele, porventura, passado, tomamo-lo
ao entrar na Humanidade, no ponto em que, dotado de senso moral e de livrearbítrio, começa a pesar-lhe a responsabilidade de seus atos. [o grifo é nosso]
Observamos uma postura sóbria e coerente, ainda que distante da sua
característica investigativa que, inclusive, o levou a elaborar uma nova doutrina: a
Doutrina Espírita. Fez-se, no entanto, justificada sua opção no Capítulo VI –
Uranografia Geral - de “A Gênese”. Este capítulo foi elaborado a partir de
comunicações ditadas à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título
“Estudos Uronagráficos”, assinadas pelo Espírito de Galileu, tendo como médium
Camilo Flammarion (vide nota de rodapé), de onde foram extraídos os vários
“destaques” utilizados em diferentes momentos da elaboração deste tema. Estas
comunicações foram aceitas por Allan Kardec como necessário e suficiente para
representar a opinião espírita sobre os temas abordados, tanto que deram forma e
conteúdo ao texto do livro.
Analisando o texto, no entanto, no subitem “A Criação Universal”, parágrafo 19,
encontra-se interessante observação, similar à proposta esotérica da evolução da
A Fisiologia da Alma
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Mônada sob a ação da Segunda e Terceira Ronda acima descrita, ressalvada a cautela
expressa pelo Espírito comunicante:
Até aqui, porém, temos guardado silêncio sobre o mundo espiritual, que
também faz parte da Criação e cumpre seus destinos conforme as augustas prescrições
do Senhor. Acerca do modo da Criação dos Espíritos, entretanto, não posso ministrar
mais que um ensino muito restrito, em virtude da minha própria ignorância, e também
porque tenho ainda de calar-me no que concerne a certas questões, se bem já me haja
sido dado aprofundá-las. Aos que desejem religiosamente conhecer e se mostrem
humildes perante Deus, direi, rogando-lhes, todavia, que nenhum sistema prematuro
baseie nas minhas palavras, o seguinte: O Espírito não chega a receber a iluminação
divina, que lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção de
seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres
inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra de sua individualização.
Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo augusto,
o Espírito toma lugar no seio das humanidades. [os grifos são nossos]
Esta colocação nos permite deduzir que, atendendo à solicitação da Entidade
comunicante, nela se encontra o motivo pelo qual Allan Kardec, responsável e
disciplinado como era, deixou este complexo tema em aberto, por razões que somente
aos “Tutores Espirituais” que o assessoravam competia conhecer (porque tenho ainda
de calar-me no que concerne a certas questões...). Talvez não fosse oportuno e
tampouco o momento de se discutir tais questões no nascedouro da nova Doutrina,
perante a Ciência de sua época.
Proposta do Átomo Ultérrimo – Este
“átomo”,
o
menor
átomo
físico
material/etérico e apenas um deles, segundo
os pesquisadores teosofistas Annie Besant e
Charles W. Leadbeater, seria a somatória de
14 bilhões de partículas da matéria inerte
existente no universo, da qual se utiliza o
Criador
para
Seu
trabalho
no
Éter,
independente do Plano em que ele ocorra. Este
átomo ultérrimo pode ser positivo/ masculino, ou
Átomo Ultérrimo – Masculino e
Feminino
A Fisiologia da Alma
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negativo/ feminino dependendo da direção de seu spin rotatório.
São muito menores que os átomos químicos conhecidos. Exemplificam como
sendo o átomo químico do Hidrogênio, o mais leve dos elementos materiais conhecidos,
composto por 18 “átomos” ultérrimos. Um número maior, organizado de forma
diferente, dá origem ao átomo do Chumbo, ou da Prata, ou do Ouro, e assim por diante.
Segundo estes pesquisadores, é possível traçar uma linha de desenvolvimento distinta,
sem interrupção, nestes átomos químicos.
O “átomo” em si nada mais é do que a demonstração de uma força; o Criador
quis uma determinada forma, a que se denominou de “Átomo Ultérrimo”, e através do
esforço de Sua vontade, os 14 bilhões de partículas primevas se mantiveram sob uma
forma específica.
É uma estrutura em formato de coração, composta, aparentemente, de dez
conjuntos de “fios” organizados em espiral, dos quais três conjuntos são mais espessos
que os outros.
Sob observação, um “átomo ultérrimo” é visto como extremamente ativo, sendo
notados três movimentos em especial:
1. Ele gira com rapidez sobre seu eixo;
2. Move-se com rapidez ao redor de uma pequena órbita;
3. Expande-se e se contrai, pulsando como um coração.
Todos os elementos químicos são feitos de grupos destes “átomos ultérrimos”,
geometricamente organizados.
Esta é mais uma proposta para as pesquisas modernas. Esta descoberta foi
realizada através da clarividência transcendente e, pergunta-se: Não será possível
também fazê-lo com os modernos recursos de que já dispomos?
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
A Encarnação
Depois de vencidas todas as etapas evolutivas e estando Espírito independente e
“Consciente”, passa, lentamente, a assumir a gerência de seu próprio destino, ainda que
sob a assistência de outras entidades espirituais que auxiliam o Pai em Sua obra.
Quando ainda iniciante no uso da Razão, e incapaz de planejar plenamente suas
existências materiais futuras por falta de experiências e amadurecimento, a Mônada é
conduzida a um ciclo de reencarnações, necessárias à sua evolução, dentro de um
processo natural e automático, muitas vezes sem absoluto conhecimento do que lhe
ocorre.
Ela é, de fato, uma “centelha” do Fogo Criador, e possui, portanto, em si as mais
maravilhosas possibilidades divinas, embora, até o momento, sejam apenas germes que
precisam se desenvolver. E é na vida física que estes germes encontram maior
possibilidade de desenvolvimento.
A humanidade faz parte de um gigantesco movimento de Vida Divina em
direção à matéria. Há muito tempo atrás, passamos pelo nível mais inferior da curva
descendente e ascendemos ao outro lado da curva, no nível humano. Devemos subir
mais e mais para os níveis dos anjos, dos grandes Espíritos, níveis, por enquanto, além
de nosso alcance. (C. Leadbeater – “A Gnose Cristã” – capítulo quinto: O Método do
Progresso Humano)
Seres de adiantada evolução acompanham e assessoram seus irmãos mais novos,
conduzindo-os às diferentes etapas, ou vidas físicas, onde deverão passar por planejado
processo de despertamento de suas potencialidades.
“Descida” do Espírito à Alma - Como já demonstrado no estudo dos diferentes
Planos Espirituais, a Mônada reside no Plano de Sua criação, o Monádico ou
Anupadaka, muito além do alcance de nossa consciência, mas necessita imergir ou
“descer” ao Plano Físico para a aquisição das experiências de que carece.
À semelhança do Criador, traz em si, a tríplice expressão das Energias Divinas:
da Vontade, do Amor e Sabedoria e da Inteligência Ativa.
E será por esta tríplice expressão que irá se manifestar no Plano imediatamente
inferior ao da sua criação, o Plano do Poder ou Átmico, também conhecido como
Espiritual.
A Fisiologia da Alma
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Em movimento ainda mais descendente, e restringindo-se progressivamente,
ultrapassa o Plano da Sabedoria ou Budico, também conhecido como Intuicional, até
alcançar o Plano Mental ou Causal, também conhecido como Manásico, onde irá
constituir o que chamamos de Alma ou Ego no Homem.
E é a Alma, esta pequena parcela do Espírito, que transita de corpo em corpo em
diferentes encarnações, mantendo-se sempre no mesmo Plano, este bem inferior ao do
Monádico, mas muito superior ao Físico.
Da Alma ao Corpo Físico – Pela sua própria origem, a Alma traz em si, também a
tríplice manifestação do Espírito.
Para “assumir” um Corpo Físico, ele necessita antes, formar o Corpo Mental,
comumente denominado de “Mente”, e também o Corpo Astral, através do qual as emoções
deverão funcionar. Antes, porém, da formação do Corpo Físico, há a interferência de um novo
elemento na constituição do Corpo Etérico, correspondente ao Físico a se formar.
Deverá existir a intervenção de uma entidade superior, esotericamente
denominado de Elemental, que deverá auxiliar o Espírito reencarnante a compor seu
Corpo Etérico, o modelo vibratório sobre o qual deverão se compor todas as células do
futuro Corpo Físico, segundo o modelo fornecido pelos “Senhores do Karma”.
Assim, a moldagem do Corpo Físico é executada por uma autoridade superior à
sua; o corpo deve acatar as condições de raça, família e ambiente exigidas por seu
passado [o grifo é nosso]. Essa ação limitadora do Karma necessita de um veículo que
seja uma expressão parcial da consciência atuante – parcial não apenas devido à
emissão de energia a partir da rusticidade do próprio material, mas também às
limitações externas mencionadas. Grande parte de sua consciência, ainda que pronta
a exprimir-se no Plano Físico, deve assim ser excluída; apenas uma porção mínima
aparecerá no Plano Físico como consciência vigil. [Ibidem] (Annie Besant – “Um
Estudo Sobre a Consciência – Uma contribuição à Psicologia” – capítulo XI – A
Mônada em Ação)
Somente após assumir os veículos intermediários, Mental, Astral, e o Etérico
devidamente adequado à “Lei de Causa ou Efeito” ou “Lei do Karma”, poderá a Alma
iniciar a formação do futuro Corpo Físico e nascer no mundo físico.
André Luis, sob a óptica espírita, em “Evolução em Dois Mundos” (capítulo 19
– Alma e Reencarnação), informa que Institutos de escultura anatômica funcionam, por
A Fisiologia da Alma
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isso, no Plano Espiritual, brunindo formas diversas, de modo a orientar os mapas ou
prefigurações do serviço que aos reencarnantes competirá, mais tarde, atender.
Corpos, membros, órgãos, fibras e células são aí esboçados, antes que se
definam os primórdios da rematerialização terrestre, porque, nestes casos, em que a
Alma oscila entre méritos e deméritos a reencarnação permanece sob os auspícios de
autoridades e servidores da Justiça Espiritual que administra os recursos a cada
aprendiz da sublimação, de acordo com as obras edificantes que lhes constem do
currículo da existência.
Quando encarnado, Três Forças principais fluem pelos Sete Chakras, ou Centros
de Força, do Corpo Etérico ao Físico, sustentando-o em seu “tempo” de vida.
Desse modo, a Alma enclausurada, durante a encarnação, reflete-se
temporariamente em seus veículos inferiores que, juntos, constituem a “Personalidade”
do Homem.
Em resumo, a Alma, ou Ego, é uma expressão parcial do Espírito, ou Mônada
em planos inferiores, formada a fim de que possa entrar na evolução e retornar ao
Espírito com qualidades desenvolvidas pela experiência. Ela por sua vez, desloca para
baixo uma parte de si, em planos ainda mais inferiores, com o mesmo propósito,
constituindo o que se denomina de Personalidade.
Assim como a Alma é uma expressão imperfeita do Espírito, também a
Personalidade é uma expressão imperfeita da Alma, de tal sorte que, uma pessoa que
conhecemos é, na verdade, apenas um fragmento de um fragmento.
A Energia Divina – Além de “criados” por Deus, somos sustentados por Ele em
nossa evolução, por diversas Forças ou formas de Energias, todas oriundas de um ou
outro de Seus Três Aspectos: Vontade, Amor e Sabedoria e Inteligência Ativa.
As diferentes formas destas Forças – Luz, Calor, Eletricidade, além de outras
energias já desenvolvidas pela Ciência, parecem ser variantes, que sob determinadas
condições, podem ser transformadas umas nas outras. É o “Fluído Cósmico Universal”
de Allan Kardec.
A chamada “Força da Vida” surge na Segunda Efusão, ou ação da Energia do
Amor e Sabedoria, que ultrapassando o Plano Budico, desdobra-se como o princípio
Crístico que gradualmente se desdobra dentro da Alma do Homem.
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Outra Força distinta é a da Kundalini, ou Fogo Serpentino, emanante da Primeira
Efusão, ou ação da Energia da Inteligência Ativa, que vitalizou a matéria e agora se
encontra em seu caminho de volta, com importante papel na evolução de todos os
Corpos de todas as criaturas vivas.
Uma terceira Força é a “Prânica”, uma expressão do Primeiro Aspecto de Deus,
ou da Vontade, que jorra do Sol sob a forma de Prana, nas diferentes modalidades já
estudadas. A Vitalidade em si não é “vida”, mas extremamente necessária para a
manutenção da vida em uma forma física, com sua absorção pelo Chakra Esplênico.
No capítulo Energia Vital ou “Sopro da Vida” estas mesmas energias foram
tituladas pelo mestre Tibetano como “Energia do Fogo Espiritual”, da “Consciência
Sensorial” e “Prânica ou Vital”.
Padrão Vibratório X Evolução – Tudo no Universo é vibração. Ondas
vibratórias com espectros diferentes, ou diferentes faixas de vibração. A Luz é uma
vibração com determinada faixa de onda, assim como o Som, ou mesmo a própria
Matéria. O próprio Pensamento é uma vibração.
Há uma extensa gama de vibrações que se estende ao infinito, e é dentro de
freqüências vibratórias que todos os tipos de Matéria existem. Quando o Criador se
manifestou e deu origem ao primeiro Plano, com ele surgiu a primeira manifestação
vibratória, porém, em uma freqüência de onda, para nós, ainda inconcebível.
À medida que os Planos foram se “materializando” de uma forma mais
grosseira, surgiram outras diferentes freqüências de ondas vibratórias, agora mais lentas
e mais longas.
Convém lembrar que os Sete Planos se interpenetram e que a “Consciência”
significa o poder de resposta às vibrações de cada Plano. Um homem pode estar cônscio
no Plano Físico porque seu corpo foi organizado para receber e transmitir as vibrações
daquele plano, mas mostra-se inteiramente inconsciente aos demais, embora suas
vibrações o toquem, porquanto ainda não organizou convenientemente seus Corpos
superiores para este intercambio vibratório.
Como a Alma não-desenvolvida não consegue responder completamente às
vibrações mais elevadas, ela só se apercebe de uma pequena parte delas, normalmente
restritas ao seu Plano de desenvolvimento. Contudo, deverá aprender a responder às
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mais elevadas e o processo de que se utiliza, é nascer em um corpo Físico, onde deverá
aprender e desenvolver certas qualidades dentro de si.
Após breve período de tempo encarnado, retorna à vida espiritual, carregando
consigo as experiências adquiridas e, após determinado período de “descanso”, retorna a
um novo casulo de carne. Cada vida física produz certos resultados em função dos
embates ocorridos, que são transmutados em faculdades e poderes durante o tempo
intermediário entre a morte de um homem e sua próxima reencarnação, aumentando seu
poder vibratório, ou de percepção vibratória.
À medida que evolui, vida após vida, torna-se, progressivamente, apta a
responder a vibrações mais numerosas e elevadas, até alcançar o padrão vibratório de
sua própria morada – o Plano Monádico – plenamente desperta e completamente
responsiva a toda gama de vibrações dos diferentes planos.
É nesse processo que se desenvolve o Pensamento do Espírito. Nos fundamentos
da Criação vibra o Pensamento imensurável do Criador e sobre este plasma divino
vibra o pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força
mental em que os poderes do Espírito se manifestam. (...)
(...) da matéria mental dos seres criados, estudamos o pensamento de cada um
deles, a se graduarem nos mais diversos tipos de onda, desde os raios super-ultracurtos, em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda incessíveis
à nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e longas em que se
exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida
psíquica, ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios
descontínuos. (...) (André Luis – Mecanismos da Mediunidade – capítulo IV – Matéria
Mental)
É assim que se processa a “Evolução” do Espírito através da Reencarnação.
Lei de “Causa e Efeito”, uma Lei Justa e Perfeita - interessante proposta
encontra-se nas escrituras esotéricas quanto à Lei de “Causa e Efeito” ou “Lei do
Karma”.
Em Gálatas 6:7, encontramos “de Deus não se zomba” e que “o que o Homem
semear, isso também colherá”. Os textos esotérico-indianos fazem referência à
existência de quatro Grandes Seres, denominados de os “Quatro Devarajas” ou “ReisAnjos”, mencionados como os “Quatro Regentes da Terra” ou “Regentes dos Quatro
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Cantos do Globo”, os pontos cardeais. Alusão a eles são feitas pelo profeta Ezequiel e
por João evangelista, descritos como “Quatro Rodas de Fogo Vivo” repletas de olhos
por dentro, ou ainda como as “Quatro Criaturas ao redor do trono de Deus”.
Como se trata de assunto complexo e pouco usual, optou-se pela transcrição de
um texto de C. Leadbeater do livro “A Gnose Cristã”, onde aborda o tema com
maestria, evitando-se, desta forma, qualquer erro de interpretação.
Afirma o autor, que toda a nossa evolução é um estupendo problema
matemático, uma vasta equação a se resolver. (...) Nesta gigantesca soma, cada homem
é um pequeno cálculo subsidiário, uma parte diminuta, mas necessária desse todo
inconcebível, um único item nessa conta celeste colossal – infinitesimal em si mesmo e,
no entanto, indispensável á balança e à simetria desse tremendo total – e, portanto, a
ser tratado com o maior carinho e respeito, e trabalhado com meticulosa exatidão.
Sem dúvida, essa é uma visão um tanto mecânica, mas devemos observar que a
Lei do Karma é uma das grandes Leis da Natureza, que funciona assim,
mecanicamente, e que existe uma estreita analogia entre ela e a idéia da matemática.
Quando o Uno tornou-se muitos, quando o Logos [o Criador] derrama-se sobre a
Matéria, pode-se dizer que Ele exprime este prodigioso problema. Na verdade, Ele
produz um número quase infinito de colocações separadas que espalha em quantidades
crescentes, conforme o Universo avança; e todas elas influenciam-se mutuamente,
tomam emprestados fatores umas das outras, agem e reagem entre si mesmas, criando
complexidades cada vez maiores, até que todas as combinações e permutas possíveis
tenham sido feitas, até o atingimento da mais completa expressão. Esta é a Senda da
Exteriorização (Pravrittti Marga).
Quando ela [a Senda] tiver sido trilhada e seus resultados plenamente atingidos,
começa então a Senda de Retorno (Nivritti Marga) – o processo de simplificação e
solução. Cada uma das equações menores se auto-regula e se auto-anula; uma a uma,
estas são resgatadas à medida que o Homem alcança o Adeptado, até que, finalmente,
‘tudo’ seja retirado; o grande esforço chega ao fim, o Trabalho Oculto é realizado, e
nada é deixado nos Planos Inferiores.
É, portanto, dentro de um princípio matemático, preciso e infalível, onde todos
nossos pensamentos, palavras e ações são computados e valorizados numericamente, e
anexados, no Tempo e Espaço, ao “todo” da Obra Divina. Não pode haver números
negativos, e a positividade significa progresso. Em números negativos, ações são
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necessárias para que desapareçam e, desta forma, somos conduzidos a experiências
onde a negatividade deve se extinguir.
Ao findar uma vida, os Regentes analisam a pontuação alcançada em relação a
outras contas que rodeiam o Ser em questão; dos resultados desta análise decidem o tipo
de Corpo Físico que necessita, ou merece, e a quantidade de Karma que poderá resolver
na existência vindoura.
O desenho do futuro corpo é projetado em uma forma-pensamento, dentro do
qual, como que em um molde, será derramada a matéria do Corpo Etérico [a base
sobre a qual será formado o novo Corpo Físico]; o Karma prescrito apresenta-se como
um problema matemático a ser solucionado pela legião de agentes dos Lipikas [os
Quatro Regentes] nos diversos Planos, que têm de encontrar métodos adequados para
sua aplicação. A cada nascimento avança-se um pouco em direção à resolução do
problema maior, e alguns de seus fatores são solucionados, mas, nesse processo, novo
Karma é necessariamente gerado, e certos fatores novos são agregados, os quais, por
sua vez, precisarão ser resolvidos ou ajustados. (ibidem)
É aqui, nesse processo, que as Doenças Kármicas encontram sua origem.
