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do Instituto 12345
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Camiliano 12345
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de Pastoral 12345
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da Saúde 12345
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e Bioética 12345
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Agosto 2004 12345
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ANO XXII – Nº 222 12345
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PROVÍNCIA CAMILIANA BRASILEIRA12345
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Informativo 12345
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❒ PASTORAL
❒ BIOÉTICA
❒ HUMANIZAÇÃO
O PAPEL DO ASSISTENTE ESPIRITUAL
NO AMBIENTE HOSPITALAR
BRUNO GOTTWALD
N
o decorrer de sua história, a
comunidade cristã teve algumas idéias muito felizes, entre as
quais a criação de hospitais. O
hospital como instituição é uma
idéia feliz da comunidade cristã. A
medicina já existia muito tempo
antes de Jesus. Mas foram monges
cristãos na Idade Média que tiveram a feliz idéia de “hospedar” em
seus conventos pessoas que não
podiam mais cuidar de si mesmas.
Hospedar—Hospital.
Nos grandes hospitais não se
costuma falar em doentes ou pacientes, e sim em clientes. Que tal
resgatar a idéia original do hospital
e chamar e tratar essas pessoas
como “hóspedes”?
A comunidade cristã assumiu a
tarefa de hospedar e cuidar dos
enfermos porque sabe que sua missão não é apenas salvar almas, mas
também cuidar, sarar e curar corpos. A teologia cristã tem sempre
enfatizado a ligação estreita entre
cura (saúde) e salvação.
Com o passar do tempo, no entanto, graças ao Iluminismo e, principalmente, Descartes, a salvação da
alma e a cura do corpo foram separadas. A cura do corpo, a questão
terapêutica, foi assumida cada vez
mais pelo mundo secular, pelos homens da ciência, pelos especialistas.
A saúde e a cura sofreram com isso
uma secularização indevida. Perdeuse o diálogo muito saudável e essencial entre teologia e medicina.
Ficou com a comunidade cristã a
assistência espiritual, a função da
Nem sempre é possível recuperar a saúde dos enfermos.
Muitas vezes um diagnóstico fechado
recomenda apenas um tratamento paliativo,
o que não visa prolongar a vida do enfermo,
mas fazer com que essa vida tenha qualidade e sentido
até seu último momento.
E dessa qualidade de vida faz parte estar em paz consigo mesmo,
em paz com os outros e em paz com Deus.
Ser o facilitador para essa paz
é o papel fundamental do assistente espiritual
no ambiente hospitalar.
“cura d’alma, entendida especialmente como salvação da alma do
enfermo”.
DOIS MODELOS DE
CRISTIANISMO
O modelo de cristianismo introduzido e praticado pelo catolicismo
hispanoibérico tem enfocado tradicional e historicamente a assistência espiritual na prática da caridade junto ao enfermo, assistindo-o
com os ritos e sacramentos da Igreja (confissão, comunhão, unção dos
santos óleos, oração, missas etc.).
O modelo de cristianismo introduzido e praticado pelo protestantismo, a Igreja da palavra e da
pregação, por sua vez, tem enfocado
a assistência espiritual ao enfermo
na evangelização, na conversão, no
conforto da palavra e da oração.
Pessoalmente, sou da opinião de
que é necessário resgatar o enfoque
terapêutico da assistência espiritual
aos enfermos, tendo como motivação bíblica e teológica Mateus 25,36:
“estive enfermo e me visitastes (fostes ver-me)”. Dois verbos: IR e VER.
IR ao encontro do enfermo onde
ele se acha com seus pensamentos,
sentimentos e perguntas. “Estar
longe...” Nossa função, nesse momento, não é transportá-lo para a
nossa realidade, dizendo: “Veja,
estou aqui para trazer-lhe algo
muito importante”, mas ir ao seu
encontro. Carl Rogers chama isso
de empatia. (Perceber a situação do
outro como se fosse a sua própria.)
Ir ao encontro e vê-lo, percebê-lo em
sua dor total: orgânica, emocionalpsicológica, social e espiritual.
O PAPEL DO
ASSISTENTE ESPIRITUAL
O papel do assistente espiritual
no ambiente hospitalar é justamen-
2
Ano XXII – Nº 222 – Agosto 2004 – BOLETIM ICAPS
te ajudar no resgate da hospitalidade do hospital. Isso não tem nada
a ver com a hotelaria do hospital,
e sim com o cuidado integral do paciente como um ser biopsicosociocultural-espiritual.
Visando ao cuidado do enfermo
como um todo, organizam-se hoje
cada vez mais nos hospitais equipes
interdisciplinares, entre as quais a
equipe espiritual cujo agente terapêutico é como os demais das outras
áreas no hospital. Por isso é muito
importante que ele se sujeite a
participar de cursos e treinamentos
pertinentes e aprenda a usar e
entender a linguagem típica do
ambiente hospitalar.