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Doenças – Visão Transcendente
Com entender as Doenças?
No Corpo Físico, a doença é sempre representada pelo desequilíbrio de alguma
função, de um ou de vários sistemas da organização material, seja qual for o processo
ou agente etiológico.
No entanto, como interpretar esse desequilíbrio em uma visão transcendente?
Buscamos, até então, demonstrar que o Homem é a expressão materializada do
Ego em evolução, representando um conjunto de corpos que o transforma em um ser
Bioenergético.
No Universo tudo é energia, expressa de múltiplas formas. O Homem
Bioenergético não é exceção com seus veículos de manifestação, compostos por
unidades a que chamamos de átomos. Estes se mantêm unidos pela ação de energias
mais potentes e a mais importante do corpo humano é a Alma, que se expressa de duas
maneiras: por “coesão” e por “qualidade”.
A “coesão” é dominante nos estágios iniciais de seu desenvolvimento (reinos
mineral e vegetal), porém, com a presença de seus veículos de manifestação mais
desenvolvidos, a “qualidade” passa a assumir, vagarosamente, a predominância.
No desenvolvimento do ser, corpos se constituem e se desfazem, e torrentes de
energias passam e perpassam, enrolam-se e entrelaçam-se. Uma energia persistente,
contudo, flui para dois pontos principais no Homem físico: na cabeça e no coração.
Outras energias, tênues a princípio, mas com intensidade progressiva decorrente do
desenvolvimento, podem ser observadas também: Sete pequenos discos de luz, ou os
Centros de Força ou Chakras, que crescem em intensidade e força com a evolução. Eles
são as expressões da “qualidade”, através da consciência.
Na concepção espiritual, o Corpo Físico é energia condensada - uma conclusão
científica atual, onde já se demonstrou que luz e matéria são sinônimas - e ele recebe e
responde a impulsos provenientes de diferentes planos etéricos e de diferentes fontes.
Toda enfermidade é, segundo os estudiosos do Espírito, a resposta corretiva a
uma desarmonia entre o “aspecto forma” e o “aspecto vida” em suas inter-relações.
O Corpo Denso (Físico e Etérico), edificado com matéria sutil proveniente da
irradiação solar, do planeta e dos diversos reinos da natureza, além de intermediar os
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diferentes corpos do Ego nele residente, relaciona-se também, etericamente, com a
coletividade em que vive.
Neste fluxo e refluxo energético, quando por alguma razão ocorre um
desequilíbrio vibratório persistente, seja de origem interna ou externa, este,
inevitavelmente, irá refletir-se na organização celular material, via o Duplo Etérico,
dando origem ao que chamamos de “Doenças”.
Pode-se, portanto, encontrar enfermidades oriundas do planeta, do grupo
populacional com que se vive, ou dos Corpos Etérico, Astral ou Mental.
“Heranças Vibratórias” - Em capítulo anterior - A Reencarnação e a Lei de
Causa de Efeito – buscou-se demonstrar o processo evolutivo do Ego e de seu “corpo de
expressão” material. “Eras” se passaram neste processo. Corpos “vieram do pó e ao pó
retornaram” por incontáveis vezes, no correr dos milênios.
Quando as Almas em evolução buscam “construir” seus Corpos para um novo
ciclo da Lei do Renascimento, elas se utilizam dos elementos primordiais dos diferentes
reinos e do planeta em que vão cumprir seus “períodos” de vida material. Ao esgotar
seu “quantum de vida”, com a morte e a dissolução destes corpos, devolve ao ambiente
os elementos utilizados, agora impregnados pelas energias que predominaram em sua
existência, na forma de “germes” ou “sementes vibratórias”.
Haverá novos ciclos e novos corpos a se edificar, porém, os elementos serão os
mesmos, agora acrescidos destas “sementes”, que poderão ser ativadas, ou não, caso o
Ego em expressão tenha comportamento similar a aqueles que lhe deram origem. Este
processo, segundo os ocultistas, de “impregnação vibratória”, pode acontecer tanto a
nível individual como coletivo, e em todos os níveis etéricos.
É de conhecimento da Ciência Humana, a existência de “Raças” que
antecederam a atual, denominadas como Lemuriana e a Atlante. Para os esotéricos, no
entanto, elas possuem uma representação espiritual muito importante, pois expressam as
etapas do desenvolvimento do Princípio Inteligente no plano físico, proveniente do
reino animal. Representam os ciclos de desenvolvimento e conquista dos diferentes
corpos espirituais.
Elas deixaram, entretanto, uma “Herança Vibratória” de suas experiências
intensamente vividas, dentro dos ciclos de “vida e morte”, impregnadas nos elementos
primordiais.
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Com esse raciocínio, e acordo com ensinos transcendentes, o hábito milenar do
Homem em inumar seus mortos, fez com que a decomposição dos corpos transferisse ao
solo do planeta suas características vibratórias, impregnando-o com as mesmas.
A cada nova edificação física, há a absorção destes “germes miasmáticos
energéticos” impregnados nos elementos primordiais do planeta na formação dos novos
Corpos, predispondo-os, desta forma, a antigas doenças. Serão naturalmente ativados
quando o indivíduo se predispuser aos hábitos a eles concernentes.
As chamadas “Doenças Venéreas” (denominadas genericamente de “Sífilis”
pelos esotéricos) são remanescentes vibratórios dos excessos libidinosos praticados nos
tempos da Raça Lemuriana, a raça do desenvolvimento, uso e controle do Corpo Físico
(Denso e Etérico), assim como seu aperfeiçoamento e perpetuação. São os miasmas dos
abusos no desenvolvimento e hiperestimulação negativa dos Chakras inferiores,
especialmente o Centro Genésico ou Sacro (Svadhisthana), o responsável pelos órgãos
sexuais.
Elas podem se manifestar tanto em um indivíduo, quanto em uma coletividade.
A Ciência Moderna luta na extinção dessas doenças há muitas décadas
alcançando relativo sucesso em seu controle, sem conseguir, no entanto, sua
erradicação. Seja pelo desenvolvimento de novas variantes mutantes dos germes
nocivos, com conseqüente resistência aos medicamentos utilizados, seja pelo
aparecimento de novas doenças de origem sexual, enquanto não houver a correta
adequação do comportamento humano estas condensações negativas não desaparecerão.
É comum observar que, quando ocorrem períodos de excessiva “liberdade
sexual”, há um recrudescimento nas estatísticas de incidência destas moléstias,
decorrente da promiscuidade renovada, porém, com seus agentes mais resistentes á
medicação habitual, desafiando as terapêuticas já desenvolvidas.
Por outro lado, ao se eliminar determinada doença, sem se extinguir o processo
vibratório que lhe dá origem, outra enfermidade congênere surgirá em seu lugar.
Entende-se a “AIDS” como um exemplo moderno desta afirmação.
Pergunta-se: Seria esta “herança” a explicação para a “Resistência” adquirida
por certos patôgenos, ou para a súbita “Mutação” agressiva de alguns tipos de vírus que
há milênios convivem pacificamente com o Homem?
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Da Raça Atlante, a raça do Corpo Astral ou do Desejo, o ranço vibratório
herdado é a “Tuberculose” (nome genérico), quando a humanidade se perde nos
caminhos da ambição e da conquista material.
“O controle consciente do Corpo Físico desceu abaixo do limiar da
consciência; consequentemente o Corpo Etérico tornou-se mais potente, e o Corpo
Físico, como um autômato, reagiu sistematicamente à impressão e direção da natureza
do desejo em constante desenvolvimento. O desejo tornou-se algo mais do que resposta
aos impulsos físicos animais e aos instintos primitivos: foi direcionado para objetos e
objetivos estranhos ao corpo, para posses materiais e para as coisas que – quando
vistas e cobiçadas – podiam ser possuídas”. (Alice Bailey – Cura Esotérica – Tomo I Item 232) (Recordemos o capítulo sobre o Corpo Astral)
Esta característica defeituosa desenvolveu-se a tal ponto, que “o Homem vivia e
respirava unicamente para possuir o máximo luxo e uma pletora de coisas e bens
materiais. Viviam sufocados [os grifos são nossos] pelo desejo e perseguidos pelo
sonho de jamais morrer, de viver eternamente, adquirindo cada vez mais todas as
coisas que desejavam” (Ibidem). Era a expressão do “egoísmo” e da “ambição”.
Desse desequilíbrio vibratório originou-se a doença pulmonar que, segundo as
descrições transcendentes, tornou-se a maior referência negativa da Raça. Ela, por sua
vez, também impregnou os elementos etéricos planetários, surgindo como herança
miasmática dos futuros corpos. Deduz-se que o Mal de Hansen também tenha aí sua
origem.
Na humanidade a influência do Corpo do Desejo ainda é marcante. Mesmo que a
Ciência alcance o controle e erradicação desta patologia pulmonar, se não houver uma
mudança na ambição e egoísmo desmedidos que ainda nos caracterizam, outras novas
doenças provenientes destes miasmas poderão surgir pelos estímulos vibratórios
negativos afins.
Cita-se como outra mazela hereditária Atlante, as “Neoplasias Malignas” ou os
“Cânceres”, agora decorrentes do desenvolvimento, originadas pela intensa estimulação
ou inibição de determinados Centros de Força, cujas raízes estão assentadas na natureza
emocional ou do desejo. É a expressão da mudança da “força da vida” do Corpo Físico
(Centros Genésicos e do Sacro) para a “natureza emocional”, centrada agora no Plexo
Solar ou Centro Gástrico (Manipura), produzindo excessivo desenvolvimento da vida
celular através da superestimulação. Esta transferência de Chakras induz, também, ao
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desenvolvimento neoplásicos pelo fenômeno oposto, a acentuada inibição dos centros
inferiores.
A Raça Ariana, a atual, onde a ênfase se encontra na transição do Corpo Astral
para o Mental, buscando-se os Centros Superiores, ocasiona um esgotamento, ou
depleção da energia do Corpo Astral, com reflexo no Centro Laríngeo ou da Garganta
(Vishuddi), passando pelo Centro Cardíaco (Anahata). São consideradas doenças deste
processo, as doenças cardiológicas em geral, e algumas doenças neuropsiquiátricas.
Poder-se-á perguntar do “por que” da citação destas Raças no que se refere à
saúde humana?
Por que demonstram a influência da “Evolução” no Compêndio de Patologias
que acometem o Homem, além de esclarecerem a origem de antigas doenças que
assolam a massa humana há milênios, demonstrando o caráter transcendental que se
expressa através dos ciclos da “Reencarnação”.
A evolução da Alma é lenta e se perde no tempo. A espontaneidade de nossas
imperfeições reflete a natureza de nossas vidas pretéritas.
Na verdade, o “doente” é o Espírito; o organismo apenas reflete sua condição de
desequilíbrio vibratório. A doença desempenha seu papel na recuperação do equilíbrio
necessário ao Ego.
Afirma o Mestre Tibetano que, em relação aos diferentes corpos, nos tempos
atuais, noventa por cento das doenças têm sua origem nos Corpos Etérico e Astral, e
apenas dez por cento são de origem do Corpo Mental. (Alice Bailey – Cura Esotérica –
Tomo I - Item 3 e 112) Isto se deve ao fato de que, na humanidade atual, ainda
predomina a influência destes corpos, devido à pouca manifestação do Mental.
Esta é a síntese sobre as doenças sociais do mesmo orientador:
1 - Doenças Herdadas: Tuberculose, D.S.T. e Câncer;
2 - Doenças Atuais: Doenças do Coração e Doenças Nervosas.
“Estes cinco grupos de doenças, e suas várias subdivisões, são responsáveis
pelo grosso dos achaques físicos que atacam a humanidade. Uma compreensão correta
destas causas preponderantes será de grande auxílio para a Medicina futura”.
“Gostaria de destacar aqui que, como bem sabem, há correspondências físicas
aos Sete Centros de Forças localizados no Corpo Etérico, e alimentados a partir do
Corpo Astral. São as chamadas glândulas endócrinas. Estas glândulas são efeitos dos
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Centros, ou evidências que os testemunham e, por sua vez, são causas iniciadoras de
efeitos menores no Corpo Físico” (Ibidem – Item 44).
Doenças do Corpo Etérico – a predominância de citações do Mestre Tibetano
Djwhal Khul, no presente capítulo, deve-se ao fato de ser o único com livros específicos
ao assunto em questão a que se teve acesso. O livro “Cura Esotérica”, de Alice A.
Bailey, dividido em dois volumes, é extenso e complexo tratado transcendental, cujo
entendimento exige um conhecimento genérico maior do ocultismo para sua
compreensão.
Outros autores orientais, teosofistas ou mesmo espíritas, citam determinados
aspectos relacionados às Doenças de forma ocasional, ainda que sintéticas e precisas,
sem permitir, no entanto, uma visão mais ampla como a que se busca alcançar no
presente estudo.
Não se pretende, por outro lado, a simples transcrição de seu conteúdo, mas
extrair alguns detalhes dos ensinamentos que permitam completar os objetivos do
presente ensaio, deixando aos interessados a liberdade de pesquisa e estudo diretamente
na fonte citada.
As “Doenças” originadas no Corpo Etérico estão vinculadas diretamente aos
Centros de Forças ou Chakras e suas funções.
Ele é um intermediário, transmissor e/ou receptor, de energias provenientes dos
demais corpos sutis e de outras fontes através dos Sete grandes “Vórtices de Energias”
responsáveis por essa intermediação. Se esta função destes estiver prejudicada por
diferentes razões, encontraremos as “disfunções”. Elas podem ser rotuladas como
Congestão, Falta de Coordenação e Integração e Superestimulação dos Centros.
A “Congestão” é falta do livre fluxo e refluxo de energias. Os órgãos mais
comumente atingidos são os Pulmões, o Estômago e os Rins, representando o
predomínio da mente, do desejo e do físico, respectivamente.
Há uma íntima relação entre a mente e o sistema pulmonar, relacionado com os
movimentos respiratórios, permitindo uma conexão entre os aspectos da força mental e
física. É o principal efeito da transição da atividade dos centros de força inferiores para
superiores, ocasionando supressão e inibição do mais inferior, impedindo o livre fluxo
da “força da vida”. Ainda que a expressão deste distúrbio ocorra em Etérico, pode ser
proveniente dos outros Corpos sutis.
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O conhecimento deste distúrbio energético pelos orientais, propiciou o
desenvolvimento de técnicas de exercícios respiratórios para sua correção, permitindo o
livre fluxo de energia entre os diferentes corpos, principalmente entre o Astral e o
Etérico. Temos a convicção de que, quando os cientistas dominarem o “mundo das
Energias”, muitas patologias destes sistemas serão corrigidas com a simples
administração desta técnica, cuidadosamente orientada.
A Falta de Coordenação e Integração entre o Corpo Etérico e Físico, seja por
problemas existentes entre os dois, ou dos outros corpos com o Etérico refletindo-se no
Físico.
“O Corpo Etérico é a forma ‘substancial’ sobre a qual o Corpo Físico é
construído. É o andaime que subjaz a cada parte do homem exterior inteiro; é a
estrutura que sustenta o todo; é aquilo sobre o qual a forma externa é modelada; e é a
rede de Nadis – infinitamente intrincada – que constitui a contraparte ou o aspecto
duplicado do Sistema Nervoso inteiro, o qual forma uma parte tão importante do
mecanismo humano. É, pois, definidamente, com a corrente sangüínea, o instrumento
da força da vida. Se, portanto, houver uma fraqueza na relação entre esta estrutura
interna e a forma exterior, uma real dificuldade está fadada a sobrevir”. (Ibidem –
item 79)
Se a forma Física e a Etérica estiverem com dificuldades em sua troca
energética, haverá uma desvitalização da primeira como um todo, predispondo-a a
doença. A Imunidade deverá sofrer reflexo desta desvitalização, predispondo o
indivíduo a diferentes infecções bacterianas ou virais; a pessoa deverá ser apática e
inativa, com desanimo constante e fraqueza para o desenvolvimento de suas funções.
Quando há uma deficiência vibratória localizada em algum Centro em especial,
a “força da vida” deixara de fluir nos órgãos sob sua influência, prejudicando suas
funções.
Pode ocorrer, também, uma inadequada integração entre a Alma e o Etérico com
conseqüentes distúrbios neuropsiquiátricos, recordando que a mesma se liga ao cérebro.
Isto pode ocasionar desmaios freqüentes, perdas de consciência e o quadro convulsões.
Segundo os esotéricos, esta deficiência é que permite os fenômenos conhecidos como
Obsessão e Possessão.
A Superestimulação é conseqüência, por sua própria definição, de excesso de
energia em algum Centro de Força. Habitualmente é reflexo de alguma corrente de
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energia proveniente dos outros corpos sutis por ação da Alma. Não devemos esquecer
que o Corpo Etérico é mero transmissor, e nunca um gerador de energias.
Estes três destaques alcançam à totalidade das alterações encontradas no Etéreo.
Elas, basicamente, estão vinculadas à atividade dos Chakras e suas inter-relações com
os demais corpos, e à inabilidade do Ego em com eles se relacionar.
Não devemos esquecer, no entanto, que ocorrem influências vibratórias dos
diferentes reinos e do próprio planeta, aspectos que estudaremos em outra oportunidade.
Doenças do Corpo Astral – É necessário destacar, uma vez mais, que a análise
individualizada de cada corpo espiritual, ou dos demais, é meramente didática, pois,
ainda que cada qual apresente função específica, estão integrados no complexo físicoespiritual denominado Homem.
Estes devem ser considerados como reservatórios de determinados tipos de
energias, coleções de átomos estabelecidos em diferentes níveis etéreos, vinculados a
um único ser, possuindo suas próprias “entradas” e “saídas” de força.
Quando há o predomínio de algum deles e, havendo alguma disfunção na
condução de suas energias, via Corpo Etéreo, automaticamente este distúrbio se refletirá
no Corpo Físico na forma de “Doença”.
As disfunções energéticas que caracterizam o Corpo Astral podem ser resumidas
em: Descontrole Emocional, Desejo - Inibição ou Descontrole, e Preocupação
Excessiva ou Irritação.
Se recordarmos o capítulo do Corpo Astral, o corpo das emoções inferiores e
intensas, acrescido agora dos reflexos de sua manifestação negativa sobre o Corpo
Físico, pode-se vislumbrar, de maneira mais concreta e racional, a importância dos
ensinamentos que buscam formar no Homem um comportamento mais fraterno e
humilde. Eles são, na verdade, manuais preventivos e terapêuticos da saúde físicoespiritual.
Como citado anteriormente, o Chakra de expressão do Corpo Astral é o Solar
(Manipura), vinculado ao Pâncreas, mas com influência sobre o Estomago, Fígado e
Vesícula Biliar e parte dos Intestinos.
Descontrole Emocional - “A agitação deste Corpo (Astral), qualquer atividade
violenta sob pressão do temperamento, intensa preocupação ou irritação prolongadas
despejarão uma corrente de energia astral para o Plexo Solar e, através dele,
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galvanizarão esse Centro a uma intensa desordem. A seguir isto afeta o estomago, o
pâncreas, as vias biliares e a vesícula. Poucas pessoas (e eu posso perguntar quem está
isento nesta época particular da história do mundo) estão livres de indigestão, de
indesejáveis condições gástricas ou problemas relacionados à vesícula biliar”.
(Ibidem – Item 39)
As pessoas acostumadas à crítica maledicente fundada no ódio ou na raiva, na
fala pretensiosa alicerçada na arrogância e prepotência que fere e humilha seu próximo,
geram distúrbios no Plexo Laríngeo (Vishuddi), o Chakra da fala, refletindo-os no
Centro Gástrico, com fortes distúrbios vibratórios em ambos e natural reflexo nas
glândulas e órgãos de suas influências.
Desejo - Inibição ou Descontrole – é fácil deduzir, pelo já exposto, os
mecanismos destes distúrbios, refletindo uma Superestimulação ou Inibição de algum
Chakra indevidamente.