Tomo a liberdade de reportarme mais uma vez ao conceito de
dor total. Creio que a dor orgânica dispensa maiores explicações.
Dor emocional, psicológica: “Estou com medo de que para mim
não há mais solução”. “Não posso
falar sobre isso com minha família.”
Dor social: “Como é que estão
meus filhos?” “O que será de meu
emprego?” “O que será de minha
empresa?” “Até quando meu plano irá cobrir minha já tão longa
internação?”
Dor espiritual: “Por que isso tem
de acontecer comigo?” “O que eu
fiz?” “Onde está Deus?”
O ASSISTENTE ESPIRITUAL
E O CONTATO COM
O DOENTE
EXPEDIENTE
Estar internado em um hospital
é como tirar o barco para fora da
água. Enquanto ele está na água
não se pode ver o casco, mas... O
enfermo hospitalizado é confrontado com suas limitações, sua vulnerabilidade. É tempo de reflexão. De
O Boletim ICAPS é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde e Bioética - Província Camiliana Brasileira.
Presidente José Maria dos Santos.
Conselheiros Antônio Mendes Freitas,
Leocir Pessini, Olacir Geraldo Agnolin,
Niversindo Antônio Cherubin.
Diretor Responsável Anísio Baldessin.
Secretária Cristiana Baldessin Maina.
solidão. No início, as visitas são
freqüentes. A medida que a internação se prolonga, as visitas vão rareando. Lá fora, a vida continua. Os
familiares e amigos vêm e vão. Profissionais da saúde vêm e vão. O
enfermo fica com seus sentimentos
e perguntas. Ele necessita muito de
um remédio chamado “ser humano”. Cabe muito bem aqui um provérbio africano: “O melhor remédio
para o ser humano é o próprio ser
humano”.
Ouvindo esse provérbio africano
eu recordo as primeiras palavras do
primeiro capítulo do evangelho de
São João: “E o verbo se fez carne,
e habitou entre nós”. Para trazer
vida abundante ao ser humano,
Deus tornou-se humano em Jesus.
O enfermo hospitalizado necessita
muito dessa ação terapêutica, isto
é, de alguém que simplesmente
esteja com ele, que tenha tempo,
disposição e coragem para ouvi-lo
falar sobre seus sentimentos. Os
sentimentos e emoções do enfermo
contribuem inevitavelmente para
seu estado físico. Falando e verbalizando seus sentimentos, ele consegue reorganizar seu interior e sua
situação se torna clara.
Antes de levar a Boa Nova, o
assistente está a seu lado, percebe
sua dor como se fosse a própria dor.
Assim, ele tem condições e oportunidade para compartilhar com o enfermo algo do seu tesouro espiritual.
O ASSISTENTE ESPIRITUAL
NO HOSPITAL
O assistente espiritual, a princípio, não leva nada para junto do
leito do enfermo, a não ser a si
mesmo, sua pessoa, como um ser
humano que se interessa pelo conforto e bem-estar de outro ser humano. Por isso, o assistente espiritual não pode preparar uma visita,
do tipo: “Bem, hoje eu vou ler esta
Revisora Rita de Cássia
Redação Av. Pompéia, 1214
Tel. (0xx11) 3675-0035
05022-001 - São Paulo - SP
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Periodicidade Mensal
Produção gráfica Edições Loyola –
Fone (0xx11) 6914-1922
Tiragem 3.500 exemplares.
ou aquela passagem, este ou aquele
hino. Doentes precisam ter Jesus
no coração, pois bem eu irei lá e
farei esta cirurgia espiritual”.
O assistente espiritual transmite o amor de Deus de muitas formas. O testemunho do Evangelho é
uma delas. Mas na realidade hospitalar esse testemunho não precisa
necessariamente ser verbal.
O amor de Deus também pode
ser transmitido no valor dado à
pessoa do enfermo, no cuidado com
ele. E a pessoa somente se sente
“pessoa” quando os outros a reconhecem, percebem, acolhem e respeitam como tal, parceiro de diálogo e não “objeto” de minha ação missionária.
O QUE FALAR NA
VISITA?
Não é possível preparar o discurso de uma visita. É o enfermo que
indica a direção da conversa, que
sintetiza sobre o que quer e necessita falar. Mas é possível e necessário que o assistente se prepare. E
esse preparo consiste, em primeiro
lugar, em despojar-se de suas experiências de vida, de sua mania de
dar conselhos, de suas teologias e
preconceitos.
Nesse aspecto, é fundamental
resgatar o respeito pela confissão
religiosa, ou não, do enfermo. A
assistência espiritual não acontece
em função de uma Igreja ou confessionalidade religiosa, ou programa
missionário. Acontece unicamente
em função do amor de Deus e da
saúde integral do enfermo, do seu
conforto e bem-estar. O amor de
Deus não é demonstrado pela imposição do Evangelho, mas, em primeiro lugar, pelo ato de acolher.