O Homem se esquece que a evolução se processa através do “Tempo” em um
processo lento e natural, sem saltos. Com a conquista da Razão, sua evolução se torna
consciente, responsável e participativa. Assemelha-se à edificação de uma habitação,
onde não se levantam as paredes sem os necessários alicerces, ou se coloca o telhado
sem a necessária estrutura que o sustente.
O uso inadequado de seus sentimentos, o abuso da sexualidade, seja na
promiscuidade como no celibato imposto sem o necessário redirecionamento de suas
energias, estimulando ou inibindo em demasia os Chakras inferiores, ou ainda outro
comportamento nocivo qualquer, vivido intensamente durante longo período, gera
desequilíbrios em diferentes Centros de Força que se fixam em sua composição físicoespiritual, e deveram se expressar como enfermidades, em “algum” tempo, na vida em
curso ou em outra futura.
Isto é comum, também, em pessoas desavisadas que, encantadas com alguma
enganosa e rápida imagem de conquista transcendental, buscam em algumas técnicas
orientais o desenvolvimentos de “sentidos” para os quais ainda não estão preparadas.
Reafirmamos que, quando a Ciência alcançar o conhecimento e domínio das
energias que constituem e refletem a “Personalidade” adoecida, muitos males serão
curados em suas origens. Deixar-se-á de tratar os efeitos, cujo sucesso muitas vezes é
relativo, pois, ao se suprimir uma manifestação física sem a supressão da desordem
vibratória que a originou, é certo que outra surgirá, substituindo-a.
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Preocupação Excessiva ou Irritação – São distúrbios gerados pela mente ainda
sob o domínio do Corpo Astral. A Razão, em atividade, ainda não conseguiu elevar seu
domínio para os Centros superiores e sua atividade se faz impregnada pela energia do
Emocional através do Plexo Solar.
A Irritação é uma “Doença” psicológica básica, fruto de preocupações contínuas
e aparentemente insolúveis, acrescida das vibrações emocionais decorrentes,
produzindo efeitos nocivos sobre o Sistema Nervoso.
Segundo o Mestre Tibetano “é a uma doença do auto-interesse, da autoeficiência e da auto-satisfação” (Ibidem – Item 78) que, quando não satisfeitos, se
manifestam na forma da enfermidade acima citada.
Somam-se a estas peculiaridades, a ansiedade dos problemas grupais a se
refletirem na individualidade. As ligações vibratórias sutis de um convívio coletivo
onde o problema ou drama de um, alcança a todos; onde a criminalidade gera
insegurança pessoal ou familiar; a insatisfação com a conduta político-administrativa na
solução dos problemas sociais, ou os problemas sócio-econômicos a se refletirem na
estrutura familiar ou pessoal.
Refletindo-se nos Sistema Nervoso, segundo os esotéricos, sobrevém diminuição
da vitalidade com conseqüente predisposição às doenças, principalmente às infecciosas
e/ou virais e algumas doenças neuropsiquiátricas.
Doenças do Corpo Mental – Poucas são alterações vibratórias que podem ser
responsabilizadas ao Corpo Mental, devido sua pouca prevalência na humanidade atual.
O Mestre Tibetano refere-se às Atitudes Mentais Erradas, ao Fanatismo Mental e ao
Idealismo Frustrado, como estados mentais geradores de Doenças.
As Atitudes Mentais Erradas correspondem ao afastamento, pelo uso da razão,
dos ciclos da Natureza, dos quais o Homem faz parte.
Há a “Lei da Periodicidade” que administra toda a vida dos diferentes reinos,
inclusive o hominal. Nascer, crescer, amadurecer e morrer é um ciclo natural a que
todos estamos submissos. Quando nele interferimos, motivados por objetivos diferentes
dos que representam a melhoria da qualidade de vida do Homem, estamos interferindo
na Natureza de maneira inadequada e rompendo a Lei de Periodicidade. Isto vale tanto
para a individualidade como para o coletivo. É um assunto complexo que merece
análise criteriosa com isenção de ânimos.
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Quando a Ciência procura meios para permitir ao ser humano uma “velhice
saudável e ativa”, ação nobre que em nada interfere nos ciclos naturais, é diferente de
quando busca manter ativa na senilidade, por exemplo, a atividade sexual para a
manutenção de hábitos nocivos. O prolongamento desta atividade pode manter um
desequilíbrio inferior ativo, que teria sua readequação natural com o avançar da idade.
Em um casal harmônico, ainda que a função sexual tenha tido sua representação
importante em determinado período, aceita naturalmente seu declínio, aprendendo a
transformar a expressão física de um relacionamento, a um convívio vibratório amoroso
que apenas essas Almas podem sentir.
Vale lembrar que, segundo os ensinos ocultistas, os lemurianos tiveram como
característica racial negativa os “excessos na sexualidade”; a constituição das famílias
foi um passo importante na sua evolução racial. A vivência saudável na monogamia
heterossexual, foi a terapêutica ideal na correção das disfunções vibratórias causadas
pelos “excessos” da época. E ainda o é.
O Fanatismo Mental e Idealismo Frustrado são as expressões que
representam um ideal estabelecido com intensidade pelo Racional e não conquistado; a
frustração de buscar intensamente determinadas situações sem êxito. O princípio mental
estabelece a meta, porém fatores alheios e maiores impedem sua realização. Esta
situação, via de regra agravada pela participação do Emocional, promove o desajuste
vibratório e conseqüente manifestação física. A falta de aceitação passiva das
circunstâncias tende a agravar o problema do desajuste.
Não se pode esquecer que determinadas limitações físicas e condições de vida
que se possui, são estabelecidas pela Lei de Causa e Efeito, à qual estamos todos
submissos e, muitas vezes, as limitações que sofremos hoje são reflexos de um passado
inadequadamente vivido.
Pode-se concluir do acima exposto, que a Psiquiatria e a Psicologia serão
importantes especialidades nos séculos futuros, desde que se abra para a Dualidade,
com uma participação expressiva na correção dos distúrbios vibratórios do Homem
Bioenergético.
Os citados “Temperamentos”, analisados no capítulo “As Sete Energias
Cósmicas, Sete Raios ou Sete Alentos”, permitem uma compreensão melhor da origem
transcendental das doenças, quanto aos seus aspectos negativos influindo no Espírito em
evolução.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
“Doenças Cármicas” – Nos capítulos que se referem à Reencarnação e a Lei da
Causa e Efeito afirmou-se que o Ego, agora no uso da Razão, passa a influir no seu
destino, amparado pelos Irmãos mais evoluídos. Vez por outra, pode desorientar-se ou
rebelar-se diante das experiências a que é submetido para seu próprio desenvolvimento,
gerando desequilíbrios vibratórios em outras pessoas, no ambiente em que vive e em si
mesmo. Deverá, no tempo e no espaço, corrigir estes agravos, correção esta que poderá
advir na forma de “Doenças”.
Diferente da análise anterior, que envolve o direcionamento de correntes de
energia, com estímulo excessivo e/ou inibição de Chakras, aqui se busca destacar os
reflexos nocivos decorrentes do comportamento indevido de cada ser em uma jornada
física.
Didaticamente, podem-se dividir as “Doenças Cármicas” em Compulsórias,
Adquiridas e Corretivas.
É na literatura espírita que encontramos, para este aspecto, a síntese ideal. Em
Emmanuel a explanação sobre as Doenças Compulsórias (Francisco Candido Xavier Leis de Amor):
Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades
de vez que, em muitas circunstâncias, quais aquelas que se verificam nos suicídios ou
na delinqüência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias
forças, lesando o corpo espiritual, o que nos leva a renascer no berço físico, exibindo
defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatório.
Encontramos inúmeros casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei
Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da
cegueira ou paralisias irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos,
irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na
condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram
jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses
companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia
daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se cumpliciaram com
eles na prática das ações reprováveis em que se delinqüiram.
Recordemos citações anteriores (capítulos sobre o Corpo Etérico e Astral), onde
se trouxe esclarecimentos esotéricos e espíritas sobre “descuidos” e “excessos” nos
A Fisiologia da Alma
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hábitos de nosso dia-a-dia com o Corpo Físico e seus reflexos nos diferentes corpos
espirituais. Destes são provenientes as “Doenças Adquiridas”.
Os desajustes morais, muitas vezes tolerados e até considerados normais e
aparentemente inofensivos, como também os excessos nas bebidas alcoólicas e no
tabagismo, nos excessos alimentares, enfim, hábitos hoje considerados inerentes ao ato
de viver, no tempo expressam seu prejuízo vibratório nos corpos etéreos.
Por outro lado, não se deseja transformar o mundo em cemitério de tristeza e
desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano responsável, usar um
aperitivo comum, fazer uma boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais;
no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm
a Alma nos círculos inferiores. (Missionários da Luz – Capítulo 2 – A Epífise - André
Luis – Francisco Candido Xavier)
É ainda de Emmanuel (Francisco Candido Xavier - Leis de Amor) a informação:
A mente é a mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as
bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois, considerar igualmente que
desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e
da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a
higiene até se tornarem presas de parasitas destruidoras; que se encolerizam pelas
menores razões, destrambelhando os próprios nervos; ou que passam todas as horas
em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o
desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo
físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças em si
mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de
existências passadas.
O corpo doente representa a Alma enfermiça. Representando os diferentes
Corpos do Homem, pode-se afirmar que as ações produzem efeitos, os sentimentos
geram criações, e os pensamentos dão origem a Formas-Pensamento e conseqüências de
infinitas expressões. Como afirma o Mestre Tibetano, a energia segue o pensamento.
Para exemplificar as Doenças didaticamente denominadas Corretivas, foi em
André Luis (Francisco Candido Xavier – Entre a Terra e o Céu – Capítulo XXI –
“Conversação Edificante”) que encontramos a síntese:
Aqueles que por vezes diversas perderam vastas oportunidades de trabalho na
Terra, pela ingestão sistemática de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros
A Fisiologia da Alma
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venenos das forças orgânicas, tanto quanto os inveterados cultores da gula, quase
sempre atravessam as águas da morte como suicidas indiretos e, despertando para a
obra de reajuste que lhes é indispensável, imploram o regresso à carne em corpos
desde a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio
do pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas
sistemáticas, embora suportáveis, no decurso de uma vida inteira.
Com o que já foi exposto nos diferentes capítulos deste estudo, fica fácil deduzir,
agora com o conhecimento fornecido no estudo dos diferentes Corpos e dos Chakras,
que estes exemplos de Doenças fornecidos pelo Espírito de André Luis representam
indivíduos que se deixaram levar pelos impulsos do Corpo do Desejo, sem a necessária
contenção que o Mental poderia fornecer, causando distúrbios energéticos no Plexo
Solar com reflexos nos órgãos de sua influência. Estes excessos, e conseqüentes
distúrbios, adquiridos em uma vida, se refletem na vida seguinte, em adequação à Lei
Cármica.
Vejamos outros exemplos onde o leitor atento poderá identificar os Centros de
Forças acometidos pelos deslizes de uma Alma em evolução:
Intelectuais e artistas que despedem os sagrados recursos do Espírito na
perversão dos sentimentos, por intermédio da criação de imagens menos dignas, rogam
aparelhos cerebrais com inibições graves e dolorosas, para que, nas reflexões de
temporário ostracismo, possam desenvolver as esquecidas qualidades do coração.
Homens e mulheres que abusaram dos dotes físicos, manobrando a beleza e a
perfeição das formas para disseminar a loucura e o sofrimento naqueles que lhes
admitiam as falsas promessas, solicitam corpos vulneráveis às dermatoses aflitivas,
quais eczemas e a tumoração cutânea, ou portadores de alterações da tireóide que os
constranjam a reiteradas lutas educativas. (Francisco Candido Xavier – Ação e Reação
– Capítulo 19 – “Sanções e Auxílios”)
E assim prossegue André Luiz, o médico espiritual, explicando que aqueles que
fizeram uso incorreto do verbo, conturbando multidões ou enlouquecendo Almas
desprevenidas, suplicam doenças nas cordas vocais, para que atravessando afonias
periódicas, desistam de tumultuar os espíritos pela palavra brilhante; de grandes
inteligências que, através da leviandade do esporte ou da dança, se perdem em quedas
morais espalhando desespero e infortúnio em corações afetuosos e sensíveis, pedem
formas orgânicas ameaçadas de paralisia e reumatismo, visitadas por achaques e
A Fisiologia da Alma
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neoplasmas diversos, que lhes obstem os movimentos demasiados livres; de milhares de
pessoas que transformam o sexo em fonte de perturbação para a vida alheia, arruinando
lares e ferindo consciências imploram novo renascimento com lesões importantes no
campo genésico, experimentando desde a puberdade, inquietantes desequilíbrios
ovarianos e testiculares. (Ibidem)
E conclui sua exposição em uma excelente síntese:
Desejamos simplesmente acentuar que a Alma ressurge no equipamento físico
transportando consigo as próprias falhas a se lhe refletirem na veste carnal, como
zonas favoráveis à eclosão de determinadas moléstias, oferecendo campo propício ao
desenvolvimento de determinadas moléstias, como as causadas por vírus, bactérias
inúmeras, capazes de conduzi-la aos mais graves padecimentos, de acordo com os
débitos que haja contraído, mas também carreia consigo faculdades de criar no próprio
cosmo orgânico todas as espécies de anticorpos, imunizando-se contra as exigências da
carne, faculdades essas que pode ampliar consideravelmente pela oração, pelas
disciplinas retificadoras a que se afeiçoe, pela resistência mental ou pelo serviço ao
próximo com que atrai preciosos recursos em seu favor. (ibidem) – Recordemos o Item
- Flora Microbiana Espiritual - no Capítulo “Corpo Etérico”.
A Fisiologia da Alma
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IIIa Parte – O Homem Bioenergético
Do Espírito à Matéria
A análise feita, até então, dos diferentes corpos e suas inter-relações, teve como
objetivo tornar compreensível, esotericamente falando, a elaboração do corpo carnal por
um Espírito em vias de retornar à vida física.
Quando a Mônada alcança sua “Consciência”, vencidas as etapas dos Reinos
Inferiores, seu “berçário” evolutivo, conduzida por seres de elevado desenvolvimento e
pelos elementais, torna-se, progressivamente, a responsável pela edificação de seu
futuro corpo físico. Longa é a jornada até este ponto.
Mas antes de alcançar sua independência, deve o Espírito, partindo de seu Plano,
o Monádico, descer até o Plano mais denso, o Físico, e aí aprender a trabalhar e se
desenvolver com os elementos materiais.
Após a atuação da Energia do Amor e Sabedoria, a Segunda manifestação do
Criador, a responsável pela “construção” e “preservação das formas”, a Mônada inicia
sua “imersão” nos Planos Inferiores, utilizando-se da matéria já vivificada pela Terceira
Energia.
Representação da Trajetória de Evolução da Mônada
Primeiro Reino Elemental
Homem
Segundo Reino Elemental
Animal
Terceiro Reino Elemental
Vegetal
Mineral
Do Plano Monádico, de seu potencial energético “trino” herdado do Criador, a
Mônada da Vontade, do Amor e Sabedoria e da Inteligência Ativa projetará uma parcela
A Fisiologia da Alma
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de si, dando origem ao “Homem Celeste”, composto por matéria dos Planos do Poder,
da Sabedoria e do Mental (Átmico – Budico – Manásico). Devido à densidade maior da
matéria nestes Planos, seu potencial vibratório ficará bastante reduzido.
Quando a energia monádica da “Vontade” é dirigida para um átomo do Plano do
Poder, ou Átmico, este, vibrando sob sua ação, é denominado de “Atma”; da mesma
forma, quando a Energia do Amor e Sabedoria é dirigida a um átomo do Plano da
Sabedoria, ou Budico, é chamado de “Buddhi”; e, finalmente, quando o átomo do Plano
Mental, ou Manásico, é agitado pela energia da Inteligência Ativa, é denominado de
“Manas”.
O cuidado em se trazer ao conhecimento dos leitores as “nominas esotéricas”,
objetiva simplesmente facilitar o entendimento e identificação das mesmas na literatura
a se pesquisar, caso isso ocorra.
Diagrama da Formação do Homem Celestial (Jivatmas)
Adaptado do Diagrama de Annie Besant
Plano Divino
Planos Espirituais
Mônada
Vontade
Sabedoria
Manifestação Divina
Plano Monádico
Inteligência Ativa
Plano do Poder ou Átmico
Planos Espirituais
Atma
Jivatmas
Buddhi
Evolução Humana Iniciática
Plano da Sabedoria ou Budico
Plano Mental ou Manásico
Manas
Planos Físicos
Plano Astral ou Emocional
Evolução Humana normal
Plano Físico – Físico e Etérico
Em resumo, Atma – Buddhi – Manas é o “Homem Celestial”, o “Homem
Espiritual” ou “Jivatmas”, a expressão da Mônada em diferentes Planos, cujo aspecto da
Vontade da “tríade” refletido é o Atma, do Amor e Sabedoria refletida é o Buddhi, e da
Inteligência Ativa é o Manas.
A Fisiologia da Alma
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É uma parte da “Consciência” do Espírito, aquele que não pode descer do Plano
Monádico, que vive e opera nos planos inferiores e, por meio de átomos apropriados por
ele, forma a vestimenta de sua vida nos Planos mais densos.
Mas a Mônada ainda não terminou sua “imersão”, pois necessita alcançar o
plano mais inferior, o Plano Físico.
Da Trindade Atma - Buddhi – Manas surge um tênue filamento dourado de vida,
outra parcela de si, revestido de matéria búdica que, em sua marcha descendente, se
ancora em um “átomo” do quarto subplano do Plano Mental (recordar que cada Plano se
subdivide em Sete subplanos); em seguida avança rumo ao Plano do Desejo, ou
Emocional, e prende-se a um “átomo” astral único.
O processo se repete e o filamento de vida búdica enclausurada com as unidades
mental e do desejo a que se liga, avança e fixa-se a um “átomo” físico, adicionando-o a
si como centro estável no Plano Físico. Ao seu redor juntam-se moléculas etéricas, mas
a matéria física mostra mais aderente. Todas estas etapas o Espírito as realiza amparado
pela Segunda Energia do Criador.
Estes “átomos” correspondem a uma nova “tríade”, a Física, a qual consiste em
um “átomo” físico, um astral e um mental, unidos por um filamento de matéria búdica a
uma “tríade” espiritual.
Cabe a estas “sementes” (por Djwhal Khull) ou “átomos permanentes”, assim
denominados por que deverão acompanhar o desenvolvimento da Mônada até sua
libertação do ciclo reencarnatório, conservar dentro de si, como poderes vibratórios, os
resultados de todas as experiências pelas quais passaram.
Devido há estas projeções parciais do Espírito, limitado progressivamente a cada
Plano mais denso que imerge, pode-se afirmar, uma vez mais que: “assim como a Alma
é uma expressão imperfeita da Mônada, também a Personalidade é uma expressão
imperfeita da Alma, de tal sorte que, uma pessoa que conhecemos é, na verdade, apenas
um fragmento de um fragmento de seu próprio Espírito”.
Qualquer impacto físico provocará vibrações correspondentes no Corpo
atingido. Elas podem ser locais ou generalizadas, conforme a natureza e a força do
impacto.
Ao longo de uma vida física, um Homem sofre inúmeros aprendizados,
expressos pelas diferentes experiências ou provações a que é submetido, seja física,
A Fisiologia da Alma
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emocional ou mental, e nenhum deles deixará de impressionar o “átomo” permanente
correspondente.
Ao findar uma existência, estes “átomos” serão portadores de uma pletora de
poderes armazenados. Isto significa saber responder de diferentes maneiras ao mundo
exterior, reproduzindo em si mesmo as vibrações impostas pelos acontecimentos
ocorridos.
Diagrama da Formação da Alma e da Tríade Física
Adaptado do Diagrama de Annie Besant
Plano do Poder ou Átmico
Planos Espirituais
Atma
Buddhi
Evolução Humana Iniciática
Plano da Sabedoria ou Budico
Mana
Alma
Plano Mental ou Manásico
Planos Físicos
Evolução Humana normal
Plano Astral ou Emocional
Plano Físico – Físico e Etérico
Chegado o tempo da reencarnação e tornada possível, pela presença do átomo
permanente, a fertilização do óvulo a partir do qual o novo corpo deve crescer, a sua
tônica soa; e ele [o “átomo permanente”] é uma das forças que guiam o construtor
etérico, o elemental encarregado da feitura do corpo físico, na escolha dos materiais
adequados à obra (pois os que não estiverem em certa sintonia com o átomo
permanente devem ser rejeitados). Mas é apenas uma das forças; o Karma de vidas
pretéritas, mental, emocional e em relação a outros, exige materiais capazes da mais
variada expressão; desse Karma, os Senhores do Karma recolhem o que é congruente,
isto é, o que pode ser expresso através de um corpo formado a partir de um
determinado grupo material. (...) (Annie Besant – Um Estudo sobre a Consciência –
capítulo IV - Item 4 - A Utilidade dos Átomos Permanentes)
A Fisiologia da Alma
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O Sistema Nervoso – em despretensioso resumo, buscar-se-á apresentar a
proposta esotérica da formação do Sistema Nervoso que hoje conhecemos. Não se deve
perder de vista, no entanto, que o processo envolve a evolução e se perde no tempo,
cruzando os Reinos Mineral, Vegetal e Animal, para se completar no Homem.
A totalidade dos corpos de Homem forma o mecanismo do qual a “Consciência”
se utiliza como órgãos para a volição, o pensamento e a ação, mas é o Sistema Nervoso
que deve ser considerado como seu mecanismo principal, de vez que, no Corpo Físico, é
ele que tudo controla e dirige.
A sua formação é resultante da ação do Corpo Astral. Toda a matéria nervosa é
elaborada no Plano físico, mediante componentes e forças diretoras físicas, mas sob os
impulsos provenientes do Plano Astral, ou da “Consciência” ativa no Plano Astral.
Duas energias, além da própria Mônada, fluem neste complexo sistema: a
Energia Vital do Criador, transmutada no Plano Astral e transferida ao Corpo Etérico
que a faz correr ao longo da substância dos nervos, e a Energia Solar, que forma o prana
puramente físico. Foi a fusão de ambas que permitiu a elaboração do Sistema Nervoso.
Com seus milhões de gânglios neurais e bilhões de neurônios presentes no
cérebro e na rede nervosa física, seu desenvolvimento consiste na expansão e na
projeção de sua substância em forma de fibras ou pequenos filamentos nervosos.
Posteriormente, quando presente a ação Mental, em decorrência de pensamentos
constantes e direcionados, as vibrações mentais provocam atividade química e os
axônios emitidos pelas células criam conexões simples, cruzadas e complexas em todas
as direções, verdadeiros caminhos ao longo dos quais pulsa o Prana, agora composto
por elementos dos Planos Físico, Astral e Mental, caminho pelo qual também transitam
as vibrações mentais.
A construção de um Sistema Nervoso pelo Espírito, tem seu início nos Reinos
Inferiores, decorrentes de impulsos vibratórios oriundos do Astral. Observamos um
minúsculo grupo de células nervosas e de processos de conexão celular. Tal grupo é
formado pela ação de um centro que já aparecera no Corpo Astral, um agregado de
matéria astral destinado a receber impulsos externos e dar-lhes respostas. Desse centro
astral, as vibrações passam ao Corpo Etérico, provocando pequenos sorvedouros que
sugam partículas de matéria física mais densa e formando, por fim, uma célula nervosa
e grupos de células nervosas.
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Esses centros físicos, recebendo vibrações do mundo exterior, reenviam
impulsos aos centros astrais, reforçando suas vibrações; assim os centros físico e astral
agem e reagem mutuamente, cada qual se tornando mais complexo e eficiente.
Passando ao Reino Animal, observamos que o Sistema Nervoso Físico se aperfeiçoa
constantemente, tornando-se o fator dominante do corpo. (Ibidem – capítulo VII – O
Mecanismo da Consciência) É o Corpo Astral o responsável pela edificação do Sistema
Nervoso Visceral e Somático, e suas vias aferentes e eferentes.
Do Sistema Nervoso Visceral, expressando-se pela via eferente, desenvolve-se o
Sistema Nervoso Autônomo, dividido em Simpático e Parassimpático nos vertebrados,
sistemas estes que controlam e energizam órgãos vitais como coração, pulmões e trato
digestivo e outros. Estes sistemas permanecem vinculados aos centros astrais por
complexos circuitos, mesmo após a construção total do Sistema Nervoso Central
elaborado pelos impulsos provenientes do Corpo Mental.
É do Corpo Astral, também, via Sistema Nervoso Somático ou Sistema da “vida
de relação”, com suas vias aferentes e eferentes, a responsabilidade da formação de dez
importantes centros ligados ao cérebro (via sistema autônomo), que passam a ser parte
da consciência que opera normalmente o Sistema Cérebro-Espinal.
Cinco deles representam os canais, ou vias eferentes, através das quais a
Consciência tem sua capacidade sensorial de percepção e aprendizado; eles engendram,
da maneira acima descrita, cinco sorvedouros etéricos distintos que erigirão os centros
dos sentidos no cérebro físico. São os órgãos dos sentidos: olhos, nariz, ouvidos, língua
e pele, órgãos especializados na recepção de impressões do mundo exterior, com as
funções da visão, do olfato, da audição, do paladar e do tato.
São os meios especializados pelos quais a Alma enclausurada recebe os
impactos externos da vida em sua senda de progresso.
Os outros cinco centros astrais, pelas vias nervosas aferentes, com função oposta
aos anteriores que recebem e transferem informações para o Corpo Astral, encaminham
as vibrações da “Consciência” para o mundo exterior, ou seja, são centros que geram
“ação”.
Desenvolvem-se como os demais, formando sorvedouros etéricos que funcionam
como centros motores no cérebro físico, e respondem pelo desenvolvimento seus órgãos
motores: mãos, pés, laringe, genitais e excretores, permanecendo a eles ligado.
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Em uma rápida análise, veremos que os dez importantes centros elaborados pelo
Corpo Astral, Etérico e Físico, são os caminhos pelos quais a Mônada restrita em seu
casulo de carne, poderá se desenvolver na senda física de aprendizado. Vendo, ouvindo,
sentindo o odor ou o sabor, tocando e reagindo a, estará absorvendo diferentes formas
de sensações, ou impactos, desenvolvendo e estimulando seus poderes latentes a reagir
sob, com ou sobre os mesmos.
Os outros cincos lhe permitirão a ação responsiva ou evasiva, locomoção,
reprodução, etc, enfim, todos os recursos necessários para trabalhar em prol de sua
própria evolução. A “dor” e o “prazer” em sua miríade de expressões tornam-se uma
realidade, estimulando, também seu Corpo Mental a reagir e se posicionar perante os
acontecimentos.
Com a organização progressiva do Corpo Astral, certos agregados de matéria
astral surgem em seu interior, vagos enquanto incipientes, mas melhor delimitados à
medida que progridem. São os futuros Chakras Astrais, novos centros sensoriais,
distintos dos dez anteriores citados, mas conectados a eles e a outros centros do corpo
físico.
Para tanto, inicialmente ligam-se ao Sistema Simpático e Parassimpático através
de plexos nervosos, às vezes centralizados em pequenos gânglios. Permanecem inativos
por longo período, até que a energia da Kundalini possa alcançá-los, quando, então, as
correntes astrais começam a fluir para o cérebro físico. Posteriormente, quando
alcançado o ideal desenvolvimento físico, ligar-se-ão às glândulas, em comunhão com
os Chakras Etéricos.
Embora só possam se ligar ao veículo físico, sua elaboração como centros de
forças e sua organização progressiva na forma circular, ainda que possa se iniciar em
qualquer dos veículos, começarão por aquele que represente o tipo especial de
“Temperamento” da Mônada. (vide capítulo “As Sete Energias Cósmicas, Sete Raios ou
Sete Alentos”)
Este é um envoltório Astral organizado.
A contínua ação e reação entre ele e o Corpo Físico aprimora a ambos; agem em
conjunto com a “Consciência” que, por sua vez, reage sobre os mesmos, em mútua
interação e contínuo progresso, ou não.
Ao alcançar este estágio, se finda, enfim, a vida pré-natal do Espírito. O Criador,
acompanhando-o maternalmente, assessorado pelos elementais dos diferentes Reinos,
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edificou os corpos em que já pode habitar como entidade autônoma no mundo das
formas. Deve, pois, assenhorear-se de seus Corpos e dar seqüência à sua evolução.
Seu sistema nervoso encontra-se em um grau de elaboração tal, que necessita,
para continuar a progredir, de um fluxo direto de pensamentos oriundos da Tríade
espiritual a que está ligado, que somente o Corpo Causal pode oferecer. É quando a
Primeira Energia, a da Vontade, se faz presente presenteando-o com a Razão.
Surge o Homem Primitivo, ou o “Homem Animal”.
Este o momento citado por Allan Kardec e ponto inicial de seus estudos:
“tomamo-lo ao entrar na Humanidade, no ponto em que, dotado de senso moral e de
livre-arbítrio, começa a pesar-lhe a responsabilidade de seus atos”.
Foi na extinta raça Lemuriana que o Homem deu seus primeiros passos; nos
primitivos corpos seus órgãos sensoriais eram rudimentares, em fase de elaboração, mas
suficientes para impor um progresso maior ao Físico, impondo ao Corpo Astral seu
desenvolvimento, com frágeis estímulos ao Mental. Nos Atlantes, estes já possuíam
uma visão aguda e uma audição apurada, com os demais sentidos ainda evoluindo. Tais
diferenças se devem às variações evolutivas do “átomo” permanente, núcleo do Corpo
Físico e dos demais.
Os Lemurianos e os primeiros Atlantes tinham suas vidas mais dominadas por
sensações e paixões que pelo intelecto, e o equipamento especial do envoltório Astral, o
sistema nervoso somático, era então o mecanismo dominante da consciência.
Na atual população humana, em muitos ainda existe a predominância do Corpo
das Emoções, o Astral, ainda que tenham o Mental em atividade, cujas respostas mais
violentas aos impactos da vida, são a origem de diversas doenças envolvendo os órgãos
sob sua tutela. (recordar o capítulo – Doenças - Visão transcendente)
Com a evolução, mais complexos se tornam os poderes vibratórios do átomo
permanente, passando-se o mesmo com o átomo astral e mental. Nascimento após
nascimento, esses núcleos permanentes atraem para si os novos casulos mental, astral e
físico; os átomos permanentes mais desenvolvidos reúnem à sua volta os átomos mais
evoluídos nos planos a que pertencem, elaborando, assim, um melhor equipamento
nervoso pelo qual o fluxo crescente da consciência possa fluir. (Annie Besant - Ibidem
– capítulo VIII - O desenvolvimento humano)
Formado o Corpo Causal, a Tríade Espiritual tem a seu dispor um veículo
permanente para a seqüência de sua evolução e, estando este apto a seu livre trânsito,
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ela pode controlar e orientar com muito mais eficácia a evolução de seu veículo mais
denso.
Quando o axis cérebro-espinal se aprimorou, com a Mônada assumindo
progressivamente a função plena de consciência no Plano Físico, sua atenção voltou-se
totalmente ao mundo exterior, em função de suas atividades, enquanto a mente concreta
cresce vertiginosamente. O Sistema Nervoso Autônomo (Simpático e Parassimpático)
tornou-se mero auxiliar do Sistema Nervoso Central, fornecendo informações pouco
importantes ao Espírito, agora com sua atenção dirigida a experiências externas cada
vez mais rudes e/ou ricas. Com essa mudança de direção, a influência do Corpo Astral
foi se debilitando com o aumento progressivo da Inteligência.
Foi dessa forma que se construiu o cérebro e todo o delicado Sistema Nervoso
da raça atual. Este, com sua distinção celular neurológica bem definida e ampla rede
neuronal, apresenta-se muito mais complexo e com interligações muito mais numerosas.
Com desenvolvimento do “átomo” permanente do Corpo Mental, ele passa a
gerir os demais inferiores. Com o sistema cérebro-espinal adquirindo desenvolvimento e
funções mais nobres, a parte simpática e parassimpática responsável pelo controle dos
órgãos vitais do corpo, após longos períodos de treinamento na execução desta tarefa,
tornam-se inconscientes, mas tutelada por outros centros astrais que não os dez já
citados. A “Consciência” tem, agora, preocupações outras e maiores, deixando antigas
funções como secundárias, no automatismo, ainda que sob vigilância inconsciente.
Não mais necessitando do olfato, da visão e da audição como nos seus primeiros
passos evolutivos, sentidos indispensáveis para sua preservação, alimentação,
procriação e sobrevivência, eles perdem parte de sua sensibilidade, ainda que possam
ser re-estimulados se assim for necessário. Agora seus sentidos são mais direcionados a
incrementar a sensibilidade à beleza da cor, da forma e do som, ao estudo e
compreensão da vida, e pouco responsivos às sensações destituídas de emoção. Tornase a Mônada agora, e também, capaz de construir Chakras partir do Plano Mental.
No entanto, o novo sistema nervoso, em sua complexidade e organização, passa
a permitir que a mensagem da dor física e/ou moral, via centros cerebrais, alcance e
agite o Corpo Astral com grande intensidade e seja direcionada para o Mental, abalando
significativamente a “Consciência”. Laborioso trabalho se inicia, onde participam a
memória, a imaginação e a premonição, prolongando as sensações e, consequentemente,
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o sofrimento. Este, por sua vez, em “feedback”, se reflete no sistema nervoso físico,
estimulando-o negativamente, gerando diferentes distúrbios fisiológicos.
Sentimentos como ansiedade intensa, preocupações múltiplas, sofrimento moral,
geram forte tensão nervosa com graves reflexos no equilíbrio orgânico, resultando em
fraqueza e Doenças. (recordar o capítulo – Doenças - Visão transcendente)
Durante este processo de aperfeiçoamento, com o aprimoramento do corpo
material no cruzar das eras, as formas físicas sofrem mutações, apresentando funções
diferentes a determinadas áreas com tarefas específicas iniciais.
A glândula Pineal, ou Epífise, e a Pituitária, ou Hipófise, são exemplos destas
mutações. Anteriormente anexadas ao Sistema Simpático, com funções servis ao Corpo
Astral, agora totalmente incorporadas ao novo Sistema Nervoso e envolvidas pelo
Cérebro, apresentam funções mais nobres e distintas das iniciais, conduzidas e
estimuladas por uma vida superior que lhe atribuiu outras tarefas. Voltaremos ao estudo
destas glândulas mais a frente.
Explica-se por esta proposta, e uma vez mais, a finalidade da existência dos
diferentes Corpos que constituem e edificam o Homem que conhecemos.
O Corpo Mental e suas divisões – É freqüente alguma dificuldade na
compreensão do Corpo Mental do Homem encarnado.
Esotericamente é informada uma composição algo diferente na sua constituição
sétupla em relação aos demais corpos. São considerados os primeiros quatro planos
como ainda de matéria etérica, e os três últimos superiores como pertencentes
exclusivamente ao plano do Espírito, isentos de qualquer molécula densa ou física, por
mais sutil que seja.
O “ternário” mais elevado corresponderia ao “Eu Maior” ou Corpo Causal, e o
“quaternário” inferior ao “Eu Menor” ou Corpo Mental. Porém, ambos são chamados,
genericamente de Corpo Mental, ou apenas Causal, em alguns textos estudados.
O filamento dourado de matéria búdica trazendo a expressão “trina” do Espírito
ao Plano Mental ou Manásico, irá criar o “átomo permanente” Mental no quarto
subplano, e ali encontraremos a sede da Alma ou Ego do Homem, o centro de
consciência do ser reencarnante e presente em toda a série de vidas humanas.
Por essa razão o Plano Mental é, genericamente, chamado o “Plano da Alma” ou
Ego. A força do Espírito derrama-se no Mental Superior e se manifesta como a
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
“Inteligência” do Homem, sua Alma; no Mental Inferior ela se manifesta como a
“mente cerebral” funcionando no Plano Mental.
O conjunto do Plano Mental Inferior, Astral e Físico, em suas duas expressões
Etérico e Material, irão constituir a “Personalidade” encarnada transitória, que
desaparece a cada encarnação.
Diagrama do Homem Encarnado
Adaptado do Diagrama de Annie Besant
Plano Monádico
Espírito
Plano Átmico
Plano Budico
Homem Celeste
Superior
Inteligência funcionando no
no Corpo Causal
Mental
Alma
Mente funcionando no
no Corpo Mental
Inferior
Plano Astral
Éter IV (Átomo Físico Ultérrimo)
Corpo Etérico
Éter III ou Sub-Atômico
Éter II ou Super Etérico
Plano Físico
Éter I ou Etérico
Gasoso
Homem Encarnado
Corpo Físico
Líquido
Sólido
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
O elo entre o Mental Superior e o Inferior é chamado no esoterismo indiano de
“Anthakarana”, inativo na grande maioria da população, e a sua ativação é a grande
busca dos iniciados das diferentes ordens iniciáticas, pois corresponde a Iniciação que
os permitirá abeberar do “Conhecimento” de experiências anteriores já vividas e dos
Planos mais elevados que passará a ter contato de forma lúcida e consciente e, assim,
conquistar sua libertação.
Se pensarmos no Ego como o Homem verdadeiro, então a Personalidade é a mão
que ele mergulha na Matéria a fim de trabalhar por meio dela, e o “anthakarana” é o
braço que liga aquela mão ao seu corpo.
Reinos Elementais – Entidades conhecidas entre os cristãos e judeus como
Arcanjos ou Anjos, seres de elevada evolução, mas com diferentes níveis de
desenvolvimento, auxiliam o Criador em Sua Obra colaborando na constituição dos
planos e, mais tarde, no processo evolutivo do Homem. A presença destes seres é
identificada nas obras citadas de André Luis com a denominação de “Espíritos
Construtores de Formas”.
Ainda que citados por diferentes nomes nas diferentes religiões, todas, sem
exceção, reconhecem o fato de sua existência e ação. Em sânscrito, recebem o nome de
“Devas” ou “Seres Brilhantes”, devido à sua aparência brilhante e luminosa.
Durante o período de preparação para o despertar da “Consciência”, o
vivificante poder da Energia do Amor e Sabedoria dota a matéria de determinadas
qualidades, elaborando, por assim dizer, os tecidos do futuro.
Esta Energia de vida desce de Plano em Plano e comunica suas qualidades aos
Sete subplanos correspondentes. Como já exposto, essa onda de vida leva consigo os
Homens Celestes até o Plano Mental, o plano do individualizado poder criador, no
terceiro sub-plano, no qual tem o átomo manásico ou véu mental da Mônada, que o
Logos enche de Sua vida com os demais átomos do plano.
Todos os átomos deste subplano, estejam ou não ligados à Mônada (átomos
permanentes), constituem a chamada Essência Monádica. Este tipo de matéria tem si o
potencial de responder às vibrações mentais ativas, ou pensamentos, sejam pensamentos
abstratos na matéria sutis, ou concretos na matéria densa.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
As combinações dos três primeiros subplanos constituem o Primeiro Reino
Elemental; as combinações dos quatros subplanos inferiores constituem o Segundo
Reino Elemental.
Estas combinações constituem um tipo de matéria, chamada Essência Elemental,
suscetível de ser moldada em “Formas-Pensamento”.
A diferença entre a Essência Monádica e a Elemental, é que uma é atômica
unitária e a outra é molecular, ou seja, uma composição atômica.
A Energia do Amor e Sabedoria desce então, para o Plano Astral, o plano da
sensação individualizada, do desejo. E a onda de Vida passa para adiante formando em
cada subplano combinações capazes de expressar sensações, matéria essa com
constituição semelhante à anterior, com capacidade de moldar “Formas-Pensamento
Emocionais”, portanto, Essência Elemental. Constitui-se, assim, o Terceiro Reino
Elemental.