A assistência espiritual aposta no
acolhimento incondicional e na força
do amor curador de Deus que cativa
onde, quando e como quer, sem
Assinatura O valor de R$10,00 garante
o recebimento, pelo Correio, de 11 edições
(janeiro a dezembro). O pagamento deve
ser feito através de depósito bancário em
nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, agência
0422-7, conta corrente 89407-9.
A reprodução dos artigos do Boletim
ICAPS é livre, solicitando-se que seja citada a fonte. Pede-se o envio de publicações
que façam a transcrição.
Ano XXII – Nº 222 – Agosto 2004 – BOLETIM ICAPS
necessitar da insistência em converter a pessoa a qualquer preço.
ASSISTÊNCIA TOTAL
A assistência espiritual no ambiente hospitalar é um trabalho voltado essencialmente para o enfermo,
mas pode ser também estendido aos
familiares e a todos que de alguma
forma relacionam-se com o enfermo:
profissionais da saúde, funcionários,
administradores e pessoal de apoio.
Os familiares, muitas vezes mais
ansiosos do que o próprio paciente,
também percebem, no momento da
crise, que não são auto-suficientes e
que não têm o controle sobre a vida.
A noção de impotência diante do
sofrimento e da morte iminente de
uma pessoa amada, a esperança
misturada ao desespero, a dor e a
incapacidade de lidar com tudo isso
são sentimentos característicos que
acompanham os familiares de enfermos hospitalizados.
Também os funcionários precisam ser assistidos em suas necessidades como pessoas que no dia-adia lidam com o sofrimento alheio
de forma intensiva. Os cuidadores
também precisam de cuidado.
Espera-se dos profissionais da
saúde que sejam semideuses, quando, na verdade, eles esbarram na
própria vulnerabilidade, nos próprios limites, e o assistente espiritual
faz parte de uma equipe que luta
pelo restabelecimento da saúde e
pela vida dos enfermos. Não luta
apenas com amor. Pois saúde é
muito mais do que o bom funcionamento do organismo. Saúde é, antes
de mais nada, a harmonia da pessoa em seu ser total.
Nem sempre é possível recuperar a saúde dos enfermos. Muitas
vezes um diagnóstico fechado recomenda apenas um tratamento paliativo, o que não visa prolongar a
vida do enfermo, mas fazer com que
essa vida tenha qualidade e sentido
até seu último momento. E dessa
qualidade de vida faz parte estar
em paz consigo mesmo, em paz com
os outros e em paz com Deus. Ser
o facilitador para essa paz é o papel
fundamental do assistente espiritual
no ambiente hospitalar.
BRUNO GOTTWALD é pastor e capelão do
hospital Santa Catarina de Blumenau, SC
3
XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE
HUMANIZAÇÃO E PASTORAL DA SAÚDE
Já estão abertas as inscrições para o XXIV Congresso Brasileiro de
Humanização e Pastoral da Saúde que será realizado nos dias 5 e 6
de setembro. Aproveite a oportunidade inscrevendo-se antes do dia 25
de agosto. Pois, a partir dessa data, a taxa de inscrição passará de
R$ 18,00 para R$ 30,00. Não perca tempo. Ligue para (11) 3675-0035,
das 13 horas às 18 horas e fale com Cristiana. Você poderá se inscrever
também mandando um fax com nome e endereço completos e o comprovante de pagamento para o número (11) 3865-2189.
V CONGRESSO ECUMÊNICO BRASILEIRO
DE ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL HOSPITALAR
LOCAL: Atibaia – SP
DATA: 18, 19 e 20 de outubro de 2004
TEMA: EVANGELIZAÇÃO E ESPIRITUALIDADE NA SAÚDE
DIA 18 – SEGUNDA-FEIRA
11horas
12horas
14horas
15h30
16horas
16h30
18 horas
19horas
–
–
–
–
–
–
–
–
Celebração de abertura
Almoço
Evangelização e espiritualidade na saúde
Intervalo
Apresentação dos participantes
Trabalho em grupos
Oração vespertina
Jantar
DIA 19 – TERÇA-FEIRA
8h30
9 horas
10horas
10h30
12horas
14horas
–
–
–
–
–
–
15h30
16h30
17horas
18horas
19horas
–
–
–
–
–
Oração da manhã
A realidade e as necessidades do paciente e familiares
Intervalo
Grupos e plenária
Almoço
Mesa-redonda – A interação entre assistência espiritual,
psicologia e psiquiatria
Intervalo para o café.
Partilha de experiências.
Questões de organização
Oração vespertina
Jantar
Dia 20 – Quarta-feira
8h30
9 horas
10 horas
10h30
11h15
11h45
12h30
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–
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–
–
–
–
Oração matinal
O agente espiritual e o corpo hospitalar
Intervalo
Atividades em grupo
Mensagem do congresso e encaminhamentos
Celebração de encerramento
Almoço
OBSERVAÇÃO: No local do encontro haverá hospedagem e alimentação a preço
bem acessível. Nos próximos boletins encaminharemos mais informações e
programação completa.
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Ano XXII – Nº 222 – Agosto 2004 – BOLETIM ICAPS
AS DOENÇAS DO
MAU DESENVOLVIMENTO
PAULO CHAGATELLI SABROSA
M
uitas doenças infecciosas voltaram a atormentar a sociedade. E a influência do homem sobre
o meio ambiente é uma das principais causas.
No final de século XX, com o
avanço da ciência e do próprio desenvolvimento humano, as doenças
infecciosas pareciam estar praticamente sanadas. No entanto retornaram.
Malária, esquistossomose, hanseníase, cólera, dengue. Os nomes são
familiares, principalmente por aqui.
Todas são doenças infecciosas, males
causados por seres vivos (parasitas)
que se instalam em outros seres vivos
(hospedeiros) para se alimentar,
causando muitos problemas.
A criação de condições propícias
à transmissão e à circulação dos
parasitas está vinculada à relação
desarmônica entre o homem e o meio
ambiente, que deve ser vista em
duas dimensões: o meio ambiente
propriamente dito, como o conhecemos, e o meio ambiente que é o organismo humano, cuja chance de
encontrar uma doença transmissível é maior quando os dois meios,
em desequilíbrio, criam condições
favoráveis para a propagação dos
parasitas. Essas condições são ditadas pelo nível de desenvolvimento
socioeconômico de uma sociedade.
Alimentação, trabalho, moradia e
renda influem na saúde das pessoas e determinam maior ou menor
risco de contrair doenças. Da mesma forma, as condições precárias de
habitação e saneamento, a aglomeração, os deslocamentos freqüentes
de pessoas, as condições inadequadas de trabalho e falta de investimentos sociais, nas cidades e nas
periferias, propiciam a criação de
meios favoráveis à propagação dos
parasitas.
ALTERAÇÃO NO
QUADRO EPIDEMIOLÓGICO
BRASILEIRO
No Brasil, ainda hoje o principal
fator de risco relacionado à propagação dos parasitas é o saneamento
básico inadequado. No Nordeste,
apenas 5% da população tem acesso
à coleta de esgoto, e um terço dos
brasileiros mais pobres ainda não
possui água tratada.
De acordo com o banco mundial,
segundo dados divulgados em 2003,
as doenças infecciosas não são mais
as principais responsáveis pela
mortalidade nas periferias e no
interior do Brasil. Estudos apontam
que malária, leishmaniose, hanseníase, sarampo, meningite, esquistossomose e cólera não apresentam
tanto risco de gravidade ou morte
como antes.
A diminuição dos casos graves e
da mortalidade não indica, no entanto, que as doenças infecciosas
tenham sido erradicadas. Segundo
dados do banco mundial, nos últimos anos, a transmissão das doenças aumentou. Isso porque, além de
se manterem precárias as condições
de vida de grande parte da popula-
ção, houve uma aplicação dos circuitos especiais criados pelo homem.
Assim, doenças que haviam sido
erradicadas devido, por exemplo, às
grandes campanhas de vacinação,
ressurgiram. No caso da malária,
de 80 mil casos registrados em 1970,
a doença chegou a cerca de 640 mil
incidências em 1990, 85% localizadas na Amazônia legal, incluindo
áreas urbanas como Manaus.
O sistema econômico e social
desenvolvido no Brasil, nas últimas
décadas, facilitou o ressurgimento
de doenças infecciosas. Alguns fatores como concentração de renda e o
modelo agrário ultrapassado, por
exemplo, criam um desenvolvimento desigual, cuja modernização é
incompleta. Muitas pessoas são
excluídas da possibilidade de ter
moradia própria e condições adequadas de trabalho, o que cria um
constante deslocamento da população, do meio rural para pequenas
cidades, e destas para os grande
centros. Há uma constante movimentação de pessoas e mercadorias
criando um caldo ideal para a circulação de parasitas.
Está claro que o modelo de desenvolvimento adotado, que não atende
às necessidades da maioria da população do mundo, favoreceu a volta
das doenças infecciosas. Estado,
sociedade e indivíduos devem se unir
para estudar ações coletivas e dividir os conhecimentos sobre as doenças. É necessário um combate das
causas, não dos efeitos.
Dr. PAULO CHAGATELLI SABROZA é membro da
Fundação Nacional de Saúde Pública – Fiocruz –
no Rio de Janeiro.
Ano XXII – Nº 222 – Agosto 2004 – BOLETIM ICAPS
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Ademais, de acordo com estudo
publicado na revista Nature, existiam, em 1999, 800 milhões de pessoas subalimentadas no planeta.