Diagrama dos Reinos Elementais
Adaptado do Diagrama de Annie Besant
Plano do Poder ou Átmico
Ar
Atma
Buddhi
Homem Celeste
Plano da Sabedoria ou Budico
Manas
Fogo
Primeiro Reino Elemental
Alma
Segundo Reino Elemental
Plano Mental ou Manásico
Água
Plano Astral ou Emocional
Terceiro Reino Elemental
Terra
Plano Físico – Físico e Etérico
Em seguida a Energia passa ao sétimo Plano, o Físico, o plano das atividades
individualizadas, dos atos. Semelhante ao processo anterior os átomos permanentes do
Plano Astral são ligados ao do Físico, constituindo a Essência Monádica do mesmo.
Novamente a onda de vida avança, formando em cada subplano combinações capazes
A Fisiologia da Alma
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de constituir corpos físicos, os futuros elementos químicos, como são chamados nos três
subplanos inferiores.
Desta forma, observa-se que o trabalho da Segunda Energia do Criador, dentre
outras, é atuar sobre a matéria vivificada pela Terceira energia, envolvendo-a em
“tecidos” dos quais surgirão às futuras vestimentas do ser em evolução: os corpos sutis
e densos.
Vale destacar que, enquanto a Mônada não alcançar o estágio evolutivo
suficiente para conduzir sua evolução, todo o processo acima descrito é realizado pelos
Elementais, em associação com a ação da Segunda Energia.
Esta é a grande tarefa destes Seres, relacionada aos Homens.
Enquanto nos estágios iniciais, todo o trabalho evolutivo de imersão do Espírito
nos diferentes planos, com a edificação dos seus diferentes corpos, é realizado por eles.
Conquistada a Razão, passam a serem responsáveis pela edificação do Corpo Etérico e
Físico, onde as determinações da Lei do Karma deverão atuar, até a libertação do Ciclo
das Reencarnações. Outras funções existem a cargo deste seres iluminados, mas que não
pertencem ao escopo do presente estudo.
Apenas a título de informação, os Planos Físico, Astral, Mental são relacionados
com os quatros elementos Terra, Água, Fogo e Ar, respectivamente, muito utilizados
pelos antigos alquimistas em seus bulários ou receitas de trabalhos e preparações
medicamentosas.
Formas-Pensamento – O Homem, em sua infância evolutiva, ainda não se deu
conta do que representa o Pensamento e qual é o seu poder, poder de criar e destruir. A
energia segue o Pensamento.
O Corpo Mental e o Emocional estão diretamente relacionados, no Homem, ao
que é chamado de “Formas-Pensamento”, uma conseqüência de seu ato de pensar.
Como já descrito anteriormente, o Homem verdadeiro, o “Homem Celeste”, o
“Jivatmas”, o “Pensador”, está envolto em um corpo composto de inumeráveis
combinações da matéria sutil do Plano Mental.
Expandido de acordo com o grau evolutivo do Homem, pode apresenta-se, ou
não, com a aparência de uma luz viva e intensa e, quanto mais desenvolvida a
inteligência do ser, num sentido puro e desinteressado, maior sua fulguração.
A Fisiologia da Alma
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Quando o Ser emite um pensamento, dá origem a uma série de vibrações que
imediatamente atuam na matéria do Corpo Mental, projetando para o exterior uma
porção vibrante de si mesmo, assumindo forma determinada condizente com as
vibrações emitidas. Como o Plano onde reside está preenchido pela Essência ou Matéria
Elemental do Reino correspondente, esta é atraída pelas vibrações emitidas, revestindoas.
Desta maneira, temos uma “Forma-Pensamento Mental” pura e simples, uma
entidade vivente temporária, criada e corporificada pela idéia que lhe deu nascimento.
Em uma escala maior, a matéria elemental dos Três Reinos não serve apenas ao
Homem em evolução; pode também ser utilizada por Seres de elevada transcendência
nos diferentes Planos e subplanos existentes, e quanto mais sutil for a matéria de que se
constituí, tão poderosa e energética o será no desempenho de um papel de elevada
relevância.
Este fato é perfeitamente identificado nos livros de André Luis, ao descrever a
cidade espiritual “Nosso Lar”, e outras estações de socorro em diferentes subplanos,
edificadas, organizadas e mantidas através da força mental de Seres de elevada estirpe,
com a finalidade de abrigar e auxiliar os Espíritos ainda em evolução, porém com
desenvolvimento condizente ao plano onde elas se estabelecem.
Por outro lado, quando a energia mental do Homem é dirigida para objetos, ou
direcionada a atos de emoção ou paixão, ou mesmo sentimentos menos nobres, esta se
utilizará de matéria menos sutil, ou mais densa, que do Plano Mental: a matéria
Elemental do Plano Astral ou Emocional. Serão, portanto, criadas “Formas-Pensamento
Astrais”, com a matéria do plano do desejo.
Estas formas ocorrem pela atividade da Mente Inferior, ou “Eu Menor”
expressando-se através do Corpo Emocional, tornando-se a expressão da mente
dominada pelo desejo.
Se construídas com matéria elemental dos subplanos mais elevados,
conseqüentes a sentimentos mais nobres, serão luminosas e com cores harmoniosas; no
entanto, se o são dos subplanos mais densos, serão escurecidas e densas.
Recordando a assertiva do Mestre Tibetano Djwhal Khul (capítulo: Doenças –
Visão Transcendente) de que apenas dez por cento da humanidade atual encontra-se sob
o domínio do Corpo Mental, deduz-se, portanto, que a grande maioria das Formas-
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Pensamento que habitam a atmosfera mais próxima da Crosta, é edificada com matéria
Astral e, ao que parece, principalmente dos subplanos mais inferiores.
A existência das Formas-Pensamento não é uma proposta esotérica exclusiva,
pois várias referências às mesmas podem ser encontradas em diferentes escolas
espiritualistas, inclusive na espírita.
Na coleção André Luis, há várias citações, dentre as quais se destaca, a título de
exemplo, do livro “Nosso Lar” – capítulo: “O Umbral”: (...) O plano [Umbral] está
repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, porque, em
verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam,
transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a Ciência terrestre
presentemente não pode compreender. (...) [o grifo é nosso]
Mas qual seria o interesse, no presente estudo, neste tipo de fenômeno
espiritual?
Muitas enfermidades, sejam psíquicas ou físicas, são conseqüentes à presença
das “Formas-Pensamento” sobre um indivíduo. Todo pensamento que tenha sua origem
no Corpo mental ou Astral, cria, imediatamente, uma espécie de veículo temporário que
se reveste de matéria vitalizada.
Se este pensamento, desejo, ou sentimento, é projetado sobre uma pessoa
determinada, a Forma-Pensamento irá diretamente a ela e lhe afetará os veículos Astral
e Mental, produzindo efeitos bem definidos. Em contato com a Aura do receptor, e
sendo esta receptiva por afinidade vibratória, a Forma encontrará guarida e produzirá
seus efeitos fortalecendo o conjunto; em caso contrário, será repelida.
Os pensamentos, sejam bons ou maus, são projetados objetivando algum
resultado, mas para tal necessitam de material similar para a necessária resposta. Em
não havendo compatibilidade vibratória, não haverá como afetar o receptor. Em
contrapartida, o pensamento retrocede a origem com uma força proporcional à energia
empregada para projetá-lo. O ditado popular de que “Maldição sem causa não encontra
pouso”, expressa uma verdade muito maior do que se possa aquilatar.
Nos planos da Alma, impera a Lei das afinidades, ou seja, os afins se buscam. O
cientista se cerca de outros cientistas, o religioso de seus semelhantes, e assim
sucessivamente. Por esta razão, um dependente de drogas sempre estará cercado de
outros viciados, material e espiritualmente, assim como os que vivem os desvarios da
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luxúria, da ambição, da bebida, ou dos próprios defeitos da Personalidade. É a chamada
“afinidade magnética”
Caminham em um ambiente denso, vibratoriamente falando, receptivos às
vibrações similares que lhe rodeiam a atmosfera física. Nestas dimensões, o ódio, a
vingança, o orgulho, e toda uma gama de sentimentos inferiores predominam, com
abundância de Formas-Pensamento a vagar em seu derredor, potencializando suas
imperfeições.
Naturalmente, uma energia negativa atuando persistentemente sobre um Chakra
que responde por determinados órgãos, induzirá a um desequilíbrio que culminará com
a expressão de uma doença, seja ela física ou mental. (Relembrar também “Flora
Microbiana Espiritual”)
Por outro lado, se o pensamento criado é egoísta, avaro, vaidoso, etc, expressões
de um indivíduo que pensa somente em si mesmo, a Forma-Pensamento vagará
constantemente próxima de seu criador, sempre pronta a atuar sobre ele mesmo, tantas
vezes quantas o encontre em estado passivo. Com o tempo, pelo mesmo princípio,
induzirá distúrbio em algum centro de força, culminando em uma doença. (Relembrar
capítulo: “Doenças- Visão Transcendente - Doenças do Corpo Mental e Astral”)
Há, no entanto, um aspecto muito positivo no estudo deste fenômeno. Quando
uma Forma é gerada por um pensamento cheio de amor e desejo de proteção, e dirigida
com firmeza a um ente querido, esta, a Forma-Pensamento, alcança a pessoa e
permanece em sua Aura como um escudo, ou guardião.
Esta Forma-Pensamento buscará, constantemente, todas as ocasiões de ser útil,
todas as oportunidades de proteger e defender a pessoa a quem foi enviada, impelida por
uma obediência cega ao impulso que a criou, e não por um ato consciente ou voluntário.
O mesmo processo ocorre quando um grupo de pessoas se reúne e ora, ou
vibram intencional e positivamente, por determinadas pessoas ou problemas. Uma
potente Forma é criada, agora muito mais forte pela somatória de pensamentos afins,
alcançando seu objeto-alvo e cumprindo a finalidade de sua criação.
As Formas-Pensamento, como já dito anteriormente, adquirem determinada
forma e coloração, de acordo com o impulso gerador, seja mental ou emocional. Desta
maneira, pode-se perfeitamente criar uma classificação de expressões que permitirão a
um observador identificar a origem da “Forma” em análise e possível correção.
A Fisiologia da Alma
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No Livro “Formas-Pensamento”, de Annie Besant e Charles W. Leadbeater,
encontra-se interessante estudo realizado por estes pesquisadores da Alma, inclusive
com uma classificação detalhada à disposição do pesquisador interessado. Trata-se de
investigação realizada pela Clarividência, mas que pode perfeitamente ser reproduzida
com os modernos recursos científicos atualmente disponíveis.
É de André Luis a síntese: Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe
assemelham, idéia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à
nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em
comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.
É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com
todas as mentes encarnadas e desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no
mundo das formas-pensamento, construções substanciais na esfera da Alma, que nos
liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha. Isso
acontece porque, à maneira do homem que constrói estradas para a sua própria
expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes de
matéria mental que exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos
superiores ou estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos
próprios pés. (“Mecanismos da Mediunidade” – capítulo IV – Matéria Mental –
Formas-Pensamentos)
Glândula Pineal ou Epífise e Hipófise ou Pituitária – A formação destas
glândulas, pelos compêndios médicos, ocorre nas dilatações do Tubo Neural do embrião
humano que darão origem ao Sistema Cérebro-Espinal.
A parte superior, ou cranial, deste tubo torna-se dilatada e constitui o “encéfalo
primitivo”, ou “arquencéfalo”, que, posteriormente, dará origem ao encéfalo adulto. A
parte inferior, ou caudal, permanece de calibre uniforme, constituindo a medula
embrionária e dando origem, posteriormente, à medula do adulto.
No encéfalo primitivo, em sua evolução embrionária, distinguem-se, a princípio,
três dilatações conhecidas como “vesículas encefálicas primordiais” e são denominadas
de “prosencéfalo”, “mesencéfalo” e “rombencéfalo”.
O “mesencéfalo” não se desenvolverá, e o “rombencéfalo” dará origem ao
“metencéfalo”, que se desenvolverá em Cerebelo e a Ponte, e ao “mielencéfalo”, que
originará o Bulbo.
A Fisiologia da Alma
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A vesícula encefálica primordial denominada “prosencéfalo”, desenvolvendo-se,
dará origem a outras duas vesículas, das quais se originarão o “telencéfalo” e
“diencéfalo”. Estas, por sua vez, serão as responsáveis pela formação do cérebro e suas
diferentes estruturas.
O “telencéfalo”, em determinado momento, apresentará duas evaginações
laterais - denominadas de “vesículas telencefálicas laterais” - que, no seu
desenvolvimento, crescerão muito até formar os Hemisférios Cerebrais, ocultando a
parte mediana e o diencéfalo.
Concomitantemente, o “diencéfalo”, desenvolvendo-se, apresentará quatro
pequenos divertículos: dois laterais, que irão dar origem às retinas; um dorsal, que dará
origem à Glândula Pineal, e um ventral, o “infundíbulo”, que dará a origem à Hipófise.
Esta é a origem embrionária destas duas glândulas.
Assim, a Glândula Pineal, Corpo
Pineal ou Epífise, origina-se do divertículo
ependimário no teto do III ventrículo
cerebral. Forma-se, desta forma, um saco
revestido de epêndima em comunicação
com a cavidade ventricular.
Nos peixes, anfíbios e alguns
répteis, este saco permanece como tal, e as
células
ependimárias
de
sua
parede
diferenciam-se em fotorreceptores que se assemelham aos cones ou bastonetes da retina;
dessa forma, nestes vertebrados inferiores, ela é um órgão sensorial que recebe os
estímulos luminosos que atravessam a pele e o crânio. Em alguns destes vertebrados
(lagartos), existe ainda um corpo parapineal, próximo à pineal, que constitui o chamado
“terceiro olho”, único e centralizado entre o dois olhos laterais, e em um réptil
australiano (cobra), há um “olho” completo e sem função, na parte superior de seu
crânio.
Já nas aves e mamíferos, em decorrência da evolução, as células ependimárias
que formam o divertículo embrionário multiplicam-se, obliterando a luz do divertículo.
Estas células diferenciam-se, então, nas células parenquimatosas do corpo pineal, ou
pinealócitos.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Desta forma, com a evolução, o Corpo Pineal evoluiu de um corpo sensorial para
um órgão parenquimatoso e secretor, ainda que, por ligações neuronais múltiplas,
continua relativamente sensível aos estímulos da luz, visto sua participação metabólica
nos ciclos circadianos (dia e noite) do Homem.
Ricamente irrigada, seu fluxo sanguíneo só é menor que o do rim, e sua
inervação se faz por fibras simpáticas pós-ganglionares, oriundas do gânglio cervical
superior.
Acredita-se, materialmente falando, que sua principal função é a síntese de um
hormônio denominado Melatonina e participação na regulação do ciclo circadianos do
homem. Pesquisas indicam ainda, certa relação de seu funcionamento com a atividade
imunológica, interligada à liberação de seu hormônio principal.
A Glândula Hipófise, ou Pituitária, é uma evolução de uma boca rudimentar que
se ligava diretamente ao canal alimentar dos invertebrados. Com a evolução, sua função
digestiva foi abolida e ocorreu a atrofia do órgão, permanecendo, no entanto, a operar
em nova função com o desenvolvimento do corpo.
No Homem, embriologicamente, ele é derivada da bolsa de Rathke, uma
extensão da cavidade oral em desenvolvimento, que dela se separa com o crescimento
do osso esfenóide, que cria uma depressão semelhante a uma sela, a sela turca.
Localizada na base do cérebro, está muito próxima do quiasma óptico e dos seios
cavernosos da face. Une-se ao hipotálamo através do infundíbulo hipofisário que sai da
sela turca através de uma abertura no tecido que envolve o cérebro, a dura-máter.
Junto ao hipotálamo, desempenha um papel muito importante na regulação da
maioria das outras glândulas endócrinas. É formada por dois componentes morfológica
e funcionalmente diferentes: Uma parte, ou lobo anterior – a adeno-hipófise – e um lobo
posterior – a neuro-hipófise.
A adeno-hipófise, ou Pituitária Anterior, possui um sistema vascular através do
qual os hormônios de liberação do hipotálamo são transportados para a hipófise – o
sistema porta-hipofisário. Os neurônios hipotalâmicos controlam a produção dos
hormônios hipofisários, pelos fatores de liberação hipotalâmico, liberados nos sistemaporta e levados à hipófise através do infundíbulo.
Entre os hormônios secretados por esta glândula, temos a Prolactina, o
Hormônio do Crescimento, o Hormônio Adenocorticotrófico – ACTH, o Hormônio
Tireoestimulante – TSH, o Hormônio Folículo-Estimulante – FSH e o Hormônio
A Fisiologia da Alma
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Luteinizante – LH, que são liberados por diferentes sistemas de regulação e em
diferentes funções e fases da vida humana.
A Neuro-Hipófise, ou Pituitária Posterior, embriologicamente é derivada de uma
invaginação do assoalho do terceiro ventrículo, que cresce para baixo, ao longo do lobo
anterior. Diferente do adeno-hipófise, sua vascularização é fornecida por uma artéria e
uma veia que liberam seus hormônios diretamente na circulação sistêmica. A Hipófise
possui, portanto uma dupla circulação sanguínea, uma composta de artérias e veias e um
sistema porta-hipofisário que liga o hipotálamo ao lobo anterior.
Ela produz dois hormônios: o Hormônio Antidiurético, também chamado de
Vasopressina – o ADH e a Ocitocina, ambos com funções específicas, e liberados em
situações diversas do metabolismo humano.
Essas duas glândulas ilustram como uma parte do corpo que possui uma função
determinada em um primeiro estágio perde sua função primária no progredir da
evolução para assumir outra distinta, mais nobre, em um estágio evolucionário mais
adiantado.
Esotericamente, com a evolução do Sistema Nervoso Central (cérebro e medula)
e seu domínio corpóreo, a Hipófise torna-se o órgão físico para a visão Astral e Mental,
principalmente após a vivificação dos Chakras dos dois Corpos. É através dela, que o
conhecimento obtido pela visão astral se transmite ao cérebro, como também é ela que
permite a consciência ativa entre os planos Astral e Físico. É a expressão física do
Centro de Força Frontal, ou Chakra Ajna.
Já a Glândula Pineal é órgão da Telepatia, dos contatos com entidades
desencarnadas e da libertação iniciática transcendental; espiritualmente, é a glândula
mais importante do Homem, é a expressão física do Chakra principal, o Coronário
Centro ou da Cabeça – o Sahasrara. É a Glândula da Vida Mental ou, no dizer de André
Luis, o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre.
Segundo o Mestre Tibetano, é a glândula que recebe o fluxo de força pelo
“Sutratma", corda ou fio magnético da Alma para o Cérebro. A inteligência ou “fio da
consciência” se acha ancorado na cabeça, na região da Epífise, de onde dirige e ordena
as atividades do plano físico, por meio do cérebro e do sistema nervoso.
André Luis informa, também, que a Pineal represa os impulsos sexuais na
infância, porém, liberta-os a partir dos quatorze anos (duas x Sete), para reequilíbrio e
adequação da Lei de Ação e Reação.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
(...) Aos quatorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às
atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que
representava controle, é fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal
reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e
impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade,
examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes
impulsos. (...)
(...) São demasiadamente mecânicas [as glândulas genitais], para guardarem os
princípios sutis e quase imponderáveis da geração. Acham-se absolutamente
controladas pelo potencial magnético de que a epífise é fonte fundamental. As
glândulas genitais segregam hormônios do sexo, mas a glândula pineal, se me posso
exprimir assim, segrega “hormônios psíquicos” ou “unidades de força” que vão atuar,
de maneira positiva, nas energias geradoras. Os cromossomos da bolsa seminal não,
lhe escapam à influenciação absoluta e determinada. (...) (“Missionários da Luz” –
capítulo 2 – A Epífise)
Dentre as diferentes atividades espirituais por ele propostas, destacam-se outras
funções à Pineal:
1. Possui ascendência sobre todo o sistema endócrino;
2. Comanda as forças subconscientes sob determinação direta da vontade;
3. Abastece de energias psíquicas todos os armazéns autônomos dos órgãos;
4. Devido seu controle da vida emotiva, sua posição na experiência sexual é básica e
absoluta.
Complementando, importante observação o faz Mestre Djwhal Khul quanto à
interligação destas duas glândulas, na capacidade de visão espiritual:
O “terceiro olho” se manifesta como um resultado da interação vibratória entre
as forças da Alma, trabalhando através da Glândula Pineal, e as forças da
Personalidade, trabalhando através do Corpo Pituitário. Estas forças positiva e
negativa interagem, e quando suficientemente potentes, produzem a luz na cabeça.
Assim como o olho físico originou-se como resposta à luz do sol, também o olho
espiritual, igualmente, surge como uma resposta à luz do sol espiritual. (Tratado de
Magia Branca – tomo II – item 284)
Pelo exposto, na seqüência do raciocínio que se buscou até então, observa-se que
há, ainda, um vasto campo ainda por se pesquisar.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Se a Doença reflete um desequilíbrio vibratório, localizado ou disseminado, o
pesquisador restrito a matéria terá um horizonte limitado e relativamente produtivo. Não
se pode perder de vista que, o que se conceitua como “Doença”, é um efeito cuja causa,
na totalidade das vezes, localiza-se além da estrutura celular que se analisa.
Fatores transcendentais atuam e se inter-relacionam com o físico, transformando
a “Doença” em complexo físico-espiritual que ultrapassa o Corpo e alcança a Alma. A
Personalidade enferma é o reflexo de uma Alma doente e desequilibrada. É o reflexo de
um desajuste que transcende o tempo e se perde na eternidade.
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O Processo Reencarnatório pela Visão Espiritual
Interessante descrição do ato de reencarnar é descrita pelo espírito de André
Luis, pela psicografia de Francisco Candido Xavier, em duas oportunidades e em livros
diferentes, com situações evolutivas distintas dos reencarnantes. o mais profícuo deles,
pelas informações que oferece, encontra-se no livro “Missionários da Luz”, seguido
pelo “Entre a Terra e o Céu”. Informações outras e esparsas podem ser encontradas nas
demais obras da “coleção” André Luis. Estes livros serão a base do presente capítulo.
Para observador atento, as transcrições aqui apresentadas trazem profunda
similaridade com as propostas esotéricas já expostas.
Como se afirmou na “Introdução” do presente ensaio, não se pretende inovar,
mas sim compilar e interligar informações. Não se defendem idéias, apenas são
apresentadas; não se luta para defender posições, mas em compará-las.
Acredita-se que, desta forma, preenchem-se várias lacunas em tão desconhecido
assunto e permite-se uma visão sobre a origem do Homem de uma forma mais
completa, além de um novo material informativo extremamente útil à disposição de
pesquisadores.
Abstendo-se de detalhes que ficam à disposição dos interessados nas obras
citadas, buscar-se-á destacar os pontos de interesse comum ao estudo.
... ooo O ooo ...
Vias reencarnatórias - Pelas informações obtidas nas obras esotéricas e
espiritualistas em geral, existem dois caminhos reencarnatórios para um Espírito:
O primeiro ocorre em um mecanicismo natural, onde as Mônadas são trazidas ao
renascimento por um processo automático de evolução definido pelas Leis Universais.
Dos Reinos Inferiores até o Reino Hominal, elas são conduzidas em processo
natural pelos Devas, ou Elementais, ou “Construtores das Formas”, enfim, por Seres de
avançada evolução e dedicados a esse mister, que auxiliam o Criador em sua Obra
Universal, como já descrito anteriormente.
(...) A reencarnação, por si, tanto quanto ocorre nos reinos inferiores à
evolução humana, obedece a princípios embriogênicos automáticos, com bases na
sintonia magnética; contudo, em se tratando de criaturas com alguns passos à frente
A Fisiologia da Alma
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da multidão comum, é possível ajustar providências que favoreçam a execução da
tarefa a cumprir (...) [os grifos são nossos] (“Entre a Terra e o Céu” - capítulo XXVII –
Preparando a Volta)
(...) – É inegável que também aí funcionam as tarefas de abnegados
construtores espirituais que colaboram na formação básica dos corpos, destinados a
servirem às entidades que reencarnam nestes círculos mais grosseiros. Entretanto, é
preciso considerar que o serviço, em semelhante esfera, é levado a efeito de massa,
com características de mecanismo primitivo. (...) [o grifo é nosso] (André Luis “Missionários da Luz” – capítulo 12 - Preparação de Experiências)
O segundo caminho o é para Espíritos de maior evolução, necessitados de corpos
melhor adequados a sua evolução e às tarefas futuras a desenvolver, cujo planejamento
se faz com a participação do interessado.
De acordo com as informações colhidas, ao reencarnar, o Espírito edificará seu
novo veículo físico com uma carga genética herdada de seus pais, porém, com uma
programação cromossômica específica, ajustada às experiências e/ou embates previstos
em sua futura vida física.
Desta forma, determinadas doenças, envolvendo diferentes sistemas orgânicos se
manifestarão em períodos previstos na vida do indivíduo, ou determinados órgãos a
apresentarão uma “fragilidade” congênita, sempre propícia a diferentes enfermidades,
ou mesmos a doenças crônicas, todas a exigir paciência e resignação do viajante da
carne.
As deformidades congênitas também têm sua origem nos mapas genéticos
previamente estabelecidos (recordar o capítulo Doenças – Visão Transcendente –
Doenças Kármicas), e observam-se indícios de que, inclusive, o tempo de vida física
também possa estar codificado nos cromossomos.
A escolha dos genitores – Em diferentes capítulos, se estudou a Lei de Causa e
Efeito, ou a Lei do Karma, apresentando-a como a responsável pela definição das lutas
e experiências que deverá um ser materializado enfrentar em sua jornada física, e pela
adequação de seu mapa cromossômica, via ação de um Elemental ou Espíritos
Construtores. São, também, os encarregados de unir grupos de Espíritos em unidades
familiares a se constituir nos processos reencarnatórios.
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Alfredo Roberto Netto
Será analisado no presente item, o processo reencarnatório de um ser que
participa dos momentos que envolvem o seu retorno à vida física, o único descrito com
minúcias em toda literatura pesquisada, salvo informação contrária, acrescido de
informações esparsas colhidas em outras fontes e referentes aos renascimentos comuns.
É um exemplo ímpar que, por suas informações, nos permite deduções e a
elaboração de um raciocínio que favorece a melhor compreensão da realidade universal
do mecanismo reencarnatório.
Fica demonstrado que, nestes planejamentos, se inclui a escolha do local
geográfico, da raça e, inclusive, dos genitores. Seja pela necessária herança genética ou
pelos laços do pretérito, onde antigos parceiros ou rivais se uniram em ações comuns,
ou ainda pela necessidade de um ambiente propício para novas tarefas a executar, os
genitores são previamente consultados para a constituição familiar a se concretizar. Até
a orfandade e/ou a adoção por casais estéreis fazem parte deste contexto.
Dentro de uma incontável série de razões, que não enumeradas por não
pertencerem ao objetivo do presente estudo, destaca-se a necessidade da participação
consentida de cada um dos pais, para que não haja uma rejeição vibratória destrutiva
que venha prejudicar a fecundação, ou incapacitar um dos gametas responsáveis pela
futura fertilização.
Na grande maioria dos casos, este compromisso se efetiva antes mesmo do
nascimento dos genitores no mundo físico, e se revalida as vésperas da reencarnação do
futuro nascituro. Esta revalidação ocorre no plano dos Espíritos, durante o sono físico,
razão pela qual não é retido na memória da quase totalidade dos futuros pais.
Vencida esta etapa, ocorre previamente um processo de ligação fluídica entre o
Espírito reencarnante e o casal que o receberá, principalmente com o materno, em uma
simbiose vibratória de muita importância para o momento da fecundação e da evolução
gestacional.
Pode-se deduzir que esta harmonização vibratória seja necessária para que se
eliminem possíveis transtornos vibratórios que possam prejudicar a fertilização que se
aproxima e da evolução da gestação, tais como a rejeição, a renúncia ou outros
sentimentos desarmoniosos similares.
Período Pré-Fecundação – Em um período que antecede a união das células
germinativas, observa-se o relato da presença dos seres denominados pelos esotéricos
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como Elementais, agora titulados de “Espíritos Construtores” na lavra espírita:
Alexandre informou-me tratar-se de Espíritos Construtores, que iam cooperar na
formação fetal do nosso amigo. (ibidem).
No processo mecânico natural, o Espírito reencarnante é levado a um estado de
inconsciência pela magnetização das entidades assistentes responsáveis pelo processo
encarnatório, para que possam ser conduzidos ao “Templo maternal de carne, como
criança adormecida”, diferente dos Espíritos mais evoluídos que podem participar do
processo conscientemente.
Também sob a ação magnética dos Construtores, o ser reencarnante principia a
eliminar matéria, provavelmente dos Planos em que se estabelecia o que, no nosso
entender, nos transporta à proposta esotérica da Matéria Monádica presente nos
diferentes Planos, restringindo-se ao Átomo Permanente Astral.
A plasticidade desse tipo de matéria, sob a firme determinação do pensamento e
dos fatores magnéticos das entidades assistentes, permite uma miniaturização
progressiva do corpo espiritual do reencarnante, até alcançar a forma infantil que, na
seqüência, liga-se por um laço fluídico ao corpo espiritual da futura mãe, para sua
necessária sustentação vibratória.
Isto evidencia que uma gestação é um processo mais complexo do que uma
simples fusão de células germinativas. É um fenômeno magnético-espiritual que
envolve múltiplas ligações vibratórias de diferentes ordens e em diferentes momentos,
que fogem à percepção comum, e que se inicia muito antes da fecundação.
A Fecundação - Consumado o ato sexual, é escolhido entre milhares o
espermatozóide que traga a carga genética necessária para a futura composição
cromossômica do ser reencarnante. O óvulo materno na luz tubária, por sua vez, já traz
em si a carga genética prevista que, diante do processo descrito, e por dedução, também
sugere que tenha sofrido uma seleção antecipada entre todos os ovócitos candidatos.
(...) Sempre sob o influxo luminoso-magnético de Alexandre, o elemento
vitorioso [o espermatozóide] prosseguiu a marcha, depois de atravessar a periferia do
óvulo, gastando pouco mais de quatro minutos para alcançar seu núcleo. Ambas as
forças, masculina e feminina, formavam agora uma só, convertendo-se ao meu olhar
em tenuíssimo foco de luz.
A Fisiologia da Alma
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O meu orientador, absolutamente entregue ao seu trabalho, tocou a pequenina
forma com a destra, mantendo-se no serviço de divisão da cromatina, cujas
particularidades são ainda inacessíveis à minha compreensão, conservando a atitude
do cirurgião seguro de si, na técnica operatória. Em seguida Alexandre ajustou a forma
reduzida de Segismundo, que se interpenetrava com o organismo perispirítico de
Raquel, sobre aquele microscópico globo de luz, impregnado de vida, e observei que
essa vida latente começou a movimentar-se. (...) (Ibidem)
Este é o “momento mágico” onde uma vida física se inicia, o recomeço nos
processos da evolução.
Será do organismo materno que o ovo fecundado receberá todo o alimento vital
necessário para a organização básica do novo aparelho físico; sua forma reduzida será o
molde sobre o qual se formará a nova vestimenta.
Como o já relatado em diferentes capítulos, é o Corpo Astral o molde reduzido
do Espírito reencarnante; será, também, o indutor da formação não só do Corpo Denso
como também do Corpo Etérico, uma vez que ambos se desfazem com a morte física.
(...) O Corpo Etérico é construído com matéria dos três subplanos inferiores do
Plano Físico, antes da encarnação física (...). (Alice A. Bailey – Psicologia Esotérica –
Volume II – Tomo I – item 50)
Outro detalhe que chama a atenção é o da atuação dos Elementais, ou Espíritos
Construtores, que não se restringe exclusivamente à fecundação. Acompanham o
período gestacional em suas diferentes fases, principalmente nas iniciais. Esta assertiva
encontra amparo em uma nova colocação de André Luiz:
(...) Reconheci que o serviço de segmentação celular e ajustamento dos
corpúsculos divididos ao molde do corpo perispirítico, em redução, era francamente
mecânico, obedecendo às disposições naturais do campo orgânico, mas toda entidade
microscópica do desenvolvimento da estrutura celular recebia o toque magnético das
generosas entidades em serviço, dando-me a idéia de que toda a célula-filha [célulatronco] era convenientemente preparada para sustentar a tarefa de iniciação do
aparelho futuro. (...) (Ibidem – capítulo 14 – Proteção)
Esta intensa assistência dos Construtores se estende por vinte e um dias (Três x
Sete). Determinam, inclusive, um “isolamento” espiritual de mãe e filho objetivando
evitar interferências vibratórias que possam prejudicar a evolução da gravidez.
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Após este período, o número dos Elementais assistentes é reduzido, mas ainda
permanecem no acompanhamento da evolução gestacional, até sua conclusão no parto
que, ao contrário do que se pensa, não é conclusão do processo reencarnatório. Todas as
escolas espiritualistas, inclusive a Espírita, são unânimes em afirmar que a encarnação
do Homem somente se completa aos Sete anos de idade.
Nesse período de Sete anos, a Alma permanece focalizada no Corpo Etérico,
sem utilizar plenamente todos os Centros de Forças ou Chakras. Sua ação resume-se em
um suave controle pulsante, com discreta atividade impulsionadora necessária para a
preservação da consciência, para a vitalização dos diferentes processos físicos e
progressivo domínio físico para expressão do caráter e finalidade de vida de que é
portadora.
É unânime, também, a afirmação de que o domínio físico pleno ocorre ao redor
dos Vinte e Um anos de idade (Três x Sete), quando seu caráter e escolhas de vida da
Alma se estabilizam na Personalidade. Excepcionalmente, seres de maior evolução, já
assumem plenamente sua condição física plena por volta dos Quatorze anos (Duas x
Sete).
Um detalhe que chama a atenção, e que vale destaque, ocorre nas reencarnações
naturais e mecânicas. A escolha dos gametas maternos e paternos não se faz por uma
seleção intervencionista como a acima citada, mas ocorre por uma “sintonia magnética”,
direcionada por um processo vinculado ao Espírito reencarnante e os futuros pais,
processo este que talvez somente a Lei de “Afinidades Vibratórias” (recordar item
Formas-Pensamento do capítulo anterior) e de “Ação e Reação” possam explicar.
A Evolução da Gestação - Os Elementais, que também se poderia denominar de
os “Obstetras Espirituais”, acompanham passo-a-passo a evolução embrionária até sua
condição fetal, intervindo em todos os processos celulares multiplicantes.
(...) Depois da vesícula germinal, [desenvolvida] com a cooperação magnética
dos construtores para cada célula, formaram-se os três folhetos blastodérmicos,
aproveitando-se o molde que Raquel idealizara mentalmente para o futuro filhinho, que
foi aplicado sobre o modelo vivo de Segismundo, em processo de nova reencarnação.
(...) (Ibidem)
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Denota-se aqui a importância da presença mental, ou da “Forma-Pensamento”
materna na formação do novo corpo, uma finalidade diferente desta modalidade de
fenômeno que ainda não se havia enunciado.
A presença fluídica paterna também é realçada e valorizada em diferentes
etapas, ainda que sem maiores detalhes, evidenciando, uma vez mais, que uma simples
gestação traz em si processos transcendentes complexos, que a mente humana ainda não
consegue alcançar.
Pela descrição do médico espiritual, deduz-se que, à medida que o corpo fetal
progride, assim também o faz o Corpo Etérico do reencarnante, o que sugere que a ação
dos Construtores não acontece apenas na vestimenta física, mas também na adequação
de seus corpos espirituais.
A referência da presença materna após os vinte e um dias, no Plano Astral,
portando o reencarnante na forma infantil em seus braços, somada à informação, da
presença dos “cordões energéticos” que unem o Espírito ao corpo e lhe mantém a vida,
demonstram a evolução da forma reduzida embrionária inicial, para forma do infante.
O Nascimento – Segundo os textos esotéricos, a manifestação da Alma, via
Corpo Etérico se faz em “dois momentos de fulgor”. O primeiro ocorre no nascimento
físico e o segundo na morte do corpo.
O mecanismo da morte será analisado
oportunamente.
O primeiro “fulgor” é o que antecede a plena posse do Corpo Físico, ou a
encarnação física propriamente dita, quando a luz da vida proveniente da Alma, é
focalizada com toda a intensidade ao redor do Corpo Físico fetal e entra em relação com
a luz da própria matéria, energia vital que já se encontra em cada átomo do corpo.
Este projeção luminosa irá, então, concentrar-se em Sete áreas específicas,
dando origem aos Sete Centros de Forças maiores que serão seus canais de contato e
expressão com mundo físico exterior. Esse momento é descrito com se um ponto de luz
pulsante explodisse em uma grande chama, dentro da qual Sete pontos de luz
intensificada tomam forma.
Na seqüência, inicia-se o que esotericamente é chamado de “interpenetração”, a
etapa durante a qual os Sete pontos de luz se tornam vinte e um, e, a seguir, fazem
brilhar quarenta e nove pequenos centros; a substância da luz, o aspecto “energia da
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Alma”, começa a permear o corpo Físico, e o trabalho de edificação do Corpo Etéreo,
ou Vital, é completado.
É o momento onde a encarnação física, de fato, se inicia, e quando se
desencadeia o Trabalho de Parto.
Similar ao rompimento de um cordão umbilical fluídico, encerra-se a simbiose
materno-fetal, e o nascituro deixa de necessitar da energia vital de sua mãe, tornando-se
independente, espiritualmente falando.
O clímax de todo o processo, surge com o primeiro vagido do recém-nato,
quando então o ato de criação se completa e se consuma; uma nova Luz brilha em um
lugar escuro.
Uma Gestação Rejeitada – Existem, no entanto, gestações que se perdem por
fatores diversos, sejam por desequilíbrios de origem paterna, de entidades malignas ou
mesmo maternas.
Quando as agressões vibratórias ocorrem por origem das duas primeiras
alternativas, os Espíritos Construtores sempre possuem recursos a interpor, porém, têm
grandes dificuldades quando a desarmonia ou rejeição é de ordem feminina.
A chamada “sintonia vibratória” ou “magnética” compreende, também, uma
inter-relação entre o ser encarnado e os desencarnados que vibram em igual diapasão.
Emitida determinada nota de freqüência mental com constância, elementos materiais
etéricos e entidades de vibração semelhante serão atraídos e passarão a se agregar em
suas vestimentas espirituais e orbitar em sua esfera psíquica, respectivamente.
Portanto, pensamentos de baixo padrão vibratório atrairão matéria etérica de
densidade correspondente, assim como atrairão mentes desencarnadas que se afinam
com os mesmos. Este fenômeno ocorre em diferentes hábitos perniciosos do
comportamento humano.
A sexualidade excessiva e leviana é forte chamariz para os afins, e como todo
excesso gera desequilíbrios, estes haverão de se expressar de uma forma negativa na
constituição espiritual e física do ser.
Entidades espirituais menos desenvolvidas e desprovidas da vestimenta física,
ansiosas pelas emanações inferiores que a sexualidade irresponsável emite, procuram
induzir um afim carnal na esfera das emoções baixas e puramente materiais, gerando
uma simbiose vampiresca com intrincados reflexos para o hospedeiro.
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Esta simbiose pode se expressar desde uma simples influência momentânea, a
uma obsessão, ou até a chamada possessão, quando o homem perde o domínio de sua
vontade.
Vezes outras, estes mesmos parceiros espirituais da volúpia sensual, ou de outros
desequilíbrios, terminam por se transformarem nos filhos, por “afinidade magnética”,
das pessoas a quem induziam ao desequilíbrio; a Lei de Ação e Reação, aproveitando-se
da irresponsabilidade dos amantes, vincula-os em laços de família, transformando-os
em filhos-problemas a exigirem reiterados esforços de tolerância e renúncia no
convívio, para correção de seus desvios de personalidade.
O médico espiritual André Luis oferece interessante relato, pela visão espiritual,
de uma gestação em senhora de hábitos sexuais promíscuos, portando uma gravidez que
representava um obstáculo aos seus intentos sensuais.