Mantida a perspectiva de produção
mundial de grãos, o mesmo estudo
prevê que em 2020 o mundo será
habitado por 2,3 bilhões de seres
MIGUEL SROUGI
famintos. Problema da mesma magnitude é previsto para as reservas
de água potável. Emboor não aceitarem o
“Gaste
tudo
o
que
você
tem
ra dois terços do nosso
aniquilamento físiplaneta sejam formados
e
use
sua
vida
até
não
poder
mais.
co e a separação dos seus
por água, apenas 0,002%
entes, os seres humanos
É para isso que ela serve.
de água pode ser utilizasempre estiveram em
E não tente viver para sempre.
da pelo homem. Previbusca da imortalidade.
Você
não
terá
sucesso”
são feita pelo dr. Peter
Essa procura incessanGleick, de Oakland, nos
te está registrada até
BERNARD SHAW
Estados Unidos, mostra
mesmo na história remoque, se não forem identa. Textos bíblicos mostificadas
novas
alternativas de proEm segundo lugar, herdamos dos
tram que o homem foi colocado no
mundo para ser imortal, mas per- nossos antepassados genes ruins, dução, em 2025 dois de cada cinco
deu esse privilégio pelas transgres- responsáveis por doenças cardíacas habitantes da Terra viverão sob
sões morais — aquela refeição e neurológicas, hipertensão, diabe- privação de água. Como esperado,
indevida no Jardim do Éden. Mes- tes, câncer e muitas outras, que com áreas de escassez profunda no
mo assim, Adão sobreviveu 930 anos, aceleram a deterioração e nos apro- norte da África e no sul da Ásia.
Além das perspectivas sombrias,
seu filho Seth, 912 anos, e Enos, seu ximam da morte.
Finalmente, envelhecemos e temos de reconhecer que vivemos
neto, 905 anos. Hoje, quando homens e mulheres vivem, em geral, morremos por influência do mundo num mundo altamente injusto. Lemenos de 80 anos, fico curioso de que nos cerca. Pela ação do próprio vantamento publicado em 2000, pela
saber até que ponto a dita gula homem e por imperfeições da natu- Universidade de Cambridge, mosreza — vivemos num ambiente al- trou que 90% dos recursos para a
mudou a nossa história.
De acordo com os evolucionistas, tamente hostil, inundado por agen- saúde disponíveis no planeta são
toda a pressão se fez para que os tes químicos, ondas eletromagnéti- destinados a 10% de sua população,
seres humanos se mantivessem cas, vírus e outros microorganismos os mais ricos. Esse fenômeno, cosaudáveis até o final da sua fase nocivos. Como conseqüência, nossas nhecido como “desequilíbrio 10/90”,
reprodutora; depois disso, com a células sofrem processos de muta- explica em parte por que no Japão
espécie perpetuada, nosso organis- ções e são injuriadas por radicais e nos Estados Unidos a expectativa
mo perderia sua relevância e vita- oxidantes produzidos por esses agen- de vida de seus habitantes já se
lidade. Nessa coreografia, real ou tes, num concerto perverso que aproxima de 85 anos, e em 32 panão, há uma questão primordial. Por culmina com danos irreversíveis ao íses ela é menor do que 40 anos, em
13 deles é menor do que 35 anos, e
que, biologicamente, envelhecemos organismo.
em Serra Leoa é de 26 anos.
e morremos?
Fica claro que a imortalidade —
CONSEQUÊNCIAS DE UMA
ou a extensão prolongada da vida
POR QUE MORREMOS?
VIDA INFINITA
nos seres humanos — produziria
Cientificamente, por três razões.
Ao se falar em estender a exis- problemas insolúveis em questões
Em primeiro lugar, todos nascemos tência, seria interessante imaginar vitais como acesso a espaço, alimencom os chamados gerontogenes, como seria a nossa vida num ambi- tos, água e outros recursos necessáunidades do genoma que têm a ente de recursos finitos. Infelizmen- rios à existência digna.
capacidade de determinar a morte te, quase intolerável. Sabemos, por
das nossas células e, com isso, pro- exemplo, que as bactérias prolifeOS “BENEFÍCIOS” DA
duzir a perda da vitalidade dos ram e morrem numa velocidade inMORTALIDADE
tecidos e a indução da senescência. controlável. Se todas que povoam o
Num exercício filosófico, mas de
Nascemos, portanto, programados mundo fossem transformadas em
para morrer, o que não ocorre pre- seres imortais, elas produziriam, significado profundo, pensar na
cocemente porque os gerontogenes após 14 dias de crescimento irres- imortalidade significa enfrentar
permanecem bloqueados nas primei- trito, uma biomassa equivalente ao questões morais e sociológicas tão
complicadas quanto os problemas de
ras décadas de vida do homem.
volume da Terra.
A MEDICINA PODE
VENCER A MORTE?