(...) O caso Volpini [o Espírito reencarnante] era muito diferente do processo
reencarnatório de Raquel [mãe de Segismundo]. A forma física embrionária
demonstrava manchas violáceas, revelando dilacerações. Pequeninos monstros,
somente perceptíveis ao nosso olhar, nadavam no líquido amniótico, invadindo o
cordão umbilical e apropriando-se da maior parte do delicado alimento reservado ao
corpo em formação. Toda a placenta era assediada por eles, provocando terrível
impressão. (...) (“Missionários da Luz” – capítulo 15 – Fracasso) (recordemos Flora
Microbiana Espiritual)
Irremovível em sua decisão de desfrutar dos prazeres do sexo, a Senhora em
análise impunha constantes projeções vibratórias negativas à criança que, somadas às
emanações de seus parceiros de desequilíbrio, tornou sua permanência impossível no
ambiente intra-uterino, quando, então, foi retirado da constituição espiritual materna
pelo “Construtor de Corpos” responsável pela gestação, desencadeando o trabalho de
parto prematuro com o nascimento de um Natimorto.
Ao se analisar todo o processo físico-espiritual que envolve o nascimento de
uma criança, detalhes sugerem uma imensa responsabilidade para aqueles que se
predispõem a constituir uma família de maneira irresponsável, ou mesmo para aqueles
que se entregam aos prazeres da luxúria e da sensualidade, e se deparam,
repentinamente, com uma gravidez indesejável.
Quais serão os reflexos espirituais, diante da eternidade, para aqueles que optam
pelo aborto? Ou para os profissionais que o executam?
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Gestações frustradas espontaneamente, infertilidade, distúrbios hormonais de
toda ordem, assim como diferentes tumorações do trato genital feminino e masculino,
têm sua gênese em condutas como no relato acima, ou em abortos intencionais, ou
mesmo no uso desmedido e viciado da sexualidade, ações estas que ocasionam graves
distúrbios vibratórios nos Chakras correspondentes.
Esses processos patológicos ocorrem com a finalidade precípua de reajustar os
Centros de Força desarmoniosos, o respeito à vida pelo reencarnante, ou mesmo pelos
pais, segundo complexos débitos pretéritos acumulados nessa seara.
Há um gigantesco horizonte a se explorar e, quando a Ciência romper o
paradigma da materialidade, infinitas alternativas surgirão para o socorro de uma Alma
doente.
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A Morte
De todos os fatos da vida, o único invariavelmente certo, é que, mais cedo ou
mais tarde, de forma natural ou por doenças, acidente ou outro meio qualquer mais
agressivo, todos os homens, sem exceção, deverão se defrontar com o “momento da
Morte”.
Mas o que a “Morte”?
É parte do processo da Vida, do grande ritual universal que governa toda a vida
planetária, seja em que expressão for. É o processo natural que encerra um ciclo das
formas e restitui a Natureza aquilo que lhe pertence, temporariamente emprestado para
uma finalidade de evolução.
Em capítulos anteriores, buscou-se destacar a trajetória de um Espírito, desde a
sua criação até a aquisição da Razão, cruzando por diferentes Planos e formas materiais.
Por incontáveis vezes, criou e se desfez de corpos físicos, em diferentes densidades nos
diferentes Reinos, buscando sua evolução, processos estes que consumiram Eras no
tempo físico. “Nasceu e morreu” um número incontável de vezes em diferentes
roupagens em sua trajetória em busca da Luz.
É a “Morte”, portanto, uma parte do processo da Vida evolutiva, da
Reencarnação, e necessário se faz encarar este processo com a maior naturalidade e
espírito científico.
Pelo ao fato de não guardar, na nova vestimenta, a recordação de transições
anteriores, diferentes razões levam a criatura a temê-la, sendo a mais comum, o medo da
“não sobrevivência após a morte”. Por outro lado, em existindo “algo mais” além da
presente ilusão física, assusta-lhe a possibilidade da confrontação com uma realidade da
qual se afastou durante toda uma existência, e para a qual não se preparou devidamente.
Estes “temores” podem ser relacionados em poucos itens:
- Temor aos processos finais na extinção da Vida física;
- Temor pelo desconhecido e indefinível;
- A dor de separação dos entes queridos;
- Apego às coisas materiais;
- Formação cultural, com conceitos religiosos distorcidos sobre um Deus
“cruel”.
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Não é pretensão do presente estudo, todavia, elaborar teorias analíticas sobre o
“medo da Morte”, tanto quanto sobre o comportamento do Homem diante do mesmo.
Para tanto, existe à disposição uma farta literatura de diferentes escolas, religiosas ou
não, que podem satisfazer àqueles para quem este viés interesse.
Restringindo-se ao propósito inicial, buscar-se-á apresentar a realidade
fenomênica da transição, de forma seqüencial ao que foi até então apresentado, no
processo fisiológico da Alma.
Este capítulo terá com referência principal, entre outras obras, os livros “Um
Tratado sobre Magia Branca – Volumes I - II”, “Cura Esotérica – Volumes I - II” e
“Morte: A Grande Aventura” de Alice A. Bailey, sob a orientação do Mestre Tibetano
Djwhal Khul.
“Morrer” significa retornar pelo caminho no qual o Espírito alcançou sua
vestimenta física, etapa por etapa. A “morte” chega ao homem, no sentido comum do
termo, quando a “vontade de viver” no Plano Denso desaparece, substituído pelo desejo
de abstração.
Segundo o Mestre Tibetano, ocorrem três processos principais que governam o
fenômeno da “morte”: o de Restituição, de Eliminação, e o de Absorção.
1º - Processo de Restituição – É o período que corresponde à retirada definitiva
da Alma do Plano Físico, portanto, dos Corpos mais densos - o Físico e o Etérico -,
instante conhecido pela humanidade como “o momento da morte”.
Como se afirmou no capítulo anterior, a manifestação da Alma no Corpo Etérico
tem dois “momentos de fulgor”: um ao “momento de nascer”, e outro no “momento de
morrer”.
O “momento de morrer” é quando a Alma anuncia o período de restituição e
abstração final de sua própria energia intrínseca. A “morte” é realizada sob a direção do
Ego, não importa quão inconsciente o ser humano possa estar dessa direção.
(...) Os quarenta e nove fogos no interior do organismo físico se extinguem; seu
calor e luz são absorvidos pelos menores vinte e um pontos de luz, os quais, por sua
vez, são absorvidos pelos Sete Centros maiores de Energia. Então a “Palavra de
Retorno” é pronunciada, e o aspecto consciência, a natureza da qualidade, a luz e
energia do homem encarnado, são retirados para o Corpo Etérico. O princípio de vida
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é igualmente retirado do coração. Segue-se um brilhante fulgor de pura luz elétrica, e o
“Corpo de Luz” quebra todo o contato com o veículo denso, focaliza-se por um breve
período no Corpo Vital, e então desaparece. (...) (Alice Bailey – “Cura Esotérica” –
Fatores Enfrentados pela Alma ao Retirar-se – item 470)
A prisão da carne se dissolve pela retirada da Luz e da Vida, e a matéria é
restituída à sua origem.
Recordando, resumidamente, o processo reencarnatório, em um determinado
momento a Alma apropria-se de um Corpo Físico de determinado calibre, adequado às
suas necessidades e idade; energiza-o por meio do Corpo Etérico, galvanizando-o para
um determinado tempo estipulado pelo reencarnante.
Para a vida se expressar, duas correntes de energia chegam ao corpo:
1. A Energia da Vida Dinâmica, que penetra pela cabeça (Chakra Coronário) e
se “ancora” no coração (Chakra Cardíaco), ali permanecendo durante todo o ciclo de
vida estabelecido. Se junta a ela uma energia menor, o Prana, que penetra no corpo pelo
baço (Chakra Esplênico) e alcança o coração para trabalharem em harmonia. A Vital
energiza e mantém coeso o Corpo Físico integrado; a Prânica vitaliza os átomos e
células individuais que compõem esse corpo.
2. A Energia da Consciência Individual que penetra e se “ancora” na cabeça,
trabalhando em conexão com outra, a da Personalidade, que penetra pelo Plexo Solar
(Chakra Gástrico). Dependendo da predominância de uma delas, será definido o Centro
de Consciência do indivíduo.
No Processo de Restituição, alguns fatores devem ser trabalhos pela Alma
retirante, uma vez que podem dificultar sua saída:
1. A vida física, integrada e coordenada no Corpo Material, tem, por princípio
manter unidos os componentes celulares dos órgãos, assim como suas funções, através
de forças atrativas potentes que atuam através de certo número de centros de forças
menores. São os Vinte e Um pequenos centros relacionados no capítulo “Centros de
Força ou Chakras - Linhas de Energias ou Nadis”. Parte deles responde à vida da
matéria densa, e os demais respondem às energias que lhes chegam dos Centros
Maiores.
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2. O Corpo Etérico também reage á retirada da Alma. Ainda que se expressando
pelos Sete Chakras maiores, está vinculado a determinadas funções, via alguns centros
menores, que independem da vontade consciente da Alma (Sistema Simpático e
Parassimpático), que coordenam uma vigorosa e coordenada vida própria.
Na verdade, é a Matéria lutando para reter o Espírito que lhe sustenta a vida.
Toda a matéria etérica é retirada da física, não mais interpenetrando nas
diferentes partes do organismo, e passa a se recompor, ou densificar, nas palavras do
Mestre Tibetano, vários centímetros acima do corpo físico.
Sua retirada ocorre das extremidades, dos menores para os grandes Centros de
Forças, sendo os dois últimos os do tórax, responsáveis pelos pulmões. Finalizar-se-á ou
pelo Chakra da Cabeça, ou do Coração, ou do Plexo Solar, dependendo onde se localiza
o “Centro de Consciência”.
A abstração final ocorrerá pelo Centro Coronário nas pessoas tipo Mentaladiantadas, pelo Centro Cardíaco, nos homens de boa vontade e para aqueles que
procuram cumprir, até onde lhes é possível a Lei do Amor, e pelo Centro Gástrico ou
Solar, nas pessoas não desenvolvidas e emocionalmente polarizadas.
Diferente do que se pensa a consciência do ser, mesmo agonizante, não importa
se localizada no Corpo Emocional ou Mental, está plenamente consciente do que está
acontecendo. Se estiver fortemente vinculada a matéria, aos bens materiais, aos seus
afetos, sua “Personalidade” intensificará o conflito, tornando a luta do Ego maior para
se desligar do Plano Material.
(...) Teremos então o elemental físico lutando furiosamente pela existência, a
natureza do desejo lutando para retardar os processos da morte, e a Alma empenhada
em realizar o trabalho de abstração e de restituição. (Ibidem – item 467)
Sob a “Lei da Atração”, segundo o Mestre Tibetano, a Alma, ao término de um
ciclo de vida, e com firme intenção, exerce seu poder atrativo de tal maneira que
desestabiliza o poder de atração inerente à própria matéria, levando-a ao que se
denomina “Morte”.
Uma serie de eventos distintos ocorrem durante o processo de desencarnação, de
acordo com Djwal Khul, a partir do momento que soa a “palavra de retirada” – termo
esotérico e simbólico para definir o momento em que a Alma inicia seu desligamento:
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1- Alterações Fisiológicas – inicia-se na sede da doença, afetando três grandes
sistemas: a Corrente Sanguínea, o Sistema Nervoso em suas várias expressões, e o
Sistema Endócrino;
2- Uma vibração percorre as Nadis – por sua íntima relação com todo o Sistema
Nervoso, inclusive o Cérebro, e por serem o veículo dos impulsos da Alma, elas reagem
ao seu chamado, organizando-se para a abstração;
3- Efeitos da Corrente Sanguínea – interessante informação é oferecida pelo
Mestre Tibetano, no que concerne a participação da corrente sanguínea nos eventos da
“morte”. Relata que é liberada uma substância hormonal na corrente sangüínea, ainda
desconhecida pela Ciência, que afetará diretamente o coração, onde se fixa o “fio da
vida”, além de induzir uma ação reflexa no cérebro, induzindo ao coma e a perda da
consciência física aparente. Esta é uma informação de profundo interesse científico.
4- Tremor Psíquico – ocorre com a finalidade de afrouxar ou romper a conexão
entre as Nadis e o Sistema Nervoso. É quando se inicia o desprendimento do Corpo
Etérico do Denso, embora ainda interpenetrando suas diferentes partes, processo que se
inicia na região dos olhos. Nesse momento, ocorre uma pausa, que pode ser breve ou
longa, para permitir um desligamento suave e indolor.
5- Recomposição do Corpo Etérico – liberto de sua inter-relação com o Sistema
Nervoso pela ação das Nadis, começa a se recompor novamente (recordar sua
interpenetração no Corpo Físico no momento do nascimento), retirando-se das
extremidades para a “porta de saída”, o Chakra da Consciência, de acordo com grau
evolutivo do ser, onde permanece aguardando a chamada final, ou “puxão”, da Alma
que por ele clama.
Ocorre, nesta fase, um pequeno conflito entre a atração da Alma e a do Corpo
Material, revestido de matéria vivificada pela emanação da Primeira Energia Divina,
que reage à separação da potência integradora antes exercida pelo Corpo Vital,
buscando mantê-lo em sua condição anterior. Influi, também, nesse momento, o grau
evolutivo do Homem que parte; se possui forte apego à matéria e seus entes queridos, é
levado a um momentâneo estado de inconsciência a fim de não interferir no processo.
6- Nova Pausa – é o momento que se denomina “Estado de Coma”. Pode
representar um momento previsto pela Alma, necessário no aprendizado, com retorno
posterior do Etérico ao Físico, para continuidade de sua vida, ou uma ferrenha
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resistência do Elemental físico que não deseja se afastar do seu habitante, prolongando
o processo de “morte”. Estudaremos este assunto com detalhes mais adiante.
7- Separação do Corpo Etérico do Corpo Físico – Vencidas todas as etapas, o
Etérico se recompõem nas proximidades do veículo denso abandonado, apresentando-se
como uma réplica do mesmo. Trata-se de uma “Forma-Pensamento” criada pelo homem
de si mesmo, enquanto materializado, ainda não totalmente livre devido a um “Cordão
de Energia”, também conhecido como “Cordão de Prata”, que o mantém nas
proximidades do corpo físico. Presentes e ainda interpenetrando-o, estão as energias
integradas do Corpo Astral e Mental, com um ponto de luz em seu centro, indicando a
presença da Alma.
8- Dispersão do Corpo Etérico – Desfeitos todos os elos entre a matéria e o
Etérico, este começa a dispersar-se, devolvendo sua matéria à fonte original.
Nesse momento, onde o processo de restituição se completa, a Alma tomando
conhecimento do fato, responde ao homem ainda restrito em seu Corpo Astral,
permitindo-lhe uma visão de toda a recente encarnação, dando-lhe consciência plena de
seu retorno à vida espiritual.
O Homem permanecerá, então, nos seus corpos mais sutis, à espera do segundo
processo, o da Eliminação.
(...) A individualidade não é perdida, a mesma pessoa está ainda presente no
planeta. Somente desapareceu aquilo que era uma parte integral da aparência tangível
do nosso planeta. Aquele que foi amado ou odiado, que foi útil à humanidade ou um
risco, que serviu à raça ou foi um membro inútil, ainda persiste, ainda está em contato
com os processos qualitativos e mentais da existência, e permanecerá para sempre –
individual, qualificado pelo seu tipo de Raio, parte do reino das Almas, e um alto
iniciado por direito próprio. (...) (Ibidem – item 478)
Antes de avançar nos temas, vale ressalvar que este processo descrito
esotericamente, também o é, e com semelhantes detalhes e etapas, em uma linguagem
ocidental e sob a óptica espírita na coleção André Luiz. Em livros como “Os
Mensageiros” e “Obreiros da Vida Eterna”, encontramos descrição similar,
evidenciando, uma vez mais, que a Verdade é única, independente da escola
espiritualista em que se expresse.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
2º - Processo de Eliminação – Refere-se ao período de vida da Alma depois da
morte, nos dois outros mundos da evolução humana.
Ele representa a eliminação e devolução da matéria etérica dos respectivos
Planos, para que a Alma possa retornar ao seu Plano.
Na realidade o Plano Astral é uma ficção criada pelo uso maciço da imaginação,
repleto de Formas-Pensamento, com vitalidade e vida própria. Após a morte ele
permanece real, mas, lentamente, perde sua potência e o homem mental aos poucos
percebe seu verdadeiro estado de consciência.
O Corpo Emocional se desfaz porque, não havendo o apelo do Corpo Físico para
evocar o desejo, nada mais existe para alimentar este veículo.
A etapa seguinte será a retirada da força de vida da forma Astral, ou Emocional,
para que ela se desintegre também, e a vida se centralize em outro núcleo. Ela ganhou
um aumento de vitalidade através da existência no Plano Físico, e acrescentou cores
através das experiências emocionais. Todo esse aprendizado ficará codificado no
“Átomo Permanente Astral”, como aconteceu com o “Físico” e acontecerá com o
“Mental”, a partir do que se estabelecerá o planejamento de sua próxima etapa física.
A etapa final para o ser humano, é a sua retirada do veículo mental, com
processo semelhante aos demais. As forças da vida, após esta quádrupla abstração,
ficam inteiramente centralizadas na Alma.
3º - Período de Integração – Agora liberta, e totalmente reintegrada em seu
Plano, a Alma permanecerá um determinado período em estado de reflexão, avaliando
suas conquistas e suas próprias necessidades evolutivas.
Mais tarde, sob a ação da Lei do Karma, novamente se preparará para nova
imersão no “mundo das formas” para um novo projeto de experiências e aprendizado.
Segundo as escrituras esotéricas, guardadas as diferenças regionais e físicas, a Alma, ao
alcançar os “Vinte e Um” anos de idade em novo corpo, recomeçará sua senda de
progresso do ponto onde encerrou sua última vida física, com todas as conquistas
adquiridas, mas com os defeitos que persistiram e deverão ser subtraídos.
Após a morte, o homem se reencontra com aqueles com quem teve contato na
vida física e nunca está só. Encontrar-se-á com seus afetos, como também com os
desafetos, pois a vida continua a mesma nos diferentes Planos.
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Tem plena consciência dos que ainda estão no Corpo Físico, podendo vê-los e
sintonizar-se com seus pensamentos e emoções, pois, em não havendo cérebro físico,
este não mais serve de freio e, muitas vezes, dependendo de seu progresso, procura
auxiliá-los da forma que lhe é possível e permitido.
E assim a Vida prossegue na eternidade.
Estado de Coma – Trata-se de um evento bastante conhecido pela Ciência atual.
Milhares de famílias já vivenciaram este difícil momento, e inúmeros são os casos que
alcançaram a mídia com repercussões diversas, algumas até sensacionalistas. Todas, no
entanto, demonstrando a luta humana pela preservação da “vida”.
Hoje, com o desenvolvimento, muitas vezes “vidas” são mantidas a partir de
aparelhos que substituem, momentaneamente, determinadas funções que o corpo,
sozinho não o consegue.
Esotericamente conceitua-se o “Coma” em duas modalidades; o “de batalha” e o
“de restauração”.
“Coma de Batalha” - Esotericamente denomina-se de “elemental físico” a vida
integrada ao Corpo Físico. Conceitua-se por “coma de batalha” o conflito entre este
“elemental” e a Alma, quando esta determina o momento da retirada da vida. Pode ser
curto ou demorado, sempre antecedendo o momento da “morte”. É sexto evento – Nova
Pausa - dos alencados anteriormente, que precede o desencarne.
Quando a “morte” é realmente a intenção da Alma, esta interrompe o fluxo de
energia prânica pelo Chakra Esplênico, ou seja, interrompe a vitalização dos átomos e
células individuais que compõem o corpo, para em seguida assumir o controle dos dois
centros menores responsáveis pela respiração e, finalmente do Centro Cardíaco, levando
a uma parada cárdio-respiratória e “morte”.