P
6
Ano XXII – Nº 222 – Agosto 2004 – BOLETIM ICAPS
sobrevivência. No mundo desigual
que habitamos, a extensão da vida
humana seria privilégio de alguns,
rapidamente aflorariam as raças dos
imortais e a dos mortais. Mantidas
as atuais estruturas sociais, a competição por emprego, espaço e comida seria destruidora. Surgiria, também, grande desestímulo para o desenvolvimento pessoal, já que a
noção de vida finita cria, no homem,
necessidades prementes de crescimento intelectual e de realizações.
Não menos importante, a imortalidade tornaria muito complexas as
relações familiares, pois os imortais,
com filhos imortais, gerariam proles infinitas, incapazes de desfrutar
das relações interpessoais que enriquecem e pacificam a mente humana. A reprodução teria de ser controlada, produzindo outra questão
moral. Quem poderia? E quanto
poderia?
A LUTA DA MEDICINA
Postando-se à margem dessa
discussão e obedecendo à obsessiva
demanda da sociedade, a ciência
médica vem desenvolvendo esforços
extremos para prolongar a existência humana. Estamos começando a
compreender os fundamentos biológicos da vida, com a descodificação
do nosso arcabouço genético. Na
prática, já são realizadas as primeiras experiências para reparar genes
danificados, responsáveis por doenças que limitam a nossa existência,
como o câncer ou a aterosclerose.
Transplantes de órgãos mais complexos são executados em escala,
resolvendo deficiências antes incontornáveis. Corações artificiais de
pequenas dimensões já podem ser
implantados no peito de pacientes
com falência cardíaca irreversível,
proporcionando ganhos de vida. Em
laboratório, consegue-se produzir
camundongos mais inteligentes,
inserindo nos seus cromossomos
genes que interferem com as funções cerebrais. Sem falar nas técnicas de clonagem que tornam possível a criação de seres mais perfeitos
a partir de células isoladas. Lembro
a clonagem um pouco preocupado,
pois além de questões morais delicadas, tanto homens como mulhe-
res poderão gerar outro ser privadamente, dispensando aquele encontro triunfal.
O HOMEM
ESTÁ VIVENDO MAIS?
Com todos esses progressos, o
homem está vivendo mais? Lamentavelmente, não muito. No início do
século 20, a expectativa de vida nos
Estados Unidos era de 54 anos, no
final dele o homem vivia 78 anos.
Pouco animadora também foi a
previsão feita por um painel de cientistas reunidos em 1996 pela
revista Scientific American. Mesmo
considerando os avanços médicos
iminentes, como a terapia gênica ou
a possibilidade de substituição de
quase todos os órgãos naturais ou,
ainda, a hibernação humana, no ano
de 2500, a expectativa de vida no
planeta será de 140 anos.
Como nenhum de nós viverá até
o limiar do século 26 para usufruir
o privilégio, seria possível, agora,
prolongar a nossa existência? Certamente, sim.
Por razões biológicas óbvias, não
podemos escolher os nossos pais; por
isso, não temos como deixar de receber genes indesejáveis. Poderíamos tentar mudar o planeta, ou de
planeta, para escapar do ambiente
hostil que nos cerca, mas suspeito
que essa seria uma tarefa inglória
no mundo injusto e egoísta que habitamos. Também porque as fotos
que vejo da Lua ou de Marte não
animam muito.
Na verdade, o que podemos fazer
com sucesso é auxiliar nosso organismo a reparar os danos impostos
aos nossos genes, que aceleram a
senescência. Começando por ingerir
menos calorias. Experimentos com
camundongos e macacos mostraram
que é possível reduzir a incidência
de câncer e das doenças da idade —
e aumentar o tempo de vida desses
animais — restringindo em 30% a
ingestão diária de calorias. Uma
outra pesquisa, produzida em 2001
pela Universidade de Loma Linda,
nos Estados Unidos, demonstrou que
ganhamos dois anos de vida evitando gordura animal na dieta, e seis
anos realizando exercícios diários
moderados. Ademais, concluiu que
indivíduos obesos e fumantes vivem,
respectivamente, 10 e 11 anos menos do que pessoas sem esses hábitos. Outra série de estudos, desenvolvida em animais e em humanos,
comprovou que a ingestão diária de
quantidades moderadas de vinho
tinto reduz em 30% os riscos de
ataques cardíacos e de derrame cerebral, que contribuem para abreviar a nossa existência. Para aqueles
que, com muito entusiasmo, já recorrem a esse tipo de tratamento preventivo, quero repetir que a medicina fala em “quantidades moderadas”.
A história registra um sem-número de tentativas para se compreender a senescência e prolongar a
existência humana. Charles BrownSequard, um endocrinologista do
século 19, ficou mundialmente famoso administrando a seus pacientes
extratos de testículo de cobaia, que,
segundo ele, eram dotados de enorme efeito rejuvenescedor. Convicto,
auto-injetava-se com o extrato e
proclamava grande vigor físico e
sexual. Conta a história que caiu em
descrédito quando sua esposa abandonou-o por outro companheiro. René
Descartes nunca anunciou que seria
capaz de impedir o envelhecimento,
mas propôs-se a desvendar os seus
segredos. Suspeito que não tenha tido
sucesso, pois morreu aos 54 anos.