Há uma previsão de que, quando a Ciência Médica dominar o a realidade das
cores e sons (referindo-se aqui ao “som” de cada ser, individualmente), o uso destes
recursos permitirá uma “retirada” mais serena da Alma.
Descobrir-se-á, à semelhança de técnica hoje sob a custódia do Tibet, que a
compressão de determinadas artérias e centros nervosos na região cefálica, assim como
em determinado ponto no Bulbo, mostrar-se-ão eficientes no auxílio do desenlace em
um “Coma de Batalha”. Frases mântricas, que produzem determinados fluxos
A Fisiologia da Alma
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vibratórios, a serem empregadas mentalmente pelo doente ou verbalizadas por aqueles
que circundam o agonizante, serão de extrema utilidade em momentos de desenlace.
“Coma Restaurador” – representa um processo, como diz o próprio nome, de
restauração.
Por ação de algum processo ou doença, a Alma retira o “fio da
consciência”, mas não o “fio da Vida”, em um esforço de dar ao “elemental físico”,
tempo, para recuperar o controle do organismo, que também pode ser curto ou longo, e
assim restaurar a saúde.
A Alma mantém seu controle sobre o físico através dos Chakras, preservando
seu fluxo de energia apenas para o Centro Cardíaco, o Baço e os dois centros menores
responsáveis pelos pulmões, retendo todos os demais processos energizadores.
A intervenção médica e a ação de “elemental físico”, em se recuperando o
equilíbrio orgânico e a vitalidade, permitem que a “vida” volte a se expressar.
Por repetidas vezes, o Mestre Tibetano afirma que, por ser o Corpo Etérico ou
Vital de densidade muito próxima ao do Físico, muito em breve a Ciência Médica
desenvolverá recursos para poder visualizá-lo e, com isso, produzir grande progresso na
Arte de Curar.
Entre as conquistas que este desenvolvimento alcançará, estará a capacidade de
se observar um homem em Coma, e distinguir entre o “Coma de Batalha” e o “Coma
Restaurador”, permitindo ações mais efetivas de um lado, e a liberação do processo
natural da “morte” em outro.
Com estas técnicas, e o conhecimento em se identificar o tipo de “Coma” em
que a pessoa se encontra, evitar-se-á uma sustentação de uma vida artificial sem
solução, e de todos os problemas conseqüentes.
Assim como se desenvolveu um correto procedimento para o “momento de
nascer”, desenvolver-se-á outro para o “momento da Morte”.
Mas para isso, há um longo caminho a se percorrer, tanto no que concerne ao
desenvolvimento da Ciência no que tange “Vida e Morte”, como do preparo moral e
espiritual de seus praticantes e da própria humanidade.
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Diferentes Terapêuticas
Os Médicos e Profissionais da Saúde do Futuro - sem sombra de dúvidas, a
responsabilidade de que se reveste o profissional médico, assim como os demais
profissionais que trabalham com a saúde e a dor humana, perante as Leis Universais, é
muito grande.
“Segundo nossos orientadores espirituais, o médico é aquele a quem a Bondade
Divina permite interferir no Karma de seus irmãos, aliviando ou curando, dentro de
suas possibilidades”.
Esta assertiva é de Francisco Candido Xavier, o sábio Mestre da Humildade,
expressa ao ser questionado sobre a nobre missão dos médicos e da Medicina. É a
síntese da grande responsabilidade de que se revestem aqueles que optaram pela excelsa
“Arte da Cura”.
Buscou-se demonstrar, até então, a complexa inter-relação entre Leis Universais
e as Energias Cósmicas que se expressa em um ser que nasce, vive e morre. Um
universo evolutivo único, de milênios de lutas e experiências, de alegrias e sofrimentos
representados em uma enfermidade que busca sua resolução, à frente de um facultativo.
Como anteriormente assinalado, existem relatos de que, na antiguidade,
candidatos a “curadores” somente eram aceitos pelos Mestres da Arte após severa
seleção, e iniciados no desenvolvimento de suas faculdades psíquicas exatamente para
alcançarem os sentidos superiores que lhe permitiriam um correto diagnóstico das
doenças ou distúrbios energéticos e sua correção.
Os candidatos eram conduzidos a uma verdadeira iniciação, de caráter
hermético, com intenso adestramento moral e espiritual, e apenas quando alcançassem
o desenvolvimento interior necessários, conseqüentes ao treinamento, eram instruídos
no ofício.
Este processo esotérico parece haver ter sido adotado e orientado o
desenvolvimento de várias e antigas ciências curativas orientais, sendo sua última
expressão no século passado, a medicina tibetana, antes da invasão chinesa.
Seguramente haverá aqueles a afirmar que, na Modernidade, não existe espaço
para tais procedimentos.
O Tempo o dirá... Todo movimento pendular deve alcançar os extremos antes de
conseguir o necessário equilíbrio no “caminho do meio”.
A Fisiologia da Alma
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Quando a Ciência quebrar o paradigma da materialidade, da “vida das formas”, e
se defrontar com o “transcendental”, quando os profissionais contatarem os planos
paralelos com suas faculdades naturais extrafísicas, a adequação será natural e
conseqüente. O imaginário será uma realidade e o irreal será natural.
Há uma previsão de que, ao ultrapassar a barreira da materialidade, a Ciência
Médica alcançará novos horizontes e diferentes realidades a levarão a uma reformulação
de muitos conceitos e terapêuticas no trato da saúde humana. Isto acarretará,
naturalmente, uma revisão no processo educativo e preparatório dos futuros médicos
das novas gerações, assim como da óptica de investimentos na Saúde.
A Natureza não dá saltos.
Os benefícios que a alopatia e a cirurgia trouxeram ao Homem são
incomensuráveis. São as especialidades dominantes no mundo ocidental, alcançando
progressos que valorizam a Arte de Curar e milhares de pessoas foram beneficiadas
pelos seus recursos. Dissecaram a Matéria e estudaram exaustivamente sua fisiologia e
mecanismos patológicos, gerando um cabedal de conhecimento e especializações como
nunca antes alcançado nos milênios de existência da humanidade.
Apesar de todo o avanço alcançado, ainda não são totalmente efetivas,
principalmente no que tange as Doenças Crônicas, representando as frustrações dos
facultativos que se vêem, muitas vezes, incapazes em sua esperança de alívio ou cura de
seus pacientes, observando as “vidas” se esvaírem em suas mãos.
Os orientais, por sua vez, caminharam em rumo diverso, buscando observar o
Homem em seu aspecto transcendental, trabalhando com as energias que o envolvem,
buscando seu reequilíbrio. Estudaram o Espírito e suas relações com a Matéria,
procurando desenvolver recursos que pudessem corrigir as dissonâncias vibratórias dos
enfermos. A sua efetividade pode ser expressa por milhares de pessoas do mundo
oriental, também beneficiadas por sua qualidade terapêutica.
Poder-se-á dizer, no entanto, que também não são plenamente eficientes, visto a
“morte” e o sofrimento ainda presentes nos países onde são utilizadas.
E por que, então, ambas não são plenamente eficientes?
Porque o Homem é, ainda, um ser imperfeito e em evolução, e devido a esta
imperfeição deve sofrer impactos que despertem seus valores divinos e sua correta
adequação às Leis Naturais.
A Fisiologia da Alma
Alfredo Roberto Netto
Muitas vezes, o ser que sofre de uma doença crônica mortal em um leito, traz
consigo uma herança vibratória que ultrapassa os limites de uma vida, refletindo um
necessário reajuste que foge à propedêutica imediata e limitada.
Ainda que se alcance a aparente cura de uma enfermidade, em não se corrigindo
as distorções que a desencadearam, eis que ela ressurge em nova expressão, agora mais
forte e resistente à terapêutica antes eficiente.
Há que se ter uma visão holística e transcendental do Ego que a nós se apresenta,
enfermo e a solicitar auxílio. Não é seu corpo que está doente, mas sua Alma, a
Personalidade expressa no Corpo Denso.
Há que se buscar a causa dos males no ser imortal, que traz consigo os distúrbios
de um passado a se desvendar, expressando-se dolorosamente no presente.
Há que pensar em uma Medicina Integrada, onde todas as alternativas devem e
podem ser utilizadas em benefício daquele que sofre.
Há que se adestrar os candidatos na “Arte de Curar” para que desenvolvam seus
sentidos maiores que os permitam romperem os limites das “formas” e alcancem a
realidade das “causas”, sanado-as, se possível, na sua origem.
Há que se transformar os Profissionais de Saúde em parceiros leais e constantes
daqueles em cobrança Kármica, conduzindo-os, paciente e serenamente, na transição de
suas provas, aliviando suas dores e confortando seus corações, até o momento do
desenlace.
Há que se despertar, enfim, para o fato de que o médico é aquele a quem a
Bondade Divina permite interferir no Karma de seus irmãos, aliviando ou curando,
dentro de suas possibilidades.
Diferentes Alternativas Terapêuticas - Buscar-se-á expor a seguir, as
características de diferentes escolas médicas tradicionais, objetivando apenas destacar
seus aspectos básicos e coincidentes com os objetivos do presente estudo. Seguramente
serão abordagens sumárias, até mesmo deficientes, mas, deixa-se aos verdadeiros
interessados a liberdade de pesquisa na vasta literatura existente.
A Medicina Ayurvédica é considerada uma das mais antigas representantes da
“Arte de Curar”, seguramente o berço das tradicionais ciências médicas orientais.
Escavações realizadas em determinadas regiões da Índia, trouxeram à luz
escritos datados de 3000 anos a.C. que apresentavam relatos de substâncias destinadas
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ao tratamento da Diabetes, Reumatismos, e outras Doenças Crônicas, além de crânios
apresentando sinais de intervenções cirúrgicas (craniotomias). Estes elementos
comprovaram a grande antiguidade e efetividade das ciências médicas da Índia. No
período védico, que vai de 5000 a 2000 a.C., a medicina já era uma profissão
organizada.
Diferentes textos, catalogados e numerados por pesquisadores, apresentam
diferentes especialidades exercidas na época. Por exemplo, o Atharva Veda,
considerado a fonte de toda a medicina clássica indiana, fala de uma erva ainda não
identificada, a kushtha, utilizada no tratamento da malária, e ainda faz referências a
olhos artificiais, membros protéticos e dentaduras recém-colocadas. O Rig Veda 9.112
fala da cura de fraturas e o texto 1.097 é dedicado a ervas curativas.
Os textos antigos referem-se também aos Ashvins, médicos ayurvédicos muito
conhecidos em sua época, apresentando-os como cirurgiões renomados que operavam
maravilhas, peritos no tratamento da cegueira, da paralisia e do rejuvenescimento.
Falam de outros profissionais que alcançaram grande desenvolvimento em pediatria,
cirurgias neurológicas e abdominais. Relatam facultativos com elevado nível na
Obstetrícia, nas áreas de Medicina Preventiva e Dietética, todos com grande
resolutividade e eficiência.
Destes relatos, ficam várias questões a serem respondidas.
Como falar em cirurgias neurológicas, oftálmicas, abdominais, ortopédicas, etc,
em uma época tão remota, sem todo o aparato instrumental e medicamentoso que
possuímos hoje?
De doenças crônicas, da Diabete, da Malária, de próteses ortopédicas ou
dentárias, sem os grandes laboratórios de pesquisa que temos hoje para tal? Quais
seriam seus conhecimentos de Anatomia, Fisiologia, Patologia e Propedêutica nas
diferentes especialidades?
E os conceitos de Assepsia e da própria eletricidade, tão necessária para o
funcionamento de nossos complexos aparelhos?
Interessantes pesquisas poder-se-iam desenvolver nesta escola médica que,
certamente, muito enriqueceria a Propedêutica atual.
Em um esforço de síntese, o Ayurveda conceitua a circulação de três energias
denominadas de Doshas – Vata, Pitta e Kapha (Inércia, Mobilidade e Ritmo?).
Informam que todos têm certa quantidade básica de cada um dos doshas. A
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predominância de um dele ou de outro, ou às vezes uma combinação entre eles,
caracteriza cada indivíduo.
Permanece-se saudável quando os doshas se mantêm dentro das quantidades
necessárias para o equilíbrio orgânico de cada ser. Dentro dos princípios ayurvédicos, a
Doença se manifesta quando ocorrem desvios que afastam o Corpo de seus níveis
básicos.
A utilização de ervas, massagens e técnicas de limpeza que restituem a saúde,
reconduzindo o Corpo ao nível basal característico das energias do indivíduo,
representariam uma pequena parte da terapêutica desta escola médica.
Deduz-se que, em outras palavras, busca-se corrigir o fluxo das Energias Vitais.
A Medicina Tradicional Chinesa, derivada em seus primórdios da Medicina
Ayurvédica, e desenvolveu-se por seus sábios pesquisadores, especializando-se mais
nos campos da Acupuntura e Fitoterapia (tratamento com ervas medicinais), aspectos
estes mais conhecidos no Ocidente.
Basicamente procura corrigir o Chi, ou Prana, o fluxo de energias que circulam
pelo corpo através de Meridianos, linhas energéticas que se espalham pela estrutura
física, responsáveis pelos diferentes sistemas ou órgãos. Segundo a grande maioria das
escolas esotéricas, os meridianos correspondem às disposições dos Nadis e dos Chakras
no Corpo Etérico. Portanto, e sua atuação é especificamente nos campos de energia.
A aplicação de finas agulhas, às vezes com o uso de calor través de determinadas
substâncias queimadas nas extremidades superiores destas, produziram correções em
distúrbios vibratórios localizados em determinados pontos, ou na área de atuação de
determinados meridianos.
A absorção das energias de determinadas ervas ingeridas em diferentes formas
de preparos, teria o mesmo objetivo e eficiência.
A Medicina Tibetana, seguramente a mais desconhecida no Ocidente, talvez
seja a mais completa Arte Médica desenvolvida no Oriente, em decorrência de seu
desenvolvimento eclético. É uma trindade confluente das tradições índica, helênica e
chinesa, em que as tangentes espaciais se encontraram e se harmonizaram.
O saber médico tibetano baseou-se, primordialmente no Ayurveda indiano. Nos
primeiros séculos de seu desenvolvimento, textos ayurvédicos foram trazidos ao Tibet e
exaustivamente estudados e desenvolvidos pelos sábios médicos da época. Todos os
textos possíveis foram trazidos e traduzidos para a língua tibetana, envolvendo todos os
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processos utilizados pela ciência ayurvédica, até processos alquímicos de preparo de
medicamentos metálicos.
A medicina tibetana ganhou novas forças ao assimilar o sistema grego de curar,
trazidos ao país através da Pérsia. A medicina e a matéria médica chinesa acrescentaram
outra dimensão a esta escola.
A Arte de Curar tibetana passou, desde o princípio, por modulações e
harmonizações baseadas na experiência modificada pelo contexto de seus sábios
facultativos. Foi uma busca contínua de autenticidade e equilíbrio no corpo humano,
caracterizada pelo o que há de mais profundo no homem e na natureza, segundo a óptica
serena da visão budista-tibetana.
Trabalhou e ampliou o uso da acupuntura, buscou e trouxe ervas medicinais para
seu país, pesquisando e encontrando sua ideal aplicação às Doenças; trabalhou com
elixires metálicos, e todas as alternativas úteis e efetivas no trato com a dor do ser
humano. Obteve grande desenvolvimento e resolutividade na área cirúrgica e diferentes
especialidades, inclusive na Psicologia e/ Psiquiatria.
É uma ciência de 5000 anos de evolução, cuja estrutura e desenvolvimento
foram seriamente comprometidos com a invasão chinesa.
A Medicina Tibetana trata o indivíduo como um todo, cujas faculdades físicas e
extrafísicas combatem o desequilíbrio de seu ser total. É um enfoque holístico que
encara o indivíduo como um ser saudável de Corpo e Espírito, ao passo que a Doença
reflete uma perturbação nesta homeostase. Também trabalha no reequilíbrio das
energias vitais.
A Homeopatia surgiu há duzentos anos na Alemanha a Homeopatia, proposta
pelo médico Samuel Hahnenann em seus livros básicos – o Organon da Arte de Curar e
Matéria Médica. Recentemente alcançou seu reconhecimento como especialidade
médica no Brasil.
Trabalhando nos corpos espirituais, representa uma promissora área de atuação à
disposição dos médicos em seu arsenal terapêutico.
A homeopatia hanenaniana é uma opção que possui princípios filosóficos e uma
base doutrinária que permite a estruturação do pensamento clínico, induzindo o
profissional a se preocupar com o conhecimento de si mesmo, processo essencial para o
conhecimento de seu próximo, e base para o conhecimento do universo em que vive e
do qual faz parte.
A Fisiologia da Alma
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Dentro dos conceitos transcendentais expressos nos capítulos anteriores,
interessante similaridade se pode observar em alguns princípios que regem esta linha
terapêutica:
§ 12: É somente a força vital morbidamente afetada que produz moléstias, de
modo que os fenômenos mórbidos que são perceptíveis aos nossos sentidos expressam,
ao mesmo tempo, toda a mudança interna, isto é, toda perturbação mórbida do
dinamismo interno.
§ 15: A afecção do dinamismo (Força Vital) espiritual, que anima o nosso corpo
no interior invisível, morbidamente perturbado, bem como todos os sintomas
exteriormente observáveis, por ele produzidos no organismo, e que representam o mal
existente, constituem um todo e um mesmo. O organismo é, na verdade, o instrumento
material da vida, não sendo, porém, concebível sem a animação que lhe é dada pelo
dinamismo instintivamente perceptor e regularizador, tanto quanto a força vital não é
concebível sem o organismo; consequentemente, os dois juntos constituem uma
unidade; embora em pensamento, nossas mentes separem essas unidades em dois
conceitos distintos para mais fácil compreensão.
§ 17: Assim é aniquilada a Doença, restabelece-se a saúde e é esse o mais
elevado, o único objetivo do médico que conhece o verdadeiro escopo de sua missão,
que não consiste em falatórios que soam erudição, mas em dar auxílio ao doente.
Outras variantes terapêuticas têm seus desenvolvimentos previstos para o futuro,
envolvendo diferentes profissionais da Saúde. A Cromoterapia (o uso de cores), e a
Aromatoterapia (o uso de determinadas essências de caráter terapêutico), a
Quiroterapia (massagens) onde o Doyn seja uma das expressões desta especialidade,
assim como tantas outras, que também trabalham no reequilíbrio das energias do
Homem.
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Conclusão
Reafirma-se aqui parte da Introdução deste estudo:
(...) Temos consciência de que somos responsáveis por aquilo que escrevemos.
O que aqui foi exposto é resultado de nosso próprio estudo. Cabe a todos,
pesquisadores ou não, usar seu próprio intelecto, seu próprio julgamento, sua própria
consciência na ponderação de cada asserção que fizemos. O painel de investigação
está aberto a todos e não devemos tomá-las como realidades prontas.
Se o que aqui for proposto é a expressão da Verdade, somente o tempo o dirá,
pois, o campo de pesquisa na esfera do Espírito, das energias, estende-se ao infinito.
Caberá aos pesquisadores do futuro demonstrar sua veracidade e com certeza
desenvolvê-la, ou não. (...)
(...) Este é a nossa proposta.
Sugerir alternativas para novos estudos e motivar pesquisadores idôneos a
cruzar o abismo existente entre os opostos. Com certeza dever-se-á buscar o
desenvolvimento de novos métodos e instrumentos de pesquisa, renovando e ampliando
conceitos e redefinindo terapêuticas.
O Homem inicia sua escalada na montanha do Conhecimento e, enquanto não
alcançar seu ápice, não poderá afirmar que possui a visão completa que ela o permite.
Mas qual é o limite deste Conhecimento? Quem pode defini-lo?
Aprendemos que a Ciência busca a Verdade e é livre, tal qual o pensamento
filosófico; ela não privilegia e tão pouco é estática. A verdade conceitual de hoje pode
não o ser amanhã, cabendo a nós estuda-la e desvenda-la até alcançarmos a sua
origem; conceitos científicos serão mutáveis até alcançarmos “a causa primária de
todas as coisas”.
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Parte – Os Corpos do Homem Deus