William Shakespeare, mais modesto, não tentou explicar nem tampouco impedir a senescência, apenas
descreveu-a em “As you like it”, por
meio de Jacques: “As pernas, cada
vez mais finas, dançam dentro de
calças cada vez mais folgadas”.
Os leitores que me desculpem,
mas, se grandes personagens da
história não puderam resolver essa
questão da imortalidade, não será
um modesto cirurgião, num pequeno
canto de jornal, que irá fazê-lo. E,
enquanto doutores e medicina não
se decidem, remeto todos a Bernard
Shaw, em “The doctors dillema”:
“Gaste tudo o que você tem e use sua
vida até não poder mais. É para isso
que ela serve. E não tente viver para
sempre. Você não terá sucesso”.
MIGUEL SROUGI é médico, pós-graduado em
urologia pela Harvard Medical School (EUA),
professor titular de urologia da Unifesp (antiga
Escola Paulista de Medicina).
Ano XXII – Nº 222 – Agosto 2004 – BOLETIM ICAPS
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APOIO SADIO NAS SITUAÇÕES DE LUTO
FR. BERNARDO, OP
P
essencial diante de um fato da vida deve
contraditório aceitar que Deus quer
1 Aser de verdade
e solidariedade, ajustadas a cada 4 o mal, parece-nos lógico que deveríamos acreditar
ATITUDE
situação. O fingimento é inadequado em toda a
relação humana e muito especialmente em situações de intenso sofrimento. O modo e o ritmo que
prenunciam a morte têm impacto diferente na
consciência de perda, sofrida como agressão.
O acidente mortal, segundo a densidade das relações conjugal, materna paterna, filial, fraterna ou
de intensa amizade, desencadeia diferentes perturbações e por vezes revolta; e, conforme a cultura,
o temperamento pessoal, a própria idade e a qualidade da vida religiosa vivida também interferem
na situação do luto.
Consoante as situações, não é conveniente o excesso de palavras de consolação, que poderão chocar porque soam a vazio, aceleram a revolta e adiam
a conveniente adaptação à nova fase.
discreta, afetiva e efetiva, com adequa2 Ados toques positivos
pode amenizar a tristeza dos
PRESENÇA
enlutados, auxiliando-os a adaptar-se, com o possível realismo, à situação de perda e a reformar o
curso da vida.
Caso seja oportuno, podemos desenvolver um moderado diálogo sobre a evidência difícil da vida e
da morte. De fato, ninguém pode ensinar os outros
a morrer, uma vez que se trata de uma experiência
pessoal intransmissível. A vida inclui a morte, a
que todos estamos destinados; cada um na sua vez
vai precedendo e seguindo os outros. A morte é o
avesso da vida ou uma mudança radical, porque é
uma saída da medida da vida pessoal constituída
pelo tempo. O nascimento é a passagem do meio
amniótico para o gasoso, e a morte biológica é a
despedida da relação tempo–espaço.
ajudar a descobrir ou a dar algum
3 Dsentido aotentar
sofrimento e à morte como abertura à
EVEMOS
continuidade na relação para além do tempo. Sem
manipular as pessoas, apanhadas pela situação de
desconforto e vazio, deveríamos estimular a consciência de que os que prefiram continuam pela
presença afetiva, pelo modelo de vida que viveram,
pela obra realizada e, para quem acredita, a certeza
de que a “vida não acaba, mas apenas se transforma”, tendo apenas mudado a forma de relação.
Os limites da condição humana existencial são
múltiplos, permanentes e incontroláveis. A nossa
efetiva liberdade opera no desconhecido acerca do
que virá depois deste presente em constante passagem pela historia e em que deparamos com medos
e conflitos.
ORQUE SERIA
que, misteriosamente, algum bem resultara da
situação cujos parâmetros parecer todos negativos
e insignificantes para as pessoas enlutadas.
Mesmo para os crentes, a questão é dolorosa
e complexa. Até Marta interpelou o Senhor da
vida: “Se estivesses aqui meu irmão não teria
morrido”.
E ele esclarece que a Ressurreição é fato em
que cada um estabelecerá uma diferente forma
de ser e estar, reestruturada a relação consigo e
com os outros também de forma diferente.
bem e mal são discutíveis, mas
5 Aaceita-se quedetêm
algo em contraposição: o bem
S NOÇÕES
é ser e plenitude, e o mal – físico, psicológico e
moral – implica a ausência do bem devido a um
ser em uma determinada circunstância. Essa
ausência representa, de modo analógico, em todos os casos, a noção de perda e fracasso. É necessário bem escalonar a ordem dos valores para
conseguirmos aceitar, e, quanto possível, assimilar as diversas situações sem raiva ou revolta.
Mas raramente basta um esclarecimento intelectual, visto que a afetividade, as emoções e sentimentos influenciam nosso comportamento de
modo mais ou menos intenso.
No caso da morte será possível fornecer uma
explicação, mas não se saberá dar as razões, os
porquês da morte de uma pessoa, e não de outra,
em um acidente ou até em uma circunstância no
dia-a-dia. A nossa liberdade e a condição humana
estão submetidas ao limite e ao impossível.
Estamos envolvidos pelo nevoeiro da incerteza
sobre o que eventualmente poderá suceder a nós
e aos que amamos; recordamos o vivido, não controlamos o futuro.
“
” penetram em outra di6 Omensão.
Os crentes esperam que a morte seja
S
OLHOS DA FÉ CRISTÃ
uma passagem para a ressurreição e confiam que
“a vida não acaba, apenas se transforma”. Mas
essa situação assimila-se no tempo cósmico em
que podemos assumir a força da ressurreição de
Cristo, mediante os sacramentos e a vida honesta, competente, partilhada com os outros solidariamente.
E os laços e a solidariedade partilhada neste
tempo abrem-nos à esperança de que a comunhão
entre os “vivos de cá e os vivos de lá” é possível
e deve ser alimentada no exercício da fé e caridade ativa.
8
Ano XXII – Nº 222 – Agosto 2004 – BOLETIM ICAPS
ANEMIA É A MAIOR
DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL
DO BRASIL
C
erca de 45% das crianças brasileiras com menos de cinco
anos de idade e 21% das mulheres
de 15 a 49 anos apresentam anemia
causada por deficiência de ferro,
segundo relatório divulgado pelo
Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef). Anualmente, morrem 880 pessoas no Brasil em decorrência da anemia severa. A doença
ocorre quando a concentração de
hemoglobina do sangue está abaixo
do índice considerado normal.
Existem vários tipos de anemia.
A enfermidade pode ser causada
pela falta de zinco, proteínas, vitaminas B12 e ácido fólico no organismo, porém, a mais comum ocorre
pela deficiência de ferro. Segundo o
Ministério da Saúde, hoje a anemia
ferropriva é a principal deficiência
nutricional do Brasil e do mundo. A
falta de ferro pode provocar anorexia, baixo ganho de peso, taquicardia
e alterações no desenvolvimento
motor e cognitivo. Nas crianças,
pode prejudicar o crescimento e até
o aprendizado na escola.
Antigamente, a anemia ferropriva era mais encontrada nas famílias de baixo poder aquisitivo.
Atualmente a doença está presente
em todas as classes sociais brasileiras. Estudos realizados nos Estados
Unidos, Suécia e Finlândia comprovaram que bebês alimentados exclusivamente no seio da mãe até os
seis meses têm menor risco de desenvolver anemia.
O estudo do Unicef também constatou que aproximadamente 87% das
residências brasileiras utilizam sal
iodado, índice ainda abaixo do apresentado por países como Uganda,
Peru, China e Congo. O resultado é
que 50 mil crianças brasileiras nascem anualmente com deficiências
mentais causadas por falta de iodo.
Já a deficiência de vitamina A compromete o sistema imunológico de
40% a 60% das crianças em países
em desenvolvimento. Segundo o
Unicef, a falta de vitaminas e minerais é responsável por impedir que
um terço da humanidade atinja seu
potencial físico e mental.
De acordo com a nutricionista e
consultora técnica do Ministério da
Saúde, Gracy Santos, para combater a anemia o governo pretende distribuir gratuitamente, por meio dos
postos de saúde, suplementos
medicamentosos de sulfato ferroso
para as crianças de seis a 18 meses,
gestantes e mulheres que estão
amamentando. A previsão é dar
início ao projeto ainda no segundo
semestre deste ano.
Outra ação que visa diminuir os
casos de anemia é a obrigatoriedade
da fortificação da farinha de trigo e
de milho com ferro e ácido fólico. O
prazo para as indústrias regularizarem seus produtos termina em
julho deste ano.
Essas são justamente as duas
alternativas propostas pelo Unicef
para atacar o problema da deficiência nutricional. Além disso, a instituição recomenda que a população
seja instruída para manter uma
alimentação balanceada. Propõe
também o prosseguimento dos esforços para controlar doenças como
malária e diarréia, que fazem o corpo
perder vitaminas e minerais. Esses
métodos erradicaram o problema em
nações desenvolvidas e, segundo o
Banco Mundial, “provavelmente
nenhuma outra tecnologia hoje oferece uma oportunidade tão boa de
melhorar vidas e acelerar o desenvolvimento a um custo tão baixo em
um espaço de tempo tão curto.
Instituto Camiliano de Pastoral de Saúde
Fone (11) 3675-0035
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o papel do assistente espiritual no ambiente hospitalar